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INDÚSTRIA
GRÁFI CA
ÔRGÀO OFICIAL DO SINDICATO DAS I N D U S T R I A S GRÁFICAS NO ESTADO DE SÁO PAULO N Ú M E R O 22____________ SÃ O PAULO, 1.» Q U IN Z E N A DE OU TUBRO DE 1950
ANO I
Indústria tjráíica “ O Jornal” , do Rio, teceu, há dias, interessantes comentários a respeito da situação financeira da indústria gráfica e de jornais no Distrito Federal e São Paulo, baseado em elementos fornecidos pela revista “ Conjuntura Econômica” . Entre outras coisas, dizem o seguinte os referidos comentários do jornal carioca: Os resultados gerais apresentados nos balanços das sociedades que exploram êsse ramo industrial e que têm como sede o Distrito Federal e São Paulo vêm decrescendo no último triênio. A taxa média de lucros sôbre capital, que era de 19,2% em 1947, baixou para 15,6% em 1948 e para 13,6% em 1949. Entretanto nas emprêsas de capital médio (5 a 20 milhões de cruzeiros), o procedimento foi inverso, pois acusaram lucros de 27,3% em 1949, contra 16,9% no ano anterior e 14,9% em 1947. Os maiores recuos verificam-se no grupo das companhias de pequeno capital, nas quais aquelas percentagens passaram de 18,9% para 10,8% e 2,9% de 1947 a 1949. A dimi nuição da retentabilidade decorreu dos resultados das emprêsas jornalísticas, onde teve lu gar uma queda de 47% sôbre a taxa de lucros obtidos ^em 1948, muito contribuindo para isso o aumento de capital operado por uma grande firma paulista. O ramo de revistas e similares mostrou rendimento pràticamente estável, embora em valores absolutos os lu cros tenham quase triplicado. O fato encontra explicação na circunstância de ter sido integralizada em 1949 a maior parte do capital de uma das grandes emprêsas estudadas por “ Conjuntura Econô mica” . Em geral, adverte a citada revista, a política de retenção de lucros das firmas que compõem a indústria em aprêço não mudou substancialmente nestes dois últimos anos, exceção feita das emprêsas jornalísticas, que passaram a agir com maior prudência, como se observa pelas suas maiores retenções de lucros em 1949. As sociedades estudadas soma ram, em 1949, 87 das quais 23 exploram a indústria de jornais e 7 a de revistas e similares. Das 87 emprêsas em aprêço, 9 distribuíram dividendos acima de 12% sôbre o capi tal; 21 distribuíram dividendos até 12% sôbre o capital; 29 não distribuíram dividendos; e 28 registraram perdas em seus balanços. Das 28 que tiveram perdas, 23 eram de capital inferior a 5 milhões de cruzeiros. Das 29 que não distribuíram dividendos, 23 eram de ca pital inferior a 5 milhões de cruzeiros. Em números absolutos, o capital das 87 sociedades somava 500 milhões de cruzeiros em 1949, tendo o lucro montado a 86 milhões, e os divi dendos a 33 milhões de cruzeiros.
Boletim da Indústria Gráfica S. FERRAZ - Diretor
Redação e Administração: Praça da Sé, 399 — 5.° Andar, Sala 508 — Fone 2-4694 — S. Paulo
_______________________________________ Publica-se quinzenalmente_______ ___________________ Composto e Impresso na Escola de Artes Gráficas do SENAI __________________ Colaboradores: Antônio Sodré C. Cardoso e Ramilfo Luis Pereira
HOMENAGEM À MEMÓRIA DE MORVAN DIAS DE FIGUEIREDO No dia 11 do passado, o Departamento Regional de São Paulo do Serviço Social da Indústria fez realizar significativas home nagens à memória do saudoso batalhador pela causa Social, sr. Morvan Dias de Fi gueiredo. Entre as diversas solenidades, constou a inauguração do busto do homena geado no Auditório “Roberto Símonsen” , na séde do SESI, ocasião em que falaram diversos oradores lembrando a vida e a obra do saudoso extinto.
PAPEL DE ÁRVORES FUTÍFERAS Um papel para cigarros, feito de ramos podados das árvores frutíferas, talvez seja o substituto do atual papel que é feito de palha de milho. As provas indicam que o papel feito de árvores frutíferas é mais suave para o fumante, por desprender me nos ácidos e aldeídos.
