DA
INDÚSTRIA
GRÁFICA
ÔRGÀO OFICIAL DO SINDICATO DAS IN D U S T R IA S GRA FIC A S NO ESTADO DE SÀO PAULO N ÚM ERO 2
S. FERRAZ, diretor
S Ã O P A U L O , 1.o D E D E Z E M B R O D E 1949
ANO I
união- {ak d {ôàcu O velho brocardo — "A união faz a força" — nunca teve melhor aplicação do que em re lação ao agrupamento de uma classe a um sindicato. Éste é o centro de onde poderão se projetar, se irradiar tôdas as iniciativas que, isoladas, dificilmente poderão ser vitoriosas. O sindicato é o ponto de apoio, ou melhor, a alavanca para as realizações que visem o melhoramento de uma indústria, quando essa mesma indústria lhe dá fòrça com a sua cooperação. F qual seria essa cooperação? Simplesmente esta: associar-se ao sindicato e interessar-sê pelas suas realizações. Em nosso caso, é preciso que se pense no que o congraçamento da indústria gráfica de São Paulo, o maior centro industrial do país, podería realizar em seu benefício. Grandes e pe quenos industriais se dariam as mãos, e poderíam pensar sèriamente nos problemas que nos afligem: nas escolas gráficas de que necessitamos, nas facilidades que nos faltam quanto à importação de materiais, na força para se pleitear qualquer reivindicação em prol da indústria e em muitos problemas que não encontram quem se proponha solucioná-los, talvez por falta de incitamento. O Sindicato das Indústrias Gráficas no Estado de São Paulo conta já com quase a metade das indústrias gráficas do Estado em seu quadro de associados. Isso não é bastante, no entanto, pois seu objetivo é reunir tôdas, mesmo porque êle é seu representante legal. Se em outras terras tal objetivo foi atingido, por que não o conseguiremos em a nossa? Eis porque nosso Sindicato se encontra empenhado em uma campanha, não propriamente de novos sócios, mas no congraçamento da indústria gráfica paulista. E daqui lançamos nosso apêlo aos industriais gráficos no sentido de obter seu apoio a tal intento. Os não sócios, e também os sócios, devem tomar conhecimento das iniciativas de nosso Sindicato. Poderão verificar então quantas vantagens lhes são dadas usufruir, mormente agora que diversos ser viços de informações e outros foram criados, todos visando assistir os industriais gráficos em suas dificuldades e problemas.
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'hoiad 'V-áUaà C O N V E N Ç Ã O N A C IO N A L DE ESC RITO RES — Deverá realizar-se nos dias 3, 4, e 5 dêste, na cidade de Campos de Jordão, a Prim eira Convenção Regional de Escritores do Estado de São Paulo, patrocinada pela Associação Brasileira de Escritores de São Paulo e pelo Núcleo local dessa entidade de classe. G R A T A EFEM ÉRIDE — Transcorreu no dia 3 de novembro p.p. o 65.° aniversário do “D iário Popular”, jornal das mais lídimas tradições democráticas, porisso mesmo dos mais conceituados de São Paulo. Nossas fe licitações. A S S O C IA Ç Ã O P A U L IS T A DE P R O P A G A N D A — Realizaram-se no dia 10 de no vembro passado as eleições para a renovação da diretoria da A . P. P. Foi a seguinte a chapa vencedora: presidente, Godói Prado; vice-presidente, Napoleão de Carvalho; se cretário, Leonel Parmigiani; tesoureiro, Carlos Santos; diretores, Marta Oliveira, Jurací Barra, Edson Leite, Carlos Longo, Sal vador C. Pintaudi e Ornar de Mello Corrêa; conselho fiscal, Francisco Petinatti, Geraldo de Souza Ramos e Antônio A . Nogueira. III CONGRESSO DE JO R N A L IS T A S — Encerrou-se a 12 do mês passado o III Con gresso de Jornalistas, realizado na Bahia. São Paulo fez-se representar por uma dele gação de 34 representantes, e muitas delibe rações de utilidade à classe foram tomadas. PR O D U Ç Ã O E D IT O R IA L IT A L IA N A — Segundo os últimos dados disponíveis, a in dústria editorial italiana está em franca re cuperação. Em 1 948, 7 597 obras novas fo ram publicadas, com um aumento de 40% em confronto com a produção do ano ante rior. 1 932 foi o ano de produção máxima, com 12 mil obras novas. É interessante sa lientar que a produção editorial dos Esta dos Unidos, em 1 948, foi de cêrca de 10 mil obras. IN D Ú S T R IA B R A S IL E IR A DE P A P E L — Grandes progressos tem feito a indústria nacional de papel. Há 12 anos atrás, a produ ção não atingia senão pouco mais de 96 mil toneladas. Já em 1 948, se aproximou de
