Boletim da Indústria Gráfica (BIG) - Edição 21 - 1950

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N O ESTA DO DE S Á O P A U LO NÚMERO 21

SÃO PAULO, 2 .* QUINZENA DE SETEM BFsO DE 1950

ANO I

ENSINO PROFISSIONAL DAS ARTES GRÁFICAS Os conceitos abaixo, a propósito do ensino profissional das artes gráficas, são do prof. Bruce Butles, e foram extraídos de um dis­ curso proferido no Instituto Carnegie de Tecnologia, de Pittsburgh, Estados Unidos. Naturalmente não se referem êsses conceitos à formação do trabalhador gráfico propria­ mente, mas daqueles que se dedicarão à di­ reção de estabelecimentos gráficos. “ Em que consiste o ensino profissional nas artes gráficas? Ao responder esta pergunta, devo mencionar o programa do Instituto Car­ negie de Tecnologia, que se baseia em muitos anos de experiência neste campo particular. “ Assim é que o seu objetivo é proporcionar aos estudantes um sólido núcleo de perícia prática e um compreendimento do ofício, su­ plementado por tantos conhecimentos prá­ ticos nos princípios e nas técnicas quantos um homem possa absorver em um curso de dois a quatro anos de permanência no De­ partamento de Impressão. “ Um homem que tenha terminado o nosso curso será capaz de fazer sair, numa emer­ gência, um jornal êle mesmo, pois não será graduado, por exemplo, antes que possa ma­

nejar a máquina Linotipo e outras máquinas de compor. A probabilidade é que nunca terá que praticar êsses conhecimentos, mas os mesmos lhe serão inestimáveis mais tarde nas milhares de decisões que deverá fazer na administração do negócio ou na produção co­ mercial. Além disso, terá suficientes conhe­ cimentos na tipografia para poder desenhar de novo a capa de um livro ou a primeira página de um jornal, e igualmente melhorar a qualidade tipográfica de qualquer impresso, e, ainda, saberá algo acêrca das relações entre empregados e empregadores, tão necessárias para a cooperação eficaz com os operários a fim de alcançar uma produção elevada. “ Estas são apenas algumas das qualificações que um homem propriamente treinado deve ter no campo das artes gráficas, depois de graduado por uma escola profissional. Como bem se entende, deve ter também co­ nhecimentos a respeito de contabilidade grá­ fica e outros inerentes a qualquer ramo co­ mercial. “Um homem que tenha tais qualificações será benvindo em qualquer firma gráfica que o empregue, já que traz consigo a eficiência e a qualidade do seu mister” .


Boletim da Indústria Gráfica S. FERRAZ - Diretor Redação e Administração: Praça da Sé, 399 — 5.° Andar, Sala 508 — Fone 2-4694

S. Paulo

Publica-se quinzenalmente_____________________________ _______________ Composto e Impresso na Escola de Artes Gráficas do SENAI Colaboradores:

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Antônio Sodré C. Cardoso e Ramilfo Luis Pereira_________________

IN S T R U Ç Õ E S SÔ BRE R EE M B O LSO S PO STA IS

A ORIGEM DOS C A R TÕ E S DE VISITA S

O diretor geral do Departamento dos Cor­ reios e Telégrafos assinou portaria dando instruções para o registro e a expedição de reembolsos postais e encomendas comerciais, nos estabelecimentos dos próprios remeten­ tes. Essas instruções são acompanhadas •de três modelos e estão contidas em um impres­ so de 10 páginas. Estabelecem, entre outras coisas, que as firmas, emprêsas, organizações comerciais ou industriais, ou, ainda, quaisquer institui­ ções que entregarem aos Correios para expe­ dir, mensalmente, mais de 700 reembolsos postais ou encomendas comerciais ou, de ca­ da vez, mais de 70 dêsses objetos, serão noti­ ficados pela Diretoria Regional competente da conveniência de, mediante assinatura de têrmos de responsabilidade organizarem, em seus próprios estabelecimentos ou sedes ex­ pedições dos referidos objetos, por via de superfície, no máximo três vêzes por sema­ na, observadas as séries numéricas de regis­ tro que lhes forem fornecidas. Organizadas tais expedições, a repartição fornecerá aos remetentes, alicates, sinete privativo, sacos vasios e fechos de chumbo necessários à exe­ cução do serviço, devendo, no entanto, a en­ tidade interessada nas expedições, em suas próprias sedes, providenciar, por sua conta, a confecção do seguinte material: a) certi­ ficado de registro e lista de expedição; b) nota de malas; c) carimbo de data (que po­ derá ser o de uso da própria firm a); d) ró­ tulo para as malas; e) fatura e etiquetas tri­ angulares previstas nas Instruções para exe­ cução do “ Serviço de Reembolso” ; f) carim­ bo de “ Taxa-Paga” . Deverão os objetos de reembolsos postais e encomendas comerciais trazer, preferencialmente, já impressa, a menção “ Taxa-Paga” . Funcionários postais serão designados para dar as necessárias instruções aos remetentes a respeito da organização das malas. A portaria a que nos reportamos contém trinta e um artigos e entrará em vigor no dia l.° do próximo mês de outubro.

