08-11_engenharia:Construir 2011
15-11-2011
15:34
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Engenharia
www.construir.pt
Projecto
Piscinas de Vila Praia de Âncora com cunho A400 Distinguida com o prémio de Melhor Participação para Gabinete de Engenharia da edição de 2011 da Projekta Angola, a feira internacional do sector da construção de Luanda, a A400 tem já uma referência assinalável no mercado nacional. O Construir analisa um dos seus projectos - as Piscinas de Vila Praia de Âncora
A
empreitada das Piscinas de Vila Praia de Âncora têm o cunho da A400 – Projectistas e Consultores de Engenharia Civil, gabinete responsável pelo desenvolvimento de todos os projectos de especialidades e pela coordenação geral dos mesmos. Neste conjunto inserem-se os projectos de estruturas e fundações, infra-estruturas hidráulicas, instalações mecânicas, infra-estruturas eléctricas e de segurança, gás e acústica. Por sua vez, a Buildgest, empresa do grupo A400, foi responsável pela fiscalização e acompanhamento da obra.
Funcionamento autonomizado As piscinas municipais de Vila Praia de Âncora foram implantadas num terreno de área livre com 12.882, e visavam “dar resposta a um programa previamente estabelecido pela Câmara Municipal de Caminha”. Este complexo é constituído por um edifício dotado de três pisos, “sendo que, do ponto de vista funcional, existem várias partes que podem ter um funcionamento autonomizado e, ao mesmo tempo, complementar”. Por sua vez, segundo refere a A400, do ponto de vista topográfico, o terreno apresenta “um desnível considerável, relativamente ao arruamento de servidão”. Este desnível foi aproveitado para encaixar o novo volume arquitectónico, onde é possível distinguir três pisos. O piso técnico situa-se abaixo da cota de soleira e alberga todas as infra-estruturas de apoio, como reservatórios de água e equipamentos de AVAC. O piso 0, situado parcialmente abaixo da cota de soleira, recebeu, para além dos 10 | 18 de Novembro de 2011
3.865 “Apesar da sua grande dimensão em planta, especialmente ao nível do piso 0” – cerca de 3865 metros quadrados (84 metros x 46 metros) –, a A400 optou por não dotar o edifício de qualquer junta de dilatação
vestiários/balneários de apoio, as três piscinas – uma de competição com oito pistas de 2,5 metros de largura cada, um tanque de apoio à competição e aprendizagem e um chapinheiro complementar. Neste piso encontram-se também o clube de saúde com saunas, salas de massagens e vestiários/balneários próprios. Por fim, o primeiro piso, situado acima da cota de soleira, destinou-se às salas de ginástica, aos correspondentes balneários de apoio, a uma área comercial, a uma cafetaria e às bancadas destinadas ao público geral, que permitem uma assistência de cerca de 500 pessoas.
Concepção estrutural do edifício Do ponto de vista estrutural, o edifício foi concebido de forma a “dar uma resposta eficiente e, ao mesmo tempo, económica a aspectos como rapidez de execução, regra de mercado, comportamento mecânico, natureza dos esforços, enquadramento regulamentar bem como a necessidade de implementar um esquema estrutural com o
D.R.
Pedro Cristino pcristino@construir.workmedia.pt
projecto de arquitectura proposto”. Dadas as dimensões deste complexo e “ao seu desenvolvimento em vários níveis”, a opção consistiu numa estrutura predominantemente em betão armado, sendo que, nas zonas enterradas, a contenção de terras foi executada pelo meio de muros de suporte convencionais. “Apesar da sua grande dimensão em planta, especialmente ao nível do piso 0” – cerca de 3865 metros quadrados (84 metros x 46 metros) –, a A400 optou por não dotar o edifício de qualquer junta de dilatação. “A elevada restrição ao movimento provocada pelos muros de suporte, associada aos fenómenos de retracção e às variações uniformes e diferenças de temperatura levou-nos a ter espe-
ciais cuidados no dimensionamento dos elementos horizontais (lajes e vigas) e verticais (pilares, paredes e núcleos)”, refere a memória descritiva do projecto. De forma a avaliar convenientemente os efeitos que estas acções poderiam ter na estrutura, construiu-se um modelo de cálculo, onde foram aplicadas estas acções e onde foi simulado o faseamento construtivo da estrutura. No que concerne às lajes, a solução escolhida consistiu em lajes aligeiradas de vigotas. “Complementarmente, foram utilizadas lajes maciças em vãos com cargas maiores e onde a utilização das lajes aligeiradas de vigotas não se revelou, do ponto de vista económico, vantajosa”, explicam os responsáveis da A400, na memória