DA
INDÚSTRIA
GRÁFICA
ÕRGAO OFICIAL DO SINDICATO DAS IN D U ST R IA S G R Á FICA S NO ESTADO DE SÁO PAULO NÚMERO 20_____________SÃO PAULO, 1.» QUINZENA DE SETEMBRO DE 1950
APLICAÇÃO DO FUNDO SINDICAL Os trabalhadores sofrem o desconto compulsório de um dia de seus salários, anualmente, para a constituição do Fun do Sindical. Discutiu-se muito se, em face da Constituição, êsse desconto denomina do “ imposto sindical” , era ou não legal mente cobrado. O Poder Judiciário con siderou-o perfeitamente constitucional. É claro, entretanto, que o dinheiro arrecada do, em todo o país, deveria ser aplicado em benefício do trabalhador, através de obras de assistência social. O atual ministro interino do Trabalho, ao assumir a pasta, tratou de dar nova es trutura à Comissão do Imposto Sindical, iniciativa que foi recebida com a mais viva simpatia. Agora, segundo se noticia, aquêle titular acaba de tomar outra providência de real alcance para os trabalhadores: a transformação da Divisão de Higiene e Se gurança do Trabalho em Serviço de Assis tência Médico-Social do Trabalho. A fina lidade do Serviço é a de prestar aos traba lhadores uma constante assistência, como higiene do trabalho, seleção e adaptação pro fissional, combate à tuberculose, e outras atividades que estendem os benefícios às famílias dos trabalhadores. O Serviço, que terá dependências em tôdas as capitais do país, será mantido pelo Fundo Sindical. Representa isso um grande passo para a renovação de nossa política social, no que se refere à assistência permanente aos ope rários brasileiros, até então privativa dos Institutos de Pensões e Aposentadorias, pois agora é o próprio Ministério que toma uma posição clara e definida nesse sentido.
SISTEMA BRAILLE PARA OITOCENTOS IDIOMAS Foi divulgado recentemente em Londres um novo sistema Braille que serve para oitocentos idiomas. Pode ser aplicado a qualquer das linguagens das tribus africa nas, e foi aprovado por uma comissão es pecial de linguistas cegos reunidos em Londres. A. Sociedade Imperial Britânica para Cegos e a Escola de Estudos A frica nos, da Universidade de Londres, desem penharam papel importante na realização dêsse trabalho. O diretor da Sociedade, sr. John Wilson, declarou o seguinte: “ A ta refa de se encontrar símbolos adaptáveis a tôdas as variantes das linguagens africanas foi muito complexa, mas acho que chega mos a uma solução. Existe, provàvelmente, um milhão de cegos na África. O novo sis tema permitirá que a Sociedade imprima os livros de que necessitarão as escolas de cegos que pretendemos estabelecer nas co lônias britânicas” . A propósito, será interessante recordar que existe em São Paulo a única revista brasileira impressa em caracteres Braille, editada pela Fundação para o L ivro do Ce go no Brasil. Em sua edição n.° 2, fe verei ro de 1950, a revista “ Brasil G ráfico” publica interessante reportagem a respeito daquela Fundação, e em que se conta o curioso processo da impressão pelo sistema Braille.
Boletim da Indústria Gráfica S. FERRAZ - Diretor Redação e
A d m in istraçã o; Praça da Sé. 399 — 5 ° Andar, Sala 508 — fone 2-4694 — S. Paulo Publica-se quinzenalmente________________________ __________ Composto e Impresso na Escola de Artes Gráficas do SEN A l_______________ Colaboradores:
Antônio Sodré C. Cardoso e Ramilfo Luis Pereira_____________
EXPOSIÇÃO DO LIVRO ITALIANO Figuram nessa exposição do Museu de A rte Moderna, inaugurada a 18 do passado, cêrca de 4 mil obras, versando sôbre filo sofia, literatura clássica, moderna e con temporânea, testes escolares para a infân cia, política, história, etc. É digno de registro que a totalidade dos livros expostos foi doada pelos editores italianos ao Instituto Cultural ítalo-Brasileiro e constituirão o ponto de partida de uma grande biblioteca italiana que o Ins tituto porá à disposição de todos os estu diosos.
