Boletim da Indústria Gráfica (BIG) - Edição 117 - 1960

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BDA Ü M M H INDÚSTRIA GRÁFICA

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ANO XI - JUNHO DE 1960 - N.° 117


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nos contratos coletivos de trabalho. Há quem os julgue “bichos de sete cabeças”. Mas a coisa não é assim. Recentemente, tivemos o contrato celebrado pela Cia. Melhoramentos — setor de fabricação de papel, em Caieiras — e seus operários. Tratava-se, evi­ dentemente, de um caso “sui generis”, que a Melhoramentos, dentro dos sadios princípios que regem suas relações com os empregados, resolveu. Há a considerar-se, aí, a peculiaridade de Caieiras ser pràticamente, a Cia. Melhoramentos. A Companhia fornece tudo ou quase, inclusive habitação. Há ali, ainda, o regime paternalista desaparecido nos grandes centros. Atrás dêsses contratos, o que haverá ? Qual a mola que impulsiona êsses novos movimentos operários ? Queremos crer que existe um movimento organizado, buscando retirar a iniciativa da mão dos extremistas, que dominam os sindicatos obreiros, e trans­ ferir o comando para outro setor. A presença de um Bispo nessas ocasiões — lembra-se da Perus ? — dá o que pensar. A ida dêsse mesmo prelado à Confe­ rência Internacional do Trabalho, como membro integrante da representação do Brasil, leva-nos a pensar que o mesmo conta com o apôio e o beneplácito de seus superiores. Até aí, nada de mais. Muito justo e muito digno, até Para conseguir o controle do movimento operário nacional será necessário mais que a presença pura e simples de um Bispo. Será necessário um programa. Êsse programa, por fôrça, conterá promessas e planos de ação para obtenção de regalias que beneficiem o operário. Já não falamos de direitos, mas de regalias. Teremos, em breve, a luta entre a “Rerum Novarum” e “O Capital”. Igreja versus comunismo. Cada qual querendo suplantar o adversário, já agora no campo prático. Evidentemente que os atuais líderes não quererão perder sua posição. Para se manterem, aumentarão o tom e o nível das reivindicações com que acenam aos operários. Os candidatos ao comando, por seu lado, terão que formular planos e pro­ messas que superem os dos antagonistas. E a indústria, a lavoura, o comércio — qual a sua posição nesse embate ? — As classes produtoras ficarão na “terra de ninguém”, atacadas de ambos os lados. Esta é a hora de se prestigiarem os órgãos de classe. Havendo coesão e unidade de pontos de vista, será fácil suplantar o perigo que começa a ser vislumbrado. O Sindicato está atento. Tanto quanto possível, coopere com êle. l-H ala -se , agora ,

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ATIVIDADES DA SUMOC “Desenvolvimento & Conjuntura” tem estudado as funções e atribui­ ções de diversos órgãos da administração federal, que, muito de perto, dizem respeito ao setor econômico do País. Em seu número de abril último, essa revista da Confederação Nacional da Indústria faz uma apreciação bem esclarecedora das Atividades da SUMOC.

1. Política Monetária e Desenvol­ vimento Econômico À política monetária são atribuí­ das duas grandes funções no pro­ cesso econômico; a) a de promover a estabilidade, de maneira a que se restrinja a um mínimo de influên­ cia das oscilações no valor da moeda nas decisões dos agentes econômi­ cos; e b) a de estimular a mobização dos fatores de produção ociosos, de maneira a obter-se um crescimento permanente da renda real, sem distorções que resultem no favorecer uns em detrimento de outros. Qualquer das duas funções exige amplas qualificações para terem validade, além de que, a rigor, só ganham consistência quando ana­ lisados à luz de uma dada estrutura econômica, e em determinada qua­ dra de evolução de qualquer pro­ cesso econômico. Para se ter idéia da importância de tais exigências, basta dizer que o conceito de estabilidade, puro e simples, em economias de baixo nível de renda per capita, pode determinar a manutenção c^o status, e com êle a fossilização econômico-social da coletividade. Por outro lado, o estímulo monetário à plena utilização dos fatores de produção pode gerar o perigo infla­ Junho de 1960

cionário, sempre que se esboçar escassez dêsses fatores, ou mesmo perda de produtividade pelas opor­ tunidades de lucros fáceis que apre­ sentam as demandas globais monetàriamente estimuladas. Numa economia madura, com pletora de fatores de produção e com capacidade de geração de pou­ panças acima das oportunidades de investimento, a política monetária é agente efetivo de mobilização eco­ nômica. Numa economia subde­ senvolvida, com relativa escassez de fatores, com insuficiência de pou­ panças e maior dinamismo na de­ manda global do que na oferta de bens, a política monetária ganha, sobretudo, o aspecto de agente au­ xiliar dos programas básicos de fo­ mento, quer procurando compor os fluxos monetários em consonância com os objetivos maiores da polí­ tica econômica, quer disciplinando a distribuição dos meios de paga­ mento de maneira a evitar impulsos artificiais da demanda global. Condiciona-se, pois, a política monetária à estrutura econômica e à fase de evolução que vive essa estrutura. Sem essa vinculação, transforma-se em elemento não qualificado, de ação e influências indefinidas e instáveis, porisso mesmo quase sempre perniciosas. 911


