DA Orgào
INDÚSTRIA
GRÁFICA
oficial d o sin d icato
DAS I N D Ú S T R I A S GRÁFI CAS NO ESTADO DE SÃO PAUL O
N.° 25
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S. Puulo, 2.a quinzena de
de 1950
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ANO II
Reunião de Industriais Gráficos no Sindicato da Indústria de Papel OMO já foi divulgado, reuniu-se a Comissão do Papel do Sindicato das Indústrias Gráficas, no dia 22 p.p., na se de do Sindicato da Indústria do Papel, a fim de serem esclarecidas as pretensões dos industriais gráficos. Foram estes por tadores de uma série de quesitos relativos à atual situação do papel quanto à escas sez, qualidade e preços. A reunião durou mais de duas horas e, num espírito de cordialidade, os fabri cantes de papel que estavam presentes pro curaram demonstrar e justificar os moti vos da atual crise. À vista, porém, de alguma dificuldade para a pronta resposta a todos os quesitos dos industriais gráficos, resolveram responder posteriormente por escrito, uma vez que fossem consultados outros fabricantes de papel. E ’ curioso notar que os fabricantes de papel se mostraram surpresos com o movimento encetado pelos industriais grá ficos, alegando que não tinham conheci mento dos problemas relativos ao papel que afligem êsse setor industrial. Dêsse movimento, no entanto, resulta rão novos rumos para entendimentos me lhores e mais entrosados, porque de agora
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em diante o Sindicato da Indústria do Papel tomará conhecimento oficial, por intermédio da Comissão do Papel do Sin dicato das Indústrias Gráficas, de todas as irregularidades encontradas no comér cio do papel, uma vez que os industriais gráficos encaminhem ao seu Sindicato as reclamações. Dessa maneira a indústria do papel poderá melhorar a qualidade de seu produto e também melhor atender às pretensões das indústrias gráficas quanto ao fornecimento. A respeito da escassez, alegaram os fabricantes de papel que a falta é momen tânea e relativa, devido a grande procura do produto durante o período da campa nha eleitoral, e que o atraso será brevemen te recuperado. Quanto aos papéis de que necessita a indústria gráfica e que não são fabricados no Brasil, concordaram os fabricantes em auxiliar os industriais grá ficos em sua representação à CE XIM , a fim de que essas qualidades possam ser importadas. Será marcada para estes dias uma nova reunião entre as duas classes, para que continuem os entendimentos a respeito do momentoso assunto.
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Terceiro almoço de Industriais Gráficos Encerrando o que escrevemos na repor tagem do almoço realizado no Senai, dis semos: “ Quando passávamos por um gru po formado à porta do elevador, ouvimos o seguinte comentário da boca de um velho industrial gráfico: “ Fazia muito tem po que não encontrava juntos tantos ami gos. Para mim esta reunião foi uma festa” . Registramos mentalmente a frase, pois não acharíamos nunca melhor fecho para esta sucinta reportagem, mesmo porque temos a convicção de que essa foi a primeira de uma série interminável de festas entre os industriais gráficos paulistas”. E agora
que estamos escrevendo sobre a realização do terceiro almoço mensal de industriais gráficos, devemos começar por dizer que os nossos prognósticos se realizaram. E que, dado o êxito alcançado neste terceiro almoço, foi êle mais do que uma festa: foi a compreensão de todos os que compare ceram pela necessidade do congraçamento da classe, da confraternização “ de que se necessita para o trabalho profícuo em benefício dos que compõem essa grande família”, como disse um dos jornais que comentou essa reunião.
Vista 'parcial de uma das mesas do terceiro alrnôço.
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O sr. Francisco Romero Gil lê sua saudação.
O ALMÔÇO O terceiro almoço de industriais grá ficos paulistas realizou-se no dia 21 do passado, no Restaurante Cambusa, cujas acomodações foram pequenas para conter o número de participantes. Já bem antes da hora aprazada, che gavam inúmeras pessoas. Os cumprimen tos se sucediam as apresentações faziam novas amizades. Todos se confraterniza vam e se interessavam pelos propósitos da reunião. À hora marcada, o sr. Núncio Camano, festeiro do almoço, anunciou o seu início, dizendo algumas palavras sôbre aquela reunião mensal.
