Revista cafe rural itamaraju issu

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Nova Marca; Novo Projeto; Novo conceito;

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EDITORIAL Revista Café Rural e Brito Publicidade Rua Princesa Isabel, 17 - sala 01 - Centro CEP: 45.836-000 - Itamaraju-BA Tel.: (73) 3294-1024 revistacaferural@gmail.com www.revistacaferural.com.br

O cenário atual aponta que o Brasil será o maior

Editor-Chefe: Carlos Brito

país agrícola do mundo em dez anos. O Extremo Sul

Designer: André Rocha

baiano é uma região que se destaca neste cenário. Te-

Supervisão: Lina Paula Direção de Jornalismo: Carlos Brito / RG: 2163-ES Jornalismo e edição: Karina Lins

mos terras agricultáveis, férteis e de alta produtividade, clima diversificado, chuvas regulares e luminosidade. São muitos os fatores que contribuem para que

Colaborador: Franklin Dantas. Foto de capa: Carlos Augusto - Jornal Grande Bahia

esta região seja destaque no cenário do agro nacio-

Tiragem: 2.000 exemplares

nal. Mas, então, o que falta para que o Extremo Sul se desenvolva? “Segurança jurídica”, de acordo com o empresário rural Lindomar Lembranci em nossa re-

Departamento comercial: Priscila Estrela

portagem especial. “Parar de olhar para o próprio um-

comercial.caferural@gmail.com

bigo e pensar em conjunto”, segundo depoimento do empresário Zé Canal, também em nossa reportagem de capa.

DISTRIBUIÇÃO:

O Extremo Sul tem um longo caminho a per-

Alcobaça

Itamaraju

Porto Seguro

Caravelas

Itanhém

Prado

Eunápolis

Jucuruçu

Santa Cruz Cabrália

Guaratinga

Lajedão

Teixeira de Freitas

liderança, é preciso de algo mais. Para que esse tão

Ibirapuã

Medeiros Neto

Vereda

desejado crescimento seja uma realidade, precisamos

Itabela

Mucuri

urgentemente de uma política por parte do governo

Itagimirim

Nova Viçosa

que atenda melhor às necessidades do produtor rural,

correr e desafios a serem enfrentados.Temos grande capacidade produtiva, mas, para chegar à posição de

pois, sem ele, é impossível alcançar essa posição.

 O cenário para o agronegócio na região é promisProdução e Publicação Av. Itajuípe 253B - Sala 04 - Santo Antônio Itabuna - Bahia, Brasil - CEP: 45.602-010 www.a5editora.com.br contato@a5editora.com.br Projeto Gráfico e Diagramação: Marcel Santos Revisão: Acácia Magalhães

sor e o aumento da eficiência produtiva se faz necessário para que o agronegócio baiano consiga acompanhar o ritmo de crescimento e supra a demanda de produtos, ocupando, assim, posição de destaque. Nesta edição, a Revista Café Rural aborda todos esses temas de forma responsável e direta. A todos uma boa leitura. Carlos Brito

As ideias contidas nos artigos assinados não expressam, necessariamente, a opinião da revista e são de inteira responsabilidade de seus autores.


NESTA EDIÇÃO

Artigo

EXTREMO SUL BAIANO TORNA-SE NOVO POLO DE PRODUÇÃO DE CAFÉ ROBUSTA

6

Mercado | Café

8

Mercado | Corte

12

Mercado | Leite

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CAFÉ - DESTAQUE NAS EXPORTAÇÕES

BEZERRO: DEMANDA E ABATE DE FÊMEAS LEVAM BEZERRO A NOVO RECORDE

LEITE: APÓS TRÊS MESES DE ESTABILIDADE, PREÇO RECUA COM MAIOR CAPTAÇÃO

Matéria de Capa

OS BONS TEMPOS ESTÃO DE VOLTA

30 Artigo

O PESSIMISMO NO AGRONEGÓCIO

14

38

Entrevista

MARCOS JOSÉ RODRIGUES MARQUES

Artigos Especial

TRABALHO PIONEIRO SERVE DE ESTÍMULO PARA A REGIÃO VOLTAR A PRODUZIR O CACAU

18

40

ENDOMETRITE: UM ENTRAVE NA PRODUÇÃO DE BOVINOS LEITEIROS

44

PROPRIETÁRIOS RURAIS PRECISAM FICAR ATENTOS AO CEFIR

46

TERRA INDÍGENA NÃO PODE SER AMPLIADA CINCO ANOS DEPOIS DA DEMARCAÇÃO

48

AGROPECUÁRIA SUSTENTÁVEL PARA ALIMENTAR O MUNDO

52

Turismo Rural

COISAS DO INTERIOR


MERCADO | Café

CAFÉ - DESTAQUE NAS EXPORTAÇÕES vendas externas do grão foram de US$ 3,1 bilhões, um aumento de 16,1% em relação a igual período do ano

S

egundo dados do Ministério do Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior (MDIC), apresentados no mês passado, o

Preços do robusta avançam um pouco, mas vendedor segue retraído

café foi o grande destaque das exportações brasileiras nos primeiros sete meses de 2014. De janeiro a julho, o resultado das vendas externas do grão foi de US$ 3,1 bilhões, um aumento de 16,1% em relação a igual período do ano passado. Julho foi o mês de maior expansão, com 77,2% em vendas (US$ 522 milhões) e 44% em volume (2,8 milhões de toneladas).

As cotações do café robusta registraram pequena alta em agosto, principalmente devido à retração de vendedores. O ritmo de negócios seguiu lento ao longo do mês. O Indicador CEPEA/ESALQ, do tipo 6 peneira 13 acima, teve média de R$ 248,42/saca de 60 kg em agosto, aumento de 2,5% em relação ao anterior. Para o tipo 7/8 bica corrida, a média foi de R$ 240,22/sc, avanço de 2,1% na mesma comparação – ambos a retirar no Espírito Santo. No mercado internacional, o contrato de robusta negociado na Bolsa de Londres (EuronextLiffe), com vencimento em novembro, fechou a US$ 2.079/tonelada em 29 de agosto, pequeno aumento de 0,5% na comparação com 31 de julho.

Fonte: CEPEA

6

Café Rural


Pensou Carne

Pensou Biff達o


MERCADO | Corte

preço real do bezerro é o maior da série histó-

O

O movimento de alta dos preços do bezerro é

rica do Cepea (Centro de Estudos Avançados

visto desde o primeiro semestre de 2013, ainda que

em Economia Aplicada), da Esalq/USP, iniciada

tenha havido recuos pontuais. Segundo pesquisadores

em 2000 – os valores foram deflacionados pelo IGP-

do Cepea, a valorização do bezerro tem sido puxada

DI de agosto/14. A média de setembro do Indicador

pela demanda de recriadores que se sentem estimula-

ESALQ/BM&FBovespa, referente ao animal nelore, de 8

dos pelos preços também em elevação do boi gordo.

a 12 meses, em Mato Grosso do Sul, foi de R$ 1.073,93,

Além disso, a oferta de bezerros tem sido pressionada

forte valorização de 24,2% no acumulado deste ano e

pelo abate de matrizes. Em 2013, segundo dados do

de 28,7% frente a setembro de 2013. No Estado de

IBGE, foram abatidas 14,46 milhões de vacas e novilhas,

São Paulo, a média deflacionada de setembro foi de

recorde que superou em 10% o máximo até então re-

R$ 1.078,48, também a maior da série Cepea, iniciada,

gistrado em 2006.

neste caso, em 1994.

