Boletim da Indústria Gráfica (BIG) - Edição 91 - 1958

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fcfc I l l l l I N D Ú S T R I A

JANEIRO DE 1958

G R Á F I C A

N.° 91


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Almoço de Confraternização dos Industriais Gráficos Realizou-se no dia 21 de setembro próximo passado, no Restaurante Gigetto, como foi amplamente divulga­ do, mais um almoço de confraterni­ zação de industriais gráficos. Diver­ sos associados do Sindicato estiveram presente ao ágape que, como das vêzes anteriores, serviu para que ficas­ se demonstrado, mais uma vez, da união que reina em nosso ramo de indústria, assim como para que se ascultasse os presentes sôbre a ques­ tão salarial que então ainda estava começando. Vários oradores se fize­ ram ouvir, quer a respeito do pro­ blema de aumento salarial, como sô­ bre vários outros assuntos que inte­ ressam de perto a indústria gráfica.

Um aspecto da reunião realizada pelos industriais gráficos de São Paulo.

O Sr. Theobaldo De Nigris, presidente do Sindicato das Indústrias Gráficas, quando saudava, em nome da Diretoria, os industriais gráficos presentes.


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Entre outros, pudemos anotar a presença dos seguintes industriais gráficos: Roberto de Andrada Coelho, da Gráfica São Luiz; José H. Pieretti, da Litografia Colúmbia; Osvaldo Caratin, da Gráfica Caratin; José Costa Mesa, da Indagraf Ltda.; José Luiz Regalmuto Coffa, de Regalmuto & Cia. Ltda.; Silvano Doll, de Irmãos Knorich & Cia. Ltda.; Bertolino Gazzi, da Tipografia Edanee S/A.; Vitto J. Ciasca e José Ciasca Neto, da Tip. e Papelaria República Ltda.; Narciso Pivato, Carlos O. Reichenbach, da Cia. Litográfica Ypiranga; Dante Giosa, de D. Giosa - Indústria Gráfica S/A.; Eugênio Chieregatti, Clemente Catalano, João Vir­ gílio Catalani e Antonio Lonzano; Ignaz J. Sessler, da SAIB S/A.; F. Ferreira; Luiz Fleury de Camargo, de Assumpção Teixei­ ra S/A.; Roque Cifú, de Reis, Cardoso, Bo­

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telho S/A.; S. Bignardi Filho; Armando Au­ gusto Lopes, de A. A. Lopes & Souza; An­ tonio Miksas, da Litografia Aurora; Evald Asbahr, da Gráfica Asbahr; Theobaldo De Nigris e Theobaldo De Nigris Jr., da São Paulo Editora S/A.; Mário Rigotti, da Lito Record Ltda.; Flávio Rebizzi, da Chimigráfica Radium Ltda.; Francisco Brusco, de Brusco & Cia.; Ramilfo Luís Pereira, secre­ tário geral do Sindicato; Dr. João Dalla Fi­ lho e José Napolitano Sobrinho, da Gráfica Piratininga Ltda. Foi, como dissemos acima, durante êsse almoço, que a Diretoria do Sindicato levou ao conhecimento dos industriais gráficos, as reivindicações dos trabalhadores, então empenhados em luta pelo aumento salarial. Após ser auscultada a opinião de diver­ sos associados, deliberou a Diretoria, de acordo com todos os presentes, solicitar e


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G RÁFIC A

Outro aspecto obtido por ocasião do ágape.

Nota-.se, pela foto ao lado, a gran­ de camaradagem reinante durante a reunião.

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Neste outro flagrante vemos os Srs. Sylvano Dóll, lgnaz J. Sessler, José Luiz Regalmuto, Dante Giosa e Mário Rigotti.

Outro flagrante do a lm ô ç o . Tantos quantos compareceram foram unânimes em l o u v a r mais essa i n i c i a t i v a da nova Diretoria do Sindicato.

realização de uma audiência com o Sr. De­ legado do Trabalho. Outra grata surprêsa, dada a conhecer durante essa reunião, foi a aquisição de uma séde própria para o Sindicato, locali­ zada no Edifício Aspirai, sito à Rua Mar­ quês de Itu. Todos foram unânimes em louvar essa grande iniciativa dos Diretores do Sindi­ cato, muito especialmente aos membros da Comissão pró-séde, que assim, mesmo con­

tra a opinião pessimista de alguns, soube fazer em poucos meses o que há muito vi­ nha sendo apenas um sonho. Novos almôços virão, novas reuniões se­ rão realizadas e, cada vez mais, compreen­ dem os associados do Sindicato que, sem a união que há tempo vem sendo pregada, não poderá existir uma indústria gráfica forte, onde todos lutam pelo mesmo ideal que é o de engrandecer, cada vez mais, o ramo da indústria de impressão.


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G RÁ F IC A

U m Sistema R evolucionário de Gravação e Impressão Uma p eq u en a de

g r a v a d e ir a tr a ç o o u

e le tr ô n ic a

r e tie u la

A firma Zenthen & Aagaard: AS, da Dinamarca, está fabricando uma interessan­ te gravadora eletrônica que veio revolucio­ nar vários processos de impressão: Trata-se da Electro-Rex, um conjunto de válvulas e células fotoelétricas dispostas numa caixa da dimensão de um rádio de mesa. Essa gravadora prepara em alguns minu­ tos chapas de matéria plástica flexível que, colocadas numa impressora à base de duplicador, produz impressos nítidos como os de uma offset ou de uma boa minerva. Para se ter uma idéia dá extensão dos recursos dessa gravadora, podemos analisar as facilidades com que ela realiza inúmeros serviços de impressão: E’ o bastante colo­ car-se um impresso distendido em um cilin­ dro à direita, para que, ligada a máquina, ela reproduza em alguns minutos, fielmen­ te, na matriz de plástico distendida no cilin­ dro da esquerda, uma gravação que habilita a máquina impressora a imprimir até 10.000 cópias do mesmo impresso. A variedade de recursos dessa máquina é enorme: Suponhamos que se queira re­ produzir músicas impressas, catálogos, fo­ lhetos ou impressos comerciais. A opera­ ção é a mesma, tudo simples, exigindo pou­ ca habilidade do operador. Assim sendo, deduz-se que ela reproduz também impressos desenhados ou modificacados, bastando colocar-se no cilindro da direita um original prèviamente preparado. As fórmulas mais complicadas de tabelas, por exemplo, poder-se-á prepará-las com provas nítidas de impressão, de apenas as cifras e corondéis que, coladas num papel branco, receberão os filetes e chaves, etc. por meio de tira-linhas, evitando-se a com­ plicada operação tipográfica com fios de latão e justificações. A Casa Odeon, estabelecida nesta Capi­ tal à Rua de São Bento, 356, é a exclusiva representante para o Brasil dessas máqui­ nas e, mediante nossa solicitação, teve a oportunidade de nos fazer várias demons­ trações do sistema de gravação e impressão e é natural que faça também essas demons­ trações aos interessados que as solicitem àquela firma. Na demonstração que nos fêz, por exemplo, a máquina preparou em 12 minutos uma fórmula de Fatura, com seus traços, propaganda e marca da firma. As tipografias têm, geralmente, certas

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Esta é a gravadora Eletro-Rex. No está o original e no da esquerda a A cor escura da matriz não é E’ a matriz que tem a cor

cilindro da direita matriz já gravada. falta de nitidezr de chumbo.

prevenções com os duplicadores e mimeógrafos, não somente por se tratar de uma certa concurrência como ainda pela falta de nitidez com que soltam os impressos. A Eletro-Rex, entretanto, não é propria­ mente uma gravadora para duplicadores: Ela realiza o trabalho para a sua impres­ sora que pode, sem nenhum receio ser colo­ cada entre as impressoras tipográficas da melhor qualidade numa oficina tipográfica. Estamos certos de que essa máquina poderá ser objeto de estudos de muitos impressôres para adotar o sistema nos seus impressos, principalmente aquêles que de­ pendam de gravações de clichês ou de le­ vantamento de fôrmas complicadas. Uma


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Nesta foto vê-se o mecanismo eletrônico de gravação: A célu­ la foto elétrica repassa o origi­ nal que roda em certa veloci­ dade. No outro cilindro uma agulha especial recebe os re­ flexos da célula por meio dos cabos facilmente visíveis na foto.

faceta que não pode ser descurada é a ra­ pidez com que se poderá produzir os im­ pressos; alguns dêles com apenas alguns quartos de hora. Desde que tivemos conhecimento dessa máquina nos apressamos em conhecê-la e fizemos uma visita à Casa Odeon, pois al­ cançamos logo a extensão do sistema e o interêsse que poderia despertar para uma grande maioria dos nossos impressôres. Por solicitação dessa firma, portanto, a fá­ brica dinamarquêsa nos remeteu uma lite­

ratura em português em que descreve pormenorizadamente o sistema de gravação eletrônica, que pomos à disposição dos nos­ sos leitores que nos solicitem ou escrevam. Sistema mais ou menos idêntico para gravações de clichês já existe e mesmo já se encontram em funcionamento em algu­ mas chicherias desta praça. A Eletro-Rex, entretanto, é mais completa e a extensão dos serviços que poderá prestar resalta num ligeiro raciocínio do técnico em artes gráficas.