190 mil. Houve assim, em período relativa mente curto, aumento tão forte que bem se pode enquadrar nossa indústria de papel entre as que estão apresentando mais fo r te desenvolvimento. Mesmo assim nossa pro dução não é suficiente para atender às ne cessidades do país, uma vez que a importa ção, apesar de não ter crescido, vem se mantendo em níveis avantajados. Com as novas fábricas prestes a atingir sua capaci dade normal e com as ampliações regis tadas em várias outras, é de se esperar possa a indústria nacional suprir as necessi dades do consumo interno, dispensando uma importação volumosa, que certamente nos custa preciosas divisas. IN D Ú S T R IA G R Á F IC A J A P O N E S A —Antes de Pearl Harbour, a indústria gráfi ca japonesa havia se desenvolvido a tal ponto que atingia a 18 225 o número de ofi cinas existentes no estreito arquipélago nipônico e, em sua maior parte, concentradas nas cidades de Tóquio, Osaka e Kioto. Em novembro de 1 945, após 4 anos de guerra com os Estados Unidos, êsse número ficou reduzido a 3 833 indústrias. REEM BO LSO P O S T A L — O Senado Fe deral vem de aprovar, no dia 23 passado, um projeto de lei que reduz as taxas do serviço de reembolso postal dos nossos cor reios.
BOLETIM DL INDÚSTRIA GRÁFICA 0R G Á 0
O F IC IA L
00
SINDICATO DAS
INDÚSTRIAS GRÁFICAS N0 EST. S. PAULO
S. F E R R A Z D IR E T O R
PAULO BREDA FILHO A N T Ô N I O S O D R É C. C A R D O S O CO LA BO RA D O R ES REDAÇÃO E A D M IN IS T R A Ç Ã O : 5 .0 A N D A R , S A L A 508 -
P R A Ç A D A S É , 339
FONE 2-4694 - SÃO PAULO
Composto e Impresso na Escola de Artes Gráficas do SENAI
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MOVIMENTO DA JUNTA COMERCIAL Extraímos do “Diário Oficial”, do Estado, no período de 1 a 15 do passado, o seguinte movimento da Junta Comercial com relação a firmas gráficas e correlatas, em suas ses sões de 14-10-49, 18-10-49 e 25-10-49, ratifi cadas pelas de 18-10-49, 21-10-49 e 28-10-49, respectivamente:
CONTRATOS N .° 116 565 — Daniel, Hernandes e Cia. Ltda. — Rua H erval n.° 463 — ramo de tipografia, denominada “G U T E N G R Á F IC A ” Cr$75 000,00 — em partes iguais entre Ivo Antônio Daniel, Francisco Martins, Gregorio W aldem ar Oliva Hernandes, José Rocha e Olegario Nunes — brasileiros — indeterminado — ass. em 5-10-49. N .° 134 315 — Jorge Lantaler — Capital — Rua Domingos Oliveira n.° 102 — Tipogra fia — Cr$10 000,00 — Iugoslavo — início em 20-4-49. N .° 134 412 — Paulo Nakam an — Capital — Rua Barão Duprat n.° 214 — jornal, ti pografia e livraria, com importação e expor tação — Capital — Cr$100 000,00 — brasi leiro — início em 1-9-49. N .° 116 579 — John Roger Comercial Ltda. — Capital — Comércio de máquinas de es crever, artigos de escritório em geral, etc., revenda no Estado de artigos que sejam im portados pela Casa John Roger, do Rio de Janeiro. — Cr$500 000,00 em partes iguais entre P ilar Roger, que também se assina Maria Del P iler Roger, e Virgílio Gennari, êste brasileiro e aquela espanhola. — 7 anos. — Ass. em 7-7-49. N .° 134 420 — João Rezende Leite — Ca pital — Rua Ignácio A raú jo n.° 72, Tipogra fia — CrS20 000,00 — brasileiro — início em 29-9-49. N .° 134 643 — José Pereira Lim a — Piraposinho — Av. Um, s/n — bazar, livraria, papelaria, etc. — CrS35 000,00 — brasileiro — início em 15-2-46. N .° 121 168 — Dimas Lino de Mattos Feijó — Capital — Rua 11 de Agosto n.° 140 — Papelaria, livraria, impressos, artigos para escritório e presente. — CrS35 000,00 — b ra sileiro — início em 1-7-48.