OS QUE C O M PA R E C E R A M Notamos a presença dos seguintes industriais gráficos, seus representantes e ainda outros convidados:
Roque Santoanastácio (Ind. Reunidas Irmãos Spina S. A .), Lourenço Girotti (Ind. Gráficas Girotti S. A .), Vitório Lembo (Vitório Lembo), Eduardo Américo Marcandalli (Tipo Aris Ltda), Manoel Fa chada (J. L. Borges & Cia. Ltda.), Sylvano Doll (Irmãos Knorich & Cia. Ltda.), Alexandre Bumblis (Tipografia Báltica), Eduardo Rocco (Martinelli, Monteiro & Cia.), Dr. J. G. Porto (Irmãos Vitale), Godofredo Worm (Cia. Importadora Grá fica Arthur Sievers), Henrique Scheliga Júnior (Folhinhas Scheligas S. A .), Ricar do Rodrigues de Moura (Cia. Gráfica P. Sarcinelli), José Costa Mesa (Cia. Grá fica P. Sarcinelli), Ircy Simão Taliba (Estab. Gráfico Taliba Ltda.), Fran cisco Fortuna (Fortuna & Cia. Ltda.), Walter Lopes Ferreira (Super gráfica Ltda.), Albino Teixeira Pinheiro (Tipografia Albino), Edgard Dal Ré (S. Dal Ré & Filhos), João Carelli (M. Gonçalves & Cia. Ltda.), Carlos Benko (Sindicato da Ind. de Papel do Est. S. Paulo), Manoel Gonçalves da Silva (Ir mãos Gonçalves & Cia. Ltda.), Álfio Fio-
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ravante (Soc. Técnica Bremensis Ltda.), Antônio Sálvia (Funtimod — Fundição de Tipos Modernos S. A .), A dolfo H. Borchers (Funtimod — Fundição de Tipos Modernos S. A .), José Gibim (Gráfica Ir mãos Gibim S. A .), João Franco de Arru da (Esc. Artes Gráficas S E N A I), Luiz Bernardino (Esc Artes Gráficas S E N A I), Dr. Carlos Lieblich (Dr. Carlos Lieblich), Evaldo Asbahr (G. Asbar & Cia.), Hernani de Campos Seabra (Câmara Brasi leira do Livro), Luiz Caruso (Imprensa Metodista), Frans Metzler (Cia. T. Janer, Comércio e Indústria), Germano Miiler (Imprensa Metodista), Diaulas Riedel (Empresa Editora “ O Pensamento” ), Jú lio Mancebo (Saraiva S. A .), Raphael Mattei (Gráfica e Editora Edigraf Ltda.), H. L. Goes (Cia. T. Janér, Comércio e Indústria), Domingos Fiume (Tipografia F. Fiume & Filhos Ltda.), José B. Sal-
O sr. Núncio Camctno foi o festeiro do terceiro (dmoço. gado (Gráfica Sonora Ltda.), Orlando F. Manique (G ráfica Sonora Ltda.), Hans Gert Oscar Flues (Oscar Flues Cia. Ltda.), Egon A. G. Flues (Oscar Flues & Cia. Ltda.), Waldemar dos Santos (Diário Comércio & Indústria), Abel Ferraz de Souza (Edições L ep), Paulo Lotufo (G rá fica Mercúrio S. A .), Jorge Saraiva (Sa raiva S. A .), Orestes Romiti (G ráfica Romiti Ltda.), Savério D ’Agostino (São Paulo Editora S. A .), Werner R oloff (G ráfica Brasiliense), Núncio Camano (Camano, Amoroso & Cia.), André Aprá Neto (G ráfica Aprá S. A .), Dante Giosa (D. Giosa), Élvio Mário Cinquegrana (E. Cinquegrana), Antônio Figueiredo (A n tô nio Figueiredo & Cia.), Roque Cifú (Reis, Cardoso, Botelho Ltda.), João Rocco (T i pografia Cruzeiro L tda.), Antônio Mar ques dos Reis (Reis, Cardoso, Botelho Ltda.), Mário Rigatti (R . Belletato & Cia.), Ignas Johann Sesseler (Cia. Litográfica Ipiranga), João Siqueira W olff O sr. Francisco Cruz Maldonado, sidente do Sindicato das indústrias ficas, fala do seu entusiasmo pelo dos almoços mensais de industriais ficos.
pre Grá êxito grá
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(Rothschild Loureiro & Cia Ltda.), Luiz F. Camargo (Assumpção, Teixeira — Ind. Gráfica S. A .), Amilcar Pereira (Gravarte Ltda.), Archimedes Pistovesi (Tipogra fia São Paulo Ltda.), Kurt Neunann (Ind. de Papel Roto Arte S. A .), Rômulo Camano (Camano, Amoroso & Cia.), José Luiz Regalmuto (Regalmuto & Cia.), Theobaldo de Nigris (São Paulo Editora S. A .), Luiz D ’ Agostino (São Paulo Edi tora S. A .), Felício Lanzara (S. A. Indús trias Gráficas — F. Lanzara), Nestor Fer raz de Campos (Gráfica Alpha S. A .), Ernesto de Carvalho (Ernesto de Carva lho), José Flores (José Flores), Ricardo Gonçalves (C O P A G ), Paulo José da Costa Júnior (G ráfica Moderna), José Napoli tano Sobrinho (G ráfica Piratininga Ltda.), Belmiro Cavalaro (Ind. Rotativa de Pa péis Ltda.), Jorge Rochlitz (Ind. Rota
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tiva de Papéis Ltda.), Paulo Herlinger (Emprêsa Gráfica “ O Papel” ), Francisco liomero Gil (Romero & Cia.), Inácio Romero Gil (Romero & Cia.), Francisco Cruz Maldonado, Júlio Bella, José Mesa Cam pos, Ramilfo Luiz Perreira, Darcy Teixei ra, Antônio Sodré C. Cardoso, Juliano Federico Pozzi e S. Ferraz.
CO N VIDADO S DE H O N RA Para o terceiro almoço a comissão con vidou os diretores regionais do SEN A I e do SESI, entidades onde se realizaram as duas primeiras reuniões. Os convidados de honra se fizeram representar, oficiando ainda à comissão, pois infelizmente se acha vam afastados, por deveres de ofício, de nossa capital.
Um grupo de industriais gráficos quando deixavam a sala de refeições.