Antigamente, quando se ia visitar um ami­ go, que não se encontrava em casa, era cos­ tume, a fim de fazê-lo ciente da visita, es­ crever-se o nome com giz à porta, ou então usava-se uma carta de baralho, escrevendo no reverso — que era branco — o nome e algu­ mas palavras. As cartas de baralho serviram muito tempo de cartão de visita e também para se tomar notas. Abandonou-se depois êsse uso, passando a empregar-se quadrados de papel de bristol. Assim nasceram os cartões de visita, que a princípio eram manuscritos. Depois foram tomando todas as formas e todos os aspectos, passando então a serem impressos. Um colecionador paciente chegou a reunir centenas de exemplares, todos curiosos por algum de seus característicos. Encontravamse nessa coleção cartões de alumínio, de cor­ tiça, de madeira, de mica, de celulóide, de marfim, de bristol negro com letras brancas, alguns ornamentados com retratos ou com arabescos.

SR. EUGENE B. MIROVITCH Esteve em nossa capital, no mês passado, o sr. Eugene B. Mirovitch, vice-presidente da “Mergenthaler Linotype C.” . Acompanhado do presi­ dente de nosso Sindicato, sr. Fran­ cisco Cruz Maldonado, e de nosso companheiro Antônio Sodré C. Car­ doso, realizou o sr. Mirovitch diver­ sas visitas aos nossos jornais e es­ tabelecimentos gráficos. Agradecemos a visita que nos fez, acompanhado do sr. Raimundo Galo Neto, gerente da Linotipo do Brasil S. A. em São Paulo.


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NUMERADORES AUTOMÁTICOS A conservação dos numeradores automáti­ cos, cujo delicado mecanismo quase se pode comparar com o de um relógio, demanda uma rigorosa limpeza e a preservação do aparêlho da menor parcela de ferrugem, pó ou azinhavre. A respeito, encontramos no “ Journal des Imprimeurs Suisses” , alguns conselhos in­ teressantes que abaixo publicamos: Tôdas as partes móveis do aparêlho devem ser ligeiramente besuntadas, antes de seu uso, com óleo bem fino, tomando-se, porém, cui­ dado para que o óleo não passe sôbre os al­ garismos. Para evitar as falhas durante a impressão, é indispensável verificar-se antes o funcio­ namento de cada aparêlho. Essa verificação é feita exercendo-se pressão no sinal N.° ou na estréia, peças móveis que movimentam as rodas de números, cuidando-se, por exemplo, que a mudança da cifra 499 para 500, ou 999 para 1 000, seja correta. Coloca-se depois o numerador na composi­ ção, justificando-o de modo que ao apertar a chapa não sofram as faces onde funciona o eixo das rodas de números demasiada pres­ são. Geralmente a má justificação, que de­ termina demasiada pressão, é que ocasiona a maior parte dos desarranjos. Nas impressoras minervas, a posição do nu­ merador não tem importância. Mas nas má­ quinas de cilindro, se êste deve passar sôbre o numerador em tôda a extensão, é preciso evitar-se que o cilindro apanhe em primeiro lugar o sinal N.° ou a estréia. ( Continuação da página 6)

DISTRATO N.° 28 629 — Livraria Pioneira Ltda. — Ca­ pital — contr. 106 310 — Ênio Matheus Guazelli, Eduardo Alberto Angerami. que tam­ bém se assina Eduardo A. Angerami, Dr. Osmar Muniz Pimentel, Dr. Jacinto Ange­ rami e Dr. Vicente Ancona, dissolvem a so­ ciedade — O segundo recebe neste ato a importância de Cr$ 5 000,00, o terceiro recebe Cr$ 35 000,00, o quarto recebe Cr$ 30 000,00 e o último recebe Cr$ 35 000,00 — O ativo e passivo na importância de Cr$ 40 000,00 fica a cargo do primeiro, que continuará a explorar em seu nome individual, com a mesma atividade, sucessor da firma com a denominação de Livraria Pioneira. DOCUMENTO N.« 48 721 — Indústria Gráfica Girotti S. A. — Capital — Ata da assembléia geral ex­ traordinária realizada em 12-7-50 pela qual em virtude da renúncia do sr. Pedro Girotti, diretor industrial e também por achar-se findo o prazo do mandato da atual Diretoria foi eleita a nova que ficou assim constituída: foram reeleitos os srs. Lourenço Girotti para o cargo de diretor comercial e Dr. Adalber­ to Pereira da Fonseca, para o cargo de di­ retor tesoureiro, brasileiros, ficando vago o cargo de diretor industrial para ser preen­ chido oportunamente.