Para o caso brasileiro, por exem­ plo, só se pode conceber uma polí­ tica monetária como agente da política global de fomento da ren­ da. Perseguir ou não a estabili­ dade, objetivar ou não a crescente mobilização de fatores, são objeti­ vos que procurará alcançar em con­ sonância com o que determinar a política global de investimentos, comandada, necessàriamente, pelo poder público, e com vistas a arran­ car o país do estágio condicionante da baixa renda média per capita. 2. A Política Monetária no Brasil A execução da política mone­ tária no Brasil é um verdadeiro labirinto. Logo de início, registre-se o di­ vórcio entre a política monetária e a política financeira, esta com­ preendendo a política fiscal e a orçamentária (despesa pública, no caso). Não só o sistema tributário brasileiro padece de inorganicidade e de falta de sentido econômico, como a administração orçamentária, mesmo a federal, em nada se com­ põe com a política de crédito. Além dessa aberração, grave em demasia pelas perturbações que gera, ocorre, ainda, verdadeira atomização na execução da política monetária, na qual interferem di­ versos órgãos oficiais, dos quais se destacam, porém, a sumoc , a Caixa de Mobilização Bancária e a Car­ teira de Redescontos, cada um dêles com uma função específica, a ser coordenada com os demais, mas, na verdade, operando algo indepen­ dentemente e sobretudo sem ne­ nhuma orientação de conjunto. Dos três órgãos citados, o mais importante é a Superintendência da Moeda e do Crédito — a sumoc 912

— que, pràticamente, se divide em dois escalões: o Conselho de Su­ perintendência e a estrutura admi­ nistrativa da entidade. O Conselho é composto de titu­ lares de grandes órgãos de política econômica, sob a presidência do ministro da Fazenda. São êles: o diretor Executivo da parte admi­ nistrativa da própria sumoc , o dire­ tor da Carteira de Redescontos, o Diretor da Carteira de Câmbio, o diretor da cacex , o presidente do bnde , tendo ainda assento os dire­ tores da Carteira de Crédito Agrí­ cola e Industrial e de Crédito Geral do Banco do Brasil. A parte administrativa da sumoc , compreende quatro Departamentos técnicos, além de uma Inspetoria Geral de Bancos e de um Departa­ mento Administrativo. Os quatro Departamentos técnicos são os se­ guintes: I) de Moeda e Crédito; II) de Balanço de Pagamentos; III) de Registro de Investimentos e Fi­ nanciamentos Estrangeiros; e IV) de Assuntos Internacionais. O Conselho tem, a rigor, como incumbência, traçar os rumos da política monetária, para o que de­ veria contar, além do depoimento, dos conhecimentos e da experiên­ cia dos seus membros, titulares que são de órgãos executores dessa polí­ tica e de órgão cuja esfera de ação em muito diz respeito à política monetária, com informações técni­ cas satisfatórias, originárias da parte administrativa da própria sum oc . A essa parte administrativa com­ petiría instruir o Conselho e apre­ sentar os elementos básicos para a formulação de uma política mo­ netária global, dentro das diretrizes econômicas básicas do Govêrno. Mas, a rigor, o que se tem visto é que nem o Conselho traça tal Boletim da Ind. Gráfica


política, restringindo-se a medidas parciais ou episódicas, nem a parte administrativa o municia conve­ nientemente, restringindo-se a le­ vantamentos que, se bem que im­ portantes, já se mostram cansados e algo desajustados tanto em rela­ ção à evolução técnica, quanto às exigências quer do traçado global de uma política monetária, quer da plena informação sôbre os fenôme­ nos que ocorrem nos próprios seto­ res em que pesquisam. 3. O que vem sendo feito Abandonando, para efeito de análise, a ação do Conselho, que só poderia ser plenamente útil se resultasse de uma visão global, orgânica e ordenada do processo econômico, à luz de seguro do­ cumentário analítico e informativo e tendo em vista as diretivas maio­ res da política econômica global, vejamos o que vem sendo feito pela parte administrativa da sum oc . O Departamento de Moeda e Crédito exercita, regularmente, o levantamento dos fluxos de renda monetária que se processam atra­ vés do setor bancário da economia. É um esquema interessante, que separa o movimento realizado pelo conjunto de órgãos bancários de caráter oficial (Autoridades Mone­ tárias), do movimento realizado pelos bancos privados. Identificam-se, dessa forma, tam­ bém regularmente, as modificações ocorridas no volume dos meios de pagamento, as causas que originam tais modificações e os agentes mone­ tários através dos quais elas se pro­ cessam. O mesmo Departamento procede ainda, regularmente, a um levan­ Junho de 1960

tamento da execução orçamentária da União. O Departamento de Balanço de Pagamentos encarrega-se do levan­ tamento regular do balanço de pagamentos do país.. É um depar­ tamento de registro, apenas. A Divisão de Registro de Inves­ timentos e Financiamentos Estran­ geiros faz exatamente o que a sua titulação indica, enquanto a Divi­ são de Assuntos Internacionais pro­ cura acompanhar alguns aspectos das relações econômicas externas do país. As atribuições e a finalidade desta última Divisão não estão ainda bem definidas. A Inspetoria de Bancos é um órgão de caráter contábil e tenta fiscalizar a escrita dos organismos bancários, exceto dos bancos ofi­ ciais, procurando saber de sua si­ tuação patrimonial e financeira. Para bem se apreciar o que vem fazendo a sumoc , é mister ter pre­ sente as atribuições que lhe foram cometidas por Lei. São várias e algo confusas tais atribuições, o que se explica por surgirem de legislação multiforme, ao longo do tempo. Algumas de suas atribuições são meramente de caráter burocrático, outras de fisca­ lização processual e outras de cará­ ter de política econômica. Vejamos as últimas, as que se contam para os objetivos que se têm em vista no presente artigo:

a) exercer o controle do mercado mo­ netário e preparar a organização do Banco Central; b) delimitar, quando julgar necessário, as taxas de juros; c) fixar, mensalmente, as taxas de re­ desconto das cédulas de crédito ru­ ral e das promissórias rurais; d) orientar a fiscalização dos bancos; 913


e) fixar os limites mínimos de capital para as diversas categorias e áreas de operações de estabelecimentos bancários; f) orientar a política de câmbio, ope­ rações de câmbio e operações bancá­ rias em geral; g) reduzir ou suprimir a percentagem de 30% sôbre cambiais, fixadas pelo art. do Dec. Lei 1201, de 8/4/1939; h) fixar, com a observância das dispo­ sições do Dec. 42.820, de 16/12/1957, os padrões executivos do intercâm­ bio cojnercial com o exterior e das operações de câmbio, tais como as taxas cambiais do mercado oficial, as bonificações para as exportações e as sobretaxas para as operações cambiais, bem como as normas ge­ rais referidas no citado Decreto; i) estabelecer os critérios seletivos dos investimentos essenciais ao desen­ volvimento econômico do país ou à segurança nacional; autorizar o re­ gistro — para efeito de amortização à taxa mais favorável — de emprés­ timos em moeda estrangeira, ampa­ rando importações relativas a êsses investimentos ou àqueles de interêsse para a economia nacional e fis­ calizar a sua aplicação; j) estabelecer normas para o licencia­ mento de importações sem cobertura de capital estrangeiro no país, sob a forma de capital de participação, representado por máquinas e equi­ pamentos e organizar o seu registro para fins estatísticos; k) promover a compra e venda de tí­ tulos do Govêrno Federal em Bôlsa; l) julgar a conveniência de serem res­ tringidas as operações da Carteira de Redescontos do Banco do Brasil, na Capital ou nos Estados; m) empregar até 30% dos depósitos à sua ordem em suprimentos à Car­ 914

teira de Redescontos ou à Caixa de Mobilização Bancária para as suas operações com os estabelecimentos bancários.

Além dessas atribuições, tem a diversas outras, de alcance menor. O conjunto soma 50 itens específicos, de cuja análise se con­ clui que, pelos podêres que tem e pelas responsabilidades que lhe es­ tão afetas, já se tornou a Superin­ tendência um órgão de contextura mui próxima à de um Banco Cen­ tral. Embora no setor monetário ainda careça de elementos mais pre­ cisos para desenvolver a ação de Banco Central, a sumoc tem in­ fluência em setores que, a rigor, poderíam estar, senão no todo, pelo menos em parte, de fora das atri­ buições do Banco dos bancos. Essa polimórfica e fragmentada capacidade executiva alia-se à inor­ gânica constituição da Superinten­ dência, para transformá-la em orga­ nismo que muito pouco contribui para uma política econômica homo­ gênea. O Conselho da sumoc , para suas decisões, se vale do assessoramento de alguns órgãos executivos, cujos titulares são membros natos do Conselho, como é o caso, por exemplo, da Carteira de Câmbio, da Cacex, etc. Mas, é sempre um trabalho meio atabalhoado sem qualquer coordenação, e em geral muito pouco fundamentado em pesquisas mais amplas e profundas. De tal situação, resulta algo de paradoxal e inaceitável: a Superin­ tendência da Moeda e do Crédito (inclusive Conselho) tem podêres mais extensos e variados do que os de um Banco Central e, no entanto, pràticamente não chega a executar nem mesmo um arremêdo de polí­ tica monetária. sumoc

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É inadiável, portanto, a reforma da sum oc . Na verdade é impostergável (e hoje fato por todos reconhecidos) a criação do Banco Central, com estrutura bastante para exercitar uma autêntica polí­ tica monetária. Mas, como sempre acontece entre nós, os grandes pro­ blemas têm solução demorada mes­ mo quando maduros, entorpecida que é essa solução pela resistência dos interessados. E enquanto o Banco Central não sai, urge refor­ mular as bases estruturais da Supe­ rintendência, de modo a que o seu Conselho possa atuar de forma coe­ rente e eficaz, dentro de um míni­ mo de organicidade, em matéria de política econômica. 4. Reformulação Urgente Quais, pois, as modificações mais urgentes que se impõem na parte executiva da sumoc para que bem possa informar aos membros do Conselho ? A) No setor monetário. É imprescindível que se ini­ ciem dois tipos de estudos bá­ sicos: a) o pertinente à seleção do cré­ dito, segundo setores de ati­ vidade, regiões geo-econômicas e, bem assim o referente aos mecanismos especializa­ dos que deverão exercitar tal seleção; e b) o pertinente ao fluxo de renda real e monetária entre os principais setores da eco­ nomia. No primeiro caso, trata-se, evi­ dentemente, de saber como será possível e qual o processo mais efi­ Junho de 1960

ciente de disciplinar a distribuição do crédito, segundo as exigências setoriais e regionais da economia em seu processo dinâmico. No se­ gundo, quais as exigências dos principais setores da economia em função do nível de investimentos autônomos e induzidos que reali­ zam cada um dêles. Sem estudos sistemáticos sôbre êsses dois pontos básicos, o exer­ cício da política monetária restrin­ ge-se à fase preliminar de tentar (e sempre sem êxito) a sincronização entre a expansão global dos meios de pagamento e o crescimento do PNB. Essas tentativas elementares e frustradas trazem implícito o pe­ rigo de desconhecer as reações seto­ riais de economia, as famosas “spot inflation” e “spot deflation”, das mais graves convulsões que pode sofrer uma coletividade. A existência de pesquisas siste­ máticas nesses dois campos faculta­ ria o exercício de uma melhor fiscalização bancária, hoje exercida com mero sentido contábil e visan­ do, apenas, a conhecer e policiar a situação financeira dos bancos pri­ vados. Muito longe está a Inspetoria de Bancos de exercer uma atua­ ção de caráter econômico, pois para isso lhe faltam equipamentos, téc­ nicos, orientação de base e conheci­ mento disciplinado do papel, da finalidade e daquilo que a econo­ mia, em suas mutações estruturais e perturbações conjunturais, espera do sistema bancário. Longe está, também, a legislação que disciplina as atividades bancárias de corres­ ponder ao que dela espera a econo­ mia nacional. Cite-se, como exem­ plo, o caso do redesconto, de tão grande influência em nossa econo­ mia monetária. A disciplina no particular estabelece como elemen­ 915