8

Café Rural


MERCADO | Corte

BEZERRO: DEMANDA E ABATE DE FÊMEAS LEVAM BEZERRO A NOVO RECORDE

Margem As altas de preços do bezerro vêm reduzindo o poder de compra de pecuaristas de recria-engorda – são necessárias mais arrobas de boi gordo para a compra de um animal de reposição. Segundo De Zen, para fazer frente a esse cenário de margem apertada, o pecuarista de engorda precisa elevar a produtividade, com aprimoramento das técnicas de manejo do rebanho, de pastagem e suplementação, além da própria gestão do negócio. “O produtor deve encarar gastos nesses itens como investimentos, apostando que o retorno será maior, imprescindível para manter a atividade sustentável”, orienta o pesquisador.

A valorização tem sido puxada pela demanda de recriadores que se sentem estimulados pelos preços também em elevação do boi gordo

Arroba As cotações da arroba do boi também estão em alta, mas não tanto quanto as do bezerro. Em setembro, o Indicador ESALQ/BM&FBovespa (Estado de São Paulo) teve média de R$ 128,58, alta real de 16,5% em relação ao mesmo período de 2013, aproximando-se do recorde deflacionado da série Cepea, que é de R$ 134,91 em novembro de 2010. No acumulado deste ano, o boi gordo (Indicador – SP) avança 12,6%, percentual semelhante ao da arroba de vaca tanto em Mato Grosso do Sul como em São Paulo (13,6% e 13%, respectivamente), com as médias da fêmea passando para R$ 117,28 e R$ 121,33, nessa ordem, na terça-feira, 30.

Fonte: CEPEA

Café Rural

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Eco Madeiras

Eucaliptos tratados

Eucalipto com economia e qualidade.



MERCADO | Leite

LEITE: APÓS TRÊS MESES DE ESTABILIDADE, PREÇO RECUA COM MAIOR CAPTAÇÃO A disponibilidade interna segue como principal problema

E

m setembro, o preço do leite pago ao produtor caiu em praticamente todas as regiões que compõem a “média Brasil” (MG, RS, SP, PR, GO, BA e

SC) do Cepea (Centro de Estudos Avançados em Econo-

mia Aplicada), da Esalq/USP, após se manter estável por três meses seguidos. As exceções foram Goiás e Bahia, onde as cotações subiram. Na “média Brasil”, o valor líquido (sem frete e impostos) pago ao produtor recuou 0,81% de agosto para setembro, fechando a R$ 1,0037/litro. O preço bruto médio (que inclui frete e impostos) pago ao produtor foi de R$ 1,0896/litro em setembro, redução de 0,75% em relação ao mês anterior. O recuo nos valores pagos ao produtor foi influenciado, principalmente, pelo aumento da captação em todos os Estados que compõem a “média Brasil”. Além disso, a demanda desaquecida pressionou as cotações dos derivados no atacado em setembro. Em agosto/14, o Índice de Captação do Cepea (ICAP-L/Cepea) teve alta de 5,41% em relação a julho e de 16,5% na comparação com agosto/13. Em Santa Catarina, houve o maior aumento na captação, de 13,3%, seguido pelo Rio Grande do Sul (9,1%), Paraná (6,5%), Bahia (2,7%), Minas Gerais (2,6%), São Paulo (2,5%) e Goiás (2%). Para 2015, a produção de leite deve crescer de 3% a 5% em relação a 2014 e a disponibilidade interna segue como principal problema, já que a demanda não deverá acompanhar o ritmo de crescimento. Fonte: CEPEA

12

Café Rural

O recuo nos valores pagos ao produtor foi influenciado, principalmente, pelo aumento da captação em todos os Estados que compõem a “média Brasil”.


V E T E R I N Á R I A


ARTIGO

O PESSIMISMO NO AGRONEGÓCIO O momento ruim da economia brasileira reflete na sua capacidade de fazer frente a outros países concorrentes Por Carlos Brito

A

forte queda de 10,9 pontos no segundo trimestre de 2014 em relação ao trimestre anterior, passando de 102,7 para 91,8 pontos, é

a comprovação daquilo que muitos já suspeitavam e temiam: a onda pessimista, que atinge praticamente todos os setores da economia, chegou ao único setor que ainda resistia e permanecia neutro/otimista, graças aos excelentes resultados de produção e exportação que contribuem até hoje para a manutenção de nossa balança comercial favorável.

O índice apresentou variação negativa em todos os elos da cadeia, do pré-porteira (-7,8 pontos) ao pós-porteira (-19,8 pontos), deixando claro o descontentamento do setor com a situação atual da economia brasileira e a diminuição do otimismo em relação à situação futura. Mesmo a “confiança do produtor agrícola”, que, geralmente, se mantém elevada, caiu 6 pontos na comparação com o 1º trimestre de 2014, em grande parte pela preocupação com os custos de produção.

14

Café Rural

Não podemos permitir que o agronegócio, um dos motores mais confiáveis e eficientes da nossa economia, comece a engasgar.


ARTIGO O momento ruim da economia brasileira também

Dom Cabral. Esses dados, somados ao pessimismo que

reflete na sua capacidade de fazer frente a outros paí-

agora assombra o agronegócio, sinalizam a necessida-

ses concorrentes. Nos últimos quatro anos, o Brasil foi o

de de criarmos um ambiente de negócios mais seguro

que mais perdeu posições no ranking mundial de com-

e estruturado no setor, com sólidos investimentos em

petitividade, caindo do 38º lugar para o 54º entre as

políticas agrícolas, infraestrutura, logística e, principal-

60 economias analisadas pelo International Institute

mente, tecnologia, uma das grandes responsáveis pelo

for Management Development (IMD) e pela Fundação

aumento da produtividade brasileira.

Os agricultores brasileiros têm feito sua parte. O Índice de Confiança do Agronegócio mostra que houve manutenção da expectativa de investimento em tecnologia ligada ao custeio da safra. Isso demonstra a preocupação com a alta incidência de pragas e doenças e o aumento no custo de produção, que levam a um maior uso de defensivos agrícolas e de sementes mais produtivas. Não podemos permitir que o agronegócio, um dos motores mais confiáveis e eficientes da nossa economia, comece a engasgar. Se o setor, que responde por um terço dos empregos e um quarto do PIB, do País começa a ficar pessimista, é sinal de que precisamos reagir rápido e investir em políticas públicas voltadas ao agronegócio. O cenário macroeconômico dos últimos 12 meses amedronta até o mais otimista dos agricultores, mas sabemos que alguns gargalos já se estendem por muitos anos, como crédito agrícola e a falta de uma infraestrutura logística que atenda, com maior eficiência, ao escoamento da produção interna e externa.

Café Rural

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Foto: Carlos Brito

A vaquejada No final do século XVIII, o gado passou a ser criado solto nas matas dos sertões do Brasil, dando origem à figura do peão encarregado de recolher o rebanho dos coronéis. Desse ofício derivou a vaquejada, atividade

16

Café Rural

recreativa-competitiva com um século de tradição.