PUBLICAÇÕES Estudos Econômicos — Recebemos o se gundo volume dessa interessante revista, cujo índice acusa o seguinte material: “Ex periência Brasileira de Planejamento, Orientação e Controle da Economia” , “ O Projeto de Participação dos Trabalhadores nos Lucros das Emprêsas” e “Revista Bi bliográfica — “National and International Measures for Full Employment” . União e Cultura — Visitou-nos o primei ro número de “União e Cultura” , órgão do Colégio Estadual Normal “ Dr. Julio Pres tes de Albuquerque” , de Sorocaba. Deseja mos longa vida ao novo jornal. Cultura Técnica — Recebemos o número correspondente a agosto e setembro do cor rente ano dessa revista que trata de assun tos sôbre automóveis, motores, rádio, má quinas e televisão, além de outros assun tos de atualidade.
UMA BIBLIOTECA ORIGINAL Colecionador original e, sem dúvida, úni co no seu gênero, é Tomas Crosley, de Birminghan. Coleciona os livros mais aborre cidos que existem e possui mais de dez
mil em sua coleção. Essa montanha de coi sas aborrecidas tem causado algum desgos to ao seu dono. Um escritor escossês, por exemplo, tendo notícia de que suas obras ali se encontravam desafiou o colecionador para um duelo. Infelizmente nossa fonte de informações não nos deu a conhecer se o duelo foi ou não realizado.
FABRICAÇÃO DE PAPEL NO PARÁ Segundo notícias divulgadas pela impren sa no mês passado, foi entregue ao consu mo público a primeira partida de papel fa bricado no Pará. Segundo ainda as mesmas notícias, a fabricação é da firma Irmãos Martins Comércio e Indústria Limitada, e a produção diária é de 1 000 quilos.
AUTOMÓVEL E JORNAL Foi construído em Birminghan, na Ingla terra, um veículo com a aparência de carro de luxo, cujo interior é, no entanto, intei ramente aproveitado, porquanto comporta uma máquina teletipo, um compartimento escuro para revelar fotografias, uma máqui na para imprimir e dois geradores. Um dêstes fornece corrente à máquina impressora e o outro aos teletipos e ao aparelho de rá dio. A iluminação é feita por meio de lâm padas fluorescentes. A séde móvel do jornal, que possibilita a impressão e a divulgação em viagem das últimas notícias, além de ampliar e reve lar fotografias, é o primeiro modêlo no gê nero utilizado na Grã Bretanha.
PRIMEIRA GRANDE ROTATIVA CONSTRUÍDA NA SUÉCIA Da Suécia informam que foi feita a demons tração da primeira rotativa construída na Suécia, que se compõe de três secções de impressão de 16 páginas, provida cada uma de um aparelho dobrador. A sua capacidade é de 40 00 jornais de 24 páginas por hora. Uma novidade interessante é que as bobinas de papel podem ser trocadas em pleno fun cionamento da rotativa. Acredita-se que êsse acontecimento fará época na história da in dústria sueca de máquinas.
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MODO DE CALCULAR A QUANTIDADE DE TINTA PARA UMA TIRAGEM Oferecemos aos nossos leitores uma fór mula que permite calcular o consumo da tinta. É esta: efetua-se o cálculo tomando por base o pêso específico das diversas tintas que se queiram adotar, tendo-se em conta um quilo de tinta para imprimir 2 000 folhas de papel de 625 centímetros, ou seja um total de 1 250 000 centímetros. Como é sabido, varia muito o pêso das diferentes tintas. Assim, o roxo pesa o do bro do prêto e certas côres especiais co brem quatro e cinco vêzes mais êste úl timo. Supondo-se que se deva imprimir 10 000 folhas de um trabalho de 40 x 60 centímetros, isto é 2 400 centímetros, igual a 24 000 000 de centímetros, procede-se da seguinte forma: multiplica-se a área 2 400 pelo número de folhas (10 000) e obterse-á o total de 24 000 000. Dividindo-se esta última cifra pelo total de centímetros qua drados, que se pode imprimir com um quilo de tinta, ou sejam 1 250 000, obtém-se 19 quilos, os quais representam aproximada mente a quantidade de tinta necessária pa ra a tiragem a efetuar-se. Entretanto, como em alguns casos a su perfície do papel é totalmente impressa, desconta-se tanto por cento das partes em branco, o que faz que no trabalho citado de 2 400 centímetros, a parte que recebe a tinta seja de 520 em conjunto, representa dos por quatro páginas de 10 x 13, isto é, 130 cms. Vê-se assim, em consequência, que a su perfície impressa representa somente 22% mais ou menos da cifra conseguida, o que requer 3,8 quilos de tinta em vez de 19. Enfim, se em lugar de prêto empregar-se o roxo, deve-se ter em conta que o pêso específico dêste é o dôbro daquêle, e, con sequentemente, a quantidade de tinta se rá de 7,6 quilos. Pode, também, êste cál culo variar, mais ou menos, em razão do tipo que se adotar, do seu pêso em maté ria colorante, ou da proporção de verniz que se lhe ajunte. Constitui um mal entendido da econo mia recorrer a tintas de baixos preços, por que, além de ser exigida maior quantidade para a impressão, contém ela impurezas.
