Revista Abracicon Saber No.3

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Fevereiro - Março - Abril 2013 | Nº 3

SABER

Publicação Trimestral da Academia Brasileira de Ciências Contábeis.

Terceiro Setor: Uma realidade, uma esperança

Conversa Afinada O Planejamento Estratégico e a Gestão da Tecnologia da Informação (TI)

Palavra do Mestre

Perfil

Normativismo e Positivismo em

Personalidades em destaque na

Contabilidade: Algumas

Contabilidade: Eduardo Augusto

Considerações

Rocha Pocetti



ABRACICON SABER

Editorial

Nossa edição número 3 A capa da nossa Revista ABRACICON Sa-

sobre os gastos públicos. Bancos inter-

ber de número três, oportunamente, está

nacionais, governos de grandes países e

sendo dedicada ao terceiro setor. “Uma

até mesmo blocos de nações do primeiro

realidade, uma esperança”, não só para

mundo têm suas crises associadas, direta

a Sociedade, mas para a Contabilidade,

ou indiretamente, à falta de transparên-

que comemora em 2013 o seu ano te-

cia nas suas gestões. Nem mesmo ins-

mático no Brasil, empenhada também no

tituições milenares, como a respeitável

sucesso desse novo setor.

Igreja Católica, estão isentas desse pecado, conforme foi imputado, recentemen-

Filho da consciência cidadã com o espírito

te, ao Banco do Vaticano.

altruísta do ser humano, o terceiro setor encontra seu tempo propício para cresci-

Como o leitor atento bem pode cons-

mento na ‘primavera democrática’ trazida

tatar, a Contabilidade praticada no Bra-

Maria Clara Cavalcante Bugarim

pelo terceiro milênio da cristandade. Há

sil – homenageada em recente Sessão

Presidente da ABRACICON

muito, reflexões amadurecidas sobre os

Solene do Congresso Nacional –, está

modelos econômicos e os sistemas polí-

comprometida de corpo e alma, cabeça e

ticos vigentes dão conta de que o Estado

coração com o fiel cumprimento dos seus

que precisam ser resgatados da longa e

já não dá conta de suprir as necessidades

deveres. Para tanto, as entidades repre-

profícua história dos pensadores contá-

básicas dos seus cidadãos. Nas sociedades

sentativas da Classe Contábil brasileira

beis, para permanente leitura, à luz da

civilizadas, para preencher as faltas ou re-

são incansáveis na capacitação dos seus

atualidade. Conhecimentos novos que

parar as falhas das entidades estatais, uma

profissionais, na tempestiva divulgação

precisam, aqui e agora, ser criados, dis-

nova força emergente, de inspiração volun-

das informações necessárias ao serviço e

cutidos e divulgados; além de importados

tária, organiza-se em favor do desenvolvi-

no esclarecimento de eventuais dúvidas.

e exportados, como parte do processo de

mento social eficaz, com justiça.

Sem descurar da imprescindível fiscaliza-

convergência das nossas práticas con-

ção que assegure o exercício da profissão

tábeis às Normas Internacionais. Nesse

com ética e competência.

sentido, fico muito contente em constatar

Uma das causas e/ou consequências mais apontadas para as falhas do Esta-

a ebulição, a verdadeira ‘efervescência de

do tem sido a falta de transparência nas

Competência que se fundamenta em só-

ideias’ que anima as nossas Academiais

decisões, controles e demonstrações

lidos conhecimentos técnico-científicos;

de Ciências Contábeis no Brasil inteiro.

EXPEDIENTE Academia Brasileira de Ciências Contábeis (ABRACICON) Endereço:

Colaboração:

Tiragem: 6 mil exemplares

SAS - Quadra 05 - Bloco J

Paulo Fernando Torres Veras Adriana Guimarães

Periodicidade: Trimestral

4º andar, CEP: 70.070-920 – Brasília (DF) Presidente:

Contato:

Diagramação: CQueiroz

Maria Clara Cavalcante Bugarim

(61) 3314-9453 | abracicon@cfc.org.br

Comunicação – (81) 3429.5846

Gestão 2009 a 2013

abraciconsaber@abracicon.org.br

Gráfica: Qualytá Gráfica e Editora

www.abracicon.org.br

Projeto Gráfico, Redação e


SUMÁRIO | ABRACICON SABER

Matéria de Capa

14 Terceiro setor: Uma realidade, uma esperança Palavra do Mestre

Regionais

Jovem Contabilidade

05 | Notícias relacionadas às Academias Regionais

11 | Colunas: Especializando-se e Praticando a teoria x Teorizando a prática

Jovem Profissional

18 | Normativismo e Positivismo em Contabilidade: Algumas Considerações Indicações

Perfil 10 | A relevância da Transparência na Gestão Pública

25 | Eduardo Augusto Rocha Pocetti

Conversa Afinada

26 | Livros

Agende-se

22 O Planejamento Estratégico e a Gestão da Tecnologia da Informação (TI) 21 | Evento abordará as novas práticas voltadas para a administração pública


5 | ABRACICON SABER 5 | REGIONAIS

Rio Grande do Norte ACADERNCIC firma presença no Estado do RN

A

Academia Norte-Rio-Grandense

- AGO 04/2012 no auditório da UNI-RN –

o jantar de confraternização natalina com

de Ciências Contábeis (ACA-

Centro Universitário do RN – Natal – com

a presença dos contabilistas potiguar na

DERNCIC) realizou assembleia

a realização da 3ª edição do Fórum de

representação do Conselho Regional de

Resgate da Historia Contábil no RN.

