Boletim da Indústria Gráfica (BIG) - Edição 15 - 1950

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DA I N D Ú S T R I A G R Á F I C A ÓRGÃO OFICIAL DO SINDICATO DAS IN D U STR IA S GRÁFICAS NO ESTADO DE SÃO PAULO N Ú M E R O 15____________________S Ã O P A U L O . 15 D E J U N H O D E 1 9 5 0 ________________

ANO I

O L U G A R DAS ARTES G R Á F I C A S que as artes

núcleo artístico colocar em evidência a proje­

gráficas têm influência, direta ou indiretamen­

Muito embora

se reconheça

ção de sua arte. Dentre êsses fatores, há que

te, em todos os setores da atividade humana,

colocar-se, ao lado de sua fôrça de expressão,

não gozam elas, principalmente em nosso país,

o congraçamento da classe, a união dos es­

do luqar de destaque a que. por fôrça de sua

forços no intuito a ser colimodo. A s iniciati­

expressão e de sua própria natureza de exis­

vas isoladas

tência, têm direitos adquiridos, mas não confe­

fraqueza, e a falta de espírito associativo de­

ridos. A velha arte de imprimir, na realidade, tornouse indústria, ramificou-se, desdobrou-se em seto­ res vários, a isso obrigada pela necessidade de, como dissemos acima, interferir nas mais diver­ sas e variadas atividades do homem. Se analisar­ mos, no entanto, o conjunto de suas ramificações, veremos que, mesmo industrializada, não per­ deu o sentido e o cunho da arte, não de que se originou mas que implantou com a sua cria­ ção, e como tal deve ser encarado o invento do venerando Gutenberg, mormente quando reivin­ dica para êle um mínimo de atenção de que necessita para se colocar em seu devido lugar no concêrto das realizações de um povo. Fatores os mais diversos influenciam naqui­ lo que se pode chamar de oportunidade para um

geralmente se perdem pela sua

termina o fracasso de tôda a iniciativa, por re­ conhecidamente útil que seja. Com a nossa arte gráfica, forçoso é reconhe­ cer, vem acontecendo justamente isso —

vive

ela de frustação em frustação das iniciativas particulares que têm visado o seu aprimora­ mento e consequente projeção no cenário das coisas nacionais. Só mesmo conseguiram vin­ gar as poucas iniciativas que contaram com o apôio de algum

grupo forte

ou o beneplá­

cito dos poderes públicos, sem que se conseguis­ se, no entanto, atingir ao verdadeiro congra­ çamento da classe, à conta de cuja negativa se deve lançar, a nosso ver, o propalado atraso em que vivemos com relação a outros países menores, que não dispõem dos recursos huma­ nos e materiais de que dispomos. ( Contínua na página 6)


Boletim da Indústria Gráfica S. FERRAZ

-

D IR E T O R

R e d a ç ã o e A d m in is t r a ç ã o : P r a ç a d a Sé, 3 9 9 - 5.° Andar, S a la 5 0 8 ______________________________________

P UB LIC A-S E

Fone 2 -4 6 9 4

S ã o P a u lo

Q U I N Z E N A L M E N T E ____________________________________

____________________ C O M P O S T O E I M P R E S S O NA E S C O L A DE A R T E S G R Á F I C A S D O S E N Al_____________________ COLABORAM N E S TA EDIÇÃO :

A N T Ô N I O S O D R É C. C A R D O S O

PUBLICAÇÕES RECEBIDAS Registramos e agradecemos o rece­ bimento regular de mais as seguintes publicações: “ Boletin Siga” , da Asso­ ciação de Industriais Gráficos da A r ­ gentina; “ Gaceta Grafica” , da Câmara da Indústria Gráfica de Buenos Aires; “ Boletim Linotípico” , publicado pela Mergenthaler Linotype Co.; “ Notícias da O. I. T.” , mensário da Organização Internacional do Trabalho, Suiça; “Taquigrafia” , órgão da Associação Taquigráfica Paulista; “ Sési Jornal” , publicado pela Divisão de Educação Social do Serviço Social da Indústria; “Boletim do SA PS” , que ültimamente está sendo impresso em oficinas pró­ prias; e “Piratininga” , mensário da Cia. Nacional de Seguros Gerais e Acidentes do Trabalho.

