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DA INDÚSTRIA GRÁFICA ANO VIII
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N.° 86
d a s in d ú s tr ia s g r á f i c a s ,
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s a n n e ( S u í ç a ) , d e l . ° a 1 6 d e ju n h o p r ó x i m o , a tr a ir á g r a n d e n ú m e r o d e e x p o s i t o r e s e v i s ita n te s de to d o o m an d o.
A fim
fo r n e c e n d o ,
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g r a tu ita m e n te ,
d e f a c i l i t a r o s in te r e s s a d o s , o s C o n s u la d o s S u í ç o s e s t ã o
v isto s
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g r á f ic a
Princípios de Ciência Aplicadas em Offset Noção do ph das soluções Waldemar Augusto de Oliveira Instrutor da Escola de Artes Gráficas SENAI Têm êste despretencioso artigo a intenção de fazer chegar aos impressores em offset de uma forma prática e acessível, alguns conhe cimentos sôbre as qualidades químicas da água. O estudo da água se faz necessário, visto ser ela grandemente usada nos trabalhos ge rais de offset, na forma de “ preparações” , “ despreparações” , camadas sensíveis, etc. etc-, e, prineipalmente, por provocar em presença da tinta gordurosa, um fenômeno físico pelo qual a tinta e a água se repelem proporcio nando a realização da impressão o ffs e t(* ). A água das chuvas, das fontes ou das tor neiras, que se nos apresentam homogêneas, possuem, todavia, certas variações invisíveis para nossa vista. Essas variações podem tornar-se conhecidas somente com o auxílio da química, que é ca paz de medir as variações da água e de ou tros líquidos por meio de um recurso, muito conhecido por p r o c e s s o p H . A notação pH, descoberta pelo químico di namarquês Sorensen (1868-1939),- expressa o potencial da concentração hidrogenônica ou ainda o logarítimo do inverso da concentra ção dos i o n s de hidrogênio. Êste estudo é empregado, como jávimos, para se conhece rem as variações químicas da água e de ou tros líquidos. Para tornar fácil a compreensão dêsse es tudo, os químicos costumam representar as variações de pH, por meio de uma escala gra duada, cuja numeração vai de 0 (zero) a 14. Se a água a ser analisada fôr classificada entre os números 0 e 7, diz-se que ela está a cid ific a d a . Se a água estiver classificada entre os números 7 e 14, diz-se que está com propriedades alcalinas. Se fôr classificada no número 7 não será ácida nem alcalina. A água com esta classificação será n e u tr a . Convém notar que êste estudo de ácido ou álcalis que as mesmas possuam. O ponto de partida (fig . 1) para se clas sificar a acidez ou alcalinidade, é o nmero 7.
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A acidez aumenta de 7 para 0 e a alcalini dade, de 7 para 14. Portanto, um pH 4 é mais ácido que um pH 6 e menos ácido quo um pH 1, enquanto que um pH 10 é mais al calino que um pH 8 e menos alcalino que um p ll 13. Os conceitos teóricos de acidez e alcalini dade estão nos livros de química e não vêm ao caso. Interessam-nos, isto sim, os conceitos práticos de como reconhecer e de como agii para modificarmos as soluções ácidas ou al calinas. De um modo geral, pode-se dizer que as soluções ácidas e alcalinas se neutralizam Isto quer dizer que, se quisermos diminuir a acidez de uma solução, adicionamos-lhe um corpo alcalino, e se quisermos tornar ácida uma solução alcalina, adicionamos-lhe um cor po ácido. Para se medir o pH das soluções, existem dois métodos: o eletrométrico e o colorimétrico. O método eletrométrico consiste de um apa relho especial, acionado por meio de eletri cidade. Êste aparelho, apesar de ser de gran de precisão, é pouco utilizado no ramo de offset, em razão do seu elevado preço, e, tam bém, por não haver necessidade, na maioria dos casos, de um pH 100% certo. A maioria das soluções usadas em offset pode ter uma pequena variação de pH, sem todavia afetar grandemente os resultados finais dos traba lhos. O método colorimétrico, por ser muito mais barato e de fácil manêjo, é o que satisfaz a maioria das exigências do ramo de offset. O método colorimétrico é baseado em rea ções químicas. Para isto existem papéis es peciais, coloridos, que, mergulhados em solu ções, reagem com elas e mudam de côr con forme seja o grau de acidez ou alcaiinidade dessas soluções. Cada caderno destes papéis, feitos para medir o pH da água pelo sistema colorimétrico, vem acompanhado de uma ga-
“ A força e o Prestígio do Sindicato são resultantes do maior número de Associados — Faça-se Sócio da sua Entidade de Classe.”
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ma de côres e cada côr possui uma numeração correspondente a um determinado grau de acidez ou de alcalinidade. Para se saber o pH de uma solução pelo método colorimétrico, basta mergulhar nela o papel colorido apropriado, esperar sua reação e comparar a côr resultante com a gama de côres que acompanha o caderno. O método do sistema colorimétrico não me de com precisão as soluções muito opacas, muito viscosas ou de côres muito escuras. P a ra medir soluções dêsse tipo, o aparelho eletrométrico é o mais adequado. A importância da noção do pH é tão fun damental para o impressor offset quanto a medida tipográfica o é para o tipógrafo. Antigamente, a acidulação da água nas má quinas impressoras se fazia por tentativas. Quando a grana da chapa começava a se engordurar ou v e la r , o impressor adicionava, pouco a pouco, ácido à água até conseguir equilibrar seu pH e poder, assim, terminar seu trabalho.
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Os problemas de impressão podem ter sido reduzido em regiões como na América do Nor te e Europa, porém, não entre nós, infeliz mente. Acredito que são poucas as indústrias do ramo de offset, entre nós, que dão a devida importância ao valor do pH das soluções uti lizadas neste processo de impressão. Nossos impressores controlam a água, geral mente, por meio de tentativas. . . Há im pressores que acidulam a água, outros que não o fazem. A quantidade de ácido adieionada à água varia de tentativa por tentativa. Considerando-se a quantidade e fôrça de ação dos diferentes ácidos adicionados à água, poder-se-ia imaginar as variações de pH que encontraríamos, se nos propuséssemos a visitar estabelecimentos de offset que não conside ram ou desconhecem o valor dêsse conheci mento. Quais são os resultados de uma água sufi cientemente acidulada, debaixo de método e controle?
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Hoje em dia, nos países mais adiantados, com o desenvolvimento da ciência e os aper feiçoamentos introduzidos no ramo de offset, tornou-se possível medir com precisão o pH das soluções e manter controle sôbre as varia ções químicas da água e das soluções: Não obstante, apesar de ter havido tanto progresso, nossos métodos de trabalho, são, quase que em regra geral, primitivos, de re duzida técnica e demonstram muito pouco a presença de conhecimentos científicos. Em análises já feitas, fora de nosso país, no tempo em que pH da água era controlado por tentativas, notou-se que, em certos estabe lecimentos, o pH da água usada nas máquinas impressoras variava de 7 até 2. Considerando-se os estudos recentes, tudo in dica que para se imprimir bem, com uma cha pa de zinco, a água usada para o umedecimento deve ter um pH 3,8. Se a chapa fôr de alumínio o pH indicado é o de 4,2. Hoje, compreende-se facilmente porque os problemas de impressão eram, nos primórdios do proces so offset, bem mais numerosos.
