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INDÚSTRIA
GRÁFICA
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DAS I N D U S T R I A S G R Á F I C A S N O E STA D O DE S Â O P A U LO NÚMEROS 8 e 9____________ SÃO PAULO, 15 DE MARÇO DE 1950_______________________ ANO I
LEVANTAMENTO ESTATÍSTICO DE TIPOGRAFIAS E JORNAIS DO INTERIOR 0 Departamento de Pesquisas em Artes Gráficas de nosso Sindicato, como já tivemos ocasião de nos referir, está atualmente empenhado em um levantamento estatístico da Indústria Gráfica de nosso Interior. A fim de colher os elementos necessários a êsse estudo, está distri buindo a tâdas as tipografias e jornais do interior paulista um questionário em que formula perguntas não só de interêsse para o levantamento em questão como também de interesse para um futuro provável intercâmbio entre as diversas zonas de nosso "hinterland". Esse intercâmbio de evidente proveito poderá facilmente ser concretizado, se o Departamento de Pesquisas em Artes Gráficas contar com o apoio de todos aqueles aos quais deve interessar tal iniciativa. juntamente com o questionário a que nos referimos, o D. P. A. G. envia um envelope selado para retârno, a fim de facilitar aos consultados. E daqui fazemos um apêlo para que todos respondam ao questionário e o devolvam — mesmo no caso em que não possam ser pre enchidos totalmente. Cremos ser inútil encarecer a utilidade de tal levantamento estatís tico, em cujos moldes não temos notícia de que já fosse algum realizado — e razão por que esperamos o apôio dos jornais e tipografias do Interior.
"OS MODERNOS PROCESSOS NAS ARTES GRÁFICAS" Na presente edição dêste BOLETIM publicamos a palestra que o sr. Francisco Cruz Maldonado, presidente de nosso Sindicato, pronunciou no dia 9 do passado, perante grande assistência, no SEN A l, sob o titulo acima. Fruto de suas observações nas viagens de estu dos que realizou a países do nosso Continente, da América Central e aos Estados Unidos, representa essa palestra uma valiosa contribuição para as nossas artes gráficas, dado os as suntos de interêsse geral para a indústria gráfica que o conferencista nelà comenta.
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OS M O D E R N O S P R O C E S S O S NAS A R T E S G R Á F I C A S Palestra pronunciada no dia 9 passado no SENAI pelo Sr. Francisco Cruz Maldonado Meus amigos A nossa palestra de hoje poderia ter o cunho de uma simples conversa. Como pretendemos, porém, apresentar alguns da dos técnicos e como o Sindicato das Indús trias Gráficas pensa dar-lhe publicidade para melhor aproveitamento e estudo do co nhecimento de nossa indústria gráfica, re solvemos escrevê-la. Desta maneira, espe ramos que ela se torne mais suave, mais fácil, não se perdendo em divagações.
Chile e o Perú. Confessamos que, além da Argentina, onde vimos alguma coisa de gran de, porém artisticamente igual ao que é produzido na nossa indústria, nos outros países nada de interessante encontramos; ao contrário, todos êles se mostraram muito abaixo do desenvolvimento que já alcançá mos. Essa primeira experiência encorajounos a fazer uma viagem à Am érica do Norte. Tendo partido em Maio do ano psssado, demoramo-nos 6 meses percorrendo os Estados Unidos, o Canadá, o M éxico e Cuba. E ti-
Poucos dos senhores sabem, que iniciamos nossa vida no ramo gráfico em 1916, com 14 anos de idade, na oficina da firm a Michel, Bega e Cia., naquele tempo localizada na antiga Rua das Flores, hoje Silveira Martins. Assim iniciamos o nosso aprendizado de ti pógrafo. Em 1918 deixámos a firm a Michel, Bega e Cia., depois de um aprendizado de 2 anos e tentamos diversas profissões, não nos adaptámos a nenhuma delas. A té que, em 20 de Março de 1920, passámos a fazer parte do corpo de funcionários da antiga ‘ Tipografia Siqueira” . Sentimos que o cheiro dos papéis, dos livros e da tinta nos fazia bem e nos retemperava a alma. Iniciamos assim a nossa segunda fase na vida gráfica. Sempre procurando conhecer melhor o ramo gráfico, aperfeiçoando cada vez mais os seus métodos, procurando compreender os jnínimos detalhes da arte, ficando em contacto diário com os técnicos e operários especia lizados, vendo as necessidades de cada um dêles, envelhecemos na arte. Hoje vamos falar com base apenas em conhecimentos técnicos. Pedimos que não seja levado em consideração o descolorido das nossas frases; mas que, pelo contrário, seja avaliado so mente o que elas podem conter de interes sante e os benefícios que poderão talvez proporcionar a cada um dos senhores, mui tos dos quais, velhos amigos desde os pri meiros dias em que iniciamos nossas ati vidades.
vc-mos ocasião de nos convencer de que ape nas nos Estados Unidos poderia ser encontra da a verdadeira e moderna arte gráfica. Nos demais países nada vimos que pudesse ser aproveitado, pois, igual ou melhor nós já possuíamos.
Na ânsia de melhor conhecermos os mais modernos e aperfeiçoados métodos que se aplicam na nossa arte, em Maio de 1948 f i zemos uma viagem pela Am érica do Sul, tendo percorrido o Uruguai, a Argentina, o
Antes de iniciar a descrição das visitas que tivemôs oportunidade de realizar que remos externar aqui o nosso protesto pela atitude pouco compreensiva de algumas au toridades brasileiras.
Francisco C. Maldonado
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O nosso propósito ao iniciarmos essa via gem era o de visitar tôdas as indústrias gráficas dos Estados Unidos ou então, se possível, as das principais cidades america nas Dessas proveitosas visitas, sem dúvida, traríamos muitos novos conhecimentos e mais aperfeiçoados métodos de trabalho pa ra os aplicarmos nas nossas próprias ativi dades de artes gráficas, na qual há 30 anos estamos trabalhando. Poderiamos assim de senvolver com maiores conhecimentos, tôdas as iniciativas que vimos realizando, quer no Sindicato das Indústrias Gráficas no Es tado de São Paulo, do qual mantemo-nos presidente há seis anos, quer na indústria gráfica bandeirante, procurando torná-la as sim mais à altura do nosso progresso indus trial. Vendo nessa intenção um interêsse Intimamente ligado ao desenvolvimento das artes gráficas do Brasil, desenvolvimentó esse no qual nos mantemos, sempre que pos sível, à testa de tôdas as iniciativas a êle ligadas; e na qualidade de presidente do Sindicato dos Industriais Gráficos, por tanto, representante ou pelo menos expres são máxima de uma grande classe, cuidamos de solicitar ao Governo Federal facilidades na aquisição de dólares, isto é, facilidades pelo menos na manutenção do câmbio o fi cial, para que assim pudéssemos realizar com êxito a nossa viagem de estudos. F ri sámos bem que se tratava tão somente de facilidades para aquisição de moeda america na, nada mais. Tôdas as despesas seriam ex clusivamente por nossa conta. Tal solicita ção, enviada pelo nosso Sindicato ao Senhor Ministro da Fazenda, nem resposta mereceu. Ignorou o Govêrno, por completo, o alcance e o benefício que traria a viagem de um industrial gráfico à Am érica do Norte. Essa falta de cooperação parece-nos tanto mais incompreensível quando se sabe que são financiadas bolsas de estudos, inteira mente às expensas do govêrno, com o mes mo intuito de desenvolver os diversos ramos industriais brasileiros. E no entanto, para uma viagem de estudos, do mesmo interêsse, não foram nem sequer facilitadas as compras de moedas necessárias. For outro lado, desejamos exprim ir os nossos agradecimentos à Embaixada do Bra sil, em Washington, e ao ilustre Secretário da Justiça de São Paulo, Dr. César V er gueiro, pelas facilidades de apresentação que nos concederam e que nos valeram abriremse tôdas as portas a fim de que pudéssemos
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visitar tôdas as instituições que desejásse mos. Não podemos deixar de consignar a nossa gratidão a MR. M A R T IN REED, jovem e dinâmico presidente da M ergenthaler L inotype Company de N ew York, pela maneira cativante com que nos recebeu e a MR. EUGENE B. MIROVITCH, digníssimo Vice-pre sidente da mesma Companhia, pela fa cili dade que nos proporcionou durante as nos sas visitas aos estabelecimentos gráficos da Am érica do Norte. Visitámos tôdas as cida des que possuiam Escolas de Artes Gráficas, jornais e grandes e modernas oficinas grá ficas. Para maior facilidade de explanação, d ivi diremos êste comentário em três partes. A primeira cuidará das visitas às Escolas de Artes Gráficas Americanas. A segunda tra tará das modernas oficinas de Artes G ráfi cas e, finalmente, na terceira, contaremos o que pudemos observar nas impressoras oficiais. Dentre as muitas escolas que visitamos, destaca-se The N ew York School o f Printing, em N ew York. Acompanhou-nos nes sa visita Mr. George H. Bennett, Supervisor de Aprendizagem dessa escola. O prédio è inteiramente dedicado ao ensino das artes gráficas. O Govêrno é quem mantém essa escola, subordinando-a a uma Comissão de Educa ção da cidade de N ew York. Os fornecedo res, por sua vez, são os primeiros interes sados em fornecer gratuitamente parte do material necessário para a sua manutenção. Dessa maneira, os alunos habituam-se ao emprego desse material e passam a aplicá-lo nas indústrias em que forem trabalhar, re tribuindo assim o interêsse daqueles forne cedores. Algumas firmas fornecedoras, ain da, não se limitam a fornecer máquinas e materiais, fornecem também os próprios ins trutores para lecionarem ò manejo adequa do e eficiente das máquinas ali colocadas. Quanto às instalações da The N ew York School of Printing só se pode falar o me lhor, merecedores que são de adjetivos de alta qualidade e de entusiasmo. As máqui nas mais modernas são ali encontradas, tais como Miehle, Harris, M iller, Seybold, etc. Existe também uma seção de impressão pe lo processo de silk-screen ou serigrafia. A iluminação é profícua e bem planejada. Os cursos funcionam de manhã e à tarde. A escola tem os seguintes departamentos:
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Departamento de Ensino Superior, Esco la para Aprendizes de Tipógrafos, Escola para Foto-Offset, Escola para Composição Mecânica, Escola para Encadernadores, Es cola para Impressores, Escola de Comércio Tipográfico, Classes para Atividades meno res e Cursos Rápidos de Aperfeiçoamento. Existe também ali uma biblioteca* espe cializada. Todo cuidado é tomado para que essa biblioteca se conserve sempre bem atualizada. A Escola organiza periodicamen te exposições dos trabalhos que executam os alunos, visando com isso o estímulo dos mes mos, divulgação entre o público em geral e propaganda para os interessados na fre quência dos cursos. E finalmente, circula nessa escola o magnífico jornal “ Student Prin ter” , feito com execelente material e esmerado capricho. Êsse jornal é de circu lação interna entre os alunos, instrutores e funcionários. O noticiário do jornal abran ge os assuntos da escola, destacando-se as suas atividades desportivas. Outra escola que visitamos fo i a Escola Industrial Frank Wiggins de Los Angeles, na Califórnia. O prédio dessa escola é im ponente e de grande tamanho, porém não é todo êle dedicado às artes gráficas. Es tão ali reunidos outros cursos diferentes. Assemelha-se, no caso, a êste prédio do SEN AI, onde se encontram a Escola Rober to Símonsen, a Administração Regional do SEN A I e a Escola de Artes Gráficas. Frank Wiggins é uma escola pública gratuita diri gida por uma Comissão de Educação de Los Angeles e subvencionada pelo govêrno. Acompanhou-nos nessa visita Mr. A llison W. Manners, instrutor da Linotipo. Co mo já dissemos, as firmas fornecedoras de máquinas, materiais e equipamentos procu ram oferecer as suas produções para que sejam usadas pela escola. Infelizmente, quando visitamos essa ins tituição, as férias já haviam começado e não pudemos ver nada em funcionamento. Vimos somente as instalações. As artes grá ficas ocupam quatro andares com as suas atividades. Existem cursos regulares de ma nhã e à tarde. Alguns dos diversos cursos são: Mecânica de Automóvel; Eletricidade e Comunicações, incluindo a telegrafia; A ti vidades arquitetônicas, como refrigeração, carpintaria, pintura e decoração; Corte e Costura, com curso completo de alfaiataria; Preparação de cosmésticos; Preparação de alimentos; Indústria têxtil; Eletricidade; De
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senho mecânico; e . . . Artes Gráficas, tam bém. Existem cursos diversos interessan tíssimos, e de excelente aplicação, tais co mo : Decoração de bolos, A rte industrial. Relações públicas, Fotografia básica, pro fissional e comercial, Desenho de letrei ros, Afinação de pianos, etc. Os cursos de Artes Gráficas abrangem as seguintes classes: no período da manhã — Encadernação, Composição Manual, Linotipia, Impressão; e à tarde — Linotipo, Teclado e Mecanismo, Impressão, Tipografia, Composição e acêrto, Composição manual, Tipografia em geral. A escola funciona dez meses por ano, de setembro a junho, de acordo com as aulas de outras escolas públicas. As classes pre paratórias de dia todo são de seis horas, das 8 às 13,45 horas, havendo só um período de funcionamento. As classes preparatórias de meio dia, são de quatro horas, haven do dois períodos por dia, um das 8,00 às 12,00 horas e outro das 12,45 às 16,45 horas. Existem vários tipos de classes; Classe de preparação industrial é para aquêles que vêm para a escola aprender uma ocupação; Classe de extensão industrial é para aquê les que trabalham já num ofício e querem conseguir maior habilidade no seu trabalho. As classes de extensão industrial, não estão, porém, abertas para os estudantes de clas ses preparatórias. Para êstes, existem clas ses de aprendizagem do mesmo tipo das classes de extensão. São classes para a ra paziada que fo i selecionada e indicada pa ra aprender um ofício. Isso requer a fre quência do aluno à escola para treinar, usualmente quatro horas por semana, du rante três ou quatro anos, ficando êles a trabalhar como aprendizes no ofício esco lhido. A extensão necessária para a conclusão de qualquer curso depende mais da habili dade do estudante, de sua experiência pré via ou treinamento e do nível da sua capa cidade para execer o ofício no qual fo i trei nado. O tempo normal varia de três a do ze meses. Além dos ensinamentos práticos, o aluno aprende também como se tornar um bom cidadão e como tornar o seu tra balho útil à sociedade, aprendendo as práti cas de higiene, compreendendo a sua função social, além da aprendizagem da parte ar tística do seu ofício. Quando o aluno é matriculado na Escola, êle automáticamente se torna um membro
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da Ascociação de Estudantes da Escola In dustrial Frank Wiggins. A finalidade des sa organização é promover o bem-estar de todos os alunos, oferecendo inúmeras van tagens e tornado-o habilitado para parti cipar das competições esportivas, para o re cebimento de publicações, cartões de iden tificação, etc. Um jornal de grande formato e muito bem feito, intitulado “ Trade Winds” , é distribuido mensalmene entre todos os alunos. Enfim, muito mais poderiamos contar so mente dessa estupenda organização, porém o nosso tema é longo e precisamos comen tar outras instituições que visitamos. Em Los Angeles existem outras escolas de artes gráficas, subordinadas à Los A n geles City Schools. Vimos somente uma de las, cuja particularidade é a de fazer a reabilitação dos ex-combatentes. E ’ uma es cola pequena, com cursos de tipografia e impressão, linotipia e encadernação. Exis tem também cursos rápidos para adultos. A Los Angeles City Schools edita folhetos interesantes, tal como o “ Manual Experi mental de Aprendizagem ” e outro, publi cado com a cooperação da Associação de In dústrias Gráficas de Los Angeles, intitula do “ Artes Gráficas, uma excelente carreira de após-guerra” . Êste folheto é uma glori ficação à arte de Gutenberg, procurando despertar nos interessados o reconhecimento das inúmeras vantagens que oferece a ti pografia. Refere-se aos ordenados, ao núme ro de indústrias gráficas, à sua finalidade na sociedade e finaliza com interessantís simos dados técnicos sôbre o assunto. A instrução de artes gráficas da Los A n geles City Schools é oferecida por trinta escolas de grau secundário, trinta e cinco escolas de grau superior e pela Escola In dustrial Frank Wiggins. Nas escolas de ní vel secundário, o curso de artes gráficas é uma parte do programa de educação ge ral, accessível a qualquer estudante que estiver interessado neste trabalho e dese je explorar o terreno das artes gráficas como uma possível vocação. O curso in clui instruções práticas de composição ma nual e impressão com platina, e os estu dantes deixam a escola conseguindo impri mir os papéis e anúncios das suas ativida des. Em cada curso secundário, aproximadamene 130 estudantes por semestre matriculam-se em aulas de artes gráficas.
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No curso superior, a instrução é ofereci da simultâneamente com um curso de ar te industrial e um treinamento vocacional para aplicação de indústria. As oficinas das escolas superiores estão equipadas com prensas platinas e pequenas prensas cilín dricas, assim como máquinas de composi ção tipográfica. Para estudantes que não estão seguros de ingressar nas artes g rá fi cas, a instrução dada é de grande valor de modo que mais tarde possa ser aplicada a uma grande variedade de ocupações. A matrícula no treinamento vocacional é limitada para selecionar os estudantes que demonstraram seu interêsse e aptitude para as artes gráficas durante as aulas, e que planejam entrar na indústria gráfica quan do completarem o treinamento vocacional, para se graduarem pelo curso superior. A instrução prática nas classes vocacionais abrange composição manual e mecânica, acerto, impressão com platinas e cilíndricas, acabamento, encadernação e atividades con cernentes. Instruções técnicas correlatas são também ministradas como matemática comercial, pronunciação, pontuação, revisão, reconhe cimento de modelos de tipos, tipos e tama nhos standardes de papel, variedades e em pregos especiais de tinta de impressão, ins trução sôbre prevenção de acidentes, cuida do e manejo adequado das máquinas e equi pamentos, ética comercial, bons hábitos, e deveres e direitos de cidadania. Frases como “ Bons tipógrafos são recebi dos em qualquer lugar” são sempre lembra das aos aprendizes, e outras como “ Tipo grafia, mãe do progresso” , empregada no emblema de The New York City School, ou “ Tipografia e Progresso, sempre insepará veis” . Frases assim estimulam os estudantes e beneficiam a sua aprendizagem. Muitos membros da Associação de Indús trias Gráficas de Los Angeles empregam os estudantes do curso superior para trabalha rem em suas indústrias aos sábados e duran te as férias. Sôbre escolas, fo i o que vimos de m e lhor. Como já dessemos, muito mais pode riamos falar sôbre escolas, pois o assunto é atraente e cada escola merecería uma pa lestra especialmente a ela dedicada. Vamos agora passar a contar o que v i mos em algumas das maiores indústrias grá ficas, entremeando o assunto com a narra
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ção dos mais modernos processos que ali são empregados, muitos dos quais constituem ainda novidade para nós. Ainda em Los Angeles, na Califórnia, f i zemos a nossa primeira visita a uma das mais importantes oficinas gráficas, a Paci fic Press, Incorporation. A li são impressas revistas mundialmente conhecidas como o “ T im e” e o “ L ife ” , além de grande número de outras revistas americanas. Cada semana, uma avalanche de palavras, ilustrações e anúncios chegam à Pacific Press, e cada semana os homens e mulheres da Pacific Press transformam êsse material em mais de um milhão de coloridas revis tas. Durante êsse processo, muitas cousas interessantes acontecem, incluindo os m éto dos modernos de transmissão de textos. Às sete horas da manhã, na Sala Teletype da Pacific Press, uma bateria de má quinas teletype começa a ranger. A cento e vinte cinco milhas, no Escritório Edito rial do “ T im e” , em N ew York, operadores transmitem páginas e mais páginas de tex tos* para serem impressas em Chicago, em Filadélfia, e na Pacific Press, em Los A n geles. O texto do “ Tim e” é recebido na Pacific Press em quâtro perfuradoras de Teletype, sincronizadas com quatro máquinas de es crever especiais. Os rolos de fitas perfura das são tirados do teletype e colocados 'd i retamente nas linotipos, equipadas com teletypesetter. O texto é automàticamente composto e transforma-se em lingotes de linotipo, prontos para serem impressos. Os textos recebidos pelas máquinas de escre ver servem para a revisão O teletype consiste de um aparelho de gravação, que por meio de seis pinos vai perfurando em código uma fita de papel, com dois centímetros de largura. O tecla do da perfuradora assemelha-se ao de uma máquina de escrever. Cada tecla batida, conforme a letra, vai perfurar a fita. Essa fita tem no centro uma fileira de pequenos orifícios de alimentação, que servem para prendê-la em uma rodinha dentada. As seis perfurações localizam-se verticalmente, três de cada lado dos orifícios de alimen tação. O operador do teclado do Teletype compõe as linhas, observando apenas um mostrador que indica o número de letras batidas e que indica, ainda, o espaço má ximo e o espaço mínimo que falta para completar a linha. Quando a linha está