De acordo com o que nos comunicou “ A Serviçal S. A .” , foi requerida últimamente a patente abaixo: Heberkein & Co. A. G., patente de “ Pro­ cesso de fabricação de soluções de celulose estáveis e não gelatinizáveis” — Têrmo n.° 39 657.

( Continuação da página 5)

Dada a impossibilidade de o D. P. A. G. possuir os inúmeros livros que existem sôbre os assuntos gráficos e outros correlatos, existe nos fichários dessa entidade uma relação dos livros existentes nas diversas bi­ bliotecas, quer sejam públicas ou particu­ lares. Dessa maneira o interessado em de­ terminada obra saberá onde encontrá-la. Êsse fichário é, portanto, equivalente a uma biblioteca verdadeira. Assim mesmo, o D. P. A. G. está adquirindo muitos livros e revistas de maneira a formar uma biblio­ teca especializada. Diàriamente são enviadas ao D. P. A. G. inúmeras consultas técnicas, provenientes de todo o Brasil, e sôbre os mais variados assuntos. Para tôdas o D. P. A. G. tem uma resposta precisa, pois sendo um órgão de intercâmbio e centralização, as consul­ tas são por sua vez encaminhadas a téc­ nicos no assunto que fornecem os dados pa­ ra as respostas. Todos os que se interessam por qual­ quer assunto de artes gráficas encontrarão no D. P. A. G. pessoas com interêsses idên­ ticos. Por essa razão tem o D. P. A. G. aumentado constantemente o número de seus colaboradores. E’ constante e intenso o intercâmbio do D. P. A. G. com as enti­ dades de atividades correlatas. Quanto à nossa própria indústria, já iniciou o D. P. A. G. a distribuição de questionários para processar um levantamento dos dados de interêsse sôbre a indústria gráfica. A repercussão do D. P. A. G. já se faz sentir, tanto na América como na Europa. Nos outros estados brasileiros, o D. P. A. G. é considerado como um órgão informativo de artes gráficas. Dessa maneira, passo a passo, a semente plantada germinará e em­ bora a princípio os frutos sejam pequenos, logo a safra será maior. Enfim, o D. P. A. G. tem procurado rea­ lizar tudo que possa contribuir para o de­ senvolvimento das artes gráficas entre nós. Continuando com as realizações que tem conseguido e dando ampla realização ao seu programa de ação, breve teremos uma or­ ganização que irá ser o orgulho das artes gráficas nacional.


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( C onclusão da edição anterior)

ção modêlo, a única existente no mundo. Além disso, a PATRA mantém cursos técni­ cos de especialização superior. As artes grá­ ficas são ali apreciadas com todo o rigor cientifico, e seus estudos teóricos, compro­ vados depois pela experimentação, trazem resultados práticos inestimáveis para me­ lhorar nessa profissão. Nos Estados Unidos não há, propriamen­ te, uma organização como a PATRA, mas existem inúmeras organizações pequenas, cada uma se dedicando a determinada es­ pecialidade. Existem Associações de Tipó­ grafos, onde são mantidos organismos de estudos sôbre a tipografia; existem Asso­ ciações de Impressores, onde são estudados os problemas próprios da impressão, e as­ sim por diante. Essas organizações esten­ dem sua influência por tôda a América e constantemente são realizadas palestras, conferências, cursos, exposições patrocina­ das por essas entidades das artes gráficas. O programa das reuniões, palestras, confe­ rências, realizações e outros movimentos semelhantes dessas organizações america­ nas ocupa mensalmente duas ou três pá­ ginas de revistas, o que equivale a um nú­ mero de centenas de realizações mensais em prol do desenvolvimento das artes grá­ ficas naquele país. Essas reuniões, além de fortalecer o espírito de classe, permite o debate e a solução de inúmeros problemas que surgem diàriamente no trabalho. A boa vontade dos gráficos em se auxiliarem mútuamente torna-se patente nessas reuniões. Dentre as organizações americanas destaca-se o “ The American Institute of Graphic Arts” , que procura estimular e encorajar os que trabalham nas artes gráficas, de ma­ neira a se tornar um centro de intercâmbio dos pontos de vista de todos os interêsses nesse terreno. O AIGA publica livros e revistas, patrocina exposições mensais, es­ timula por todos os meios o desenvolvimen­ to do ensinó das artes gráficas, promovendo a elevação do nível de educação gráfica, procurando assim, desenvolver cada vez mais as artes gráficas nos Estados Unidos. Uma das interessantes exposições do AIGA é a dos cinquenta melhores livros impres­ sos durante o ano. As outras exposições são sôbre impressos comerciais, cartazes, folhe­ tos e sôbre outros serviços gráficos cujo valor é ressaltado em exposição a êles de­ dicadas. Além disso, nos Estados Unidos, existem as escolas que tratam também da pesqui­ sa em artes gráficas, sob um ponto de vis­ ta didático mas com excelentes aplicações na indústria gráfica. E, além das escolas, exis­ tem, naturalmente, as fábricas, as firmas que lançam as novas máquinas e que, em seus laboratórios especializados, estão sem­