BONS CONSUMIDORES DE PAPEL Sob o título acima, encontramos em uma revista de 1926 o que abaixo condensamos, a respeito do nosso consumo de papel: “ Nosso país é um bom consumidor para as diversas categorias de papéis e cartões de fabricação cuidada, absorvendo uma quanti dade considerável de papel para obras de jornais. Assim, em 1913, o Brasil, que não recebia senão 30 052 toneladas, no valor de 7 373 con tos, passou a receber, em 1922, 37 077 tonela-
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(Continuação da pág. 5) já há longos anos, vem se dedicando ao reflorestamento do solo, com essências vegetais utilizáveis na indústria do papel, como maté ria-prima ou como combustível. Em São Paulo (Capital), no bairro da Lapa, possui a Companhia sua sede social, localizada em moderno edifício, recentemente inaugura do. Êste prédio foi construído junto aos esta belecimentos industriais da Companhia, onde, desde 1921, e hoje em área construída superior a 15 000 m2, se localizam as oficinas de artes gráficas em geral, as fábricas de grande e variado número de artefatos de papel e a organização editorial da emprêsa. No centro da cidade, à rua Libero Badaró, no mesmo prédio que em tempos idos pertenceu à firma Weiszflog Irmãos e onde, até 1948, teve a emprêsa sua sede e escritório central, a Com panhia tem sua tradicional loja de vendas a varejo. No Rio de Janeiro, mantém a Companhia uma filial, que a representa e promove a venda e distribuição de seus produtos na Capital da República. Em Camanducaia, Estado de Minas Gerais, a Companhia, em grande propriedade rural, com apreciáveis reservas nativas de pinheiros, realiza um plano de vasto reflorestamento para fins industriais. SESSENTA ANOS DE TRABALHO Até que ponto os empreendimentos da Com panhia Melhoramentos de São Paulo, desde 1890, refletiram-se na economia nacional, não pode ser verificado no plano desta divulgação. Não há negar, porém, que em sessenta anos de bons serviços prestados ao Brasil, tem sido verdadeira e constante criadora de riquezas, além de incansável propulsora da valorização do homem brasileiro, pela cultura. Em 1891 (primeiro ano de fabricação) a Companhia produziu 194 000 quilos de papel; em 1949, suas máquinas produziram 12 669 900 quilos de papel de excelente e tradicional qualidade, para atender às solicitações do nos so mercado interno. Desde 31 de outubro de 1915, até o presente, o Departamento Editorial já lançou mais de trinta milhões de volumes em seus vários setores de atividades. Somente no campo da literatura infanto-juvenil, de tanta impor tância para a formação moral e espiritual das novas gerações, foram editados cêrca de treze milhões de exemplares. Para que se possa ajuizar das atividades da Melhoramentos, apenas em dois setores cul turais, basta dizer-se que, atualmente, saem de seus prelos cêrca de 80% das obras in fanto-juvenis e cêrca de 25% das publicações didáticas lançadas anualmente no país. das, na importância de 31641 contos e, em 1923, 39 576 toneladas, equivalentes a 41 737 contos. É a Alemanha a principal fornecedora, com 13 017 toneladas, no valor de 15144 contos. Vêm em seguida a Noruega, a Finlândia, a Suécia, a Holanda, a Bélgica, a Grã-Bretanha e os Estados Unidos. A França figura com pequenas quantidades.”