CURIOSO ÊRRO TIPOGRÁFICO Na primeira página da edição do “ New York Times” de 21 de abril pas­ sado saiu publicado um curioso êrro tipográfico, destinado a ficar famoso. O correspondente daquele jornal em Berlim referiu-se ao hino alemão “Deutschland uber Alies” , título que, no entanto, saiu assim: “ Deutschland uber A lliee” — Alemanha sôbre os Aliados.

ESCRITÓRIO DA 0. I. T. EM SÃO PAULO Segundo o mensário “Notícias da O. I. T.” , fo i decidido estabelecer, nes­

E

RAM ILFO LUÍS PEREIRA

ta Capital, o Escritório da Mão de Obra para a América Latina da Orga­ nização Internacional do Trabalho. Acrescenta aquêle órgão que “a inau­ guração desta importante repartição se realizará em breve na metrópole paulista, centro vital do parque indus­ trial brasileiro, e o mais importante da América Latina. A O. I. T. demons­ tra assim, mais uma vez, sua preocu­ pação constante pelos problemas do novo mundo.”

PAPEL PARA IMPRENSA COM RESÍDUOS DE ÁLAMO Notícia de Estocolmo nos dá a co­ nhecer que durante os últimos anos a fábrica de Ostrand, pertencente à Cia. Sueca de Celulose, vem empregando resíduos de álamo, que anteriormente eram apenas considerados bons como combustível, para a produção de uma polpa de sulfato semialvejada, ade­ quada para a fabricação de papel para imprensa. A produção dessa polpa no corrente ano é calculada em 21.000 toneladas, ou seja, uma quinta parte da produção total da fábrica. É desti­ nada à fabricação de papel que será exportado para a Inglaterra e outros países europeus. Acredita-se que só resíduos de madeira de álamo, consistentes de ramos delgados e re­ torcidos que abundam na Suécia, po­ derão substituir em alguma extensão a madeira de coníferas da qual há es­ cassez.


B O L E T IM D A IN D Ü S T R IA G R A F IC A

P A G IN A 3

A INDÚSTRIA GRÁFICA DO INTERIOR EM REVISTA No intuito de dar a conhecer aos nossos leitores informes sôbre as artes gráficas do Interior de São Paulo, êste quinzenário se dirigiu a todos os jornais e tipografias interioranos so­ licitando a remessa de fotografias fi­ xando aspectos que consigam expres­ sar o que possuímos em nosso “hinter-

land” com relação à arte dos tipos móveis. Tendo em vista a nossa finalidade, esperamos ser atendidos em nossa so­ licitação, para que o nosso propósito não sofra solução de continuidade. Já recebemos algumas poucas foto­ grafias, que não vieram acompanha-

Os três flagrantes que estampamos hoje nos foram enviados pela T IP O G R A F IA E L IV R A ­ RIA M A C H A D O , de Tatuí, estabelecimento que existe na terra natal de Paulo Setúbal há mais de vinte anos, e que vem emprestan­ do eficientemente a sua colaboração na difu­ são da cultura, do comércio e da indústria daquela próspera cidade paulista, que conta ainda com outras casas gráficas

das, no entanto, dos dados que ne­ cessitamos para as legendas. A fim de evitar que não as possamos uti­ lizar — o que para nós será por de­ mais lamentável — , as fotos devem vir acompanhadas de informes es­ clarecedores.