ALTERAÇÕES N .° 116 628 — Tipografia São Paulo Ltda. — Capital — Retira-se Benjam im Abrahão,
PATENTES E MARCAS Foram requeridas as seguintes patentes, segundo comunicação que tivemos da Serviçal S. A. na l. a quinzena de novembro pas sado : Por José de Souza Pinto. São Paulo, patente de “N O V O E O R IG IN A L MODÊLO DE P A P E L P A R A E M B R U L H A R FR UTAS. DOCES, B A L A S E B O M B O N S ” •— Têrmo n.° 50 489. Por Marius Den Outer, Holanda, patente de “D IC IO N Á R IO DE FÔ LH A S S Ô LTA S ” — Têrmo n.° 44 762. Lembramos aos nossos leitores que o nos so Sindicato poderá se encarregar de enca minhar aos órgãos competentes as oposições aos registos de patentes, quando se fizer necessário e a pedido dos srs. associados, bem como fornecerá detalhes sôbre as mes mas. Quanto às marcas, possuímos em nossos arquivos cópias das que foram requeridas, as quais poderão ser examinadas pelos in teressados.
transferindo suas cotas no total de C r$ . . . . 50 000,00 à sócia ora admitida Ivan Dutra Pistoresi, brasileira, recebendo igual impor tância. — O capital permanece o mesmo de CrSIOO 000,00, em partes iguais entre Archimedes Pistoresi e a nova sócia — ass. em* 13-9-49. N .° 116 686 — Copiográfica Ltda. — Ca pital — Retiram-se Mário Rambelli, Friederich Rudert e Edmundo Quartim M aga lhães, cedendo e transferindo as suas quo tas de Cr$10 000,00 cada uma em partes iguais entre os sócios remanascentes Renato Nicoletti e Amaro Victorino Moraes Netto. — O capital de Cr$50 000,00 fica dividido em partes iguais entre os sócios remanes centes. — ass. em 30-12-48. N .° 38 554 — O. Mazzei — Capital — A m pliação no gênero de negócio com a explo ração de uma revista e um jornal sob a denominação de “Jornal da Fam a” — A ra zão comercial fica alterada para “A Fama Publicidade — Carlos Mazzei”.
MUDANÇA DE ENDERÊÇO N .° 38 495 — Tipografia São Carlos Ltda., Capital — Mudança do estabelecimento da Rua Gama Lobo n.° 1 056, para a mesma rua n.° 1 210.
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G&munCccuLí. MOVIMENTO DE CONSULTAS AO SINDICATO Foram atendidas, durante o período de 1 a 15 do passado, 150 consultas telefônicas e 20 por cartas, o que significa uma média de 17 consultas diárias, levando-se em con sideração os 10 dias úteis daquela quinzena. A maioria das consultas foi sôbre questões de leis trabalhistas. E grande número refe rente ao pagamento do descanso semanal remunerado, em virtude dos feriados exis tentes. A propósito de feriados, queremos escla recer que o dia 5, não sendo feriado ( ao con trário das informações de algumas entidades e jornais), deverá ser descontado do empre gado faltoso, que também perderá o descanso remunerado correspondente à semana, a não ser que possa justificar a falta com a dis pensa de trabalho do próprio empregador nesse dia, caso em que não perderá o dia nem o descanso remunerado. Prestamos es tes esclarecimentos em virtude das constan tes consultas a respeito, e adiantamos mais que o empregado que faltou no dia 5, não perdeu o direito aos feriados da mesma se mana (dias 1 e 2 ). Recebemos, outrossim, algumas consultas de ordem técnica, as quais foram encami nhadas ao Departamento de Pesquisas em Artes Gráficas e por êste solucionadas.