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Em seguida, o Dr. André Aprá Neto leu a conferência programada — A Xerografia :— que foi muito apreciada e a qual também publicamos em outro local. Com palavras de agradecimento j:>ela presença de todos, o sr. Núncio Camano encerrou a alegre e proveitosa reunião, transmitindo ainda aos presentes a notícia de ter o sr. Maldonado instituído no Sin dicato das Industrias Gráficas a oferta de um troféu para o melhor livro impresso em 1951.
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O Dr. André Aprá N eto foi o conferencista do terceiro almoço.
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Como se sabe, o dia 21 p.p. foi o Dia do Livro e por essa razão foi convidada a Câmara Brasileira do Livro para o almoço. Em breves palavras o sr. Núncio Camano saudou o presidente daquela enti dade, sr. Hernani Campos Seabra, que agradeceu e discorreu sôbre a Semana do Livro. O sr. Francisco Romero Gil, um dos oradores inscritos, leu a saudação que publicamos em outro local, tendo o sr. Francisco Cruz Maldonado, presidente do Sindicato das Indústrias Gráficas, agrade cido, em eloqüente improviso, as referên cias a seu respeito e dizendo que se sen tia entusiasmado com o êxito daquelas reuniões, frisando que era agradável no tar que ali não existiam grandes ou pe quenos — todos se irmanavam como ele mentos da mesma família. Depois de ter falado o sr. Maldonado, foi lido o editorial da revista “ Brasil Grá fico”, por se referir justamente aos almoços de industriais gráficos.
Comentando a realização do terceiro almoço de industriais gráficos, o “ Diário Comércio e Indústria” escreveu, entre ou tras coisas, o que abaixo transcrevemos: “ Oportuna, opórtuníssirna essa inicia tiva, pois se fazia realmente necessária a promoção, pelo órgão da classe, dêsses en contros periódicos entre os industriais grá ficos paulistas. Possuindo São Paulo o maior número de estabelecimentos gráfi cos do que qualquer outro Estado da Fe deração, inexplicàvelmente não possuia até agora essa modalidade de assembléias onde todos têm assento para poder debater os problemas que se apresentam à classe, onde grandes e pequenos industriais podem trazer ao conhecimento dos companheiros os seus problemas e as suas observações decorrentes das experiências que isolada mente realizam. E com isso lucram todos, pois do congraçamento nascerá a conciência de força para pleitear as lídimas rei vindicações da classe. Não mais serão vo zes isoladas a clamarem por suas necessi dades, não mais serão esforços esparsos em prol do aprimoramento da indústria. Temos notado que a finalidade pri mordial dessas reuniões promovidas pelo Sindicato das Industrias Gráficas é justa mente proporcionar aos industriais gráfi cos paulistas um ambiente de confraterni zação, de que se necessita para o traba lho profícuo em benefício dos que com põem essa grande família. Compreendeuse, naturalmente, que a indústria gráfica, por muito tempo relegada ao anonimato próprio dos empreendimentos que muitas vêzes são o esteio das nações, precisa agora fazer ouvir sua voz, não mais em surdina, não mais apenas como intermediária de
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tudo o que se faz e se pensa em outros setores, mas também como órgão vital de uma corporação toda, e que precisa porisso mesmo de cuidados especiais. E o ca minho para que assim se agisse, não po dería ser melhor escolhido: o congraçamento da classe. Diante do êxito alcança do pelo almoço deste mês, acreditamos que aquela finalidade de que falamos acima foi compreendida e estão de parabéns o Sindicato e a indústria gráfica paulista. Tivemos oportunidade de notar neste terceiro almoço o comparecimento de uma centena de industriais ou seus represen tantes, em verdadeira confraternização, e também notamos que raro foi aquêle que não teve uma palavra de novidade para os seus colegas. Como parte da reunião, foi feita interessante e proveitosa pales tra técnica pelo dr. André Aprá Neto, da Gráfica A prá S. A. Alguns dentre os presentes fizeram uso da palavra para di zer do entusiasmo que sentiam pela ini ciativa. E para finalizar, o sr. Francisco Cruz Maldonado, presidente do Sindicato, deu conhecimento aos presentes de assun tos do mais alto interêsse para a classe, que naturalmente se sente orgulhosa e espe rançosa dos frutos que poderão ser colhi dos por êsse movimento de £ongraçamento, iniciado sob auspícios favoráveis que, cer tamente, determinarão o seu completo êxito” .
FREQUÊNCIA À REUNIÕES MENSAIS Se você pretende comparecer sempre às reuniões mensais realizadas sob o pa trocínio do Sindicato das Indústrias Grá ficas, provando assim o seu interêsse pela confraternização de sua classe, queira en viar para a Comissão do Almoço Mensal o seu nome e o nome de sua firma. Com isso você facilitará o cálculo para saber com quantos industriais gráficos se pode rá contar ao certo em cada reunião. Seja um elemento interessado nessas reuniões, com o qual possamos sempre con tar. Êsse interêsse, pode estar certo, re dundará em benefício de seus interêsses particulares.
O sr. Hernani de Campos Seabra, presidente da Câmara Brasileira do Livro, falou em nome dos livreiros e sobre a Semana do Livro.
