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ATUALIZAÇÕES DO SINDAG

Congresso da AvAg Supera Expectativas e Sobe a Régua para 2022

Edição web do evento máximo da aviação agrícola brasileira teve mais de 4 mil participantes, com mais de 100 palestras e debates e 67 expositores na mostra virtual de tecnologias e serviços

O Congresso da Aviação Agrícola do Brasil teve este ano novamente uma edição virtual. Porém, desta vez cheia de novidades e que deve ter reflexos profundos na provável volta do encontro presencial no ano que vem – já marcada para a cidade de Sertãozinho, no interior paulista. A movimentação ocorreu de 20 a 22 de julho e o site do evento registrou cerca de 4 mil acessos únicos. Foram mais de 50 salas virtuais funcionando em três dias, com mais de 100 palestras e debates. Isso além da mostra de produtos nos 67 estandes na plataforma via web especialmente preparada para a programação.

O ambiente virtual criado para evento foi em uma ferramenta gamificada, simulando o espaço físico do Congresso. O que abrangeu palcos de apresentações, estandes e até a Cafeteria – onde os internautas podiam entrar em “mesas” de debates sobre temas diversos. Além da exposição de um avião, onde, ao clicar sobre a aeronave, o internauta acessava vídeos em 360 graus mostrando operações aeroagrícolas. Nas palavras do presidente do Sindicato Nacional das Empresas de Aviação Agrícola (Sindag), Thiago Magalhães Silva, “o evento superou expectativas e rompeu barreiras”.

“Pelo segundo ano consecutivo (devido à pandemia da Covd-19) tivemos o Congresso no meio digital. Porém, completamente reconfigurado e com a participação simultânea de palestrantes falando a partir de diversos pontos do País. Além dos Estados Unidos, Argentina, Uruguai e Brasil”, destacou Magalhães. Com tudo isso, o evento também agigantou as expectativas para Sertãozinho. Exatamente onde, em 2019, o evento havia tido seu maior público presencial da história.

“Com certeza, vamos ter uma mescla do presencial e do virtual. Mas ainda vamos estudar como isso será feito dentro da programação”, ressaltou o dirigente. Na prática, o que já se sabe é que, mesmo com 2022 sendo uma volta ao presencial, o Congresso AvAg já não tem mais fronteiras físicas.

PLATAFORMA: para acessar os espaços com asapresentações, debates e mostras do evento, osvisitantes navegaram por um ambiente gamificado

Datas, Debates Internacionais E Convite

No retrospecto da programação deste ano, Thiago Magalhães também lembrou os 30 anos do Sindag, festejados em 19 de julho – com um programa especial transmitido pela tevê e internet, no Canal Rural. Além do Centenário da aviação agrícola no mundo e seus 74 anos de Brasil, cujas datas foram comemoradas, respectivamente, nos dias 3 e 19 de agosto. O dirigente brasileiro ainda destacou a excelente participação dos presidentes, diretores e outras lideranças da Federação Argentina das Câmaras Agroaéreas (Fearca) e da Associação Nacional de Empresas Privadas Aeroagrícolas do Uruguai (Anepa).

Isso porque o evento deste ano abrangeu ainda o XXIX Congresso Mercosul e Latino-Americano de Aviação Agrícola, reunindo também as entidades coirmãs do Mercosul. Neste caso, segundo um revezamento anual entre as entidades – com o encontro de 2022 programado para ocorrer na Argentina.

Por aqui, o evento do ano que vem teve até convite oficial da Prefeitura de Sertãozinho, transmitido ao vivo no Congresso. Foi no fechamento da programação, quando o vice-prefeito da cidade paulista, Ricardo Almussa, e o secretário municipal de Desenvolvimento Econômico, Sebastião Henrique Rodrigues Gomes, deram oficialmente a largada para os preparativos e a contagem regressiva para 2022.

“Endossamos as palavras do Thiago (Magalhães) – sobre as grandes expectativas do presidente Sindag a respeito da volta do Congresso presencial em 2022. Então, gostaria de convidar a todos que venham ao nosso município para participar desse grande evento”, destacou Almussa. Torcendo pela provável volta da normalidade (fim da pandemia) até lá, ele ainda emendou: “Estamos muito contentes de novamente sediar o evento.”

