AS 4 ESTAÇÕES DA VIDA São Paulo, outubro 2011 © 2011 Mário Kaschel Simões Editora Fôlego www.editorafolego.com.br Editores Emilio Fernandes Junior Rosana Espinosa Fernandes Diagramação Adriana França Cunha 1a edição brasileira Outubro de 2011 As citações bíblicas foram extraídas da versão internacional. Todos os direitos são reservados à Editora Fôlego, não podendo a obra em questão ser reproduzida ou transmitida por qualquer meio - eletrônico, mecânico, fotocópia, etc. - sem a devida permissão dos responsáveis. Dados de Catalogação na Publicação Kaschel Simões, Mário As quatro estações da vida Mário Kaschel Simões, São Paulo: Editora Fôlego, 2011. ISBN 978-85-9886219-4 1. Vida cristã 2. Vida pessoal 3. Bíblia I. Título
Sumário Apresentação, 5 Dedicatória, 11 Agradecimentos, 13 Prefácio, 15 Introdução, 19 PRIMAVERA A Estação do Preparo, 23 VERÃO O Tempo do Disparo, 37 OUTONO O Tempo do Eu Paro, 55 INVERNO O Tempo do Reparo, 77 A ordem cronológica das quatro estações da vida, 93 A Primavera Fase da Infância, 95 O Verão Fase da Juventude, 99 O Outono Fase Adulta, 103 O Inverno Fase da Velhice , 107 Conclusão, 111 Sobre o autor, 113
Apresentação As Quatro Estações da Vida é um livro que me fez relembrar princípios, valores, repensar e propor caminhos para corrigir erros e lapsos. Mário Simões consegue, de maneira criativa e prática, apontar caminhos que ajudam qualquer pessoa a desenvolver seu potencial ao máximo, guiado pelas boas mãos do Eterno. Recomendo que você leia e abençoe outros amigos, fazendo a mesma recomendação. Jeremias Pereira – Conferencista, escritor e pastor da Oitava Igreja Presbiteriana de Belo Horizonte.
A corrida da vida é mais barra pesada que todos os desafios que tive de encarar nas pistas do mundo todo. Nessa corrida não sabemos nem se a próxima curva será para a direita ou para a esquerda nem o que nos espera depois de cada uma delas. A ideia de dividir a vida em quatro estações me lembra de uma corrida em quatro etapas onde se pode dar algumas paradas nos boxes para reabastecimento, reparos, releitura, reavaliação e redirecionamento de percurso e rumo. Conhecendo o Mário, tenho certeza de que este livro o ajudará a correr a corrida de sua vida com a ajuda de um Chefe de equipe que sabe tudo sobre a sua origem, o seu destino e o propósito da corrida de sua vida. Alex Dias Ribeiro – Ex-piloto de Fórmula 1,palestrante, mentor e líder de atletas.
Escrever um livro não é uma tarefa fácil. No caso deste livro o desafio é transformar em palavras sentimentos, ideias e experiências acumuladas ao longo da vida. Para mim é uma tarefa fácil recomendar este livro, não só pelo conteúdo, mas por conhecer bem o escritor. O tema é atual e inspirador, pois aponta caminhos rumo à maturidade e estabilidade cristãs. Adhemar de Campos– Cantor, líder de louvor e adoração, pastor da Comunidade da Graça.
As Quatro Estações da Vida é um livro objetivo, prático, didático e profundamente bíblico. Através dele o leitor será desafiado a não se deixar vencer pelas intempéries da vida, mas a entendê-las, enfrenta-las e a superá-las com a força que vem do céu. Mário Simões traz consigo algumas virtudes que tornam indispensável a leitura do seu livro: pregador capaz, líder inspirador, amigo precioso e homem consagrado. Milton Ribeiro – Pastor da Igreja Presbiteriana Jardim de Oração, Santos, SP.