SUGESTÕES
PARA
AS
REUNIÕ ES
DOS IN D U S T R IA IS GRÁFICOS Qualquer sugestão dos nossos indus triais gráficos a propósito das reuniões ou almoços mensais deve ser dirigida à Comis são, que funciona no Sindicato das Indús trias Gráficas de São Paulo. Aquêles que não puderem comparecer às reuniões mar cadas, devem comunicar o motivo de sua ausência. Os industriais gráficos que durante as reuniões quiserem fazer uso da palavra, devem inscrever-se para tal com um d<js membros da Comissão, de preferência com o festeiro nomeado na reunião anterior, com a antecedência de três dias da data marcada para o almoço em que quiserem falar.
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C A D E IA D E A M IZ A D E P A R A AS R E U N IÕ ES M EN SA IS Quando você, industrial gráfico, sou ber que vai se realizar uma reunião de sua classe, não deixe de telefonar para os seus colegas, lembrando-os da obrigação que êles têm a cumprir, comparecendo tam bém. Peça ainda que êles se comuniquem com seus respectivos amigos da classe, re petindo o mesmo aviso. Dessa maneira se formará uma cadeia de amizade e tere mos em cada reunião maior número de comparecimentos. E assim sendo, você encontrará amigos que lhe apresentarão novos amigos. Desenvolva, portanto, a cadeia de ami zade na indústria gráfica.
CO LA B O R E P E L A UNIÃO D A CLASSE Se você ainda não é associado do Sin dicato das Indústrias Gráficas, escrevanos ou telefone para 2-4694 solicitando uma proposta de admissão. Se você já é associado, procure arranjar novos sócios
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entre os seus colegas, avisando-nos sobre os interessados para que lhes remetamos as propostas. Procure o quanto antes o Sindicato, para que o nome de sua firma se inclua desde logo entre aquelês que procuram contribuir para engrandecer o seu órgão de classe. SAUDAÇÃO lida pelo sr. F. Homero Gil Caros amigos e colegas: desejo expres sar com gratidão a todos os presentes a magnífica impressão que nos causou a reunião preliminar do dia 10 do corrente, realizada no salão nobre da Federação das Indústrias. O assunto ventilado está no conheci mento de todos nós, que é a grande difi culdade que se apresenta e a luta titânica para se conseguir por preços ainda que elevados a matéria prima de que carecemos para movimentar nossas oficinas e aten der os pedidos de nossa clientela. Essa matéria prima compreende papel, cartão e papelão em suas diversas gramagens, qua lidades e formatos.
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O nosso presidente, isto é, o presidente do Sindicato dos Industriais Gráficos no Estado de São Paulo, que com tino Reco nhecido presidiu a referida reunião, soube, com a sua elevada competência e leal fran queza, expor a situação premente que atra vessamos com as faltas dos artigos indis pensáveis, orientando da melhor forma possível as providências que se deviam pôr em pratica. No decorrer dos debates em que se discutia a forma mais conveniente e mais acertada de se proceder, houve, como é mui to comum e natural nessas ocasiões, pe quenas divergências ou leves discordâncias, que se irmanaram facilmente com as ra zões expostas, ficando aprovada por una nimidade a proposta sugerida de nomear uma comissão entre os nossos associados e solicitar uma audiência na séde do Sin dicato dos Fabricantes de Papéis para obter dêles as necessrias informações refe rentes à anormalidade que atravessamos pela escassez dos produtos que êles fabri cam, escassez essa que se vem acentuando de dia para dia, privando-nos de produ zir o necessário e ao mesmo tempo descon tentando nossos clientes pela má qualida de e pelo mau acabamento do artigo.
Grupo de industriais gráficos que compareceram ao terceiro almoço, em frente ao Restaurante Cambusa.
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Esse primeiro passo da reunião pre liminar do dia 10 foi coroado de êxito pela concordância unânime e principal mente pela forma de verdadeiro coleguismo com que todos se manifestaram. A comissão nomeada para êsse fim, é integrada por colegas de vasto conheci mento das artes gráficas, tanto na parte tipo como litográfica, sabendo apresentarse condignamente e desempenhar-se da missão confiada perante os maiorais que, sem querer duvidar, parecem-nos que an dam com jog o de excessiva alta de preço sem uma justificativa verdadeiramente im perativa e razoável. Dessa comissão também faz parte o nosso presidente, ardoroso defensor dos interesses da coletividade e do assunto do momentoso problema, Sr. Francisco . Maldonado. Senhores: A nossa arte, isto é, a ar te gráfica, é nobre em todo sentido; nos dias que correm, mais do que nunca, seus trabalhos se tornam indispensáveis em to das as camadas sociais. Basta dizer que, desde que vemos a luz do dia já estamos reclamando um comprovante de nossa arte — a certidão de nascimento.
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Um país que desenvolve sua indústria, seu comércio e sua agricultura, jámais póde dispensar nossos serviços, pois eles se tornam de imprescindível necessidade, assim como também se torna de indispen sável necessidade a alimentação diária do organismo humano. São os impressos que concorrem para estabelecer a ordem e dar a conhecer a situação financeira de qualquer estabele cimento comercial, industrial ou social, já pelos seus livros de escrituração, já pela variedade de fichas usadas para êsse fim. Uma nação ainda que pequena torna-se grande e admirada quando seus fi lhos dão provas de sua inteligência e do saber humano, quer seja na literatura, na técnica, nas artes ou na ciência. Pois bem, tudo isso depende, por as sim dizer, das artes gráficas, que dão a beber êsses conhecimentos como a pu blicação de seus livros literários, técnicos e científicos, representando, portanto, um serviço precioso o papel que desempe nhamos. Quero acreditar que, os senhores fabri cantes acatarão as justas razões expostas pelos seus consumidores, colaborando comnosco no sentido de suavisar o mal que vem causando no seio da família gráfica,
BOLETIM DA INDÚSTRIA GRAFICA liedação: Praça da Sé, 399, 5.° and. sala, 507 — São Paulo ★
D iretor: S. FERRAZ ★ Esta edição foi impressa nas oficinas da SÃO PA U LO
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S /A .