Contabilidade – CRC-RN, Sindicato dos

nas cidades de Caicó e Mossoró, na Universidade Estadual do RN-UERN. Na

Contabilistas do RN e a Academia Norte-

ocasião, o empresário João Sabino de

A sociabilização da ACADERNCIC

-Rio-Grandense de Ciências Contábeis

Moura, diretor da Rede de hotéis Sabi-

com o sistema Contábil do RN - No

com a realização da Assembleia Geral

no Palace, foi homenageado pelos seus

dia 13 de dezembro de 2012 foi realizado

Extraordinária - AGE – 04/2012.

feitos como profissional da Contabilidade há vários anos em atividades do setor no Estado potiguar. O momento marcou a 2ª edição do Fórum de Resgate da Historia Contábil no RN. A Academia nas Instituições de Ensino - No dia 26 de novembro de 2012, aconteceu a Assembleia Geral Ordinária


6 | REGIONAIS

RIO DE JANEIRO ACCERJ realiza 38 Assembleia Geral

N

o dia 08 de dezembro de 2012 foi

Em seguida, foi procedida a eleição da di-

de Miranda, José Carlos Barros Amado, Pe-

realizada a 38ª Assembleia Geral

retoria que dirigirá os trabalhos da Acade-

dro Paulo Moreira Caldas. Considerando que

da ACCERJ - Academia de Ciências

mia durante o período de 2013 a 2015. Foi

apenas uma chapa foi inscrita, a mesma foi

Contábeis do Estado do Rio de Janeiro, que

apresentada uma chapa composta pelos

aclamada por unanimidade. Ficou deliberado

compreende duas partes distintas: a admi-

seguintes acadêmicos: presidente: Heinz –

que a posse ocorrerá, também, na próxima

nistrativa e a festiva.

Werner Herbert von Uslar; vice-presidente:

assembleia, dia 06 de abril de 2013.

Diva Maria de Oliveira Gesualdi; 1º SeDurante a sessão administrativa, após a lei-

cretário: Gilvan do Nascimento Marques;

Já na sessão festiva, o acadêmico Gláucio

tura, discussão e aprovação da ata da 37ª

2º Secretário: Evandro Queiroz Glória; 1ª

César Ramos Coelho, realizou uma palestra

Assembleia Geral, realizada no dia 21 de ju-

Tesoureira: Maria Alípia Maia de Almeida;

sobre o tema “A Contabilidade e o Natal”.

lho de 2012, na cidade de Barra Mansa/RJ,

2º Tesoureiro: Ril Moura; diretora de Patri-

Em seguida foram apresentadas mensagens

foi aprovado o ingresso do contador Edyl de

mônio: Nilza Corrêa dos Santos. Conselho

natalinas por diversos acadêmicos. Após

Mattos Moraes Filho, na qualidade de Aca-

Fiscal – Titulares: Gláucio César Ramos

a assembleia, foi realizado um almoço de

dêmico Titular, cuja posse deverá ocorrer na

Coelho, Vitória Maria da Silva, Waldir Jorge

confraternização ao qual compareceram 16

próxima Assembleia, dia 06 de abril de 2013.

Ladeira dos Santos. – Suplentes: César Luiz

acadêmicos e familiares.

35 anos da Academia Sergipana

A

Academia Sergipana de Ciências

quais têm por patronos grandes nomes

Além da comemoração do aniversário de

Contábeis - ASCC completou no

da Contabilidade sergipana e brasileira.

fundação da ASCC, a programação con-

dia 08 de novembro de 2012,

É relevante saber que a Academia pode

tou também com a homenagem aos fun-

35 anos. Fundada no ano de 1977, a

contar com pessoas dedicadas a fazer

dadores: A acadêmica Lana Glícia Veiga

Academia tem o objetivo permanente

das Ciências Contábeis uma profissão sé-

Feitosa Oliveira fez a saudação aos fun-

de estimular o aperfeiçoamento técnico-

ria aos olhos da sociedade. Atualmente, a

dadores, destacando a participação de

-contábil, a pesquisa científica e o de-

sede da Academia Sergipana de Ciências

cada um, principalmente dos acadêmicos

senvolvimento cultural da contabilidade.

Contábeis é na Rua Siriri, 496, 1º andar

remanescentes; e a entrega de diplomas

É composta por quarenta cátedras, as

sala 1, Centro de Aracaju.

de Mérito Acadêmico. A solenidade alusiva ao Dia da Bandeira finalizou o evento.