Conheço o Mário Simões há mais de 12 anos. Ele é um daqueles amigos que podemos contar nos dedos das mãos. Amigo de todas as horas. O Mário é um tipo de pessoa que acrescenta conteúdo a cada vez que nos encontramos.Este livro é uma delícia de ler, pois está recheado de contos e casos que ilustram muito bem o que se pretende transmitir. Ele nos leva a prestar atenção ao momento pelo qual temos passado e compreender que outra estação virá. Tenho certeza de que você sairá enriquecido com esta leitura.
Marco Thomazi– Pastor da Comunidade Cristã Ministério Ipiranga.
Existe uma diferença enorme entre um livro escrito por alguém que entende do assunto porque o estudou e um livro escrito por alguém que vive o assunto. É a diferença entre teoria e realidade. Tenho visto, na vida do Mário, uma determinação constante de viver os mandamentos de Jesus nas quatro estações de sua vida. Tenho visto esta determinação em seu lar, em sua igreja e em seu ministério, cujo foco é preparar líderes. É uma pena que este livro tenha chegado às minhas mãos somente nesta estação da minha vida. Mas minha alegria é que tenho visto esses ensinos na vida do autor nos últimos seis anos! Carlos McCord –Pastor, escritor e líder do Ministério Permanecer.
Fiquei encantado com o conteúdo. A linguagem é leve, a abordagem interessante, o tema instigante e há muitos conselhos práticos... Parabéns, Mário! A admirável experiência do autor nas áreas familiar, eclesiástica e profissional o credencia plenamente a ministrar imprescindíveis lições de vida. Recomendo entusiasticamente este inspirador livro para todos os que, em qualquer idade, almejam uma existência feliz e plena de realizações. Edegar de Sousa Castro – Juiz de Direito titular da Terceira Vara Criminal da Comarca de São Bernardo do Campo, SP.
As Quatro Estações da Vida é o primeiro livro escrito pelo nosso filho. Ele tem se destacado como excelente palestrante internacional e como autor de inúmeros artigos publicados em revistas nacionais e estrangeiras. Agora, com alegria, o vemos iniciando seu currículo como escritor. Com orgulho, recomendamos sua leitura, por ser um livro alegre e extremamente prático, que será de grande ajuda para os leitores. Neco e Priscila Simões – Pastores, escritores e conferencistas na área de família.
Cada estação do ano nos inspira a desfrutar da natureza. Cada estação tem seu propósito e cumpre um papel fundamental estabelecido por Deus, tanto no planeta como em nossa vida. Nesta obra, meu amigo de quase uma década, Mário Simões, extrai as características, desafios e oportunidades de cada estação e as aplica de uma maneira criativa e prática em nossa vida. É com grande alegria que recomendo tanto o livro como o autor. Carlito Paes– Escritor, conferencista, pastor da Primeira Igreja Batista de São José dos Campos.
Além de ser um grande amigo, tenho realizado várias palestras e seminários com Mário Simões. Depois de ouvi-lo ministrando ao vivo em conferências, alegro-me muito por ver o seu conhecimento e experiência agora na forma escrita. O Mário fez um excelente trabalho deexplicar como cada fase de vida, ou estação, nos oferece pistas a respeito do plano específico de Deus e do Seu propósito para cada um de nós. As Quatro Estações da Vida descreve detalhadamente todas as fases do ciclo da vida, e com certeza é o
resultado do processo da pérola, o que tornouesta obra uma leitura obrigatória! Tommy Nelson– Palestrante, escritor e conferencista internacional.
Uma boa ideia na perspectiva cristã se chama inspiração. Este livro é uma inspiração divina para ajudar muitas pessoas a entender o propósito de sua existência. Tenho dito que não há sentido na vida se não compreendermos o propósito de Deus para cada um de nós. As Quatro Estações da Vida nos ajuda a entender melhor esta realidade. Este livro nos mostra em uma linguagem simples, mas penetrante, que a vida tem um ciclo. Nele podemos encontrar a felicidade, que biblicamente poderíamos chamar de plenitude. Não vejo a hora de tê-lo nas mãos e poder recomendar à minha comunidade e amigos. Miguel Uchôa – Reitor da Paróquia Anglicana Espírito Santo, Jaboatão dos Guararapes, PE.