Editores e Livreiros Os clichês foram fornecidos por FO R TU N A
& CIA. LT D A .
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pela falta do principal produto, o qual, se assim continuar, virá a redundar em breve tempo em sérios prejuízos para todos. O primeiro passo levado a efeito na reunião preliminar foi bem acertado, e, como geralmente, tudo que é bem come çado é bem acabado, alimentamos as mais animadoras esperanças, para cujo triunfo faço os melhores e mais ardentes votos. Aos esforçados e distintos membros que compõe a comissão, desejo vivamente que obtenham em seu contato e entendimen tos com os fabricantes de papel os melhores resultados, e a todos emfim amigos e colégas, externo meus agradecimentos pela benevolência concedida e pela preciosa atenção dispensada.
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X E R O G R A F IA Palestra proferida pelo Dr. André A prá
Neto
C ompanheiros, É intuito da Comissão do Almoço Men sal fazer realizar, em nossas reuniões, pa lestras de interêsse para a classe Gráfica. Coube a mim a honra de proferir hoje a primeira palestra da série. D evo confes sar que, desde o momento em que aceitei tal incumbência, tenho me preocupado in tensamente com um problema que conside ro básico: a escolha do assunto. Todos reconhecerão, como eu, ser tarefa das mais difíceis a escolha de um tema que con siga despertar o interêsse de toda uma classe que, como a nossa, se defronta com uma infinidade de problemas. Foi essa a razão pela qual me inclinei para um as sunto que, ao invés de altamente especia lizado, se revestise mais de um caráter de divulgação. Estou certo de que nenhum dos presentes encontrará nesta palestra a solução de algum problema particular men te seu. Mas, em compensação, a atuali dade do assunto que vou abordar, consti tuí motivo suficiente para que nenhum
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tinta”, como é comum ouvir dizer-se hoje em dia). Descoberta em 1938, por Chester Carlson, um engenheiro e advogado de patentes, só foi dada a público, pela primeira vez, num artigo publicado em 1944 na revista Radio News e entitulado a “ E letro-fotografia” . Desde então, o processo vem sendo objeto de estudos especializados sob o patrocínio do Laboratório de Pesquizas em Artes Gráficas do Instituto Batelle Me morial de Ohio, ültimamente, também pela Companhia Haloid de Nova York, renomada firma produtora de materiais e aces sórios para foto-cópias. E ’ interessante mencionar que o próprio Corpo de Sina* leiros do Exército Americano vem proce dendo também interessantes pesquizas nes te terreno, no sentido de uma eventual apli cação da Xerografia à fotografia militar. O processo, em sua origem, se encon tra mais relacionado à obtenção de cópias fotográficas do que às artes gráficas; só mais tarde é que foi idealizada a possibi lidade de sua aplicação à reprodução grá fica. Neste sentido a X erografia repre senta um processo absolutamente revolu cionário, completamente diferente de to dos os até hoje conhecidos. Atuando por princípios puramente elétricos, não impli ca a Xerografia no manejo de drogas ou banhos de reagentes químicos. As chapas xerográficas, uma vez reveladas, podem ser conservadas, sem cuidados especiais, à luz do dia, podendo ser novamente usadas diversas vêzes. Graças à técnica especial do processo, é possível obter-se reprodu ções fotográficas não só em quase que qual quer tipo de papel, como também em ma deira, couro, borracha, fibras e outros ma teriais com superfície relativamente lisa.
A revista “ Brasil G ráfico”, em sua edição de setembro, 'publicou edito rial a respeito da oportunidade e propriedade dos almoços mensais de industriais (tráficos. Essa edição foi distribuída a todos os presentes ao terceiro almoço. O flagrante fixa o momento em que era lido, por seu redator-chefe, o referido edito rial de “ Brasil Gráfico” . dos Companheiros considere perdido o tempo que vou usar. Essa é minha espe rança. Examinarei, em suas linhas gerais, êsse novo processo de impressão, chamado Xerografia, o qual, segundo me consta, constituiu um dos pontos de maior atra ção para os que tiveram a possibilidade de visitar a última Feira Internacional de Chicago. A Xerografia, como indicam as origens da palavra, é um processo de impressão a sêco (e não processo de impressão “ sem
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Para que se possa compreender, com clareza, como a xerografia pode ser aplicada à técnica corrente de produção gráfica, tor na-se necessário examinar, antes, os prin cípios que governam a obtenção de uma cópia fotográfica por esse processo. A aplicação da Xerografia à Fotogra fia envolve a formação de uma imagem eletrostática latente sobre uma camada es pecial aplicada a um material isolante. Sob este ponto de vista, cumpre lembrar que já é conhecida há muito tempo a pro priedade que gozam certos materiais, quan do aplicados sob a forma de película, em bora isolantes no escuro, tornarem-se condu-
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tores de eletricidade quando expostos à luz. O fenômeno — chamado de foto-eletricidade — é explicado teoricamente, atribuin do-se às radiações luminosas a proprieda de de provocarem uma modificação pro funda no comportamento de certos mate riais, a ponto de permitir que êstes se tor nem condutores de eletricidade apenas quando expostos à luz. , Partindo-se deste princípio é facil com preender-se como a xerografia se aprovei tou desta propriedade dos materiais fotocondutores para conseguir a formação de uma imagem ele tr os tática sobre uma superfície-suporte. Uma chapa qualquer de papel, vidro, plástico ou, enfim, de outro material qualquer cuja resistência elétrica seja menor do que a da camada foto-condutora exposta à luz, é recoberta de uma delgada película dum material foto-condutor como, por exemplo, o antraeênio, o en xofre ou o selênio. Em seguida, operandose numa câmara escura, a chapa xerografica assim constituida é sensibilizada me diante a aplicação de cargas eletrostáticas sobre a superfície do material. Para tal fim, ou a chapa é fortemente atritada com uma péle ou flanela, ou então, quan
COMISSÃO DO ALMOÇO MENSAL DE INDUSTRIAIS GRÁFICOS A Comissão do Almoço Mensal de Industriais Gráficos está com posta peleis seguintes associados: Savério D ’ Agostino, Paulo Editora S /A .