NOVA FÁBRICA DE PAPEL PARA O BRASIL Noticia-se que um industrial brasileiro foi a Londres para tratar do estabelecimen to, em nosso país, de uma fábrica de papel em que serão utilizados os bagaços da cana de açúcar como matéria prima. Adianta a notícia que o referido industrial fo i con sultar os técnicos da British Celulose Decelopment Corporation e provàvelmente comprará na Inglaterra parte do equipa mento para a projetada fábrica. Atualmen te, só existe no mundo uma fábrica dessa espécie, a Companhia de Celulose das F i lipinas, que emprega o processo de polpa chamado “ celdecorpomilio” .
CURSO DE GRAVURA 0 INVENTOR DO CARTÃO POSTAL
O Museu de Arte iniciou no mês pas sado um Curso de Gravura, em sua secção didática, que foi aparelhada com máqui nas, prensas e todo o material indispensá vel à prática da gravação em água-forte, ponta-sêca, água-tinta, verniz m ole, x ilo grafia, linóleo, etc. No referido curso são também ministrados conhecimentos de his tória da gravura e noções de litografia.
Atribui-se a Mister Tucq, que em 1910 se tornou barão, o invento do cartão postal ilustrado, em 1870. Tucq era modesto impressor a princí pio, mas a sua invenção proporcionou-lhe grandes lucros e popularidade. Faleceu em Londres em 1927.
EXPOSIÇÃO DE ARTE GRÁFICA POLONESA
0 MELHOR MEIO DE CORTAR MASSA PARA ROLOS
O Museu de Arte Moderna está realizan do uma exposição em que figuram traba lhos de gravadores e ilustradores poloneses, capazes de dar uma visão panorâmica do estado atual da arte gráfica polonesa, so bretudo do seu apuramento técnico real mente notável.
A o cortar massa para rolos, geralmente experimenta-se certa dificuldade, pela elas ticidade dêsse produto. E. Morin, na revis ta “ Gráfica” , dá o seguinte consêlho para facilitar tal trabalho: Prenda-se um arame resistente entre dois pontos sólidos e segure-se com as duas mãos o pedaço da massa, forçando-a sôbre o arame.
PRODUÇÃO NACIONAL DE PAPEL Segundo dados extraídos dos jornais, a produção do papel no Brasil, no ano passa do, atingiu a 200 m il toneladas, o que re presenta um acréscimo de vinte por cento sôbre a quantidade produzida no ano an terior. Coube a São Paulo, no ano passado, cêrca de metade de tôda a nossa produção de papel. Em seguida, vieram o Paraná, Estado do Rio, Minas Gerais, Distrito Fe deral, Rio Grande do Sul e outros Estados.
PUBLICAÇÕES PRIM EIRO CONGRESSO DE EDITÔRES E LIVREIROS DO B R A SIL — Foi publica do, em volume, o noticiário, regulamento e balanço geral das atividades desenvolvidas durante o Prim eiro Congresso de Editores e Livreiros do Brasil, realizado em novem bro de 1948, sob o patrocínio da Câmara Brasileira do Livro. Agradecemos o exem plar que nos foi ofertado.
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IN V E N Ç À O D A S M Á Q U IN A S R O T A T IV A S A invenção das máquinas rotati vas é, de há muito, atribuída a Marinoni. Segundo a revista belga “G rá fica”, no entanto, a primeira máqui na de impressão rotativa foi inven tada em 1850 por Thomas Nelson e figurou em 1851 na Exposição Uni versal de Londres. Embora de tama nho muito reduzido, ela trabalhava com “clichês” curvos e com papel contínuo. A rotativa, construída exclusiva mente para a impressão de jornais, data da segunda metade do século X IX , pertencendo a iniciativa a Rovland Hill. A máquina imprimia de um só lado e dava 10 000 exem plares por hora. A primeira rotativa introduzida na Erança (no jornal “Patrie” ) era do americano Robert Hoe; a impressão se fazia “em branco” e em caracteres móveis. Derriey, que trabalhava nessa má quina e que tinha introduzido, em 1862, na França, um novo sistema de “clichês” cilíndricos, teve a idéia de construir uma rotativa com retiração, que imprimia com “clichês”. O seu primeiro privilégio data de 1863; o segundo de 1866, para uma máquina que imprimiu o “Moniteur Universel”. O papel era em bobinas, mas cortado à entrada da máquina. Supunha-se que era mais simples im primir com papel em bobinas do que cortar o papel. Mas. . . era preciso assim fazer porque, nessa época, a administração pública se recusava a selar o papel em bobina! A lei francesa de 16 de julho de 1850, que tornava o sêlo obrigatório para cada fôlha de jornal, especifica va, entre outras coisas: “ . . . os jor nais e escritos periódicos são marca dos com um sêlo de cinco cêntimos por fôlha de 72 cm quadrados, para Paris e o Departamento de Seine — e dois cêntimos para os jornais seme lhantes publicados noutra parte. . . Todo o romance-folhetim publicado num jornal ou num suplemento era submetido a um sêlo de um cêntimo por número”.