0 DIA DA BANDEIRA O Dia da Bandeira foi condignamente co memorado em nossa Capital. O Serviço Social da Indústria (S E S I), com cooperação com o Comando da 2.a R. M., Comando da 4.a zona Aérea, Autoridades Federais, Esta duais e Municipais, promoveu belíssima festa no dia 19 de novembro, a qual contou com o apôio de grande massa popular e institui ções que a assistiram na Praça da Bandeira. O SESI realizou ainda uma exibição do Côro Infantil ( do Teatro Operário do S E S I), na Rádio Cultura, à noite do mesmo dia, den tro de seu programa de Campanha ao Culto da Bandeira. Nosso Sindicato, que se fez representar nessas solenidades, agradece a amabilidade dos convites.
RELAÇÃO DE MENORES De_ acordo com o artigo 433 da Cons lidação das Leis do Trabalho, deverá senviada ao Departamento Estadual do Tra balho, até o dia 31 de dezembro próximo, a relação de menores. Os que desejarem fazê-lo por intermédio dêste Sindicato deverão nos enviar as guias até o dia 15 de dezembro, no máximo.
AUXÍLIO ENFERMIDADE O empregador é obrigado a pagar ao em pregado que ficar doente, 2/3 do salário durante os primeiros 15 dias da doença, ou sejam 10 dias integrais (80 horas). Depois dos primeiros 15 dias, o pagamento do empregado é por conta do Instituto de A p o sentadoria.
SUSPENSÃO DO EMPREGADO O empregador que desejar suspender um empregado deverá comunicar-lhe por escri to, e na carta mencionar o motivo da sus pensão. A cópia dessa carta deve ter o ciente do empregado e, no caso dêste se recusar a assinar, deve ser então assinada por duas testemunhas, de preferência em pregados da firma.
DURAÇÃO DO TRABALHO DO MENOR
DA MULHER
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Para o menor de 18 anos não é permitido o trabalho de horas extraordinárias. Para a mulher, o trabalho de horas extraordiná rias só é permitido com autorização do Departamento de Trabalho ou do Médico do Centro de Saúde junto a êsse Departa mento. E para ambos, o horário de trabalho permitido é de 8 horas diárias.
PAGAMENTO DE CONTRIBUIÇÕES O empregador industrial está sujeito ao pagamento mensal das seguintes contri buições : I. A. P. I. . 5% S. E. S. 1......................................................... 2% S. E. N. A .1 .................................................... 1% L. B. A ....................................................... 1/2 % O único desconto a ser feito do empre gado é o de 5% para o I. A. P. I.
ISENÇÃO DE IMPOSTO DE VENDAS E CON SIGNAÇÕES É o seguinte o parágrafo único, do art. 18, da Lei n.° 13, de 22-11-1 947: “Fica isen to do imposto de vendas e consignações o papel que se destinar exclusivamente à im pressão de jornais, periódicos e livros (art. 31, n.o V, alínea “c" da Constituição Fede r a l), bem como o comércio dêstes últimos”.
CONTRIBUIÇÃO MÍNIMA O empregado menor, mesmo que rece ba menos de Cr$ 180,00 mensais, é obrigado a contribuir para o Instituto de Aposenta doria e Pensões dos Industriários com Cr$ 9,00, e o maior de 18 anos que receba menos de CrS 360,00, com Cr$ 18,00.
%Sindicato-~ CISÃO DE CONTRATO DE TRABALHO Transcrevemos abaixo os artigos 487 e 8 de C. L. T., que regulam a rescisão de contrato de trabalho: Art. 487 — Não havendo prazo estipu lado, a parte que sem justo motivo quiser rescindir o contrato, deverá avisar a outra da sua resolução, com a antecedência m í nima d e : I — 3 dias se o empregado receber diàriamente o seu salário. II — 8 dias se o pagamento for efe tuado por semana ou tempo in ferior. III — 30 dias nos demais casos. § í.o — A falta do aviso prévio por parte do empregador dá ao empregado, o direito aos salários correspondentes ao prazo do aviso, garantida, sempre, a integração dêsse período no seu tempo de serviço. § 2.° — A falta do aviso prévio por parte do empregado, dá ao em pregador o direito de descontar os salários correspon dentes ao prazo respectivo. § 3.° — Em se tratando de salário pa go na base de tarefa, o cálculo para os efei tos dos parágrafos anteriores, será feita de acordo com a média dos últimos doze meses de serviço. Art. 488 — O horário normal de tra balho do empregado, durante o prazo do aviso, e se a rescisão tiver sido promovida pelo empregador, será reduzido de duas horas diárias, sem prejuízo do salário in tegral.”