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Orestes Romiti, da Gráfica Romiti Ltda. Jorge Saraiva, da Saraiva S /A . Editores é Livreiros. Francisco Fortuna, da Fortuna & Cia Ltda. Núncio Camano, de Camano, Amoroso & Cia. André Aprá Neto, da Gráfica Aprá S /A .
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do se quer conseguir melhores resultados, é ela obrigada a passar debaixo dos ter minais de um gerador de eletricidade está tica. Êstes terminais apresentam-se geral mente sob a forma de uma série de pontas, através dos quais flui a eletricidade está tica. De uma forma ou de outra, o resul tado que se obtém é uma chapa comple tamente carregada de eletricidade estática. Como se está operando na câmara escura, o material fotó-condutor é ainda isolante, de forma que a chapa conserva-se sempre carregada, não havendo escoamento de eletricidade estática para a terra. A impressão da chapa é feita quer montando-a no chassis de uma máquina fotográfica comum, quer sob um ampliador, ou então por contato direto com um negativo ou positivo numa prensa de copiagem. Exposta a chapa à luz, verificase que, nos pontos em que a camada fotocondutora é posta em contato com os raios luminosos, se torna ela condutora e se des carrega; os pontos protegidos da luz, pelo contrário, conservam as mesmas cargas elétricas que se encontravaid aí aplicadas no processo anterior. Depois desta operação, pode-se cons tatar que a chapa, inicialmente recoberta por cargas elétricas uniformemente distribuidas, apresenta-se agora com regiões mais ou menos descarregadas de acordo com os tons do original fotografado, am pliado ou do negativo sob o qual foi ela exposta à luz. Em última análise, obtemse assim uma imagem eletrostática laten te, porquanto não possa ser ainda visual mente apreciada. A operação seguinte é o que se pode chamar a “ revelação” da chapa xerografica. O revelador empregado é composto de uma mistura de dois pós: uma resina colorida micro-pulverizada e outro ingre diente, também em pó, porém com partí culas de dimensões relativamente maiores. A escolha de tais ingredientes é de capital importância para o sucesso da ope ração e parece constituir um dos segredos do processo. A revelação é realizada numa cuba co mum, despejando-se a mistura dos dois pós sobre a chapa xerográfica, enquanto se faz oscilar a cuba de um lado para outro, até que o revelador se espalhe uniformemente sobre toda a superfície da chapa. Con vém observar que a revelação de uma cha
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pa xerográfica é uma operação completa mente distinta da revelação das chapas fo tográficas comuns. A primeira é pura mente elétrica, não implicando em nenhu ma operação química como acontece com esta última. As cargas elétricas que se encontram sobre a superfície da chapa xe rográfica atraem as partículas de pó do revelador, conservando-as aderentes à sua superfície. Na realidade, terminada a re velação, a chapa xerográfica se apresenta recoberta de pó, segundo uma distribuição que obedece rigorosamente à distribuição de tons do original. A necessidade de emprego de revela dor com duas substâncias diferentes sob o estado de -pós em estados de divisão também diferentes é relacionada a uma propriedade dos materiais pulverulentos, chamada “ tribo-eletricidade” . De fato, a atração das cargas elétricas da chapa xe rográfica, faz-se sentir tanto sobre o pó “ fino”, digamos assim, como sobre o pó “ grosso” . As partículas destes dois pós é que se arranjam entre sí de forma a se distribuírem ordenadamente sobre a chapa xerográfica. Claro é, por essa razão, que a escolha das substâncias do revelador é de suma importância para a fidelidade da reprodução dos tons do original. A esta altura, obtem-se já a chapa xerográfica revelada, isto é, com a ima gem perfeitamente visível à sua superfície, graças às partículas de pó nela aderentes. A obtenção de cópias xerográficas, à par tir da chapa original, pode agora ser rea lizada por um processo mais ou menos semelhante ao anterior. Como as partí culas de pó revelador — as quais, em última análise, constituem a própria “ tinta” que vai imprimir a imagem — encontram-se pre sas à superfície da chapa original apenas por influência de forças elétricas, pode-se compreender que tais partículas podem ser facilmente removidas mediante a aplicação de um campo elétrico de sinal contrário ao da chapa original. Aqui é que repousa justamente o maior valor do processo xerog rá fico: Como a atração, ou repulsão, das cargas elétricas se faz sentir à distância, não é necessário que o material da cópia entre em contato íntimo com o da chapa original. Para se obter uma cópia xero gráfica sobre uma superfície qualquer, (pa pel, madeira, vidro, couro, borracha, etc.) basta carregar a superfície a imprimir