ESPECIAL

TRABALHO PIONEIRO SERVE DE ESTÍMULO PARA A REGIÃO VOLTAR A PRODUZIR O CACAU O objetivo é viabilizar a cultura com alta produtividade, tecnologia de ponta e mecanização Por Karina Lins | Fotos: Carlos Brito

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Café Rural


ESPECIAL

A

Fazenda Lembrança II é o que se pode chamar de exemplo de cultura e manejo de cacau com preservação ambiental. Em pleno

funcionamento desde 1999, é administrada por Lindomar Antônio Lembrance e Pedro Paulo Lembrance, junto com outros irmãos. São, ao todo, 250 hectares de terra que produzem, em média, 160 arrobas de cacau por hectare/ano, ficando bem acima da média nacional de 20 arrobas.

Em busca de uma nova forma de manejo, os irmãos inovaram no modo de cultivo do fruto, que é plan-

modificadas, vindas da Biofábrica de Urucuça, cidade do sul do Estado.

tando a céu aberto, diferente do sistema Cabruca. Além

No sistema a céu aberto, a poda mais parece com

disso, o processamento é quase todo feito através da

um túnel, onde máquinas adaptadas para esse modelo

mecanização, exceto o plantio e a poda. “O objetivo é

de cultura podem transitar livremente e as mudas são

viabilizar a cultura com alta produtividade, tecnologia

plantadas em forma de linhas. “A poda é trabalhada o

de ponta e mecanização”, comenta Lindomar.

ano inteiro para permitir que a planta fique aberta, au-

Lindomar conta que foi através da observação do

mente a luminosidade e o pegamento de florada”, diz

comportamento das plantas de cacau cultivadas em

Pedro. A colheita do cacau é feita a cada 20 ou 25 dias

uma propriedade daqui da região que teve o interesse

e os períodos de maior colheita acontecem entre maio,

despertado para produzir cacau a céu aberto. Em visita

junho e julho e se intensificam nos meses de outubro,

ao Equador, onde se produz cacau a pleno sol, os admi-

novembro e dezembro, dependendo do fator climático.

nistradores constataram que a planta se adaptava fácil

“Nossa equipe de colheita trabalha o ano todo”, destaca.

a esse método, sendo viável o tipo de plantio na região

O índice de doenças do fruto, como a Vassou-

do Extremo Sul. “Plantamos cacau em um ambiente

ra de Bruxa e outros fungos, é muito bem controlado

onde jamais se pensou que o fruto fosse se comportar

nesse sistema, uma vez que se trabalha com material

como está se comportando”, comenta Lindomar. En-

geneticamente selecionado, que é mais resistente a

tão, deram início ao cultivo com mudas, geneticamente

pragas.

Café Rural

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ESPECIAL

Processo de mecanização: a fazenda é pioneira nesse modelo de produção

Exemplo de produtividade, manejo e beneficiamento Uma das vantagens citadas por Pedro com o sistema

O modelo de produção mecanizada foi todo

de produção a céu aberto é a questão da irrigação e

criado na fazenda em parceria com a Pinha-

nutrição, algo que eleva e muito a produtividade. A forma

lense, empresa de fabricação de máquinas

de adubação é via irrigação pela água, totalmente auto-

agrícolas. Havia um desejo por parte dos ad-

matizada e feita durante cinco dias da semana, diferente

ministradores em criar uma máquina que fizes-

do sistema convencional, em que a planta demora a re-

se a quebra do cacau e separasse a amêndoa

ceber os nutrientes. Isso porque o fertilizante é jogado

da casca. Desenvolveram, então, o projeto e

direto na lavoura, precisa de água para dissolver e fazer

passaram para a empresa, porém, o primeiro

a transformação para a planta conseguir absorver, sem

modelo não vingou. Tentaram um segundo mo-

contar na adubação, que é feita a cada 30 ou 45 dias.

delo, que deu certo. A partir daí, outras máqui-

Com a irrigação, o adubo é misturado na água e,

nas foram sendo desenvolvidas e adaptadas

se cair uma gota e tiver uma raiz, ela já começa a absor-

pelos administradores da fazenda. “O modelo

ver na hora, pois já está na condição que a planta quer.

de produção e manejo com essas caracterís-

“A planta fica mais saudável, porque todo dia consegue

ticas só existe aqui. É uma revolução na cul-

absorver nutrientes. É uma forma de alimentação ideal

tura do cacau”, define Lindomar. Alguns pro-

e faz uma diferença grande, porque a planta não fica

dutores, inclusive, estão começando a adotar

estressada por causa de seca”, diz. Para manter esse

esse tipo de processamento mecanizado, mas

padrão, o administrador tem o hábito de fazer análise da

ainda não possuem essa estrutura montada

planta com frequência. “O que ela estiver precisando, a

pelos irmãos Lembrance, o que inclui a que-

gente adiciona. Esse é o grande diferencial para aumen-

bra do fruto, a retirada de polpa, a limpeza, a

tar a produtividade”, acrescenta. Do ponto de vista nu-

fermentação e a secagem da amêndoa. “Cada

tricional, o sistema Cabruca também leva desvantagem.

máquina substitui 50 pessoas em campo, que-

Por exemplo, uma árvore de cem ou duzentos anos, por

brando”, cita.

ter uma estrutura muito mais forte que uma planta dessas, acaba gerando uma competição. “Se você jogar adubo, a árvore velha vai consumir mais do que um pé de cacau que está próximo dela”, explica Pedro.

O modelo de produção e manejo é exclusivo e só existe aqui. Trata-se de uma revolução na cultura do cacau.

20

Café Rural



ESPECIAL O beneficiamento do cacau na fazenda é de cem por cento. Toda a casca do fruto é aproveitada

Cascas do cacau são aproveitadas

para compostagem, que demora de seis a oito me-

para compostagem

ses para retornar para a roça como adubo. Por ser muito rica em potássio e em fósforo, ela nutre a planta e, por consequência, gera economia de custo na adubação. “A planta precisa de adubo para formar o fruto, precisa de rolha, tronco, amêndoa e casca. O objetivo é transformar o resíduo em fertilizante. Já que a casca me dá um benefício, por que não aproveitá-la retornando-a ao campo?”, ressalta. Já a polpa tirada da fruta não serve para consumo pelo fato de ser quebrada em máquina. Pedro explica que, na polpa para consumo, a amêndoa não pode entrar em contato com o tanino da casca em adubo, que é o caso desse modelo de quebra. Ainda assim, a polpa é trabalhada para poder retornar ao campo também como adubo. Mas o objetivo dos produtores é fazer uma pesquisa com químicos, para tentar reaproveitá-la de outra forma como, por exemplo, na fabricação de ração, álcool ou cosméticos.

Mão de obra bem qualificada

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Café Rural


ESPECIAL De olho na responsabilidade social Além de ter inovado no cultivo do cacau, a Fazenda Lembrança II cumpre todos os padrões e normas exigidos para seu pleno funcionamento e possui uma estrutura funcional de produção e administrativa. Possui reserva legal averbada em quantidade suficiente, as águas captadas são outorgadas, licenciamento ambiental para funcionar o empreendimento e ainda possui uma RPPN – Reserva Particular do Patrimônio Natural, que são áreas destinadas à conservação da natureza em propriedades particulares. “O nível de responsabilidade social da fazenda é cumprido cem por cento. Tanto do ponto de vista trabalhista, legal, ambiental e da propriedade”, acrescenta Lindomar.

