BIG 163 BOLETIM DA INDÚSTRIA GRAFICA *
DISTRIBUÍDO PELO SINDICATO DAS INDÚSTRIAS GRAFICAS NO ESTADO DE SÂO PAULO *
ANO XVII-
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Editorial Inúmeras são as oportunidades em que temos ma nifestado nosso ponto de vista ante a questão da insalubridade na indústria gráfica. Entretanto, apesar do fundamento de nosso arrazoado, vez ou outra o pro blema volta à baila, numa tentativa de polarizar atenções, principalmente, na época dos reajustes sa lariais. Das pesquisas a que periodicamente vem pro cedendo, nosso Sindicato pode afirmar que em São Paulo pràticamente não existe o problema da insalubridade nas indústrias gráficas. É descabida, portanto, a aplicação do sempre re clamado “adicional de insalubridade”, uma vez que a justificá-lo — se é que o há — haveria apenas raríssimos casos, que nada representam no computo geral. De mais, constatada a insalubridade, o que se impõe é a adoção de medidas que possibilitem erradicá-la, e não o pagamento de um adicional que daria, em con sequência, a manutenção do “status quo”, com graves perigos para a saúde do trabalhador. Êsse o nosso pensamento e outra não poderia ser a nossa atitude, em face da questão, pois também a nós cabe zelar pela saúde e bem-estar de nossos colabora dores.
Setembro de 1965
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Boletim da Ind. Gráfica
SUMÁRIO Secretaria ............................................................................................ 2 671 Noticiário
Indústria Gráfica necessita de financiamento para reequipar-se ................................................................... 2 673 Melhoramentos: histórico e síntese de suas atividades empresariais ................................................................... 2 675 Ecos do I Congresso ........................................................ 2 678 Necrologia
Antônio Loureiro e Salvador Giosa ............................. 2 679 Economia
O político e a realidade Econômica —Humberto Dantas 2 681 Clínica Gráfica
A seleção correta das tintas de impressão como fator de aumento de produtividade ........................................ 2 683 I
Jurisprudência .................................................................................. 2 693 Guia da Indústria Gráfica ..........
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Delegados ............
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Setembro de 1965
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Boletim da Ind. Gráfica
Secretaria Departamento Jurídico: Nosso Departamento Jurídico continúa à disposição de nossos associados para informações e consultas atinentes ao setor trabalhista e fiscal, não per dendo de vista o sentido preventivo que orienta o nosso trabalho. Durante o corrente mês foram reali zadas 6 audiências na Justiça Traba lhista; tendo respondido a 72 consultas formuladas pelos nossos associados.
SUDENE: Tornamos a insistir com nossos pre zados associados, no sentido de que nos comuniquem com urgência a respeito de depósito na Sudene de 50% do im posto de renda. Advertimos mais uma vez que carece mos de dados para formação do plano de aplicação de verbas.
Correspondência: A nossa Secretaria tem desenvolvido grande trabalho em razão do número ca da vez mais crescente de Delegados que, (ao nosso chamado) influenciados pe la flama inapagável do Congresso, aten dem ao nosso chamado prontamente. Enviamos 48 cartas, e recebemos 39 cor respondências.
Bôlsa Gráfica: Pedimos novamente aos membros dêste Sindicato que nos enviem mais sugestões para o aprimoramento de nossa Bôlsa Gráfica, para melhor po dermos solucionar problemas referentes a compra e venda de máquinas grá ficas.
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Boletim da lnd. Gráfica
N oticiário In dú stria G r á fic a n e ce ssita d e fin a n c ia m e n to p a ra re e q u ip a r-se
Várias medidas estão sendo tomadas pelo Sindicato das Indústrias Gráficas no Estado de São Paulo e pela Associação Brasileira da Indústria Gráfica (ABIGRAF). As diretorias do Sindicato das Indús trias Gráficas no Estado de São Paulo e a Associação Brasileira da Indústria Gráfica (abigraf) vêm mantendo diver sos contatos com o Escritório do Ban co Nacional de Desenvolvimento Econô mico (bnde), no sentido de que a in dústria gráfica seja também incluída nos benefícios de financiamento conce didos pelo estabelecimento creditício, para que o setor possa adquirir novos equipamentos nacionais e estrangeiros, bem como promover a aplicação de suas instalações. Nessas reuniões, os diri gentes gráficos têm acentuado a neces sidade da remodelação do parque grá fico nacional, já que se encontra bas tante obsoleto, para fazer face ao desen volvimento industrial registrado no País. A indústria gráfica, segundo anun ciam, constitui o veículo da evolução cultural e tecnológica de qualqure país, notadamente do Brasil, decorrendo daí a necessidade do reequipamento das gráficas, em todo o seu aspecto de espe cialização. Essa reivindicação da categoria eco nômica, que sempre estêve à margem de Setembro de 1965
medidas governamentais, é conseqüência do I Congresso do setor, realizado em junho dêste ano, e que reuniu cêrca de mil industriais gráficos. Os empresá rios, naquela oportunidade, examina ram e debateram longamente os vários aspectos da indústria gráfica brasileira, e hoje, dando prosseguimento às teses e moções apresentadas à diretoria da abigraf, juntamente com o Sindicato da classe, estão tomando tôdas as provi dências para instalações de sedes regio nais da Associação, em diversos Estados. Escola Outra importante medida que essas entidades estão tomando refere-se à criação de uma Escola Técnica de Artes Gráficas que seria instituída em con vênio com o senai e o Ministério da Educação e Cultura. Ainda em plano mais avançado, os dirigentes gráficos estudam também a criação do Instituto Brasileiro de Pes quisas Gráficas. Essas instituições se riam mantidas por industriais do setor, 2 673
Noticiário
em colaboração com o senai e o mfc, II Congresso visando o aperfeiçoamento da arte Os Srs. Damiro de Oliveira Volpe, gráfica em nosso País. Rubens Amat Ferreira, Pery Bomeisel, Nelson Gouveia Conde e Antônio Fakhani Jr., da Associação Brasileira da Congratulações Indústria Gráfica, estiveram reunidos A família gráfica paulista sente-se ju ontem, para examinar vários problemas bilosa pela nomeação do Diretor Presi ligados ao setor, como conseqüência do dente do Sindicato da Indústria Gráfi certame realizado em Águas de Lindóia, ca no Estado de São Paulo e da Asso e sôbre questões relativas ao II Congres ciação Brasileira da Indústria Gráfica, so a ser realizado no Rio de Janeiro, em Sr. Theobaldo De Nigris, para, como maio do próximo ano. Os industriais membro, integrar o Conselho do Fundo gráficos paulistas têm participado das de Financiamento da Indústria de Bens reuniões da Comissão Organizadora do de Produção, do Banco do Estado de segundo encontro, e estão entusiasmados São Paulo, e tem certeza de que não com as medidas que já estão sendo to só a indústria gráfica como tôda a in madas pelos seus colegas da Guanabara, dústria paulista encontrarão nesse órgão para que o certame carioca seja como um defensor intransigente de seus mais aconteceu em Lindóia, coroado de plêno êxito. altos ideais.