SERGIPE


7 | ABRACICON SABER

SÃO PAULO Agenda movimentada da APC-SP

A

APC-SP está desenvolvendo um

solenidades de Colação de Grau desses

comemorações do 64º aniversário do

plano de manutenção de cons-

novos integrantes de nossa comunidade

SESCON-SP e da AESCON-SP, ocorridas

tante contato com a comunidade

profissional.

no dia 18 de janeiro, onde foi represen-

universitária no sentido de estreitar o re-

tada pelo seu presidente. Já no dia 21 de

lacionamento com os jovens que tenham

Participações - Sempre com partici-

janeiro, a APC-SP foi representada pelo

concluído o curso de Ciências Contábeis,

pação ativa nos eventos contábeis do

seu presidente na homenagem feita pelo

para que eles venham a conhecer os prin-

estado, a Academia esteve presente no

CRC-SP ao Contador Domingos Orestes

cipais objetivos da Academia Paulista no

23º EESCON entregando os Diplomas de

Chiomento, ex-presidente daquele Con-

mapeamento, preservação e divulgação

Mérito do CRC-SP.

selho e atual vice-presidente da Acade-

do Patrimônio Cultural da contabilidade

mia Paulista, quando lhe foi outorgado o

e fomentar o contínuo estudo das Ciên-

Convocação - A APC-SP foi uma das en-

cias Contábeis. Nesse sentido, a Acade-

tidades convocadas para compor a mesa

mia pretende participar, como entidade

diretora dos trabalhos na solenidade de

altamente interessada na profissão, das

posse das Diretorias Executivas e das

título de “Contador Benemérito”.

Pernambuco realiza primeira reunião sobre o 3 Academicon

A

Academia Pernambucana de Ciên-

Em pauta, sugestões de temas, locais e

evento em 2012, estiveram a presiden-

cias Contábeis (Apecicon) promo-

datas para a realização do evento, bem

te da Abracicon, Maria Clara Cavalcante

veu a primeira reunião para discutir

como a formação da equipe que estará

Bugarim e a vice-presidente da Câmara

sobre a 3ª edição do Encontro Pernambu-

à frente deste Encontro. Entre os nomes

Técnica do CFC, Verônica Cunha de Sou-

cano de Contadores com a Academia de

da área contábil que abrilhantaram o

to Maior, entre outros nomes.

Ciências Contábeis, o Academicon.

PERNAMBUCO ERRATA – Na última edição da Revista Abracicon Saber, na matéria “Maria Clara é homenageada com duas comendas no Paraná”, a foto que se encontra abaixo não é referente à Academia Paranaense e sim, à Academia de Ciências Contábeis do Amazonas.


REGIONAIS 8 | ACADEMIA

Lançamento da Feira de Negócios aconteceu em janeiro por Adriana Guimarães

E

m 26 de janeiro de 2013, a bordo

da Fundação Brasileira de Contabilidade

realizado em espaço de muita beleza,

do luxuoso Navio MSC Fantasia, foi

(FBC), dos Conselhos Regionais de Con-

charme e requinte.

realizado o lançamento da Feira de

tabilidade (CRCs), de entidades congra-

Negócios do IX Encontro Nacional da Mu-

çadas do Sistema CFC/CRCs e de repre-

A visita técnica foi um “avant premiere”

lher Contabilista – IX ENMC.

sentantes de empresas interessadas em

do que os participantes do IX ENMC irão

patrocinar o Encontro. O lançamento

desfrutar no Navio MSC Preziosa, que foi

O evento contou com as participações

contou com a realização de visita guia-

lançado na Itália no último dia 24 de mar-

dos presidentes do Conselho Federal de

da às dependências do navio, onde os

ço de 2013, cuja inauguração, no Brasil,

Contabilidade (CFC), da Academia Brasi-

potenciais patrocinadores puderam com-

ocorrerá com a realização do IX Encontro

leira de Ciências Contábeis (Abracicon),

provar a grandeza do evento, que será

Nacional da Mulher Contabilista.


9 | ABRACICON SABER Portanto, participar do Encontro, a bor-

objetivo da feira é promover o intercâmbio

As inscrições e a compra das cabines

do do magnífico MSC Preziosa, será, sem

de produtos e serviços e oportunizar aos

para o IX Encontro Nacional da

dúvida, oportunidade única para os pro-

participantes do Encontro o acesso ao que

Mulher Contabilista devem ser fei-

fissionais da Contabilidade e interessados

há de mais moderno no cenário da Contabi-

tas, diretamente no site do evento:

em desfrutarem de uma vasta programa-

lidade brasileira. A feira será montada com

ção de entretenimento, regada a uma

24 estandes de configurações variadas.

elevada programação técnica, marca registrada dos eventos promovidos pelo

O público estimado para o evento é de 4 mil

Sistema CFC/CRCs. Cabe destacar que o

pessoas.

www.encontromulher.com.br


10 | JOVEM PROFISSIONAL

A relevância da Transparência na Gestão Pública por Vagner Machado

E

m um Estado democrático, como o Brasil, o controle social por parte da socieda-

de é peça fundamental em que os cidadãos podem ser comparados aos acionistas de uma empresa que “investem” seus recursos por meio de tributos, taxas etc. e elegem os responsáveis pela gestão destes recursos. Como retorno do investimento, o que se espera são serviços públicos de qualidade que possam sanar as demandas da coletividade.

Entretanto,

não raramente, as necessidades coletivas são deixadas de lado em detrimento aos interesses particulares dos gestores. Para tentar corrigir este desvio de conduta dos administradores públicos, há um movimento em direção à transparência

A transparência na Administração Pública

por meio da evidenciação e acesso às in-

pode ser considerada um subsídio para

formações geradas pela gestão pública. A

que a sociedade exerça o controle social

edição da Lei de Responsabilidade Fiscal,

sobre as ações dos gestores públicos. No

da Lei da Transparência e mais recente-

momento em que a sociedade utilizar as

mente da Lei de Acesso à Informação

informações públicas evidenciadas para

visa dar maior transparência à gestão

efetivamente exercer o controle sobre a

dos recursos públicos. Porém, a política

gestão pública, esquemas de corrupção e

de transparência das entidades públicas

desvios de dinheiro público, poderão ser

deve, mais do que simplesmente cumprir

minimizados ou até evitados e os recur-

a legislação, atingir um dos seus grandes

sos públicos poderão ser aplicados com

objetivos: facilitar a participação popular

a finalidade de atender as necessidades

no controle sobre a gestão pública.

da população.