«Sessenta anos em p-rod, da Gaitara Em comemoração ao transcurso do 60.° ani versário de sua fundação, a Companhia Me lhoramentos de São Paulo fez realizar, no dia 12 do mês passado, diversas solenidades, den tre as quais se salientaram o almoço que reu niu diretores e acionistas no Hotel Marabá, e a inauguração, às 17,30 horas, do busto em bronze do sr. Alfredo Weiszflog, um dos fun dadores da organização, que muito deve ao espírito empreendedor e progressista dos ir mãos Weiszflog. A solenidade, que teve lugar na sede da companhia, à rua Tito, estiveram presentes conhecidas figuras da imprensa, da indústria gráfica, dos meios editoriais e do ensino, além de autoridades civis e militares e funcionários da companhia, emprestando bri lho invulgar às festividades. Depois do descerramento da bandeira que cobria o busto do ho menageado, quando falou o sr. Gerhard Reimann, foi servido aos presentes um “ cocktail” , que transcorreu em ambiente agradável e dis tinto. Fizeram uso da palavra os srs. João Gui marães, do “Jornal do Brasil” ; Corrêa Júnior de “A Gazeta” ; e d. Ana Pereira, do Departa mento de Educação. O sr. Mário de Morais, di retor da companhia, agradeceu as palavras dos oradores. Foi distribuído entre os presentes um magnífico álbum comemorativo da data, do qual transcrevemos abaixo alguns trechos. A FUNDAÇÃO A Companhia Melhoramentos de São Pau lo — Indústrias de Papel com a denominação, simplesmente, de Companhia Melhoramentos de São Paulo, foi fundada aos 12 de setembro de 1890, no salão nobre do Banco do Brasil, na cidade do Rio de Janeiro, por um grupo de empreendedores e progressistas brasileiros. De inicio, pretendia-se que a sociedade ti vesse atividades agro-industriais, pelo que se admitiu a incorporação de grande parte do ca pital social em bens reais que, na própria ata de instalação, foram divididos em dois grupos: 1. ° Grupo: instalações industriais montadas nas “ propriedades territoriais de Cayeiras” , perten centes ao Coronel Antônio Proost Rodovalho, incluindo-se a propriedade territorial com uma área de “ cêrca de seis léguas quadradas...” . 2. ° Grupo: propriedades agrícolas, nos municí pios paulistas de São Simão e Pirassununga, formando várias fazendas, com “mais de dois mil alqueires de terra roxa, mais de dois mil e quinhentos alqueires de terras baixadas ou em pastos, cêrca de oitocentos mil pés de café, formados, e aproximadamente um milhão de pés de café de um, dois e três anos” . Nos bens do primeiro grupo, incorporados pelo Coronel Antônio Proost Rodovalho, os “ louvados” de 1890 salientaram o seguinte: “Na “ Fazendinha” está a concluir-se a montagem de uma fábrica de papel do tipo mais aperfei çoado, dotada de tôdas as máquinas necessá rias, edifício incombustível, força motriz hi dráulica, três turbinas, etc. . . ” São curiosos e interessantes os dados men cionados. De um lado, demonstram o arrojo do empreendimento visado, sob a égide da so ciedade organizada, bastando para tanto consi derar que, em 1890, o capital social da emprê-
sa, subscrito ou incorporado em bens reais, foi pois, por alienação, desinteressa-se a sociedade de 15 000 mil contos de reis importância sem • das propriedades agrícolas e, finalmente, em dúvida vultosíssima e respeitável para a época; 1903, transferiu sua sede para a Capital de de outro lado, revelam que, já anteriormente a São Paulo. 1890, o Coronel Antônio Proost Rodovalho, com No período de 1890 a 1920 a vida da Com grande visão e confiança no futuro, iniciara a panhia Melhoramentos de São Paulo está pon construção de uma das primeiras fábricas de tilhada de fatos que atestam suas lutas, seus papel do Brasil. problemas, a rija têmpera de notáveis homens Fundada e juridicamente organizada sob de ação no passado, que a ela emprestaram o a forma de sociedade anônima, nos fins do já melhor de sua inteligência, capacidade e obs distanciado ano de 1890, a trajetória da Com tinada confiança no futuro. panhia Melhoramentos de São Paulo, através Enumerá-los seria impossível, como impos de seus sessenta anos de existência, pode, em sível