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Boletim da lnd. Gráfica
Noticiário
C o m p a n h ia M e lh o r a m e n to s d e S ã o P a u lo - In dú stria d e P a p e l H istó rico e S ín tese d e su a s A tiv id a d e s E m p re sá ria is
A Companhia Melhoramentos de São Paulo —Indústria de Papel comemorou, em 12 de setembro último, três quartos de século de existência. São Paulo era apenas uma província, quando o Cel. Antônio Proost Rodovalho, em 1890, pôs em execução planos e idéias surgidos em 1877. Imbuídos de pioneirismo, instalaram na pequenina Caieiras a primeira indústria de papel no Brasil, enfrentando, na época, inú meros problemas e dificuldades. Em 1921, a emprêsa uniu-se à firma Weiszflog Irmãos, de São Paulo, que já gozava de grande reputação como in dústria gráfica e prestígio como editora de alto nível. Daí em diante, sob a orientação de Alfredo Weiszflog, abriram-se maiores perspectivas, esboçando, já naquele tempo, a sua atual característica estru tural e curva ascencional de desenvolvi mento. Adotou-se, então, o lema: “Do Pinheiro ao Livro, uma Realização Me lhoramentos”, que bem definiu sua nova fase de trabalho, caracterizada pela for mação de vastas plantações de pinhei ros, destinadas a assegurar o fornecimen to de matéria-prima. Assim, a emprêsa quase conseguia abranger o ciclo da in dustrialização do papel: papel, artefatos de papel, artes gráficas e edições. Um trabalho amplo e meticuloso foi desenvolvido no campo da silvicultura. Uma equipe técnica iniciou um traba Setembro de 1965
lho que ia desde a seleção de sementes, até a seletividade de essenciais vegetais nativas ou exóticas adequadas à pro dução de celulose, abrangendo o apro veitamento de terras de cerrado que constituem valiosa contribuição para o reflorestamento nacional. O ciclo agora se completa, passando a Melhoramentos a produzir celulose e pasta de madeira à base de suas reser vas florestais. Sob o aspecto de sua completa estru tura vertical, justificadora, em termos econômicos e técnicos, do lema “Do Pi nheiro ao Livro, uma Realização Me lhoramentos”, a emprêsa pode ser apon tada como um dos maiores e dos mais antigos empreendimentos industriais criados e existentes no Brasil. A par de suas atividades agro-industriais propriamente ditas, não se pode deixar de levar em consideração a linha de atuação no vasto e completo campo do desenvolvimento cultural do país. Sob a denominação de “Edições Me lhoramentos”, as obras editadas pela emprêsa constituem valioso subsídio cultural. A simples enumeração de alguns de seus autores comprova o espírito de sa dio e autêntico nacionalismo que sem pre inspira sua dinâmica editorial: Rocha Pombo, Visconde de Taunay, Affonso de E. Taunay, Afonso Celso, Oliveira Lima, Oliveira Viana, Capistra2 675
Noticiário
A foto mostra a Diretoria em flagrante especial para o Boletim da Indústria Gráfica.
no de Abreu, Rodolfo Garcia, Erasmo Braga e, dentre os contemporâneos, Lourenço Filho, Fernando de Azevedo, Ta les de Andrade, Alceu Maynard Araújo e tantos outros. Em particular, significativas são suas realizações no campo da literatura edu cacional e da produção de materiais di dáticos, abrangendo todos os ciclos do ensino, a partir do pré-primário. Não se pode deixar de mencionar, o trabalho desenvolvido no setor infantil e juvenil, pois por largo período a emprêsa desfru tou a honrosa e nobilitante posição de editora de cêrca de 80% das obras edi tadas no Brasil. Obras de elevado padrão técnico, com características próprias de criação artís tica, são executadas com desusado rigor: 2 676
catálogos e álbuns; impressos de valores do Estado e sêlos, correspondendo a bi lhões de cruzeiros em valor. A título ilustrativo, devemos dizer que à Melhoramentos coube a tarefa de imprimir, por ocasião da epopéia revo lucionária de 1932, a “moeda paulista”. A ampliação, cada vez maior, de tôdas suas atividades, assegura à Melhoramen tos uma posição de vanguarda, possibi litando a ela estimular não só a cultura e a economia nacional como desenvolver um trabalho fecundo no campo social. É suficiente ver os dados que exprimem melhor o que acabamos de dizer. Primeira máquina de papel instalada em São Paulo, em 1891; Silvicultura racional para celulose desde 1925; Fábrica de Celulose em 1943; Boletim da Ind. Gráfica
Noticiário
Fábrica de Celulose em 1943; Fábrica de Pasta de Madeira em 1954; Sétima Máquina de Papel em 1958; Lignassulfonato “Vixil” em 1959.
Produção em 1964 а ) celulose em pasta de madeira ........ 17 000 000 de quilos б ) Papéis qualificados 25 000 000 de quilos c) Livros ................... 9 000 000 de exemplares Impostos diretos e indiretos recolhidos em 1964. Cr$ 2 076 000 000.
Quadro de empregados Caieiras ................................. São Paulo ............................ Camanducaia (MG) ........... Filial (Rio de Janeiro) .... T otal .................
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Integração social dos empregados 1 200 casas de moradias, com pequeno aluguel; Ambulatório médico, farmacêutico, odontológieo e obstétrico, inclusive para dependentes; Fornecimento de gêneros alimentícios pelos melhores preços do mercado; Assistência Religiosa; Assistência Educacional; Clubes Recreativos;
Aprendizado Técnico-Profissional em colaboraração com o Senai; Incentivo de atividades agrícolas e criação de animais domésticos, através de comodatos de terrenos já preparados por operações e nive lamento; Condição e serviço para coletividade (água, es goto, remoção de lixo, conservação e limpeza das vias públicas) sem cobrança de taxas; Plano habitacional de "Casa própria”, em de senvolvimento, de acordo com as diretrizes do Banco Nacional de Habitação e em convênio com o sesi (Serviço Social da Indústria);
Política florestal Área reflorestada em ciclo: 6 000 hectares f Eucaliptos, tipo saligna Essências principais Araucária . Coníferas Cunninghamia Criptoméria e outras
Incêndios florestais
Serviço de prevenção calcado nas técnicas mais atualizadas. Cêrca de 400 quilômetros de acervos são limpos, mecânica ou manualmente, no início dàs sêcas. Compreende; a) corpo de bombeiros florestais; b) 5 torres de observação (dia e noite) ligadas por telefonia; c) sistema de rádio-comunicação, inclusive para viaturas especiais; d ) equipamentos leves e pesados (tratores com “bulldozer”, transportados por “carregastudo”, bombas etc.