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prestes a completar o espaço desejado, uma luz vermelha se acende. Daí para diante o operador vigia melhor o mostrador. Quando o ponteiro que marca a quantidade de le tras batidas estiver entre os outros dois pon teiros, a linha já está justificada automáti camente. Em seguida, são batidas outras teclas que vão completar as operações ne cessárias para a fundição de linhas na linotipo, ou seja, acionar o elevador, despachar a linha e deixar a máquina preparada para nova linha a ser composta. Uma vez per furada tôda a fita com o texto desejado, a fita é levada para um transmissor que trans mitirá a vários lugares, as mesmas perfura ções em outras fitas. O receptor vai rece bendo os códigos e automàticamente perfura as fitas. Quando se deseja saber o que con tém a mensagem recebida, coloca-se a fita numa máquina de escrever especial, que bate sòzinha todo o texto numa fôlha de papel. Essa máquina de escrever pode es tar sincronizada e escrever ao mesmo tem po em que a notícia é recebida. Se a no tícia recebida fôr de interêsse é aproveitada, se não o fô r guarda-se o rolo de fita. Quan do a notícia transmitida é de interêsse, o rôlo de fita é colocado na Linotipo equipa da com um teletypesetter que automàtica mente aciona as teclas da linotipo, faz cair as matrizes correspondentes e os espaços, após o que, terminada a linha, uma deter minada perfuração codificada envia a li nha para a bôca da caldeira, fundindo a li nha, acionando o elevador, devolvendo as matrizes ao magazine e despachando a li nha, que irá se arrumar ao lado das outras formando as fôrmas para serem impressas. Tôdas essas operações são realizadas auto màticamente em tôdas as suas etapas. Pois bem, voltemos à Pacific Press, onde às 10 horas o texto final do “ T im e” já foi recebido, e a sala de Teletype, concluído o seu trabalho, já está em silêncio. Entrementes, os anúncios são transforma dos em galvanos e enviados por avião de New York para a Pacific Press. As foto grafias são enviadas rapidamente de N ew York, também por avião ou por telefoto. Essas fotografias são convertidas em clichês pelos fotogravadores da Pacific Press. Clichês, galvanos e lingotes de linotipo são transformados em fôrmas de páginas. No Departamento de Estereotipia são feitas impressões precisas dessas fôrmas, que são tomadas numa lâmina de material plástico
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fibroso, chamada de matriz. Metal derre tido é então aplicado contra essas matrizes, formando as chapas denominadas de es tereótipos. Os estéreos são colocados em posição nu ma maciça Impressora Rotativa “ H oe” , e então o "T im e ” está pronto para ser im presso. Esta impressora consome rolos de papel num total de 920 toneladas, imprime 64 páginas em cada batida e entrega 12.000 dêsses conjuntos de 64 páginas, completa mente impressos e dobrados por hora. As sim que sai da impressora, o “ Tim e” é colo cado numa máquina especial de alceamento, que reune todos os cadernos automàticamente. Essa máquina inacreditável recebe os cadernos e automàticamente os reune, costura-os e refila-os numa linha de traba lho contínuo, e finalmente entrega as re vistas prontas aproximadamente à razão de 5.500 exemplares por hora em cada máquina. As capas, por sua vez, são impressas em máquinas offset Harris, de folhas soltas. A máquina de reunir cadernos ou alcear, como costumamos dizer, está equipada com um calibrador especial, que mede até um milésimo de polegada, a grossura de cada revista. Se o exemplar possui uma simples página a mais ou a menos é registrado, e fica automàticamente pôsto de lado para inspeção. Às 3,30 horas da madrugada do dia se guinte, justamente depois de cinco horas e meia de recebido o texto final do “ T im e” , o primeiro pacote de revistas completamen te acabadas, é retirado da máquina de al cear. Então o “ T im e” é levado para as máquinas de remessa postal, que mecânica mente endereçam todos os exemplares de as sinantes. São assim expedidos aproximada mente cêrca de meio milhão de exempla res do “ T im e” . Outras revistas importantes que a Pa cific Press imprime são o “ L ife ” e “ Sunset Magazine” . P or semana esta grande indús tria gráfica imprime mais de um milhão de revistas, mais de um milhão de jornais, cêrca de meio milhão de folhetos e catá logos e ainda uma incalculável quantidade de todos os serviços que os senhores pos sam imaginar. Vamos dar agora alguns dados do consu mo de m aterial empregado pela Pacific Press. As impressoras da Pacific Press con somem 34 toneladas de tinta por mês, em pregando tintas de tôdas as côres, mistu
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rando-as e rivalizando com o arco-iris. O armazém de estoque da Pacific Press pos sui 6.500 toneladas de papel das quais a metade é gasta por mês. O arame é muito empregado para grampear e costurar as revistas, como “ Tim e” e “ L ife ” que reque rem muitos rolos de arame. As grampeadoras da Pacific Press usam 400 quilô metros de arame por mês. Na expedição das revistas, Pacific Press remete uma mé dia de 10.000 exemplares por hora. A Pacific Press possui cêrca de 2.000 ope rários que trabalham em três turnos, isto é, de dia e de noite sem parar. Aliás, isto é comum nos Estados Unidos. Um industrial gráfico não adquire outra máquina, enquan to as que êle possuir não estiverem já tra balhando, sem cessar, por três turnos. Outro interêsse que possui o industrial gráfico americano é o de possuir máqui nas sempre novas, modernas e do último tipo. Entre nós, as máquinas trabalham so mente oito horas. Se, nesse período, a má quina não comporta mais serviço, então adquirimos outra. Isso nãc acontece nos Es tados Unidos. Se há muito serviço, aumentam-se os turnos e as horas de trabalho da máquina, e assim é feito até emendar-se o dia com a noite. Depois então é que ad quirem nova máquina. Dessa maneira a má quina, devido ao emprêgo tão constante e assíduo, resiste muito menos ao tempo. A máquina, em geral, dura menos do que dez anos. Entre nós, as máquinas são conser vadas nas oficinas por mais de trinta anos. A diferença é que a máquina com trinta anos já está obsoleta, embora ainda não te nha trabalhado tanto como a máquina do impressor americano, que depois de dez anos é trocada por outra. Dessa maneira, êles estão sempre atualizando as suas o fi cinas com máquinas modernas. Dentro da Pacific Press, o visitante se perde por entre essa maravilhosa organiza ção, que se assemelha a uma cidade de má quinas gráficas. Encontramos na Pacific Press, um res taurante típico dos Estados Unidos, conhe cido por Cafeteria. A cafeteria é uma sa la de lanches, onde o freguês, vendo os pratos do dia expostos, escolhe os que de seja. Depois, procura uma bandeja, com ta lheres e pratos, entra numa fila, e vai re colhendo o que deseja na bandeja. Pas sa finalmente na caixa, que confere o pre ço, e aí paga. Procura depois unia mesa ç
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serve-se à vontade. Terminando, deixa a bandeja sôbre a mesa. A refeição consiste, geralmente, num bife de carne moída, vegetais e legumes, pão, um copo de lei te, refrescos ou coca-cola. Não são vendi das bebidas, salvo os refrescos. As cafeterias existem em quase tôdas as grandes in dústrias, cada qual mais variada e conten do de tudo para refeições ligeiras. A dura ção de uma refeição nunca excede de vin te minutos. Aliás, êsse é o tempo reser vado para essa finalidade por muitas fir mas. Nas cafeterias pode-se também ape nas comer o lanche que já se traz de casa. Fizemos o nosso lanche na cafeteria da Pacific Press e ali soubemos que em vinte minutos servem mais de 500 refeições de comida sã e cientificamente preparada, pos suindo um elevado valor nutritivo. Depois do lanche o empregado volta para o traba lho. Se por acaso tiver, durante o dia, von tade de comer, existem pelas paredes das oficinas, caixas especiais onde depositan do uma pequena importância pode servirse de doces, cigarros, chocolates e cocacola. O empregado passa por ali, deposita a moeda, tira um tablete de chocolate e sai comendo. Outra oficina que visitámos foi à da Times-Mirror Press, onde se executam finís simos trabalhos de luxo. A qualidade do ser viço que ali se executa é surpreendente. So mente trabalhos de fino acabamento saem das oficinas da Times-Mirror Press, tais co mo cartazes, folhinhas e revistas, entre elas a “ Arizona Highways” , com belíssimas pran chas internas multicolores, impressas em offset, por meio de Kodacromes naturais. O Kodacrome é um processo fotográfico, que emprega filmes cujas emulsões são sensí veis às côres, oferecendo como resultado diapositivos em côres iguais ao natural. Convertidos êsses Kodacromes para as cha pas de impressão também por processos fo tográficos, pode-se imprimir côr por côr, de cada vez, até conseguir-se com um m í nimo de côres misturadas, efeitos maravi lhosos de tôdas as côres. Êste é o processo mais empregado atualmente nos Estados Uni dos. Êsse processo também já se encontra introduzido entre os nossos impressores, e muitos dos serviços que vemos saídos ultimamente das nossas tipografias são feitos por meio de Kodacromes, com uma preci são quase igualada à dos norte-americanos. Procuramos então conhecer uma tipogra fia que executasse trabalhos gráficos comer
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ciais. Chegamos à grande firm a H. S. Crocker and Company, Incorporation, recen temente instalada em San Bruno, na Cali fórnia. Essa firma existe desde 1856 e pos sui atualmente 17 endereços distribuídos por todos os Estados Unidos, sendo um dêles o da matriz, que visitamos e onde se encontra uma estupenda organização mo derna de impressão. Os demais endereços são de outras oficinas filiadas à mesma or ganização, de escritórios de venda de im pressos, e de lojas e armazéns com estoque e papelaria. H. S. Crocker especializou-se na fabricação de rótulos de tôdas as quali dades e é hoje o mais moderno centro de produção de após-guerra no Oeste, de ró tulos e de trabalhos gráficos. Logo na entrada, em um m agnífico hall de recepção, onde se encontra um mostruário, pudemos prever com certeza as m aravi lhas que iríamos conhecer nessa grande impressora. A nossa certeza foi consubstan ciada quando um dos diretores da firma, que nos acompanhava nessa visita, abriu as portas e nos encontramos num imenso salão de trabalho gráfico. H. S. Crocker está si tuado num grande edifício de um só andar, sendo por isso de uma grande extensão. Existe abundante iluminação em todos os lugares de trabalho e uma racionalizada distribuição de máquinas encaminha o ser viço numa linha de trabalho bem plane jada de modo que nunca o serviço volta ou passa duas vêzes pelo lugar de onde já passou ou saiu. Aliás notámos, que sempre que os indus triais possuem bastante terreno, preferem construir as suas oficinas com plantas de um só pavimento. A produção é mais racio nalizada e apresenta muito maior rendimen to. Tudo fica assim situado num só plano. Essa fo i a visão que deparamos ao entrar nas oficinas de H. S. Crocker. Um grande salão com extensa visão panorâmica de ho mens e máquinas em ação. Não há desper dício de inúteis caminhadas, tudo ali foi disposto depois de aprofundados estudos. Existe muito espaço para trabalho e muita liberdade de movimentos. Nada é acanhado ou apertado. É uma satisfação caminhar ao longo de tôda a instalação. O serviço que chega é encaminhado ao Departamento de Produção. A li começa o trabalho. A li também se calcula o custo do trabalho e os detalhes de produção por que êle terá de passar. O trajeto de cada serviço é cuidadosamente estudado e o tempo que