P A G IN A 6

B O L E T IM D A IN D Ú S T R IA G R Á F IC A

O LU G A R D AS A RTES G R Á F IC A S

Movimento da Janta Comercial

( C o n tin u a çã o

da

p á g in a

1)

Encarada como arte ou simplesmente como indústria —

a que se destinou o papel relevan­

te de levar o nosso pensamento, as nossas rea­ lizações, as nossa conquistas, enfim tôdas as Extraímos do Diário Oficial do Estado o seguinte movimento da Junta Comercial com relação a firmas gráficas e correlatas, nas sessões de 21-4-50, 25*4-50, 28-4-50, 2-5-50 e 5-5-50, ratificadas respectivamente pelas de 25-4-50, 28-4-50, 2-5-50, 5-5-50 e 9-5-50: N. 121.187 — Irmãos Contesini — Atibaia — Rua Tomé Franco, 237 — ramo de ti­ pografia e papelaria no estabelecimento de­ nominado Tipografia e Papelaria Santa Teresinha — Cr$ 20.000,00 em partes iguais en­ tre Miguel P ilegi Contesini e Octávio Pilegi Contesini — brasileiros — solidários — in­ determinado — ass. em 9-2-50. N. 121.242 — Artefatos de Papel Cury Ltda. — Capital — Rua Muniz de Souza, 442 — confecção de impressos, artigos de papelaria em geral — Cr? 300.000,00 em partes iguais entre Irmgard Emíla Lichtenberger Paes, que se assina Irmgard Paes e Walter Rhormens, brasileiros — 10 anos — ass. em 18-4-50. N. 121.248 — Epag — Editora Paulista de A rte G ráfica Ltda. — Capital — Páteo do Colégio, 3 — edição, fabricação, comércio de produtos de papel e papelão com e sem impresso e importação e exportação — CrS 500.000,00 sendo Cr$ 350.000,00 de Carl Israel Stern; CrS 100.000,00 de Heinz Norbert Israel Stern e Cr$ 50.000,00 de Sara Rosy Stern, alemães — indeterminado a contar de 1-1-49 — ass. em 18-1-50. N. 121.307 — Gráfica R elêvo Universal Ltda. — Capital — cont. 72.288 — alts. até 100.860 — Benedito Barbosa Junior, tendo ajustado a cessão das suas 5 cotas de ca­ pital no total de Cr$ 25.000,00 ao sócio Abel Marques Nogueira, de quem recebeu dita importância, retira-se da sociedade — O capital continua o mesmo de CrS 250.000,00 sendo CrS 140.000,00 cessionário — CrS .. . 25.000,00 de cada um dos srs. Manoel Henri­ que Nogueira de Assunção, Domingos José Sapienza, Amadeu Nogueira de Assunção e Maria Rosalina Nogueira de Assunção e Cr$ 10.000,00 de Eros Bedei — ass. em 25-3-50. N. 121.342 — Grafiartes Ltda. — Capi­ tal — R. José Bento, 36 — comércio de ti-

nossas ações ao conhecimento dos

que aqui

vivemos e dos que lá fora têm interesse pelo que fazemos — , por que não colocarmos a ar­ te gráfica nacional no lugar de projeção que lhe compete, propugnando para

que lhe se­

jam dadas as escolas de que necessita, a com­ preensão que lhe é negada nas suas justas rei­ vindicações, a elevação de seu conceito no concenso popular e, acima de tudo, o congraçamento de todos aquêles que nela militam? Agora mesmo cogita-se na criação de uma Escola de Artes Gráficas anexa à Universidade de São Paulo. Seria, assim, o ensino gráfico tor­ nado universitário, a exemplo do que acontece em todos os países da Europa e das Américas que não se descuidam do veículo de transmis­ são de seu pensamento e feitos. E seria isso, com a união de todos em tôrno da concreti­ zação dessa idéia, o verdadeiro marco para o início de um movimento visando o aprimora­ mento de nossas artes gráficas e sua conse­ quente projeção. — S. F.