é esquecê-los. Todavia, dando sentido hu síntese, dividir-se em dois períodos nitidamente mano à dedicação de quantos, desde os mais caracterizáveis: um, de 1890 a 1920, da funda humildes trabalhadores, até os mais altos di ção à incorporação da firma Weiszflog Irmãos; rigentes, nos trinta primeiros anos de ativida outro, de 1920 a 1950 da incorporação da fir des da emprêsa, tudo fizeram no sentido de ma Weiszflog Irmãos ao sexagésimo aniversário sua sobrevivência e do seu desenvolvimento, de sua fundação. aqui consignamos os nomes de dois ilustres bra No primeiro período a sociedade, embora sileiros que sintetizam, de maneira admirável, com substancial lastro de bens reais, viu-se a capacidade, a inteligência e o gênio realizaprêsa das graves crises que tão violentamente ^^dor da raça: Coronel Antônio Proost Rodova sacudiram a estrutura econômica da Repúbli lho (1838-1913), empreendedor nato, fôrça ca, nas suas primeiras décadas. Procurando en máscula que assentou em Cayeiras a primeira contrar-se a si mesma, lutando com as dificul máquina de papel da emprêsa e a terceira do dades imensas dos problemas que a diversida Brasil, formador do núcleo de industriais em de de seus objetivos originava, agravados pela que se alicerçou a estrutura econômica da Com circunstância de possuir sua séde no Rio de panhia Melhoramentos de São Paulo; Joaquim Janeiro, portanto fora do verdadeiro centro de Pinto Pereira de Almeida, eleito presidente da suas atividades, bem cedo viu-se a sociedade emprêsa em 27 de janeiro de 1910, cargo que em face de um dilema: ou dedicar-se a objeti exerceu com honra e méritos inegáveis até vos essencialmente agrícolas, nas suas imen 25 de julho de 1943. Notável homem de negó sas fazendas de café, de criação e cultura, ou cios, financista e administrador de grande tac voltar-se inteiramente ao setor de suas ativi to e experiência, sob a visão de Joaquim Pin dades industriais, mais do que nunca exigen to Pereira de Almeida puderam ser resolvidos te de atenções e de recursos financeiros. ihúmeros problemas da emprêsa, bem como coroados de êxito os entendimentos que culmiVenceu a segunda face do dilema, como viva e eloquente afirmação de fé nos destinos * naram, em 1920, com a incorporação à compa nhia da firma Weiszflog Irmãos. industriais do Brasil. E, assim, alguns anos de
Realmente, em 1920, une-se à Companhia Melhoramentos de São Paulo o grupo industrial fundado em 1894 pelos irmãos Otto e Alfredo Weiszflog, ao qual se junta, a partir de 1904, mais o irmão Walther Weiszflog, que se tornou grande colaborador, inicialmente, do Departa mento Editorial da firma Weiszflog Irmãos e, de 1920 a 1942, da emprêsa incorporadora. O primeiro falecido em 1919, não alcançou aquêle relevante acontecimento. Com a incorporação da firma Weiszflog Irmãos, toma a Companhia Melhoramentos de São Paulo extrordinário impulso, alargando-se o âmbito de suas atividades industriais também para o ramo das artes gráficas e da produção de artefatos de papel. Em verdade, o grupo industrial Weiszflog, a partir de 1920, constituiu-se em decisivo fator para o desenvolvimento da Companhia Melho ramentos de São Paulo. Alfredo Weiszflog (1872-1942), notável figura de financista, ad ministrador e industrial, desfrutando de in condicional confiança de todos os acionistas, empreendeu a realização de vasto programa de reequipamento industrial. Na personalidade exponencial de Alfredo Weiszflog, a Companhia Melhoramentos de São Paulo, no sexagésimo aniversário de sua fun dação, homenageia todos os que, direta ou indi retamente, concorreram e concorrem para o engrande cimento e progresso constantes da emprêsa e sua honrosa projeção no cenário in dustrial do Brasil. OS INVESTIMENTOS E O CAPITAL SOCIAL Os vultosos investimentos realizados no parque industrial da Companhia Melhoramentos de São Paulo, de 1890 a 1950, representam apli cação de capital essencialmente brasileiro. Tô das as variações que suas contas de capital e reservas sofreram, através dos doze lustros de sua existência, sempre e mdefeetivelmente, re fletem as