— A água, nesse estado, funciona na má quina como se fôsse uma “ preparação” cons tante para a grana, defendendo-a contra o ataque também constante da tinta gordurosa. Evita o engorduramento dos rolos umidecedores, conservando-os limpos. Evita “ v e la t u r a s ” , diminui o consumo da água e, com isso, diminui também a descoloração dos pigmen tos da tinta. Dessa forma, aumenta a nitidez e a beleza do impresso e melhora a produção da máquina. A água excessivamente acidulada pode ata car a película hidrófila de su lfa to(*) exis tente nas regiões da grana. Pode atacar também as regiões gordurosas da chapa e des truir o ácido gorduroso que serve de base para atrair a tinta de impressão e, nesses casos, a grana e a imagem enfraquecidas não permi tiríam uma impressão de longa tiragem, com bons resultados. O excesso de acidulação na água pode, tam bém, ocasionar estragos na superfície da bor racha que recobre o cilindro intermediário. Pode atacar os rolos de massa e de metal c
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pode, ainda, exercer influências nefastas so bre as propriedades da tinta, retardando sua secagem. Todo bom profissional, segundo creio, deve procurar sempre que haja possibilidades, expe rimentar material e técnica nova, colhendo resultados que beneficiem o bom nome da co letividade que trabalha no ramo. Para exemplo do que disse acima, vou c i tar dois casos que me aconteceram recente mente: “ Estava-se imprimindo uma série de tira gens, de 25.000 exemplares. A máquina es tava bem acertada, a água “ preparada” co mo de costume, e o trabalho se desenvolvia re gularmente. Entretanto, querendo fazer ex periência com uma solução nova, dessas que se vendem já preparadas no comércio, cuja fórmula e uso me eram desconhecidos, apliquei um mínimo dessa preparação (2 % ) no tanque da água. O resultado foi negativo, pois a chapa precisou ser retirada antes de
Página 107 chegar a 4.500 impressões. A grana da chapa começou a escudecer de tal maneira e a ficar tão áspera, que mal a gente podia distinguir as áreas da imagem. Esta, por sua vez, se enfraqueceu pouco a pouco, e todo o reforço que se lhe aplicava foi temporário. Feita nova chapa e trocada a água do tan que, que voltou a ter a acidulação habitual, o restante da tiragem chegou ao fim, sem mais incidentes. Efeito semelhante registrei meses atrás, quando tentei imprimir com água muito acidulada. Após trocar a chapa e reduzir pela metade a acidulação da água usada no dia anterior, a tiragem se fêz regularmente até o fim ” . O estudo do pH da água é, pois, básico pa ra o bom resultado da impressão em offset. (*) (* ) Para esclarecimentos do que significa — Película Hidrófila de sulfato, consulte o número 73 desta revista, página 39.
Nova Máquina vem colocar a Grã-Bretanha na vanguarda da automatização “ Lê” docu m en tos e form u lários, desde fichas de arquivos até cheques LONDRES — (B. N. S.) — Uma nova má quina eletrônica vem colocar a Inglaterra na vanguarda da automatização em equipes pa ra fábricas. Constitui o elo que faltava entre o homem-operário e a calculadora eletrônica. A referida máquina “ lê” documentos e for mulários, desde fichas de arquivos até che ques, bem como qualquer outro material im presso, passando a uma calculadora a in for mação contida nos mesmos, e eliminada dêsse modo a necessidade de um operário encarre gado da perfuração de fichas. A máquina pode “ raciocinar” e dizer, de si para si, rela tivamente à sua memória permanente: “ Êste caráter tipográfico é um sete, e agir de acor do com muitíssimo maior rapidez que ' a de um sêr humano. Ela “ lê” à razão de cento e vinte caracte res por segundo. Em caso de necessidade, pode chegar a “ ler” uma página do tamanho de um quarto, mecanografada em linhas de espaço duplo. Poderá, além do mais, reco
nhecer todos os alfabetos, desde o grego ao ja ponês. As informações colhidas pela nova máqui na e transmitidas por ela a uma perfuradora de fichas faria que esta trabalhasse a uin ritmo muitíssimo maior que um operário-humano. Esta máquina é fundamentalmente um “ ôlho” . Não guarda nem utiliza as informa ções colhidas, mas, pelo contrário, passa-as a muitos outros tipos de máquinas destinas a li dar com dados determinados que, dessa fo r ma, se manipulam com uma rapidez centenas de vêzes maior que a do homem. Uma destas máquinas perfura fichas in for mativas a uma velocidade cento e quarenta e quatro vêzes superior à dos perfuradores hu manos que trabalhem à razão da trezentas f i chas por hora. Dessa forma, funcionando à razão de oito horas diárias, durante cinco dias por semana, pagará seu custo inicial em um ano.
“ O Sindicato, unindo os Industriais Gráficos, melhor ampara e resolve seus problemas”.
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N a c io n a i de A r t e s
G r á f ic a s
Na Secção de Botogravura do II Salão Nacional de Artes Gráficas, promovido pela Casa da Moeda, laureou-se a S /A . Indústrias Graficars F. Lanzara, conhecido estabeleci mento gráfico desta Capital. Cumpre-nos salientar, aliás, que essa firma venceu o referido certame pela segunda vez, já que no I Salão, realizado 110 ano passado, coube à essa nossa associada vencer nessa Secção. A S /A . Indústrias Graficars F. Lanzara, uma das mais perfeitas organizações gráficas do país dá mostra do que pode ser realizado em nosso Estado, em matéria de arte gráfica e traduz, assim, a pujança dessa nossa indústria. Está pois, de parabéns, o estabelecimento orientado pelo Sr. Felicio Lanzara que é, sem dúvida alguma, verdadeira expressão da indústria gráfica de São Paulo. No clichê que publicamos vemos um flagrante por ocasião da Sessão solene, para en trega dos prêmios aos vencedores, destacando-se, na mesma, o Sr. Filinto Epitácio Maia, di nâmico Diretor da Casa da Moeda e o responsável pelo notável êxito obtido nessa esplên dida iniciativa que foi o I I Salão Nacional de Artes Gráficas.
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DO FATOR HUMANO NO A C I D E N T E DO T R A B A L H O DA I M P O R T Â N C I A
DA A P R E N D I Z A G E M
D r . C lá u d io O s c a r B e llio , r e p r e s e n ta n te d o S E N A I n o C o n s e lh o E sta d u a l d e H i g i e n e e S e g u r a n ç a d o T r a b a lh o .
É de conhecimento geral, mas, talvez nem sempre convenientemente exaltado, o impor tante papel do fator humano na gênese do acidente do trabalho; no binômio homem-máquina aquêle entra com a mais alta per centagem. Heinhich, analisando 75 mil aci dentes, concluiu que 98%
dêles eram previ
síveis e em 80% dêstes a causa era o homem, sendo os 18% atribuídos a elementos mate riais. A crescente mecanização da civilização, e, entre nós, a rapidíssima industrialização, es tá a exigir número cada vez maior de traba lhadores industriais, que, por fôrça de sua origem e premência de tempo, não podem ter prévia aprendizagem; nestes últimos 10 anos o número de indústrias no Estado de São Paulo, que era de 23.540 em 1946, em pregando 552.487 trabalhadores, passou no ano findo para 48.711 e 856.502, respectiva mente. Sob um aspecto simplista, porém não menos verdadeiro, os acidentes, em relação ao homem, decorrem de IM PERÍCIA, IM PRUDÊNCIA ou N EGLIGÊN CIA; podem as máquinas ser convenientemente protegidas, mas é quem as maneja que, por ignorância, abuso ou descuido, causa e sofre o acidente. O desconhecimento ou inobservância de prin cípios, por vêzes comezinhos, de segurança, é causa de acidentes as vêzes fatais. Não é nosso propósito estudar tôdas as causas referentes ao homem, que influem co mo provocadoras ou facilitadoras dos aciden tes, mas insistir apenas naquela, talvez a principal, que é a imperícia, o desconheci mento do trabalho que o operário realiza. Fróis, estudando cuidadosamente 342 aciden tes fatais, chegou à conclusão de que 73 dercorreram por causas fortuitas, 122 por falta de medidas preventivas e 147 por má adap
tação do operário ao trabalho, agravada por proteção insuficiente. Dêsse último grupo, 35 eram operários não qualificados tènicamente, e a morte veio como resultado de fa l sas manobras; 47 eram operários que fisiològicamente não deveríam ocupar tal traba lho (indivíduos sujeitos a vertigem, cardía cos, surdos ou de visão deficiente) ; 65, eram operários cujas faculdades psíquicas não cor respondiam às exigências do trabalho de que eram encarregados (falta de atenção, ausên cia de sangue frio, falta de discernimento, falta de apreciação de distância, etc.). O ensino é, sem dúvida, a chave da pre venção dos acidentes. Justo é que se enal teça o papel que as escolas de aprendizagem, em geral, e o SE N AI, em particular, podem exercer no campo da prevenção dos acidentes. O SE N AI, entidade organizada e dirigida pela indústria, prepara e aperfeiçoa tècnicamente os trabalhadores industriais. É de sua competência não só a orientação, como a se leção e formação profissional. Nele, o apren diz adquire não só o conhecimento completo de sua profissão, como se habitu* a trabalhar com tôda a segurança e a lidar com inteiro conhecimento com suas máquinas. Além do mais, o operário recebe, através do Serviço Médico, noções gerais de prevenção dos aci dentes e moléstias profissionais. De tal mo do, será êle, no futuro, não só operário con venientemente treinado, como instrutor para seus companheiros. Dada a crescente neces sidade industrial, não está ainda o SE N A I aparelhado para servir totalmente a indústria paulista, mas os milhares de aprendizes por êle preparados serão propugnadores das idéias e conhecimentos ali auferidos, em benefício da segurança total. (
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Relatório da Diretoria do Sindicato das Indústrias Gráficas no Estado de São Paulo Senhoreâ cdàâociadoà É com grata satisfação que a nova Direto ria do Sindicato das Indústrias Gráficas no Estado de São Paulo, empossada a 11 de ju nho de 1956, cumpre o dever estatutário de apresentar aos mui dignos sócios desta Enti dade de Classe, um Relatório das atividades desenvolvidas, pela mesma, no exercício findo a 31 de dezembro último. O salário-mínimo, elevado a coeficientes ina creditáveis por um Govêrno que procurava consolidar-se a duras penas, muito contribuiu para que o ano findo fôsse dos mais graves para a economia do País, em geral. Os reflexos dêsse novo mínimo salarial, so mados aos consequentes dos aumentos de ven cimentos de funcionários civis e militares, fize ram-se sentir rápida e angustiosamente. As restrições de crédito, inclusive a setores indus triais de reconhecida idoneidade, fizeram com que passássemos horas amargas, pensando no futuro, que se nos deparava sombrio. Felizmente, de, pelo menos, uma coisa pode mos regozijar-nos: do prestígio que vem al cançando nosso Sindicato, consequência da maior camaradagem existente entre nossos c o legas, que unidos em tôrno da Diretoria, lhe dão forças para melhor desempenhar-se da ta refa magna de tornar mais forte a classe in dustrial gráfica do Estado de São Paulo. Resultado dessa união de pontos de vista, voltada para a solução de problemas que nos afligem, foi o honroso aeôrdo inter-sindical para aumento de salários, que concluímos em outubro, dentro de um ambiente de paz-e cor dialidade.