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Noticiário
E cos d o I C o n g re sso
Os reflexos dos trabalhos desenvolvi dos durante o I Congresso atingiram Caxias do Sul. A carta, que transcrevemos, nos dá conta de que os gráficos da progressista localidade gaúcha, imbuídos do dina-
mismo e do espírito de iniciativa que dominou todos os congressistas de Lindóia, resolveram criar a — União dos Gráficos Gutenberg. O texto da carta: Caxias do Sul, agosto de 1965
Prezado(s) Sr(s). As Indústrias Gráficas de Caxias do Sul, sabedoras de que a união faz a fôrça e os tempos atuais exigem cada vez mais soluções e atividades, resolveram, de comum acordo, congregar-se numa entidade própria, a qual denominaram, cremos que acertadamente, “união dos gráficos gutenberg”, em homenagem ao grande inventor da tipografia. Tal atitude é uma decorrência dos apelos e insistência do P rimeiro Con gresso B rasileiro da I ndústria G ráfica , realizado em Aguas de Lindóia, Estado de São Paulo em junho do corrente ano. Entusiasmados e antevendo já os ótimos efeitos desta atitude e após múl tiplas reuniões e francos debates, num ambiente de verdadeiro coleguismo, por votos secretos, foi eleita a primeira diretoria, que ficou assim constituída: Presidente: Paulo Luís Nora Vice-Presid.: Frei Nilo de Segrêdo Secretário: Marcos Antônio Rossi Tesoureiro: Irmão Antônio Ghirighini. A novel entidade deseja e espera contar com o apoio e a colaboração indis pensável dos prezados amigos. Somente assim, unidos e solidários, conseguiremos vencer e estaremos dando uma resposta alvissareira ao nosso Primeiro Con gresso Nacional, promoção elogiável das Indústrias Gráficas paulistas. Sendo só o que nos oferece no momento aproveitamos a oportunidade para colocar-nos a inteira disposição da classe gráfica brasileira, subscrevemo-nos Atenciosamente Paulo Luís Nora
Presidente União dos Gráficos Gutenberg
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Boletim da Ind. Gráfica
Noticiário
N e cro ló g io
In M e m o r ia m
A coletivida de gráfica de São Paulo foi surpre endida pelo sú bito passamento do companheiro Antônio Lourei ro ocorrido em 17 de setembro último. O extinto era sócio-gerente da Rothschild Loureiro & Cia. Ltda., ten do sempre orientado sua vida sob os ditames do direito e da moral. Rendemos nosso preito de saudade ao nobre amigo e apresentamos à sua Exma. Família os nossos pêsames.
A família Gráfica de São Paulo foi domi nada por enorme pesar, quando se soube que nosso estimado comp a n h e i r o Salvador Giosa havia silenciado para sempre. O falecido era Diretor da D. Giosa Indústria Gráfica S/A. e da Excelsior Difusão de Livros, deixando, em virtude da vida reta que trilhou, inúmeras e boas amizades. Apresentamos a sua Exma. Família as nossas mais sinceras condolências. O falecimento ocorreu a 18 de setem bro do corrente ano.
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E conom ia O p olítico e a r e a lid a d e E c o n ô m ic a
O grande banqueiro alemão Sr. Hermann Abbs falando aos jornalistas após a sua visita ao Brasil, não escondeu sua confiança no futuro do país, dando ên fase ao acerto da política econômica e financeira do govêrno brasileiro que na sua opinião desperta tôda confiança nos altos círculos das finanças internacio nais. O Sr. Lincoln Gordon, embaixa dor dos Estados Unidos no Brasil, em declarações feitas aos jornais paulistanos quando aqui estêve para visitar a Bie nal, assegurou que até o fim do pre sente ano grandes investimentos de fir mas americanas serão feitos em nosso país, dado que após vários estudos e pla nejamentos, essas emprêsas chegaram à conclusão de que o país entrou no re gime de uma economia sadia, justifican do-se o interêsse cada vez maior dos ca pitais de fora. O Sr. Kazue Kitagwa que chefiou uma das mais representati vas e categorizadas missões de homens de negócios japoneses que já nos visita ram, realmente o “top” do capitalismo nipônico, manifestou sua impressão fa vorável quanto aos resultados já alcan çados pela rápida recuperação da eco nomia brasileira. Vemos assim três manifestações nestes últimos dias de homens representativos de economias diversas, mas tôdas acor des num diagnóstico favorável sôbre o esforço que estamos realizando para pôr nossa casa em ordem. Os grandes jor nais do mundo inteiro, de um modo Setembro de 1963
geral, vêm-se pronunciando igualmente favorável ao nosso país. Ainda agora o Time de Londres, sempre tão severo em relação ao Brasil, proclama “O êxito da luta do govêrno brasileiro contra a inflação” Um ano e quatro meses após a Revolução — escreveu — as diretrizes econômicas do govêrno Castelo Branco continuam o curso previsto e a taxa de inflação baixou à metade da registrada nos tempos de Kubitschek”. Se deixarmos de lado tais enuncia dos de pessoas e de órgãos insuspeitos que não têm nenhum motivo para serem agradáveis ao Brasil, vejamos alguns da dos recentes que a imprensa publicou sôbre a situação do momento, elabora dos por entidades sôbre os quais não pode pesar nenhuma eiva de suspeição. Referimo-nos particularmente à Funda ção Getúlio Vargas. Conquanto sejam ainda preliminarmente os dados dispo níveis para a avaliação da atividade eco nômica do país na primeira metade do ano corrente, são inequívocos os sinais de recuperação do ritmo de progresso, comparativamente ao primeiro semestre do ano passado. A confirmarem-se as es timativas que foram efetuadas nos prin cipais setores da vida econômica nacio nal, o ritmo de progresso do país terá alcançado 5% no primeiro semestre de 1965. Ainda de acordo com essa presti giosa entidade, a elevação do custo de vida na Guanabara, nos sete primeiros meses do ano em curso, foi de 34,4% 2 681
Economia contra 54,2% em idêntico período de 1964. O Prof. Helio Schlitler, diretor do b n d e , assegurou que deveremos atin gir, até o fim do próximo ano, uma taxa de 7% de crescimento só conseguida anteriormente em 1949 e 1960. É um resultado realmente notável ocorrido em tão pouco tempo, e dadas as circunstân cias que atravessamos e estamos ainda atravessando. Se cotejarmos pronunciamentos tão expressivos, opiniões de órgãos brasilei ros e de fora do país de gabarito técnico indiscutível, muitos dêles baseados em dados irrefutáveis, com o que assoalham certos homens públicos, ficamos estarre cidos. Para alguns dêles estamos cami nhando a passos de gigante para o caos, tudo está errado, a política de comba te à inflação é um fracasso, o país está à beira do famoso abismo e assim por diante. Os que dizem essas coisas são homens irresponsáveis, políticos incons cientes apenas interessados em estabele cer a confusão, criar manchete nos jor nais, enfim buscando apenas a evidên cia, fazer cartaz, estar na ordem do dia ? Ao contrário muitos detêm pesadas res ponsabilidades à frente de partidos, são possuidores de mandatos populares e até se encontram à frente de Estados dos mais progressistas e desenvolvidos do país.