possibilidades, retrações ou condições específicas do mercado nacional de capitais. Aliás, basta considerar que, na atualidade, a Companhia Melhoramentos de São Paulo sig nifica, do ponto de vista econômico-financeiro, a resultante de esforços empreendedores nas cidos em 1890, no Rio de Janeiro, aos quais se juntam, em 1920, a fôrça e a expressão técnicoeconômica, já então respeitáveis, dos Irmãos Weiszflog, que iniciaram suas atividades no anò de 1894. Pode, portanto, ostentar com justo orgu lho o título de uma das mais antigas emprêsas industriais do país, cujo capital, ativida des e objetivos jamais deixaram de ter cunho verdadeiramente nacional. ORGANIZAÇÃO EM 1950 Em Cayeiras — distrito do Município de Franco da Rocha, Estado de São Paulo — se acham as fábricas de papel, celulose e alguns artefatos. Nessa localidade do interior paulista, em sua propriedade rural, além de suas fá bricas e instalações industriais, a Companhia, (Continua na pág. 3)
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Movimento da Junta Comercial
É o seguinte o movimento da Junta Co mercial com realção a firmas gráficas e cor relatas, em suas sessões de 16-8-50, 18-8-50, 22-8-50 e 25-8-50:
Alves da Costa e Dr. Daniel Saraiva — bra sileiros — indeterminado — assinado em 15-7-50. N. 143 767 — Luiz Giannico Junior — Capital — R. Mem de Sá, 131 — fundos — tipografia — Cr$ 50 000,00 — brasileiro início em 21-8-50. N. 28 669 — Idoeta Vidal & Cia. — Ca pital — cont. 103 087 — A soc. fica dissol vida — José Vidal Jerônimo Junior e Heinrich Theodor Albert Mack nada recebem, visto não haverem satisfeito as suas quo tas de capital e Cláudio Idoeta recebe so mente CrS 2 537,00 de sua quota de capital em virtude dos prejuízos verificados.
CONTRATOS N. 124 236 — R. B. Gerbelli & J. A. Al meida — S. Bernardo do Campo — R. Mare chal Deodoro, 95 — tipografia — .............. Cr$ 70 000,00 em partes iguais entre Ricardo Baptista Gerbelli e José Augusto de Almei da, brasileiros, solidários — indeterminado — assinado em 3-8-50. N. 124 291 — P. S. Campos Ltda. — cont. 70 944 — O capital de Cr$ 40 000,00 fica elevado a CrS 100 000,00 em partes iguais entre Apparício Sampaio Campos, João Sampaio Campos, Paulo Sampaio Campos, Hennes Benedicto Sampaio Campos e Walter Sampaio Campos, êstes 2 últimos, ora admitidos, todos brasileiros — assinado em 5-7-50. N. 124 314 — Editora “ Coelbras” Ltda. — Capital. — Praça da Sé, 371. — 8.° an dar, sala 815 — compra e venda, impres são de livros em geral, tendo por principal escopo a distribuição do livro “ Coletânea da Legislação Brasileira” e etc. — .............. Cr$ 300 000,00 dividido em 300 quotas de Cr$ 1 000,00 das quais 149 pertencem a cada um dos sócios Cyro Martins e Antônio Mar tins Fontes e 2 pertencem a Jorge Duarte da Silva —r- brasileiros — indeterminado — assinado em 4-8-50. N. 124 371 — Castellan & Basilio Ltda. — Capital. — R. dos Bandeirantes, 308 — fabricação de caixas e artefatos de papel e papelão em geral e ramos conexos. — Cr$ 60 000,00 em partes iguais entre Al cides Castellan e Alfredo José Basilio, bra sileiros — indeterminado — assinado em 10-8-50. N. 124 427 — Daniel Hernandes & Cia. Ltda. — Capital — cont. 116 565 — Reti ram-se Olegário Nunes e José Rocha, rece bendo Cr$ 15 000,00 cada um. — As quotas dos retirantes, foram adquiridas em partes iguais entre os sócios remanescentes Ivo Antônio Daniel Gregório Waldemar Oliva Hernandes e Francisco Martins, sendo que o capital social de Cr$ 75 000,00 ficou divi dido em partes iguais entre os mesmos — assinado em 11-8-50. N. 124 497 — João Alves da Costa & Cia. Ltda. — Lins — R. Rio Branco, 402 — ramo industrial de impressos, compra e venda de papéis em geral e afins — ........ CrS 600 000,00 em partes iguais entre João
DOCUMENTOS N. 48 864 — Gráfica Santo Antônio S|A. — Capital — ata da assembléia geral ordi nária realizada em 30-4-50, pela qual foi reeleita a atual diretoria. N. 48 887 — Arte Gráfica do Brasil S. A. — Capital — ata da assembléia geral ex traordinária, em 15-4-50, pela qual os esta tutos foram parcialmente reformados.