Esta é a impressora que rece­ be a matriz gravada. A manivela é apenas para os traba­ lhos de acêrto. O seu funcio­ namento é automático.


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Inauguradas

as

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novas

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Instalações

da

Indústria

de

Máquinas Arquimedes Ltda.

Flagrante do ato religioso inaugural, vendo-se o Rev. Padre Itamar Ferreira da Costa oficiando a cerimônia, tendo à direita o Sr. José Pela e Exma. espôsa D. Haydée Ferreira da Costa Pela. Com a presença de figuras representativas do comércio gráfico nacional, realizou-se no passado més a inauguração das novas instalações da Indústria de Máquinas Arquimedes Ltda., sediada agora à Rua São Leopoldo, 170/178, nesta Capital. Foi um acontecimento de marcante distinção e suntuosidade pela presença de um seleto número de personalidades ligadas ao mundo gráfico e pela im­ ponência do conjunto inaugurado, composto de mo­ dernas máquinas operatrizes distribuídas num vasto salão de 843 metros quadrados. A fita simbólica foi desatada pela Exma. Sra. D. Haydée Ferreira da Costa Pela, digníssima espôsa do titular da firma Sr. Umberto Pela, sendo o ato religioso oficiado pelo Revmo. Padre Itamar Ferreira da Costa, capelão dos Fuzileiros Navais no Rio de Janeiro. Na hora do champanhe discursou o Sr. José Vi­ cente Ferreira, contador da firma, que, numa bela oração, em nome dos funcionários e dos presentes, saudou a personalidade do Sr. José Pela congratulan­ do-se pelo crescente desenvolvimento da firma, histo­ riando passagens interessantes da sequência de lutas e de realizações que levaram a pequena oficina, fun­ dada em 1944, produzindo apenas três ou quatro

máquinas mensais, àquela vasta área de fabricações em séries, onde se viam encarreiradas 98 unidades em acabamento. Em seguida falou, agradecendo pela firma, o Rev. Padre Itamar Ferreira da Costa que, em vibrantes palavras salientou a personalidade do titular da firma, Sr. Umberto Pela, como principal responsável pela grande transformação que se operava naquela indús­ tria. Mencionou o fato de estarem as grampeadeiras Arquimedes sendo usadas na grande maioria das in­ dústrias nacionais e já estar em boa perspectiva a exportação das mesmas para os países limítrofes da América. Isto com a tenuante de que nada deixam a desejar como máquinas perfeitas que substituem perfeitamente as congêneres estrangeiras. Fêz, ainda, menção ao que representa para a economia nacional uma indústria que satisfaz as exigências técnicas com produtos apreciáveis, evitando a entrosagem complica­ da de licenças, câmbios e importações e contribuindo para o programa estabelecido pelo atual govêrno no que diz respeito à deflação, uma vez que evita a dispersão de divisas para o exterior. Logo após ao ato inaugural foi facultada a visita às instalações, constituídas de um vasto pavilhão m o­ dernamente construído, tendo à direita duas alas de


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máquinas operatrizes, uma ala à esquerda de banca­ das de ajustagens e, ao centro, quasi uma centena de máquinas de grampear em acabamento, destinadas a cartonagens, tipografias, caixas de madeira, couro, etc. À entrada do edifício há o compartimento de expo­ sições, seguindo-se os escritórios, a expedição e as oficinas. Para nós, do B.I.G., que fomos gentilmente con­ vidados e nos fizemos representar, foi motivo de sa­ tisfação presenciarmos a transformação por que pas­

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sou a Indústria de Máquinas Arquimedcs Ltda., pois voltamos convencidos de que a indústria nacional de máquinas gráficas se toma, a cada dia, uma convin­ cente realização destinada a libertar nosso país de uma dependência incômoda e custosa de importações. E, como é natural, nos congratulamos também com a nossa indústria gráfica, pois se tais transformações se processam é a ela que devemos, como consumidora e como incentivadora das indústrias que fabricam seus equipamentos.

Vista interna das oficinas vendo-se parte das máquinas em acabamento e das bancadas de ajustagens.

F a b r ic a ç ã o d e F a c a s Entre as indústrias que servem a indús­ tria gráfica, ocupa posição importante o setor da fabricação de facas. As facas são mesmo indispensáveis nos processos racio­ nais de fabricação seriada, pois, além de permitirem uma sensível redução no custo de mão-de-obra, proporcionam a mesma uniformidade de qualidade em tôdas as pe­ ças cortadas. As facas para balancê de­ vem apresentar uma série de característi­ cas construtivas para que possam operar

corretamente durante um período de tem­ po extenso. A qualidade de aço emprega­ do é importante para que a faca não ve­ nha a quebrar ou se deformar, sendo que o processo de têmpera também influi de­ cisivamente na duração da faca. Final­ mente, a construção propriamente dita, ou seja, a precisão das medidas e a facilida­ de de saída do material cortado, comple­ tam os requisitos presentes em uma faca de boa qualidade.


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Máquina para dobrar jornais e colocar cintas automáticamente Embora tenham sido íeitas diversas tenta­ tivas, em vários países, para a construção de máquinas automáticas para dobrar jornais e re­ vistas e colocar cintas para os mesmos serem enviados pelo correio, poucas máquinas criadas até agora carecem de confiança e velocidade. Assim, na maior parte dos países, o trabalho tem de ser feito a mão, por trabalhadores ma­ nuais não especializados. Contudo, a crescente escassez de mão-deobra e a constante elevação dos salários acar­ retou urgente procura de um tipo de máquina capaz de executar o serviço. Depois de vários anos de experiências, a Companhia Vitemal de Amsterdão, conseguiu uma solução radical do problema. O primeiro modelo de produção foi instala­ do numa das oficinas do diário de Amsterdão "Het Financiele Dagblad", no começo de 1956. Como o espaço disponível não era suficiente para instalar uma unidade separada, a Vitemal teve de enfrentar outro problema, isto é, de combinar a máquina diretamente à rotativa, de um tipo que roda 9.000 exemplares por hora. Essa máquina vem funcionando há mais de um ano e manobrou com milhões de exemplares de jornais sem uma só falha, demonstrando, as­ sim, que é plenamente digna de confiança. Quanto à diferença em eficiência, é impres­ sionante. Antes a rotativa parava às 18 horas. Oito impressôres e oito homens "emprestados" de outras máquinas tinham de trabalhar várias horas, fazendo um serviço extraordinário, alta­ mente remunerado, afim de preparar os exem­ plares do jornal para o correio. Atualmente, quando, às 18 horas, a rotativa pára, todos os jornais destinados ao correio já estão prepara­ dos e prontos para a remessa. Normalmente, as máquinas Vitemal são for­ necidas, como unidades independentes, nas quais

os jornais e revistas são empilhados à mão, ali­ mentando, depois a máquina automaticamente. Podem ser fornecidos vários tipos de máqui­ nas, tais como para uma dobra, 2 dobras (em três ou quatro), 3 dobras (sistema francês) e sem dobra. Como as máquinas são manejadas por ope­ rários não especializados, a simplicidade cons­ tituiu um dos principais objetivos em sua cons­ trução com um mínimo de ajustamentos para vários tamanhos e número de páginas, ajusta­ mentos êstes que são feitos apenas em alguns minutos. Uma pessoa se encarrega de colocar os jor­ nais e as cintas nos alimentadores da máquina e outra os recebe já dobrados e com as cintas, de uma correia transportadora, colocando-os nas malas postais. A produção não é interrompida pela colo­ cação dos jornais e cintas nos alimentadores. A máquina é interrompida instantaneamente, gra­ ças a um dispositivo especial, quando um jornal defeituoso entra nela. As cintas, preparadas prèviamente na má­ quina de imprimir enderêços. são liberadas uma a uma, por meio de um controle eletrônico. Um engenhoso dispositivo impede que duas cintas sejam liberadas ao mesmo tempo. Quando não apareceu um jornal ou revista, não é liberada cinta alguma, de maneira que a ordem de re­ messa postal não é prejudicada, quando o for­ necimento de jornais é interrompido. A cola é aplicada por meio de uma bomba de ejeção, igualmente controlada por um dispo­ sitivo eletrônico. As cintas ficam bem apertadas em tôrno dos jornais, sendo ajustadas de acordo com a espessura dos mesmos. A produção varia de 6.000 a 9.000 exem­ plares por hora, dependendo do tamanho e nú­ mero de páginas.

PAGAMENTO A PRESTAÇÕES DAS DIVIDAS A INSTITUTOS DE PREVIDÊNCIA Na pasta do trabalho o presidente da República assinou decreto dispondo sôbre-a forma de pagamento das contribuições em atraso, devidas as instituições de Previdência Social. Assim, ficam essas instituições autorizadas a conceder o pagamento parcelado das dívidas provenientes de contribuições legais em atrazo, mediante exigência de garantia. O número de parcelas mensais, será no mínimo, de 48, fixado, porém em função dos meses em atrazo e o parcelamento concedido pelas instituições não alterará o vencimento normal das contribuições subsequentes e o pagamento destas em dia constituirá uma de suas condições. As determinações abrangem ainda, as dívidas de todos os estabelecimentos do devedor (matriz, filiais, agências, sucursais ou dependências) e a forma do pagamento no que tange aos juros devidos.