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será necessário é precisamente estudado. O serviço é então encaminhado depois de es tudos competentes. Chega então à seção de fotografia. A qualidade da reprodução de um trabalho litográfico começa na câmara fotográfica e um perfeito serviço de câmara exige técnicos habilidosos e aparelhagem precisa. Existem ai duas câmaras de fotografia direta de 76 cm, uma grande câmara Monotype, e mais uma grande coleção de lentes, de objetivas e uma completa linha de retícuias, para a consecução da exata finalidade a que o ser viço se destina. Inclui-se também no equi pamento uma câmara de 1,20 m, que conse gue uma retícula de 60 linhas, a maior que existe em tôdas as indústrias gráficas da costa oeste dos Estados Unidos. O Departamento de A rte é organizado de forma a conseguir as condições ideais do tra balho tão essenciais para as operações me ticulosas exigidas para uma perfeita correção de côres e o retoque dos pontos reticulados. A montagem dos film es é um dos trabalhos dos quais se exige mais precisão na impres são litográfica em côres. Êste trabalho re quer pessoas bem entendidas no assunto. Os empregados de H. S. Crocker são antigos mestres de arte, possuindo extrema compe tência. Na montagem de filmes numa só chapa, é preciso combinar as ilustrações reticuladas e os tipos em correta posição; ou então colocar junto uma vinheta pictórica e o fundo do rótulo. A distribuição de ró tulos numa só fôlha também exige estudo muito detalhado para o máximo de apro veitamento e economia. Essa distribuição bem adequada é a causa de muitos lucros. Depois da montagem dos filmes negati vos ou positivos numa só fôlha, esta segue para a Sala de Fotocomposição, onde uma grande máquina de fotocomposição trans fere a imagem para chapas de metal que ser vem para imprimir. Esta operação, embora inteiramente mecânica, requer extrema pre cisão, além de condições especiais de tempe ratura e umidade. Por essa razão a sala de fotocomposição possui ar condicionado a 24 graus, com uma relativa umidade de 10 graus. As variações são menores do que dois graus. Depois a chapa de zinco preci sa ser revelada, passando então por um ba nho de ácido, fazendo o processo de offset gravado, o qual é fàcilmente realizado por meio de drogas já preparadas pela Harris. Os vapores de ácido são extraídos, dentro
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do ambiente de ar condicionado, por meio de grandes exaustores, ligados aos sistemas de condicionamento de ar. Os empregados tra balham assim com segurança e ficam com a sua saúde preservada de qualquer perigo. O estoque de papel é de grande impor tância numa indústria gráfica norte-america na. O papel é a pedra fundamental da boa impressão: papel de graduação correta, pêso, consistência ou côr. Na firm a de H. S. Crocker o papel é estratègicamente locali zado perto das impressoras. Todo o traba lho de carregar o papel é feito por meio de carrinhos, pequenos elevadores de tipo guin daste, ligados a êsses carrinhos. O operá rio encosta o carrinho perto da pilha de pa pel, ou dos fardos de papel, aciona o guindaste-elevador que sobe e se introduz por debaixo da pilha, levantando-a. O operá rio traz o carrinho para trás e sai andando com aquela pilha no ar até chegar perto da impressora, onde desce o elevador e deposi ta a pilha no chão sem contudo tocar no papel ou dispender um mínimo de esforço. Para os trabalhos de côres, o papel é artifi cialmente aclimatado sob condições científi camente estudadas de temperatura e umi dade. Existem impressoras litográficas reserva das a cada finalidade, na indústria de H. S. Crocker. Algumas impressoras são reserva das para timbres, bilhetes e outros impres sos comerciais, e literatura publicitária. Estas impressoras são também usadas para fazer impressos litográficos finos, estampas e gravuras, tão bem impressos que fazem o nome de H. S. Crocker ficar famoso mun dialmente, por êsse tipo de trabalho, d evi do à sua extrema fidelidade e por sua repro dução cromática. As impressoras reservadas para a impres são de rótulos e impressos publicitários con seguem imprimir numa só tirada, duas a quatro côres, chegando a im prim ir milhões de exemplares. As impressoras são monta das em sólidas bases de concreto que assim eliminam completamente qualquer vibração. O equipamento de envernizamento, diznos um dos diretores de H. S. Crocker, é o mais aperfeiçoado do mundo. Isso satis faz completamente às finalidades exigidas pelos fregueses, que conseguem assim rótulos cheios de brilho e lustro, realçando as cô res e aperfeiçoando o trabalho. O equipa mento ali instalado dá ràpidamente duas ( Continua na página 12)
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CO NSULTAS AO S IN D IC A T O
Durante o mês de fevereiro, o movimento de consultas ao Sindi cato foi o seguinte: 223 por telene, 18 pessoais e 35 por cartas. Tôdas as consultas técnicas fo ram respondidas pelo nosso Depar tamento de Pesquisas em Artes Gráficas. PREPARAÇÃO DE TINTAS PARA MÁQUINAS DE PAUTAR É indispensável misturar os pós (anilinas) com água pura, pois se a água contiver substâncias minerais ou alcalinas, os pós não se dissolverão bem. Quando a superfície do papel fo r áspera e as tintas não pegarem uniformemente sô. bre êle, o fe l de boi cortará a superfície e obviará êsse defeito. Não se pode indicar a proporção em que se pode usar o fel, porque isto depende da aspereza da superfície do papel; porém, nunca se deve usar em grande quantidade. Quando não se obtenha uma côr viva nas tintas, êsse defeito pode ser devido à grande quantidade de álcool empregada; além disso, o álcool tem a propriedade de descorar e fazer desaparecer as tintas em pouco tempo. Como já ficou dito acima, deve-se usar água pura, destilada, e, na falta desta, a água da chuva substituirá muito bem aquela. Algumas gôtas de vinagre, em cada litro de tinta, avivarão as côres destas. ( Con densado de "G ra p h icu s ").
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CARLOS O. REICHENBACH LIC E N Ç A P R É V IA
Lembramos aos srs. associados que deverão ser cumpridas as seguintes obrigações: IMPOSTO SINDICAL DOS EMPREGADOS
Descontar da fôlha de pagamento dêste mês UM D IA DE SERVIÇO dos empregados, que deverá ser recolhido, em benefício do Sindicato dos Traba lhadores Gráficos, ao Banco do Brasil. As guias para êsse recolhimento deve rão ser retiradas à rua Figueira, 233. RECEBEDORIA FEDERAL
Os contribuintes que tenham solici tado a renovação da patente de regis to até o último dia útil de fevereiro, e que ainda não pagaram os emolumentos, deverão efetuar o pagamento nes te mês. Os que requereram a reno vação depois de 28 de fevereiro paga rão os emolumentos com o acréscimo da multa de 30%. DELEGACIA
DE EXPLOSIVOS
O prazo para a renovação do alvará para o exercício do corrente ano é até 31 do corrente. PREFEITURA M l/NICIPAL
As taxas de publicidade (letreiros, anúncios, vitrinas e toldos) e os alva rás de licença, deverão ser pagos 45 dias após a apresentação do lança mento. DIRETORIA GERAL DA RECEITA
Pagamento do primeiro semestre do Imposto de Indústrias e Profissões, de acordo com o lançamento da repar tição.
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ra de Importação e Exportação do . o do Brasil, resolvendo atender a solicitações de entidades das categorias eco nômicas interessadas, incluiu na relação do Aviso 161, os materiais abaixo, alguns dos quais para a Indústria G ráfica: 1597 — Tabuinhas de madeira para a fa bricação de lápis
2019 — Am ianto ou asbestos, em bruto ou preparado, tipo crisotil 2081 — Borax natural (tincal ou trincai), para uso na indústria 2103 — Ligas de ouro especiais para fins dentários, não produzidas no país e de di fíc il desassociação 2309 — Betume da Judéia 2341 — Petróleo mineral em bruto ou crú. 2699 — Ligas especiais, de cromo, niquel ou cobalto, para trabalho de prótese den* tária | 2790 — Antimônio, sob qualquer forma, exceto manufaturas, para uso industrial 3929 — Tintas sanitárias, para reeipien• tes metálicos, destinados a acondicionamento de conservas alimentares 3993 — Fitas metálicas, para vitrificação e esmaltação 4564 — Tripas sêcas 6619 ■— Papel perfurado para uso exclu sivo em máquinas monotipo de impressão 6685 — Fibra vulcanizada 7499 — Alfabetos de aço, para marcar peças de ferro e outros metais 8494 — Cerdas de "n ylon” para fabrica^ ção de escovas ' 8755 — óxid o de ferro sintético 9068 — Vidros óticos (lentes prontas e blocos em bruto) 9081 — Placas e rolos para fotografia (e x clusivamente para raios e para trabalhos gráficos) 9598 — Para-raios industriais (especificar os característicos) 9800 — Aviões
Entre os maiores propulsores da indústria gráfica do Brasil, ocupa lu gar de grande destaque a marcante figura de Carlos O. Reichenbach, cuja fotografia reproduzimos acima. Terceiro filho do fundador da emprêsa que hoje se intitula Compa nhia Litográfica Ipiranga, não somente se manteve fiel ao ramo escolhido pe lo seu progenitor e dois irmãos faleci dos, mas imprimiu àquela organização, desde que assumiu o cargo de diretorpresidente em 1942, um impulso sem precedentes em sua história. Caracterizam êste pioneiro uma ina balável fé no progresso das indústrias gráficas nacionais e uma constante preocupação de achar meios racionais e métodos mais modernos para m e lhorar a qualidade dos trabalhos grá ficos. A Companhia Litográfica Ipiranga é hoje, sem favor, uma potência de projeção internacional em seu ramo, graças ao dinamismo de seu diretorpresidente.