Projetos futuros na fazenda são adiados por conta dos conflitos de terra

A região vive um caos em termos de segurança pública e está infestada por bandidos de toda espécie. Para dar conta da demanda de trabalho, cerca de

Para o futuro, os irmãos Lembrance têm como

150 funcionários cuidam de toda a produção de ca-

projeto instalar uma fábrica que irá produzir choco-

cau distribuída por 250 hectares e 90 hectares de

late com o cacau da própria fazenda, o que pode

banana. Eles vêm de Itabela, Itamaraju e distrito de

gerar, de imediato, pelo menos, mais 50 empregos.

Monte Pascoal, trabalham de segunda a sexta na

No momento, o projeto torna-se inviável,

fazenda. Todos são devidamente registrados com

uma vez que depende de segurança jurídica no

carteira assinada e equipados com seus EPI’S de

que diz respeito à questão da propriedade, devido

segurança, possuem assistência médica, além de

aos conflitos entre índios e fazendeiros na região.

cesta básica no fim do mês. Ainda assim, a fazen-

Desde 2000, eles vêm enfrentando o problema,

da possui dificuldade em conseguir mão de obra,

bem como outros produtores da região. São 14

apesar de usar todo o processo de mecanização.

anos de enfrentamento de uma situação que eles

“Mesmo que procurasse cinquenta pessoas para

consideram abusiva. “Existe a insegurança causa-

quebrar cacau, não encontraria fácil. Se hoje não

da por uma expectativa de direito resultante de

tivesse esse processamento, não conseguiria dar

um processo político, ideológico que quer trans-

conta do volume de produção”, diz Pedro.

formar 52 mil hectares de terras particulares em

A propriedade ainda conta com a assessoria

áreas indígenas. Os que os produtores mais estão

técnica de um agrônomo, um técnico na área de

precisando nessa região é de segurança pública”,

nutrição e fitossanitária e de irrigação.

relata Lindomar.

Café Rural

23


ESPECIAL Segundo ele, a região vive um caos em termos de segurança pública e está infestada por bandidos de

preparação das estratégias para execução dos mandados”, diz.

toda espécie, conforme mostram registros nas dele-

Lindomar acredita também no trabalho do Supe-

gacias. Os prejuízos econômicos causados aos produ-

rior Tribunal Federal (STF), que vem se utilizando das

tores são inúmeros e vão desde o furto com roubos,

ressalvas oriundas do julgamento das terras indígenas

furtos de madeira, furtos de gado e invasão de mais de

da Raposa do Sol, em Roraima-RO. “Se o índio estava

20 propriedades, dilapidação do patrimônio, ausência

ocupando uma determinada área de forma pacífica, do

de continuidade nos investimentos por parte dos pro-

dia 05 de outubro de 1988 para trás, aquela área é

dutores por medo e a desvalorização patrimonial que,

considerada indígena. Já as áreas que foram ocupadas

para o produtor, é catastrófica. “Felizmente, a Justiça

de forma agressiva, abusiva, através de invasão depois

Federal tem expedido os mandados de reintegração

de promulgada a Constituição, terão que ser devolvidas

de posse para essas propriedades. Estamos na fase de

aos seus reais proprietários”, explica.

A expectativa dos produtores é que essa situação se resolva em um tempo mais curto possível e que a ordem se reestabeleça na região com a retirada desse projeto ambicioso de expansão de terra indígena e o retorno das propriedades para seus verdadeiros donos.

24

Café Rural


ESPECIAL

Toda a produção da fazenda hoje é comercializada para a Nestlé.

Café Rural

25


ARTIGO

Essa expansão pode perder força em função da falta de mão de obra e de mecanização ainda limitada.

26

Café Rural


ARTIGO

EXTREMO SUL BAIANO TORNA-SE NOVO POLO DE PRODUÇÃO DE CAFÉ ROBUSTA Assocafé avalia que a região tem potencial para produzir mais de 2 milhões de sacas por safra, caso os gargalos sejam ultrapassados. Fotos e texto Por Carlos Brito

R

econhecido pelas culturas de

últimos quatro anos, tenham sido implan-

cacau e de eucalipto, o Extremo

tados 10 mil hectares de café, o que ele-

Sul da Bahia desponta também

vou a área total no Extremo Sul da Bahia

como um importante polo de produção

para 30 mil hectares.

de café robusta (ou conilon) no País. O

Boa parte do “sucesso” da ativi-

avanço se deu principalmente nos últi-

dade no sul baiano é creditada à boa

mos cinco anos e, nesta safra 2014/15,

luminosidade, à topografia da região e

a colheita do produto na região deve

ao clima favorável, com chuvas regu-

superar, pela primeira vez, um milhão

lares. Os preços atrativos do café co-

de sacas, segundo Roberto Cangussu,

nilon, nos últimos três anos, também

vice-presidente para o sul do Estado da

incentivaram novos projetos de cultivo.

Associação dos Produtores de Café da

A maior parte desses novos plantios é

Bahia (Assocafé).

tocada por produtores capixabas que

Cinco anos atrás, a produção de

já não tinham áreas disponíveis e ade-

conilon na região não passava de 400

quadas para a expansão da atividade

mil sacas. A Assocafé estima que, nos

no Espírito Santo.

Café Rural

27


ARTIGO

Custo de produção e mão de obra são os principais gargalos O custo de produção do conilon é relativamente alto, uma vez que seu manejo demanda mais mão de obra por conta de certas especificidades. É necessário, por exemplo, retirar, ao longo do ano, brotos que nascem nos diversos troncos do conilon. Além disso, a colheita não é mecanizada – os equipamentos existentes para esse fim ainda não são adequados. Com todos esses cuidados, o custo médio da produção no sul da Bahia está em torno de R$ 200 a saca, enquanto o produto é comercializado entre R$ 235 e R$ 240 a saca. Apesar das dificuldades apontadas, a Assocafé avalia que há ainda muitas áreas aptas Apesar do avanço dos últimos anos, alguns produtores consideram que essa expansão pode perder força em função da falta de mão de obra e de mecanização e da rentabilidade menos atrativa. Para o Extremo Sul da Bahia, a Conab projeta área de 24.179 hectares e produção de 769,5 mil sacas em 2014/15, com produtividade média de 31,83 sacas por hectare, ante 32,81 sacas no Espírito Santo. Entretanto, cafeicultores e a Assocafé estimam que a produtividade é muito mais alta na região: cerca de 60 sacas por hectare nas áreas não irrigadas e 80 sacas nas irrigadas. Embora as chuvas sejam bem distribuídas na região, o período de dezembro a fevereiro, quando ocorre o desenvolvimento dos grãos, pode enfrentar estiagem.

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Café Rural

para a expansão do conilon no Atlântico. Ela estima que a região tem potencial para produzir mais de 2 milhões de sacas por safra, caso os gargalos, como o da mecanização, sejam ultrapassados.


Café Rural

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MATÉRIA DE CAPA

D

otada de uma terra fértil e condições climáticas favoráveis para a agricultura e pecuária, a cidade de Itamaraju, aos pou-

cos, vem resgatando o seu posto de “princesinha do Extremo Sul” da Bahia. Famosa por concentrar o maior rebanho de gado do Estado e potenciais criadores da raça Nelore, a cidade vem passando por uma fase próspera e tem como marco a retomada dos leilões. Há mais de 10 anos sem esse tipo de atividade, Itamaraju recebeu o primeiro “Leilão Novos Tempos”, dia 20 de setembro, no Parque de Exposição Manoel Pereira. Promovido pela revista Café Rural em parceria com a empresa Minas Leilões, o evento foi um sucesso de público e vendas e contou com o apoio do Sindicato Rural de Itamaraju. O evento atraiu um público de, aproximadamente, 600 pecuaristas e movimentou quase um milhão de reais, saldo considerado positivo para os organizadores e produtores.

