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Papo de Cabine | Bill Lavender
PAPO DE CABINE
Bill Lavender bill@agairupdate.com
Sabendo a Hora Certa
Esta é a última edição de AgAir Update em português de 2022. No geral, o ano foi bom para a aviação agrícola no mundo todo. Melhor em alguns lugares do que em outros, mas isso faz parte do jogo.
Enquanto 2022 vai terminando e todo mundo se prepara para 2023, desejo a todos um Feliz Natal e um Bom Ano Novo. Para alguns, foi um ano de fartura. Para outros, nem tanto. Quanto aos menos afortunados, devemos nos lembrar deles na época de festas vindoura, especialmente naqueles que já se foram antes de nós para aquela pista no paraíso.
Muitos de nós ao norte do equador temos uma decisão muito importante a tomar neste inverno, e para os que estão ao sul dele, mais tarde no ano. À medida que os pilotos desta aviação vão envelhecendo e atingindo o momento desta decisão, precisamos nos dar conta que todos nós somos apenas humanos, com limitações mentais e físicas. Me refiro a pendurar o capacete permanentemente.
Para a maioria, quando este ponto na carreira de piloto agrícola for atingido, será uma escolha difícil, parar de voar agrícola. Simplesmente não há outra experiência mais gratificante do que voar agrícola para quem decidiu fazê-lo. O truque é reconhecer quando “a hora” chegou.
Alguns irão passar a voar agrícola apenas ocasionalmente. Essa seria uma decisão ruim. Um piloto não tem como desempenhar bem se baseando apenas nos seus anos de experiência passados. A inatividade é uma receita para o desastre. Conheci mais de um piloto agrícola que tentou parar de voar agrícola aos poucos, só para descobrir que isso não funciona.
Não quero parecer ser puro pessimismo para o piloto agrícola perto da aposentadoria. Alguns de nós irão voar até seu encontro com o Criador. Outros irão reconhecer quando a hora de pendurar o velho capacete chegar e passarão a curtir a próxima etapa da vida.
Os pilotos jovens podem pensar que esta decisão está muito longe no futuro. Mas eles se espantarão com a rapidez com que os anos passam. E se eles não começarem a se preparar hoje, quando a hora chegar será uma experiência amarga.
Termino este editorial com uma sugestão. Reconheça onde você está hoje e onde você gostaria de estar amanhã. Planeje para isso. Aceite isso, pois o futuro é inevitável.
Até o mês que vem,
Keep Turning…
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Vista aérea da sede e base operacional da Foliar Aviação Agrícola.
Bem Sucedidos no Tocantins
Por Bill Lavender
Para esta viagem em particular no Brasil, visitei o estado do Tocantins pela primeira vez. O Tocantins fica situado na região norte subtropical do Brasil. É o estado mais novo dos 26 estados brasileiros. Na verdade, mais de 35 anos atrás, o Tocantins era parte do estado de Goiás. Entrei no estado por linha aérea, chegando na capital Palmas. De lá, Gina Hickmann, minha representante brasileira, e eu viajamos de carro por 200 quilômetros para o oeste, para a cidade da Lagoa da Confusão, onde visitei duas empresas aeroagrícolas de sucesso.
Este artigo apresenta a Foliar Aviação Agrícola, de propriedade dos irmãos e pilotos Cristiano e Eduardo Juliani.
Márdioli Copetti de Moura Juliani exibindo o logotipo da Foliar Aviação Agrícola no winglet de um Ipanema da empresa.
A esposa de Eduardo Juliani, Márdioli Copetti de Moura, advogada, atua nas questões jurídicas da empresa. E a irmã dos sócios, Jacqueline de Fátima Juliani, cuida das tarefas administrativas da empresa.
A aviação sempre esteve presente na vida dos irmãos, pois o pai, Alberi Domingos Juliani, era piloto agrícola em Itaqui, no Rio Grande do Sul. Cristiano e Eduardo trabalharam como técnicos para ele na juventude, e aprenderam a voar com ele. Cristiano recebeu sua licença de piloto em 1999. Eduardo recebeu sua licença de piloto em 2000.
Em 2004, os irmãos decidiram buscar novas oportunidades, escolhendo outra região do país para trabalhar. Eles foram para Querência, Mato Grosso, e formaram a Foliar Aviação Agrícola para ser uma empresa de aplicação aérea, voando lá por quatro anos, inicialmente operando um Ipanema EMB-201A. Eles também voaram na região da Lagoa da Confusão nas entressafras do Mato Grosso. Eduardo já tinha morado e voado em ambos os estados.