FECHAMENTO: cerimônia de encerramento do Congresso AvAg tevepresença de autoridades, expositores do Brasil e exterior, patrocinadorese entusiastas

Crescimento Estimado Em 4% Para 2021

Entre as projeções de mercado mencionadas durante o Congresso da Aviação Agrícola, as estimativas do Sindag apontam para um crescimento de mais de 4% na frota aeroagrícola do Brasil. Com isso, o País deve terminar o ano com pelo menos 100 novos aviões, batendo as 2.450 aeronaves. Os números levam em conta uma sondagem feita pelo sindicato aeroagrícola entre as duas fabricantes norte-americanas que fornecem para o Brasil (Air Tractor e Thrush Aircraft) e o total de 37 aeronaves anunciadas em maio pela Embraer, no último balanço da comercialização feita este ano.

INCREMENTO: Frota aeroagrícola deve receber pelo menos 100 novas aeronaves este ano. Crédito: Marcelo China/Pachu Aviação

Assim, do total de novos aviões, em tono de 40% serão da fabricante brasileira (o modelo Ipanema 203, movido a etanol) e 60% de aviões turboélices das fabricantes norteamericanas – neste caso, aviões maiores e de maior rendimento. Além disso, as fabricantes já estão recebendo pedidos de aviões para 2022, já que a capacidade planejada de produção para este ano esgotou. Apesar do dólar alto, faltaram aviões no mercado. Mesmo com a fabricante Air Tractor tendo, pela primeira vez em sua história, atualizado sua tabela no meio do ano, devido à inflação norte-americana (antes, isso ocorria só no final do ano). Aliás, dólar que pesa mesmo sobe o Ipanema 203, que tem motor, hélice e vários outros componentes importados.

As próprias fabricantes Air Tractor e Embraer tiveram palestras bastante movimentadas nos três dias de Congresso AvAg e demonstraram que também não há falta de linhas de financiamento. No caso da norte-americana, pelo Export-Import Bank (EximBank) dos EUA, que funciona como uma agência governamental de fomento. Já para os aviões nacionais, o caminho continua sendo o Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES), também uma instituição pública – do governo brasileiro.

Para o presidente do Sindag, Thiago Magalhães Silva, há possibilidade das vendas terem um freio no ano que vem, já que 2022 será ano de eleições federais e estaduais. “Há uma tendência de alta do dólar”, lembra o dirigente. Porém, ele lembra ainda que o calor do mercado vai depender também do comportamento das commodities, que tiveram impulso durante a pandemia. Enquanto isso, o próprio presidente da Air Tractor, Jim Hirsch, deixou claro no final do Congresso AvAg que a empresa situada Olney, no Texas, segue mantendo foco importante no Brasil. “E deve continuar assim por muito tempo”.

Depois dos Estados Unidos, o País é o segundo principal destino dos 174 aviões que ela deve fabricar em 2021. Como tem sido há anos. Hirsch falou no enceramento do evento do Sindag como um de seus principais patrocinadores. O que também se repete há várias edições.

TECNOLOGIAS DEVEM CRESCER DOIS DÍGITOS

Já entre as tecnologias embarcadas, o crescimento médio deve ficar nos dois dígitos este ano, com alguns fornecedores – que já haviam festejado crescimento de 50% em 2020 – tendo fechado o primeiro semestre deste ano com 60% de incremento nos negócios, em relação aos seis primeiros meses de 2020. A explicação é simples: enquanto uma aeronave nova se soma à frota já existente, os equipamentos embarcados são adquiridos também para modernizar aviões e helicópteros que já estavam em operação.

“Isso se traduz desde equipamentos de pulverização e aplicação de sólidos até sistemas de navegação e automação das funções de aplicação. Incluindo ainda comportas para combate a incêndio em vegetação” exemplifica o diretor-executivo do Sindicato nacional das Empresas de Aviação Agrícola (Sindag), Gabriel Colle. E se reflete também nas empresas de peças e manutenção, que também tiveram estandes sempre cheios no Congresso AvAg. Caso da CSA – Centro de Serviços Aeronáuticos, de Goiânia, que também patrocinou a edição virtual do evento. A empresa é uma das principais fornecedoras independentes de manutenção, reparo e revisão para uma série de motores aeronáuticos no País.