pografia e artes gráficas — CrS 20.000,00 em partes iguais entre Luiza Vieira, Joanna Caparroz Bonel, Maria Taboada de Souza e Josepha Coucurdi Morenilea, a prim eira iugoslávia e os demais brasileiros — in­ determinado — ass. em 17-4-1950. N. 121.480 — Indústrias Gráficas “ A Co­ marca” Ltda. — Capital — Rua 25 de Março, 1 061 — indústrias gráficas, bem como edi­ ções de jornais — Cr$ 500.000,00 — sendo Cr$ 350.000,00 do Dr. João Abdalla e C r$ . . . 50.000,00 de cada um dos sócios Manoel João Abdalla, Nicolau João Abdalla e Dr. Antônio João Abdalla — brasileiros — As atividades sociais serão ini­ ciadas com uma oficina em Araçatuba e a edição do Jornal " A Comarca” na mesma cidade — 5 anos.


Sácaícc L e m b ra n d o m ovim entos A rt e s G rá fic a s

deAtóeá. úfaáfecaà. anexa à p ró -

de S. (Paula

A entrevista que hoje transcrevemos, resumidamente, foi concedido ao "Jornal de São Paulo" pelo sr. Antônio Sodré C. Cardoso, diretor do Departamento de Pesquisas em Artes Gráficas de nosso Sindicato, a propósito da criação, nesta Capital, de uma Escola de Artes Gráficas anexa à

F a to r do d esen vo lvim en to da In d ú s tria G rá fic a

nossa Universidade. “ Uma escola de artes gráficas é uma medi­ da realmente necessária. Disso sabemos nós, no Departamento de Pesquisas em Artes Gráficas, pois que sintetizamos a opinião de inúmeros interessados pelos assuntos de que tratam as artes gráficas, com os quais mantemos perma­ nente contato. São bibliotecários, jornalistas, publicitários, professores, particulares e mesmo gráficos, que querem aperfeiçoar a sua cultura e conhecer as técnicas modernas de impressão, os processos das diversas atividades da indús­ tria gráfica, a execução artística e estética de uma obra, a admihistração de oficinas, e outros tantos conhecimentos que lhes faltam e que em muito contribuiríam para melhor desempenho de suas funções. EXISTE UM A ESCOLA “ Já existe uma escola de artes gráficas em São Paulo. A do SENAI, que se ocupa, porém, da formação de operários aprendizes durante o dia e que, à noite, se dedica ao aperfeiçoamen­ to rápido de operários, preferencialmente. Nesse curso noturno podem ingressar também inte­ ressados que não sejam operários, mas para êsses a percentagem de admissão às vagas exis­ tentes é relativamente pequena. Ademais, a instrução é tôda ministrada por processos prá­ ticos de produção, limitando-se à formação rá­ pida de tipógrafos, linotipistas, impressores e encadernadores, não se preocupando com a for­ mação de artistas e a especialização aprofunda­ da. E\ portanto, uma escola de artes gráficas para operários da indústria. As artes gráficas necessitam de alguma coisa mais, pois a sua infiltração se faz em quase tôdas as atividades humanas.

Tal Escola, mais uma vez frisamos, é uma necessidade para as nossas artes gráficas, e também um valioso subsídio à difusão de nossa cultura — uma vez que virá a ser o fator preponderante co aprimoramento da arte de imprimir em nossa terra. que trabalham diversas.

em

profissões

completamente

MOVIMENTOS PRÓ-ARTES G R ÁFIC AS “ Dentre os inúmeros movimentos pró-artes gráficas no terreno educativo e cultural, lembramo-nos de alguns. Na Escola Politécnica houve um curso de fotografia. Na Faculdade de M e­ dicina, fo i organizado um curso sôbre documen­ tação científica, no qual se descreviam os pro­ cessos das artes gráficas. Na Faculdade “ Saedes Sapientiae” existem cursos de jornalismo, bi­ blioteconomia e artes gráficas. A Associação Paulista de Propaganda manteve, até há pou­ co, um curso de publicidade, e uma das cadei-