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Explicações

sobre

o

últim o

acordo

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possível, entretanto, exigir devo­ Com relação ao dissídio coletivo recente­ lução das quantias já pagas a mente julgado, em que são partes êste Sin­ maior, anteriormente. dicato e o dos Trabalhadores nas Indústrias Gráficas, vimos à presença dos nossos asso­ 10. °) — Nos envelopes e folhas de paga­ ciados esclarecer o que se segue: mento deverá ser aposto um ca­ rimbo com os seguintes dizeres: 1. °) — O aumento é de 25% sôbre os “ A parcela de aumento de salá­ salários reajustados, vigentes a rio, na base de 25%, é paga a l.° de outubro de 1956. título precário e sob protesto. 2. °) — Os 25% são aplicados sem teto. Aguarda-se decisão final do re­ 3. °) — Os empregados admitidos após curso interposto pelo Sindicato a data base (l.°-10-56) terão o das Indústrias Gráficas no pro­ aumento na proporção de tantos cesso T.R.T.-SP.-117/57-A. doze-avos quantos sejam os me­ 11. °) — O aumento, provisoriamente, não ses de casa. deverá ser anotado na carteira 4. °) — Serão compensados os aumentos profissional, nem no registro de expontâneos concedidos após a empregados. data base. 12. °) — Após o julgamento do recurso 5. °) — Êsse aumento extende-se aos me­ no Tribunal Superior do Traba­ nores, inclusive. lho, voltaremos à presença dos nossos prezados associados. 6. °) — O aumento deverá ser pago a partir do dia 12 do corrente mês 13. °) — Os empregados admitidos após de outubro, inclusive, data em a data base (l.°-10-1956) terão o que foi ajuizado o processo de aumento na proporção de tantos dissídio coletivo. doze-avos quantos sejam os me­ ses de casa. 7. °) — Não é devido qualquer paga­ mento relativo aos dias de greve. De l.° de outubro 12 meses 12/12 — 25% 8. °) — O Sindicato das Indústrias Grá­ Durante o mês de outubro 11/12 — 22,9% ficas interporá recurso da deci­ » ” nov. 10/12 — 20,8% são para o Egrégio Tribunal Su­ ” ” dez. 9/12 — 18,7% perior do Trabalho. ” ” jan. 8/12 — 16,6% ” ” fev. 7/12 — 14,6% 9. °) — Admitindo-se que a Côrte Supe­ março 6/12 — 12,5% rior de Justiça reduza a taxa de ” ” abril 5/12 — 10,4% aumento e inclua, também, um maio 4/12 — 8,3% teto, os salários pagos com au­ junho 3/12 — 6,2% mento desde já, serão reajusta­ ” ” julho 2/12 — 4,1% dos para menor, a partir da data ” ” agosto 1/12 — 2,1% em que fôr publicado o acórdão ” ” set. (nada) da superior instância. Não será

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O Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística, em interessante trabalho elaborado em março de 1957, deu a conhecer dados sôbre a indústria de trans­ formação no Brasil. Dêsse trabalho destacamos os números que se referem às indústrias editoriais e gráficas, que são os seguintes: Número de Estabeleci­ mentos informantes: 276; Número de dias de trabalho: 24,1; Operários ocupa­ dos: 24.865; Operários-Hora (milhares): 4.980; Salários pagos aos operários (Cr$ 1.000): 138.410; Despesas de Consumo: 238.248; Valor da produção: 569.161; Valor dos serviços prestados a terceiros: 109.664; Valor das vendas: 547.744; Imposto de Consumo: 2.302; Valor dos estoques no último dia do mês (março de 1957): 202.035. No setor de papel e papelão os mesmos itens acima apresentam os seguintes números: 116, 24,7, 19.861, 4.348, 81.898, 420.480, 809.301, 362, 808.282, 23.580 e 386.890.


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iy° Aniversário do S E N AI ' O Departamento Regional do SENAI — Serviço Nacional de Aprendizagem Industrial — comemorou no dia 28 de agosto p.p., o seu 15.° aniversário de fundação. Êsse curto espaço de tempo, de 1942 à 1957, serviu para que se tornasse realidade, apesar do pessimismo de alguns, o maravilhoso conjunto de escolas técnicas, mantidas por essa Entidade, destacando-se, para os industriais gráficos, a exemplar Escola de Artes Gráficas, celeiro de um punhado de artífices, que tanto progresso trouxeram ao nosso ramo. Foi em 1942, no dia 28 de agosto, que se realizou a cerimônia da Instalação do Departamento Regional, na então séde da FIESP, à Rua 15 de Novembro. Logo a seguir, no mês de setembro, foi instalada a primeira séde do SENAI, na Rua Boa Vista. Em janeiro de 1943 tiveram início os Cursos de Orientação, na Escola Técnica Getúlio Vargas, em Santo André e na Escola Dom Bosco, cursos êstes que foram, inicialmente, frequentados por 1.000 alunos. Em agosto do mesmo ano, foram criadas mais duas escolas: a C-l que funcionou na Escola Técnica de Comércio 30 de Outubro e a C-2, que foi instalada no Belém. Em novembro, finalmente, foram criadas mais duas Escolas, a Felix Guisard e a Escola de Jundiaí, realizando-se também, durante êsse mês, a IV Feira Nacional da Indústria. Em 1944 o SENAI já contava com 18 Escolas frequentadas por cêrca de 5.000 alunos. Em 31 de outubro dêsse ano eram inaugurados os Cursos de Artes Gráficas. Sôbre êsses Cursos e sôbre a Escola de Artes Gráficas, estamos publicando, nesta mesma edição, uma reportagem à parte. ... _ ^ foram extintos os Cursos de Trabalhadores menores. Nesse ano a industria paulista ja contava com 23.000 indústrias empregado cêrca de 550.000 operários. 1947 foi 0 ano das instalações para-escolares e 0 da mudança do Departamento Regional, da Rua Boa Vista para prédio próprio, no Brás.

Em 25 de maio de 1948 o SENAI perde um dos seus maiores batalhadores, pois nesse dia faleceu o saudoso industrial Roberto Simonsen. Em dezembro dêsse ano a antiga C-2a (Escola de Artes Gráficas), muda-se, da Rua 21 de Abril, 1383, para o edifício d_a Rua Monsenhor de Andrade, no Bras, e são inauguradas as Esçolas do Brás e c*a Moóca. Em 1949 o SENAI inaugura a Escola C-8 — Oscar R. Alves e, em 1950, cria o Curso Especial de Estágio de Engenharia, para estudantes da Escola Politécnica. Em 1951, os Estados de Goiás, Mato Grosso e Guaporé foram incorporados _à São Paulo, formando assim a 6.a Região do SENAI. Nesse mesmo ano, no mês de julho, é inaugurada a Escola de Artes Gráficas, em prédio próprio, sito à Rua Muniz de Souza, 3, no Cambuci. O antigo regime de freqüência alternada foi extinto em 1953. Entrou em vigor, então, o novo regime, permanecendo o aluno durante 7 meses na Escola e 5 meses na indústria. Também nesse ano realizou-se o acordo com a Fundação do Livro para o Cego no Brasil. No ano do IV Centenário — 1954, foi inaugurada a Escola Anchieta e, na Exposição SENAI no Ibirapuera, participou a Escola de Artes Gráficas, Em 1955 o SENAI perde outro grande batalhador, o Dr. Roberto Mange, cujo falecimento ocorreu no dia 31 de maio. Em 1956 foram organizados os Cursos T1A e TIM. Finalmente, no primeiro semestre de . . . 1957, foram inauguradas as Escolas de Santos, Piracicaba, Internato Campinas e Têxtil Central. Neste ano o SENAI está organizando os Cursos de Artes Industriais e os Cursos Vocacionais. Êstes serão ministra^os nos Grupos Escolares, para alunos do 3 0 e 4 0 an0j p0r professores especializados pel0 SENAI, através dos Cursos Industriais. São êsses, em resumo, os principais acontecimentos, durante a curta mas aproveitável existência do Serviço Nacional de Aprendizagem Industrial.

"A Fôrça e o Prestígio do Sindicato são resultantes do maior número de Associados — Faça-se Sócio da sua Entidade de Classe".


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TRABALHISTA

Esta secção responderá a qualquer consulta sôbre questões trabalhistas. As mesmas deverão ser feitas pelo telefone 32-4694, pessoalmente ou por carta dirigida ao Sindicato das Indústrias Gráficas (Departamento Jurídico) — Rua de São Bento, 405 - 14.° andar - conjunto 1433 - Cx. Postal, 7815 -—- São Paulo.