0 SENTIDO DA PESQUISA EM A R T E S G R Á F I C A S FRANCISCO CRUZ MALDONADO

pre trabalhando e pesquisando à procura de gráficas realizadas na terra dos pampas. Pois bem, tendo tudo isso em mira é modelos mais aperfeiçoados e de métodos novos. A Imprensa Oficial dos Estados * que aproveitamos os estudos feitos por um grupo de técnicos em artes gráficas e Unidos (Government Printing O ffice) é, criamos o D. P. A. G., para servir às artes geralmente, a primeira a testar a eficiência gráficas do Brasil. de determinada máquina que se lança no O D. P. A. G. já tem dois anos de exis­ mercado e métodos novos e mais modernos tência e de realizações. A direção dessa de trabalho são também ali aplicados, antes entidade foi entregue a um entusiasta por que em qualquer outro lugar. A GPO pos­ artes gráficas, um dos idealizadores do sui uma das melhores oficinas gráficas dos D. P. A. G., o Sr. Antônio Sodré C. Car­ Estados Unidos e nela são experimentadas as doso. Mais tarde vieram integrá-lo outros mais modernas máquinas. A máquina de elementos e hoje o D. P. A. G. congrega foto-composição mecânica, para citar um um número apreciável de técnicos e apre­ exemplo, não foi ainda lançada ao merca­ ciadores das artes gráficas. do por se encontrar ainda em estudos, mas O D. P. A. G. publicou um folheto ex­ já está em funcionamento experimental nas plicativo das atividades previstas no seu oficinas dessa grande imprensa oficial. programa de ação, muitas das quais já fo ­ Dessa forma, fácil se torna a formação ram postas em execução. Nesse empreendide técnicos nos Estados Unidos, por meio dessas inúmeras organizações que ali exis­ * mento, é preciso considerar a falta de re­ cursos que caracteriza entre nós as boas tem, cujo número atinge a algumas cen­ iniciativas e, ainda, principalmente, a falta tenas, talvez um milhar. Os livros técni­ de cooperação. Há sempre para essas novi­ cos sôbre artes gráficas e assuntos correladades, um ambiente de estranheza, quase tos, publicados nos Estados Unidos, são os que de antipatia. Mesmo assim o D. P. A. G. mais perfeitos possível, publicando-se men­ salmente até dez obras sôbre o assunto. So­ i tem desenvolvido como pode as suas boas realizações. mente de revistas sôbre artes gráficas, os O D. P. A. G. possui inúmeros fichários Estados Unidos possuem número equiva­ com as mais variadas informações. Essa en­ lente à soma das que existem em todos os tidade mantém constante intercâmbio com outros países do mundo. Muitas dessas re­ o exterior, principalmente com organismos vistas são publicações oficiais das referidas de atividades congêneres. Uma quantidade instituições de artes gráficas. A divulgação enorme de catálogos de máquinas, equipa­ é um estímulo para o técnico interessado mentos e accessórios é enviada ao D. P. A. G. em publicar os seus estudos, o que permi­ para nele ser arquivada e transformada em te que outros desenvolvam melhor e com mais experiência, assuntos já debatidos. Isso fichas de informações e matéria para divul­ gação. tudo serve para agigantar uma indústria gráfica, fazendo-a destacar-se dentro de seu Uma das primeiras realizações do próprio país dentre as demais indústrias, D. P. A. G. foi de distribuir periodicamente e projetando-a no exterior como a melhor aos jornais, pequenos tópicos e artigos que elucidassem o público em geral sôbre o in­ indústria gráfica atual. Porém, não é somente na Inglaterra e trincado funcionamento da indústria gráfica. nos Estados Unidos que existem organiza­ Artigos êsses que visam à formação de um ções que visem ao desenvolvimento das freguês mais compreensivo, que admita a artes gráficas. Na França, na Alemanha lógica que existe na preparação de um atual, na Suíça, na Itália, na Argentina e trabalho gráfico qualquer e que se interes­ em muitos outros países, existem inúmeras se por trabalhos mais perfeitos. Êsses ar­ tigos, dirigidos também alguns dêles aos entidades dêsse gênero. Na Argentina existe a SIGA, Asociacion homens das artes gráficas, aos revisores, de los Industriales Gráficos de la Argentina, aos autores, foram publicados na maioria dos jornais do interior do Estado de São uma entidade que promove reuniões de in­ Paulo. Irá agora o D. P. A. G., à vista dustriais gráficos para debaterem os mais do sucesso alcançado por sèu serviço, es­ variados problemas quer sejam de ordem tender essa atividade a todos os jornais do técnica, quer sejam de ordem administra­ Brasil, cumprindo assim parte do seu pro­ tiva. A SIGA, ainda, realiza exposições sôbre grama de divulgação das artes gráficas. Irá artes gráficas e também edita uma revista também fornecer ao exterior, em seis líninteressante, “ Argentina Gráfica” , que * guas diferentes, um noticiário periódico anualmente apresenta as melhores produções