O sêlo foi suprimido em 1871, mas substituiu-se por um imposto sôbre o papel. Devido a necessidade da aposição do sêlo, não permitindo a impressão no meio das bobinas de papel, a ti ragem dos jornais era feita sôbre fo lhas algumas vêzes, em prensas imensas, alimentadas por seis margeadores. Derriey introduziu ainda muitos aperfeiçoamentos na máquina rotati va. Em 1874, encontrou meios de adi cionar, à última hora, a bôlsa, em ca racteres móveis. Construiu ainda uma rotativa de oito formatos e in ventou um coletor de folhas. “Até sua morte, em 1884 — diz um de seus biógrafos — êste mecânico emérito não construiu uma máquina siquer, sem introduzir qualquer aper feiçoamento”. A primeira patente de Marinoni para uma rotativa (de dois, quatro ou seis cilindros impressores), data de 24 de abril de 1866; em 1867, nova patente; em 1868, êle colocou, no “Petit Journal”, em Paris, uma rota tiva de seis cilindros, que produzia 36 000 exemplares por hora. Para es ta máquina empregavam-se seis margeadores. Pela mesma época, um inglês de nome Walter inventou uma rotativa com bobina contínua, sem margeador, que produzia 2 300 exemplares por hora, cortados, dobrados e contados. Não foi senão em 1872 que Marino ni instalou a sua primeira rotativa em Paris, para a tiragem do jornal “La Liberté”. E quase ao mesmo tem po, Jules Derriey montava uma para o “Moniteur Universel”. Essas invenções e aperfeiçoamentos foram modificados por construtores de diversas nacionalidades. Mas a honra da invenção caberá sempre ao esquecido Thomas Nelson, pois em sua máquina (que não sabemos se ainda se acha no Museu do Livro, em Leipzig), encontram-se as características essenciais da rotativa moderna: a im pressão por meio de “clichês” e papel em bobinas.
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0 SENTIDO DA PESQUISA XISTE um bichinho que se chama anobium eruditus, vulgarmente conhecido por anóbio. Trata-se de um coleóptero que come livros, perfurando-os de lado a lado como o faria uma broca. Por êsse moti vo, recebeu êle o nome de eruditus. Existe, po rém, um outro bicho que também come os livros, ou os assimila, página por pági na, erudito do mesmo modo, porém de maior porte e, portanto, com maior capa cidade de assimilação. Êsse outro bicho não é nenhum tisanuro, nem tineideo. Parecese mais com um rato. Sim, êsse foi o no me que êle recebeu: rato de biblioteca. Êsse simpático bicho que todos nós conhe cemos é o bibliotecário. O bibliotecário é, porém, inimigo mortal de todos os outros bichos de livros a não ser dos de sua própria espécie. De fato, um dos seus interêsses é fazer criação de ratos de biblioteca, ratos no melhor sen tido possível, isto é, daqueles indivíduos que gostem de livros, que os entendam, que vivam entre êles, que façam de uma biblioteca o verdadeiro “ meio de cultura” da sua vida intelectual e profissional. O bibliotecário, no seu contacto diário com livros, com sistemas de classificação, com a técnica da documentação, vê-se obriga do, pela necessidade da sua profissão, a pos suir uma cultura eclética. O espírito de síntese do bibliotecário leva-o a dissecar uma obra, muitas vêzes página por pági na, a fim de encontrar uma classificação precisa e resumida que identifique e or dene a obra dentro de uma simples expres são numérica. Há, no entanto, aquêles bibliotecários que se especializam em determinadas clas ses de assuntos, quando pertencem a seto res ou a bibliotecas especializadas. Êsses ou aquêles, no entanto, têm sempre uma idéiá de conjunto dos conhecimentos que o mundo possui. Diz o ditado: “ aquêle que mais sabe, mais compreende que sabe me nos” , isso porque quanto mais se vai sa bendo, mais complexos se nos apresentam os diversos assuntos. O bibliotecário, po rém, compreende logo o perfeito signifi cado dêsse ditado, quando se defronta com o calhamaço de Dewey com suas duas mil páginas, essa síntese do conhecimento hu mano. E se são sábios os homens que re conhecem o quanto falta para saberem quando sabem muito, logo são sábios des sa filosofia os bibliotecários também, pois isso é que lhes permite essa cultura eclé tica que compreende a necessidade da sín tese, do estudo e da pesquisa. Se todos os homens soubessem o quanto lhes falta para se tornarem sábios seriam simples, modestos, e perderiam sem dúvida a empáfia que caracteriza os ignorantes convencidos de seus parcos conhecimentos. E sendo os homens simples e modestos, êles