Consignamos, aqui, nossos sinceros agrade cimentos a quantos colaboraram conosco, no sentido de elevar mais alto o conceito de quo desfruta nosso Sindicato. REUNIÕES DA D IR E TO R IA : Dando continuação ao sistema de trabalho intensivo já programado, reuniu-se a Direto ria semanalmente, às segundas-feiras, a fim de buscar solução para os problemas admi nistrativos e, assim, melhor servir aos nossos associados. Outras reuniões se realizaram com diversos associados, para tratar de inte resses de determinados setores, como sejam litógrafos e fabricantes de cadernos. ASSEM BLÉIAS GERAIS ORDINÁRIAS E EX TRAORDIN ÁRIAS Foram realizadas duas assembléias gerais ordinárias, a primeira a 21 de março e a ou tra a 25 de junho, respectivamente, para apre ciação do relatório e balanços relativos ao exercício de 1955 e discussão e aprovação da proposta orçamentária para o exercício de 1957. A 11 de setembro, 2 e 19 de outubro, rea lizaram-se Assembléias Gerais Extraordiná rias, para acertar a questão salarial dos tra balhadores gráficos. A terceira, foi convocada por solicitação do Exmo. Snr. Delegado Regional do Trabalho. ELEIÇÕES:
Essa mesma união fêz com que malograsse, totalmente, a greve deflagrada pelos gráficos da cidade de Santos, que deixando o trabalho a 5 de novembro, retornaram no dia 29 do mesmo mês, sem que tivessem obtido qualquer resultado, nem sequer promessas da nossa parte. Um aeôrdo satisfatório foi feito em 7 de dezembro, após o término da greve.
Acontecimento marcante da vida associativa nas comunidades democráticas, as eleições pa ra Diretoria, Conselho Fiscal e Conselho de Representantes na Federação das Indústrias, realizaram-se a 9 de maio, sendo grande o nú mero de votantes que sufragraram os nomes dos componentes da atual Diretoria, aliás, reunidos em chapa única.
Temos a satisfação do dever cumprido. Te mos a satisfação, ainda maior, de constatar quão profícuas foram as Diretorias que nos antecederam, no seu trabalho de, unindo, en grandecer a coletividade industrial gráfica de Nossa Terra.
A Diretoria eleita naquela data foi empos sada a 11 de junho, ocasião em que os novos Diretores ofereceram um “ cocktail” aos asso ciados, que compareceram em número eleva do, para brilhantismo da reunião e satisfação geral.
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Página 112 A QUESTÃO S A L A R IA L : O reajusta mento dos salários dos trabalha dores gráficos no ano que passou, processon-se dentro de um ambiente de boa vontade e mútua compreensão. O acordo firmado entre o nosso e o Sindi cato dos Trabalhadores nas Indústrias Grá ficas de São Paulo estabeleceu um aumento salarial de 22%, com um teto de Cr$ 1.300,00, vigorando a partir de l.° de outubro. STIG DE SANTOS: Quanto à questão salarial dos gráficos de Santos, aqui fica transcrito o “ Memorial” que sôbre a mesma fo i apresentado pelo nosso ad vogado — Dr. João Dalla Filho e que se se gue, em sua íntegra: “ GREVE — Trabalhos da Diretoria: Como já é de praxe, alguns meses antes do término dos acordos inter-sindicais, tanto da Capital, como do Interior, os Sindicatos repre sentativos dos interesses da categoria profis sional enviam-nos ofícios em que nos solici tam que estudemos novas bases para novo re gulamento salarial. Não fugindo à regra, do Sindicato dos Trabalhadores nas Indústrias Gráficas de Santos e n v ia r a m -n o s o ofício n.° 18-56, datado de 4 de Agosto último, no qual pleiteavam majoração de salários nas seguintes bases: 60% sem teto, com um mínimo de Cr$ 1.450,00 e vigência de seis meses. A êsse o fí cio, de início, não demos resposta, eis que se nos afigurava descabida a pretensão dos grá ficos da cidade de Santos. O STIG voltou à carga, em ofício de n.° 24-56, datado de 17 de Setembro p. p.°, que nos fo i entregue em “ mesa-redonda” que realizavamos com os re presentantes do Sindicato dos Trabalhadores Gráficos da Capital. Nessa oportunidade, dis semos ao Presidente do Sindicato de Santos que lhe dariamos resposta escrita, tão logo so lucionássemos o problema de salários da Ca pitai. Nota-se que, neste segundo ofício, aquele Sindicato já dizia não se responsabili zar pelo que pudesse ocorrer, caso não fizes semos o acordo, até o dia 26 de Outubro, da ta que se veneeria o acordo anterior. Era já uma ameaça velada. Tinham os gráficos de Santos nossa resposta e nossa garantia de qu ■ solucionaríamos a questão salarial, c o m o n u n c a d e ix a m o s d e f a z e r , juntamente com a dos gráficos da Capital. Asseguramos, ainda, que o novo acordo teria vigência, a partir do dia imediatamente seguinte ao do vencimento do acordo anterior. Não obstante essa garantia,
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INDÚSTRIA
GRÁFICA
a dez de Outubro recebemos novo ofício, de n.° 33-56, onde nos diziam os gráficos de San tos que “ dentro da ética, do bom senso, da boa educação e das relações humanas” deve riamos ter dado resposta aos seus dois ofícios anteriores. Ficamos, como é natural, sumamehte surpresos. Apesar dos termos em que fo i vazado êsse último ofício, que não mere cia resposta, dentro do espírito de boa vonta de que sempre nos norteou, resolvemos res ponder ao mesmo o que de fato fizemos, lem brando a resposta que liaviamos dado p e s s o a lm e n te ao Presidente do Sindicato dos Gráficos da vizinha cidade, resposta que ha via sido ratificada pelo nosso representante em Santos, Snr. Armando Ferreira dos San tos. De nada valeram os nossos esclareci mentos. Datado de 25 de Outubro recebemos o ofício n.° 36/56, no qual o Sindicato dos Trabalhadores Gráficos de Santos nos comu nicava que os gráficos entrariam em greve, a partir do dia 5 de Novembro. Posteriormen te, em ofício de 30 de Outubro, o Sindicato reconhecia que havíamos dado resposta con creta, após aquela feita verbalmente e ratifi cada pelo nosso representante, mas que a nos sa proposta fôra rejeitada e que mantinham sua “ exigência” inicial de 60% sem teto e o mínimo de Cr$ 1.450,00. Evidenciava-se o intuito de fazer baderna. Os gráficos de San tos, mal orientados, queriam aquilatar a fôrça da classe patronal, criando um caso, sem o me nor motivo. Em face do crescendo da situa ção, a Diretoria do nosso Sindicato, acompa nhada de nosso advogado, desceu a Santos, no dia l.° de Novembro, onde, em reunião com os industriais gráficos daquela cidade, resolveu fazer um manifesto ao povo, contraditando o que fôra dito pela imprensa e pelo Sindicato dos Trabalhadores de Santos. Ao mesmo tem po, resolveu-se, orientados pelo nosso advoga do, publicar, também um edital de convocação dos Trabalhadores para voltarem ao trabalho, casó eclodisse à greve do dia 5. Dito edital fo i publicado no dia 6, dando-se um prazo de 24 horas para os trabalhadores voltarem ao trabalho, sob pena de demissão, de acordo com o decreto-lei n.° 9.070. De nada valeram nosso chamamento, nem a advertência nele contida. Os trabalhadores continuaram em greve. No dia 7 de Novembro resolvemos a questão com os trabalhadores da Capital. Nesse mesmo dia perante o Exmo. Snr. Dr. Presidente do Egrégio Tribunal Regional do Trabalho, Dr. Hélio Tupinambá Fonseca, ofe recemos aos gráficos de Santos um acordo igual ao que havíamos feito com o Sindicato da Capital, e sem punições aos grevistas. Foi
“ Só tem Fôrça o Sindicato que recebe apoio efetivo dos seus Sócios.”