Com a ampliação das áreas de plantio e com a oferta de trabalho e potencial de melhores condições para voar agrícola, em 2008 eles mudaram a sede da empresa Foliar Aviação Agrícola para a região da Lagoa da Confusão, estado do Tocantins, fazendo ali sua base de operação principal. Durante os primeiros anos de atividade da empresa dois Cessna Ag-Trucks foram acrescentados à frota. E, a cada ano (safra), a Foliar adquiria mais uma aeronave modelo Ipanema, até que a frota da empresa chegou a oito Ipanemas. ➤
Jaqueline de Fatima Juliani em sua mesa no escritório da Foliar Aviação Agrícola na Lagoa da Confusão.
Uma visão geral do escritório, hangar e equipamento da Foliar Aviação Agrícola na Lagoa da Confusão.
(E-D) Os proprietários da Foliar, Cristiano e Eduardo Juliani, na base de operações principal da Foliar Aviação Agrícola na Lagoa da Confusão. Em 2013, a Foliar comprou seu primeiro turboélice Thrush com motor PWC PT6A-34AG e não parou por aí. Atualmente, a Foliar apresenta uma frota composta por três aeronaves turboélice Thrush com motor PT6A34AG e dois Thrush com motor GE (estando apenas um deles em operação), além de um EMB-201A, cinco EMB-202A e um Grumman Ag-Cat G-194A de 1974, em voo e totalmente funcional, tão bem cuidado que poderia estar exposto em um museu.
Estes aviões operam a partir de uma pista recentemente estendida de 1.200 para 1.600 metros e que leva o nome do pai dos sócios. A empresa tem em seus quadros 10 pilotos agrícolas, para os 11 aviões, os quais também operam em mais de 70 pistas próximas das áreas da região em que prestam sua atividade aeroagrícola. Embora tanto Cristiano como Eduardo tenham voado agrícola por mais de 15 anos, hoje eles se ocupam gerenciando a Foliar. A empresa tem forte atuação familiar.
A Foliar é uma grande empresa de aviação agrícola, com 12 aviões incluindo o primeiro Thrush P2 a ser entregue no Brasil. Mas as coisas nem sempre foram assim, entretanto; o êxito veio com muito trabalho e persistência.
As aeronaves Thrush são equipadas com bicos CP da Transland, mas na temporada seca do "verão" do Tocantins, o Sistema de Pulverização Eletrostático (SPE) da Travicar é usado. A época das chuvas na região é chamada de “inverno”, sendo que há pouca diferença de temperatura entre elas. A operação aeroagrícola ocorre o ano inteiro. A Foliar também usa os bicos hidráulicos da Travicar, principalmente para aplicações no arroz. Para aplicações na soja, são usados os atomizadores rotativos da Travicar.
Durante a safra, a Foliar dedica metade de sua frota à aplicação de sólidos e metade à aplicação de líquidos. Os aviões voam entre 400 a 600 horas cada um por ano, aproximadamente. Aplicações de sólidos no arroz são cerca de 25% das aplicações, aplicando uréia 44% a 50-60 kg/ha ou um fertilizante misto 30-0-30 a 100 kg/ha, em três ou quatro aplicações. ➤
O avião Ag-Cat.Grumman G-164A ano 1974 da Foliar Aviação Agrícola com qualidade de museu. Totalmente aeronavegável e funcional.
Um dos aviões da Frota Thrush da Foliar Aviação Agrícola – Modelo PT6E GE
O trabalho no arroz começa em novembro e termina no final de março ou início de abril. Tem-se que 80% do trabalho da Foliar na região é na cultura do arroz. Das aplicações totais, 25% são de sólidos e 75% de líquidos. E as aplicações na soja, feijão e no milho perfazem os restantes 20% dos serviços de pulverização, e ocorrem de abril a outubro. Isto faz a operação da Foliar ocorrer durante o ano inteiro. A Foliar Aviação Agrícola é mais uma história de sucesso na aviação agrícola brasileira. Dezoito anos atrás, dois irmãos, Cristiano e Eduardo, e a esposa deste, lapidaram uma empresa em uma nova e quase remota região agrícola do Brasil, e passo a passo, se expandiram de um Ipanema para uma frota total de 12 aviões agrícolas entre aeronaves de modelo Ipanema e Thrush, e mais, com uma visão aberta e de futuro ao comprar o primeiro Thrush P2 a operar no Brasil.