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EM ARTES GRÁFI CAS Subordinada ao título acima, o sr. F r a n c i s c o C r u z M a l d o n a d o , ;presidente do Sindicato das Indústrias Gráficas no Estado de São Paulo, 'pronunciou, no dia 4 de julho passado, no auditório da Biblio teca Municipal, uma interessante conferência da qual hoje publicamos uma parte, concluíndo-a em nossa próxima edição. cada a biblioteconomia, para determinar seriam humildes reconhecendo o estado de frequências de edições, de leitura, e trans ignorância em que vivem e saberíam ain formando em números os resultados de da dar valor ao estudo, ao saber, à téc pesquisas e de observação. A arte de ar nica e, principalmente, aos livros. Todos rumar os livros em estantes há muito que os bibliotecários que conheço são modestos avançou por novas atividades e muito já assim como o são os verdadeiros homens se desenvolveu. E finalmente vem o intesábios, pois que se enclausuram entre os livros, âmam-nos, compreendem o seu va 4 rêsse do bibliotecário, êsse bibliomaníaco * ávido por novos conhecimentos, em saber lor e sentem e auscultam e vibram com a origem do livro, estudando a evolução as obras que manuseiam. da escrita, juntamente com os estilos da Compreender essa vasta extensão de co * arte, as questões sociais, e tudo o mais nhecimentos é o suficiente para a form a que tivesse exercido influência na históção de um terreno propício ao desenvolvi ^ ria do livro. Vem daí, a heráldica, o “ exmento de um interêsse por estudos cada librismo” , a bibliofilia, a paleografia, a vez maiores e mais aperfeiçoados. Por isso i epigrafia, a diplomática, a numismática, a o bibliotecário não estaciona e sim, evo filatelia e tantas outras ciências auxiliares lui, desenvolve a sua própria técnica. Dia da história que o estudioso da documenta a dia, a biblioteconomia prova a necessida ção defronta e analisa para bem prossegüir de que temos de sua existência e paten nos seus trabalhos. teia os seus esforços em prol da dissemina Retrocedendo na história da evolução do ção da cultura entre os povos civilizados. livro, chega-se afinal às antigas xilogra As coleções de livros, as antigas bibliote vuras, às gravuras em buril, água-forte, cas, os sistemas de classificação, a biblio etc. Procurando entender-se a xilogravura, teca moderna, o fichário-dicionário, a es entra-se em novos campos da técnica, para tante aberta, o livro-acesso, a biblioteca se conhecer os processos que neles estão circulante, os processos de documentação e implicados. E os conhecimentos do biblio tantos outros vêm marcando o aperfeiçoa tecário vão se estendendo. Chega-se a Gumento gradativo da biblioteconomia. Hoje a função da biblioteca é mais ampla, avan tenberg e o livro toma um novo impulso. Vem então a multiplicação de obras e o çando pela sociedade, e não se restrin crescente número de novas edições. Os mégindo ao antigo significado de museu de livros. ^ todos de impressão, desde a rústica tipo grafia de Gutenberg até os nosso dias, vão Dentro da própria biblioteconomia, su se desenvolvendo também. bordinada por Paul Otlet em seu Tratado de Documentação, à nova Ciência da Do Empenha-se agora o bibliotecário moder cumentação, os estudos que se podem fazer no em conhecer não somente a história da se estendem através de novos significados tipografia, numa essência teórica, mas pro cura desvendar todos os segredos em tôrno que demandam pesquisas e aprofundados da preparação dos livros. Assim é que ti estudos em tôrno do livro e do do cumento. vemos há pouco tempo um curso de artes gráficas para bibliotecários, que foi com Veja-se a bibliometria, que determina plementado por visitas a algumas indústrias em coeficientes a frequência de leitura de gráficas. E é pelo mesmo motivo que estou determinado autor de uma obra, através neste momento, a convite da Associação dos tempos. A Bibliosociometria, que me de a ação do livro e do documento sôbre $ JPaulista de Bibliotecários, tentando contar í alguma cousa de um assunto de artes gráo homem e a sociedade. A Estatística apli