to de referência para o volume de redesconto a ser exercitado pelos bancos, o montante constituído pelo capital mais reservas de cada esta­ belecimento, o que é uma impropriedade, já que pouca relação existe entre o capital e reservas e o movimento operacional dos ban­ cos. Muito mais lógico seria tomar como base seu movimento de em­ préstimos e o volume de seus depó­ sitos de primeira linha. Ponto a disciplinar, também, é o da relação entre o saldo de em­ préstimos e descontos e o capital social dos bancos. Outro exemplo relevante é o da inexistência de qualquer preocupa­ ção de caráter econômico no exer­ cício da Carteira de Redescontos, órgão que hoje nada mais realiza senão saber da legitimidade e da saúde fiduciária dos títulos que lhe são apresentados pelas instituições bancárias. E, finalmente, a total despreocupação para com o inves­ timento fixo (jue realizam os bancos comerciais, o que constitui omissão gravíssima. Além dêsses pontos, cumpriría contar, a sumoc , para ser realmente útil em sua atividade, com estudos regulares sôbre os mercados finan­ ceiros do país, sua estrutura, possi­ bilidades, os elementos de captação e de aplicação (títulos e institui­ ções) de poupanças voluntárias com que conta e as providências de or­ dem requeridas para que êsses mer­ cados possam ser colocados a serviço dos esforços de investimentos que vão fazendo as classes empresariais do país. O setor monetário da parte ad­ ministrativa da sumoc elabora, ain­ da, regularmente, um levantamen­ to da execução orçamentária da União. É de valor inegável o tra­ 916

balho realizado. Contudo, está longe de refletir o rigor técnico e a profundidade de análise que re­ quer um órgão destinado a disci­ plinar a economia monetária do país. Basta dizer que são ainda precárias as informações sôbre o volume de despesas de capital rea­ lizados pelo setor público, no âmbito federal; são infiéis, por impropriedade de classificação, as despesas de transferência, e nem sequer conveniente conhecidas e catalogadas as despesas de investi­ mento dos órgãos para-estatais, au­ tarquias, sociedades de economia mista e govêrnos estaduais e muni­ cipais. É bem verdade que êsse tipo de levantamento analítico deveria ser executado pelo Ministério da Fa­ zenda; mas, como êste é inteira­ mente inoperante do ponto de vista econômico, cumpre à sumoc , para evitar sensíveis imperfeições em sua atuação, completar conveniente­ mente a lacuna. B) No setor de capitais estrangeiros No âmbito administrativo da sumoc , o trato de recursos externos cabe a três divisões: Divisão de Balanço de Pagamentos, Divisão de Registro de Investimentos e Finan­ ciamentos Estrangeiros e Divisão de Assuntos Internacionais. É no conjunto que devem ser introduzi­ das modificações, quer nas atribui­ ções, nas atividades que estão sendo executadas, quer, ainda, estabele­ cendo-se um programa de estudos básicos e fundamentais indispensá­ veis para que o órgão cumpra suas responsabilidades. Desde logo, diga-se que dois gran­ des objetivos deve ter o setor de capitais estrangeiros: Boletim da Ind. Gráfica


a) Conhecer da participação do capital externo no desenvolvi­ mento econômico nacional, se­ gundo os setores de aplicação, a renda real que geram, os ônus de remessa e amortização que criam para o país e o efeito mul­ tiplicador que têm (êste indi­ cador, de grande utilidade se aferido segundo as diversas re­ giões do país); b) as fontes externas de capital, público e privado, com que pode contar o país, conhecendo de como se comporta o fluxo internacional de capitais, suas origens e seu destino, estímulos e desestímulos, motivação, pers­ pectivas, etc. Considerando a relativa escassez da poupança interna, face às exi­ gências do ritmo de crescimento do PNB que o país precisa ver asse­ gurado, e bem assim as dificuldades já quase crônicas do orçamento de câmbio, êsses dois estudos são ina­ diáveis para que se possa agir, em têrmos de política orgânica, um pouco menos empiricamente. A Divisão de Balanços de Paga­ mento, pode a princípio parecer mero departamento de registro. Mas, de fato não o é, ou pelo me­ nos não deveria ser. Além de rea­ lizar uma apuração detalhada e segura do balanço de capitais, item onde justamente são mais insufi­ cientes e deficientes os dados computados, competiría a êsse de­ partamento uma análise detalhada e constante de várias das rubricas do movimento de capitais, mor­ mente na parte do egresso efetivo de recursos, segundo atividades econômicas, regiões do país e natu­ reza específica da remessa. A parte dos serviços é outro setor em que Junho de 1960