Vagner Machado é mestrando do Programa de Pós-Graduação em Ciências Contábeis da Universidade do Vale do Rio dos Sinos (UNISINOS) e atualmente é Técnico Administrativo em Ciências Contábeis - Departamento Estadual de Trânsito do Rio Grande do Sul.


O Contador da Família por Caroline de Oliveira Orth

P

esquisas apontam que a maior parte das empresas ao redor do mundo pertence a grupos

familiares. No Brasil esta realidade não é diferente. No entanto, estima-se que em nosso país, poucas empresas familiares cheguem à terceira geração. Diversos fatores são apontados: falta de planejamento sucessório, conflitos familiares, falta de profissionalização, entre outros. Estas circunstâncias têm sido identificadas e solucionadas por consultores de diversas áreas do saber: psicologia, direito e administração. Entretanto, uma reportagem publicada

ça de cultura e uma dose de superação,

disto, mais famílias estão atingindo um

no Financial Planning, em 2008, nos Es-

também oferecem novas perspectivas de

patamar de riqueza substancial e, por

tados Unidos, Charles Lowenhaupt cha-

trabalho. Especialmente nas empresas

consequência, em busca de profissionais

ma atenção para o fato de que o conhe-

de propriedade familiar, uma vez que a

que possam auxiliá-las na gestão de seus

cimento técnico de um contador, aliado

família empresária busca, além de retor-

negócios. Desta forma, o contador deve

à confiança depositada pela família no

nos financeiros adequados à proprieda-

estar atento a estas oportunidades, e aci-

seu trabalho, o coloca em uma posição

de, obter lucros para os investimentos

ma de tudo, precisa estar preparado para

de vantagem em relação a todos os ou-

e, principalmente, identificar formas de

assumir de vez o seu papel de contador

tros profissionais quando o assunto é a

perpetuar o legado através de transições

da família.

gestão do negócio familiar. Ocorre que,

geracionais. Todos estes aspectos devem

no Brasil, a figura do contador ainda é

ser planejados considerando os interes-

muito associada a atividades que visam

ses da família, a evolução econômica do

atender ao fisco. Isto por que, no pas-

negócio e do mercado, o que torna as

sado, a observância a regras fiscais foi

habilidades do contador indispensáveis

privilegiada em detrimento das regras

na gestão deste segmento de negócio.

contábeis. Felizmente, nos últimos anos, o mercado tem exigido um perfil muito

O conhecimento mais amplo do conta-

mais gerencial, fato que se intensifica a

dor, tanto sobre normas contábeis e téc-

partir da recente reformulação das Nor-

nicas de investimento, quanto sobre as

mas Brasileiras de Contabilidade.

peculiaridades da família é um grande diferencial, embora esse fato seja ainda

Estas novas exigências em relação ao

pouco reconhecido. Além disto, o mer-

perfil e às habilidades do contador, ao

cado brasileiro está passando por um

mesmo tempo em que são desafiadoras,

momento ímpar no qual há mais riqueza

requerem quebra de paradigmas, mudan-

disponível para investimentos. Em função

Caroline de Oliveira Orth é graduada em Ciências Contábeis e em Ciências Jurídicas. Possiu especialização em Controladoria e Contabilidade Internacional e mestrado em ciências contábeis. Atualmente é professora das disciplinas introdução a contabilidade e contabilidade para administradores.

11 | ABRACICON SABER

Especializando-se


12 | JOVEM CONTABILIDADE

Praticando a teoria x Teorizando a prática

Contabilidade Aplicada ao Setor Público: Modelo Brasileiro de Construção Participativa e Convergência aos Padrões Internacionais por Joaquim Liberalquino A discussão ampla, participativa e demo-

e a instrumentalização dos controles, in-

as IPSAS, vão discutindo e alterando as

crática de profissionais contábeis e outros

terno, externo e social. Esse é o foco da

nossas normas de contabilidade, até que

com atuação na área pública, incentiva-

Nova Contabilidade Pública: O Patrimônio

elas fiquem, em suas essências, conver-

dos pelo resgate histórico do Conselho

Público.

gidas às IPSAS.

Público, tem possibilitado a construção

A partir desse novo enfoque e aplican-

Comparando-se a experiência pública com

do Modelo Brasileiro de Contabilidade

do o Princípio da Competência que de-

a empresarial, a tabela ao lado, sintetiza o

Aplicado ao Setor Público, convergido

termina que os efeitos das transações e

processo de convergência que ocorre nas

Federal de Contabilidade para o Setor

aos padrões internacionais de contabilidade, com a contribuição decisiva de inúmeros atores nesse processo, tais como o Ministério da Fazenda, a Secretaria do Tesouro Nacional, os Tribunais de Contas da União, dos Estados e dos Municípios, o