Não obstante tudo isso, não hesitam em emitir juízos que não têm apôio na realidade, confundindo e desorientando a opinião pública. Esta tem o direito de esperar, pelo menos de certos figu rões da política, um mínimo sequer de amor à verdade. Não é isto, porém, o que vem acontecendo para grande des prestígio dêsses elementos que falam em nome de um regime do qual se su põem arautos mas na verdades o desservem e desmoralizam, pela incapacidade que revelam, no exercício do múnus pú blico, de evidenciar fatos, realidades que honestamente não poderíam deixar de reconhecer. Por outro lado, e não me nos nocivos que aquêles, há os que por aulicismo, sabugismo ou coisa pareci da, acham que está tudo azul, vivemos no melhor mundo, o govêrno detém tôda a sabedoria, não é possível contra dizê-lo ou contrariá-lo. Como se dizem os legítimos representantes do povo e em seu nome pretendem falar e agir re sulta que a massa não recebe dêsses ele mentos uma imagem exata e correta do que está ocorrendo. É uma desfiguração da verdade, tanto num como noutro caso, que amplia e aprofunda a descon fiança do homem da rua pelos que exer cem múnus públicos por representação popular. H umberto D antas
Homenageie seu dia, colocando no seu calendário o dia 24 de junho em vermelho.
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Boletim da Ind. Gráfica
Clínica Gráfica A seleção correta das tintas de impressão como fator de aumento de produtividade por A ntônio P restefelipe N eto
Uma análise do custo de impres são realizada na metalgráfica de R enner H errmann S/A. revelou que as tintas empregadas corres pondem a 3,87% do custo total de fabricação. Numa tipografia que nos permitiu realizar um estudo se melhante, chegamos à conclusão que a tinta não alcançava 3% do custo dos materiais. Diversos em presários gráficos entrevistados nos deram informações semelhantes. A percentagem de 7% foi a mais alta contribuição das tintas no custo, as sinalada em tôda a amostragem. Apesar de participar numa pro porção muito baixa da composição do custo de um impresso, a tinta é um dos fatores que condicionam em alto grau a qualidade dos tra balhos gráficos. A qualidade do impresso é fun ção de diversos fatores como tinta, papel, matriz (entendendo-se aqui clichê, chapa litográfica e simila res), habilidade do impressor, ca Setembro de 1965
racterística do processo de impres são utilizado, tipo de impressora e uma série de outras variáveis. Po de-se, entretanto, afirmar, sem re ceio de errar, que a tinta e o papel são as variáveis mais significativas para determinar-se a qualidade de uma impressão. É ponto pacífico que a utilização de tintas distintas pode alterar subs tancialmente o aspecto geral do im presso. Por êste motivo, é que se torna imperiosa uma seleção mais acurada das tintas de impressão. Os critérios de avaliação puramente monetários perdem todo o sentido quando se considera a pequena par ticipação dêste item no custo e a enorme repercussão que êle tem no valor do produto acabado. É nossa sugestão que, ao solicitar o fornecedor uma tinta, uma série de esclarecimentos sejam prestados para que se possa entregar à emprêsa gráfica a tinta mais adequada e a cada caso. 2683
Clínica gráfica
O primeiro dado que deve ser fornecido é sôbre o processo de im pressão que será utilizado, bem co mo o tipo de impressora que reali zará o trabalho. Existe uma variedade muito grande de tintas de impressão no mercado. Cada processo de impres são requer uma qualidade de tinta diferente. Algumas variedades não permitem adaptação a outros pro cessos. Assim, as tintas tipográfi cas não devem ser utilizadas para litografia ou rotogravura e, ainda que possam ser utilizadas em tipo grafia, não devem as tintas litográficas ser empregadas em rotogra vura. Dentro do processo de impressão, deve-se esclarecer qual a variante a ser utilizada. Assim, em litografia pode-se solicitar uma tinta especial para máquina plana ou um produ to para “off-set”. Uma indicação mais precisa e mais valiosa seria a indicação da máquina impressora, sua capacidade ou tiragem. Uma impressora “offset” de alta rotação vai requerer uma tinta de alta con centração de pigmentos e uma boa fluidez para poder se distribuir com uniformidade pelos rolos. Em todo caso, estas exigências serão muito maiores do que se formos utilizar uma m áquina plana de baixa ro tação. A segunda informação importan te para o fornecedor de tintas é a natureza do substrato a ser impres 2 684
so. Conforme o tipo de papel, car tão, fôlha de flandres, plásticos, ce lofane, tecido, etc., deve-se utilizar tipos de tintas diferentes. É sempre interessante entregar ao fabricante de tintas uma amostra do papel a ser impresso. Uma mes ma tinta aplicada sôbre papéis di ferentes pode apresentar: tonali dades diferentes (principalmente se a tinta fôr transparente), secatividade diversa, brilho e adesão. No papel o fabricante de tintas exami na as seguintes características: ca pacidade de absorção, resistência ao “tack” (liga ou pegajosidade da tinta) e tonalidade. De posse dêstes elementos, o colorista pode adaptar a tinta à tonalidade desejada e o formulador consegue indicar um produto que tenha boa secatividade, adesão e o brilho possível; en fim, que apresente uma impressão nítida sem que as fibras do papel sejam arrancadas. A terceira série de dados necessá rios à elaboração de uma tinta exa ta para um determinado trabalho é relativa à natureza do mesmo. Assim, o formulador deve saber qual a seqüência das côres que se rão impressas para ajustar a liga das tintas. Se a impressão não fôr rea lizada tôda no mesmo dia, deve-se tomar providências para evitar o defeito chamado “cristalização”. A natureza especial do impresso deve ser conhecida. Assim, tintas resistentes à luz devem ser empre Boletim da Ind. Gráfica
Clínica gráfica
gadas em “out-doors” e em impres sos que sofrem exposição à luz. As tintas que serão empregadas nas embalagens de sabões e sabonetes, detergentes, banha, manteiga, mar garina etc., devem ser resistentes ao conteúdo. Também o fato do impresso ser envernizado ou não, é relevante. Quando se tratar de verniz solúvel em álcool, não se deve utilizar tin tas com pigmentos que “sangrem” neste solvente. Como se vê, as variáveis, que con dicionam o formulador, existem em grande número. Nota-se atualmente, uma falta de comunicação entre a indústria gráfica e o fornecedor de tinta. A conseqüência deste fato é que boa parte dos defeitos da impressão tem origem no emprêgo inadequado das tintas de impressão. Existem algumas razões que impedem uma comunicação maior entre consumi dor e produtor: Primeira: não seria prático com prar tintas especiais para cada tra balho. Os compradores ficariam assoberbados de trabalho e os forne cedores não poderíam atender to das as solicitações; Segunda: Uma vez que o “ser viço” de assistência técnica dos fa bricantes é ainda incipiente, os impressores desenvolveram uma técni ca de adaptação, para cada caso, das “tintas de linha”, pela adição de Setembro de 1965