Dedicatória Dedico esta obra aos meus queridos pais, Manoel Simões Filho (Neco) e Priscila Kaschel Simões, que me acompanharam bem de perto durante todas as estações da minha vida!
Agradecimentos Quero agradecer a várias pessoas que me incentivaram, encorajaram e motivaram a escrever este livro. Primeiramente à minha querida esposa Priscila, companheira de vida, por todo o carinho, paciência e amor incondicional. Também incluo meus dois filhos, Felipe e Davi, por enriquecerem minha vida com experiências maravilhosas e inesquecíveis. Agradeço aos meus pais, Pr. Neco e Priscila Simões, pelo incentivo e ajuda na revisão deste livro. Também ao meu irmão Paulo, pelo apoio e investimento todos estes anos. Obrigado meus queridos sogros, Pr. Bertoldo e Dacyr Gatz, orações, apoio e conselhos. Agradeço a todos os membros e irmãos da minha igreja local, Comunidade Cristã Ágape de Atibaia, por me aceitarem como seu pastor e serem os primeiros a ouvirem as minhas mensagens, antes de se tornarem livros, como este. Agradeço em especial ao Pr. Dinei Morais, meu companheiro, por me completar no trabalho pastoral de nossa igreja. Agradeço à equipe maravilhosa de educadores da Escola Internacional Preparando Gerações, de Atibaia, pela dedicação e profissionalismo emprestados à nossa instituição de ensino. Agradeço também aos meus queridos alunos de “Liderança e Empreendedorismo” por me desafiarem sempre a dar o meu melhor em cada aula. Agradeço ao Instituto Haggai do Brasil e Internacional pela
confiança e oportunidade de treinar líderes cristãos de várias nações ao redor do mundo. Em especial, agradeço ao Dr. David Wong, de Cingapura, por acreditar em mim e me lançar como palestrante e docente internacional daquele ministério. Agradeço a todos os meus amigos, em especial a Marco Thomazi, Tommy Nelson, Carlito Paes, Jeremias Pereira, Edegar Castro, Adhemar de Campos, Sérgio Queiróz, Miguel Uchoa, Milton Ribeiro, Carlos McCord e Alex Ribeiro, pela amizade, apoio e palavras de incentivo na realização desta obra. Obrigado Roberto Aylmer, meu irmão de coração, pelo constante carinho, profunda amizade e pelas inesquecíveis férias em família... together! Obrigado Emilio Fernandes e equipe da Editora Fôlego, por me ajudarem a transformar este sonho em realidade. Por último, porém eternamente o primeiro, quero agradecer a Deus, que é a fonte da minha inspiração, o Autor e Doador da vida, Senhor e Mestre de todas as minhas estações!
Prefácio Tudo o que é vivo, dinâmico, se move e tem estações. Entretanto, nossa educação é direcionada para a estabilidade, para a imobilidade e a um final feliz. Nossos pais nos ensinaram (e nós ainda ensinamos nossos filhos) a pensar em estudar para ter um bom emprego e ter sucesso. Então encontraremos a ‘pessoa certa’ com quem nos casaremos. Chegarão os filhos e nós daremos a eles uma boa educação para que possam
conseguir um bom emprego... e assim por diante. Não aprendemos com nossos pais que na vida mesmo as pessoas bem-formadas e dedicadas têm altos e baixo se que isso foge totalmente do controle de cada um. Não aprendemos que mesmo pessoas bem-casadas e que se amam passam por crises como qualquer outro casal. Muitos encontram soluções diferentes para essas crises, mas a dor existe da mesma forma. Não entendemos como até mesmo pais dedicados, que se esforçam em dar o melhor para os seus filhos, enfrentam tantos problemas com eles. Na verdade não sabemos e não aprendemos a lidar com os ciclos de aproximação e afastamento nos relacionamentos. Quando estamos apaixonados, ficamos tão próximos que é difícil pensar em algo que nos separe. Quando estamos em conflito um com o outro, não queremos nem pensar em ficar juntos. Também não conseguimos lidar com a morte lenta de uma pessoa que amamos, quando a medicina não oferece qualquer diagnóstico favorável. Considere que parte da crise vem com a vida, como mencionei: injustiças na profissão, mágoas na relação com a pessoa que amamos, decepção com filhos que crescem e desaparecem ou não crescem nunca, ou mesmo com um câncer de uma pessoa da família mais jovem do que você. Eu poderia citar muitas outras coisas, como a traição de uma pessoa com quem vivemos tantos anos ou a perda de um filho. São impactos e dores da vida que nunca estaremos preparados para receber. Apenas recebemos.