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do desenvolvimento da indústria gráfica em nosso país, para que o mesmo seja publi­ cado nas revistas de artes gráficas, que tudo noticiam para o mundo gráfico e sô­ bre o mundo gráfico. Um dos feitos mais interessantes do D. P. A. G., no seu setor de divulgação, foi o de patrocinar a publicação da revista “Brasil Gráfico” uma revista técnica de artes gráficas que foi recebida pela indús­ tria gráfica nacional com intenso júbilo, tan­ to pela sua apresentação magnífica como pelo seu conteúdo informativo e técnico da melhor qualidade. Essa revista, além disso, projetará no exterior o nível de nossas artes gráficas e evidenciará os esforços por nós dispendidos para se conseguir uma indús­ tria gráfica melhor. “ O Brasil Gráfico” será, além disso, o repositório dos estudos técnicos do D. P. A. G. e dos nossos técnicos nacio­ nais. Outra atividade do D. P. A. G. é a de promover visitas organizadas às indústrias gráficas, contando para isso com a coope­ ração de entidades interessadas nessas visi­ tas. Tem assim o D. P. A. G. realizado vá­ rias visitas, conseguindo sempre reunir um elevado número de interessados e propor­ cionando assim a verificação “ in loco” de como funcionam as indústrias gráficas. O D. P. A. G. recebeu dos Estados Uni­ dos alguns filmes técnicos sôbre artes grá­ ficas e com êles realizou uma série de projeçõs em auditórios e mesmo nas pró­ prias indústrias gráficas. Outros filmes es­ tão sendo esperados; com êles poderá o D. P. A. G. continuar essa realização. Os interessados na aquisição de máqui­ nas gráficas dirigem-se ao D. P. A. G. soli­ citando informações e dados a respeito do maquinário que estão interessados em ad­ quirir. Dessa maneira o D. P. A. G. rela­ ciona periodicamente listas de interessados e envia-as aos fornecedores para que êstes entrem em contacto direto com os que so­ licitam informações. Esta é, realmente, uma das finalidades do D. P. A. G.: a de cen­ tralizar os interêsses dos industriais grá­ ficos, de modo a cooperar no esclarecimen­ to da questão dos maquinismos mais ade­ quados ao nosso meio. O D. P. A. G. está, também, reunindo ma­ terial didático tal como cartazes, ilustra­ ções, filmes, diapositivos, peças, instrumen­ tos, sequências de preparação de impres­ sos e outros recursos auxiliares para um íensino eficiente. Êsse material ficará à disposição dos professores de artes gráficas para que sejam usados em suas aulas como complemento de explicações, após o que deverá ser devolvido ao Departamento de Pesquisas em Artes Gráficas para servir a outros cursos. ( Continua na página 3)