produtos auxiliares. Esta adapta ção, apesar de muito empírica na maioria dos casos, é que tem man tido a indústria gráfica no nível de razoável eficiência em que se en contra atualmente. É a capacidade de improvisação do brasileiro que transparece mais uma vez. Não é, entretanto, a situação ideal que to dos nós desejamos. Terceira: Os estoques de tintas ficariam muito pouco flexíveis. Ca da tinta estocada poderia ser utili zada somente num determinado trabalho, que, inclusive, poderia não mais ser repetido. As conclusões a que se chega são as seguintes: é necessário fornecer aos impressores elementos seguros para que possam adaptar as tintas de linha às variadas situações que se encontram no trabalho diário das gráficas. R enner H ermann S/A., através do seu serviço de assistência técni ca, tem distribuído tabelas que in formam sôbre os efeitos que cada tipo de produtos auxiliares exerce sôbre a tinta. Quanto as tintas utilizadas em trabalhos que se repetem continua mente e os trabalhos que saem fora da padronização, recomendamos que o serviço de assistência técnica seja consultado para obter-se uma solução mais adequada. É reco mendável também que os compra dores da indústria gráfica sejam 2685
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alertados para aspectos outros que peramos, com a cooperação dos em presários das indústrias gráficas, o da simples análise de preços. São os seguintes os critérios que fazer com que esta época seja alcan devem ser considerados na aquisi çada no Brasil o mais brevemente possível. ção de uma tinta: agora de produtivida 1. °) Pêso específico — O que sede,Tratando parece-nos que todos concorda consome sempre numa impressão é rão que o principal a atin seu pêso. Por esta razão, o preço gir numa gráfica é oobjetivo de fazer com da tinta por quilo dá uma falsa que o papel (a fôlha de flandres ou idéia sôbre sua economicidade. A qualquer outro substrato que este comparação deve ser feita sempre ja sendo impresso) circule no me entre os preços de volumes idên nor espaço de tempo possível, apre ticos das tintas concorrentes. sentando um trabalho de qualida 2. °) Fôrça de tingimento e/oude, ao menor custo. Vamos abordar poder de cobertura — Na fabrica apenas aquêles tipos de tintas que ção das tintas de impressão podem são produzidas por R enner H errser acondicionadas cargas para di m ann S/A., com o “know-how” de minuir o seu custo. As tintas trans Sinclair and Valentine, e que po parentes devem ser testadas quanto dem contribuir para a melhoria da a sua fôrça de tingimento. As tin produtividade das tipografias e li tas opacas podem ser testadas em re tografias. No breve espaço de tempo de lação ao seu poder de cobertura e também em relação à sua fôrça de que dispomos, não encontramos ou tingimento. tra maneira mais objetiva de dis Uma vez realizados êstes testes, cutir certos aspectos fundamentais verificar-se-á como é anti-econômi sem citar nominalmente os produ co o emprêgo de tintas “baratas”, tos de nossa fabricação. Isto não principalmente se levarmos em con significa desconhecimento da exis ta a pequena participação no custo tência de bons produtos de outros da impressão e as perdas de tempo fabricantes, nem tentativa de ferir e materiais que causam o emprêgo os aspectos éticos que norteiam êste conclave. de produtos inferiores. No futuro, a ampliação do mer Trataremos, em primeiro lugar, cado, o aprimoramento do pessoal do problema do tempo de secagem. técnico, a concorrência entre os for É óbvio que quanto mais rá necedores, nos conduzirá à assistên pida fôr a secatividade da tinta, cia técnica integral, como já existe tanto mais favorecido fica o nosso nos países mais desenvolvidos. Es objetivo de melhoria de produtivi 2 686
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dade. R enner —S. V. fabricam, no recomendado para as tipografias Brasil, os seguintes tipos de tintas: onde a espessura de tinta é muito maior, existindo a necessidade de Tintas Tipográficas uma secagem em profundidade. Tintas Offset Normais O Secante Manganês SM-52 tem Tintas Zephyr uma ação que é intermediária en Tintas Dynaset tre os dois primeiros. É especial Tintas Heat-set Off-set mente recomendado para trabalhos Tintas para Folhas de Flandres de folicromia nas côres que serão Tintas Brilhantes (Tipo-Lita) sobre-impressas com outras côres. e mais algumas variedades de tin A secagem, catalizada por êste tipo tas especiais, como Tintas Carbono, de secante, forma filme capaz de Tintas para Papelão Corrugado aceitar nova impressão, indepen etc. . . dentemente do tempo que decorrer As tintas “offset” normais são entre uma côr e outra. Também é tintas clássicas à base de óleos de o secante recomendado para tintas linhaça polimerizados a viscosida para folhas de flandres. des adequadas, em formulações perOs secantes são, portanto, produ feitamente balançadas. O veículo tos que auxiliam qualquer campa destas tintas seca especialmente por nha de melhoria de produtividade, oxidação e polimerização. É neces dependendo a maneira de aprovei sário, portanto, a presença de oxi tá-los para êste fim apenas do co gênio e tempo para que esta reação nhecimento de suas características se p r o c e s s e , transformando o (vantagens e limitações). veículo de líquido em sólido. Esta As tintas produzidas por R enner reação é acelerada pela adição de H errmann S/A., salvo algumas secantes. Os secantes têm sua efi tintas especiais, fornecidas sem ciência e característica determina secante. Isso temsãocomo vantagem das pela percentagem de metal e uma vida mais longa do produto no por sua natureza. Assim, o Secante almoxarifado. A tinta não engros Cobalto SM-51 provoca uma seca sa, não endurece nem foma “gel” gem superficial muito rápida, sen irreversível. do, portanto, recomendado para O secante deve ser adicionado tintas “offset”. conforme as características do tra O Secante Chumbo SM-53 é um secante mais lento, catalizando mais balho. Em litografia, a regra geral con a reação de polimerização do que a de oxidação. Sua ação principal siste na adição de Secante Cobalto se faz mais em profundidade, sendo SM-51 na proporção de 1%. As Setembro de 1965