ficas, encarado atualmente como um dos mais interessantes. Trata-se da pesquisa em artes gráficas. A pesquisa é um estudo crítico ou in vestigação na procura de novos conheci mentos, fatos ou princípios. Êsse sentido, porém, evoluiu para ser aplicado com maior precisão em determinados campos de ati vidades. A pesquisa com um sentido de busca, reservada principalmente para a ciência, foi se estendendo para a tecnologia, para a estatística, o comércio e, finalmen te, à propaganda, onde aparece já com um novo significado. Na propaganda, pesqui sa é uma sondagem que se faz de um mer cado durante ou antes do lançamento de uma campanha publicitária, a fim de se prever os seus possíveis efeitos. A pesqui sa é um estudo que se faz de determina do assunto de maneira a abranger todos os seus aspectos, sistematizando e definin do as suas atividades. No Sindicato das Indústrias Gráficas no Estado de São Paulo criamos um órgão de pesquisa, o Departamento de Pesquisa em Artes Gráficas, que logo se tornou conhe cido como D. P. A. G. Isso foi há dois anos atrás. O plano de criação do D. P. A. G. previa a sua transformação posterior num Instituto de Artes Gráficas, por isso as ati vidades incluídas em seu programa de ação estenderam-se além da simples pesquisa em artes gráficas, para o transformarem num órgão consultivo, informativo de intercâm bio, que tratasse enfim de tudo o que se referisse ao desenvolvimento e aperfeiçoa mento das artes gráficas em nosso país. Ao planejarmos o programa de ação do D. P. A. G., fizémo-lo orientando-nos nas organizações congêneres que já existem em outros países. Na Inglaterra existe a P A T R A , iniciais de The Printing, Packaging and Allied Trades Research Association, uma das mais bem aparelhadas organizações dês se gênero. A P A T R A é sustentada pelos industriais gráficos interessados no seu fun cionamento, pois dali surgem novos métodos de trabalho, novos processos para serem empregados nas artes gráficas, novas fór mulas e inúmeros estudos são ali realizados com o fito de desenvolver a indústria grá fica. Além disso a P A T R A divulga os seus estudos e patrocina a publicação de inúme ros folhetos técnicos. A P A T R A está ins talada em um prédio de três andares com vários laboratórios, oficinas gráficas, salas de estudos, bibliotecas, e inúmeras outras dependências tôdas dedicadas ao desenvol vimento de suas atividades. Existem nas suas oficinas gráficas máquinas das mais variadas marcas, pràticamente uma de cada marca, para que ali sejam testadas as suas qualidades e realizadas as experiências de terminadas pelos estudos. É uma organiza( Conclui na próxim a edição)
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PEDROGRAFIA
Foi o seguinte o movimento da Junta Comercial com relação a firmas gráficas e correlatas, em suas sessões de 14-7-50, 21-7-50 e 26-7-50: CONTRATOS N. 123.312 — Gráfica e Papel Monte Bran co Ltda. — Capital — Rua Theodoro Sam paio, 1634 — serviços de tipografia, co mércio de papelaria, artigos para escritório e afins. — Cr? 130 000,00 dividido em 260 quotas de Cr? 500,00 cada uma, das quais pertencem igualmente 65 quotas a cada um dos sócios Leonora Weissenberg, Gunther Weissenberg, Martha Weissenberg e Erwin Weissenberg, a primeira brasileira e os demais alemães. — indeterminado a começar de 1-4-50. — ass. em 8-5-50. N. 123.521 — Gráfica Flama Ltda. — Capital — R. Conselheiro Ramalho 928 a 930 — ramo de artes gráficas, papelaria e representações a comissão ou conta própria — Cr? 100 000,00 dividido em 20 quotas de Cr? 5 000,00 cada uma, das quais 9 perten cem a cada um dos sócios Amadeu Daniel Fernandes, Antônio Amaral e 2 ao sócio Or