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Café Rural

OS BONS TEMPOS ESTÃO DE VOLTA Primeiro Leilão Novos Tempos marca o retorno dos grandes leilões em Itamaraju Por Karina Lins | Fotos: Carlos Brito


MATÉRIA DE CAPA

Ao todo, foram expostos 1.200 animais entre bezerros, gados de corte e de leite dos melhores produtores da região. “Foi um trabalho árduo, muito difícil, mas que trouxe um resultado maravilhoso para todos nós. Pessoas que nunca foram a um leilão e nunca tinham colocado animais em leilão nos deram um voto de confiança. Em uma escala de zero a dez, eu daria oito e meio para esse primeiro “Leilão Novos Tempos”, definiu Carlos Brito, organizador do evento. Denner Esteves, da Minas Leilões, equiparou o evento a um leilão de exposição agropecuária, porque trouxe um resultado além do esperado para um primeiro leilão, algo que deixou o organizador entusiasmado. “Foi o meu primeiro leilão como

Foi o meu primeiro leilão como organizador, estou aprendendo e alguns detalhes serão corrigidos no próximo. A tendência é melhorar e ir resgatando, aos poucos, a cultura da nossa região.

organizador, estou aprendendo e alguns detalhes serão corrigidos no próximo. A tendência é melhorar e ir resgatando, aos poucos, a cultura da nossa região”, acrescentou.

Café Rural

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MATÉRIA DE CAPA O leilão teve como objetivo principal resgatar a identidade de Itamaraju como cidade rural, cujo potencial econômico não vinha tendo visibilidade pela mídia nos últimos tempos, tendo ficado aquém de municípios vizinhos como Eunápolis, Itabela, Itanhém e Teixeira de Freitas. “Temos o maior rebanho bovino da Bahia aqui, uma bacia leiteira expressiva, a maior fazenda de café Connilon e isso não vinha sendo divulgado. Era como se Itamaraju não existisse. O leilão foi uma das iniciativas para ajudar a reverter essa situação”, comentou.

Segundo “Leilão Novos Tempos” já tem data marcada Diante do balanço positivo no primeiro evento, a Revista Café Rural e a Minas Leilões, em parceria com o Sindicato Rural, já têm data confirmada para o segundo leilão, que está previsto para o dia 06 de dezembro deste ano. Dessa vez, o leilão será específico com bezerros e gado de corte.

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Café Rural

Foi um trabalho árduo, muito difícil, mas que trouxe um resultado maravilhoso para todos nós.


MATÉRIA DE CAPA Mais visibilidade para Itamaraju

Produtores apostaram forte no evento

O “Leilão Novos Tempos” deixou um grande legado para Itamaraju sob a ótica da organização, que foi a união entre os produtores e a confiança por parte das pessoas no setor rural, que tinha sido completamente perdida. “Todo mundo achava impossível a volta dos leilões. Inclusive, houve aposta de que o leilão seria um fracasso e nós, em nenhum momento, pensamos assim. Vamos provar que Itamaraju tem potencial e vai voltar a despontar entre as melhores regiões e ter a visibi-

O pecuarista Djalma Galão, da Fazenda Santa Luzia, em Itamaraju, disse que o leilão foi de suma importância para trazer benfeitoria para o lugar, devido à procura, que é grande, e também serviu para trazer mais contatos e potenciais compradores. “Ganha o produtor, ganha o leilão, sem contar que apresenta o lugar da gente, por ser um lugar de muito gado e que tem pouca divulgação”, afirmou.

lidade que merece”, citou Everaldo Santos Melo, presidente do sindicato rural. Outro aspecto que chamou bastante atenção foi a qualidade do gado apresentado, que é bem superior ao de muitas regiões do Brasil. “Os criadores daqui estão de parabéns. Encontramos aqui um ótimo produto e o que precisava é que as pessoas tivessem conhecimento disso. Quem veio ao leilão vai começar a comentar e propagar essas informações. Itamaraju é, sim, a princesinha do Extremo Sul”, completou Denner Esteves.

Café Rural

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MATÉRIA DE CAPA

A carioca Cláudia Lemgruber, do Sítio Santa Clara, em Mucuri, também prestigiou o evento. Ela faz parte da Associação Capixaba dos Criadores de Nelore e gostou muito do que viu. “A gente, como produtor da região, tem de prestigiar. Fazer parte e valorizar a pecuária da região que gera tanta renda e, às vezes, fica um pouco discriminada”, citou. Ela e o pai são criadores da linhagem do Nelore Lemgruber, introduzido no Brasil em 1878. Davi Dorigueto, criador de gado Nelore e produtor de café em Itamaraju, também prestigiou o evento com os seus animais. O pecuarista, sempre que pode, participa dos leilões que acontecem na região e classificou a importância do “Leilão Novos Tempos”. “Vi gados excelentes e acredito que todos tiveram bons negócios no leilão”, afirmou. Manoel Pereira, um dos mais antigos pecuaristas da região, viu com otimismo o retorno dos

O presidente do Sindicato Rural de

leilões à cidade. “Estou com fé que vai continuar

Itamaraju, Everaldo, classificou o leilão um

e voltar a ser o que era antigamente. Este é o pri-

sucesso e comentou que essa foi uma das

meiro de muitos que virão”. Ele comentou que os

iniciativas que marcaram a retomada das

produtores estão ajudando muito para que tudo

atividades do parque. “O apoio do sindicato

isso aconteça. “Sem união, nada vai adiante”,

foi fundamental. Estamos juntos nessa par-

citou.

ceria, porque Itamaraju, que tem o agroneO capixaba Alexandre Sodemberg, geren-

te da Fibrasa Agropecuária, um das pioneiras na seleção de animais de alto padrão genético no Extremo Sul baiano, disponibilizou um lote com 30 bezerros da linhagem Lemgruber em homenagem a Cláudia Lemgruber, tendo sido um dos lotes mais valorizados do leilão. Para ele, o evento foi de fundamental importância para Itamaraju, bem como a retomada do parque de exposição. “Esses leilões precisam voltar a acontecer. O gerente reforçou o apoio da Fibrasa a esse tipo de iniciativa.

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Café Rural

gócio como fonte de sua economia, estava carente desse tipo de evento”, disse.


MATÉRIA DE CAPA O resultado do leilão foi animador para o pecuarista Zé Canal, que há mais de trinta anos tem fazenda no Extremo Sul baiano. Ele apostou na qualidade genética do seu rebanho e disponibilizou animais de cruzamento industrial e touros de linhagem comprovada. Apaixonado pela região, ele comentou que temos um paraíso aqui. Na oportunidade, elogiou o trabalho que vem sendo feito para melhorar o Parque de exposição Manoel Pereira. “O leilão foi um sucesso. O nosso parque estava uma vergonha, mas agora, com a nova administração, temos condições de O gerente do Sicoob, Boré, se colocou

tocar o parque para a frente. Só precisa de mais

à disposição para ajudar os produtores no

união por parte dos produtores. Eu sou parceiro

que diz respeito aos financiamentos. “É uma

e podem contar comigo”, frisou.

satisfação da empresa em firmar parceria financeira e ajudar em eventos como esse, que estão acontecendo hoje em Itamaraju, na área rural”, citou. Milton Cesar, gerente geral do Banco do Brasil, também falou da satisfação em poder contribuir para eventos como o “Leilão Novos Tempos”, que só fortalece o crescimento econômico desse tipo de segmento na cidade. ”Nós podemos ainda muito mais, acho que estamos subestimando o potencial, não só da região, mas principalmente de Itamaraju. Precisamos acreditar e fazer com seriedade e compromisso para que a cidade chegue ao topo que merece do agronegócio”, destacou.