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tintas pretas podem receber uma adição de 2% do mesmo secante. O secante deve ser adicionado de preferência no dia anterior ao da utilização da tinta. Isso facilita a sua dissolução no seio da tinta, au mentando a sua efetividade. Al guns pigmentos, como o Negro de Fumo, absorvem o secante na sua superfície, deixando o veículo da tinta sem catalizador. Esta absor ção é quase completa depois de um ou dois meses. Por êste motivo, é recomendável a preparação de tin ta numa quantidade que possa ser consumida em pouco tempo. As tintas tipográficas, como são impressas numa espessura maior, necessitam de uma mistura de secantes cobalto e chumbo (Secante Tipográfico SM-54). Nestas tintas a adição de secante pode ser maior do que nas tintas litográficas. Em qualquer circunstância, a adição de secante nunca deve ul trapassar 5%. Percentagens maio res têm efeito negativo, retardando a secagem em lugar de acelerá-la. Em “offset”, uma quantidade mui to grande de secante facilita a emulsificação da água e tinta, pro duzindo o fenômeno que os impressores denominam de engorduramento da chapa. As tintas Dynaset constituem uma das últimas conquistas no sen tido de se obter impressões de qua lidade num intervalo de tempo me nor. O veículo destas tintas seca 2 688
principalmente por evaporação. A evaporação torna-se franca apenas quando a tinta se encontra impres sa no papel. Na máquina, o produ to é estável e de fácil utilização. Não se torna necessário retirar a tinta da máquina quando decorre rem intervalos muito grandes du rante a impressão. A adição de sol vente nos rolos redissolve a tinta que porventura tenha ressecado. Os rolos ficam com uma durabilidade muito maior, pois não existem com ponentes na tinta ou no solvente que os prejudiquem. A secagem mais rápida e a nitidez no impresso fazem com que os pigmentos apre sentem suas côres com tôdas suas características peculiares realçadas. Apenas uma pequena parcela do veículo penetra no papel; o restan te fica na superfície, aglutinando firmemente as partículas de pig mento. Tôdas estas vantagens se realizam com um aumento de custo unitário de tinta muito inferior à diminuição do custo de impressão que elas representam. As tintas Zephyr e Tipográfi cas Renner constituem produtos com qualidades e secatividade in termediárias entre as tintas Dynaset e Normais. Parte do veículo seca por evaporação e parte seca por oxidação e polimerização. As tintas Heat-set Off-set são tin tas especiais para impressões, isto é, para impressoras de alta rotação (Webendorfer, Levey Press), ali Boletim da Ind. Gráfica
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mentadas por bobinas de papel e providas de um dispositivo de aque cimento que seca imediatamente os impressos. Imprimindo entre 10 e 18 mil impressões até a 10 côres, êstès equipamentos oferecem para grandes tiragens uma produtivida de excelente. As impressões com brilho cons tituem outro extremo desta varie dade imensa de problemas que a indústria gráfica deve solucionar. Compreendem, geralmente, peque nas tiragens que requerem papel e tintas especiais. O papel deve ser o menos absorvente possível e a tinta deve ser formulada para secar na superfície do papel. As tintas brilhantes de nossa fa bricação são formuladas de maneira que a maior parte do veículo for me, quando em contato com o pa pel, micelas cujo diâmetro médio seja superior aos dos microporos do papel. Desta maneira existe na su perfície um excesso de veículo que recobre completamente as partícu las de pigmento. A superfície im pressa forma então um filme contí nuo que reflete a luz produzindo brilho. Também neste caso a pro dutividade é função da escolha ade quada das matérias primas (papel e tinta) e do conhecimento do sis tema específico de impressão. Outro aspecto, além da secatividade, onde as tintas têm efeito di reto sôbre a produtividade das grá ficas, refere-se à sua concentração. Setembro de 1965
Como se citou anteriormente, na composição das tintas pode-se adi cionar cargas. As cargas em geral tem como função diminuir o preço. Algumas vêzes são empregadas tam bém para conferir ao produto algu ma qualidade reológica essencial à sua utilização. Como as cargas ou “extender” não têm poder de co bertura nem fôrça de tingimento, sua adição tem como resultado di minuir estas qualidades das tintas, na medida em que elas entram na sua composição. A utilização destas tintas de me nor custo é um fator negativo de produtividade. Como a tonalida de não pode ser alcançada com uma espessura de tinta, o impressor é obrigado a abrir mais a tinteira. A impressão passa então a sofrer uma série de contratempos: acumula ção nos rolos, chapas ou clichê, falta de nitidez. Em “offset” a tinta mistura-se com a água. Numa tiragem muito grande a chapa fica “engordurada”. Como a camada torna-se muito espêssa, aparecem problemas de se cagem. A impressão mancha o verso da fôlha seguinte. Conside rando que a participação da tinta no custo do impresso é tão baixa, não existe razão para sofrer tôdas estas dificuldades. A utilização de tintas concentra das com pigmentos puros é cami nho certo para uma produção ra cional, contínua e de qualidade. 2 689
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Boletim da Ind. Gráfica
Clínica gráfica
Resumindo, sugerimos que em Ültimamente as condições gerais relação a tintas de impressão se re do país tem alterado profundamen comende: te a situação da indústria de tintas gráficas. A maioria das matérias 1) Sempre que possível, um maior con primas que eram importadas são tato entre o fabricante de tintas e o consumidor, esclarecendo-se as con agora produzidas no Brasil. Algu dições em que esta matéria prima mas dificuldades surgiram para a fabricação de pigmentos orgâni será utilizada; 2) que se utilize critérios técnicos na cos, porém, já foram superadas. Estamos consumindo, atualmen seleção dos produtos; 3) que, enquanto a indústria de tintas te, pigmentos de fabricação nacio nacional não estiver capacitada a nal que apresentam um padrão de fornecer serviço integral, se forneça qualidade que se iguala aos melho aos impressores treinamento e forma res existentes nos países desenvol ção tecnológica que os habilitem a vidos. adaptar as tintas de linha a peque É nossa convicção que entrare nas variações em tôrno de sua uti mos numa fase de desenvolvimen lização principal; 4) que, sempre que o objetivo fôr uma to racional, mais realista e segura, melhor produtividade, se utilize tin que conduzirá a indústria gráfica tas adequadas, de secagem rápida e brasileira à posição de liderança que ela merece. alta concentração.
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Jurisprudência D e c is õ e s d o T .S .T . e T .R .T .
Anotações da carteira profissional Fazem prova do contrato de trabalho, inclusive para efeito de previdência so cial. (T.R.T. - S.P. 1 134/63 - D.J.G. de 28-5-65, apenso, pág. 196).
As emprêsas que já concediam uma gratificação por ocasião do Natal pode rão compensá-la com a gratificação da lei 4 090/62. (T.S.T. - R.R. 3 908/64 — D.O.U. de 9-7-65, apenso, pág. 247).