t

DE INTERÊSSE GERAL “ O interêsse pelas artes gráficas é geral. ê s" se assunto cativa qualquer pessoa. Não há quem não deseje saber como se faz um livro, um impresso ou qualquer outro trabalho grá­ fico. A história das artes gráficas é tema de permanente curiosidade e desperta o interêsse de um grande público. E* engano pensar que artes gráficas interessam apenas aos que nela trabalham. Temos encontrado um sem número de pessoas interessadas pelas artes gráficas e

paganda. Durante a realização do Congresso de Editores e Livreiros, a Câmara Brasileira do L ivro propôs a criação de um curso para edi­ tores e livreiros, onde se obtivessem noções de biblioteconomia e artes gráficas. P or outro lado, no Museu de Arte de São Paulo, está sendo criado um curso para gravadores em buril e xilogravura. Também o SÉSI promoveu um curso de biblioteconomia há pouco tempo ♦ e agora está realizando um curso de jornal de

emprêsa. Nas Escolas Normais oficiais aprende-se a encadernação, como prática de traba­ lhos manuais. Não devem ainda ser esquecidos os cursos de artes gráficas da Escola Técnica Getúlio Vargas, o curso vocacional de artes gráficas da Cia. Antartica Paulista, os cursos de artes gráficas das Escolas Salesianas e aa noções sôbre encadernação artística do Liceu de Artes e Ofícios. Isso tudo para demonstrar que em quase tôdas as atividades, quer sejam universitárias, artísticas ou profissionais, existem grupos in­ teressados pelas artes gráficas e que a escola do cuja criação se está cogitando viria justa­ mente atender a grande número de interes­ sados. As matrículas seriam mais ràpidamente preenchidas do que se pode imaginar. Disto já se poderia ter uma comprovação antecipada pelo sucesso alcançado nas escolas de jornalis­ mo, nas escolas de biblioteconomia e mesmo nesses cursos de artes gráficas que esporàdicamente são realizados. Se não conseguirmos brevemente uma escola de artes gráficas, de nível elevado e com os cursos de especialização que se fazem necessá­ rios, haverá no futuro grande disparidade en­ tre a formação dos bons jornalistas e dos bi­ bliotecários eficientes, que hoje se faz com tanto cuidado, e a formação insuficiente dos que tra­ balham em artes gráficas, que não poderão, por sua vez, acompanhar e atender às exigên­ cias de um trabalho moderno, perfeito e à altura do que lhes será pedido para a feitura material de um jornal, livro ou simples impres­ so avulso. FATOR

DE DESENVOLVIM ENTO IN D Ú S TR IA G R Á F IC A

DA

“ O desenvolvimento de nossa indústria grá­ fica depende da quantidade de pessoas habili­ tadas que nela possam aplicar a contento as práticas adquiridas pela instrução especiali­ zada. As nossas indústrias gráficas estão apa­ relhadas com a mesma maquinaria que existe

nos Estados Unidos. No entanto, os bons ser­ viços gráficos executados entre nós não somam quantidade que se possa sequer comparar com os bons trabalhos que nos chegam daquele país, pois quase nada se conhece dos proces­ sos modernos e a maioria das tipografias ainda se prende a processos tradicionais. Se existis­ se uma escola de artes gráficas de nível eleva­ do, os alunos não se limitariam a conhecer so­ mente o que existe entre nós. Familiárizar-seiam com os processos mais modernos, o manêjo de máquinas novas, a prática de técnicas progressistas, o trabalho organizado, a adminis­ tração ideal e tantas coisas úteis e necessárias. DE