INDENIZAÇÕES A indenização devida pela rescisão do contrato por prazo indeterminado será de um mês de remuneração por ano de ser­ viço efetivo, ou por ano e fração igual ou superior a seis meses, de acordo com o artigo n.° 478, da Consolidação das Leis do Trabalho. Para os empregados que traba­ lham à base de comissão ou que tenham direito a qualquer percentagem sôbre os lucros da emprêsa, a indenização deverá ser calculada sôbre a média das comissões ou percentagens recebidas pelo empregado nos últimos três meses de serviço. Aos empregados que trabalhem por tarefa, ou serviço feito, a indenização será calculada na base média do tempo costumeiramente gasto pelo empregado para a realização do seu serviço, calculando-se o valor que seria feito durante 30 dias. Nos contratos que possuam têrmo esti­ pulado, o empregador que sem justa causa despedir o empregado, será obrigado a pa­ gar-lhe, a título de indenização, metade da remuneração a que teria direito até o têr­ mo do contrato. Havendo têrmo estipula­ do, o empregado não poderá se desligar do contrato, sem justa causa, sob pena de ser obrigado a indenizar o empregador dos prejuízos que dêsse ato resultem. A inde­ nização, porém, não poderá exceder aquela a que teria direito o empregado em idên­ ticas condições. RECOMENDAÇÕES AOS EMPREGADORES * Muitas vêzes, a emprêsa querendo experimentar um empregado antes de o admitir definitivamente, deixa-o trabalhar, sem o registrar. Êsse não é o meio ade­ quado para a experiência, sendo o mais aconselhável fazer um contrato de expe­ riência com o empregado. * O contrato de trabalho deve ser sem­ pre por escrito para se poder estabelecer

pormenorizadamente as funções, salários e outras condições evitando-se assim qualquer dúvida futura. * Os pagamentos de férias, salários, in­ denizações, etc. deverão ser feitos mediante recibo assinado pelo empregado. Igualmen­ te, qualquer comunicação feita pelo empre­ gador ao seu empregado, tais como suspen­ sões, advertências, etc., deverão ser feitas por escrito e assinadas pelo empregado e por duas testemunhas. * Quando o empregado deixar a em­ prêsa, deverá assinar recibo de férias e de salários separadamente. O pedido de de­ missão também deverá ser separado. Quan­ do é o empregado que pede demissão, não deverá declarar que recebeu indenização e aviso prévio, se isso realmente não se deu. * Se houver transação ou renúncia de direitos, isso deve constar expressamente. * Exigir recibo das comunicações, car­ tas ou avisos, bem como da entrega dos documentos do empregado. * Convém fazer recibos e celebrar acor­ dos individuais. * Atentar bem aos prazos para cum­ primento das exigências legais. * Quando o empregado cometer falta, conforme a natureza desta, a despedida de­ ve ser sumária ou ser precedida de adver­ tência e suspensão. * O aviso prévio só deve ser dado quando não houver motivo justo para des­ pedida. Entretanto, o período correspon­ dente integra o tempo de serviço do em­ pregado, de sorte que se com isso comple­ tar êle 12 meses de serviço (ou fração de seis meses, se tiver mais de um ano de serviço) terá direito à indenização e, indis­ cutivelmente, a férias. * Manter todos os livros, escritas, pa­ péis, documentos, etc. em perfeita ordem. * Não despedir empregado estável que cometer falta grave, mas requerer o com­ petente inquérito, dentro de 30 dias.

"O Sindicato, unindo os Industriais Gráficos, melhor ampara e resolve seus problemas".


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I E x p o s iç ã o do L iv r o Realizou-se na Escola de Artes Gráficas do SENAI, a I Exposição do Livro, organi­ zada por coleta de material tomado empres­ tado dos professores, instrutores e alunos da Escola, abrangendo obras raras, livros técnicos e artísticos, gravuras e folhetos. As obras foram selecionadas, obedecendo aos princípios gerais básicos, de interêsses bibliográficos (variedade, concepção, ilus­ tração artística, data da edição, etc.) e, por se tratar de uma escola gráfica, de elemen­ tos de valor didático (paginação, estilos, técnicas diversas, emprêgo das famílias de tipos, vinhetas, fios, etc.). A colocação dos livros obedeceu a ordem cronológica do tempo, todos êles com as respectivas informações. Isso nos deu uma idéia da evolução técnica e artística do li­ vro, partindo do século XVI, com uma re­ produção do famoso livro “ Sermões do Pa­ dre Antônio Vieira, datado de 1692, até che­ garmos à época atual, com diversas obras das mais variadas procedências. Entre várias raridades expostas, desta­ cou-se o “ Micro-Livro” , que se encontrava

na mesa do centro (vide foto), onde pude­ mos ler (através de uma lente), um “Pa­ dre Nosso” , impresso dentro do espaço de 5 mm x 5 mm, demonstrando o alto nível técnico que alcançou a fundição de tipos no mundo atual. O original foi gravado a buril, à mão, sôbre a ponta de uma punção. Desta punção se fundiu um “tipo” o qual serviu para imprimir a minúscula página. Destacaram-se ainda, os livros “ Promenades” , impresso em 1730, Contes, impresso em 1797 e “ O Quadro Histórico da Provín­ cia de São Paulo” , o livro mais antigo im­ presso no Brasil, que data de 1864, além das primeiras litografias brasileiras, im­ pressas pelo Sr. Humberto Rebizzi. Anexa à Exposição, sob o patrocínio do Grêmio Monteiro Lobato, também funcio­ nou a “ Campanha” Contra as Revistas Per­ niciosas e Histórias em Quadrinhos” , ten­ do por objetivo a divulgação da boa leitu­ ra e o. combate às revistas de histórias em quadrinhos e publicações perniciosas.

Aspecto da Exposição, notando-se, ao fundo, três das primeiras litosrafias brasileiras, obras do Sr. Humberto Rebizzi e, sôbre a mesa central, a lente, sob a qual está sôbre o “ micro-livro",


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Noção do Ph das Soluções A propósito do artigo "Noção do Ph das Soluções", assinada pelo Sr. Waldemar Augusto de Oliveira e publicado no BOLETIM DA INDÚSTRIA GRÁFICA do mês de maio próximo passado, n.° 86, recebemos do Sr. Ivo Giorgetti, da firma Artes Gráficas do Brasil S/A., um dos mais pro­ fundos conhecedores das técnicas litográficas no Brasil, a missiva gue abaixo transcrevemos, na gual o nosso leitor discorda, em alguns pontos, do nosso colaborador. Por ser um assunto que muito interessa aos industriais gráficos, em especial aos que se dedicam ao ramo de litografia e offset, publicamos também a resposta do Sr. Waldemar Augusto de Oliveira. São Paulo, 21 de Junho de 1957. limo Snr. Waldemar Augusto de Oliveira CAPITAL Prezado Senhor Acabo de ler. no Boletim da Indústria Grá­ fica, maio de 1957, n.° 86, seu artigo "Noção do pH das Soluções". Felicito-o pela contribui­ ção que pôde dar com a publicação de artigos técnicos, para um melhor conhecimento dos pro­ gressos da indústria gráfica. Discordo porém, de alguns pareceres por considerá-los em parte não condizentes com a verdade prática, e em parte, por serem antiquados e portanto já estarem mo­ dificados. Senão vejamos: A ) — O senhor indica dois métodos para a me­ dição do pH: o eletrométrico e o colorimétrico; e desaconselha o primeiro por ser de elevado preço e por "não haver nenecessidade, na maioria dos casos, de um pH 100% certo, podendo ter uma peque­ na variação de pH sem afetar grande­ mente os resultados finais do trabalho". E‘ necessário esclarecer de antemão que há dois diferentes métodos colorimétricos: o sistema de ",soluções indicadoras" e o sistema de "papéis de ensaio". Atualmente, nos centros gráficos adianta­ dos é preferido o método eletrométrico pelos seguintes motivos: l.°) — Desvantagem dos métodos colori­ métricos = E' difícil medir o pH de soluções coloridas. E‘ particular­ mente difícil medir o pH de solu­ ções contendo Bicromatos porque êstes não somente coloram forte­ mente a solução, como podem rea­ gir com o próprio indicador e per­ der a sua cõr. Se a solução con­ tém uma elevada concentração de sais êsse método poderá indicar um pH mais alto. Erros podem ocorrer também, com soluções de albumina. E’ difícil medir as soluções que con­

tém pequenas quantidades de sóli­ dos, como a água; com estas solu­ ções fracas o próprio indicador alte­ ra o pH da solução em exame, de modo que a leitura é errada. 2.°) — O método eletrométrico tem as vantagens de dar uma leitura rá­ pida e precisa; as leituras não são prejudicadas pela cõr da amostra ou pelos agentes oxídanfes ou redufivos que a mesma possa ter. B) — O senhor afirma: "A maioria das soluções usadas em offset poder ter uma pequena variação de pH, sem todavia afetar gran­ demente os resultados finais do trabalho". Pergunto: Qual o grau de tolerância na expressão "pequena variação?" Experimentei os dois métodos e logo aban­ donei o método colorimétrico, por apresen­ tar em vários casos, resultados bem longe da realidade seja pelos inconvenientes aci­ ma apontados, seja pelos erros de inter­ pretação visual. Aconselho o método ele­ trométrico; o seu preço elevado é larga­ mente compensado pela ausência de pre­ juízos que outro método pode causar. C) — Para as chapas de zinco o senhor indica a água com pH 3,n8. Discordo pois há vários anos êste pH é condenado. O pH 3,8 era usado nos primórdios dos estudos do pH em litografia (1932); muito pouco, naquele tempo, era conhecido entre as reações da sensibilidade das chapas e o pH. Há vários anos, estudos mais apro­ fundados do pH e a melhoria na feitura das chapas, condenaram uma acidez tão baixa na água; com chapas bem dessensibilizadas o pH deve estar entre 5 e 6; aliás a concepção hodierna é de que o uso de água acidificada serve mais para os rolos umedecedores do que propria­ mente a chapa; todavia, há casos em que a chapa necessita de água com pH abaixo de 5 e até aquém de 3,8 mas são casos particulares e pouco comuns. O uso pa­ drão de um pH 3,8 acarreta sem dúvida