Contrato por prazo determinado Os contratos a prazo certo podem ser celebrados independentemente da espé cie do trabalho, isto é, tanto para os cargos técnicos, simples auxiliares ou, mesmo serventes e trabalhadores em ge ral. (T.S.T. - R.R. 2 340/64 - D.J.G. de 27-7-65, apenso, pág. 239).
Consignação em pagamento A consignação em pagamento é de ser apreciada pela própria Junta de Conciliação e Julgamento, perante o qual foi proposta. (R.O. 1 555/63 — D.J.G. de 4-6-65, apenso, pág. 205).
Remuneração As férias devem ser pagas na base sa Salário-família larial da época em que o empregado fêz É da competência da Justiça do Tra jus as mesmas. (Ac. 4 762, de 12-10-64, balho a apreciação de controvérsia do T.R.T.) Texto não publicado. quanto ao pagamento do salário-famí lia. (T.S.T. - R.R. 3 251/64 - D.J.G. de 2-7-65, apenso, pág. 240). Auxílio-enfermidade Pagos os 15 dias iniciais, não está o Afastamento de empregada empregador obrigado a novos paga em virtude de auxílio maternidade mentos, com base na mesma doença, intervalo de alta inferior a 60 dias. É computado o tempo de afastamento, com (T.S.T. - R.R. 5 752/63 - D.J.G. de como de serviço efetivo, para todos os 28-5-65, apenso, pág. 195). efeitos legais. (R.O. — 1 547/63 —D.J.G. de 2-7-65, apenso pág. 242). Adicional-periculosidade Gratificação de Natal Pago em função de trabalho não even O contrato de trabalho por prazo de tual, nas condições que o informam le terminado, cujo término ocorre antes de galmente é computável para o cálculo dezembro, não tira ao empregado o di das indenizações legais, inclusive férias, reito ao 13.° salário proporcional. aviso-prévio e remuneração do repouso. (T.S.T. - R.R. 4 907/64 - D.J.G. de (R.O. 2 368/61 - D.J.G. de 2-7-65, apen so, pág. 241). 23-7-65, apenso, pág. 265). Setembro de 1965
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Setembro de 1965
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CLICHÊS DE BORRACHA, Máquinas para fabricação de Cia. Importadora Gráfica Arthur Sievers — Rua das Palmeiras, 239 — Fone: 51-9121. Companhia T. Janér, Comércio & Indústria — Av. Henry Ford, 833 — Fone: 93-5907. Funtimod S.A. — Máquinas e Materiais Gráficos — Rua dos Bandeirantes, 398 — Fone: 37-4639.
COLAS Companhia T. Janér, Comércio & Indústria — Av. Henry Ford, 833 — Fone: 93-5907. Funtimod S. A. — Máquinas e Materiais Gráficos — Rua dos Bandeirantes, 398 — Fone: 37-4639.
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DOBRAR, Máquinas de Cia. Importadora Gráfica Arthur Sievers — Rua das Palmeiras, 239 — Fone: 51-9121. Companhia T. Janér, Comércio & Indústria — Av. Henry Ford, 833 — Fone: 93-5907. Funtimod S. A. — Máquinas e Materiais Gráficos — Rua dos Bandeirantes, 398 — Fone: 37-4639.
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DOURAÇÃO, Máquinas e equipamentos para
FOTOLITO, Máquinas e equipamentos para
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ENCADERNAÇÃO, Máquinas e equipamen tos para
G U IL H O T IN A S Cia. Importadora Gráfica Arthur Sievers — Rua das Palmeiras, 239 — Fone: 51-9121. Companhia T. Janér, Comércio & Indústria — Av. Henry Ford, 833 — Fone: 93-5907. Funtimod S. A. — Máquinas e Materiais Gráficos — Rua dos Bandeirantes, 398 — Fone: 37-4639. G RA M PEA R , M áquinas de Cia. Importadora Gráfica Arthur Sievers — Rua das Palmeiras, 239 — Fone: 51-9121. Companhia T. Janér, Comércio & Indústria — Av. Henry Ford, 833 — Fone: 93-5907. Funtimod S.A. — Máquinas e Materiais Gráficos — Rua dos Bandeirantes, 398 — Fone: 37-4639. H E ID EL B E R G , R epresentantes: Funtimod S.A. — Máquinas e Materiais Gráficos — Rua dos Bandeirantes, 398 — Fone: 37-4639. IM PRESSÃO, M áquinas de Cia. Importadora Gráfica Arthur Sievers — Rua das Palmeiras, 239 — Fone: 51-9121. Companhia T. Janér, Comércio & Indústria — Av. Henry Ford, 833 — Fone: 93-5907. Funtimod S. A. — Máquinas e Materiais Gráficos — Rua dos Bandeirantes, 398 — Fone: 37-4639. ÍN D IC E , T esouras e m áquinas Cia. Importadora Gráfica Arthur Sievers — Rua das Palmeiras, 239 — Fone: 51-9121. MÁQUINAS GRÁFICAS USADAS A. Benedini Ltda. — Rua Conselheiro Cotegipe, 227 - Fone: 93-4882. Cia. Importadora Gráfica Arthur Sievers — Rua das Palmeiras, 239 — Fone: 51-9121. Companhia T. Janér, Comércio & Indústria — Av. Henry Ford, 833 — Fone: 93-5907. Funtimod S.A. — Máquinas e Materiais Gráficos — Rua dos Bandeirantes, 398 — Fone: 37-4639. M ETA IS GRÁFICOS Cia. Importadora Gráfica Arthur Sievers — Rua das Palmeiras, 239 — Fone: 51-9121. M INERVAS G U A RA N I Cia. Importadora Gráfica Arthur Sievers — Rua das Palmeiras, 239 — Fone: 51-9121. Companhia T. Janér, Comércio & Indústria Av. Henry Ford, 833 — Fone: 93-5907. O FFSET PLANAS E R O TA TIV A S Cia. Importadora Gráfica Arthur Sievers — Rua das Palmeiras, 239 — Fone: 51-9121. Companhia T. Janér, Comércio & Indústria — Av. Henry Ford, 833 — Fone: 93-5907. Funtimod S.A. — Máquinas e Materiais Gráficos — Rua dos Bandeirantes, 398 — Fone: 37-4639. S. H. Eskenazi — Rua Conselheiro Brotero, 415 — Fone: 52-4190.
Cia. Importadora Gráfica Arthur Sievers — Rua das Palmeiras, 239 — Fone: 51-9121. Companhia T. Janér, Comércio & Indústria — Av. Henry Ford, 833 — Fone: 93-5907. Funtimod S. A. — Máquinas e Materiais Gráficos — Rua dos Bandeirantes, 398 — Fone: 37-4639.
ENVELOPES, Máquinas para fabricação de
Funtimod S. A. — Máquinas e Materiais Gráficos — Rua dos Bandeirantes, 398 — Fone: 37-4639.