CLICHÊS MONTADOS SEM PREGOS A modernização dos processos técnicos em artes gráficas cada vez mais apresenta grande tendência para simplificar o traba lho e diminuir a mão de obra. A prática constante de certas operações, com a intro dução dos processos modernos, permite que tudo se faça mais ràpidamente. É o que acontece na montagem de clichês, quando se tem de perfurar a chapa com a broca fina nas beiradas chanfradas para que se assentem os preguinhos que seguram a chapa à base de madeira. Essas operações foram completamente eliminadas pela introdução da fita “Plate-tak” . A fita “Plate-tak” é feita de papel resistente com goma espe cial nos dois lados, uma goma ultra-forte que adere ao taco de madeira e prende a chapa de metal de maneira segura e uni forme. Toma-se o clichê desmontado e a madeira, cortam-se tiras de fita da largura do taco e cola-se de comprido, depois as senta-se o clichê desmontado, apertando firmemente. Uma vez colocado o clichê, fi ca êle prêso à madeira, servindo tão bem para a impressão como se estivesse prêso com pregos. O clichê montado com “ Plate-tak” , não precisando ser chanfrado nas beiradas, po de ser colocado mais rente do texto ou de outro clichê. “ Plate-tak” é fabricado por The Corkpak Company, Inç., especialistas em mate riais para fotogravura, estereotipia e salas de impressão e instalados em Mount Vernon, New York. A fita “Plate-tak” , como se pode avaliar, sem dúvida, valerá a pena ser experimentada.
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(IomáwJjOoááM cio Sindicato. CONTRIBUIÇÃO MÍNIMA Em virtude do aumento das contribui ções para os institutos de aposentadorias e pensões, as contribuições mínimas pas saram agora a ser as seguintes: con tribuintes menores de 18 anos, Cr$ 10,80 e contribuintes maiores de 18 anos, Cr$ 21,60.
LEGISLAÇÃO TRABALHISTA Transrevemos abaixo o que diz a res peito da jornada do trabalho a Consoli dação das Leis do Trabalho: Art. 58 — A duração normal do tra balho, para os empregados em qual quer atividade privada não excederá de oito horas diárias, desde que não seja fixado expressamente outro limite. Art. 59 — A duração normal do tra balho poderá ser acrescida de horas su plementares, em número não exceden te de duas, mediante acordo escrito entre empregador e empregado ou mediante contrato coletivo de trabalho. § l.° — Do acordo ou do contrato co letivo de trabalho deverá constar, obri gatoriamente, a importância da remune ração da hora suplementar, que seja, pelo menos, 20% (vinte por cento) su perior à da hora normal. § 2.° — Poderá ser dispensado o acréscimo de salário se, por fôrça de acordo ou contrato coletivo, o excesso de horas em um dia for compensado pe la correspondente diminuição em outro dia, de maneira que não exceda o ho rário normal da semana nem seja ultra passado o limite máximo de dez ho ras diárias. Art. 61 — Ocorrendo necessidade im periosa, poderá a duração do trabalho exceder do limite legal ou convencio nado, seja para fazer face a motivo de fôrça maior, seja para atender à reali zação ou conclusão de serviços inadiá veis ou cuja inexecução possa acarretar prejuízo manifesto.