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alguma, todos os inconvenientes por si enumerados mais abaixo, ou seja influên­ cias nos rolos, na tinta. ataque das par­ tes gordurosas das chapas etc. Ademais não é certo fixar um determinado valor pH como padrão para as chapas de zinco pois é possível que um determinado pa­ pel, uma determinada tinta requeiram um ajuste do pH diferente do pH padrão; chapas com imagens reticuladas poderão requerer um pH diferente de imagens com chapados grandes; si a temperatura e umidade mudarem a mesma chapa po­ derá requerer um pH diferente. E todos êsses fatores acentuam-se ainda mais em máquinas de mais de uma côr. Em geral se o pH descer muito abaixo de 4 po­ derão surgir os seguintes contratempos: l.°) — Baixa duração das chapas. 2.°) — Redução ou " cegueira" da imagem. 3.°) — Sensibilidade à tinta das áreas sem ima­ gem. 4.°) — Falta de secagem da tinta. E' óbvio que entre nós. por falta de co­ nhecimentos sôbre o pH êsses inconve­ nientes são atribuídos ao fazedor de cha­ pas. ao impressor. a tinta, ao papel, etc. mas nunca aos efeitos do pH na solução. Infelizmente, como assevera, não conheço nenhuma indústria gráfica que compreen­ da ou conheça a importância do controle do pH. Há vários anos usamos o controle pH em todos os casos onde êle é neces­ sário e naturalmente estamos colhendo os frutos. Sem outro particular, deixo aqui registrados os meus maiores agradecimentos pela atenção, subscrevendo-me Atenciosamente IVO GIORGETTI São Paulo, 28 de Agosto de 1957 limo. Sr. /vo Giorgetti CAPITAL Recebi sua carta, no dia 3 dêste, a qual contém vários comentários sôbre o artigo de mi­ nha autoria, " Noção do pH das Soluções", pu­ blicado no Boletim da Indústria Gráfica, n.° 86, de maio dêste ano. Torna-se realmente difícil aos que militam nos campos técnicos e científicos escrever livros, artigos ou opinar sôbre fatos que estão sujeitos a constantes desenvolvimentos como por exem­ plo as ciências atômicas, medicina, tecnologia dos ofícios industriais, etc., que se modificam à medida que os dias passam. Essas modificações são ocasionadas pelo próprio desenvolvimento das ciências e aplica­ ção destas em todas as atividades humanas on­ de se procura aperfeiçoar, mecanizar, divulgar e simplificar sistemas ou conceitos em benefício da coletividade geral.

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No ramo gráfico há os ofícios clássicos que desde sua invenção poucas transformações so­ freram e que muito pouco poderão vir a sofrer. Entre êsses ofícios podem-se citar a tipografia, a impressão tipográfica, a encadernação que poucas transformações sofreram desde a época de sua invenção. Há os ofícios modernos, pelo contrário, ain­ da em face de transição, fotogravura, impressão offset, rotogravura, etc., que estão constante­ mente em evolução. Êstes ofícios tornam-se difí­ ceis de serem assimilados, parte por serem no­ vos e pouco divulgados, e parte por exigir da­ queles que os exercem um pouco de conheci­ mentos gerais, tais como noções elementares de química, física, mecânica, etc., o que dificulta grandemente a tarefa daqueles que trabalham nêle. Principalmente entre nós. Às vêzes, acontecem-lhes certos contra-tempos da ordem citada acima, e não sabendo êles para quem apelar, fazem as mais desconcentradas afirmações procurando não demonstrar o conhecimento que tem do assunto. Na maioria dos casos não os culpo, pois, além de conhe­ cimentos gerais faltam-lhes meios, apoios, e tc .. Não é possível elevar, da noite para o dia, o padrão técnico ou cultural de uma coletivida­ de. E' preciso primeiro despertar o interêsse desta coletividade e depois dar-lhe o material e a possibilidade de por si só se desenvolver. Na minha opinião, é como se fôsse no gru­ po escolar, onde se começa a aprender os pri­ meiros rudimentos das ciências e da literatura, para depois passar ao ginásio, colégio, faculda­ de. desenvolvendo, cada vez mais, aquêles co­ nhecimentos iniciais e superficiais até atingir às partes mais complexas dos mesmos. Não tive nenhuma pretensão de querer, com meu modesto artigo transformar técnicas e intro­ duzir conceitos. Quiz apenas divulgar o que se faz em outros países mais adiantados e des­ pertar o interêsse de maneira fácil, simples e objetiva naqueles aos quais o artigo é dirigido: os impressôres. Diz o senhor, na sua carta, discordar da indicação do pH 3.8 para as chapas de zinco, afirmando que esta técnica é antiquada, conde­ nada, e só usada até 1932. A êsse respeito tenho a lhe dizer que du­ rante os dez meses que estive na Europa, em 1953, estudando tecnicamente impressão offset, em Escola Técnica, especializada, e nos maiores estabelecimentos da indústria francêsa, inglêsa e italiana, e na própria literatura técnica que sempre inclue aperfeiçoamentos conseguidos nos U.S.A., o conceito e o princípio são os mesmos apontados no meu artigo. Na França, entre a literatura técnica atua­ lizada encontrei livros antigos sôbre litografia, offset, fotogravura, etc. e comprei-os. Entre êsses livros existe um manual com­ pleto traduzido do original norte-americano


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0932) "Modem Lithography for Apprentices" da "Technical Foundation” de Nova York. Êstes livros não mencionam nada sôbre pH de soluções. Havia naquele tempo acidificação da água por tentativas, mas não um estudo propriamente dito do pH aplicado na impressão offset. A introdução desta técnica é posterior crquêle ano, apontado por V.S. . Em 1952, o senhor Allain Bargilliat lançou em Paris o livro Photo-Gravure, muito aperfei­ çoado e atualizado. E nas principais livrarias da Europa, Itália, Inglaterra, Bélgica, etc., não encontrei nada que contradissesse o sr. Allain. O senhor Allain Bargilliat é engenheiro e atualmente diretor do "Institut National des In­ dustries et Arts Graphiques" de Paris, milita no campo gráfico por mais de 25 anos, sendo um dos principais representantes francêses às con­ venções internacionais de artes gráficas, que sempre se realizam naqueles países. E seu con­ ceito atual sôbre o pH é de 3.8 para as chapas de zinco e 4.6, para as de alumínio. Êste con­ ceito é o mesmo que o dos norte-americanos. Pessoalmente eu considero êste técnico fran­ cês uma das maiores autoridades do campo grá­ fico internacional. Entre as publicações dêsse técnico, existe ain­ da um outro livro, atualizadíssimo, sôbre impres­ são tipográfica: TYPOGRAPHIE-IMPRESSION". Eu costumo tomar a medida do pH 3,8 co­ mo base para a acidificação da água usada nas máquinas impressoras e modificar essa medida d e acordo com as variações que o material (pa­ pel, tinta, natureza do serviço, etc.) possa apre­ sentar. A seguir vão as outras respostas: A ) — Se citei apenas um método colorimétrico foi somente para generalizar e tornar accessível êstes conhecimentos aos impressôres offsetistas aos quais o artigo foi de­ dicado. Na verdade nem é um e nem são dois os métodos colorimétricos; Eu conhe­ ço 3 e acredito que ainda haja outros; I — Bloco Comparador (de Walpole) aperfeiçoado pelo americano Taylor, de emprêgo muito generalizado. II — Comparador de Discos (tubos gra­ duados) baseado no princípio aci­ ma, porém de um manêjo mais sim­ ples e diferente. III — Papéis Indicadores (Tornasol-Farbskala) que são os mais simples. Citei no meu artigo êste último processo, não apenas por ser o mais simples mas por ser o mais accessível para os nossos impressôres, o s quais com pouca despesa poderão adquirir êste material e começar a fazer suas experiên­ cias e observações. Êste estudo inicial, servindo-lhes de introdu­ ç ã o neste campo, podería lhes interessar em

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métodos mais aperfeiçoados, colhendo êles os justos resultados que êstes conhecimentos pos­ sam lhes proporcionar. Reproduzo abaixo palavras do senhor A. Aprá Netto encontradas na revista Brasil Grá­ fico n.° 12. Êste senhor é um conceituado enge­ nheiro, conhecedor do assunto e " attaché" ao nosso campo gráfico, que à pág. 62 daquele mensário escreve: "A simplicidade e rapidez das determi­ nações colorimétricas emprestam a êstes processos certa preferência relativamente ao método elétrico. Embora, de outro la­ do, sejam aquêles criticados pela sua me­ nor precisão. De modo geral, no conjunto, as vantagens e desvantagens de um e de outro dêsses processos são igualmente di­ vididas, competindo antes ao operador sa­ ber discenir o método mais recomendado ao seu caso particular” . l.° — A primeira parte desta sua contestação é evidente e está anotada no meu artigo. a) Quanto ao caso do bicromato é rela­ tiva a coloração que êle possa causar nas soluções, depedendo isso da quan­ tidade de preparação (contendo bicro­ mato) que adiciono à água alcança o pH que desejo sem contudo alterar " fortemente" sua coloração. A água neste estado pode ser medida com aproximação satisfatória e funcionar regularmente, na máquina. Natural­ mente êste trabalho exige um pouco de prática e ” bon sense” da parte do impressor, para efeito de avaliação de tonalidades. b)

Quanto ao estudo sôbre sais eu o considero mais no campo da química, que para os trabalhos correntes de impressão offset. embora a presença daquela neste campo não deva ser negligenciada. O conceito que tenho de sal é êste: E' o resultado da ação de um ácido sôbre uma base ou me­ tal (amônea. zinco, etc.).