BOLETIM
DA
INDÚSTRIA
GRAFICA
recusada essa nossa proposta. Os industriais gráficos de Santos, unânimamente, resolveram punir os grevistas, conforme deliberação an teriormente tomada. Face a essa decisão, co mo passasse o tempo e os empregadores não cedessem às pretensões absurdas dos operá rios, inúmeros apêlos nos foram feitos, no sentido de não se punir nenhum dos partici pantes da greve. Êsses apêlos partiram do Snr. Delegado do Trabalho, do forum Sindi cal de Debates de Santos, de uma Comissão de vereadores daquela cidade, do Exmo. Snr. Prefeito daquele município, finalmente quar do já estava ajuizado o dissídio coletivo, do Exmo. Snr. Governador do Estado. Fizemos vêr a todas essas ilustres pessoas que essa era a terceira greve que os gráficos faziam, sem motivo, sendo certo que nas vêzes anteriores nenhuma medida punitiva foi adotada pela classe patronal. As punições tinham por mo tivo evitar que, no futuro, se repetissem essas greves ilegais, injustas e intempestivas. Os empregadores não iriam aproveitar-se da si tuação para se desembaraçarem de emprega dos velhos, como verdadeiramente não fize ram. A fim de suprir as necessidades mais prementes, a Diretoria do nosso Sindicato hou ve por bem convocar trabalhadores da Capi tal para trabalharem em Santos. Cêrca de quarenta operários foram, assim, encaminha dos, acompanhados de um nosso funcionário, aos nossos colegas santistas, em três levas, pa gas as passagens pelo nosso Sindicato. Não vai aqui nenhum cabotinismo, entretanto, não podemos deixar de consignar o trabalho imen so que a Diretoria teve com êsse movimento grevista. Nada menos de nove vêzes fomos obrigados a descer a serra, em demanda da cidade praiana, para comparecer à reuniões com os industriais, com autoridade cítadinas e para emprestarmos nosso apôio e nossa soli dariedade aos colegas que estavam a braço com o descabido movimento. Outras vêzes, o Presidente do nosso Sindicato viu-se obrigado a deixar, repentinamente, seus afazeres, a fim de comparecer a reuniões, convocadas à última hora. Independentemente dessas viagens, ou tras foram feitas pelo nosso advogado, isola damente, para manter-se a par dos aconteci mentos e melhor orientar os nossos compa nheiros. Os senhores Secretário e Tesoureiro acompanharam também, por vêzes, o Snr. Pre sidente em suas idas a Santos. Os esforços e sacrifícios de nossos Diretores não foram em vão. Os inúmeros dias que os mesmos perderam, trouxeram como benefício, a maior coesão entre os industriais gráficos de Santos, o reconhecimento do valor do nosso Sindicato e o exemplo do que se pode conseguir com a unidade de pontos de vista, orientada para um fim legal e justo. A greve terminou no dia 29 de Novembro, definitivamente. A
Página 113 maioria dos operários entretanto, já havia re tornado ao trabalho em dias anteriores. O acordo fo i firmado na base de 25% com teto de Cr$ 1.300,00 mantidas as demissões de al gumas dezenas de grevistas” . DEPARTAM ENTO JU RÍD ICO : O Departamento Jurídico do Sindicato acompanhou 34 processos, em 40 audiências. Foram feitos oito recursos para o Egrégio Tribunal Regional do Trabalho, bem como 4 para o Colendo Tribunal Superior do Traba lho. Pelo nosso advogado foram feitas seis sustentações orais perante a Côrte de Justiça Regional, na defesa dos interêsses dos nossos associados. Inúmeras foram as viagens que o nosso ad vogado efetuou a Santos, a fim de orientar e amparar nossos colegas daquela cidade. Foram respondidas por êsse Departamento nove consultas escritas, 1.093 consultas telefô nicas, além de 128 consultas pessoais. DEPARTAM ENTO TÉCNICO: Sob a égide dessa nossa secção, realizaram-se cêrca de 10 reuniões dos industriais fabri cantes de livros fiscais e cadernos, que busca vam um acêrto de preços, baseado num estudo racional dos custos. Essas reuniões foram presididas pelo Snr. Virgílio Catalani, por in dicação dos seus colegas, e a elas esteve sem pre um dos Diretores do Sindicato. Realiza vam-se as mesmas, quase sempre, à noite, em nossa sede social. ALMÔÇO DOS IN D U STR IA IS GRÁFICOS: No sentido de melhor estreitar os laços de união já existentes e proporcionar oportuni dade para que os industriais gráficos se co nheçam, reclprocamente, em maior número, criando novas amizades, resolveu a Diretoria estabelecer almôços periódicos de confraterni zação. A fim de dar um cunho de maior realce a essas reuniões, deliberou-se homenagear, de ca da vez, um dos velhos colegas das artes grá ficas. No ano que passou, realizou-se o primeiro dêsses almôços, a 24 de novembro, tendo sido prestada homenagens ao distinto e nobre cole ga, Snr. Humberto Rebizzi. O grandé número de presentes fêz com que essa primeira reunião, dado o espírito do,- ca maradagem, se transformasse em autêntica festa.
Página 114 SE CRE TARIA: Os serviços da Secretaria têm sido, de ano para ano ampliados e modificados, sempre pa ra melhor servir os interêsses de nossos Asso ciados. Durante o exercício findo, foram remetidos 129 ofícios, além de inúmeras cartas e circu lares aos nossos Associados. Foram recebidos mais de 300 ofícios e Car tas de diversas procerências, do País e do ex terior. Foram encaminhadas às diversas Reparti ções Públicas inúmeros papéis e documentos, serviço feito, em grande parte,, pelo nosso De partamento Fiscal, sob controle da Secretaria. Além dêsses serviços, foram prestadas in formações sôbre questões fiscais e trabalhis tas, nestes casos, ouvido o nosso Departamen to Jurídico. Todo o serviço solicitado, por carta ou por telefone, fo i solicitamente atendido, corres pondendo, assim, às necessidades dos nossos Associados. A expedição de guias para a arrecadação do Imposto Sindical e o controle dessa arre cadação esteve também a cargo da Secreta ria e, bem assim, todo o serviço de contabili dade do Sindicato. Todos os fatos ocorridos, durante o ano: Assembléias realizadas, reuniões da Diretoria e de Associados foram registrados nas res pectivas Atas, para êsse fim lavradas. A o findar do exercíeio, foram muitos os cumprimentos de Bôas Festas e brindes rece bidos pelo Sindicato. À todos que nos felicitaram e nos brinda ram com folhinhas, revistas, anuários, etc., aqui deixamos os nossos agradecimentos. BOLETIM DA INDÚSTRIA GRÁFICA Muitos melhoramentos foram introduzidos em nosso órgão oficial. Os nossos Associados reclamavam uma publicação mais completa e isso fo i realizado. Assim, neste primeiro pe ríodo de gestão desta Diretoria pudemos, gra ças à colaboração de firmas fornecedoras, nos sas anunciantes, transformar essa publicação, dando-lhe feição mais moderna, graças à e fi ciência das côres. Somos gratos a todos os que colaboraram com o nosso Boletim, proporcionando-nos o ensejo de melhor apresentá-lo, tudo em bene fício de nossa classe.