QUADRO DE HORÁRIO O art. 74 da C. T. L. diz o seguinte a respeito: ‘‘O horário de trabalho constará de quadro, organizado conforme modêlo expe dido pelo ministro do Trabalho, Indústria e Comércio, e afixado em lugar bem visível. Êsse quadro será discriminativo no caso de não ser o horário único para todos os em pregados de uma mesma secção ou turma. § l.° — O horário de trabalho será anotado em registo de empregados com a indicação de acordos ou contratos cole tivos porventura celebrados. § 2.° — P ara os estabelecimentos de mais de dez empregados, será obrigatória a anotação da hora de entrada e saída, em registos mecânicos, ou não, devendo ser assinalados os intervalos para repouso. § 3.° — Se o trabalho for executado fora do estabelecimento, o horário dos em pregados constará, explicitamente, de ficha ou papeleta em seu poder, sem prejuízo do que dispõe o § l.° dêste artigo”.
PEDRAS UTOGRÁFICAS A firm a amercina R. C. Telewski, es creveu ao nosso Sindicato ofertando pedras litográficas da Bavária, formato 30x42”. Aos interessados forneceremos o enderêço da ofertante para entendimentos diretos, os quais também poderão ser por nosso- inter médio.
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TRESE ANOS DE SERVIÇOS NA COOPERATIVA GRÁFICA Estampamos hoje a fotografia do sr. José Mesa Campos, gerente-técnico da Sociedade Cooperativa Gráfica de Seguros contra A c i dentes do Trabalho. O sr. Mesa, que há cêrca de trese anos vem emprestando sua colabora ção a essa cooperativa, é velho batalhador g rá fico a quem nos sas artes gráficas muito devem. In gressou nas lides gráficas aos quin ze anos de ida de, na Casa G a rroux, da qual foi posteriormen te sócio e diretortécnico. Os impressores antigos por certo se lem brarão da velha Casa Garroux, que era situada à rua 15 de novembro. Fundada em 1 923 a Associação dos In dustriais Gráficos e Comerciantes Gráficos de São Paulo, ocupou o sr. Mesa importantes cargos nas diretorias de diversos períodos, e mais tarde foi um dos propugnadores pela transformação dessa associação em sindica to, o que se deu em 1 931, e do qual foi um dos primeiros presidentes. Foi também de legado eleitor para a primeira eleição de deputados classistas no Rio de Janeiro. Quando foi criada a Sociedade Coopera tiva G ráfica contra Acidentes do Trabalho, há trese anos atrás, para alí foi o sr Mesa como gerente-técnico, cargo que exerce até hoje. Conhecedor profundo do ramo, tem o sr. Mesa feito muitas viagens ao estrangeiro, principalmente à Alemanha, onde adquiriu muitas das máquinas da antiga Casa Garroux. Esteve também na Argentina, onde foi nos so representante no Congresso da Indústria G ráfica que lá se realizou. O B O L E T IM sente-se satisfeito pela opor tunidade de poder lembrar, embora modes tamente, alguma coisa dos seus longos anos de lutas na indústria gráfica paulista.