faltam as dissecações em profundi­ dade para ter-se a segurança neces­ sária quanto à saída líquida de re­ cursos e as formas porque se pro­ cessa essa fuga. Vários são os pontos do balanço de “serviços” ou “invi­ síveis” sôbre os quais as opiniões, as discussões e a atuação oficial se baseiam em mera suposição ou sim­ ples palpites, tão insuficientes e globais são os dados e tão escassas as análises. A Divisão de Registro de Capi­ tais e Financiamentos é, também, em princípio, um departamento de registro. Tem se esforçado por apresentar estudos interpretativos do ingresso de capitais forâneos, classificando-os por setores e por períodos de maturação. Mas, é preciso ir mais longe, conhecendo a taxa de participação dêsses capi­ tais no investimento efetivamente realizado, a parcela que retiram da renda gerada para atender às obri­ gações de saída, o esforço relativo que fazem, segundo os diversos seto­ res econômicos e as regiões do país. A Divisão de Assuntos Interna­ cionais, tem tôda uma tarefa a rea­ lizar. Carece de conhecer bem as agências financeiras internacionais, seus recursos, suas aplicações, seus critérios e perspectivas. Carece de saber, com segurança e atualização, a marcha dos mercados financeiros internacionais, sua sensibilidade, seu comportamento e os agentes que podem capturar seu potencial de investimentos. Precisa conhecer o sistema de assistência financeira de caráter público, a motivação a que obedece, como são distribuídos os recursos de que dispõe e as possi­ bilidades que tem o Brasil de con­ correr a essa assistência. A essa Divisão cabe, ainda, a imensa res­ ponsabilidade de conhecer, com 917


propriedade, a evolução da política comercial dos países considerados “centros econômicos”, donde ema­ nam as ondas cíclicas da economia internacional. Para essas incum­ bências carecia de ter grande entrosamento efetivo com o Departa­ mento Econômico do Itamarati. São, portanto, todos êsses, aper­ feiçoamentos urgentes a serem in­ troduzidos na estrutura técnica do setor administrativo da sumoc , enquanto não ocorre o já impostergável advento do Banco Central. Assim equipada e funcionando, a Superintendência poderia instar para cjue alguns estudos comple­ mentares fôssém realizados, na par­ te de câmbio e comércio exterior pela Carteira de Câmbio, pela ca cex e pelo Itamarati, e na parte monetária, pela Carteira de Redes­ contos, pelos bancos oficiais e pelo próprio Ministério da Fazenda. No que diz respeito a êste último, de há muito o país se ressente de uma reforma de base na estrutura tribu­ tária, um dos principais elementos para uma política de intervenção indireta na economia.

5. Conclusão Parece lícito concluir que à Su­ perintendência da Moeda e do Cré­ dito, enquanto não surge o Banco Central, está reservado papel rele­ vante no traçar e executar uma po­ lítica econômica racional com vistas ao desenvolvimento. Tem poderes legais em abundância, ressentindose, porém, de estruturação conve­ niente, ausência de orientação técnica pertinente e excessiva burocratização de rotina, dissociando-se, progressivamente, sua parte admi­ nistrativa das finalidades e das atri­ buições de caráter técnico de que foi revestida. Sendo o Conselho da sumoc um órgão de cúpula, para que possa legislar é indispensável que conte com um mínimo de informações básicas, que têm de advir da parte administrativa da Superintendên­ cia. E, mediante essas informações, poderá, colateralmente, solicitar dos órgãos cujos titulares compõem o gran-Conselho, estudos comple­ mentares e básicos para suas ativi­ dades regulares.

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Quando se procura conhecer mais de perto o campo de ativida­ des multiformes do sesi paulista, uma das impressões, que habita o espírito do pesquisador, povoan­ do-o com caráter de permanência, é a de que essa instituição trata de, pelos meios ao seu alcance, digni­ ficar o nosso trabalhador industrial, valorizando-o. Tal política, humana e acertada, se baseia, no entanto, sôbre um fulcro e um pedestal: a educação. Resulta ela em frutificação ade­ quada e louvável, porquanto a sua meta é a de torná-lo consciente de seu próprio mérito e valor, trans­ formando-o em cooperador eficien­ te e capaz da obra de congraçamento social e de vigorização dos fundamentos de nossa concepção democrática de viver. Um dos quadrantes em que se traduz e materializa, por exemplo, a labuta criadora da mencionada instituição é o que diz respeito às relações entre dirigidos e dirigen­ tes, entre operários e patrões, den­ tro do âmbito das emprêsas.

O sesi, a fim de alcançar êsse objetivo, delineou-se um a série de propósitos, inquestionàvelm ente m erecedores de nosso endosso.

Organizou êle Cursos de Admi­ nistração de Pessoal e de Supervisão de Pessoal na Indústria, para Che­ fes de Pessoal. Os elementos que transitaram e continuam a transitar por tais Cur­ Junho de 1960

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sos se revelaram tão entusiasmados pelo seu trabalho que entenderam oportuna e conveniente a criação, por êles mesmos, de um Centro de Debates. O propósito em vista: o do pros­ seguimento, sem síncopes, hiatos e desfalecimentos, da tarefa de seu aprimoramento profissional. Os próprios beneficiários do sesi, portanto, filiam-se aos que tão bem compreendem o imperativo do es­ forço de seu auto-aperfeiçoamento, nas esferas onde exercem a sua atuação. Que representa essa iniciativa se­ não outra conquista, satisfatória da obra educacional, adotada e espo­ sada pelo sesi, desde, aliás, os seus primórdios ? A organização dos Cursos indica­ dos revelou mais uma vez a sua importância por ocasião da l.a Se­ mana de Previdência Social, reali­ zada nesta Capital, de 21 a 27 de março p. findo, sob os auspícios do sesi. No salão “João Ramalho”, da Fa­ culdade de Direito de nossa Uni­ versidade, o Centro de Debates dos Chefes de Pessoal,e m colaboração com o sesi e a Delegacia do ia pi , abordou questões e problemas, cuja atualidade e interêsse são indiscutí­ veis. Consistiram as suas finalidades nestes itens: a) Estudo dos problemas ligados à previdência social; 921


b) Apressamento dos processos de benefício; c) Melhor articulação das indús­ trias com a Delegacia do i a p i . Inscreveram-se, nessa Semana de Previdência Social, nada menos de 221 Chefes de Pessoal, o que serve para denotar o seu empenho e a sua dedicação, na ventilação de as­ suntos e de questões que se asso­ ciam ao problema da previdência social em nosso meio.