A CSA estreou no Congresso AvAg em 2017, participando de todas as edições desde então e este ano esteve entre as duas principais patrocinadoras. “Foi um aprendizado muito bom”, destacou o diretor técnico da empresa, Geraldo Azevedo, sobre o sucesso da versão web do evento.

DEBATES DO MERCOSUL

“Hoje em dia, não é mais suficiente a eficiência e o compromisso com boas práticas (operacionais e ambientais). É necessário um certificado invisível de permissão, que vem da sociedade. Para conquistálo, é preciso aproximação com a comunidade junto à empresa. Ouvir as carências e ajudar, ser participativo, principalmente com as escolas. Mas com especial foco em crianças e idosos, que são os grupos mais socialmente vulneráveis.” A palestra do assessor jurídico da Federação Argentina das Câmaras Agroaéreas (Fearca), Gustavo Maron, deu o tom dos esforços das entidades aeroagrícolas do Mercosul em promover aproximação do setor com a sociedade.

A fala de Maron foi dentro da programação do XXIX Congresso Mercosul e Latino-Americano de Aviação Agrícola. Com o título Hacia um necessário pacto com la comunidad escolar, o dirigente argentino salientou que a importância da aproximação, a partir das comunidades junto a cada empresa aeroagrícola. Destacando o exemplo das escolas rurais, normalmente bastante carentes.

“O ataque que muitas vezes ocorre à atividade aeroagrícola é um efeito colateral de uma coisa muito boa e necessária: o despertar da consciência ambiental. Não é um ataque, é uma pergunta: ‘O que você está fazendo para melhorar o meio ambiente?’ Quando se responde isso à comunidade, e se mostra como, a dúvida cessa, é satisfeita.” Maron apresentou exemplos de ações em seu país de visitas de estudantes às empresas aeroagrícolas, para verem de perto como são as rotinas, a tecnologia e a regulação do setor. Além de visitas dos profissionais das empresas às escolas, para conversar com professores, pais e alunos.

O representante da Fearca também destacou o sucesso da versão em espanhol da Revista Flapinho. A publicação foi uma iniciativa do Sindag, lançada no Brasil (em parceria com a Air Tractor) para levar informações sobre o setor aos pequenos. O projeto foi cedido à Fearca e à Associação Nacional de Empresas Privadas Aeroagrícolas do Uruguai (Anepa), que multiplicaram a iniciativa.

APROXIMAÇÃO: Versão em espanhol da Revista Flapinho está servido para levar informaçõessobre ao setor ao público infantil da Argentina e Uruguai

REALIDADES

Durante o Congresso AvAg e Mercosul, as duas entidades aeroagrícolas brasileiras – o Sindag e o Instituto Brasileiro da Aviação Agrícola (Ibravag) – promoveram uma mesa-redonda com dirigentes da Fearca e da Anepa. O encontro teve empresários e dirigentes do setor dos três países. No caso do Uruguai, o presidente da Anepa, Júlio Placeres, falou sobre avanços na temática aeroagrícola em seu país. Ele citou conquistas como a equiparação dos preços de combustíveis para os operadores aeroagrícolas com os praticados para a aviação comercial Uruguaia (que tem 50% de desconto em tributos). Placeres também destacou o fato do setor aeroagrícola ter recentemente previsto a atividade de combate a incêndio em seu regulamento federal (no Brasil, isso é previsto desde 1969).

O programa de Boas Práticas Aeroagrícolas (BPA) argentino foi destaque na apresentação da Fearca. O diretor-executivo da entidade, Danilo Cravero, destacou a iniciativa de uma rede de benefícios para aumentar a integração com o público interno da entidade. Isso porque a Fearca não associa diretamente os empresários aeroagrícolas. Ela tem como membros seis entidades regionais do setor no país.