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( Continuação da página 9) mãos de verniz, seca duas vêzes,- e empilha o serviço terminado. Depois os rótulos são cortados e refilados por uma guilhotina Seybold de extrema precisão. O trabalho é realizado com grande rapidez e perfeição. As máquinas de cortar e refilar têm con troles elétricos automáticos, que trabalham quase que sozinhos, conseguindo um serviço limpo de centenas de milhares de rótulos por hora. Nenhum serviço sai da H. S. Crocker sem passar por uma acurada inspeção por fun cionários conscienciosos e de grande habili dade, que fazem o serviço em pouco tempo. A responsabilidade do impressor é muito grande a fim de não prejudicar o freguês que, quando emprega o serviço, não tem oportunidade de selecionar os trabalhos de feituosos. A impressão, o corte e o refilamento são cuidadosamente inspecionados. Terminadas tôdas as operações, o serviço executado é expedido por uma seção espe cial de embalagem e expedição. A firm a H. S. Crocker também executa trabalhos tipográficos. A sala de compo sição de H. S. Crocker possui uma ilumi nação mais acentuada, evitando o mínimo de sombras. Depois de composto, o traba lho segue para a secção de revisão. Depois de tanta precisão nos trabalhos já referi dos, não será preciso acentuar o cuidado com que trabalham os revisores desta secção. As impressoras tipográficas não ficam atrás das impressoras de offset. Uma bateria de impressoras de uma côr, de duas e mais côres, está instalada numa sequên cia estética de impressionante disposição de igualdade. Neste trecho é bom frisar tam bém que os impressores americanos não gostam de possuir muita variedade de mar cas na sua oficina. Se uma marca satisfaz às suas necessidades, êle adquire uma linha completa do mesmo equipamento. E ’ comum ver-se uma fileira de Harris, uma fileira de Miheles ou de qualquer outra marca, numa impressora. Entre nós, no entanto, o im pressor possui na sua oficina máquinas de tôdas as marcas, dispostas de mau jeito, co mo se tratasse de uma exposição de di ferentes máquinas. O Departamento de Especialidades da H. S. Crocker, produz selos e etiquetas; corta, picota e faz todos os serviços de diferentes aspectos, procurando atender assim a tôda a variedade de pedidos. Na secção de enca dernação vimos os mais modernos processos de encadernação por meio de espirais e ma terial plástico. Grande parte das opera ções realizadas nessa secção são também inteiramente automáticas. Outra cousa curiosa de se notar são as reuniões frequêntes de todo o corpo de ad ministradores, chefes de oficinas, encarrega dos de secção, a fim de que possam trocar idéias e comentar os serviços executados, su gerir inovações e discutir os assuntos re lacionados com a administração da firma. Todos estão assim completamente informa dos acêrca do movimento geral e partici pam de todos os problemas que possam apa recer nas diferentes secções.
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Finalmente, a H. S. Crocker possui uma secção de recrutamento, onde os candidatos a empregos passam por testes de competên cia profissional, sanidade e capacidade fís i ca. Alem disso, a firm a oferece aos empre gados a sua cafeteria, muito bem insta lada e higiênicamente disposta, onde todos os funcionários servem-se nas horas de lan che. Em tôda instalação da H. S. Crocker existe o sistema “ E xp liter” de proteção contra incêndios. Desta firm a muito mais haveria por con tar. No entanto, ficamos por aqui, pois ainda precisamos também falar sôbre outras indústrias gráficas que vimos nesta viagem. Como podem ver os senhores, há muito por ver e muito que contar; por isso mesmo é que pretendemos voltar aos Estados Unidos para completar a nossa visita. Vamos agora visitar uma outra indústria gráfica americana, também grande, porém de um estilo completamente diferente. Tra ta-se de The Condé Nast Publications Incorporations, que fica em Greenwich, Estado de Connecticut. A impressão inicial que se tem dessa or ganização é surpreendente, pois ela fica si tuada dentro de um grande parque muito bonito, cheio de alamedas, bancos, fontes, repuxos, estátuas, canteiros cheios de flo res e frondosas árvores. Grande parte do terreno da Conté Nast é reservada para êsse enorme parque bem conservado. A fachada dessa organização é de uma fidalguia sem par; uma curiosa torre logo à entrada dá-nos a impressão de entrarmos num castelo anti go. Existe, ao lado, uma extensa área re servada para estacionamento de carros. Cêrca de 70 % de empregados possui automó veis e essa porcentagem não é maior porque existem muitas moças solteiras trabalhando em Condé Nast. E ’ muito comum nos Esta dos Unidos, os operários possuírem carro ou bicicleta, por isso os parques de estaciona mento tornam-se uma necessidade e devem existir em tôdas as grandes indústrias. O aspecto agradável de Condé Nast deve-se à nacionalidade holandesa de seus proprie tários, que desde 1909 mantêm a mesma tradição. Existem cêrca de 900 empregados trabalhando só na tipografia de Condé Nast. A Companhia fo i fundada especialmente com o propósito de publicar revistas e perió dicos. Imprime, pois, as conhecidas revis tas “ Vogue” “ House & Garden” , “ Glamour” e outras. Condé Nast é uma organização in ternacional empregando mais de 2.500 pes soas em todo o mundo; é proprietária da revista “ Vogue” , inglêsa e francesa, impres sa nos próprios países. Vários departamen tos da “ Vogue” ocupam as instalações de Condé Nast. Os visitantes ficam imediatamente im pressionados com a ordem, a limpeza e a coordenação que existem em tôda a orga nização. A sala de composição de enorme tamanho, possui também os mesmos caracte rísticos. E ’ tudo muito espaçoso, ventilado e com ótima iluminação. A secção de gravura, situada à parte, faz todos os clichês de cobre, com uma espessu
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ra de aproximadamente 1,6 mm, que são montados em bases de metal com espessura de 2,5 cm. Despertou-nos desusado interêsse a secção de eletrotipia, onde são confeccionados os galvanos. Os processos de impressãç nos Estados Unidos são diferentes dos que comumente empregamos aqui entre nós, isto é, da nossa maneira usual de trabalho. A li raras vêzes o tipo vai diretamente à im pressora. Depois de montada a fôrma, ela passa por uma modelagem em material plás tico ou flan, gravando a impresão e fo r mando a matriz. A matriz permite, por meio da estereotipia ou da eletrotipia, a reprodução de várias chapas iguais, poden do-se dessa maneira imprimir a mesma fo r ma várias vêzes ao mesmo tempo e economizando-se tempo de funcionamento da im pressora num mesmo serviço de grande ti ragem. A estereotipia consiste na modela gem por meio de metal derretido sôbre a matriz. A eletrotipia difere bastante, pois consiste de processos eletrolíticos físicoquímicos. A matriz revestida com grafite é colocada numa banheira, onde já se en contra uma solução acidulada, e fica presa num polo de corrente elétrica. No outro polo, prende-se barras de cobre que são im er gidas no mesmo tanque ou banheira. Ligada a corrente, partículas de cobre desprendense das barras de cobre e vão se depositar na superfície da matriz, em todos os seus relevos e reentrâncias, formando uma pelí cula que fica aderida à matriz depois de al gum tempo. Completada essa operação, temse uma película de cobre que reproduz exa tamente todos os detalhes da fôrma origi nal. A fim de fortificar essa película, re veste-se o verso da mesma com uma camada de chumbo derretido, formando assim um galvano, ou uma chapa resistente à impres são. Também as chapas de estereotipia po dem passar por banhos eletrolíticos para aumentar a sua resistência ao desgaste pe la impressão. Coloca-se o estereo no ba nho eletrolítico no qual êle se reveste de uma camada de cobre, de cromo ou de ní quel. Depois dos banhos eletrolíticos as chapas são polidas, adquirindo um brilho que as torna mais resistentes também ao desgaste; uma superfície opaca resiste menos. Uma vez que é impraticável im prim ir di retamente de fôrmas de tipos nas grandes tiragens, a Condé Nast possui uma grande instalação de eletrotipia. A li são feitos gal vanos de uma qualidade superior. A modelagem é feita diretamente da fô r ma de tipos em um molde ou matriz de ma terial plástico especial, chamado de “ Vinylite ” , usando-se calor, pressão e resfriamen to. Sôbre a chapa de “ vin ylite” , gravada é aplicada uma camada de pó de prata para tornar a superfície eletro-condutiva no ba nho eletro-lítico. O molde é assim electroformado. A Condé Nast usa níquel e cobre para fazer os seus eletrotipos. O tanque con tém uma solução de sal de níquel, enquanto que barras de níquel são colocadas no anodo. A ação eletrolítica deixa a chapa de vinylite revestida com uma camada de ní quel. Retira-se a chapa assim revestida com níquel, lava-se e torna-se a colocá-la num
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banho de cobre. O cobre é então depositado. Essa combinação recebe o nome de escama e deve, para atingir as finalidades da impres são, ter a espessura de 12 milésimos de pole gada, dos quais dois milésimos de polegada são de níquel e dez milésimos de polegada são de cobre. A escama é retirada da ma triz e para que fique bem encorpada, uma liga de chumbo, bem quente, é depositada sôbre o verso da escama até a grossura de y4V. A chapa é ainda aplainada por máqui na especial e retocada manualmente, o que consiste em retirar cuidadosamente as áreas um pouco altas ou imperfeições na superfí cie de impressão, de modo a que não haja manchas na impressão. Em seguida o galva no é bem polido e aparado nas margens e, se necessário, é curvado para encaixar nas impressoras rotativas cilíndricas, já prontos para serem impressos. A parte de impressão da Condé Nast está dividida em quatro departamentos: sala das rotativas, onde o trabalho em duas côres para as páginas internas da revista é rea lizado; sala das impressoras Harris, que imprime os encartes em quatro côres, vendo-se nessa sala uma extraordinária se quência de máquinas Harris alinhadas uma ao lado da outra, num ambiente tão limpo, que até o chão brilha. Os outros dois depar tamentos são: a sala das Impressoras U. P. M., que faz os trabalhos numa só côr, e a sala de impressão de pequenos serviços, com máquinas cilíndricas e platinas. As folhas, depois de impressas, são inspe cionadas cuidadosamente após o que passam pelas operações finais de acabamento. Em seguida são despachadas em grande quan tidade. Existe um grande número de ca minhões que formam a frota de distribuição das revistas de Condé Nast. O Departamento de Conservação da Condé Nast está equi pado com muitos tornos, máquinas de re paros e todos os equipamentos de mecâni ca necessários para manutenção das má quinas. Existe também uma bem instalada carpintaria onde são feitos os móveis que são precisos. A Condé Nast executa também moldes em tecidos para a feitura de vestidos e rou pas, imprimindo em pano êsses moldes, que são acompanhados de explicações suficien tes para a execução do trabalho. Uma gran de parte das instalações está reservada para essas atividades. Assim como tôdas as grandes organiza ções, Condé Nast não podia deixar de ter a sua cafeteria. A li a cafeteria é ampla e bem arejada, oferecendo excelente alimen tos a baixo preço. Serve a cafeteria também de refeitório, para aquêles que trazem os seus próprios lanches. Música suave acom panha as refeições. Os empregados, admitidos depois de uma seleção prévia, são tratados com tôda a cortezia e, se aprovados, recebem um fo lheto explicativo sôbre tôda a organização em que vão trabalhar. Tomam, assim, co nhecimento de tôda a estrutura da Condé Nast. A Condé Nast mantém um esplêndido ser viço de assistência ao empregado, manten