BOLETIM
DA
INDÚSTRIA
A todos, obrigado.
indistintamente,
o
GRAFICA nosso
muito
SA U D A D E : Ao término dêste Relatório, queremos, num preito de saudade, deixar consignado o nosso pezar pelo desaparecimento dos nossos cole gas e companheiros da indústria gráfica, fale cidos, durante o ano findo. Não podemos deixar de fazer uma referên cia carinhosa ao companheiro de tôdas as ho ras a ORMINDO AZEVEDO, um dos funda dores do nosso Sindicato e da Sociedade Co operativa Gráfica de Seguros contra Aciden tes do Trabalho. Passou pela Presidência e outros cargos de Diretoria do Sindicato e pela Diretoria da Cooperativa. Tudo quanto fêz foi para ser útil aos seus companheiros, sem pre com o maior desprendimento, visando o bom nome do seu Sindicato. Foi um grande amigo, um dedicado companheiro e um traba lhador honesto e competente. Outro, que também fêz jús à nossa admira ção fo i ELVIN O POCAI, o “ Poeta das Artes Gráficas” . Êste fo i uma expressão da indústria grá fica paulista, que soube honrar e enobrecer. Outros, como GAUDENCIO THOMAS, um dos mais velhos batalhadores da indústria gráfica, ou JOAQUIM M AURÍCIO CORRÊA, deixaram um vazio no seio da nossa corpora ção, da indústria paulista, difícil de ser pre enchido. A todos êles aqui deixamos o nosso respeito, a nossa admiração e a nossa saudade. M OVIMENTO ASSO CIA TIVO : O Quadro Social, no fim de 1956, apresenta-se da seguinte form a: SÓCIOS Efetivos ....................................................... Admitidos ............................. '................... Demitidos .................................................... Total existente ............................................
306 35 0 341
“ A fôrça e o Prestígio do Sindicato são resultantes do maior número de Associados — Faça-se Sócio da sua Entidade de Classe.”
SINDICATO DAS INDÚSTRIAS GRAFICAS NO ESTADO DE SÃO PAULO BALANÇO PATRIM ON IAL COMPARADO CONTAS DO ATIVO
E x e r c íc io d e 1955
E x e r c íc io
DIFERENÇA
de
19 5 6
P a r a m a is
P a ra m en os
ATIV O IM OBILIZÂVEL Bens imóveis ......................................... Mobiliário e instalações ..................... Biblioteca .............................................. Cooperativa, c / instalação ............... Cauções ..................................................
58.361,40 22.750,20
104.802,20 22.880,20
13.500,00
13.500,00
46.440,80 130,00
ATIV O K EALIZÂVEL Títulos de renda ................................. Carteiras sociais ................................... Distintivos ............................................ Devedores diversos ...............................
7.000,00
7.000,00
ATIVOS DISPONÍVEL Caixa ...................................................... Depósitos bancários ............................. Banco Brasil — c / imp. sind............ Banco Brasil — e / dep. limit.......... Banco Brasil — c / vinculada ........ Banco Noroeste Est. S. Paulo ......... Banco Popular do Brasil S. A .......... Banco Trab. Ítalo Bras.0 S. A .......... The First Nat. City Bank ................. Banco Noroeste E. S. P. — c / av Banco Francês e Bras.0 S. A ..............
Totais
............................................
CONTAS DO PASSIVO
4.871,60 48.706,90 5.240,00 146,30 13.944,70 2.418,90 81,60 306.680,00 300.000,00
1.452,20 90.625,70
41.918,80
2.908,00 2.835,20 24,60
2.761,70
401.853,30
95.173,30
5.240,00 11.109,50 2.394,30 81,60 300.000,00 112.225,70
776.701,60760.107,10
E x e r c íc io d e
3.419,40
E x e r c íc io
112.225,70
305.650,30
de
1955
1956
687.318,10
662.553,oO
7.516,70
7.516,70
183,90
8.354,00
81.682,90
81.682,90
776.701,60
760.107,10
322.244,80
DIFERENÇA P a ra mais
P a ra menos
PASSIVO NÃO EXIG1VEL Patrimônio ........................................................ Fundo de assistência ....................................... Fundo de depreciação ...................................
24./64,60
PASSIVO EXIG1VEL Credores diversos .............................................. Depósitos de terceiros ................................... Fundo de reserva ............................................ (art. 40, dec. lei 1.402) ....................... Impostos a pagar ............................................ Ordenados a pagar ..........................................
8.170,10
8.170,10
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BOLETIM
DA
INDÚSTRIA
GRÁFICA
Página 117
Quase 8 9 0 mil empregados trabalham na indústria paulista 0
c re s c im e n to
d a p o p u la ç ã o
o b r e ir a
do
p arqu e
in d u s t r i a l p a u l i s t a
d a d o s o b t i d o s p e l o S e r v i ç o ã e C a d a s tr o e C o n t r o l e d o S E N A I , h a v ia a t i v id a d e n o E s t a d o ã e S ã o P a u l o e m to ta l a tin g iu
p erto ãe
890
1954-55,
co n tin u a .
856.502
S eg u n d o
in d u s tr iá r io s em
a o p a sso q u e, e m ju n h o d o a n o p a s s a d o , a q u e le
m il e m p r e g a d o s , t e n d o
h a v id o , p o r t a n t o , u m
a u m en to
da
ord em
dc 6 % .
Pelo exame do levantamento e dos estudos
vestuário, com 55.560.
Seguem-se outros com
procedidos pelo citado Serviço, verifica-se que
menor número de trabalhadores.
o nosso Estado possuia, em junho de 1956,
com o Sexo, a mão-de-obra industrial do Esta
De acordo
888.937 empregados industriais
(não incluin
do se distribui da seguinte maneira: mão-de-
do os ferroviários), distribuídos por 51.450 es
-obra masculina: 671.073; mão-de-obra fem i
tabelecimentos. Só a capital apresenta as se
nina: 217.864.
guintes cifras: 498.322 trabalhadores e 22.798
Fato digno de nota é o que se refere ao
firmas, possuindo, portanto, mais trabalhado
surpreendente desenvolvimento que vem apre
res e menos estabelecimentos fabris que o in
sentando o grupo das indústrias metalúrgicas,
terior.
mecânicas e de material elétrico, no setor da
Aliás, segundo os números-índices resultan
mão-de-obra. Em 1946 (número índice = 100)
tes dos estudos a que procedeu o aludido Ser
pertenciam a êsse grupo, no Estado, 80.530
viço do SE N AI, a população obreira â serviçb
empregados.
da indústria paulista, até junho de 1956, au
total de empregados do mesmo grupo atingiu
mentou de 60,9%, tomando-se como ano bá
a 171.664, o que corresponde a um índice de
sico para efeito de cálculo o de 1946.
crescimento verdadeiramente notável: 113,2%.
Em junho do ano passado, o
Os estudos realizados pelo SE N AI permi
Aliás, embora as indústrias do grupo têxtil
tem também conhecer a posição dos vários
continuem ocupando, como vimos, o primeiro
grupos industriais no que se refere aos respec
lugar no computo geral da mão-de-obra do
tivos números de trabalhadores:
Estado, na capital o maior contingente
continua á
de
figurar em primeiro lugar o da fiação e tece
trabalhadores pertence ao grupo
lagem,
trias metalúrgicas, mecânicas e de material
com
195.018
empregados
(21,94% ).
das indús
Os quatro grupos seguintes são os das indús
elétrico.
trias metalúrgicas, mecânicas e de material
seguinte, na capital:
A posição desses dois grupos é a
elétrico, com 171.664; construção e mobiliá
mecânica e de material elétrico: 118.028; gru
rio, com 129.151; alimentação, com 92.774; e
po têxtil:
grupo
de metalurgia,
101.929 empregados.
“ O Sindicato, unindo os Industriais Gráficos, melhor ampara e resolve seus problemas”.