CARÁTER UN IV E R SITÁR IO

“ Uma escola de artes gráficas de caráter universitário abriria caminho para uma série de realizações de inestimável valor. Para isso, não faltam motivos e razões bem justificadas, uma vez que nas artes gráficas se apoiam os processos de disseminação de cultura, e, ainda, constituem elas o melhor meio de projeção e valorização, no Exterior, de tôdas as nossas atividades, quer sejam artísticas, literárias, co­ merciais ou industriais. MUSEU DE ARTES G R ÁFIC AS “ Quanto ao museu de artes gráficas, a sua criação também seria bastante interessante para as artes gráficas e para todos os estudiosos em geral, mas bem poderia êle existir em função da escola de artes gráficas, isto é, anexado à essa mesma escola. E também poderia compor­ tar o museu do livro, cuja realização já foi idealizada por um grupo de bibliófilos. Tudo isso, porém, depende de uma iniciativa preliminar, depois da qual não tardarão a se apresentar colaboradores, técnicos e entusiastas pelo assunto, que oferecerão todos os seus esforços para a realização dêsse grande empreendimento em prol das artes gráficas. Urge, pois, que a escola de artes gráficas e as realizações que se planejam em tôrno da mesma sejam consubstanciadas o quanto antes, pois êsse seria um passo dos mais acertados em prol do desenvolvimento cultural do nosso povo” .


B O L E T IM D A IN D Ü S T R IA G R A F IC A

P A G IN A

7

G-rniímícacLcu dxS- SindicatoRE LAÇÃO DE DOIS TERÇOS A té 30 do corrente deverão ser entregues ao Departamento Esta­ dual do Trabalho as relações de 2/3 (relações nominais dos em­ pregados). As firmas que não ti­ verem empregados deverão fazer declaração negativa. FERIADO O D IA 29 De acordo com a lei municipal n.° 3 857, de 30 de março do cor­ rente ano, será feriado o próximo dia 29 do mês em curso. LEG ISLA Ç ÃO

T R A B A L H IS T A

Transcrevemos abaixo os artigos 482 e 483 da C. L. T., que norteam a rescisão do contrato de trabalho por justa causa, tanto pelo empre­ gador como pelo empregado: “ Art. 482 — Constituem justa causa para rescisão do contrato de trabalho pelo empregador: a) ato de improbidade; b ) incontinência de conduta ou mau procedimento; c) negociação habitual por con­ ta própria ou alheia sem permis­ são do empregador e quando cons­ tituir ato de concorrência à emprêsa para a qual trabalha o em­ pregado, ou for prejudicial ao ser­ viço; d) condenação criminal do em­ pregado, passada em julgado, caso não tenha havido suspensão da exe­ cução da pena; e ) desídia no desempenho das respectivas funções; f ) embriaguez habitual ou em serviço; g ) violação de segrêdo da emprêsa; h) ato de indisciplina ou de in­ subordinação; i) abandono de emprêgo; j ) ato lesivo da honra ou da boa

fama praticado no serviço contra qualquer pessoa, ou ofensas físi­ cas, nas mesmas condições, salvo em caso de legítima defesa, pró­ pria ou de outrem; k ) ato lesivo da honra e boa fama ou ofensas físicas praticadas contra o empregador e superiores hierár­ quicos, salvo em caso de legítima defesa, própria ou de outrem; l ) prática constante de jogos de azar” . “ Art. 483 — O empregado pode­ rá considerar rescindido o contra­ to e pleitear a devida indenização quando: a) forem exigidos serviços su­ periores às sus forças, defesos por lei, contrários aos bons costumes, ou alheios ao contrato; b ) for tratado pelo empregador ou por seus superiores hierárquicos com rigor excessivo; c) correr perigo manifesto de mal considerável; d) não cumprir o empregador as obrigações do contrato; e) praticar o empregador ou seus prepostos, contra êle ou pessoas de sua família, ato lesivo da honra e boa fama; f ) o empregador ou seus pre­ postos ofenderem-no fisicamente, salvo em caso de legítima defesa, própria ou de outrem; g ) o empregador reduzir o seu trabalho, sendo êste por peça ou tarefa, de forma a afetar sensivel­ mente a importância dos salários. § l.° — O empregado poderá suspender a prestação dos serviços ou rescindir o contrato, quando ti­ ver de desempenhar obrigações le­ gais, incompatíveis com a continua­ ção do serviço. § 2.° — No caso de morte do empregador constituído em emprêsa individual, é facultado ao em­ pregado rescindir o contrato de trabalho” .