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do dispensários, serviços médicos, salas de recreação e de descanso. Todos êsses ser viços são prestados gratuitamente aos em pregados. Cumpre salientar aqui a cortezia com que se é tratado nos Estados Unidos. Existem lá cursos de relações públicas, de fácil acesso e muito procurados. Aquêles que fa zem o curso, recebem da sociedade e na es cola a educação necessária para se torna rem bons cidadãos, respeitáveis e amáveis para com o próximo. Os que têm a função de servir ou manter contatos com o públi co são extremamente delicados e pacien tes. A atenção com que se trata o próximo é, de modo geral, aplicada para todos. A li sempre se está pronto para dar informação ou travar uma relação. Qualquer emprega do de uma indústria gráfica a quem se per gunta alguma cousa, responde atenciosamente tudo, demonstrando conhecimento do trabalho que executa, educação e segu rança no que diz. A mão-de-obra nos Estados Unidos é mui to cara, razão por que as Universidades mantêm as suas próprias tipografias, em pregando muitas vêzes estudantes que tra balham ao mesmo tempo que estudam, con seguindo assim sustentar-se e manter-se nos estudos. O cuidado que se tem pelos operá rios é muito grande. A prevenção contra acidentes é assunto delicado que tôdas as indústrias gráficas tratam com grande interêsse e na qual chegam a perfeições que nem sequer imaginamos. Tôdas as máquinas são protegidas nos lugares perigosos. Em tôdas as paredes vêem-se cartazes alusivos aos prováveis acidentes. Uma cousa muito cu riosa são os cartazes que algumas firmas co locam com dizeres semelhantes a êste: “ Nesta fábrica, no período de março a maio dêste ano, não se registrou nenhum aciden te ” . Muitos prêmios são dados às secções que não registram acidentes, tais como taças e troféus. Nenhum empregado que trabalhe em ser viço grosseiro deixa de usar luvas prote toras, para conservar as mãos. Os que tra balham com gases perigosos, usam máscaras apropriadas. Os que podem arriscar a vista, usam óculos especiais. Isso evita muito aci dente. As salas que exalam gases pernicio sos são equipadas com potentes exaustores que succionam os gases, evitando mau cheiro e contaminação. Cada fábrica mantém o seu próprio serviço de proteção contra incêndios. A assistência médica é mantida em tôdas as oficinas, com serviços médicos especiali zados. A roupa usada pelo empregado é apro priada para o trabalho. Antes de entrar para o serviço, o empregado passa por um vestiário, uma grande sala cheia de ar mários individuais, onde êle troca de roupa. Dessa maneira, sua própria roupa pode' ser mais conservada. Para exem plificar o cuidado com que são tratados os empregados americanos, va mos contar o seguinte. Encontravamo-nos em N ew York e fomos convidados pela Mergenthaler Linotype Company para visitar uma grande oficina em City Garden. A li estavam imprimindo o quarto milhão do li vro do General Eisenhower. Nessa tipografia
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imprimem 3 500 páginas de livros por dia. Pois bem, voltando ao assunto, fomos leva dos à secção de revisão, para vermos o servi ço de revisão de provas. Deram-nos ali uma prova tirada em papel mate de côr palha, cientificamente estudada para essa finalida de e fizeram-nos compará-la com uma prova tirada em papel comum, de côr branca. A sala onde se faz a revisão é revestida de ma terial isolante, como o Celotex, evitando as sim tôda a propagação de vozes. A revisão feita numa mesa não perturba de maneira alguma a revisão feita na mesa vizinha. A diferença de côres referida fo i estudada com a finalidade de proteção da vista do revisor, que se fatiga com a leitura. O papel de côr palha fo i especialmente escolhido por ser o mais apropriado. Provou-se que com êle o serviço é feito mais facilmente, bem mais depressa e com muito menor fadiga para o operário, conseguindo-se assim maior rendimento de trabalho. Uma das cousas mais impressionantes de que ouvimos falar, nos Estados Unidos, fo ram as imprensas universitárias já referidas. Tivemos a satisfação de visitar a Imprensa da Universidade de Califórnia, a University of Califórnia Press, em Bakely. Para se avaliar o tamanho dessa universidade saibam os senhores que existem ali mais de 34 000 alunos nos diversos cursos. Interessou-nos conhecer a sua imprensa, dirigida pelo téc nico italiano Tommazini, que nos recebeu como irmão latino e teve grande satisfação em nos mostrar tôda a instalação. Vimos, assim, completamente as dependências das oficinas onde são impressos todos os livros e trabalhos gráficos empregados pela Uni versidade. A grande instalação dessa im prensa universitária pode comparar-se à uma tipografia de grande produção das inú meras que possuímos em São Paulo. Dentro dessa oficina executa-se qualquer trabalho e em qualquer processo, até os mais moder nos empregados nas artes gráficas. Dentro dessa Imprensa Universitária existe o Clube de Livros Artísticos, que edita suntuosas edições de livros cuidadosamente executados, e de grande valor bibliográfico. Não podemos deixar de falar na Imprensa Oficial do Govêrno Americano, a United States Government Printing Office, situada em Washington, otimamente instalada em um grande edifício de oito andares que ape sar de não ser moderno é no entanto muito confortável, abriga cêrca de 8 000 operários. A li são confeccionados quase todos os servi ços do Govêrno e das Repartições Federais, e editados também muitos livros, publica ções e diversos periódicos, principalmente o Diário Oficial, Diário do Congresso, etc. É publicado também a O fficial Gazette onde são registradas tôdas as marcas e patentes americanas solicitadas. São impressos tam bém livros de grande utilidade para as d i versas atividades profissionais, os quais são vendidos a custo relativamente baixo. Em alguns departamentos, onde são impressos documentos secretos, a entrada é terminantemente proibida. Tôdas as publicações edi tadas são feitas de acordo com o Manual de Estilo do Govern Printing Office. Neste manual estão registrados todos os modelos
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oficiais de impressos, sugestões para auto res e editores, instruções gerais sôbre grámática, emprêgo de maiúsculas, pronunciação, abreviações, signos é símbolos, emprêgo^ do grifo e composição em línguas estran geiras, tipografia, além de um sem-número de outras informações interessantíssimas. Todo o trabalho ali executado segue à risca o Manual de Estilo, o que garante uma igualdade e perfeita identidade de todos os trabalhos realizados. Nessa grande oficina existe tudo o que se pode imaginar de mais moderno em artes gráficas. As secções de gravura e fotografia são as mais aperfeiçoadas dos Estados Uni dos. As impressoras são colocadas em linha de maneira que a luz penetra por todos os ângulos. Na secção de monotipo, o antimônio que se volatiliza é succionado diretamente da bôca das caldeiras, por meio de podero sos exaustores. A entrada da matéria prima é feita em determinada porta, diretamente no almoxarifado. A í começa o ciclo do papel, que vai passando de secção em secção, sem nunca retroceder, até o termino do serviço, que se dá justamente na secção de entrega. As gui lhotinas em geral são trilaterais, isto é, têm três cortes simultâneos de modo a ga rantir maior rapidez e perfeição ao trabalho, oferecendo um corte sempre uniforme. Ao lado das guilhotinas o papel é empilhado em uma mesa que, por controle eletrônico, pos sui sempre altura adequada para que o cor tador não dispenda o mínimo esforço, ape nas puxando a pilha de papel que vai para o corte e empurrando-a para outra mesa ao lado, que vai se abaixando. Todo o sistema é controlado por ôlho mecânico ou fotocélula. O operário não precisa abaixar-se para erguer a pilha de papel. Muita cousa útil pudemos observar nessa oficina. Na secção de fotografia nota-se o cuidado na escolha das objetivas, assim como com referência ao sistema de iluminação, à seleção de côres por meio de filtros. Tudo ali é técnica pura, aplicada eficientemente à prática. A granitação das chapas, que em princí pio parece tão simples, merece um cuidado todo especial, relacionando-se a granitação com o trabalho que irá ser realizado em offset. Nos mínimos detalhes há uma obser vação cuidadosa. Sabendo-se que o papel é grande absorvedor da umidade, os locais onde êle é conservado são inteiramente secos. O papel é guardado sem o envólucro da embalagem, esticado e separado de quantidade em quan tidade por tábuas resistentes, que o conser vam assim liso e uniforme, fazendo também desaparecer mais ràpidamente a umidade que porventura permanecer. O papel antes de ser usado recebe um tratamento especial para secagem, passando ràpidamente em se cadores apropriados. Para ser usado, o papel precisa ter ficado em repouso durante uns 90 dias, para que sirva eficientemente à impressão.