Página 118
BOLETIM
DA
INDÚSTRIA
GRÁFICA
S o cied ad e C o o p erativa G rá fic a de Seguros Como é do conhecimento dos industriais gráficos, a lei n.° 2.873, de 18 de setembro de 1956 aumentou, consideràvelmente, as indeni zações por incapacidade permanente parcial, oriundas de casos de acidentes do trabalho. A indenização pela perda do dedo polegar di reito era, pela Tabela anterior, de Cr$ . . . . 14.112,00, sendo que, pela nova lei, essa in denização fo i aumentada para Cr$ 95.960,00. O aumento, como vêem, ultrapassou o nível do razoável, onerando em muito mais, os cofres das seguradoras, quer particulares, Institutos ou Cooperativas de Sindicatos. Entretanto, se por um lado a referida lei n.° 2.873 veio beneficiar aqueles que são ví timas do infortúnio do acidente do trabalho, a omissão, por parte dos legisladores, com referência ao artigo n.° 22 do Decreto n.° 7.036, de 10 de Novembro de 1944, que está assim redigido: “ Uma vez que exceda de Cr$ 10.000,00 (Dez mil cruzeiros) a indeni zação a que tiver direito o acidentado, nos ca sos de incapacidade permanente, ou, na hipó tese de morte, os seus herdeiros beneficiários, destinar-se-á a diferença à instituição de pro vidência social, a que êle pertencer, para o fim de ser concedido acréscimo na aposenta doria ou pensão” , prejudica-os. Como vêem os industriais gráficos, o ab surdo criado por essa omissão dos legislado res está no fato de que, recebendo os herdei ros da vítima de um caso de morte apenas a importância de Cr$ 10.000,00, a diferença de indenização, no valor médio de Cr$ 273.600,00, destinar-se-á à instituição de previdência so cial a que pertencia a vítima. E, pergunta mos, qual o aumento concedido por essa insti tuição aos herdeiros da vítima? Um mil cru zeiros, mais ou menos, enquanto que, deposita da essa diferença num estabelecimento ban cário qualquer, renderá juros de 13.180,00 anuais, ou seja Cr$ 1.098,30 mensais. Poderá então essa diferença ser considera da como “ melhoria na aposentadoria” ? Cla ro que não. E o que fizeram os Sindicatos de trabalhadores que ainda não se uniram para lutar contra o artigo 22 do Decreto 7.036, que regula a lei de acidente do trababallio? Até hoje nada. Mas deveriam fa zer, relegando a política para plano secun dário. R eversão
d e I n d e n iz a ç ã o
à
V iú v a s
O diretor do Serviço Atuarial do Ministério do Trabalho, baixou portaria regulamentando
os acréscimos de renda de viúvas, levando em conta a reversão aos filhos da indenização que couber à viúva. Os acréscimos, instituidos no artigo 24 do Decreto-lei n.° 7.036 (Lei de Acidentes do Trabalho) deverão ser calculados de acordo com a tabela aprovada pelo Serviço. As ida des constantes da tabela serão calculadas pelo número de anos completos, por ocasião da cessão dos acréscimos, e cessado o pagamento da pensão à viúva, por motivo de morte, ou casamento desta, o créscimo reverterá aos f i lhos menores ou inválidos, ou às filhas soltei ras ou inválidas. N ovos
m em bros
do
C o n s e lh o
F is c a l
Em Assembléia Geral Ordinária, realizada no dia 25 de março do corrente, foram eleitos os membros do Conselho Fiscal para o pre sente exercício, assim como os seus respecti vos suplentes. São os seguintes os novos membros do Conselho Fiscal e suplentes: Francisco Brusco, Ludovico Carlos Hennies, José Andreucci, Marcos Fittipaldi, Roberto Belletato e Octavio Pini.
B O L E T IM D A IN D Ú S T R IA G R Á F IC A
Ano V III
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Página 120
BOLETIM
DA
INDÚSTRIA
GRÁFICA
TIPOGRAFIA MARIA AOXUtUM, umorgulho pura São Pauto Soube, a Comissão Julgadora do I I Salão Nacional de Artes Gráficas, reconhecer o va lor incontestável do Sr. Mário Boschi, o co nhecido e dinâmico proprietário da Tipogra fia Maria Auxilium que, com sua arte e seus conhecimentos técnicos, proporcionou à São Paulo, a distinção de ser laureado, com a Me dalha da Eficiência, concedida no referido certame. Sobressai-se ainda mais essa distinção con cedida ao Sr. Mário Boschi, sabendo-se que, para imprimir sôbre sêda, celofane, e outros materais, não conta a Tipografia Maria Au xilium com maquinaria apropriada, sendo os
xilium é destinado à experiência dos mais va riados tipos de trabalhos que ali são executa dos ou que se pretenda executar. Enquanto muitas tipografias, essencialmen te comercializadas, apresentam impressos mal feitos e sem gôsto artístico, muitas vêzes im pressos em papel de bôa qualidade e em má quinas modernas, o Sr. Mário Boschi, com simples máquinas minervas, apresenta verda deiros trabalhos de arte, impressos nos mais diversos materais, exceto o papel. É por isso que o resultado do julgamento dos trabalhos, apresentados ao II Salão Na cional de Artes Gráficas, como não podería
O S r . M á r i o B o s c h i é , s e m d ú v id a , u m d o s m a is c o m p l e t o s a r t i s t a s g r á f i c o s d o B r a s i l . Nc\ c li c l i ê a c i m a v e m o s o p r e m i a d o c o m a M e d a l h a d e E f i c i ê n c i a , d o I I S a lã o N a c i o n a l d e A r t e s G r á fic a s , e m s e u g a b in e t e d e tr a b a lh o
trabalhos ali confeccionados, por incrível que pareça, impressos em simples minervas, como tantas que existem em São Paulo. A indústria gráfica dos nossos tempos, que outrora era, realmente, artes gráficas, con serva u n s. poucps artistas, dignos da nossa mais sincera admiração, que conservam os mesmos métodos de impressão de tempos idos, não deixando, por isso, de apresentarem tra balhos de verdadeiros mestres, e que orgu lham o nosso ramo e a nossa classe. Entre êsses está o Sr. Mário Boschi, mais idealista que industrial e mais artista que comerciante pois, segundo suas próprias palavras, muito dos lucros auferidos na Tipografia Maria Au-
deixar de ser, encheu-nos de júbilo, pois há muito já deveria ser concedida essa distinção ao Sr. Mário Boschi, um técnico e artista que honra a nossa indústria gráfica. Nada mais justo, repetimos, porque esta mos certos da imparcialidade dos membros da Comissão Julgadora, e que os prêmios conce didos os foram, aos que realmente os mere ceram. Está de parabéns o Sr. Mário Boschi e está de parabéns a indústria gráfica de São Pau lo, que sente-se orgulhosa em contar com mem bros que são verdadeiros artistas, que não poupam esforços para engrandecê-la, cada vez mais.
BOLETIM
DA
INDÚSTRIA
MOVIMENTO
GRAFICA
Página 121
EDITORIAL NO BRASIL
Dentre os 3.385 livros e folhetos editados no Brasil em 1955, as obras literárias ocupam lugar importante, com 752 títulos, vindos lo go a seguir as obras de ciências sociais (640 títulos), as de assuntos religiosos (46 4), as de ciências aplicadas (274), as de geografia, história e biografia (250) e outras. De acor do com a conceituação em uso entre nós (ver “ Anuário Estatístico” , do IB G E ), foram clas sificados como folhetos as publicações de 8 a 48 páginas e como livros as de 49 e mais páginas. A tiragem total dos 3.385 livros e folhetos subiu a 31.098.324 exemplares, resultando nu ma média de 9.187 exemplares por título. Ex cluindo-se, porém, os folhetos, encontramos para 2.713 títulos editados 21.393.861 exem plares, o que mostra que a tiragem média dos livros, embora menor que a do conjunto, foi bastante expressiva: 7.886 exemplares. Obti
veram as mais altas médias as edições sôbre os seguintes assuntos: Religião (17.334 exem plares por títu lo); Filologia (10.865 exempla res; Ciências puras (10.288 exemplares). A média das obras literárias situou-se em 5.407 exemplares por título. Destaca-se ainda o movimento editorial bra sileiro pelo número apreciável de livros com tiragens elevadas. Conquanto mais da meta de dos livros editados em 1955 (1.529 ou 56 ,4% ), se classifique entre os de pequenas tiragens (menos de 4.500 exemplares) e cêrea de um têrço (872 ou 32,2% ) entre os de t i ragens médias (4.500 a 15.000 exemplares), é significativo que 290 livros tenham tido gran des tiragens, superiores a 15.000 exemplares, e 22 dêles superiores a 65.000 exemplares. Num total de 21,4 milhões de exemplares do livros editados, 12,2 milhões (5 7 % ) corres ponderam a títulos de grandes tiragens.