Não temos dúvida que a consolidação das contas brasileiras é única em todo mundo

Instituto Rui Barbosa - IRB, a Associação

duas áreas. O entendimento do processo é simples. Tendo como referencial as IPSAS, editadas pelo IFAC, que foram traduzidas para o português pelo CFC, o Grupo Assessor da Área Pública, discute com as entidades e profissionais às Normas Brasileiras de Contabilidade Aplicadas ao Setor Público e

dos Membros dos Tribunais de Contas no

outros eventos sejam reconhecidos nos

depois de amplo debate e consultas, edita

Brasil – ATRICON, a Confederação Nacio-

períodos a que se referem, independen-

as NBCT SP com orientações gerais, que

nal dos Municípios – CNM, a Associação

temente do recebimento ou pagamento,

são recepcionadas pela Secreta-

Brasileira de Secretarias da Fazenda das

muda-se por completo o processo de

ria do Tesouro Nacional, para

Capitais – ABRASF, entre outros.

reconhecimento, registro, mensuração e

que, através de experiên-

evidenciação no setor público, incorpo-

cias e troca de saberes

Traçando a linha do tempo desse proces-

rando fenômenos como o reconhecimen-

com profissionais da

so, pode-se registrar como marco inicial

to de ativos de infraestrutura, o crédito

contabilidade e ou-

a Resolução do CFC nº 1.111 de 2007,

tributários, as provisões, depreciações,

tros que atuam no

que interpretou os Princípios Contábeis na

amortizações e exaustão e as obrigações

setor público, nos

Perspectiva do Setor Público, justificando

decorrentes de transações não orçamen-

Grupos Técnicos

a base conceitual única da conta-

tárias. Esse enfoque permitiu que o país,

instituídos

bilidade como ciência, assentada

a exemplo do setor empresarial, pudes-

STN, moldem os

em princípios, para reconhecer,

se trilhar o caminho da convergência às

procedimentos

mensurar, registrar e evidenciar os

normas internacionais, entendido como

operacionais que

fenômenos que afetam o patrimô-

o processo onde os contadores brasilei-

serviram de orien-

nio seja de entidades empresarias

ros, a partir do conhecimento profundo

tação

para

pela

todos

ou públicas, com origem orçamen-

da nossa contabilidade aplicada ao setor

os entes federados,

tária ou econômica, para gerar informa-

público, das Normas Brasileiras Técni-

através da Edição dos

ções úteis, tempestivas e fidedignas que

cas de Contabilidade do Setor Público e

Manuais de Contabilidade

orientem a tomada de decisão

das Normas Internacionais, dentre elas

Aplicada ao Setor Público, que


de partida é implantar custos, pois sem essa informação jamais se apurará resultados e sem contabilidade patrimonial, jamais se apurará custos. Essa mudança impactará em outras áreas, pois os objetivos estratégicos são: proporcionar o conhecimento real do Patrimônio Público e dos custos dos serviços prestados à população; gerar Informações úteis, tempestivas e fidedignas para a tomada de decisão, controlar os gastos, otimizar a arrecadação e instrumentalizar o controle social; permitir a comparabilidade dos padrões de prestação de serviços e dos custos entre órgãos e unidades do encontra-se na quinta edição.

setor público e mensurar a efetividade Experiência dessa magnitude e comple-

dos programas governamentais; otimi-

A experiência brasileira, além de repre-

xidade, envolvendo mais de cinco mil e

zar os custos dos serviços prestados, da

sentar um formato de modelo aberto e

quinhentos Municípios, vinte e sete Es-

carga tributária das famílias e empresas,

participativo, tem pactuado os prazos de

tados e a União, com mais de quarenta

otimizar o “Custo Brasil” e a competitivi-

implantação desse novo enfoque, esta-

mil órgãos e entidades é única no mun-

dade do país.

belecendo o prazo até o final de 2014

do e deve servir como ponto de partida

para a consolidação das contas nacionais

para os profissionais da contabilidade se

No ano dedicado à Contabilidade, a

nos novos demonstrativos e procedi-

firmarem como gestores da informação

Construção do Modelo de Contabilidade

mentos contábeis a serem plublicados a

contábil e gerentes de processos mais

Aplicado ao Setor Público desponta como

partir de 2015. Não temos dúvida

amplos, pois deverão estar interagindo

grande oportunidade para os profissio-

de que a consolidação das

com outras unidades para poder conhe-

nais da área e contribuição para o desen-

contas brasileiras é única

cer os procedimentos e estabelecer for-

volvimento econômico, justo e sustentá-

em todo mundo, sem

mas de obtenção das informações. Para

vel do País. Participe!

levar em considera-

tanto, necessitam de capacitação e es-

ção nossas dife-

truturas mais adequadas a todas essas

renças regionais

mudanças, seja do ponto de vista do re-

e extensão ter-

conhecimento institucional e da disponi-

ritorial,

fato

bilidade de recursos humanos, materiais

servirá

e tecnológicos, pois não fazem apenas

de

exemplo

demonstrações contábeis, são respon-

aos

demais

sáveis pela geração de informação que

que

países, assim

oriente a tomada de decisão.

como tem sido a nossa inova-

Esse processo deve ser estudado, pes-

ção ao normati-

quisado e refletido em suas várias di-

zar custos e cons-

mensões e repercussões para ser com-

truir um modelo de

preendido como uma mudança cultural

aplicação para o setor

do setor público, que tanto deseja es-

público.

tabelecer uma gestão por resultados.

Joaquim Liberalquino é Contador, Perito, Consultor e coordenador Adjunto do Grupo Assessor da Área Pública do CFC.