O representante da Faeb/Senar, Rui Dias, parabenizou os produtores rurais, o sindicato e os organizadores pela realização do leilão. Na oportunidade, frisou a importância da agropecuária para o Extremo Sul e destacou a pecuária hoje como o segmento que está elevando o PIB do agronegócio. “Isso que tá acontecendo hoje é uma realidade. Nosso lugar é aqui, dentro deste parque de exposição. Vamos fortalecer esse negócio e produzir, porque somos nós que geramos emprego e renda no País. A genética que está aqui atrás é digna do município de Itamaraju”, pontuou.

Café Rural

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06 de dezembro 2014 Sábado • às 14hs Parque de Exposições Manoel Pereira


O primeiro Leilão Novos Tempos marcou um

novo ciclo na pecuária do Extremo Sul baiano.

Com cerca de, aproximadamente, 1.744.223 cabeças de gado, e desfruto de aproximadamente

25% (436.058 cabeças/ano), faz do Extremo Sul

um terreno fértil para quem deseja fazer bons negócios. No centro dessa região, está Itamaraju,

detentor do maior rebanho do Estado, com qua-

se 200.000 cabeças; em sua maioria, animais de alta genética. o 2º Leilão Novos Tempos disponibilizará só a cabeceira do nosso rebanho, assim

como foi o primeiro leilão. Estimamos, para esta segunda edição, aproximadamente, 1.200 bezerros de corte.

Será para nós, da Revista Café Rural, Minas

Leilões e Sindicato Rural, uma satisfação contar com o apoio e carinho de todos os pecuaristas deste País.

Atenciosamente, Revista Café Rural e

Minas Leilões


ENTREVISTA

E

m entrevista à revista Café Rural, Marcos José Rodrigues Marques fala sobre sua experiência como

corretor de imóveis, a aposta no segmenFoto: Carlos Brito

to do agronegócio, através da Conagro, e das expectativas para o mercado imobiliário no Extremo Sul baiano.

RCF – Fale sobre sua experiência com corretagem de

com chuvas bem distribuídas, que dão possibilidades

imóveis e sobre a Conagro.

ao agricultor de fazer variáveis na agricultura, diversifi-

Marcos – Comecei há mais de sete anos como corretor

car com culturas diferentes. Existe uma grande procura

de imóveis, primeiro na área urbana e depois acabei

na compra de fazendas. O olhar está na nossa região

ingressando na área rural. Peguei um pouco dessa ex-

devido à questão climática e ao valor das terras. Em

periência que tive no campo e joguei no agronegócio

relação a outros regiões do Brasil, temos valores mais

com a Conagro. A empresa atua no segmento de in-

competitivos.

termediação imobiliária Rural, na região Extremo Sul na compra e venda de imóveis rurais. Somos credenciados no Conselho Regional de Corretores de Imóveis – CRECI e no Conselho Federal de Corretores de Imóveis – COFECI.

RCF – A questão de documentação tem prejudicado a expansão do agronegócio? Marcos – Sim, porque muitas terras não são tituladas, então, para se fazer a transmissão nos cartórios, tabelionato de notas e registro de imóveis, é necessário

Nossas terras em relação a outros lugares do Brasil, como Paraná, São Paulo, Goiás, Mato Grosso do Sul, parte de Minas, estão com valores mais competitivos.

que as terras, que a partir de 250, hectares sejam tituladas e, consequentemente, fazer o georreferenciamento. Então o cliente que vem com o olhar empresarial, antes de mais nada, olha o documento da fazenda.

RCF – Os olhos do Brasil se voltam para essa região por

RCF – Então, você hoje classifica que a procura está

conta de tudo de bom que temos. Como você analisa

grande, basta romper alguns entraves para que a re-

isso?

gião desponte para futuros investimentos?

Marcos – Os olhos do Brasil se voltam para o norte

Marcos - Sim. Eu acredito muito no crescimento desse

do Espírito Santo, leste de Minas Gerais e o extremo

mercado no Extremo Sul. E o cliente, que vem de ou-

sul da Bahia. São regiões com alto índice pluviométrico,

tros estados, vê que a região está ganhando impulso.

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Café Rural



ARTIGO

ENDOMETRITE: UM ENTRAVE NA PRODUÇÃO DE BOVINOS LEITEIROS Enfermidade comum no pós-parto que diminui a fertilidade e causa muitos prejuízos ligados ao custo de tratamento e perda produtiva.

A

Por Franklin Dantas Médico veterinário CRMV-BA - 2681

s enfermidades reproduti-

cular, do funcionamento do corpo

após o parto é de suma importân-

vas representam um entra-

lúteo (CL) e do desenvolvimento

cia na vida reprodutiva da vaca.

ve à produção de bovinos

fetal. Além disso, o uso da US tem

Uma involução uterina normal e o

leiteiros, à medida que a enfermi-

proporcionado

veterinários

restabelecimento da função ova-

dade diminui a fertilidade dos re-

uma ferramenta essencial no seu

riana no pós-parto são cruciais

banhos e causa muitos prejuízos

trabalho do dia a dia para aprimo-

para que se obtenha curto inter-

ligados ao custo de tratamento

rar o gerenciamento reprodutivo

valo de parto e nova concepção,

e perda produtiva. Entre elas, as

dos rebanhos. Dentre estas aplica-

condição necessária para otimizar

endometrites possuem papel de

ções, estão o diagnóstico de pato-

a produção de leite e bezerros.

destaque.

logias reprodutivas, o diagnóstico

aos

As

enfermidades

reprodu-

O uso da ultrassonografia

precoce de gestação, identificação

tivas representam um entrave à

(US) transretal na reprodução de

de prenhez gemelar, determinação

produção de bovinos leiteiros, à

bovinos tem revolucionado o co-

do sexo fetal, aspiração folicular

medida que a enfermidade diminui

nhecimento fisiológico nessa es-

de oócitos para a produção in vi-

a fertilidade dos rebanhos e causa

pécie, aprofundando cada vez mais

tro de embriões, apenas para citar

muitos prejuízos ligados ao custo

o entendimento da dinâmica foli-

os usos mais comuns. Cada uma

de tratamento e perda produtiva.

dessas aplicações se apresenta

Entre elas, as endometrites pos-

como uma oportunidade para a

suem papel de destaque.

melhora da eficiência reprodutiva

Infecções uterinas, além de

nas propriedades leiteiras. Porém,

comprometerem o bem-estar ani-

infelizmente, muitos veterinários

mal, podem causar graves prejuí-

continuam a considerar a US como

zos à sua fertilidade e, como tal,

uma tecnologia secundária no ge-

devem ser encaradas como algo

renciamento reprodutivo do reba-

que é necessário diagnosticar e

nho, mesmo sendo inquestionáveis

tratar. Devido ao fato da endo-

suas vantagens em relação à sim-

metrite não causar repercussões

ples palpação retal.

sistêmicas, os efeitos são mensu-

O

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Café Rural

período

imediatamente

ráveis através de impactos na re-



ARTIGO produção A doença uterina clínica

ção na produção de leite por vaca

o processo inflamatório uterino e

e a subclínica estão associadas à

anualmente, além de custos ope-

restabelecer a fertilidade da vaca.

subfertilidade e infertilidade.

racionais extras causados pelo

De maneira geral, há duas estraté-

aumento do número de serviços

gias básicas para o tratamento da

por concepção são exemplos que

endometrite clínica: o uso de anti-

ocorrem devido ao baixo desem-

bióticos sistêmico ou local e o uso

penho reprodutivo.

de prostaglandinas.