Estimulando as Artes Gráficas no Brasil Realizou-se no Rio de Janeiro, promovido pela Casa da Moeda, de 14 a 21 de março próximo passado, o II Salão Nacional de A r tes Gráficas, certame que visou a difusão e estímulo dos conhecimentos e atividades pro fissionais de artes gráficas no Brasil. O Salão constou de duas seções: uma livre, outra especial. O juri dêsse I I Salão, reunido na séde da Associação Brasileira de Imprensa, premiou os seguintes expositores: Seção Especial — l.° lugar (bronze de honra) em offset, Rio Gráfica Editora L td a.; em rotogravura, S /A . Indústrias Graficars “ F. Lanzara” ; em tipo grafia, Serviço Gráfico do I. B. G. E. F o ram ainda premiadas, na Seção Especial, a Tipografia Maria Auxilium — Mário Boschi, a Gráfica Seikel, a Importadora Comercial Silk Ltda. e a Gráfica Tupi Ltda. Na Se ção Livre (individual) foram premiados os seguintes artistas: l.° lugar, com medalha de ouro, Edgard Cognat (água-forte) ; 2.° lugar, com medalha de prata, João Belinelo (tipo-
g r a fia ); Ester Iracema J ofly (xilogravura) e Orestes Aequarone Filho (zineogravura); em 3.° lugar, com medalha de bronze, Hum berto José Bonifácio (tip o g ra fia ), Raquel Neuman Strosberg (xilogravura), José Garcia Spinosa (água-forte) e Ulisses Santini (Silk-screen). Receberam menção honrosa os ar tistas Vinicius Zamprogno e José Andrade Silva (tip ografia ), Odete Barcelos e Izabel Rocha Braga (silk-screen). A comissão ju l gadora compôs-se dos Srs. Velasco Portinho, Orlando Maia, Silvio Signorelli e Yalter Bor ges de Freitas. A Casa da Moeda promoverá outros certa mes dessa natureza, visando o estímulo às ar tes gráfieas no Brasil e, nessas ocasiões, São Paulo estará mais fortemente representado pois, mesmo reconhecendo o espírito empreen dedor do Diretor da Casa da Moeda não sou beram, os industriais gráficos de São Paulo, dispensar o apôio à essa iniciativa, quando apenas dois industriais gráficos concorreram ao certame.
“ Só tem Fôrça o Sindicato que receite apôio efetivo dos seus Sócios.”
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TIPOGRAFIA BERNARD
No início do século X IX , os o f i c i a i s da “ Feuille Blanche” eram dos mais hábeis da Europa e existia uma arte gráfica verdadeira que se afirmava com fôrca e originalidade em face das artes plásticas entravadas nos câno nes de um academismo inexpugnável. As en cadernações românticas, as edições padroniza das de Firmin Didot, os belos livros de Curmer, feitos em grandes tiragens, os Keepsakes, os álbuns de litografias de Grandville, Daumier, Gavarni, são provas do vigor dessa arte dita “ aplicada” , o que não significa ar te menor. O livro romântico se distingue de todos os outros primeiro por sua encaderna ção, sua fôlha de rosto, suas páginas de tí tulo e sua tipografia interna: as páginas são de um negro bonito, porque os caracteres re dondos, fortes, destacam-se por oposição aos caracteres góticos que são ali incluídos; é pe la gravura que muitos pintores manifestam seu temperamento panfletário ou sua origi nalidade. A essa coesão entre o conteúdo e o conti nente vai se seguir, na arte do livro, um pe ríodo de esteticismo, de intelectualismo, que conduzirá a uma composição uniformemente apática, cinza e banal, que mesmo as vinhetas importadas da Alemanha e da Itália não con seguirão animar; a arte oficial da Terceira República terá sua perfeita correspondência nessa preciosidade, nessa busca de adornos, no uso de caracteres caprichosos derivados do e l z e v i r , como o b o d tta r , que nos parecem hoje tão ridículos. Contra essa produção, contra o barroco da arte oficial e do “ modera style” , virão se afirmar anàrquicamente os sacrilégios de Da da. O bigode da Gioconda vem lembrar em tem po a todos os eruditos que não se faz coisa nova voltado para o passado; mas antes assi milando, como o estômago de Kurt Schwitters, todos os elementos da vida cotidiana. Com o recuo de uma geração, podemos ava liar quanto fo i profunda a revolução lançada por “ de S tijl” cujo primeiro manifesto de 1917, assinalado por Van Doesburg e Mondrian, erguendo-se contra a pasmaceira da época, reclamava a formação de uma unida-
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VIVA GHEERBRAXT
de internacional na vida, na arte e na cultura. O artista não mais buscaria apenas satisfa zer uma necessidade individualista, mas tra balhar em uma coletiva, expressão de desejos humanos definidos. Nós sabemos da reper cussão que tiveram essas preocupações, na França, no “ Esprit Nouveau” de Le Corbusier de Jeannaret. Mas é na Holanda que, a rigor, tôda a mística do “ de S tijl” , determi nará, na totalidade de seus aspectos, os carac teres fundamentais da arte do século X X , sín tese de tôdas as técnicas. A essa abstração necessária, anos mais tar de Werkman trará os corretivos de seu tem peramento popular, e é assim que hoje se po de falar da vitalidade de uma arte gráfica holandesa que se manifesta,*por exemplo, na produção de duas associações profissionais que se impuseram tanto ao público quanto aos industriais, a “ Gebonden Kunsten in de Federatie” e a “ Vereninging van ReclameoutWepers en Illustrators” . Do mesmo modo, a “ Bauhaus” de Bale purificará o expressionismo alemão e, a partir daí, uma plêiade de suíços e artistas da Europa Central, como Lissitzky, Jan Tschichold, Max Bill, Hachler criaram um estilo despojado até o rigor das construções geométricas, que se estendeu à América e constituiu — até que a França in tervenha — o esforço mais avançado de nossa época. Também em Chicago, desde 1927, Moholy Nagy com seu “ Institute o f Desing” será a base da criação da “ Society o f Typographic A rt” cuja influência tem sido considerável nessa cidade que é tida como a maior pro dutora de impressos do mundo. O fato destacado do século X X foi o im pulso extraordinário que tomou um dos ramos da arte gráfica: o cartaz, o prospecto e o ca tálogo publicitário. Em contacto permanente com as necessidades mais humildes e mais lu xuosas do público, êsse ramo revitaliza a arte tipográfica inteira: ela reconduz o tipógra fo ao seu principal dever: ser expressivo e direto. Foi assim que, na época de no.vsa de cadência, Kimball criou na América o “ cheltenham” que nossos editores, aqui na França, souberam por sua vez empregar; e, desde
“ O Sindicato, unindo os Industriais Gráficos, melhor ampara e resolve seus problemas”.