Essa ferida é evidente. Ela vem no contrato inicial. Jesus disse: “Neste mundo vocês terão aflições…”. No entanto, existe outra dor que não vem da crise em si, mas da forma como lidamos com ela. Algumas dores somos nós que criamos quando não sabemos lidar com as estações. Quando não entendemos onde estamos, não sabemos escolher para onde vamos. Na Primavera, a vida parece um jardim de possibilidades. As relações estão florescendo e os sonhos são renovados em cada novo encontro. É um tempo de celebrar, de confiar. Abrir mão dessa possibilidade na vida é deixar a renovação, deixar para trás o Inverno e começar de novo. Tempo de perdão, tempo de reconciliação. A Primavera traz a promessa, mas é no Verão que vemos a ação. Em sua fase Verão o mundo parece uma praia de oportunidades e o tempo é consumido realizando, conquistando e expressando o potencial. No Verão somos eternos, não temos cansaço nem medos. Apenas queríamos mais tempo e energia para realizar mais. Não espere muita análise na Primavera e no Verão. Desfrutar e conquistar são verbos mais atraentes nessa fase tão esfuziante. Entretanto, aos poucos, a energia vai dando lugar a uma insidiosa reflexão e algumas perdas começam a apontar que as coisas e as cores estão mudando. Como as árvores, vamos ficando sem folhas, que representam as oportunidades, as chances de realizar, e quando achamos que a perda vai estabilizar, ela piora. O Outono é um tempo de se preparar para o frio, de reduzir o ritmo, de aceitar
a limitação que culmina no Inverno. O Outono é um tempo de humildade ou humilhação, depende da forma como lidamos com nossas limitações. Se você não prestar atenção a ele, o Inverno é uma ‘surpresa’. Ele adentra sua casa sem pedir licença, sem se preocupar se você está ou não preparado. Mas quem está preparado? Mais uma vez aprendemos errado: na escola estudamos a matéria para depois fazer a prova. Na vida acontece o contrário: passamos por uma prova e depois precisamos estudar o que aconteceu... e se não entendemos a lição, nós a repetimos e repetimos várias vezes. O Inverno mostra sua estrutura, revela do que você é feito. Aprendi muito estando perto do Mário e sua família num dos Invernos mais rigorosos que eles passaram. Mesmo em dias tão difíceis, encontravam energia para consolar e ajudar outras pessoas, para alimentar os filhos com uma fé que era vista diariamente no convívio íntimo da casa. Olhando a Primavera que eles vivem e celebram hoje, posso perceber como aquele tempo de dor e perdas foi importante para moldar ainda mais o caráter e a fé dessa família amada. Eles saíram do Inverno mais unidos, mais leves e mais confiantes no Amor e Provisão do Céu. “Não é justo”, alguém diria. Sim, é justo, mas nós não entendemos até que o ciclo passe por completo. Paulo faz um emocionado desabafo (é assim que imagino o texto de 1 Coríntios 13.12): “Agora, pois, vemos apenas um reflexo obscuro, como em espelho; mas então veremos face a face. Agora conheço em parte; então, conhecerei plenamente, da mesma forma como sou plenamente conhecido”. A verdade é que meus pais não me ensinaram, mas eu preciso