Nas preparações onde entram pequenas quantidades de bicromato de amônea, a con­ centração de sais é tolerável. Quando a acidulação da água se faz sem o contacto de bicro­ mato, então não há formação de sais. A formação de sais e sulfatos se registra quando se " prepara" a chapa (gravador ou im­ pressor). Êste sal formado na superfície da cha pa (grana), em conjunto com a goma e a água acidificada, oferecem maior resistência à tinta. (Considerem-se as partes mecânicas da máquina regularmente acertadas). Se a água fôr fortemente acidificada, have­ rá reação entre o ácido contido na água e o sal (sulfato) depositado sôbre a grana, e ainda êste ácido poderá atacar o suporte da imagem


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(esmalte ou albumina) e ocasionar o enfraque­ cimento dêsse suporte, o qual perde suas pro­ priedades gordurosas e atrativas para com a tinta. O excesso de ácido na água pode também atacar os veículos dos pigmentos (vernizes) da tinta e ocasionar transformações no seu secamento, etc. . A água comum não dissolve óxidos metáli­ cos, que possam eventualmente se formar sobre a grana. A consequência disso seria o apare­ cimento de velaturas. O problema das soluções de albumina, creio que não pertence ao impressor. E' problema de fotocópia. c)

Se é possível medir satisfatoriamente o pH da água onde entram corpos sólidos como bicromato, goma e, às vezes, certos ácidos, penso também que seja possível medir satisfatoria­ mente o pH da água comum.

2.° — A respeito dos métodos colorimétricos e eletrométricos reproduzo-lhe abaixo o que pensam os norte-americanos sobre esta questão:

"Determinacion dei pH" El método mas satisfactorio para deter­ minar el valor pH para el procedimento otfset, es el colorimétrico, que cualquiera aprende en seguida a utilizar. El equipo necesario cuesta poco, es facil de conser­ var e su exactitud cumple los requisitos de procedimiento." EL ARTE TIPOGRÁFICO N.° 271 -pág. 14

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B) — A esta sua pergunta, acho difícil encon­ trar uma resposta exata, porque pereceme um assunto mais de química, com laboratórios bem aparelhados, bons quí­ micos, e tc .. E aqui no Brasil não existe um PATRA (como o da Inglaterra) que estude os problemas das artes gráficas. Mesmo para os americanos do norte e europeus, penso que também seja difícil precisar esta " pequena variação" sem que se dedique a um custoso e demora­ do método experimental. Para mim, êste qrau de tolerância pode ser aproximadamente encontrado uma vez que para cada caso se aliem a teoria, a prática e as conclusões lógicas. A êste respeito cito-lhe ainda um outro trecho de fonte capacitada: "O processo de medida, por meio dos indicadores coloridos, é de uma simplicidade extraordinária, daí a razão para sua preferência em me­

didas correntes, para as quais não não se reclame rigor exagerado. Os resultados que podem ser alcan­ çados atualmente, dado o grau de aperfeiçoamento dos modernos mé­ todos de comparação, são suficiente­ mente precisos para a maioria das operações industriais ordinárias". BRASIL GRÁFICO N.° 12 - pág. 19

Eng°. A. Aprá Netto BRASIL

O método colorimétrico usado acima não é, logicamente, o de "papéis indicadores" e sim o método aperfeiçoado Taylor T-O. A indicação do uso dêsses "papéis indica­ dores" foi mais com o intuito de interes­ sar aos impressôres neste estudo, e para que os mesmos possam começar a adqui­ rir controle sobre a água usada no umidecimento das chapas offset. Mas, fazê-lo de uma maneira simples, rápida, não dis­ pendiosa e com resultados imediatos. Ao meu ver, acho impossível falar aos impressôres (quase todos) sobre pH de soluções sem lhes dar primeiramente uma noção superficial de química. Além disso, sabe-se que, aqui no Brasil há falta de interêsse e apoio dos Sindi­ catos patronais e de trabalhadores para se fazerem pesquisas e colher resultados em pról da coletividade que trabalha no ramo. Prova disto é que o próprio De­ partamento de Pesquisas do Sindicato das Indústrias Gráficas de São Paulo foi ex­ tinto há anos, sem quaisquer protestos, inclusive dos patrões. C) — A expressão "pH padrão" contida na sua carta não tem razão de ser, uma vez que ela não consta no meu artigo. Não seria lógico querer adotar tal regra, sabendose que certos tipos de papéis possuem propriedades alcalinas (até pH 8.5) em vez de ácidas (pH 6 a 5) que é regra geral. A alcalinidade daqueles papéis pode, aos poucos, se depositar na superfície da cha­ pa e neutralizar parte da acidês (película de sulfato) nela contida. A própria água do tanque pode se neutralizar em conse­ quência dêsse ataque alcalino. Nesse caso, seria então necessário au­ mentar o pH da água, a fim de contra­ balançar aquêle ataque alcalino, a) A água acidificada não serve somente para manter o bom estado dos rolos mas também, e especialmente, para manter limpas as regiões da grana, isto é, man­ ter as propriedades da película de sulfato lá depositada. c) Com pH relativamente forte, a duração da chapa e " cegueira" são um caso só. Consiste no ataque do ácido aa suporte


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da imagem (esmalte ou albumina) o qual perde suas propriedades atrativas para com a tinta. d) A água com pH relativamente forte não torna sensível à tinta as áreas sem ima­ gem (grana). Pelo contrário, a tinta tem mais dificuldade em aderir a essas regiões. e) Em resposta à sua observação contida no item "c" de sua carta transcrevo abai­ xo alguns trechos de livros e revistas me­ recedoras de crédito: "En cuanto al valor más apropiado para la solucion, suele recomendarse el de pH 3.8 para las planchas de cinc y pH 4.6 para las de alu­ mínio, o lo más apropiado posible a esos valores, y generalmente la experiência ha demonstrado el acierto de esas recomendaciones". EL ARTE TIPOGRÁFICO N.° 271 - pág. 40

F. R. MAC CRUMB U.S.A.

Valeurs de quelques pH en offset eau de mouillage pour le zinc Aluminium ...............................

pH = pH =

CLI CHÊS LARGO

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PAISSANDÚ,

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PHOTO LITHO EDITION 1952

GRÁFICA

Allain Bargilliat França

Fiquei muito satisfeito pela sua crítica, a qual demonstrou-se que existe entre nós quem se interesse por êsses assuntos tão importantes para as artes gráficas. Na minha opinião, penso que deveria haver um contacto mais estreito entre pessoas como o senhor e outros técnicos capazes, que possuímos, a fim de debater assuntos de interêsse das artes gráficas, como fazem os técnicos europeus. Os resultados viriam, acredito, beneficiar grandemente a indústria gráfica brasileira. Sem mais assunto, agradeço-lhe a interven­ ção construtiva, e peço-lhe que continue alerta e incentivando os ''offsetistas'' a transmitirem através de artigos escritos a experiência que cada um possui. Quanto a mim, ponho à sua inteira disposição e a de todos os colegas de ofício, os meus modestos conhecimentos de ins­ trutor de apredizagem. Atenciosamente, WALDEMAR A. DE OLIVEIRA

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Legislação O contato diário que mantenho com a Justiça do Trabalho e que data de sua creação, me assegura o direito de afirmar que, grande parte dos insucessos do em­ pregador, quando se vê às voltas com uma reclamação, é devido ao seu quase absoluto desconhecimento do texto trabalhista, bem como à nula orientação que possue, no que diz respeito ao que constitua “falta grave” , isto é, ao ato funcional que autoriza ao pa­ trão uma sumária despedida sem o paga­ mento do pré-aviso e indenização. Primeiramente, convém que se esclareça que, ao contrário do que pretende o jurista Evaristo de Morais Filho, “ falta-grave” não é sinônimo de “justa-causa” . Pode-se afir­ mar que de uma maneira geral: “ falta-grave” são os atos funcionais, infringentes do contrato de trabalho mas que, embora de natureza leve, crescem consideràvelmente de impor­ tância, autorizando a dispensa do não estável e, após o devido inquérito, a rescisão contratual com o estável” . Verifica-se des’arte, que, sendo esta fal­ ta — isoladamente — considerada de pou­ ca gravidade, sua repetição vem a transfor­ má-la, autorizando ao empregador a des­ pedida do funcionário. E’ o caso de trabalhador que falta ao serviço. Uma dessas faltas não autoriza a dispensa, mas sim a aplicação de penas “ leves” (advertências verbal e escrita, sus­ pensões). Suponha-se, porém, que, apesar de advertido, muito embora suspenso, con­ tinue o funcionário a faltar ao serviço. O conjunto de tais faltas vem a permitir à emprêsa a dispensa do empregado, pois, por sua repetição, por sua reincidência especí­ fica, assumiram aspecto mais danoso ao pa­ trão, tornando-se, por isso, justa causa pa­ ra a dispensa. Concluímos, pois, que existem faltas que, praticadas pelo empregado, só autorizam a aplicação de penas brandas como no exem­ plo figurado e, só mesmo por sua reitera­ ção é que se tornam justas causas. No cita­ do exemplo, as faltas ao serviço, deixaram, portanto, de ser consideradas simplesmente como tais, para se caracterizarem como dissidia, um dos justos motivos para a rescisão do contrato de trabalho, apontados pelo art. 484 da Consolidação. Vemos, assim, que a dispensa do empre­ gado só se autoriza mediante a prática de