13 | ABRACICON SABER

Fonte: Conselho Federal de Contabilidade – Grupo de Estudo da Área Pública

Para isso, tem que entender que o ponto


14 | ARTIGO PRIME

Terceiro Setor: Uma realidade, uma esperanรงa por Leo Charles Henri Bossard II


pôs a necessidade de mudança em sua

como função e objetivo principal atuar

dência que leva os homens a se

estrutura, deixando de ser o responsável

voluntariamente junto à sociedade civil

juntarem, perdendo momentane-

direto pelo desenvolvimento econômico e

visando seu aperfeiçoamento”.

amente suas características individuais,

social, para figurar como promotor e re-

desde os primórdios das civilizações,

gulador de tais atividades.

registram-se atos de solidariedade visan-

O Terceiro Setor foi forjado nos princípios religiosos do Catolicismo, que difundiu o

do à sobrevivência do grupo, a divisão de

Surge, assim, fulcrado no Princípio da

assistencialismo, as esmolas e as comu-

tarefas e a proteção dos mais fracos.

Subsidiariedade, o Estado subsidiário ou

nidades de base; e do Protestantismo,

regulador que fomenta a sociedade or-

que prega que as boas ações são funda-

Movidos, também, por razões religiosas,

ganizada para desenvolver, de maneira

mentais para a salvação da alma; além

mecenas destinaram bens para incenti-

eficaz, as atividades de interesse social

dos valores humanísticos, democráticos

varem o amor às artes, à sabedoria e à

que não necessitem do aparato estatal.

e racionalistas oriundo do Iluminismo.

cultura. Surgem, assim, as formas mais

Tais elementos propiciaram a ideia da so-

rudimentares de entidades filantrópicas,

Para suprir as lacunas de uma ação esta-

ciedade organizada e, depois, o conceito

tendo como exemplos a doação da Biblio-

tal ineficiente, o Primeiro Setor da socie-

de responsabilidade social.

teca de Alexandria pelos Ptolomeus, no

dade, e de um Mercado ligado à cumu-

antigo Egito, e a escola que Platão fundou nos jardins de Academos, a Academia, que era uma sociedade científica e religiosa consagrada às musas de Atenas. O trabalho voluntário no Brasil teve início no século XVI, quando organizações religiosas, prioritariamente católicas, introduziram o voluntariado em instituições ligadas à saúde (Santas Casas de Misericórdia), seguindo o modelo trazido de Portugal. Era um trabalho essencialmente feminino no qual as voluntárias eram chamadas “Damas de Caridade”. Assim, a existência social precedeu o reconhecimento jurídico.

Mesmo contando com programas vito-

Um considerável percentual de entidades filantrópicas possuem gestões amadoras que, por ausência de profissionalismo, subsistem exclusivamente da caridade (doações e trabalho voluntário).

No contexto contemporâneo, diante do

riosos na saúde (campanhas de prevenção DST/AIDS, amamentação, combate ao câncer); na educação (espaços de atendimento de crianças e jovens fora do horário das aulas, amigos da escola); no trabalho (capacitação de pessoas para o mercado de trabalho); e no meio ambiente (preservação de espécies animais ameaçadas de extinção, luta contra o desmatamento, despoluição de rios); urge uma séria reflexão sobre as características do Terceiro Setor no Brasil. Um considerável percentual de entidades filantrópicas possuem gestões amadoras que, por ausência de profissionalismo, subsistem

fracasso do Liberalismo, onde o foco era o

lação de riquezas, nominado Segundo

exclusivamente

sujeito individual, a sociedade organizada

Setor, organiza-se o Terceiro Setor para

caridade (doações e

reagiu aos sistemas políticos e econômi-

atender às crescentes demandas sociais

trabalho

cos que só visam o poder e o lucro, em

da população, buscando mobilizar um

Constata-se

detrimento da dignidade do ser humano.

grande volume de recursos humanos e

de pessoas física/jurídica

materiais para impulsionar iniciativas vol-

e instituidores/gestores, isto

tadas para o desenvolvimento social.

é, surgem “proprietários” de

O agravamento da desigualdade social exigiu que o Estado passasse a atuar como

da

voluntário). confusão

associações e fundações. As

agente econômico e social a fim de pro-

Segundo o procurador de Justiça do

administrações são informais

mover o desenvolvimento e a justiça social.

Distrito Federal, Dr. José Eduardo Sabo

com ausência de uma estrutu-

Paes, o 3º Setor é “o conjunto de orga-

ra organizacional (conselhos

Todavia, o crescimento desmesurado do

nismos, organizações ou instituições sem

executivo, curador e fiscal),

Estado Social, com o aumento de suas

fins lucrativos, dotados de autonomia e

de livros de registros (atas

atribuições e das demandas sociais, im-

administração própria que apresentam

de assembleias, de posse,

1515 | | ABRACICON ABRACICON SABER SABER

P

or ser um animal gregário, ten-


16 | ARTIGO PRIME

diário); de prestações de contas; e de

ministrações; participação na elaboração

ro Setor agregando o seu saber para a

planejamento estratégico. São meramen-

das políticas públicas, com formação da

construção de uma sociedade mais justa

te assistencialistas, pois ofertam o aten-

própria agenda política (metas); busca de

e solidária.

dimento sem a preocupação de capacitar.