lando Oliveira Scano, êste brasileiro e os de mais portuguêses — indeterminado. — ass. em 6-7-50. N. 123.602 — Albini e Cia. — Capital — Rua Vergueiro, 3.355 — ramo de litogravura, em tôdas as suas modalidades, aplica ções artísticas, em corpos metálicos para a indústria ou não — Cr? 45 000,00 em partes iguais entre Vicente Albini, Tambelli e Salvador Pezzela — brasileiros — solidá rios — indeterminado — ass. em 10-7-50. N. 142.416 — Cartonagem Fotográfica C. Marin — Capital — R. Vinte, 466 — carto nagem — Cr? 10 000,00 — brasileiro — (Caleb Marin) — início em 24-5-50. N. 142.816 — Luiza Di Giorgio Fanti — Capital — Rua Casemiro de Abreu, 549 — Tipografia — Cr? 40 000,00 — início em 3-7-50. ALTERAÇÕES N. 123.369 — Livraria Lealdade Ltda. — Capital — contr. n.° 73.412 — alts. até 120 647 — É admitido na sociedade o Sr. Dr. Genésio Pèreira Filho, brasileiro, com 15 quotas que lhes são cedidas pelo Dr. Jo sé Loureiro Júnior. O capital continua o mesmo de Cr? 350 000,00, sendo C r?......... 210 000,00 de Editorial Guanunmby Ltda. com séde nesta praça, Cr? 125 000,00 do Dr. José Loureiro Júnior e Cr? 15 000,00 do novo sócio — ass. em 23-5-50.
OU
LITOGRAFIA ?
Numa de suas reuniões, no ano da graça de 1926 (portanto há 24 anos), a Academia Francesa discutiu acêrca da necessidade de ser substituída a palavra “litografia”. Alguns membros daquela instituição pretendiam a substituição pela palavra “pedrografia”, alegando ser o vocábulo mais próprio. A maioria dos membros da Aca demia Francesa, porém, resolveu manter a denominação que até hoje vigora — “litografia”.
N. 123.488 — São Paulo Gráfica Ltda. — Capital — contr. 114.089 — Retira-se Geraldo Maida cedendo e transferindo ao sr. Abraão Sarraf ora admitido, brasileiro, as suas 25 quotas de Cr? 1 000,00 cada uma, total de Cr? 25 000,00 que o retirante rece beu do cessionário acima citado — o mesmo cessionário cede e transfere das 25 quotas que lhes foram cedidas 20 quotas pelo preço de Cr? 20 000,00 ao sócio Bruno Jacintho Catroppa — O capital continua o mesmo de Cr? 50 000,00 dividido em 50 quotas de Cr? 1 000,00 das quais 45 pertencem ao sócio Bruno Jacintho Catroppa e 5 ao novo sócio — ass. em 14-6-50 — A sociedade terá sua sede à Rua 21 de Abril, 578. DISTRATOS N. 28.568 — Gráfica Meccia Ltda. — Ca pital — contr 106.482 — alt. 110.351 — Re nato Meccia e Domingos Meccia Júnior dis solvem a sociedade, retirando-se os sócios com a importância total de Cr? 26 277,00 nas seguintes proporções — Renato Meccia, com a importância de Cr? 21 277,00 e Do mingos Meccia Júnior, com a importância de Cr? 5 000,00. N. 28.569 — Neográfica Ltda. — Capital — contr. 81.264 — alt. 96.406 — Luiz Gonzaga Morato, Antônio Júlio Saavedra e Ruth Mello Morato. Retiram-se os sócios sem nada receberem em virtude do resultado defici tário apurado que absorveu igualmente suas quotas de capital. DOCUMENTOS N. 48.526 — Companhia de Papéis e P a pelão Yazbeck — Mogi das Cruzes — ata da assembléia geral extraodinária realizada em 27-5-50 pela qual os estatutos foram al terados, em consequência da transferência da séde para São Paulo — capital e extinção de cargo vago na diretoria.
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Gtsmumcad&é cL& Sindicato. B Ô L SA G R Á F IC A Sob esta denominação, como é do conhecimento de nossos asso ciados, mantemos em nossa secre taria um serviço de informações quanto à procura e oferta de em pregados, e também de outras in formações de interêsse geral. Te mos ültimamente desenvolvido ao máximo êste nosso serviço, pro curando assim atender às solicita ções que nos são enviadas. Para que, no entanto, possamos melhor controlar o movimento desta nos sa bolsa gráfica, solicitamos aos srs. empregadores, que nos comuni quem desde logo o preenchimen to das vagas em seus estabeleci mentos, isto para evitar que lhes enviemos novos candidatos. Semanalmente costumamos mimeografar uma circular em que são nomeadas tanto as procuras como as ofertas de empregados. Os interessados em receber essa relação devem solicitá-la à nossa secretaria.