Tal sistema de ascensão dos índi­ ces profissionais e culturais do tra­ balhador industrial, nós o reputa­ mos uma das obras justificadoras de encômio, do sesi bandeirante. Nesse setor de atuação, como em tantos outros, o seu lema é o de, pela educação, selecionar valores e impulsionar a nossa massa operária à aquisição de padrões de conheci­ mento e de cultura e que lhes cons­ titua um de seus mais alto e lou­ váveis predicados.

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N o t i c i a s do S E N A I na Escola de Artes Gráficas, inauguração da Exposição de cartazes da “Campanha de Divulgação dos Preceitos da Higiene Bucal e Corporal” Como soe acontecer, em todo início de semestre escolar, a diretoria do Grê­ mio “Monteiro Lobato”, órgão associa­ tivo dos alunos da Escola de Artes Gráficas do senai, orientada pela Di­ retoria da Escola e seu Assistente So-

Assim sendo, no presente semestre, resolveu-se planejar e pôr em execução, com a valiosa ajuda dos senhores médico e dentista da Escola, a “Campanha de Divulgação dos Preceitos da Higiene Bucal e Corporal.” A finalidade desta

Com a convicção de contribuir para a metodização das normas de higiene para o organismo humano e, consequentemente, criar condições para a saúde e felicidade, é que foi lançada a “Campanha de Divulgação dos Preceitos de Higiene Bucal e Corporal.” No Clichê, aspecto de um dos painéis com cartazes de conselhos higiênicos sôbre dentes, amostras e “displaies” fornecidos pelas firmas do ramo.

ciai, escolhe, estrutura e executa uma “Campanha Educativa”, que é posta em prática durante o transcorrer de todo o semestre escolar. Junho de 1960

Campanha será fazer com que os alunos adquiram hábitos sadios de higiene bucal e corporal. Os alunos serão insta­ dos a conhecer o valor e a importância 925


No palco do Pavilhão Social o Diretor da Escola, auxiliares da administração, profes­ sores, instrutores e diretores do Grêmio “Monteiro Lobato”, quando ouviam, com muita atenção, a palestra do Dr. José Verlangieri, médico da Escola, intitulada “Higiene, fonte de saúde e beleza.”

da higiene como principal fonte de saú­ de e beleza. O Serviço Social da Escola, como ór­ gão orientador da Campanha, iniciou seus trabalhos no dia 7 de Abril pró­ ximo passado, “Dia Mundial da Saúde’’, tendo conseguido, sob a orientação dos senhores professores, ótimos trabalhos de redação, assim como elucidativos cartazes sobre higiene bucal e corporal, confeccionados pelos alunos. O Serviço Social da Escola, solicitou e conseguiu das firmas industriais do ramo, interessantes folhetos sôbre o as­ sunto, e também grande quantidade de amostras de sabonetes e dentifrícios,

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para serem distribuídos aos alunos, as­ sim como, conseguiu filmes e desenhos animados sôbre higiene dentária que foram exibidos aos aprendizes. “Tendinha da Saúde” — no palco do salão de festas do Pavilhão Social da Escola, foi armada uma barraquinha, bem enfeitada, tipo quermesse, para venda, sem fins lucrativos, de produtos de higiene bucal e corporal, tais como: sabonetes, escovas de dentes, dentifrí­ cios, talcos, pentes, etc. Livrinho “Manual de Preceitos de Higiene” — Encontram-se bem adian­ tados os trabalhos de impressão do opúsculo que foi ilustrado e foi com­ Boletim da Ind. Gráfica


posto pelos próprios alunos, sob a ori­ entação dos professores de português, de desenho e do corpo docente das ofi­ cinas. O opúsculo não tem a pretensão de ser um tratado de higiene. O pro­ pósito real em mira é que seja uma inspiração para uma vida mais sã, e, portanto, mais feliz, pela apresentação de princípios que fundamentam o bemestar corporal e mental do indivíduo. Se os pequenos conselhos higiênicos nêle contidos forem seguidos com cui­ dados, certamente evitar-se-ão muitos mal-estares que numa ou noutra forma, afligem grande parte dos alunos do S E N A I.

Portanto, com a plena convicção de efetuar uma contribuição valiosa para a compreensão dos complexos mecanis­ mos do maravilhoso organismo humano e, consequentemente, uma contribuição para a saúde e a felicidade, é que foi lançada a “Campanha de Divulgação dos Preceitos de Higiene Bucal e Cor­ poral.” A mostra de cartazes, “displaies”, grá­ ficos e trabalhos dos alunos da Escola, foram inaugurados em 30 de Maio, no salão de festas do Pavilhão Social da Escola de Artes Gráficas do senai, à rua Muniz de Souza, 3.

“Tendinha da Saúde” em pleno funcionamento. Flagrante da distribuição gratuita e venda sem fins lucrativos, de produtos de higiene bucal e corporal: sabonetes, escôvas de dentes, dcntrifrícios, talcos e pentes.