eficiência econômico-financeira na reali-

Seus projetos são paternalistas, através

zação dos fins estatutários; informação e

O Terceiro Setor é movido à paixão. Pai-

de campanhas de apadrinhamento, onde

divulgação precisas das atividades desen-

xão pelo próximo e pelo trabalho que

a sensibilização através da miséria huma-

volvidas; manutenção de centros de es-

se funde em solidariedade. Entretanto,

na supera a crença na participação para

tudos de estatísticas para municiamento

a paixão não pode sublimar a razão. O

o fortalecimento do cidadão.

do setor com informações estratégicas;

conhecimento transforma boa intenção

incentivo à produção jurídico-doutrinária,

em projetos, voluntários em executivos

Contamos, ainda, com uma legislação

de modo a promover o progresso do de-

sociais. Capacitação gera captação. O

confusa e inadequada; uma doutrina es-

senvolvimento técnico do instituto, forne-

saber leva os gestores de associações e

cassa; e uma grave falha na fiscalização

cendo bases sólidas para que o setor pos-

fundações a otimizar seus esforços para

na correta aplicação dos recursos públi-

sa atuar em ambiente institucional mais

a superação das metas.

cos e privados, posto que os Tribunais de

previsível; e, finalmente, maior interati-

Contas (Municípios, Estados e União), as

vidade/parceria com o Ministério Público.

Controladorias e a Receita Federal não

Nas trilhas da filantropia muitos perdem a direção por atribuírem à emoção, ao

contam com ferramentas específicas para

Os profissionais têm uma responsabi-

desejo de fazer, o condão do absoluto.

acompanhar os gastos realizados com as

lidade social com o Terceiro Setor, pois

Sem instrução os sonhos não se reali-

organizações não governamentais.

o exercício e a transmissão dos conhe-

zam, produzem somente frustração nos

cimentos acadêmicos são uma forma de

que anseiam pela modificação de uma

Diante desta preocupante realidade, o

saldar a dívida moral com os que não ti-

sociedade desigual.

Terceiro Setor necessita: estabilidade

veram a mesma oportunidade. Planos de

normativa para atuar e alcançar seus

voluntariado representam o elo entre os

Assim, não devemos esquecer a lição de

fins, num ambiente institucional que lhe

diversos ramos do conhecimento e a po-

Khalil Gibran: “Vossa razão e vossa paixão

permita segurança jurídica; uniformiza-

pulação carente de um apoio profissional

são o leme e as velas de vossa alma nave-

ção dos seus procedimentos internos;

ético e engajado. Ressaltamos o inédito

gante. Se vossas velas ou vosso leme se

capacitação dos seus administradores,

e bem sucedido Plano de Voluntariado da

quebram, só podereis derivar ou permane-

com a formação de verdadeiros exe-

Classe Contábil - PVCC, onde os profis-

cer imóveis no meio do mar. Pois a razão,

cutivos sociais; gestões eficazes, com

sionais da Contabilidade, utilizando sua

reinando sozinha, restringe todo o impulso;

controle finalístico; transparência nas ad-

formação intelectual e experiência profis-

e a paixão, deixada a si, é um fogo que

sional, estão contribuindo com o Tercei-

arde até a sua própria destruição”.

Leo Charles Henri Bossard II é bacharel em Direito, procurador de Justiça e atual presidente da Associação Nacional de Procuradores e Promotores de Justiça de Fundações e Entidades de Interesse Social PROFIS.


área pública e demais inte-

emoldurada pelas belas paisagens e

ressados no assunto. No dia

encantos do litoral brasileiro. Uma expe-

28, o Fórum abordará temas

riência com formato inovador, que per-

relevantes como a Qualida-

mite a vivência de que o conhecimento é

de dos Gastos Públicos e a

irresistível, como será o Fórum de Admi-

Transparência na Gestão dos

nistração Pública Responsável.

Recursos Públicos. Já no dia

N

29,

serão

compartilhadas

avegando em águas tranquilas e

experiências a nível federal, estadual e

transparentes. É com esse lema

municipal de entes que estão realizando

que será realizado o Fórum de

a implantação do Plano de Contas sob

Administração Pública Responsável, pro-

hedge dos novos procedimentos contá-

movido pelo Sistema CFC/CRCs e orga-

beis; pauta que contribuirá sobrema-

nizado pela Abracicon, nos dias 28 e 29

neira para uma discussão prática

de novembro de 2013, a bordo do navio

do nível de transparência das

MSC Preziosa. O evento, que ocorrerá

contas públicas.

Acesse o site do evento e saiba mais: http://forum.cfc.org.br/.

durante a programação do IX Encontro Nacional da Mulher Contabilista, é desti-

Portanto, participar do Fórum

nado para profissionais da contabilidade,

será uma viagem inesquecível

que atuam na área pública, gestores da

em busca do conhecimento,

Programação DIA 28/11/13 (Quinta-feira) 8h às 9h 9h às 9h15 9h15 às 10h45 10:45 – 12:15 (1h30`)

Credenciamento Sessão Solene de Abertura PAINEL 1: QUALIDADE DOS GASTOS PÚBLICOS PAINEL 2: TRANSPARÊNCIA NA GESTÃO DOS RECURSOS PÚBLICOS

DIA 29/11/13 (Sexta-feira) 09h15 a 10h45 (1h30`) 10:45 a 12:15 (1h30`)