E S C O L A DE A R T E S G R Á F I C A S DO SEIMAI NOTICIÁRIO

FÉRIAS DE INVERNO Encerraram-se, hoje, dia 15, as aulas dos Cursos Diúrnos de Aprendizagem da Escola de Artes Gráficas. Têm iní­ cio, assim, as esperadas “Férias de In­ verno” , almejadas pelos alunos e, que se prolongarão até 15 de julho. A lm e­ jadas porque, conforme princípio es­ tabelecido entre o SEN A I e a Indús­ tria, as férias de trabalho dos menores aprendizes que a elas têm direito, são concedidas durante o mês de férias es­ colares. Ao se encerrarem as aulas, o Bole­ tim de Matrículas referente a maio p. p., registrou o seguinte movimento de alunos: M A T R ÍC U L A T O T A L DO SEMESTRE C. P. (Curso Prelim inar) C. A.O. (Curso de Aprendizes de O fício) . . . . C. A. I. (Curso de Aspirantes à Indústria . . . . T o ta l:

20 182 38

................................ 240

C U R S O N O TU R N O DE ARTES G R Á F IC A S INTERESSE E AFLUÊNCIA OE CANDIDATCS Abertas, em 6 do corrente, às 7 ho­ ras da noite e encerradas às 9 horas da mesma noite, as inscrições de can­ didatos para os Cursos Noturnos de Artes Gráficas foram fechadas com o seguinte movimento:

CANDIDATOS INSCRITOS Tipógrafos Linotipistas Impressores Encadernadores T o ta l:

. . . . .

. . . .' .

. . . . .

. . . . .

111 187 81 43 422

Isto demonstra o grande interêsse dos candidatos pelos Cursos de Artes Gráficas, noturnos, do SENAI. Os nú­ meros falam por si: 422 candidatos inscritos para 88 vagas.

PROVAS DE HABILITAÇÃO F A R A I I 8." OUTORGA DE CARTA DE OFÍCIO Submetem-se a exames, desde 12 do corrente, para direito ao desejado diploma de “ Carta de O fício” , a turma que concluiu o Curso de Aprendizes de Ofício neste semestre. Com a presença de representantes fiscais das entidades de classe patro­ nais, de trabalhadores e banca exami­ nadora para êsse fim instituída, pas­ sam os alunos pela “ prova de fogo” pois que os exames teóricos de Cál­ culo Técnico, Tecnologia e Desenho e a Prova Prática de Ofício abrangem tôda a matéria dada no decorrer do currículo escolar do curso.

VISITA DE ESTUDOS ÀS INSTALA­ ÇÕES DA FÁBRICA DE PAPEL DA CIA. MELHORAMENTOS DE S. PAULO, EM CAYEIRAS A convite do diretor do Departa­ mento de Pesquisas em Artes Gráfi­ cas do S. I. G. E. S. P., professores, instrutores e alunos do 6.° têrmo da Escola de Artes Gráficas visitaram, em 30 de maio p. p., as instalações da fábrica de papel da Cia. Melhora­ mentos de São Paulo, em Cayeiras. A caravana se compunha de profes­ sores e alunos de várias escolas, grá­ ficos profissionais e estudiosos do as­ sunto. Cicerones capacitados, gentilmente postos à disposição da caravana pela Cia., guiaram os professores e instru­ tores pelas diversas secções que, assim orientados tiveram oportunidade de “in loco” explicar aos alunos as fases da fabricação do papel. No próximo número pensamos co­ mentar os ensinamentos colhidos e o resultado prático obtido.


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