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COMISSÃO DE PAPEL DA A. B. N. T. ESPECIFICAÇÕES NEC ESSÁRIAS DO P A P E L A C ETIN AD O Realizou-se no dia 18 último mais uma reunião da Comissão de Papel da Associação Brasileira de Normas Técnicas, em sua sede, à Rua João Brícola, 24 — 24.° andar. Têm tomado parte nessa Comissão, sob a presidência do Engenheiro Edgard Thomaz de Carvalho, da Prefeitura do Município de São Paulo, os seguintes componentes tem porários ou permanentes: F. I. de A raú jo Silva e Francisco Mattos Mazzei, do Instituto de Pesquisas Tecnológicas; A lfred o Halward, Ernesto Rosenfeld e Benjam im Klabin, da Cia. Fabricadora de Papel K labin & Irmãos; M. Teperman e Antônio Pizzigatti, da Ind. de Papel Leon Feffer S. A.; Itagyba Nogueira de Sá, da C. M. T. C.; D u rval Ribeiro, do Departamento de Produção Industrial; José Rubino de Oliveira e A. M. Franco Marinho, do Sindicato dos Industriais Fabricantes de de Papel do Estado de São Paulo; José Caccáos, da Imprensa Oficial do Estado; Ernesto Pires, da S. A . Gordinho Braune Ind. de Papel; Roque Sant’Anastácio e M iguel Spina, das Indústrias Reunidas Irmãos Spina S. A. Cafiero Genestreti, da Cia. Melhoramentos de São Paulo, Nelson Palm a Travassos, da Émprêsa G ráfica Revistas dos Tribunais; Saverio d ’Agostini, do Sindicato das Indústrias Gráficas no Estado de São Paulo; Antônio Sodré C. Cardoso, do* Departamento de Pes quisas em Artes Gráficas; e Erw in Reinhardt, da S. A. Ind. Reunidas F. Matarazzo. Foram debatidos alguns itens do proje to de especificação do papel acetinado, e transferida para a reunião do dia 2 dêste, a discussão dos pormenores que se referem à designação comercial das suas qualidades, assim como o limite de tolerância para as suas dimensões. Outros estudos interessan tes sôbre o papel acetinado serão objetos de discussão na próxima reunião da Comis são de Papel, para a qual serão convidados os fabricantes de papel e os elementos in teressados. É o seguinte o texto do projeto de Espe cificação de Papel Acetinado: O B JETIV O — 1. a ) Esta especificação fi xa as características exigíveis no recebimen to de papel acetinado para escrita e para impressão, b ) Esta especificação abrange dois tipos de papel acetinado, designados
comercialmente como de l.a e de 2.a, de acordo com os característicos exigidos, como indicado no item 7, letra b. CO ND IÇÕ ES G E R A IS •— 2. O papel deve ser perfeitamente liso e homogêneo, isento, de manchas, dobras, ondulações ou outros de feitos prejudiciais, apresentando-se com as pecto, uniformidade e calandragem iguais aos de amostra padrão; essa amostra obede cerá às condições indicadas no item 4 le tra b e será fornecida pelo comprador por ocasião do pedido de preços. O papel deve ser cortado em esquadro. IN S P E Ç Ã O D A A M O S T R A — 4. Efetua do o fornecimento cabe ao comprador; a ) V e rificar se as condições do item são preenchi das. b ) Retirar amostra, ao acaso, em uma resma de papel para cada dez resmas do fo r necimento. P ara fornecimentos superiores a 50 resmas, essa proporção pode ser reduzida, a critério do comprador. A s amostras reti radas de cada resma de um fornecimento, serão de tal modo que a amostra a ensaiar, nunca inferior a dez folhas, será representa tiva de cada uma dessas resmas, e será cons tituída de folhas inteiras ou de especimes cortados dessas folhas, em formato quadra do de 30 cm de lado, não devendo apresentar dobras nem amarrotamentos. c) Remeter es sa amostra, devidamente autenticada, a um laboratório aparelhado, para ensaios de re cebimento. PESOS, DIM ENSÕES E T O L E R Â N C IA S — 5. a ) Os pesos nominais dos papéis e as respectivas tolerâncias são para os papéis de 57 gramas por metro quadrado (BB-18 quilos), tolerância de 3 gramas; para os de 75 g/m2 (BB-24 k g ), tolerância de 4 g/m2; para os de 94g/m2 (BB -30 k g ), tolerância maior do que 5 g/m2, para os de 110 g/m2 (BB-35 k g ), tolerância menor do que 6 g/m2; e finalmente pora os de 125 g/m2 ( BB-40 k g ), tolerância de 7 gramas por metro quadrado, b ) As dimensões serão de acordo com o pedido, admitidas as tolerâncias de 2 mm para menos e 10 mm para mais; em cada dimensão. E N S A IO S — A amostra será submetida aos ensaios de recebimento, de acôrdo com o Método Recomendado MB-103R, 1 945, da A .B .N . T
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NOSSOS COLABORADORES Nosso B O LE T IM sente-se honrado por po der contar, desta edição em diante, com a colaboração de dois elementos que muito se têm destacado em nosso meio gráfico, por suas realizações e méritos técnicos em prol de nossas artes gráficas. Trata-se de Antônio Sodré C. Cardoso, diretor do D e partamento de Pesquisas em Artes Gráficas e Paulo Breda Filho, diretor da Escola de Artes Gráficas do SEN AI. Notícia auspiciosa para nossos leitores, que muito lucrarão com a aquisição dêsses valiosos elementos, pois assim nosso B O L E T IM poderá desde logo oferecer as mais variadas e interessan tes colaborações.