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com cargas elétricas de sinal contrário ao das cargas da chapa original. Aproximan do-se agora as duas superfícies, as par tículas de pó, que se encontravam aderen tes à chapa original, são imediatamente atraídas para a superfície a imprimir e aí se conservam aderentes pelo mesmo pro cesso de atração elétrica. Nestas condi ções, quando se afastam as duas superfí cies a imagem do original se transferiu fielmente para a superfície a imprimir. E ’ claro que a impressão assim obti da não é permanente, visto que as partí culas de pó encontram-se apenas adererentes à superfície. Para fixá-las, basta passar a superfície a imprimir sobre uma chapa ou um rolo aquecido. Como o pó empregada é sempre uma resina de baixo ponto de fusão, o calor da chapa ou do rolo provoca a fusão das partículas de pó, tornando-as permanentemente fixadas à superfície a imprimir. Repitindo-se as operações anteriores, podem, ser retiradas da chapa original tan tas cópias quantas se queiram, bastando para isso carregar a chapa original e “ entintá-la” com a mesma mistura de pó, lo go depois de cada impressão. A descrição até aqui feita do processo se relaciona, como foi dito, à obtenção de cópias fotográficas. Pode-se verificar que, na fórma em que foi apresentado, o proces so não é industrial. Em particular, o cus to dos materiais foto-condutores é relati vamente alto, não podendo concorrer com as emulsões fotográficas comuns. Além disso, a obtenção da película sensível é uma operação altamente delicada. Geralpiente tal película deve ser produzida por um processo de evaporação no vácuo (sputtering) que implica na instalação de equipamento de alto-vácuo, relativamente caro e de dificil aplicação às chapas de grandes dimensões. Felizmente, estas dificuldades iniciais puderam ser facilmente transpostas, gra ças aos recursos dos processos foto-m ecânicos correntes. A xerografia pôde então extender-se às Artes Gráficas, invadindo assim o terreno de futuro mais promissor. Na aplicação da Xerografia às artes grá ficas deixam-se de lado todas as operações relativas à sensibilização das chapas com materiais foto condutores e parte-se das chapas de baixo-gravado ou de albumina, correntemente empregadas hoje em di&.
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Como as soluções de goma de albumina bicromatadas, quando endurecidas pela luz, constituem películas eletricamente isolantes, pode-se hoje preparar chapas xerográficas, partindo-se das mesmas chapas de zinco usadas em foto-litografia. Uma vez reveladas pelos processos correntes, as chapas são submetidas à ação de um ge rador de eletricidade estática. Nos pon tos em que o metal foi posto a descoberto, as cargas elétricas se escoam, enquanto fi cam carregadas apenas as regiões delimi tadas pela goma endurecida. Tem-se assim, por um processo muito mais simples, uma imagem eletrostática na superfície da chapa. Suponhamos agora que tal chapa seja montada no cilindro do que chamaremos uma máquina xerográfica. Numa primeira fração de volta, a chapa é posta em con tato com o “ tinteiro” ; este é constituído por um “ chuveiro” da mistura dos dois pós antes mencionados. As partículas de pó, em sua queda livre, são atraídas para as porções elétricamente carregadas da chapa original. Numa segunda fração de volta, a chapa agora já entintada, se apro xima da tira de papel de uma bobina, a qual, pouco antes, já foi também carrega da de eletricidade de sinal contrário ao da chapa. Durante o movimento de rota ção da máquina, as partículas de pó são atraídas da chapa, aderem-se ao papel e, logo depois, graças ao calor de um cilin dro aquecido, se fundem, fixando-se per manentemente ao papel da bobina. Está assim realizada a primeira impressão. A operação se repete rotativamente: a chapa, em seu movimento, passa nova
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mente debaixo dos terminais do gerador de eletricidade estática; as regiões reco bertas de goma endurecida carregam-se novamente; logo depois atraem as partí culas de tinta e, sucessivamente, outra im pressão é feita. Tais são as linhas mestras desse novo processo de impressão. O processo é sem precedentes por não exigir o emprêgo de tintas líquidas ou pastosas. Além disso, a impressão sendo feita à distância, por simples atração das partículas de tinta em pó, as máquinas xerográficas, aliviadas da exigência de forte pressão entre os cilin dros, caracterizam-se pela sua extraordi nária simplicidade e rapidez. A máquina experimental, construída no Instituto Batelle Memorial, tem sido operada com su cesso, realizando impressões em bobinas com a velocidade de 360 metros/minutos, ou sejam cerca de 22 km/hora. A extençâo da potencialidade técnica e comercial da xerografia não pode ser ain da hoje avaliada. Embora não seja fato universalmente aceito, que êste novo pro cesso possa revolucionar o campo das ar tes gráficas, é amplamente reconhecido, en tretanto, seu valor como suplemento de produção dos processos atuais, bem co mo seu reflexo na criação de novos cam pos de aplicação. As pesquisas e trabalhos relativos à so lução dos problemas básicos da xerografia continuam em escala crescente em diversos países, principalmente nos Estados Uni dos, onde as centenas de milhares de dóla res até agora empregados, medem com clareza as esperanças que os estudiosos e capitalistas americanos depositam no futu ro desta nova arte.