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É o seguinte o movimento da Junta Co­ mercial com relação a firmas gráficas e cor­ relatas, em suas sessões de 28-7-50, 1-8-50, 4-8-50, 8-8-50 e 11-8-50: CONTRATOS N.° 123 736 — Negreiros e Orlando Ltda. — Capital — Av. Gustavo Adolfo, 23 — explora­ ção da tipografia denominada “ Tipografia Neor” — Cr$ 20 000,00 em partes iguais entre Benedito Vidal de Negreiros e Weton Orlando — brasileiros — indeterminado — ass. em 17-7-50. N.° 123 738 — Oficinas Rotográficas Ltda. — Capital — Av. Lins de Vasconcelos, 3 100 — oficina gráfica, com litografia, tipografia e similares — Cr$ 150 000,00, sendo Cr$ 100 000,00 de Bruno Buoncristiani e Cr$ 50 000,00 de Chukichi Ishida, este japonês e o primeiro bra­ sileiro — 3 anos — ass. em 3-7-50. N.° 123 755 — Emprêsa Diário de Piracicaba Ltda. — Pça. José Bonifácio, 932 — exploração do jornal “ Diário de Piracicaba” — Cr$ 650 000,00 dividido em 650 quotas de Cr$ 1 000,00 cada uma, das quais 100 pertencem a Fernando Aloisi, 170 a Armando Dedini, 160 a Lino Morganti, 60 pertencem a cada um dos sócios Dr. Dovílio Ometo, Leopoldo Dedini, Pedro Ometo, Hé­ lio Morganti e 20 pertencem a Arnaldo Ricciardi — brasileiros — 10 anos automáticos — ass. em 12-4-50. N.° 123 790 — Bianchini, Castro e Cia. — Capital — Rua do Gasómetro, 230 — comércio de papelaria, artigos escolares e miudezas — Cr$ 200 000,00 sendo Cr$ 120 000,00 de João Bianchini e Cr$ 40 000,00 de cada um dos só­ cios Alberto Meireles de Castro e Henrique Bianchini, brasileiros, sendo o segundo na­ turalizado — solidários — indeterminado — ass. em 27-7-50. N.° 123 801 — Edições Pinças Ltda. — Ca­ pital — Rua Francisco Leitão, 730 — editar e vender livros científicos, didáticos ou literá­ rios, por conta própria ou de terceiros, etc. — Cr$ 100 000,00 em partes iguais entre Renato Guedes de Carvalho e Odilon Guedes Pinto — brasileiros — indeterminados — ass. em 18-7-50. N.° 123 802 — Estabelecimento de Reprodu­ ções Gráficas Jânus Ltda. — Capital — Rua 25 de Janeiro, 207 — exploração industrial do ramo foto-litográfico, reproduções, etc. e ou­ tros artigos — Cr$ 62 000,00 em partes iguais entre Leopold Friedrich Karl Brehm, que tam­ bém se assina Leopold Brehm e Ruth Magdalena Brehm, esta brasileira e o primeiro ale­ mão — indeterminado — ass. em 10-7-50. N.° 123 817 — Kalechman & Cia. Ltda. — Capital — Rua Mamoré, 406 — comércio de compra e venda de aparas de papéis inutili­ zados — Cr$ 100 000,00 dividido em 100 quotas de Cr$ 1 000,00 cada uma, das quais 60 per­