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T rab alh ista

(A. N. F.)

uma justa causa, ou seja, de uma falta im­ portante, danosa para o patrão ou que pos­ sa afetar a continuação dos laços laborais. 0O0 Mas — além de importante, a causa de­ ve ser atual, isto é, a sanção correspondente ao ato tido como infringente do contrato de trabalho deve ser aplicada logo após. Não pode a lei admitir que, tendo o tra­ balhador agredido, sem motivo a um seu colega de serviço, só venha a ser despedido semanas ou meses após. Mozart Victor Russomano, êste admirá­ vel jurista (Comentários à Consolidação das Leis do Trabalho, vol. II), consagra tal re­ gra, não fazendo menção, todavia, a nenhu­ ma exceção que a ela comporte. Entendo, não obstante, que o assunto merece bas­ tante ponderação. Em primeiro lugar, temos o caso do^— " empregado estável. Muito embora tenha-___ praticado a falta em determinada ocasião, sua dispensa só se efetivará muitas vêzes anos após, isto é, depois de transitado em julgado a sentença que julgar como prece­ dente o respectivo inquérito. Temos, ainda, outro caso: — Suponha-se que o funcionário se apro­ prie de dinheiro ou bens pertencentes à fir­ ma. Tal fato, qualificado como justa-causa pela alínea “a” do artigo 482 da Consolida­ ção das Leis do Trabalho, pressupõe, a fa­ vor do patrão, o direito de despedir o em­ pregado. Suponha-se mais tal falta — ato de improbilidade — só venha a chegar ao conhecimento da emprêsa meses após a perpetração do ato. Nesse caso, é defeso ao patrão rescindir o contrato de trabalho, obrigando-se a con­ servar um funcionário que não merece mais sua confiança ? — Não, absolutamente. Muito embora inexista a “ atualidade” entre a falta e a pena, esta é perfeitamente cabível. Tratase, como se vê, de um requisito que nada tem a ver com a data, com a ocasião em que a falta foi praticada mas, muito ao contrário, seu ponto de partida data do momento em que o empregado tomou co­ nhecimento do fato. Mas, mesmo a partir do momento em que o empregador tomou conhecimento do fato considerado como justo-motivo para a rescisão, pode mediar um lapso relativa-


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mente longo para a aplicação da pena de demissão. Exemplifico : Determinado empregado conta com sete, oito ou mais anos de casa, tendo se mostra­ do sempre diligente, honesto e disciplinado. Certo dia, chega ao conhecimento do em­ pregador que, na véspera, êste funcionário furtou dinheiro ou valores da firma. Fur­ tou ou teria furtado, mas o fato é que o dinheiro ou tais valores sumiram do lugar onde estavam guardados. Considerando os ótimos antecedentes do empregado acusado do crime, não deve e não pode a emprêsa, sumàriamente, despe­ di-lo sob tal acusação. Ao contrário, pro­ curará, examinando os fatos, sindicando a respeito, verificar se, efetivamente seu au­ tor foi aquele. Tais providências, não ra­ ro, requerem certo tempo, e não seria jus­ to que, após concluir o patrão pela autoria e culpabilidade do empregado, mesmo pro­ vando tudo isto na Justiça do Trabalho, viesse a perder a questão, sob o funda­ mento de que a penalidade teria perdido sua “ atualidade” . 0O0 Passarei agora a, individualmente, exa­ minar tôdas as justas-causas autorizadoras da despedida direta.

DA

INDUSTRIA

GRÁFICA

O artigo 482 da Consolidação faz refe­ rência, em primeiro lugar ao ato de im­ probidade. Caracterizam a improbidade o abuso, a fraude, a má-fé. Suas formas mais comuns são o furto e o roubo, todavia reveste-se das mais variadas modalidades. Comete ato de improbidade quem, indèbitamente se apropria de bens da firma, como ímprobo é o empregado que, median­ te pagamento favorece um subalterno, co­ mo ainda o que, em seu próprio benefício desvia mercadorias consignadas a terceiros, etc., etc. Não é necessário, para a caracterização da justa-causa, que o empregado, por tal fato, tenha sido condenado pela Justiça Criminal, como não se exige, também, que o fato apontado como justo-motivo para a rescisão seja considerado como crime. Co­ mo bem esclarece Mario de La Cueva, “ nem todo o ato de improbidade constitui delito” . E, tampouco se exige que êste fato tenha sido praticado dentro do estabelecimento onde trabalha o empregado, pois, aquele que, em sua vida particular não se com­ porta honestamente, deixa de merecer a confiança da emprêsa, autorizando sua des­ pedida. (continua)

Produção e consum o de papel O Brasil consome anualmente cêrca de 450 mil toneladas de papel para todos os fins, sendo 180 mil toneladas de papel de imprensa e 270 mil toneladas dos outros tipos. Dêsse modo, o consumo (per capita) global pode ser calculado em 7,5 quilos, dos quais 3 quilos de papel de imprensa e 4,5 quilos das demais espécies. Tais quan­ tidades são ainda bastante modestas, em comparação com as quotas por habitantes dos países europeus ou norte-americanos. Depende ainda o mercado interno, em grande parte, do produto estrangeiro, prin­ cipalmente no que se refere ao papel des­ tinado a impressão de livros e jornais. Em 1956, segundo o Serviço de Estatística Eco­ nômica e Financeira (IBGE), importamos 162.044 toneladas de papel em geral, no valor de 731,1 milhões de cruzeiros ou 35,9 milhões de dólares. Nesses totais o papel

de imprensa figura com 136.460 toneladas (84,2%) no valor de 516,2 milhões de cru­ zeiros (70,%) e 27,3 milhões de dólares (76% do total). A produção nacional tem-se desenvolvido em ritmo relativamente rápido, notando-se, entretanto, certo atraso na fabricação do papel-jornal. Em 1956, a produção dêste foi estimada em 45.000 toneladas, quantida­ de que corresponde apenas a um quarto do consumo interno (25%), ao passo que do papel para outros fins teríamos produ­ zido 244.000 toneladas (ver Relatório do Banco do Brasil), parcela que já atinge a 90% das necessidades do país. Quanto a celulose, matéria-prima básica nesse setor industrial, nossa produção foi da ordem de 110 mil toneladas quase igual a nossa im­ portação que alcançou 119 mil toneladas.

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C o n selh o s im p o rtan tes Um pequeno ferimento, causado em aci­ dentes do trabalho, pode, muitas vêzes, transformar-se em grave lesão, quando não tratado convenientemente. Muitas vêzes o empregado recorre a curativos de emergên­ cia, dispensando um melhor tratamento na Cia. seguradora. Cessando a responsabili­ dade da seguradora, após 24 horas, muitas vêzes essas pequenas lesões, transformadas em grave lesão por falta de assistência mé­ dica, acarretam grandes aborrecimentos ao empregador, que então arcará com tôda res­ ponsabilidade, pois é obrigado, encaminhar o acidentado ao ambulatório médico da se­ guradora, dentro daquele prazo estabeleci­ do por lei. Recomendamos pois aos indus­ triais gráficos, nunca deixarem de comuni­ car o acidente ocorrido, enviando imediata­

mente o empregado ao seguro. Dessa ma­ neira estarão isentando-se de responsabili­ dades futuras, assim como contribuindo pa­ ra que a cura da lesão se processe mais ràpidamente, em virtude do pronto socorro prestado. Outra obrigação do empregador é a de exigir do empregado, após a fase do trata­ mento em que se submeteu na seguradora, a alta do médico. Permitindo que um em­ pregado trabalhe sem a alta, estará o em­ pregador contribuindo para que a lesão exi­ ja uma fase mais prolongada de tratamen­ to, principalmente na indústria gráfica, on­ de a mão é a parte do corpo mais atingida. Em 90% dos casos de acidentes do traba­ lho, na indústria gráfica, as mãos são as partes atingidas.