L E G IS L A Ç Ã O
T R A B A L H IS T A
Transcrevemos abaixo os artigos 468, 469 e 470 e seus parágrafos, da Consolidação das Leis do Tra balho, que versam sôbre a alteraração nos contratos de trabalho: “Art. 468 — Nos contratos indi viduais de trabalho só é lícita a al teração das respectivas condições, por mútuo consentimento, e, ainda assim, desde que não resultem, di reta ou indiretamente, prejuísos ao empregado, sob pena de nulidade da cláusula infringente desta ga rantia. § único — Não se considera al teração unilateral a determinação do empregador para que o respec tivo empregado reverta ao cargo efetivo, anteriormente ocupado,
deixando o exercício de função de confiança. Art. 469 — Ao empregador é vedado transferir o empregado, sem a sua anuência, para localida de diversa da que resultar do con trato, não se considerando trans ferência a que não acarretar necessàriamente a mudança do seu domicílio. § l.° — Não estão compreendi dos na proibição dêste artigo os empregados que exercerem cargos de confiança e aquêles cujos con tratos tenham como condição, im plícita ou explícita, a trans ferência. § 2.° — É lícita a transferência quando ocorrer extinção do esta belecimento em que trabalhar o empregado. Art. 470 — Em caso de necessi dade de serviço, o empregador po derá transferir o empregado para localidade diversa da que resultar do contrato, não obstante as res trições do artigo anterior, mas, nes se caso, ficará obrigado a um pa gamento suplementar nunca infe rior a 25 % dos salários que o em pregado percebia naquela localida de, enquanto durar essa situação. § único — As despesas resultan tes da transferência correrão por conta do empregador”. A P R E N D IZ Considera-se aprendiz o traba lhador menor de 18 e maior de 14 anos, sujeito à formação profissio nal metódica do ofício em que exerça o seu trabalho (C.L.T., art. 80 § único). EM PR EG AD O Considera-se empregado tôda pessoa física que prestar serviços de natureza não eventual a em pregador, sob a dependência dês te ou mediante salário (C. L. T., art. 3).
ina da
ESCOLA DE ARIES GRAFICAS DO SENAI Redação de João F. de Arruda
A VERDADEIRA EDUCAÇÃO Julho trouxe consigo a enchente de alunos de yolta à escola e, com ela, maior número de visitas de industriais ao SENAI. Isto me lembra comentá rios sôbre “a verdadeira e d u c a ç ã o ” feitos por um industrial, o Sr. João Taddeu, que visitou nossa escola recentemente: “Estou satisfeito pelo que vi. Não que a escola esteja completa e aptu para a aprendizagem de todos os tipos de trabalhos gráficos. Sei disso. Minha firma, por exemplo, é especializada em impressões a relêvo e não vejo aqui qualquer máquina para êsse tipo de apren dizagem. Entretanto, me calaram fundo ver instalado nesta escola um serviço social para orientar e resolver os problemas comuns do alunooperário. O refeitório, as aulas de educação física, os consultórios médico e dentário da escola me fizeram crer no SENAI. Um bom em pregado não é aquele que melhor conhece o seu ofício. Para fazer da educação um êxito devemos ensinar aos jovens que a matemática, as ciências, as línguas, a técnica de um ofício são somente o comêço. Podem ser meios, porém nunca serão o fim. A formação humana de um aluno é que é o fim da verdadeira educação”. Sim, concordamos com o Sr. Taddeu. Um jovem educado, bom cidadão, bom filho, bom irmão é sempre um bom empregado. A capacidade profissional de nada vale diante de uma edu cação negativa às relações humanas.
VOCÊ CONHECE A ESCOLA DE ARTES GRÁFICAS DO SENAI ? O S E N AI é uma organização da Indústria a serviço do trabalhador do Brasil. Sua Escola de Artes Gráficas em São Paulo é uma entidade ao inteiro dispor dos profissionais grá ficos do Estado de São Paulo. Homens da Indústria — patrões e empregados — visi tam diariamente a Escola de Artes Gráficas do SENAI. Faça como êles, você que é um dêles. portas da es cola, fraternalmente, estão sempre abertas aos profissionais de artes gráficas!