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1914, nas vésperas da guerra, o pessoal das principais casas e artistas independentes da América criaram o “ American Institute of Graphie A rt” que fo i a base de uma arte grá fica americana realmente moderna. Com efei to, graças a êsse instituto, a seus prêmios anuais, a essas exposições (os 50 livros do ano, os 50 cartazes do ano, as 50 gravuras do ano), o gôsto do público se definiu e, pouco a pouco, em cada casa de comércio, se impôs a necessidade de um novo serviço à frente do qual um artista gráfico fo i colocado: o Art Director. O M u s e u m o f M o d e m A r t de New York apresentou, com a mesma importância que as obras-primas da arte plástica, as seleções dêsse instituto e afirmou com isso a estreita re lação que une todos os ramos da arte moder na; êle encorajou os artistas gráficos pondo em evidência o valor educativo de sua missão: através dêles, o grande público do metrô e do bulevar, viveu os combates das diferentes ten dências da arte contemporânea. Se se considere o tradicionalismo de nossos cartazes de propaganda, de nossos cenários de teatro, de tôda a nossa publicidade, o pouco cuidado dos diretores de jornais, dos editores, dos grandes comerciantes pela apresentação de seus impressos, a economia que fazem cons tantemente nesse domínio, não se pode pensar senão na extrema urgência de uma união es treita de nossos artistas gráficos, ameaçados de desemprêgo desde o primeiro sinal de crise. Nas nossas indútrias do livro, em particular, a situação é crítica. O criador, o artista grá fico não possui nem estatuto definido nem situação fix a ; trabalha sob as ordens de um chefe de produção cuja preocupação é freqüentemente a de economizar. No livro de luxo, sabe-se como os editores (como Vollard) concentram todos os seus esforços na ilustra ção, neglicenciando o texto. Sobre um ponto não menos interessante, como é o desenho da capa e da sobrecapa, um grande museu de Londres, o V i c t o r i a a n d A l b e r t M u s e u m , orga nizou há dois anos uma seleção das criações de todos os países: essa exposição teve uma enorme influência no público e estimulou os editores. Compara-se freqüentemente a arte do livro à arquitetura. Como o edifício, o livro é na verdade concebido em função de dois elemen tos primordiais: o tempo e o espaço. O livro é primeiro um objeto e no seu aspecto, tanto interno quanto externo, deve exprimir harmo niosamente um temperamento criador e m a c o r d o c o m o d o e s c r ito r . Uma encadernação, por mais sóbria que seja, pode ter a capa ou a sobrecapa ilustrada, com a condição de que a imagem seja interpretada gràf icamente; o
dôrso também, e os editores esquecem que, pa ra cada volume deitado ou pôsto de frente no balcão de novidades, o livreiro põe dez em pé, um colado no outro. As páginas de rosto, ha bitualmente em branco podem ser impressas quando o preço do livro justifica ( ! ) . O autitítulo deve anunciar o desdobramento de um pensamento rigoroso que se desenvolve no frontispício, no início do texto (de que depen de quase sempre o destino de uma leitura) e sobretudo na tipografia interna. Paginar um livro, quer isto implique ou não em elementos de ilustração, é fazer trabalho de pintor em função de uma superfície plana, de forma a desenhar e de uma verdadeira palheta: esco lha dos caracteres do cinza ao prêto mais in tenso, de seu intervalo — uma composição compacta pode expressar pelo choque que pro voca — determinação rigorosa da justificação sôbre várias colunas. Os antigos sabiam mui to bem disso, tanto que passavam de um a ou tro as relações adotadas pelos mestres, tais como o número de ouro ou as relações dos 1 1 primitivos: — , — ; Le Corbusier aplicou em y3
y2
seus trabalhos o m o ã u lo r , escala de propor ção harmoniosa de sua invenção (ver especial mente o número de “ Arehitecture d ’Aujourd ’hui” consagrado à sua obra). Mas em definitivo, o ôlho do tipógrafo, seu instinto, são os melhores guias que lhe permi tem dar ao conjunto essa vibração, êsse inde finido no preciso, que fazia o encanto da xilografia. A composição deve facilitar uma percepção direta da mensagem do livro, e nada é mais opôsto à nossa época que a letrinha compli cada, o rebuscamento: é preciso ler depressa, e certos caracteres não se prestam a isso. Donde a voga do tipo e u r o p a que parece aten der a nossas necessidades cotidianas. Nisto, como em tudo o mais, a limitação voluntária dos meios será a principal fonte de renovação. O livro moderno, e em definitivo, será eloqüente e desenvolverá no espaço a mensagem que êle traz. Tal o jazz de Matisse. Pode-se dizer da tipografia o que Mme. de Stael di zia da arquitetura: “ É música sólida” . Já é tempo de voltarmos nossa atenção pa ra a tipografia, essa arte gêmea da pintura, da gravura e da literatura, à qual está, hoje mais que nunca, indissolúvelmente ligada. Se Bernard Gheerbrant acusa a França de não acompanhar o desenvolvimento da arte tipo(1) Assim "Les Chants de Maldoror'', de Lautréamont, editados pelo Club Français du Livre, cujas páginas de rosto, constituídas pelas letras da palavra MALDOROR distribuídas em oito p ági nas, em capitais Didot do formato d a página, im põem ao leitor a obsessão lírica e grandiosa do Canto.
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Página 124 gráfica moderna, o que não se dirá do Brasil, onde essa arte pràticamente não existe? Em matéria de arte tipográfica, é preciso reco nhecer que estamos com atraso mínimo de meio século. De nada valem as grandes o fi cinas gráficas de que já dispomos, pois, do ponto de vista da qualidade artística, o seu trabalho é inqualificável. Com raríssimas excessões — que existem também para o pri meiro caso — a coisa é a mesma no setor da propaganda, onde campeia um mau-gôsto mis to de academia e a r t -n o u v e a u . De tudo isso.
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sem falar na maioria dos jornais, o que áinda é pior é a indústria do livro. Nossos editores ainda têm do livro uma noção antiquada, que lhes faz verem o livro como simples conseqüência do ato de publicar um texto. . . Fal ta-lhe compreender que o livro é, com o seu conteúdo e seus elementos materais, uma tota lidade ; êsses elementos se influenciam reci procamente. Creio que é chegada a hora de se trazer para o dia diário a discussão dêsses problemas e de se lutar pela renovação da ar te do livro.
Obrigações durante a mês de maio * Tôdas as emprêsas, qualquer que seja o número de seus empregados, devem apresen tar às repartições competentes do Ministério do trabalho, Indústria e Comércio, de 2 de maio a 30 de junho, a relação, em três vias, de todos os seus empregados, segundo o mo delo aprovado pela Portaria n.° 70, de 18 de Dezembro de 1943. Essas relações, domina das “ de 2 /3 ” , terão, na l . a via, o sêlo de três cruzeiros pela fôlha inicial e dois cruzeiros por fôlha excedente, além do sêlo de educa ção, e nelas será assinalada, em tinta verme lha, a modificação havida com referência à última relação apresentada. As firmas que não tenham empregados deverão apresentar uma declaração negativa. O Sindicato das Indústrias Gráficas fará a remessa dessas re lações de seus associados, desde que as mes
mas sejam entregues, em sua secretaria, até o dia 25 de junho próximo. * Até o dia 30 (quinta-feira), deverão ser recolhidas as contribuições devidas aos Insti tutos de Aposentadorias e Pensões, assim co mo as contribuições complementares, referen tes ao mês de abril. A partir do dia l.° de junho será cobrado juros de mora, à razão de 1% ao mês. * Durante o mês de maio teremos dois feriados, dias êsses cujas remunerações deve rão ser pagas pelo empregador aos emprega dos que completarem a semana de trabalho anterior. O dia l.° de maio é feriado, de acordo com a lei federal n.° 662, de 6 de abril de 1949, e o dia 30 (Corpus Cristi), de acor do com a lei municipal n.° 4822, de 25 de no vembro de 1955.
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SINDICATO DAS INDÚSTRIAS GRAFICAS DO ESTADO DE SÃO PAULO DIRETORIA Theobaldo Di Nigris — Presidente José Napolitano Sobrinho — Secretário João Andreotti — Tesoureiro Núncio Camano — Diretor Dr. Vinicius R. de Freitas — Diretor José J. H. Pieretti — Diretor CONSELHO FISCAL Jorge Saraiva Diaulas Riedel Mário Rigotti Damiro de Oliveira Volpe Evaldo Asbahr José Andreucci
CAS NO ESTADO DE SÃO PAULO Rua São Bento, 405 - 14.° andar - con junto n.° 1433 - Telefone 32-4694 Caixa Postal n.° 7815 — São Pauio Horário: Das 8,30 às 11,30 e das 13,30 às 17,30 horas. Aos sábados: das 9 às 12 horas. Secretário Geral R. LUIS PEREIRA DEPARTAMENTO JURÍDICO Horário: 2.as 5.as e 6.as - Das 9 às 11 horas 3.as e 4.as - Das 15 às 17 horas Diretor DR. JOÃO DALLA FILHO
DELEGADOS NA FEDERAÇAO José Costa Mesa Dante Giosa Geraldo Azevedo Martins Terra Felicio A. Orlandi DELEGACIA EM SANTOS: Armando Ferreira Santos R. 15 de Novembro, 117 — Fone: 2-6849
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SOCIEDADE COOPERATIVA GRÁFICA DE SEGUROS CONTRA ACIDENTES DO TRABALHO Horário: Das 8,30 às 11 horas e das 13 às 17 horas Aos sábados: das 8,30 às 11,45 horas Gerente Técnico JOSÉ MESA CAMPOS
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GRÁFICAS PARA OS SEUS ASSOCIADOS DO QUADRO SOCIAL SECRETARIA * Distribuição de guias para recolhimento de impostos em geral. * Impressos fiscais e modelos de impressos de comunicações * Serviços de Despachante. Encaminhamen to de papéis nas repartições públicas. Re gistro de Empregados. Encaminhamento de relações de empregados. Recolhimento de Impostos e multas. Informações sobre as suntos trabalhistas, fiscais e técnicos. * Distribuição de publicações periódicas in formativas. DEPARTAMENTO JURÍDICO Direção do Dr. João Dalla Filho * Defesa de associados na Justiça do Tra balho. * Informações jurídicas-trabalhistas. DEPARTAMENTO TÉCNICO * Orientação em geral sôbre qualquer assun to concernente à indústria gráfica.
* Palestra e conferências técnicas. SOCIEDADE COOPERATIVA DE SEGUROS Ger. Técnico: José Mesa Campos * Seguro contra acidentes no trabalho em ba ses bem mais compensadoras que as de Cias. particulares. * Assistência jurídica em casos de moléstias profissionais. DIVERSOS * Colaboração com os serviços públicos no desenvolvimento da solidariedade social. * Bolsa Gráfica — Oferta e procura de em pregos, Vendas, troca ou compra de má quinas e equipamentos gráficos. * Desenvolvimento do espírito associativo e defesa dos interêsses da classe, visando o seu engrandecimento.
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