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tencem a Ieushua Kalechman e 20 a cada um dos sócios Orlando Costa e Silva e Vicente Medeiros — o primeiro palestiniano e os de­ mais brasileiros — indeterminado — ass. em 10-6-50. N.° 123 843 — Litotipográfica Jacareí Ltda. — Jacareí — Rua Floriano Peixoto, 87-fundos —ramo de litografia, tipografia e outros — Cr$ 1 500 000,00 divididos em quotas de......... Cr$ 20 000,00 cada uma, das quais 25 pertencem a Arlindo Scavone, 15 pertencem a cada um dos sócios Pedro Ribeiro Moreira e Biagino Chieffi, 7 pertencem a Pedro Quina de Siqueira, 3 quotas pertencem a cada um dos sócios Álfio Cozzubo e a Roberto Benedito Moreira, 5 pertencem a Fábio de Oliveira e 2 a José Ribeiro Moreira Sobrinho — brasileiros — indeterminado — ass. em 1-7-50. N.° 123 875 — Indústria Nacional de Cartazes Ltda. — Capital — contr. 108 221 — O capital de Cr$ 200 000,00 fica elevado para Cr$ 250 000,00 sendo Cr$ 100 000,00 de cada um dos sócios Silvano Lemmi e Boleslau Genevcius e ......... Cr$ 50 000,00 do novo sócio ora admitido dr. Flávio Lemmi, brasileiro — ass. em 20-7-50. N.° 124 028 — Magalhães Motta e Irmãos Ltda. — Capital — Rua Conselheiro Furtado, 1 093 — Encadernação, compras e vendas de materiais do mesmo gênero -— Cr$ 20 000,00, sendo Cr$ 8 000,00 de Deusquer Magalhães Motta e Cr$ 12 000,00 em partes iguais entre Deuselindo Motta e Deusdolar Motta, brasi­ leiros — indeterminado — ass. em 3-4-50 N.° 124 138 — Papelaria Excelcior Ltda. — Capital — Rua Stéfano, 270 — comércio de papelaria e artigos concernentes ao ramo — Cr$ 300 000,00 em partes iguais entre Alberto Lopes dos Santos e Isabel Pinto Ferraz Car­ valho — esta brasileira e o primeiro português — 5 anos automáticos — ass. em 15-7-50 N.° 124 178 — Sociedade Gráfica Brasileira Ltda. — Capital — contr. 54 686 — alts. até 120 188 — Retira-se Arthur Freire Napoleão, que faz cessão do total de suas quotas, em número de 10 no valor de Cr$ 10 000,00 aos seguintes sócios: — 7 ao sócio Tamio Miura, ficando o capital dêste elevado para............ Cr$ 247 000,00 e 3 quotas ao sócio Pedro Moroni, ficando o capital dêste elevado para......... Cr$ 53 000,00 — ass. em 1-8-50. N.° 124181 — Wandemacher e Barreiros Ltda. — Capital — contr. 111 013 — A socie­ dade explorará o ramo de comércio de oficina de tipografia e papelaria da qual fazem par­ te os sócios Rubens Wandemacher e Juvenal José Barreiros — ass. em 31-7-50. MODIFICAÇÃO N.° 124114 — Estabelecimento Gráfico Bignardi Ltda. — Capital — contr. 41 891 — alts. até 87 385 — É admitida como sócia Ofélia Bignardi Conti, brasileira — O capital de Cr$ 500 000,00 fica elevado para Cr$ 700 000,00 dividido em 700 quotas de Cr$ 1 000,00 cada uma, das quais 280 pertencem a Severino Big­ nardi; 160 a cada um dos sócios Vito Bignardi e Ângelo Bignardi e 25 pertencem a cada um dos sócios Odila Yolanda Bignardi Roberto, Elza Elvira Bignardi, Josefina Bignardi Ro­ berto e a nova sócia. — ass. em 29-5-50. (Continua na página 3)


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GxsmumcacL&ó cLo. Sindicato. CABE AO PATRÃO FIXAR O HORÁRIO DE SERVIÇO Em recurso Extraordinário, manifesta­ do numa reclamação trabalhista, o Su­ premo Tribunal Federal estabeleceu o princípio de que a fixação do horário de serviço compete ao empregador, cabendo ao empregado cumprí-lo, como decorrên­ cia natural da própria essência da relação de emprêgo, que impõe a sua subordina­ ção às ordens de quem dá o trabalho a executar. ASSISTÊNCIA JURÍDICA Como temos divulgado, está encarrega­ do da assistência jurídica quanto às con­ sultas de nossos associados, o advogado sr. Armando Carvalho Fernandes Júnior. 0 dr. Fernandes Júnior tem escritório à rua Anita Garibaldi, 231, 10." andar, salas 1 001 e 1 003, telefone 2-6415. LEGISLAÇÃO

TRABALHISTA

A propósito da concessão e da época das férias, diz o seguinte a Consolidação das Leis do Trabalho: Art. 136 — As férias serão concedidas em um só período. § l.° — Somente em casos excepcionais serão as férias concedidas em dois perío­ dos, um dos quais não poderá ser infe­ rior a 7 dias . §2." — Aos menores de 18 anos e aos maiores de 50 anos de idade, as férias serão sempre concedidas de uma só vez. Art. 137 — A concessão das férias será participada, por escrito, com a antece­ dência, no mínimo, de 8 dias. Dessa parti­ cipação o interessado dará recibo. Art. 138 — A concessão das férias será registrada na carteira profissional e no li­ vro de matrícula de empregados do esta­ belecimento. Parágrafo único — Os empregados não poderão entrar em gôzo de férias sem que apresentem, prèviamente, aos respectivos empregadores, as suas carteiras profissio­ nais, para o competente registro.