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Existe também no Govern Printing O ffice o restaurante do tipo cafeteria para os em pregados. O trabalho é intenso e feito tam bém em três turnos Enfim, tôda a instalação dessa grande Im prensa Oficial Americana é empolgante, des de a sala de composição com as inúmeras máquinas de compor até às secções onde se executam os trabalhos mais simples. Além do Govern Printing Office, existe outra impressora oficial, The Bureau o f Engraving and Printing, onde são impressos os valores, como sejam notas de dinheiro, selos e títulos do Govêrno Americano. Gra ças à nossa apresentação por intermédio da Embaixada Brasileira em Washington, con seguimos visitá-la, em caráter individual, acompanhados de um funcionário perfeitamente conhecedor de todos os assuntos que lhe perguntávamos. Mais de 4.000 em pre gados trabalham nesta organização. O nosso espírito curioso levou-nos a ficar ali obser vando cuidadosamente tôdas as mínimas ope rações dêsse processo especializado e para tanto ali ficamos um dia inteiro. O dinheiro americano nunca fica velho, pois as notas são recolhidas de nove em nove meses. Assim renovado por novas emis sões, é um prazer ver as notas de dólares Daí a razão porque tem tanto serviço o Bu reau de Engraving and Printing. Depois de aprovada a gravação de uma chapa, gravação essa feita manualmente por intermédio de um buril e reproduzida por processo eletrolítico, a chapa vai para a impressão. O processo de impressão é muito simples, está quase que completamente m e canizado. O formato do dólar americano é o mesmo, variando o seu valor. A côr tam bém se conserva em todos os valores. Os desenhos, as efígies e os números é que va riam. A impressão de notas vai desde um dólar até 10 000 dólares, valor êsse que não circula, mas serve somente para serem rea lizados os encaixes nos Bancos. A tinta de impressão é preparada no pró prio Bureau. O papel especial usado para a a impressão de notas e apólices é negociado pelo Departamento de Tesouro com um fo r necedor particular. O processo não possui nenhum valor técnico, pois é um processo simples e comum. Ficámos admirados da razão por que até hoje o nosso govêrno não imprime o seu próprio dinheiro. O papel recebido em pacotes de cem fica guardado, para melhor se preparar para a impressão. O processo de impressão é direto, a chapa tem contato com o papel. Uma cousa que nos impressionou fo i o con trole, verdadeiramente assombroso, que exer ce a administração do Bureau. Segundo nos relatou o guia que nos acompanhava, du rante todo o tempo do seu trabalho ali não se lembrava de ter havido um desvio sequer. Depois, ensinou-nos todo o sistema de con trole. A nossa maior satisfação, nessa visita, foi a de, acompanhando tôda a impressão, ter a oportunidade de pegar numa fôlha im pressa com notas, representando um valor de milhares de dólares, que acabava de ser
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impressa e examiná-la. Êsse privilégio con sideramos pouco comum, pois numa repar tição como essa, a visita assim tão minuciosa é geralmente vedada. A gravura dos selos postais é feita em aço, sendo a impressão feita em rotativas. P or isso, as chapas são amoldadas no cilin dro da impressora, permitindo maior tira gem do que se consegue com máquinas pla nas. As impressoras de selos são equipadas com dispositivos para gomar os selos. Em operações sucessivas, a mesma máquina mo lha o papel, entinta a chapa e remove a tinta em excesso, imprime, seca a superfície impressa, passa a goma e fá-la secar em seguida, condicionando os selos em rolos. Os rolos saem das impressoras e são coloca dos em máquinas que se encarregam da perfuração entre os selos e da separação em folhas de 400 selos. Possuímos muitas informações sôbre vá rios * processos empregados pelo Bureau, e esperamos que a Casa da Moeda venha a se interessar por êles, para que assim possamos ter o nosso dinheiro impresso por nós mes mos. E já não é sem tempo. E concluindo, queremos dizer algumas palavras sôbre as entidades de classe e cen tros de pesquisas e estudos. Fomos visitar o Am erican Institute of Graphic Arts, co nhecido pela abreviação A IG A . Alguns dos seus objetivos são os de estimular e animar aquêles que estão nas artes gráficas; fazer de tudo para levantar o nível e auxiliar o desenvolvimento e aperfeiçoamento das ar tes gráficas na América; formar um centro para intercâmbio de todos os interêsses des sas artes. N o Aiga são admitidos todos os que trabalham em artes gráficas. É uma organização de caráter internacional. Tivemos muita satisfação por sermos tam bém admitido nesse Instituto, como sócio correspondente. Desde então temos recebido quase que diàriamente inúmeros folhetos, livros a preço mais baixo, convites, jornais e informações sôbre tôdas as atividades do A IG A . Atualmente são realizadas inúmeras exposições de artes gráficas, e entre elas a dos melhores cinqüenta livros do ano estêve há pouco entre nós, exposta no Museu de A rte Moderna. Há muito tempo conhecíamos os princípios dessa organização, tanto que ao criarmos no Sindicato das Indústrias Gráficas o Depar tamento de Pesquisas em Artes Gráficas, conhecido por D.P.A.G., baseamo-nos em grande parte naquela instituição americana.
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O D.P.A.G., por sua vez, atende as consultas técnicas encaminhadas ao Sindicato, orga niza fichários e arquivos, e está preparando para êste ano uma série de exposições. Por intermédio do D.P.A.G. mantemos intercâm bio com o A.I.G.A. e com muitas outras en tidades de classe do mundo inteiro. Tôdas as entidades de classe dos Estados Unidos, por pouco que façam, distribuem sempre um órgão inform ativo aos seus asso ciados. Fomos conhecer muitas dessas or ganizações, a fim de colhermos dados que pudessem ser aplicados entre nós, com o fito de unir a nossa classe, consolidando dessa maneira um espírito de equipe inte ressada no desenvolvimento perfeito e ra cional das artes gráficas nacionais. Aos senhores, professores e homens que estão preparando os moços que serão os fu turos gráficos de amanhã, cabe uma gran de responsabilidade; pois cada dia o mo derno negociante exige serviços mais £inos e de melhor qualidade. Precisamos de melhores gráficos. Hoje existe uma gran de falta no mundo inteiro de homens que conheçam a sua profissão. Temos as mais modernas e variadas máquinas, tipos, tin tas, sistemas de fotografia que reproduzem, em suas côres naturais,' as mais lindas ilus trações, porém, lutamos também com uma escassez de gráficos competentes, que pos sam produzir trabalhos de qualidade. Nun ca houve melhor e maior oportunidade para homens habilidosos se prepararem e aper feiçoarem na grande indústria gráfica, do que atualmente, e as perspectivas para os profisionais capazes são particularmente boas.
BOLETIM D l INDÚSTRIA GRÁFICA ÓRGÃO
O F IC IA L
DO
SIN D IC AT O
DAS
IN D Ú ST R IA S G RÁ F IC A S NO EST. S. PAULO
S. F E R R A Z D IR ETO R
PAULO BREDA FILHO A N T Ô N I O S O D R É C. C A R D O S O A I L T O N L U IZ DE P A U L A COLABORADORES REDAÇÃO
E
A D M IN IS T R A Ç Ã O :
5 .0 A N D A R , S A L A
PRAÇA
D A S É , 399
508 - F O N E 2-4694 - S Ã O
PAU LO
Composto e Impresso na Escola de Artes Gráficas do S E N A I
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IN D ír S T R IA G R Á F IC A
Movimento da Junta Comercial
Extraído do “ Diário O ficial” do Estado, publicamos abaixo o movimento da Junta Comercial com relação a firmas gráficas e correlatas, em suas sessões de 10-1-50, 13-1-50, 17-1-50, 20-1-50 e 24-1-50, ratifi cadas pelas de 13-1-50, 17-1-50, 20-1-50, 24-1-50 e 30-1-50, respectivamente: CONTRATOS N. 118.292 — Agostinho & Fernandes. — Capital. — R. Joly, 400. — Encadernação, pautação e tipografia. — 40.000,00 partes iguais. — Helio Agostinho e Oswaldo Fer nandes, brasileiros. — Solidários. — Inde terminado a partir da data da assinatura do presente, em 2-1-50. N. 118.304 — Ferrari & Irmão — Capital — Rua Bresser, 1570 — Papelaria e congê neres —- Cr$ 300.000,00, sendo Cr$ ......... 200.000. 00 de Mario Ferrari e CrS .......... 100.000. 00 de Nelson Ferrari, brasileiros, solidários — indeterminado a partir de 1-1-50 — ass. em 29-12-49. N .118.401 — Forker Publicidade Ltda. — Capital. — R. Libero Badaró, 382 — 2.° and. publicidade — Cr$ 20.000,00 em p iguais entre Fernanda Laudanna de Moraes Forjaz e Dina Marques Barke, brasileiras — indeterminado — ass. em 30-11-49. N. 118.436 — W aldir Lacerda e Cia. Ltda. — Capital. — R. Barão de Jaguara, 933. — serviços tipográficos em geral. — Cr . . . . 50.000,00 sendo Cr$ 30.000,00 de Leonelo Castelli e Cr$ 20.000,00 em p| iguais entre W aldir Lacerda e Pina Castelli Lacerda, o prim eiro italiano e os demais brasileiros. — 1 ano, a contar de 2-1-50. — ass. em 4-1-50. N. 118.491 — Aranha e Gurgel Ltda. — Capital — R. Conde de São Joaquim, 191 — artigos de papelaria e serviços gráficos em geral — 300.000,00 partes iguais, — Luiz de Campos Aranha e Oswaldo Am aral Gur gel, brasileiros — indeterminado — ass. 10-1-50. N. 118.695 — Irmãos Colferai Ltda. — Capital — Rua Bueno de Andrade, 468 — indústria de tipografia — 15.000,00 partes iguais — Zigomar Colferai e Nicomedes Colferai, brasileiros — indeterminado ass. 2-1-50. N. 118.705 — Mussolini, Piccinini e Donato Ltda. — Capital — Rua 7 de Abril, 264, 14.°, s. 1407, 1408 — publicidade em geral e outros negócios afins — 100.000,00, sendo 33.500,00 de cada um dos sócios Gilson Jo sé Mussolini, brasileiro e Vittorio Piccinini, italiano e 33.000,00 de Francesco Donato, italiano — indeterminado — ass. 27-12-49. N. 118.710 — Printex — Artes Gráficas Ltda. — Capital. — R. Glicério, 762. — A r te gráfica, artigos de escritório em geral
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etc. — 260.000,00 partes iguais. — Fioravante Timpani, brasileiro e Silioma Stoler, rumeno. — 5 anos. — Ass. 17-1-50. N. 136.515 — Helio Soderi — Capital — R. Frederico Alvarenga, 45 e 47 — tipogra fia — Cr$ 100.000,00 — brasileiro — início em 2-1-50. N. 136.524 — Waldemar B. Passos — Ca pital — Rua Santo Antônio, 801 — tipogra fia, impressão, encadernação, etc. — Cr$. . 150.000,00 — (Waldemar Barreiros Passos) — brasileiro — início em 2-1-50. N. 136.743 — W. Hage — Capital — R. Corupace, 44 — tipografia — Cr$ 200.000,00 — (Wadih Hage) — Libanês — início em 10-1-50. ALTERAÇ ÃO N. 118.370 — Editoral Guanumby Ltda. — Capital — cont. 100.712 — aumento do capital de Cr$ 50.000,00 para Cr 300.000,00 em partes iguais — Dr. José Loureiro Junior e Dr. Genésio Cândido Pereira Filho — Nova sede: Rua Boa Vista, 316 — ass. 19-12-49. DOCUMENTOS N. 44.771 — Fabrica de Papel “N. S. Apa recida” S. A. — Capital. — ata da assem bléia geral extradordinária, realizada em 8-12-49, pela qual foram alterados os estatu tos sociais, na parte referente à administra ção e em virtude da renúncia dos atuais di retores, foram eleitos: Diretor-Presidente, João de Andrade Costa; Diretor-Vice-Presi dente, A ry de Andrade Costa; Diretor-Superintendente, Antônio de Andrade Costa; Diretor-Gerente, João José da Costa Valle; Diretor-Industrial, Francisco José de Andra de Costa; Diretor-Comercial, Paulo Salda nha Bandeira de Mello e Diretores-Adjuntos, Oswaldo da Silva Pereira e Ruy Berardinelli Cardoso, brasileiros. N.44.794 — Indústrias de Papel J. Costa e Ribeiro S. A. — Capital — ata da assem bléia geral extraordinária de 8-12-49; re forma estatutos; renúncia da diretoria; elei ção novos diretores, ficando a mesma as sim constituida: Diretor-Presidente, João de Andrade Costa, Diretor-Vice-Presidente, João José da Costa Valle, Diretor-Superintendente, Antônio de Andrade Costa, Diretor-Gerente, A ry de Andrade Costa, Diretor-Industrial, Francisco José de Andrade Costa, Dirqtor-Comercial, Paulo Saldanha Bandeira de Mello; Diretores-Adjuntos: Ga briel Korruquina, Antenor Soares da Sil veira, Hugo Cervone e Lucinio dos Santos Pimenta, êste português e os demais brasi leiros. N. 44.849 — Papelaria Nacional “Panai” S|A. — Capital — Ata da assembléia geral extraordinária, realizada em 20-1-50; alte ração dos estatutos; renúncia da atual di retoria, eleição da nova, ficando a mesma assim constituida: — Diretor-Presidepte, Paulo Ferreira de Morais, brasileiro, Dire tor-Vice-Presidente, Joaquim Amaral Aman do de Barros, brasileiro, Diretor-Vice-Pre sidente, Antônio Pedro Ferreira, brasileiro, Diiietores-Superintendente, Sylvio Aman do de Barros, brasileiro, Oswaldo Riwczes, austríaco; Diretor-Gerente, Alberto Piccini ni, brasileiro.