aprender: ...a ver as estações como fases da vida... mesmo que pareçam a morte; ...a respeitar as estações das pessoas que amo e permitir que elas se afastem ou se expandam sem o meu controle, sem a minha ‘autorização’; ...a respeitar as minhas estações e entender que eu preciso tanto de sonhar como me fechar, preciso tanto estar perto como estar junto, preciso tanto do sucesso como do esquecimento. Como diz Salomão em Eclesiastes 3.1 “Para tudo há uma ocasião certa; há um tempo certo para cada propósito debaixo do céu”. Eu posso resistir às estações ou entender que elas fazem parte da própria vida; posso lutar contra elas ou entender que elas têm um aprendizado singular que só receberei se me entregar à vida. Mas quem está no controle? Quem entende e pode me ajudar em meu Inverno? Nesse momento lembramos o texto completo de João 16.33: “Eu lhes disse essas coisas para que em mim vocês tenham paz. Neste mundo vocês terão aflições; contudo, tenham ânimo! Eu venci o mundo”. Prof. Dr. Roberto Aylmer, MD, MSc., palestrante, escritor econferencista internacional
Introdução “Disse Deus: ‘Haja luminares no firmamento do céu para separar o dia da noite. Sirvam eles de sinais para marcar estações, dias e anos…’”(Gênesis 1.14).
A vida é curta e o tempo está passando rapidamente. As memórias da infância,o vigor da juventude, as primeiras conquistas como adulto, parece que aconteceram ontem. Quantas experiências, oportunidades, alegrias e tristezas, acertos e falhas, vitórias e derrotas, sucessos e fracassos. Tudo aconteceu em um determinado momento, época ou estação da vida. Assim como as quatro estações do ano – Primavera, Verão, Outono e Inverno – rege me influenciam cada ano, existem quatro estações que marcam e influenciam cada etapa da nossa vida. A ciência nos revela que o planeta Terra realiza constantemente dois movimentos: o primeiro é a rotação, em que a Terra gira em redor do seu eixo completando uma volta cada 24 horas, o que determina o tempo de cada dia. O segundo movimento é de translação, em que a Terra se move ao redor do sol, levando 365 dias para dar uma volta completa, determinando assim os limites de cada ano. A nossa vida também é marcada por movimentos, ciclos e estações. Alguns são momentâneos e situacionais e outros fazem parte de um processo sequencial e cronológico. No passado, os gregos usavam duas palavras diferentes para definir o tempo. A primeira é kairós, que descreve um tempo indeterminado, situacional e atemporal, momento oportuno de experiências e aprendizado, considerado como o Tempo de Deus. A segunda é kronós, de onde vem as palavras cronômetro e cronologia, que mede e estuda o tempo linear, considerado como o Tempo dos Homens. Neste livro estaremos abordando as quatro estações da vida em
dois aspectos: nos primeiros quatro capítulos, sob a perspectiva do tempo situacional, o momento específico que cada estação traz à nossa vida; do quinto capítulo em diante, segundo a perspectiva da ordem sequencial e cronológica. Exemplo das quatro estações em uma vida Jó é um ótimo exemplo de alguém que experimentou o impacto das quatro estações em sua vida. Vejamos algumas de suas qualidades: “Na terra de Uz vivia um homem chamado Jó. Era homem íntegro e justo; temia a Deus e evitava o mal. Tinha ele sete filhos e três filhas, e possuía sete mil ovelhas, três mil camelos, quinhentas parelhas de boi e quinhentos jumentos, e tinha muita gente a seu serviço. Era o homem mais rico do oriente” (Jó 1.1-5). Jó era o Bill Gates da sua época, ou seja, “Jó Gates”. Estas eram as características desse homem: íntegro, justo, evitava fazer o mal e era o mais rico do Oriente. Vemos aqui que Jó estava na estação do Verão (tema do capítulo 2). Tudo ia muito bem, de vento em popa. Ele estava vivendo um tempo de alta produção. Mas de repente os ventos mudaram, e Jó perdeu tudo o que tinha. Continuando a história, lemos que Satanás apareceu diante do Senhor dizendo que Jó O louvava somente porque Deus era bom com ele. Então Satanás propôs que tudo o que Jó possuía lhe fosse tirado, e Deus concordou, mas não permitiu que sua vida fosse tocada. Ele perdeu os filhos, todo o seu gado, enfim, perdeu tudo o que tinha. Jó viveu a experiência da estação do Outono (tema do capítulo 3), a fase de perdas, um período muito difícil em sua vida. Mas o problema não parou aí; a situação de Jó foi de mal a pior. O diabo, não satisfeito com isso, também quis tocar no seu físico,