Art. 139 — A época da concessão das férias será a que melhor consulte os interêsses do empregador. Parágrafo único — Os membros de uma família, que trabalharem no mesmo esta­ belecimento ou emprêsa, terão direito a gozar férias no mesmo período, se assim o desejarem e se disto não resultar pre­ juízo para o serviço. Quanto à duração do trabalho do me­ nor, estatui o seguinte a Consolidação das Leis do Trabalho: Art. 411 — A duração do trabalho do menor regular-se-á pelas disposições le­ sais relativas à duração do trabalho em geral, com as restrições estabelecidas neste capítulo. Art. 412 — Após cada período de tra­ balho efetivo, quer contínuo, quer divi­ dido em dois turnos, haverá um inter­ valo de repouso, não inferior a onze horas. Art. 413 — É vedado prorrogar a dura­ ção normal do trabalho dos menores de 18 anos, salvo, excepcionalmente: a) quando, por motivo de fôrça maior, que não possa ser impedido ou previsto, o trabalho do menor for imprescindível ao funcionamento normal do estabeleci­ mento ; b) quando, em circunstâncias parti­ cular graves, o interêsse público o exigir; c) quando se tratar de prevenir a perda de matérias primas ou de substâncias pe­ recíveis. Art. 414 — Quando o menor de 18 anos for empregado em mais de um estabele­ cimento, as horas de trabalho em cada um serão totalizadas. MENOR DE 14 ANOS Ao menor de 14 anos, é proibido o traba­ lho (Art. 403, C. L. T.). Não se incluem nessa proibição, no en­ tanto, os alunos ou internados nas insti­ tuições que ministrem exclusivamente ensino profissional e nas de caráter be­ neficente ou disciplinar submetidas à fis­ calização oficial (§ único, art. 403, C. L. T.).


ESCOU DE ARTES GRÁFICAS 00 SEHfll Redação de João F. de Arruda

OBJETIVOS DA APRENDIZAGEM O sr. Francisco Agresti da “Emprêsa Editora O Pensamento” , visitandonos nesta quinzena, em palestra opor­ tuna com o pessoal da escola, nos fez uma pergunta interessante e original: “Com que objetivos realiza o SEN AI a aprendizagem dos seus alunos?” Tendo em vista a finalidade visada pela escola, lhe foi então explicado: Dois, dentre outros objetivos, vem a escola procurando atingir em cheio: a) a renovação da mão de obra in­ dustrial gráfica; b) a elevação do nível profissional gráfico, entre operários. Ora, o primeiro objetivo visa pre­ parar contingentes novos e contínuos de profissionais para substituir o pes­ soal gráfico, que, com o tempo, se en­ velhece, se aposenta, e necessàriamente se renova. Êste objetivo para ser alcançado, cada vez mais eficien­ temente, exige creação de novos cur­ sos, renovação e aumento do maquinário existente. Cumprindo êsse ob­ jetivo, o SEN AI criou e pôs em fun­ cionamento mais um curso neste ano, complemento da encadernação: o cur­ so de douração. Dois outros cursos, litografia-offset e fotogravura estão já projetados, prontos para funciona­ mento possível em ano vindouro. Quanto à renovação e aumento de maquinário, vejamos: de 1947 para cá, que nãd é o marco inicial da fundação da escola — ela foi criada em 1945 — o SENAI, renovando e aumentando o maquinário das secções, comprou: 30 cavaletes novos 200 mil cruzeiros de fontes de tipos

3 1 3 1 10 6 1 1 1 1 1 1

impressoras minervas cilindro-plano “Brasil” séries de tipos para dourar prensa para dourar teclados para linotipo máquinas linotipo prensa para bater encaixe facão com 1,20 m de luz máquina de grampear máquina de costurar livros máquina de pautar “Hickok” guilhotina “Lawson” moderna

Como se vê, cuida o SENAI dêsse objetivo. O segundo objetivo, entretanto — elevação do nível profissional gráfico entre operários — , é tão importante quanto o primeiro. A qualificação profissional é uma locomotiva que puxa os vagões dos trabalhadores grá­ ficos com o “sinete” de originalidade e creação. Nenhuma arte deve ser paralizada em sua técnica. Temos aqui trabalhos de alunos que, sem ser de técnica elevada, têm o timbre de ori­ ginalidade e creação. A observação, a análise, a procura, a harmonia, o equilíbrio levam os alunos a compor seus trabalhos com uma feição nova e lhe inculcam uma concepção de arte — a creação aliada à técnica do ofício. Êste é o trabalho de qualidade — composição racional — o que vale dizer: operário pesquisador, alevantando e construindo um nível melhor do ofício exercido. A aprendizagem, assim dirigida, é forja de renovação, alevantamento cultural e técnico dos nossos operá­ rios. Consequentemente, ela é útil e necessária à Indústria Gráfica Na­ cional.


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