O sucesso da

A endometrite é uma inflama-

terapia com o uso de antibióticos

ção uterina, com comprometimen-

através da infusão intrauterina pa-

to sistêmico, caracterizado por

rece depender do produto utilizado

descarga vaginal mucopurulenta

e do diagnóstico ultrassonográfico.

ou purulenta, associada à infecção

No entanto, o tratamento com uma

bacteriana uterina, ocorrendo até

única infusão uterina de Sulfato de

3 semanas pós-parto. Essa infla-

Gentamicina, associada à Brome-

mação localiza-se no endométrio,

xina, aumentou a taxa de prenhez

muitas vezes associada à infec-

em vacas com endometrite clínica

ção bacteriana do útero, causada,

e em vacas consideradas de alto

Esta redução da fertilidade

principalmente, pelo A. pyogenes,

risco para endometrite clínica.

se traduz pelo repetido retorno ao

que ocorre após a terceira semana

Assim, o tratamento de in-

cio após cobertura ou inseminação

pós-parto e leva à redução na fer-

fecções uterinas pós-puerperais

artificial. Esse retorno ao cio pode

tilidade da vaca leiteira. A doença

com antibióticos aplicados via lo-

ocorrer em intervalos regulares ou

é caracterizada pela presença de

cal (infusão) poderia proporcionar

não, gastando-se 3 ou mais doses

exsudato uterino purulento ou mu-

uma alternativa mais econômica,

de sêmen, repasse com touros e

copurulento (> 50% pus).

em vista do menor custo.

insucesso na prenhez. Os interva-

Na maioria dos casos, a ocor-

los de estros serão normais quan-

rência dessas infecções está as-

do a infecção uterina não afetar a

sociada à falta de higiene, partos

produção de prostaglandina pelo

distócicos, manobras obstétricas,

endométrio. Ciclos mais longos,

retenção de placenta, atonia uteri-

geralmente, estão relacionados a

na, má condição nutricional ou de

lesões mais extensas da mucosa

saúde, abortamento, nascimento

de revestimento uterino, que al-

de gêmeos, parto prematuro ou

teram a produção de prostaglan-

sêmen contaminado. Os quadros

dinas, o que faz com que o corpo

agudos podem causar comprome-

lúteo, formado após o último estro,

timento do estado geral, causando

demore mais para sofrer regres-

anorexia, febre, aumento das fre-

são. Em casos mais graves, inclusi-

quências cardíaca e respiratória,

ve, pode-se observar ausência de

diminuição dos movimentos rumi-

manifestação estral, pela persis-

nais, desidratação e apatia.

tência do corpo lúteo funcional.

O princípio básico do trata-

Diminuição no número de

mento da endometrite clínica é eli-

bezerros produzidos ao ano, redu-

minar a infecção bacteriana, reduzir

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Café Rural



ARTIGO

PROPRIETÁRIOS RURAIS PRECISAM FICAR ATENTOS AO CEFIR Qualquer licença, ou ato autorizativo, só terá liberação se a propriedade rural estiver previamente cadastrada

P

roprietários rurais do Estado da Bahia precisam fazer o Cadastro Estadual Florestal de Imóveis Ru-

rais – Cefir. O Cadastro é obrigatório e, caso não seja realizado, outros serviços ambientais solicitados ao Estado não serão atendidos. A criação do Cadastro atende a um dispositivo na Lei Federal no. 12.651/12 e representa um registro público eletrônico de âmbito estadual, que serve de auxílio para o controle e fiscalização das atividades rurais e no desenvolvimento de Políticas Públicas de gestão. Em âmbito estadual, o Cefir substitui o Cadastro Ambiental Rural – CAR.

Qualquer licença, ou ato autorizativo, só terá libe-

cumento de posse ou propriedade; dados de reser va

ração se a propriedade rural estiver previamente cadas-

legal, APP, área produtiva e passivos; dados do res-

trada no Cefir. Com a aprovação do novo Código Flores-

ponsável técnico; localização geográfica do imóvel e

tal, o produtor rural que não estiver cadastrado, num

informações gerais, como ITR/Receita Federal. Todos

prazo de cinco anos, não poderá acessar o crédito rural

os documentos devem estar autenticados e digitali-

nos bancos. Uma vez cadastrada, a propriedade rural

zados.

vai estar regularizada ambientalmente, desde que se

Ao finalizar o Cefir, é importante que o proprietá-

mantenha em dia com o que foi acordado, via termo de

rio assuma as informações prestadas, uma vez que é

compromisso, assinado no momento da regularização.

gerada uma senha que possibilitará (somente através

O cadastro é feito pela Internet através do

dela) ter acesso às informações cadastradas.
Caso o

site w w w.sistema.seia.ba.gov.br. Entretanto, antes de

proprietário rural tenha dificuldade em seu cadastra-

dar início ao processo, é preciso ter em mãos o do-

mento, deverá procurar um profissional especializado.

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Café Rural



ARTIGO

TERRA INDÍGENA NÃO PODE SER AMPLIADA CINCO ANOS DEPOIS DA DEMARCAÇÃO Dispositivo permite à administração anular atos ilegais e contrários aos interesses públicos e revogar os inconvenientes.

No Mandado de Segurança 29.542, os municípios de Fernando Falcão, Formosa da Ser-

M

ra Negra e Barra do Corda, todos do Maranhão,

Executivo depois de mais de cinco anos de sua

do caso Raposa Serra do Sol (Petição 3.388),

demarcação. Esse foi o entendimento, unâni-

o STF teria assentado a impossibilidade de am-

me, da 2ª Turma do Supremo Tribunal Federal

pliação das reservas indígenas já demarcadas.

esmo se houver erro administrati-

questionavam a decisão do Superior Tribunal de

vo, uma terra indígena não pode ter

Justiça, que manteve a validade do ato ministe-

seus limites ampliados pelo Poder

rial. Para os autores do recurso, no julgamento

ao anular a Portaria 3.508/2009 do Ministério

A relatora do processo no STF, ministra

da Justiça. A norma, contestada através de

Cármen Lúcia (foto), votou pelo provimento do

Mandado de Segurança por três municípios da

recurso. Ao rememorar o julgamento da Petição

região, ampliava em quase quatro vezes o terri-

3.388 e dos Embargos de Declaração opostos

tório de Porquinhos, do grupo indígena Canela-

contra a decisão da corte naquele caso, a rela-

-Apãniekra , no Maranhão.

tora frisou que os ministros vedaram à União a

46

Café Rural


ARTIGO

possibilidade de rever os atos de demarcação da área indígena Raposa Serra do Sol, ainda que no exercício de sua autotutela administrativa – dispositivo que permite à administração anular atos ilegais e contrários aos interesses públicos e revogar os inconvenientes. A autotutela deve ser exercida no prazo de cinco anos, conforme artigo 54 da Lei 9.784/1999. A ministra argumentou que não se pode admitir ampliação administrativa dos limites de reserva indígena demarcada e homologada há mais de 30 anos. De acordo com

Com esse argumento, e reconhecendo ter

a relatora, permitir essa pretensão debilitaria o

sido desrespeitada uma das condições estabele-

princípio da segurança jurídica.

cidas pela decisão na Petição 3.388, que veda a

Em seu parecer, a Procuradoria Geral da

ampliação de terras indígenas, a ministra votou

República pontuou que a questão em debate

pelo provimento do recurso para anular a portaria

no recurso é a possibilidade jurídica de amplia-

questionada.