e Deus permitiu. Então Jó, que estava passando por um Outono difícil, enfrentou em seguida o Inverno (tema do capítulo 4) e ficou muito doente, à beira da morte. Sabemos das conversas dele com seus amigos que estes mais o atrapalharam do que o ajudaram. Isso revela a atitude de muitos chamados “amigos”, que fazem a mesma coisa hoje. Nos momentos difíceis eles mais atrapalham do que ajudam. Jó então passou por um Inverno rigoroso, durante todo aquele processo, mas continuou confiando em Deus. Ele não desistiu, aguardou a mudança dos tempos e esperou com expectativa a chegada de uma nova Primavera. É muito lindo ver, no último capítulo do livro, o que Jó disse a Deus: “Sei que podes fazer todas as coisas” (Jó 42.2). Será que você teria condições de dizer a mesma coisa depois de ter perdido dinheiro, filhos, propriedades, saúde e poder? E Jó acrescentou: “...nenhum dos teus planos pode ser frustrado”. “Meus ouvidos já tinham ouvido a teu respeito, mas agora os meus olhos te viram”(v.5). Como Jó aprendeu naquele Inverno! Ele pôde conhecer mais a Deus! E mais adiante lemos: “Depois que Jó orou por seus amigos, o Senhor o tornou novamente próspero e lhe deu em dobro tudo o que tinha antes. Todos os seus irmãos e irmãs, e todos os que o haviam conhecido anteriormente vieram comer com ele em sua casa”(vv.10-11). A história se repete ainda hoje: na hora que você está mal, todo mundo desaparece, todos somem, mas geralmente voltam quando as coisas melhoram. “Eles o consolaram e o confortaram por todas as tribulações que o Senhor tinha trazido sobre ele, e cada um lhe deu uma peça de prata e um anel de ouro. O Senhor abençoou o final da vida de Jó mais do que o início” (vv.11-12).
Você se lembra da quantidade de animais que ele tinha, como é relatado no capítulo 1? Veja o que Deus restituiu: “Ele teve catorze mil ovelhas, seis mil camelos, mil juntas de bois e mil jumentos. Também teve ainda sete filhos e três filhas. À primeira filha deu o nome de Jemima, à segunda o de Quézia e à terceira o de QuérenHapuque. Em parte alguma daquela terra havia mulheres tão bonitas como as filhas de Jó, e seu pai lhes deu herança junto com os seus irmãos. Depois disso Jó viveu cento e quarenta anos; viu seus filhos e os descendentes deles até a quarta geração. E então morreu, em idade muito avançada” (vv. 12-17). A Primavera chegou para Jó, e Deus renovou a sua vida dando-lhe tudo em dobro, realizando o milagre da multiplicação. Todos os animais que ele tinha perdido Deus lhe deu em dobro. Deus deu a ele novamente a mesma quantidade de filhos e abençoou a sua vida de uma maneira muito especial. Ele teve uma nova oportunidade, e a estação daquela Primavera foi um novo começo. Jó recebeu em dobro o que havia plantado no passado, através de uma vida justa e reta diante de Deus. No próximo capítulo você vai entender em que estação estava quando passou por determinadas experiências no passado. Você também descobrirá qual estação está vivendo no momento, como também será desafiado a descobrir as oportunidades, experiências e lições que Deus quer ensinar-lhe.