CONDIÇÕES IM P O S T A S — 7. A amostra deverá satisfazer as segintes condições: a ) C om prim en to de auto r u p tu r a : N o ensaio de resistência à tração, o comprimento de auto-ruptura, expresso pela média de pelo menos cinco corpos de prova, não pode ser inferior na direção longitudinal ao mínimo de 3,0 km e na direção transversal ao mí nimo de 1,5 km. b ) Pasta de m a d eira s: No papel acetinado de l.a deve estar ausente (verificando-se fàcilmente pelo reativo de floroglucina) e no papel acetinado de 2.a a presença da pasta de madeira pode ser permitida, c) C olagens: A colagem do papel acetinado de l.a ou de 2.a, para impressão, deve ser igual ou muito próxima à da amos tra padrão indicada no item 2. A C E IT A Ç Ã O E REJEIÇÃO — 8. P reli minarmente o comprador poderá rejeitar total ou parcialmente o fornecimento, à vis ta dos resultados da inspeção. 9. a ) O com prador cotejará, os resultados dos ensaios, com as exigências desta Especificação, b ) Caso todos os resultados preencham essas exigências, o material será aceito; caso um ou mais dêsses resultados não preencham as referidas exigências, o comprador poderá rejeitar o fornecimento ou condicionar o seu recebimento à realização de novo ensaio. Nêsse caso, o novo ensaio será feito em amostra adicional, retirado de resmas di ferentes das que deram origem à amostra do primeiro ensaio. Os industriais gráficos interessados nas presentes especificações não devem deixar de enviar suas sugestões, as quais, sem dú vida, em muito auxiliarão no selecionamento de melhores qualidades de papel.
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AS SEIS CÕRES QUE SE DISTIN GUEM MAIS FÀCILMENTE Os impressores não ignoram que a maior visibilidade entre duas côres combinadas nos é dada pelo preto impresso sôbre fundo amarelo. Quais seriam, entretanto, as de mais côres a se situarem em primeiro pôsto pelas leis da visibilidade à distância? Necessitando de um sistema de sinais para a aviação, composto de seis côres, os fun cionários da armada norteamericana sub meteram o problema a um departamento de pesquisas especializado, a fim de determinar quais as 6 côres que o ôlho humano distin gue mais fàcilmente. Os sinais deviam ser lâmpadas incandescentes protegidas por globos de vidro de côr, e as côres deviam ser reconhecidas com facilidade a 450 me tros de distância, mesmo em caso de ligeira neblina. Fizeram 58 000 experiências. Uma das sé ries de côres propostas — vermelho, laranja, amarelo, branco, verde e azul — foi des prezada por causa da possível confusão en tre as quatro primeiras. Por fim, chegou-se à conclusão de que a melhor combinação é: vermelho, amarelo, laranja, branco, ver de, azul e púrpura.
SEMANA DO LIVRO Encerrando a Semana do Livro, realizouse no dia 26 p. p., na Cantina Capela, o almoço de confraternização entre livreiros e editores e em que foi homenageado o mais antigo livreiro de São Paulo, sr. José Vieira Pontes. O nosso Sindicato e o Departamento de Pes quisas em Artes Gráficas estiveram pre sentes a êsse almôço nas pessoas dos srs. diretor dêste B O L E T IM e Antônio Sodré C. Cardoso, que também representou o sr. Francisco Cruz Maldonado.
NO SESI Realizou-se no dia 26 p. p., na Cozinha Distrital n.° 5, um almôço de confraterniza ção oferecido pelo SESI aos dirigentes sin dicais da indústria (patrões e empregados). Nêsse almôço, muito concorrido, nosso Sin dicato foi representado pelo sr Ailton Luiz de Paula.
