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Indo até as Aves para Prevenir Colisões Perigosas

O Air Tractor 802 que foi usado para os testes com os LEDs.

Promissoras pesquisas sugerem que luzes ultravioletas montadas em aviões e helicópteros afugentam aves das aeronaves... e do perigo.

Por Jim Tise, FAA

A FAA está pesquisando uma nova e potencialmente revolucionária tecnologia que reduz significativamente as chances de aves colidirem com aeronaves da aviação geral.

Esta tecnologia inverte a abordagem usual de se tratar o risco de colisões com aves, a qual consiste em como os pilotos podem evitá-las ou manobrar para se afastar das aves. A nova forma – se os resultados da pesquisa continuarem sendo positivos – dá às aves o aviso de que elas precisam sair da trajetória dos aviões e helicópteros que vem em sua direção.

O risco das colisões com aves tem estado presente na comunidade aeronáutica desde que os humanos se juntaram aos seus amigos com penas no voo. O número de colisões reportadas nos Estados Unidos cresceu em 144% de 2000 a 2017.

De 1988 a 2018, colisões com animais mataram mais de 280 pessoas e destruíram mais de 260 aeronaves em todo o mundo. O custo anual de colisões com animais está estimado entre US$ 150 e US$ 500 milhões nos Estados Unidos e no resto do mundo.

O exemplo mais famoso de uma perigosa colisão com aves foi o “Milagre no rio Hudson” de 2009, no qual um jato da US Airways foi forçado a pousar no rio Hudson após ambos os motores do avião terem ingerido aves e entrado em pane.

Rodney Shelley e seu Air Tractor 802.

“No futuro, colisões com aves irão definitivamente aumentar, porque teremos mais aeronaves nos céus”, disse Dan Dellmyer, um engenheiro da Divisão de Software e Sistemas da FAA. Ele observou que os Estados Unidos estão vendo mais aeronaves de asas rotativas e drones no ar, com o número de aeronaves elétricas de pouso e decolagem verticais também com crescimento esperado. As populações de aves de grande porte – como águias e gansos canadenses – estão aumentando, e os atuais motores mais silenciosos tornam mais difícil para as aves ouvir a aproximação dos aviões. Outro fator ainda é que aeroportos muitas vezes estão localizados próximos a locais que atraem aves, como aterros sanitários, pântanos e corpos d’água.

Quando a FAA começou a fazer pesquisas para evitar colisões com aves em 2015, ela considerou duas questões:

1. É possível colocar um sistema de de radar na cabine que auxilie pilotos a evitar aves e/ou

2. É possível identificar um sistema que impeça as aves de se aproximarem de nós? Os testes revelaram que um radar para evitar aves, na forma de uma antena montada na aeronave seria caro, grande e difícil de instalar. Também ocorreram problemas com o software, com um excesso de alarmes falsos.

Uma segunda abordagem, disse Dellmyer, atendeu a questão “Podemos avisar melhor as aves?” Depois de extensas pesquisas, a FAA acredita que a resposta é “Sim”.

Aves tem sensibilidade a cores tetracromática, o que significa que elas podem ver as cores vermelho, verde, azul e ultravioleta. A pesquisa de Dellmyer no Centro Técnico William J. Hughes da FAA experimentou trocar as luzes de pouso encontradas no trem de pouso da maioria dos aviões da aviação geral por luzes de LED ultravioleta pulsante que as aves podem ver.

Rodney Shelley — proprietário e piloto da empresa aeroagrícola Whirlwind Aviation, de Fisher, Arkansas — sabe tudo de aves. Um ganso uma vez atravessou a janela da cabine de um de seus aviões, atingindo seu irmão no rosto. Seu irmão ficou bem e pousou o avião em segurança, porém este teve sérios danos. “Lidamos com patos e gansos na base do minuto-a-minuto”, ele disse. “É simplesmente todo dia, todo dia, todo dia”.

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