ção de uma terra indígena que foi demarcada

Ao acompanhar o voto da relatora, o minis-

em 1979 – anterior à Constituição de 1988 – e

tro Gilmar Mendes ressaltou que a corte deixou

homologada em 1993. A área, originalmente

claro que não há impedimento para eventual ex-

com 79 mil hectares, passou para 301 mil. Ao

pansão que se fizer necessária, desde que respei-

se manifestar pela rejeição do recurso, a PGR

tado o rito próprio previsto na Constituição, que é

frisou entender que só é possível a revisão no

a expropriação.

caso de erro, que seria o caso dos autos. A ministra concluiu que o ato apontado

Fonte: Assessoria de Imprensa do STF.

como coautor (portaria do Ministério da Justiça) e a decisão recorrida (do STJ) se afastaram do que determinado pelo STF no julgamento da PET 3.388. “A mudança de enfoque atribuída à questão indígena a partir da promulgação da Constituição Federal de 1988, que marcou a evolução de perspectiva integracionista para a de preservação cultural do grupamento étnico, não é fundamentação idônea para amparar a revisão administrativa dos limites da terra indígena já demarcada, em especial quando já exaurido o prazo decadencial para a revisão dos atos administrativos”, afirmou.

Café Rural

47


ARTIGO

AGROPECUÁRIA SUSTENTÁVEL PARA ALIMENTAR O MUNDO Como aumentar a produção de alimentos para atender à demanda global é um dos grandes desafios do setor agropecuário nos últimos tempos

48

om a população global a ponto de estou-

C

Se o Brasil tem muitas áreas por onde a

rar para quase 10 bilhões de pessoas até

agricultura poderia se implantar, também exis-

2050 e o crescimento do poder de con-

tem vantagens de conter essa expansão. A

sumo no mundo, a produção de alimentos precisa

produção extensiva leva o cultivo para cada vez

necessariamente aumentar de forma dramática,

mais longe da base das operações e da infraes-

a uma taxa entre 70% e 100% em relação ao ce-

trutura de transporte e de processamento dos

nário atual. O Brasil já é um produtor-chave de ali-

alimentos, e requer mais equipamentos no cam-

mentos – figura entre os três primeiros na lista de

po para plantar e colher. A expansão em grande

produção de açúcar, milho, soja e carne – e, com

escala, nos habitats remanescentes do Cerrado

seus recursos e riquezas, o País deve aumentar

e Amazônia, pode ter impactos negativos nos

sua produção ainda mais para atender aos níveis

serviços. O desmatamento e a conversão de ha-

inéditos de demanda global. Mas, de onde virá

bitats, mesmo dentro dos limites estabelecidos

essa abundância para alimentar o mundo?

pelo Código Florestal, contribuem para as emis-

Café Rural



ARTIGO sões de carbono. Num mercado de commodities agropecuárias que começa a se preocupar cada vez mais com questões socioambientais, existe alguma alternativa à expansão da fronteira agrícola que permita atender à demanda mundial? Chegou a hora da inovação, de adotar práticas mais eficientes, de passar da produção extensiva para a chamada produção intensiva sustentável, de produzir mais em cada hectare já sendo lavrado, de direcionar a expansão de forma planejada para pastagens degradadas e torná-las produtivas novamente. É uma realidade próxima: na pecuária, o Sul do País vem aumentando sua produtividade e já conta com uma média de 1,3 cabeças por hectare. Casos de até 5 cabeças por hectare foram documentados no Pará. A chegada de novas tecnologias poderia resultar em aumentos muito expressivos de rendimento nesse setor, nas próximas décadas. Existem grandes oportunidades para intensificação nas áreas já abertas, de maneira sustentável e economicamente eficiente, sem precisar expandir para áreas nativas.

A ciência mostra que melhores práticas

e reconhecer e premiar casos de sucesso, para

e outras estratégias levam à melhor manejo e

que a intensificação sustentável seja uma op-

qualidade dos solos, precisão na aplicação de

ção viável e atrativa.

recursos e insumos agrícolas, maior integração

Ainda assim, a intensificação não resol-

de áreas naturais e resiliência ante os efeitos

ve tudo; é apenas um elemento de um pacote

de mudanças climáticas, todos fatores impor-

de medidas necessárias para uma agricultura

tantes para aumentar o rendimento. Mas só

sustentável. As necessidades de governança –

entender a ciência do setor agrícola não leva

uma gestão que considera todos os interesses

o produtor a mudar para práticas sustentáveis.

estratégicos – assim como melhorias no plane-

Cabe aos governos locais, às empresas priva-

jamento da ocupação do território, ainda não

das, às instituições de pesquisa e às associa-

entraram nas agendas de muitos municípios do

ções civis trabalharem juntos para facilitar o

País. É só com isso que a agricultura sustentá-

cumprimento e criar incentivos de execução do

vel fincará raízes em grande escala, e o Brasil se

Código, criar redes de apoio técnico e canais

tornará um líder e um modelo não só na produ-

de disseminação, espalhar inovações tecnoló-

ção de alimentos, mas também na sustentabili-

gicas, acelerar o acesso a recursos financeiros

dade da agropecuária.

Melissa Cooney, Gerente de Segurança Alimentar Sustentável para a Região da América Latina | Fonte: Monsanto em Campo

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Café Rural


AGROPECUARIA

GenĂŠtica a toda Prova !

Nelore - Angus - Red Angus


TURISMO RURAL

COISA DO INTERIOR Fotos: Carlos Brito

Q

uem não gostaria de passar, pelo menos um dia, numa fazenda, moendo cana, chupando laranja tirada

do pé, saboreando um pão feito em casa, um bolo de fubá com uma xícara de café de coador de pano?
De manhãzinha, ainda em cerração, beber leite tirado na hora, pescar num lago ou rio que corta a campina, ouvir os pássaros, as modas de viola?

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TURISMO RURAL

Essa é a proposta da revista Café Rural! Uma revista que, através de suas matérias, documenta a atividade agropecuária, mostra o agricultor, sua cultura, suas tradições, as paisagens do campo, os pratos típicos, o efeito da agricultura na economia da nossa região e as alternativas para lidar com os animais e as lavouras.

Uma publicação que traduz as inúmeras relações do homem do interior com o campo, de forma simples e agradável. Tanto para quem mora no campo, como para que vive na cidade. Mantendo o equilíbrio entre a prestação de serviço e o entretenimento.

Café Rural

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