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ELEIÇÕES SINDICAIS No dia 11 de maio último se reali­ zaram as eleições para renovação da Diretoria do Sindicato das Indústrias Gráficas no Estado de São Paulo. Foi, como já nos acostumámos a ver, um dia de festa, de autêntico júbilo. Aquilo que desejavamos e prevíamos há anos se vem concretizando: o interêsse expontâneo e sincero dos indus­ triais gráficos de São Paulo por sua associação de classe, por seu Sindicato. Desde as primeiras horas da manhã, até à noitinha, inúmeros industriais permaneceram e se revezaram nos gru­ pos formados na séde. O bate-papo franco e alegre se desenvolvia com fa­ cilidade. Vários daqueles que compa­ receram pela manhã, retirando-se para tratar dos seus interêsses, voltaram ao entardecer, quando maior é o número de presentes e mais alegre o ambiente. Foram tirados inúmeros flagrantes da votação, alguns dos quais reprodu­ zimos adiante.

O atual Presidente, Sr. Theobaldo De Nigris, foi reconduzido para mais um biênio de luta. Os componentes da Diretoria, Conse­ lho Fiscal e Delegados ao Conselho da Federação das Indústrias, conforme no­ ticiámos em nosso número de abril, são os seguintes: D iretoria :

Theobaldo De Nigris São Paulo Editora S. A. Bertolino Gazi — Tipografia Edanée S. A. Damiro de Oliveira Volpe — L. Niccolini S. A. —

Suplentes :

Vitto J. Ciasca — Papelaria e Tipografia Re­ publica Ltda.

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Para a posteridade — Os novos Diretores: da esquerda para a direita: Damiro de Oliveira Volpe, Theobaldo de Nigris e Bertolino Gazi. Junho de 1960

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Três flagrantes colhidos no dia das eleições: Em primeiro plano vemos a mesa receptora e o Dr. Maurício Loureiro, quando depositava seu voto na urna; ao centro: grupo colhido no momento em que o Sr. José Napolitano Sob.° cumpria o dever associativo e jinalmenle, o Sr. Affonso Gimenes Franco, Delegado do Sindicato na Cidade de Santos, quando assinava a ata da votação.


José Napolitano Sobrinho — Editora Gráfica Piratininga Ltda. Homero Vilela de Andrade — Fotolitografia Pancrom Ltda.

Dante Giosa — D. Giosa • Indústrias Gráficas S. A. Bruno Canton — Gráfica Canton Ltda. Suplentes :

Rubens Ferreira — Ferreira & Filho. Jair Geraldo Rocco — Tipografia Cruzeiro S. A.

A posse da nova Diretoria se dará no dia 23 de junho corrente, às dezoito horas. Nessa ocasião, serão descobertos Theobaldo De Nigris — São Paulo Editora S. A. os retratos dos ex-presidentes do Sin­ Felicio Lanzara — Lanzara S. A. Gráfica Editora. dicato da Indústria da Tipografia do Pery Bomeisel — Gráfica Asbhr S. A. Estado de São Paulo, entidade que Suplentes : antecedeu o atual Sindicato das Indús­ João Andreotti — Papelaria e Tipografia An- trias Gráficas. D elegados no Conselho da F ederação das I ndústrias:

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O salário devido ao menor Tem sido constatado pelo Departa­ mento Jurídico do Sindicato que mui­ tos industriais ainda não estão bem a par do salário devido ao empregado menor de dezoito anos. Um grande número de empregadores paga metade do salário mínimo ao me­ nor de dezoito anos, pelo simples fato dêle ser menor. Isso É errado. Poste­ riormente, o referido menor vai à Jus­ tiça do Trabalho pleiteia e ganha a diferença do salário de menor para maior. O menor só poderá ganhar menos do que o salário mínimo (de maior) vigente na localidade se estiver ma­ triculado no senai ou estiver sujeito à formação metódica do ofício para o qual foi contratado, no próprio emprêgo. Para que o empregador possa ministrar o ensino no próprio emprêgo é indis­ pensável que tenha uma declaração do senai autorizando-o a tanto. Caso con­ trário terá de pagar salário minimo de maior.

Damos abaixo ementas de acórdãos do Egrégio Tribunal Superior do Tra­ balho, que dirimem dúvidas.

“Não basta seja o menor contratado como aprendiz para que tenha o empregador o di­ reito de pagar-lhe apenas a metade do salário mínimo. É necessária a prova de que lhe era propiciada formação profissional metódica do ofício.” (TST 7067/55 — 2.a Turma — ac. publ. em audiência de 12/9/1956). “Caso em que o empregado, menor, era simples servente encarregado da limpeza, executando serviços alheios ao ramo de comér­ cio da empresa. Não era aluno do senac ou do senai, nem fazia aprendizado no próprio estabelecimento. — Desde que não se prove que o menor é aprendiz, o seu salário deve ser integral; caso contrário, ficaria o menor sujeito, em razão apenas da idade, à exploração, em razão apenas da idade, à exploração dos menos escrupulosos, exigindo-se-lhe trabalho e res­ ponsabilidade de adulto em troca de uma paga ínfima. “A aprendizagem não decorre apenas da idade do trabalhador, mas, precipuamente, da existência de um contrato pelo qual o apren­ diz fique submetido a um regime de formação técnica ou profissional." (TST — Pleno — 6784/52, D.J. 11/11/55, pág. 3989).