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DA

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GR A F IC A

U m a Escola S E N A I especializada em Artes Gráficas O que é o SEN A I Síntese histórica da Escola de Artes Gráficas

O Serviço Nacional de Aprendizagem Industrial (SENAI) é uma entidade autô­ noma, organizada e dirigida pela indústria. Tem por finalidade cuidar do preparo e do aperfeiçoamento técnico dos industriários. Os recursos financeiros com que conta para a sua manutenção saem exclusiva­ mente dos industriais, sob a forma de con­ tribuições estipuladas em lei. O SENAI mantém uma administração nacional de planejamento, coordenação e controle, compreendendo um Conselho e um Departamento, com séde no Distrito Federal. Mantém ainda administrações re­ gionais de execução direta. A presidência do Conselho Nacional cabe ao presidente ■da Confederação Nacional da Indústria, e a dos Conselhos Regionais aos presidentes das respectivas Federações das Indústrias. São Paulo integra a 6.a Região do SE­ NAI, juntamente com Goiás, Mato Grosso c o Território de Rondônia. O Departa­ mento da 6.a Região tem séde na capital paulista, e a sua jurisdição se estende, co­ mo se vê, por uma extensa área territorial. O Estado bandeirante, possuindo a maior população operária do Brasil, possui tam­ bém a maior rêde escolar do SENAI no país: 27 unidades. A indústria gráfica paulista, cujo nível técnico é bem alto, emprega cêrca de . . . 21.300 trabalhadores e o número de firmas é aproximadamente de 1.250, sendo que 550 localizam-se no interior e umas 700 na Capital. Assim sendo, o SENAI não pode­ ría deixar de manter cursos para o preparo eficiente de obreiros para o ramo gráfico, e o fêz sàbiamente, destinando aos cursos de artes gráficas, uma escola especializada, localizando-a no Cambuci, por contar êste bairro com o maior contingente de estabe­ lecimentos gráficos na Capital. O velho largo do Cambuci, e seus arre­ dores, outrora ponto de pouso dos tropeiros e porta de entrada da cidade de São Paulo, apresenta-nos hoje um aspecto curioso: no alto do outeiro da Glória, a Igreja do Cam­

buci, antiga, de estilo feudal, cuja tôrre nos faz lembrar uma fortaleza e imaginar dentro dela, no alto, a figura de um ban­ deirante com a mão direita em forma de pala, auscultando o sertão; embaixo, na encosta da colina, estão as ruas Apiaí e Muniz de Souza; na confluência dessas duas ruas se ergue um edifício imponente e mo­ derno, de linhas sóbrias, de dois andares. Apresenta a configuração de um V, de vér­ tice truncado, cujas hastes dão para as duas ruas. No vértice truncado está o portal do prédio que avança em marquise sustentada por colunas revestidas de granito branco. Nêste prédio funciona a Escola de Artes Gráficas do SENAI. Ela já existia há 11 anos. Foi fundada em 31 de outubro de 1945, graças aos es­ forços do SENAI, aos desejos das firmas gráficas e à cooperação dos sindicatos do ramo, patronais e dos trabalhadores. A Escola de Artes Gráficas do SENAI, nem sempre se localizou no Cambuci. A princípio era uma escola pequena e sim­ ples, instalada em prédio adaptado, à rua 21 de Abril, 1383, no bairro do Belém. Chamavam-na a Escola C-2a, porque era uma secção da Escola C-2 do Belém, situa­ da na avenida Celso Garcia, 1281. Durante 3 anos a Escola C-2a funcionou, a título precário, na rua 21 de Abril, no prédio da então Tipografia Nunes, que foi comprada pelo SENAI, e cujas instalações e maquinários foram aproveitados e trans­ formados em escola. Ministrava ensino pa­ ra os cursos de Tipógrafo, Linotipista, Impressor, Encadernador e Pautador. Seus orientadores técnicos foram os homens da própria indústria gráfica de São Paulo. Em dezembro de 1948, a Escola C-2a transferiu-se para o edifício-séde do SENAI, à rua Monsenhor Andrade, 298, 3.° andar, ainda em caráter provisório. Desligou-se então da Escola C-2 do Belém, e passou a fazer parte da Escola SENAI do Brás, cha­ mada C-l, atualmente Escola SENAI “ Ro­ berto Símonsen” .


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G RÁFIC A

No Brás, como Escola C-la, foram man­ tidos e ampliados os cursos já existentes, com a compra de novas máquinas e insta­ lação de uma nova secção de douração de livros, como complemento da secção de en­ cadernação. Alí a Escola de Artes Gráficas funcionou durante 2 anos e meio. Finalmente, em julho de 1951, os cur­ sos gráficos foram transferidos, em caráter definitivo, para o bairro do Cambuci, em prédio amplo, construido pelo SENAI. Pas­ sando então, de secção que era de outras escolas, a ser uma unidade escolar autôno­ ma, com a denominação de Escola de Artes Gráficas do SENAI, com o prefixo C-4. Em 1954, cinco novos cursos foram ins­ talados, abrangendo atividades de clicheria e offset, que são: Fotógrafo de Reprodu­ ções, Retocador de Filmes Offset, Gravador de Clichês, Copiador e Transportador de Offset e Impressor Offset. Após 11 anos de existência, o estudo e a persistência deram frutos. Hoje ela é uma Escola SENAI que promove a apren­ dizagem diurna e noturna para onze cursos diferentes, de ofícios relativos às ativida­ des de tipografia, de clicheria e de offset. Na Escola de Artes Gráficas do SENAI, a matrícula anual atingida em 1956, foi de 707 alunos, sendo 331 aprendizes de ofício e aspirantes à indústria; 49 nos cursos pre­ liminares e 139 nos cursos rápidos. Os cursos ordinários funcionaram assim distribuídos: Compositor Manual, 52 apren­ dizes; Mecanotipista, 49; Impressor, 80; En­ cadernador, 53; Pautador, 14; Fotógrafo de Reproduções, 19; Gravador de Clichês, 26; Retocador de offset, 20; Gravador de off­ set, 34 e Impressor de offset, 33. Os cursos rápidos de artes gráficas, que têm a duração de 5 meses e funcionam 3 vêzes por semana, registraram o seguinte movimento de matrícula, em 1956: Tipó­ grafo, 36; Linotipista, 16; Impressor de Margeação Automática, que só funcionou no 2.° semestre, 9, e Desenhista para Re­ produções, 51 alunos. Os cursos rápidos são noturnos, para jovens e adultos maiores de 16 anos. Os cursos ordinários funcionam diuturnamente, em tempo integral, abrangendo num período, aulas teóricas de conhecimentos gerais e tecnologia do ofício e no período complementar aulas práticas de oficina. O curso completo dura 36 meses, assim distri­ buídos, durante 15 meses o aprendiz fre­ quenta a Escola e faz 21 meses de estágio na própria firma da qual é empregado, tudo em regime de rodízio, isto é, durante o ano letivo, o aprendiz permanece 5 me­ ses na Escola e 7 na Indústria, assim até o término do aprendizado.

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Em 11 anos de existência, a Escola de Artes Gráficas do SENAI outorgou 153 Cartas de Ofício e conferiu 66 certificados para aprendizes de cursos diurnos e 344 para alunos adultos de cursos noturnos. SERVIÇOS PARA-ESCOLARES DO SENAI O SENAI não vê apenas no setor da aprendizagem o elemento discente, mas so­ bretudo o fator humano, representado pelo futuro cidadão, que é qualquer coisa su­ perior a um aluno, simplesmente tal. Êsses serviços se objetivam principalmente por meio da assistência alimentar e médicoodontológica. Em 1956, a Escola C-4 foi enriquecida com a conclusão de seu Pavilhão Social, perfeitamente equipado, contando na parte térrea, com copa, sala do assistente social e refeitório com mesas fórmicas coloridas e cadeiras de aço, tipo Beaver. Na parte superior, o Pavilhão é dotado de salas pa­ ra funcionamento do Grêmio Escolar “ Mon­ teiro Lobato” e da Associação dos ex-Alunos (ADEAS), anfiteatro com palco girató­ rio, cabina para projeções e amplo salão para jogos, reuniões, conferências, cinema e teatro. Pelo almoço, adquirido do SESI na base de Cr$ 13,00 “ per capita” , paga o aluno dos Cursos Ordinários, apenas a importância de Cr$ 8,00, respondendo o SENAI pela diferença e despesas de trans­ porte. Desjejum, merenda e lanches para os Cursos Noturnos são gratuitos. A Escola C-4, a exemplo das demais uni­ dades SENAI, possui seus consultórios mé­ dico e odontológico, onde trabalham um médico, um dentista e um enfermeiro. Mas os serviços para-escolares, visando a auxiliar sobretudo a formação social do aprendiz, inclui também o setor recreativo (esporte, passeios, excursões, colônias de férias, jogos de salão, etc.). A VALORIZAÇÃO TOTAL DO OPERÁRIO Como se vê, o problema da aprendiza­ gem dos industriários não se limita ao as­ pecto pedagógico, mas reclama, para sua solução, a valorização total do operário, considerado como criatura humana, cida­ dão e trabalhador. O que importa não é apenas prepará-lo em sua especialidade profissional, senão também levantar-lhe o moral, instruí-lo e educá-lo. Através do SENAI a indústria vai assim atendendo, de um modo satisfatório, ao pro­ grama social-educativo que se propôs, com o objetivo de trabalhar pela nossa emanci­ pação econômica e elevar o índice de vida do trabalhador.


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P ág in a 35

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