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PROJEÇÃO
DE
FILMES
TÉCNICOS Continuando no seu programa de divulgação de assuntos relativos às artes gráficas, o Departamento de Pes quisas em Artes Gráficas tem reali zado últimamente algumas projeções de filmes técnicos. Gentilmente cedi dos pela Cia. T. Janér, Comércio e In dústria e Consulado Americano, foram os mesmos projetados na séde social do Foto-Cine Clube Bandeirantes e no SEN AI. À exibição do Foto-Cine Clube Ban deirantes compareceram 34 fotógrafos amadores e profissionais. No SENAI foram realizadas três sessões: a pri meira, às 15 horas do dia 2, foi as sistida por 79 alunos dos cursos diur nos e noturnos de artes gráficas dos diferentes ofícios; à segunda, realiza da às 20 horas do mesmo dia, compa receram cêrca de 143 pessoas que irão cursar os Cursos Rápidos de Aperfei çoamento; a terceira, no dia 9, logo após a palestra do sr. Francisco Cruz Maldonado, contou com a presença de 163 pessoas, dentre funcionários gra duados dessa instituição, industriais gráficos e outros interessados. O Departamento de Pesquisas em Artes Graficas comunica aos srs. in dustriais gráficos interessados que po derá realizar a projeção dos referidos filmes em qualquer indústria gráfica, encarregando-se do equipamento ne cessário à exibição. São os seguintes os film es: “Como se faz uma boa impressão” — Mostrando em seus aspectos gerais e com bastante clareza os diferentes
processos de impressão e com porme norizados aspectos da impressão offset. “A história do papel” — Neste f i l me se apresenta todo o processamen to da fabricação do papel, desde a seleção da madeira até o seu acaba mento. “ Os tipos falam” — Mostra-se nesta película os processos empregados pa ra a fabricação de tipos de impressão, apresentando curiosos e interesantes pormenores.
REGRA TIPOGRÁFICA DE OURO Extraímos de uma revista francesa a seguinte regra tipográfica, por ela batizada de ouro: “ Se quiser compor uma fôrma em estilo perfeito, capaz de evitar tôda, e qualquer crítica, use uma só família de tipos, distribuindo as linhas ou texto com os diferentes corpos ou com os caracteres claros e escuros do mesmo tipo. Misturar fa mílias é de muito mau gôsto” .
QUEM PERDEU? Foi encontrado nas imediações da Esta ção de Vila Ema um numerador marca Roberts n.° 786 511. O dono pode ir buscalo à rua Cajuru, 165. COMPRAM-SE Livros e revistas sôbre artes gráficas, em qualquer língua. Ofertas para a redação dêste BOLETIM. VENDEM-SE 9 pedras litográficas de 43x32 cm, fabri cação alemã, e 1 mala de couro legítimo, de pouco uso, de 31x61 cm. Preços de oca sião. Rua Taguá, 26. MOLDE P A R A M Á Q U IN A DE COMPOR Troca-se ou compra um para máquina de compor “ Typograph” , de 10 cíceros (dois e meio fu ro). Entender-se com esta redação.
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SEGRÊDO
NA MISTURA TINTAS
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Os impressores quando querem escurecer o tom de uma tinta de côr, freqüentemente adicionam o prêto, porém deve ser e v i tado, pois a vantagem que se obtem pela maior facilidade não compensa o prejuizo. Um bom impressor deverá preparar as tintas exclusivamente com tintas de côres, desprezando a tinta preta, para obter tin tas vivas e brilhantes de graduações in termediarias. Um marron avermelhado ob tido pela mistura de prêto com o encarna do, nunca terá o brilho dá mesma côr ob tida com o verde e o encarnado assim como um marron amarelado obtido pelo azul com laranja será mais brilhante e vivaz do que o obtido pelo prêto e amarelo.
INFORMAÇÕES SÕBRE MÁ QUINAS E MATERIAL GRÁFICO Aquêles que estiverem, interessados na aquisição de qualquer máquina, equipamento ou acessório gráfico po dem dirigir-se ao Departamento de Pesquisas em Artes Gráficas. Êsse órgão técnico-informativo do Sindi cato enviará gratuitamente catálogos e demais informações. O D. P. A. G. centraliza o interêsse de todos os fornecedores de matelia l gráfico. Uma vez recebida a con sulta, retira dos seus arquivos tôdas as indicações que possui e as envia ao interessado. Na falta de dados, soli citará a todos os fornecedores as in formações necessárias e informará em seguida o consulente. Dessa maneira, ao invés de o industrial gráfico se di rigir a várias firmas, pode dirigir-se ao D. P. A. G., o qual informará de sinteressadamente sôbre todos os ma teriais desejados. Nos arquivos de ca
tálogos do D. P. A. G. existem infor mações sôbre grande número de ma teriais gráficos, muitos dêles ainda desconhecidos da maioria dos gráfi cos. Sirva-se do D. P. A. G. quando estiver interessado na aquisição de qualquer material, equipamento ou acessório.
CALENDÁRIO E FOLHINHA PARA 1 950 Agradecemos aos srs. associados e industriais gráficos que tiveram a gentileza de nos ofertar calendários e folhinhas para 1950. Dentre as inúmeras que recebemos, e que são um excelente mostruário de impressos produzidos pelas nossas ti pografias, devemos fazer menção à que foi distribuida pela FUNTIMOD, pela originalidade da idéia, que en cerra penetrante divulgação das artes gráficas. Trata-se de uma folhinha que vai demonstrando, mês por mês, tôda a evolução da escrita, desde os primeiros processos de fixação da lin guagem até os modernos tipos de im prensa, empregados na divulgação dos textos atuais. Em feliz sequência estão expostos as diferentes famílias de tipos modernos, de tal modo que o interessado pode comparar as varia ções de seus desenhos peculiares. Os algarismos seguem a mesma orienta ção. Somente um senão: as folhas não deviam ser picotadas e sim prêsas pelo processo de espirais de arame ou matéria plástica. Assim se poderia conservá-la intacta depois de usada, pois o seu valor educativo evidente, por si só, garante a utilidade de sua conservação.
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PAULO BREDA FILHO
Deixou, a seu pedido, a direção da Escola de Artes Gráficas do SENAI o sr. Paulo Breda Filho. Com a saída de Breda Filho, perde êsse nosso estabelecimento de ensino profissional um
dos seus mais destacados valores, pois que, ver dadeiro apaixonado pelos problemas, assuntos e pedagogia aplicada à arte dos tipos móveis, procurava por todos os meios ao seu alcance
salientar o padrão e o valor da formação pro fissional, com bases definidas, dos artífices grá ficos. Tendo feito um estágio na França, às expensos do SENAI e do governo francês, por Bôisa de Estudos, na Escola Etienne, de Paris, reforçou lá Breda Filho sua bagagem de co nhecimentos profissionais, artísticos e pedagó gicos, os quais, nem todos, infelizmente, conse guiu aplicar, ou mesmo adotar para o nosso ambiente, na Escola que desde sua fundação dirigiu, devido, a nosso ver, o vagaroso proces samento da evolução desse setor do ensino, porque nem sempre tem sido compreendido como devia em nossa terra. Muito do que suge riu — fruto de seus estudos e observações — perdurará, no entanto, como pedra fundamental nos cometimentos do ensino gráfico do SENAI, uma vez que cremos ser do critério de seus seguidores o aproveitamento da experiência e observação com intuitos honestos e criadores. Lamentamos a perda de Breda Filho do qua dro dos ativos propugnadores do nosso ensino profissional gráfico, e nos resta a esperança de que não cesse de todo suas atividades nesse setor, mesmo sendo suas novas atuações de objetivos diferentes.
MÓVEIS USADOS PARA TIPOGRAFIA — Vendem-se: 1 cavalete duplo com 24 85x50 cm. 1 cavalete duplo com 20 85x50 cm e 20caixas de 2 cavaletes duplos com 24 65x44 cm. 1 cavalete duplo com 40 31x50 cm. 2 cavaletes com 21 caixas de
caixas de caixas de 31x50 cm. caixas de caixas de 65x44 cm.
5 cavaletes com 12 caixas de 65x44 cm. 1 cavalete com 21 caixas de 85x50 cm. 2 secadores de 110x110 cm, com 7 di visões. 1 prateleira dupla de 150x65 cm, com divisões. 1 mesa com tampo de zinco, de 218x83 cm.
Tratar com o sr. Barbosa, (Secção de Compras do SE N A I), à rua Monsenhor Andrade, 298, 3.° andar — Aceitam-se ofertas