Os dirigentes da Fearca destacaram também o atual cenário negativo da economia de seu país, com uma inflação de 50% nos últimos 12 meses e um dólar a 12 pesos a unidade. “Posição do governo hoje em dia é complexa em relação agro. Não quer diálogo com o setor e não tem uma política clara”, resumiu Cravero.

NORMATIVA: Diretora do DAA do Ministério da Agricultura apresentou o texto preliminar da regulamentação dos drones no trato de lavouras

NOVIDADES SOBRE DRONES

O mercado de drones também esteve em destaque no Congresso AvAg deste ano. Foram cinco palestras que abordaram o tema, fora a inclusão em outros debates sobre tecnologia de aplicação. Além disso, o uso de aeronaves remotamente pilotadas (os chamadas ARPs) também foi o foco de um dos trabalhos vencedores do Congresso Científico da Aviação Agrícola (veja mais adiante) que também ocorreu na programação do Sindag. Porém o ponto alto do tema foi, provavelmente, no segundo dia do Congresso AvAg. No painel Os Drones e a Aviação Agrícola, a chefe da Divisão de Aviação Agrícola (DAA) do Ministério da Agricultura, Uéllen Lisoski Duarte Colatto, apresentou o texto da Instrução Normativa (IN) do órgão para regulamentas o uso das ARPs no trato de lavouras.

A preparação da norma começou em 2018 e, depois do documento passar pela etapa de consulta pública no final de 2020 e ter sido submetida ao crivo da Anac e do Ibama, sua versão final está sob análise da Consultoria Jurídica (Conjur) do Mapa. Sobre quando sai a publicação, Uéllen não arrisca data. “Gostaríamos de resolver tudo até setembro, mas também já queríamos ter publicada essa IN antes. Por isso, é difícil cravar o prazo”, comentou. Sobre o texto, a norma prevê a exigência, em cada operação, de um piloto de drone com curso de aplicador aéreo e de um auxiliar de pista. No caso do piloto, ele precisa ter curso de aplicador aéreo com veículo não tripulado, que seja homologado pelo Mapa.

“O curso é de aplicação aérea, e não de piloto de drones. As regras especificamente para o aparelho são as da Anac”, destacou Uéllen. Além disso, cada empresa prestadora de serviços aéreos com drones também vai ter que contar com engenheiro agrônomo ou florestal como responsável. O operador remoto também terá que enviar relatórios operacionais pelo Sistema Integrado de Produtos e Estabelecimentos Agropecuários (Sipeagro) do Mapa, além de sinalizar a área de operação da equipe na lavoura, observar distâncias mínimas de pontos ambientalmente sensíveis e outras obrigações.

Para o presidente Thiago Magalhães, apesar da espera, a norma apresentada atende as demandas do setor, garantindo segurança para as pessoas, sem ser burocrática e travada. No caso do Sipeagro, os relatórios dos drones irão pela mesma plataforma digital colocada em funcionamento em junho – quando, enfim, o Ministério digitalizou o envio dos relatórios operacionais da aviação agrícola.

CERTIFICAÇÃO: Parceria deve gerar pesquisas sobre o setor e validar aspecto da gestão e sustentabilidade dasempresas

BIOLÓGICOS

Os avanços do uso de produtos biológicos nas lavouras também estiveram na pauta do evento via web. O principal debate sobre o tema foi mediado pela assessora técnica de Boas práticas e Aplicação do Sindag, Andrea Brondani da Rocha e envolveu o professor Aloisio Coelho Júnior, da Escola Superior de Agricultura Luiz de Queiroz (Esalq) da Universidade de São Paulo (Usp), além do gerente de Assuntos Regulatórios do Sindicato Nacional da Indústria de Produtos para Defesa Vegetal (Sindiveg), Fábio Kagi.

Coelho Júnior destacou que o controle biológico não é uma técnica fácil, embora esteja avançando bastante. “Além disso, os agricultores normalmente acham que seria isoladamente uma solução, e não dentro de um conceito de manejo integrado de pragas (MIP).” Ele lembrou que a área atualmente tratada com produtos biológicos no Brasil é de 10 milhões de hectares. O Brasil tem 70 biofábricas em operação, com uma receita anual de R$ 1,8 milhão. Para completar, o País tem um aumento anual entre 10 e 15% na utilização de biológicos em suas lavouras, o que é acima da média mundial.