ESCOLA DE ARTES GRAFICAS DO SENAI ORGANIZAÇÃO CURSOS
E
FUNCIONAMENTO
DOS
Os cursos diurnos da Escola de Artes Gráficas funcionam em dias alternados, com preendendo para cada dia de aula, 4 horas de aulas teóricas (Português, Matemática, Ciências, Tecnologia, Desenho Gráfico e Edu cação Física) e 4 horas de trabalhos prá ticos na Oficina de Aprendizagem. Os cur sos têm a duração de três anos, divididos em 6 têrmos com a duração de cinco mêses cada um. O R O D ÍZIO N O l.o TÊRMO — Foi or ganizada uma série elementar de exercícios para cada modalidade de ofício. Os alunos que iniciam o curso permanecem, durante o l.° têrmo, um mês em cada secção, executan do tais exercícios, após o que recebem uma nota de aproveitamento. Concluído êste têrmo, com assentimento do industrial, a matrícula do menor se processa no ofício em que melhor se adaptou e revelou aptidões. CO M PO SIÇÃO M A N U A L — P ara o apren dizado dêste ofício, o aluno se exerci ta : na memorização da caixa, na destreza manual em reunir tipos no componedor e distribuí-los nos caixotins, no conhecimento das medidas tipográficas (M atem ática), nas regras ortográficas e divisão silábica (P o r tuguês), na disposição estética de tipos e clichês (Desenho) e nas noções tecnológicas do ofício, do maquinário e da matéria prima CO M PO SIÇÃ O M E C Â N IC A — Esta sec ção conta com 6 máquinas Linotipo, além de teclados, bases e peças avulsas para estu dos. O aprendizado consiste na memoriza ção do teclado, em que o aluno desenvolve a destreza no tecleio, no conhecimento das me didas tipográficas, das regras ortográficas, es tudo da nomenclatura das peças vitais da máquina e seu funcionamento, visando corri gir defeitos e desarranjos eventuais, noções tecnológicas do ofício, material e maqui nário. IM PR E SSÃO — A Escola conta já com 7 máquinas minervas, sendo uma automáti ca, e duas cilindros, das quais uma automáti ca. Para ambos os tipos de impressão — pla na e cilíndrica — o. aprendiz adquire habili dade manual em margeação, acêrto, fôrro, re corte, calço e preparação das tintas. Aprende ainda a conservação do maquinário, noções tecnológicas do ofício e detalhes sôbre a ma téria prima. E N C A D E R N A Ç Ã O — Por processo ma nual são realizadas as operações de manipula
ção do papel, costura e colagem. Por via mecânica, são executados o corte, a grampeação, a picotagem e a dobragem. A apren dizagem parte da prática de trabalhos sim ples (blocos, talões, cadernos, cartonagem) até os mais complexos (encardenação, capafora, canaleta). A douração e a marmorização vêm completar o curso. P A U T A Ç Ã O — Existem na secção duas máquinas de pautar apropriadas para a apren dizagem que compreende: traçado de pautas à mão (p ro v a ), composição a penas e a dis cos, preparo de tintas, riscar, quadricular e margear.
RESULTADOS OBTIDOS Com relação aos resultados práticos, po de-se enumerá-los numa sequência de produ tividade e eficiência, destacando-se dentre êles, alguns em que pesam os benefícios au feridos por industriais e aprendizes. Por exem plo: — na C om posição M a n u a l*— no primeiro ano de curso, um aluno que vem para a es cola desconhecendo a caixa, é capaz de com por uma fôrm a de duplicata e executar tra balhos de acêrto para impressão a duas co res; — na Com posição M ecâ n ica — um apren diz entra para a Escola desconhecendo o teclado, após dois termos de curso (10 mese), realiza a proeza de compor 2 linhas de 5 furos, corpo 10, num minuto. Executa ainda composições mistas e corondeis (ta belas); — na Im pressão — um aprendiz, no pri meiro ano de curso, imprime clichês-traço e composições a duas côres, trabalho que exige registro, recorte, calço e fôrro; — na Encadernação — boa parte dos aprendizes, após o l.° ano, é capaz de executar encadernações a couro; — na Pautação — em apenas um mês de estágio na secção (rodízio), um aluno de l.o têrmo é capaz de pautar, riscar e m ar gear papéis para correspondência e ano tações; Nisto se esforça a Escola de Artes G rá ficas do S E N A I: em ser reconhecida pela eficiência do seu ensino; reconhecida pelo industrial por gosar das vantagens que lhe proporciona uma mão de obra mais ades trada; reconhecida pelo aprendiz por sentir seu progresso intelectual nas aulas teóricas e, mais ainda, por receber a formação prá tica numa oficina modêlo que visa elevar o nível profissional do trabalhador gráfico.