Imposto d C o n s u m o 415 do Regulamento do Imposto de Consumo, baixado pelo Decréto número CIRCULAR N.° 54 45.422, de 12 de fevereiro de 1959, e DE 28 DE ABRIL DE 1960 Considerando que o art. 300 do R. I. C. diz que quando o último dia dos O Diretor das Rendas Internas do Tesouro Nacional, no uso das atribui­ prazos relativos ao processo fiscal recair ções que lhe conferem os arts. 344 e em domingo ou feriado nacional, ou Diretoria das Rendas Internas

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ponto facultativo, êstes prazos termina­ rão no primeiro dia útil suseqüente; Considerando que por processo fis­ cal se deve entender não só os autos de infração, representações ou notificações, e sim todos os requerimentos que se prendam a pagamentos de imposto ou taxas; Considerando que as guias de recolhi­ mento do imposto de consumo de que trata o art. 151 do R. I. C. são, na rea­ lidade, processos fiscais; Considerando ainda o art. 27 do Có­ digo de Processo Civil, referindo-se à contagem dos prazos, determina que

seu respectivo vencimento cair em dia feriado o prazo será considerado pror­ rogado até o primeiro dia útil; Declara aos Chefes das Repartições subordinadas, Inspetores e Agentes Fis­ cais do Imposto de Consumo, para seu conhecimento e devidos fins, que quan­ do o último dia do prazo de que trata o parágrafo 3.° do art. 151 do R. I. C., cair em domingo, feriado nacional ou ponto facultativo, fica prorrogado para o primeiro dia útil subseqüente, enten­ do-se que, nos meses de 31 dias, a se­ gunda quinzena abrange naturalmente êste dia 31. — Abiathar Brito, Diretor. (“Diário Oficial” 9/5/960).

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Do SENAI AVISO Senhor Industrial. Antes de colocar a clássica tabuleta na porta de sua fábrica “Precisa-se de Empregados”, convém lembrar-se que a .Escola do senai, no Cambuci, é a fonte formadora dos profissionais que o Sr. precisa.

Que profissional o Sr. precisa? Meio oficial? ou Oficial? Compositor Manual —Linotipista —Impressor Minerva Manual, Automática ou de Máquina Cilíndrica — Bloquista, Acabador de Brochura, Encadernador de Livros em Branco ou de Livros Impressos — Dourador de Livros — Pautador (penas ou discos) — Fotógrafo de Clicheria — Gravador de Clicheria — Fotógrafo de Offset — Retocador de Offset — Copiador de Offset — Impressor de Offset — Desenhista para Publicidade (Layout-Man). Escreva ou telefone para a Escola (33-2486) infor­ mando que tipo de profissional que o Sr. está precisando. Mas, atenção! Ao receber um candidato que se diz aluno do senai, exija dêle a prova do que disse; e, se desejar confirmação, telefone para a Escola e ela lhe dará informações sôbre o candidato a emprêgo em sua firma. São Paulo, Outubro de 1958 J

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F. (Diretor 1.4)

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BOLETIM DA INDÚSTRIA GRÁFICA NO ESTADO DE SÃO PAULO

Redação e Administração Rua Marquês de Itu, 70 — 12.° andar Telefone: 32-4694 - (Sede própria) são

paulo

_________________________________ __________ _ ANO XI — JUNHO DE 1960 —

N.° 117

Diretor xI oao - A.responsável ndreotti ■'

Redação

Serviços prestados pelo Sindicato das Indústrias Gráficas aos seus associados *

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Has 8,30 às 11,30 e das 13,30 às 17,30 horas. Aos sábados: das 9 às 12 horas.

R. Luís P ereira _ * Distribuição „ . j . de guias para r , recolhiS e c r e tá r io

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mento de impostos em geral.

* _ . „ Paulo Editora S. A. — Rua Barão _ Sao , ,,

* Impressos fiscais e modelos de impressos de comunicações. * Serviços de Despachante, Encaminhamento de papéis nas repartições públicas. Registro de Empregados. Encaminhamento de relações de empregados. de Impostos ‘ ”u yRecolhimento r -

* SINDICATO DAS INDÚSTRIAS GRÁFICAS NO ESTADO DE SÃO PAULO Diretoria Theobaldo De Nigris — Presidente José Napolitano Sobrinho — Secretário João Andreotti — Tesoureiro

* Distribuição de publicações periódi­ cas informativas. Departamento Jurídico Dr. João D alla F ilho Diretor * Defesa de associados na Justiça do Trabalho. Informações jurídicas trabalhistas.

T heobaldo D e N igris J osé N apolita n o S obrinho Dr. J oão D alla F ilho

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S u plen tes

José J. H. Pieretti, Vitto José Ciasca e Damiro de Oliveira Volpe Conselho Fiscal Jorge Saraiva Bertoiino Gazzi Dante (.tosa S u plen tes

João RoCCO Bruno Canton . . na Federaçao . Delegados Theobaldo De Nigris Humberto Rebizzi Peru Bomeisel S u plen tes

João Virgílio Catalani, Curt Werner Reichenbach e Mário Ponzini *

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Ambulatório da “A Têxtil” Rua Boa vista> 99 _ 6 „ andal. * Seguro contra acidentes no trabalho em bases bem mais compensadoras que as de Companhias particulares. * Assistência jurídica em casos de moléstias profissionais. Diversos

— Colaboração com os serviços públicos no desenvolvimento da solidariedade social. — Bolsa Gráfica — Oferta e procura de empre­ gos, Vendas, troca ou compra de máquinas e equipamentos gráficos. ^ esenvo^v^menf° d° espírito associativo e defesa dos interesses da classe, visando o seu engrandecimento.


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