PALESTRAS TÉCNICAS NAS REUNIÕES MENSAIS Em todas as reuniões a serem realizadas de ora em diante serão feitas pequenas palestras técni cas por pessoas especialmente convidadas pela Comissão. Nes sas palestras deverão ser venti lados assuntos de interesse geral e sôbre os quais haverá debates.
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Embora a duração das reu niões não permita que se façam palestras de longo fôlego, natu ralmente a pretensão da inicia tiva é dar a todos os problemas, assuntos e inovações das artès gráficas, no referente à parte técnica, a maior divulgação e es clarecimentos possíveis.
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A Indústria Gráfica e a falta de papel José Costa Mesa (Extraído da oração pronunciada na reunião dos industriais gráficos do dia 10-11-1950). Falar da situação da indústria do papel nacional, de sua fabricação e da falta de produção é quase que desnecessário, porquanto, todos nós conhecemos e sentimos as suas consequências. Quero apenas abordar a situação do papel, cartão e cartolina, com relação à qualidade e dificuldades na obtenção do produto, isto ligeiramente, e sugerir o que me ocorre. Como é público e notório nós os consumidores de papel, cartão e cartolina, estamos enfrentando uma época angustiosa, porque não temos produção suficiente para o consumo, agravada ainda com a falta de qualidade da matéria prima, isto nos papéis comumente em uso, devendo ocupar a nossa melhor atenção os papéis especiais e de qualidade mais aprimorada, tais como couché, papéis de cores e com superfície brilhante, sendo a fabricação daquele infima e deste não existente. Quero também me reportar sobre as dificuldades que somos obrigados a enfrentar com a falta de qualidade da matéria prima, que determinam a irregularidade de gramatura, as impurezas que solta nas máquinas impressoras (pó em forma de esmeril), empastando os rolos, estragando transportes e tipos e dificultando, enfim, os automáticos, dando como causa a deficiência técnica do trabalho e, principalmente, a baixa produção, sem levarmos em consideração, ainda, o desgaste prematuro das máquinas, ocasionado pelas constantes paradas e devido as impurezas em fôrma de pó de esmeril que se introduzem nos pontos vitais, depreciando ràpidamente grandes capitais invertidos em máquinas que substituiram outras obsoletas. Compreendo a situação dificil das fábricas produtoras nacionais em relação à celulose e falta de produção para o consumo cada dia maior e ültimamente mais agravada com a restrição da importação quase que total, a meu ver tão necessária para socorrer o mercado deficientemente abastecido. Assim sendo, apresento as sugestões que me parecem cabíveis, quais sejam:
l.°) Nomear-se uma comissão para estudar minuciosamente a situação do mercado do papel, cartão e cartolina, suas necessidades e os problemas que o consu midor gráfico está enfrentando em relação ao suprimento e qualidade da matéria prima, bem como sobre o rendimento das máquinas impressoras; 2.°) feitos esses estudos, em repressentação sindical, pleitear ju n to a quem de direito a liberação total para a impor tação de papel couché, ou glacê, como é conhecido, de uma ou duas faces, sem restrição de gramatura por m2, e sem linha d’ água, bem como a liberação para a importação de papéis e cartão branco e de cores com superfície brilhante, de qualquer gramatura, classificados como papéis “ coloridos por qualquer processo”, “ envernizados e resinados de qualquer cor”, “ papcl glacino colorido” e “ cartão colorido por qualquer processo . Justificam-se as sugestões acima pelo ^ue ^ segue: a) O consumidor de papel couché só tem como fornecedor um único fabricante, sendo que outro ainda está iniciando e ambos estão com fabricação diminuta, com a qual talvez supram 40% consumo, se quisermos ser otmistas. *y . os PaPeis coloridos e cartão^ de super ffície brilhante não tem produção nacional, 3.°) finalmente, em vista das dificuldades por que passam os fabricantes nacionais com relação à celulose e falta de produção para suprir o mercado em qualidade e quantidade, penso que se deve pleitear cota de importação para papéis monolúcido, acetinado, sulfite, ofset, cartão e cartolina em gramaturas diversas, ________________________ _ _ ______________ A iv rn rn
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’ 1 MENSAL se realizará no dia 19 do corrente, às 11,30 horas no Restaurante Molinari, à rua Rego Freitas, 470. A Comissão aguarda o comparecimento de todos os Srs. Industriais gráficos. A adesão será no local, Informações pelo telefone 2-4694.
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Publicamos acima três aspectos das reuniões dos industriais gráficos paulistas para discutirem o momentoso problema do papel. A foto de cima fixa um momento da primeira reunião, realizada na Federação das Indústrias, ocasião cm que se nomeou a Comissão do Papel do Sindicato das Indústrias Gráficas. A s fotos de baixo fixam momentos da reunião da Comissão do Papel na sede do Sindicato da Indústria do Papel, sobre a qual nos reportamos no editorial desta edição.