Já Kagi ressaltou que o paradigma ainda é de que o químico funciona e que o biológico é ideal em algumas situações. “Mas tanto os produtos estão melhorando como os resultados corroboram essa mudança.” Mas a relação entre químicos e biológicos “não é de ‘ou’, mas de ‘e’”, resumiu, reforçando que a indústria também entende como estratégico o manejo integrado de pragas.

SETOR DEVE GANHAR NOVO SELO DE QUALIDADE

Uma das grandes novidades anunciadas no Congresso AvAg, com desdobramentos para os próximos meses, é o programa Boas Práticas Aeroagrícolas (BPA). Trata-se de uma parceria alinhavada entre o Instituto Brasileiro da Aviação Agrícola (Ibravag) e o Serviço Brasileiro de Apoio às Micro e Pequenas Empresa (Sebrae), que deve resultar em um novo selo de qualidade para a aviação agrícola. O BPA deverá atuar principalmente na gestão das empresas aeroagrícolas, melhorando processos administrativos, aprimorando a eficiência e a segurança em campo, além da busca de novas tecnologias. Tudo para garantindo a boa saúde financeira das aeroagrícolas.

O projeto foi anunciado ainda na véspera do Congresso, no evento transmitido pelo Canal Rural, marcando também as comemorações dos 30 anos do Sindag, completados no dia 19. A parceria Ibravag/ Sebrae tem ainda o apoio do sindicato aeroagrícola e prevê diversas ações em um cronograma de 36 meses. O objetivo é abranger pelo menos 80 micros e pequenas empresas de aviação agrícola. Porém, contabilizando o pessoal, isso dá cerca de 5,5 mil profissionais, desde gestores e pessoal administrativo até pilotos, técnicos, agrônomos mecânicos e ajudantes de pista.

Entre as metas, estão a melhoria de competitividade das empresas. Melhorias em seus processos e a elaboração de o Manual de Boas Práticas – que servirá de guia para a certificação de conformidade. Além disso, o BPA prevê uma pesquisa ampla sobre a situação da aviação agrícola no Brasil – principais culturas atendidas pelo setor, com eventos nas cinco regiões do país para apresentar os resultados dessas pesquisas. Isso além da elaboração de um boletim econômico mensal do setor, rodadas de negócios para aproximação com potenciais novos clientes e uma plataforma de aproximação para fornecedores. Incluindo ainda o mapeamento de novas tecnologias, diagnósticos sobre inovação e missões empresariais.

Conforme o presidente do Ibravag, Júlio Kämpf, a parceria terá as ações nas empresas voltadas para nove temas: Gestão Empresarial, Governança, Foco no Cliente, Pessoas, Processos, Tecnologia de Aplicação, Sustentabilidade, Segurança Operacional e Novas Tecnologias e Inovação. “O que quer dizer ações de dentro para fora, passando ainda pela elaboração do planejamento estratégico das empresas a até pela adesão dos participantes ao Pacto Global da ONU.”

APRESENTAÇÃO: Candidatos puderam defender seus trabalhos científicos no segundo dia de Congresso AvAg, à espera do resultado no dia seguinte

CAS

Júlio Kämpf ressalta que a entrada no mercado brasileiro da nova certificação Ibravag/Sebrae não concorrerá com o programa Certificação Aeroagrícola Sustentável CAS), que existe desse 2013 e é gerenciado pela Fundação de Estudos e Pesquisas Agrícolas e Florestais (Fepaf). O CAS é coordenado por três universidade públicasؘ: as Federais de Lavras e Uberlândia (UFLA e UFU), em Minas Gerais e a Estadual Paulista Julio de Mesquita Filho (Unesp) de Botucatu e, além disso, desde seu nascimento tem o apoio do Sindag

“O BPA deve focar mais na parte de gestão, enquanto o CAS segue concentrado nas boas práticas em campo”, resume Kämpf, lembrando que o Ibravag também apoia o selo mais antigo. Até porque o processo de certificação coordenado pelas universidades pode ser solicitado tanto por empresas quanto por operadores privados (produtores rurais que têm seus próprios aviões e que também são público do Instituto). O CAS abrange um curso de boas práticas em aplicação aéreas e depois de realizado e implantado na empresa ou fazenda, passa por uma auditoria de boas práticas em campo.