ENVERNIZAR, Máquinas para
Cia. Importadora Gráfica Arthur Sievers — Rua das Palmeiras, 239 — Fone: 51-9121. Companhia T. Janér, Comércio & Indústria — Av. Henry Ford, 833 — Fone: 93-5907.
ESTEREOTIPIA, Máquinas e equipamentos
Cia. Importadora Gráfica Arthur Sievers — Rua das Palmeiras, 239 — Fone: 51-9121. Companhia T. Janér, Comércio & Indústria — Av. Henry Ford, 833 — Fone: 93-5907. S. H. Eskenazi — Rua Conselheiro Brotero, 415 — Fone: 52-4190.
ETIQUETAS EM RELÊVO, Máquinas para fabricação de
Cia. Importadora Gráfica Arthur Sievers — Rua das Palmeiras, 239 — Fone: 51-9121. Companhia T. Janér, Comércio & Indústria — Av. Henry Ford, 833 - Fone: 93-5907.
FACAS, para máquinas de cortar (guilhotinas)
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FITAS ADESIVAS
Cia. Importadora Gráfica Arthur Sievers — Rua das Palmeiras, 239 — Fone: 51-9121.
FOTOGRAVURA, Máquinas e equipamentos para
Cia. Importadora Gráfica Arthur Sievers — Rua das Palmeiras, 239 — Fone: 51-9121. Companhia T. Janér, Comércio & Indústria — Av. Henry Ford, 833 — Fone: 93-5907. Funtimod S.A. — Máquinas e Materiais Gráficos — Rua dos Bandeirantes, 398 — Fone: 37-4639.
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Boletim da Ind. Gráfica
DELEGADOS 1 — Nehemy Aidar-Indústria e Comécio S/A.
Rua Monsenhor Rosa, 2-A Fone: 2943 Nome do Diretor: N agib A id a r F ranca — Est. de São Paulo.
2 — Gráfica Flernandes Ltda. Rua Cel. Teófilo, 1 544 Fone: 386 Diretor: Adarue H e rn a n d e s Acede. Bragança P aulista — Est. de São Paulo. 3 — Comercial e Editora Gráfica S. Vicente t Ltda.
Rua Martim Afonso, 474 Fone: 2041 - 2525 Gerente: F ernando M artin s L ic h t i SÃo Vicente — Est. de São Paulo.
4 — Tipografia J. A. Querido & Cia. Rua do Sacramento, 193 Diretor: José A ugusto Q u erid o T aubaté — Est. de São Paulo. 5 — Irmãos Brandini Avenida Rio Branco, 949 Diretor: V alentin B ra n d in i Adamantina — Est. de São Paulo. 6 — Gráfica Rio Branco
Rua Rio Branco, 402 Fone: 153 Diretor: João A lv e s da Costa L ins — Est. de São Paulo.
7 — Tipografia Paulino Rua Dr. Quirino, 1 234 Fone: 9-3696 Diretor: E r n a n i P a u lin o Campinas — Est. de São Paulo. 8 — Gráfica Bandeirantes Ltda.
Praça da República, 20 Fone: 2-7417 Diretor: A ffonso Franco Santos — Est. de São Paulo.
9 — Indústria Gráfica Itu Ltda. Rua Santa Rita, 1 023 Fone: 789 Diretor: G ild o G u a rn ie ri Itu — Est. de São Paulo.
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Boletim da Ind. Gráfica
BOLETIM DA INDÚSTRIA GRÁFICA NO ESTADO DE SAO PAULO
Serviços prestados pelo
Sindicato das Indústrias Gráficas aos seus associados
R ed a çã o e A d m in istração
Rua Marquês de Itu, 70 — 12.° andar Telefone: 32-4694 — (Sede própria)
*
D iretor resp onsável
Das 8,30 às 11,30 e das 13,30 às 17,30 horas Aos sábados não há expediente
R ed a çã o
D r. João D alla F ilho
SÃO
Dr. João Dr.
PAULO
Secretaria
D alla F ilho
Antônio F akhany Jr . Capa Desenho: J ordan
Impressão: C olum bia S. A. — A rtes G ráfica s Composto e impresso nas oficinas da S ão P aulo E ditora S. A. *
SINDICATO DAS INDÚSTRIAS GRÁFICAS NO ESTADO DE SÃO PAULO
Diretoria Presidente P ed ro A lb e rto G risólia — l.° Secretário R ic h a rd C ivita — 2 .° Secretário D am iro d e O liveira V o lp e — l.° Te soureiro N e lso n G o u v e ia C o n d e — 2 .° Tesoureiro P e ry B o m eisel — Diretor de Relações Públicas Suplentes A ld o M azza , P e d ro C a n o n a co , O sw a ld o G ib in f S everin o B ig n a rd i, Jo sé P écora, M ax H e in z G u n th e r S c h ra p p e e Irin eu Tom az
Conselho Fiscal
Departamento Jurídico Dr. Antônio F akhany Jr. * Defesa de associados na Justiça do T rabalho. * Informações trabalhistas, fiscais e ju rídicas em geral.
Departamento Técnico * Orientação em geral sobre qualquer assunto concernente à indústria grá fica. Hs Palestras e conferências técnicas.
Delegacia em Santos Affonso Franco Praça da República,
Jo rg e Saraiva C le m e n te C atalano Jo sé Jú lio H . Pieretti
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NOSSO REPRESENTANTE EM CAM PINAS
Ernani Paulino
Suplentes João A n dreotti, L u iz La stri e A rm a n d o A u g u sto L o p e s
Delegados no Conselho da Federação T h e o b a ld o D e N ig ris R u b e n s F e rreira H om ero V ile la
Suplentes L a ç a v a , R o q u e C ifú G o n ç a lve s
* Distribuição de guias para recolhi mento de impostos em geral. * Impressos fiscais e modelos de im pressos de comunicações. * Informações sobre assuntos gerais. * Distribuição de publicações periódi cas informativas.
Diretor
T h e o b a ld o D e N ig ris — Presidente V in íciu s R am os d e Freita s — Vice-
Silvio
Secretário Geral
e Jo sé
Rua D. Quirino, 1220/32
Diversos — Colaboração com os serviços públicos no desenvolvimento da solidariedade social. — Desenvolvimento do espírito associa tivo e defesa dos interêsses da clas se, visando seu engrandecimento.
PRODUÇÃO ELEVADA DURABILIDADE INEXCEDIVEL GARANTIA efetiva
[ original O CAMINHO CERTO MAIORES LUCROS E
MAIS PRODUÇÃO NA SUA TIPOGRAFIA
Únicos representantes:
FUNTIMOD
s. a .
MÁQUINAS E MATERIAIS GRÁFICOS S Ã O P A U LO - Rua dos Bandeirantes/ 398 Fone 37-4639 - Caixa Postal 3855
PA R A
heidelberg]