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Uma arte para perpetuar
O mestre das miniaturas em cortiça
Mora em Santiago do Escoural um mestre que faz miniaturas de máquinas agrícolas à escala em cortiça desde os 13 anos. Uma arte que desenvolve há 45 anos da qual Joaquim Serralha gostaria de passar os segredos a alguém que quisesse seguir os seus passos.
Foi na calma e pacatez de Santiago do Escoural, interior do Alentejo, que encontrámos Joaquim Serralha, operador de máquinas e um colecionador apaixonado pelas máquinas agrícolas que têm sido a sua vida praticamente desde que nasceu. “Essa paixão nasce desde pequeno, a minha mãe até dizia que eu ainda dentro da barriga já reagia ao som dos tratores. Na altura da revolução agrícola em Portugal, com a entrada em vigor da Reforma Agrária (1975) comecei a trabalhar com os tratores, embora antes já lidasse com máquinas”, conta, explicando que foi a partir daí que nasceu o ‘bichinho’ de fazer miniaturas em cortiça, à escala. “O primeiro trator em que trabalhei, teria aí uns 9 anos e o primeiro que fiz em cortiça, foi um Ford 4000”, disse. Conforme ia trabalhando com as máquinas no campo, ia fazendo as réplicas delas em miniatura.
Na oficina que montou no topo da sua casa, onde até tem bicicletas para consertar, Joaquim Serralha guarda um largo espólio de manuais de máquinas agrícolas e é ali que encontra a serenidade para, com uma navalha, uma pedra de amolar e alguns alicates, cortar minuciosamente a cortiça e fazer as miniaturas, reunindo ao todo um lote de
32 exemplares feitos e outros 5 a serem fabricadas. Agora, aos 58 anos, o sonho comanda a vida: “Quero continuar a fazer miniaturas, é pena que ninguém abrace isto para o futuro. Espero que apareça alguém a perguntar “como se faz” ou a dizer “quero aprender” que eu cá estarei para poder passar a informação.”