§ l.° — O excesso, nos casos dêste artigo, poderá ser exigido independen temente de acordo ou contrato coletivo e deverá ser comunicado, dentro de dez dias, à autoridade competente em maté ria de trabalho, ou antes dêsse prazo, justificado no momento da fiscalização sem prejuízo dessa comunicação. § 2.° — Nos casos de excesso de ho rário por motivo de fôrça maior, a re muneração da hora excedente não será inferior à da hora normal. Nos demais casos de excesso previsto neste artigo, a remuneração será, pelo menos, 25% (vin te e cinco por cento) superior à da hora normal, e o trabalho não poderá exce der de doze horas, desde que a lei não fixe expressamente outro limite. § 3.° — Sempre que ocorrer inter rupção do trabalho, resultante de causas acidentais, ou de fôrça maior, que de terminem a impossibilidade de sua rea lização, a duração do trabalho poderá ser prorrogada pelo tempo necessário até o máximo de duas horas, durante o número de dias indispensáveis à recupe ração do tempo perdido, desde que não exceda de dez horas diárias, em período não superior a quarenta e cinco dias por ano, sujeita essa recuperação à prévia autorização da autoridade competente. Art. 62 — Não se compreendem no regime dêste Capítulo: a) os vendedores pracistas, ou via jantes e os que exercerem, em geral, funções de serviço externo não subordi nado a horário, devendo tal condição ser, explicitamente, referida na carteira profissional e no livro de registro de empregados, ficando-lhes de qualquer modo assegurado o repouso semanal; b) os vigias, cujo horário, entretanto, não deverá exceder de dez horas, e que não estarão obrigados à prestação de ou tros serviços, ficando-lhes, ainda, asse gurado o descanso semanal; c) os gerentes, assim considerados os que investidos de mandato, em forma le gal, exerçam encargos de gestão, e pelo padrão mais elevado de vencimentos, se diferenciem dos demais empregados, fi cando-lhes, entretanto, assegurado o descanso semanal; d) ................................................................
ágina da ESCOLA DE ARTES GRÁFICAS DOSENAI Responsável: João F. de Arruda
O Desenho na Aprendizagem Gráfica Representa a linha uma síntese gráfica. Após, o senso de proporção, harmonia, equilíbrio, forma, volume e côres, vem completar o conjunto estético necessário à realização de qualquer trabalho gráfico, quer seja: composição, impressão, pautação ou encadernação. Além disso, o tipo, as vinhetas, os fios, são materiais de formas e volumes variadíssimos, re presentando tôdas as figuras geomé tricas, matemàticamente possíveis. Disto se infere que a aprendizagem gráfica deve ter como base de estudo inicial o desenho aplicado. Nosso programa de desenho é ba seado na técnica geral dos ofícios grá ficos. Para os alunos dos cursos or dinários, diúrnos, está êle dividido em 6 têrmos ou semestres correspondentes à duração do curso, que é de 3 anos. Em cada têrmo são dadas mais ou menos 60 aulas de 1 hora de duração. Os 3 primeiros têrmos têm um sen tido de estudo preparatório, para aqui sição de conhecimentos gerais, duran te os quais os alunos aprendem a tra çar as figuras geométricas, letras, composição e aplicação de linhas, pla nos, contraste e valorização do preto e branco, elementos básicos nas artes gráficas. Partindo dos elementos simples, nos têrmos subsequentes os alunos che
gam ao estudo de maquetes a guache, nas côres diversas, com aplicação para cartazes, capas de livro, paginação, etiquetas, decorações para encader nação a mosaico e para douração. A gravura em linóleo também é exe cutada, pois além de prepará-los neste recurso simples e útil, desperta-lhes forte interêsse artístico. Aprender fazendo é a teoria moder na de aprendizagem, o que propicia uma continuidade entre a sala de de senho e a oficina. Naquela êle pre para suas maquetes, nesta êle as exe cuta, geralmente por trabalho de equi pe entre colegas, que é outro princí pio moderno de aprendizagem: a co operação em grupo e entre grupos. Exercícios metódicos, de diretrizes básicas, levam os alunos ao estudo e execução de modelos clássicos, con servadores e modernos, monstrandolhes a evolução no tempo, as concep ções existentes e a diferença entre elas. Executado o curso, deve o aluno ter atingido a finalidade nele visada: obtenção do sentido estético geral, es pírito de cooperação, de observação, de análise, de crítica, de pesquisa e de creação. Nestas qualidades repousa verdadeiramente a eficiência da apren dizagem em artes gráficas. O. Guersoni