INCENTIVO A PESQUISAS SOBRE O SETOR

O encerramento do Congresso AvAg 2021 foi marcado ainda pelo anúncio do resultado do Congresso Científico da Aviação Agrícola. A disputa entre as pesquisas acadêmicas e técnicas teve a participação de oito trabalhos, que haviam sido enviados até o final de junho. Eles foram analisados pelo Comitê Científico, formado por doutores e especialistas no setor, além dos presidentes o Sindag e do Ibravag. Os concorrentes também puderam defender seus trabalhos em apresentações no segundo dia do Congresso AvAg, diante de internautas (do Brasil e do exterior) acompanhando em tempo real as explanações.

O Comitê foi presidido pelo professor Maurício Paulo Batistella Pasini, doutor em Agronomia, de Cruz Alta/RS. Mas o anúncio da premiação coube aos outros membros acadêmicos do grupo. Assim, o professor João Carlos Deschamps, anunciou o prêmio de Menção Honrosa por Inovação, que coube ao trabalho Aviação Agrícola – uma Perspectiva Ambiental & Econômica. Pesquisa que teve como autores Matheus Vinicius Souza Guerra de Almeida, acadêmico de Ciências Econômicas da Universidade Federal da Bahia, e Ihering Guedes Alcoforado – professor na instituição e seu orientador na pesquisa.

Já o professor José Carlos Christofoletti revelou os ganhadores do terceiro e segundo lugares (com prêmios, respectivamente, de R$ 1 mil e R$ 2 mil). Com o terceiro ficando com a pesquisa Aviação Agrícola – Tecnolgia de aplicação aérea no controle da ferrugem asiática da soja, do engenheiro agrônomo Gustavo Peroba de Andrade, de Pelotas/ RS. Cabendo o segundo lugar ao trabalho do professor João Paulo Cunha, da Universidade Federal de Uberlândia: Deposição de calda aplicada com aeronave remotamente pilotada na cultura da soja.

O agrônomo e consultor do Sindag Eduardo Cordeiro de Araújo foi quem anunciou o grande vencedor. Neste caso, o trabalho Avaliação da deriva comparando o sistema eletrostático com bicos hidráulicos de pontas cônicas, do professor Alfran Tellechea Martini, da Universidade Federal de Santa Maria. “Trata-se de um equipamento (sistema eletrostático) ainda pouco conhecido e trabalhado na aviação agrícola. Daí a importância dessa pesquisa”, arrematou Araújo.

MUDANÇA DE CULTURA

Segundo o diretor-executivo do Sindag, Gabriel Colle, o número de trabalhos participando da promoção foi considerado muito bom. “Especialmente se considerarmos a pouca cultura de pesquisa no setor, cenário que estamos justamente trabalhando para mudar”, completou. Já o coordenador do Congresso Científico destacou a proposta de aproximação do setor aeroagrícolas com a sociedade. “Queremos trazer trabalhos que possam modificar tanto a realidade em campo, com o aprimoramento técnico, além de proporcionar o entendimento das pessoas sobre a aviação agrícola”, ressaltou Maurício Pasini.

O Congresso Científico teve sua primeira edição em 2019, durante o Congresso da Aviação Agrícola do Brasil em Sertãozinho, no interior paulista. Na época, o objetivo foi identificar a produção acadêmica sobre o setor aeroagrícola e os principais gargalos para aprimorar o trabalho em campo e para derrubar mitos. A partir daí, veio o plano para o fomento de pesquisas para aumentar eficiência e segurança ambiental. Mas com foco também na aplicação prática imediata do conhecimento gerado.

Aponte a câmera do celular para a imagem e assista ovídeo da cerimônia de encerramento do Congresso AvAg

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