PAINEL 3: EXPERIÊNCIAS E DESAFIOS NA IMPLANTAÇÃO DO PLANO DE CONTAS APLICADO AO SETOR PÚBLICO PAINEL 4: OS NOVOS PARADIGMAS SOBRE OS CRITÉRIOS DAS PRESTAÇÕES DE CONTAS

1717 | | ABRACICON AGENDE-SE SABER

Evento abordará a Contabilidade Aplicada ao Setor Público no Brasil


18 | PALAVRA DO MESTRE

Normativismo e Positivismo em Contabilidade: Algumas Considerações por Sérgio de Iudicibus

É

comum referenciar-se a teoria nor-

Da forma como Watts e Zimmerman

tativa, seus talentos mais preocupados

mativa como a que leva, após a

(1986) colocam as diferenças entre as

com a avaliação (já um pouco mais pró-

identificação de um problema ou

duas abordagens, é como se normati-

ximos de nossa era contemporânea) dos

de uma área de investigação, a ditar, de

vismo e positivismo fossem duas teorias

elementos anteriormente listados nos

forma prescritiva, as normas ou procedi-

completamente antagônicas da contabili-

inventários.

mentos necessários para resolver o pro-

dade! Ou, como se o positivismo tivesse

blema ou a pendência.

surgido, de repente, na década de 1960, a contrapor-se ao que se estudava até

É claro que esta abordagem de teoria

então, como uma nova teoria que viria

é muito praticada pelas entidades regu-

salvar a teoria contábil, tão pobre, coi-

ladoras e normatizadoras. Nem poderia

tadinha, na versão anterior!

ser diferente. Mas, também, é apanágio de muitos autores e pesquisadores, pelo

Isso levaria a crer que,

menos até meados da década de 1990,

de fato, não existe

principalmente no Brasil e em outros pai-

uma única teoria contá-

ses latinos.

bil e, assim, o arsenal teórico desta nobre disciplina seria

Nos Estados Unidos, desde o final da

uma sucessão de tentativas

década de 1960, com o famoso trabalho

discutíveis, com metodologias

de Ball & Brown (1968), já se inaugura a

diferenciadas e objetivos díspa-

fase “positiva” da contabilidade.

res, para explicar o que vem a ser a contabilidade.

Mas, no que o enfoque positivo se diferencia do normativo? Basicamente, no

Uma imersão na história: A

modelo de teoria positiva procura-se ex-

Contabilidade, da mesma for-

plicar porque certas escolhas contábeis

ma que a Estatística, nasceu

são feitas e inferir seu poder preditivo.

com a noção de contagem.

A metodologia utilizada é quase sempre

Esta última incorporou-se,

com teste de hipóteses e utilização de es-

aos poucos, à Matemá-

tatística e outros métodos quantitativos.

tica,

adicionado-lhe

os cálculos probabiÉ preciso enfatizar, todavia, que os es-

lísticos,

enquanto

tudos iniciais desta escola positiva têm

aquela permane-

como pano de fundo uma sólida teoria

ceu mais sim-

econômica e financeira, ou seja, a da

plista em sua

racionalidade das decisões dos agentes

expressão

econômicos.

quanti-


É importante notar também que certos

contabilidade é essencialmente quan-

avanços nas disciplinas de avaliação so-

titativa. Antes de se transformar em

mente ocorrem à medida que as orga-

A teoria positiva, ou melhor, os resul-

ciência social, ela foi meramente um

nizações e o estudo de sua evolução se

tados das pesquisas efetuadas sob as

instrumento de contagem de certos

tornam mais abrangentes.

premissas e metodologia da teoria po-

elementos, que nem se denominavam de patrimoniais.

de” deste autor (2010) e poucos outros.

sitiva, na verdade, testam as aplicações São as necessidades das organizações,

das normas e práticas contábeis surgi-

em seus anseios de controle e governan-

das das mentes dos normativistas e das

Mas, apesar de sua expressão numé-

ça corporativa, que puxam as respos-

agências reguladoras, que vicejam em

rica, como diz o mestre Nelson Car-

tas contábeis. Usualmente, quando se

todos os ambientes.

valho, de exato,

consegue responder rapidamente a tais

a contabilidade

necessidades já é um grande progresso.

As pesquisas de teoria positiva, no fun-

só tem a data

Muitas vezes, todavia, como no caso dos

do, colocam um ponto de interrogação

do balanço, o saldo

derivativos, a resposta contábil demorou

sobre os depósitos de petróleo contábil,

de disponibilidades e o

para ser dada e muitos problemas ocor-

sedimentados durante anos ou séculos

reram e ocorrem por causa disso.

de domínio dos normativos. Uma inter-

valor de cotação das ações, em determinada data. Todo o resto são avaliações subjetivas. O fato da contabilidade se expressar em números não significa que ela seja uma ciência exata! Entretanto, o fato de não ser exata não significa que não deva ser precisa! Das ciências sociais, sem dúvida, a Contabilidade é a mais quantitativa. Seus relatórios e as decisões econômicas neles baseadas se traduzem em transferências de renda de um stakeholder para outro e, até, em geração escritural de renda, através do resultado dos investimentos. As consequências são sociais, os efeitos

rogação é uma dúvida, outras vezes uma

É importante notar que certos avanços nas disciplinas de avaliação somente ocorrem à medida que as organizações e o estudo de sua evolução se tornam mais abrangentes.

sentidos são quantitativos, em sua ex-

Considera-se que as pesquisas de teoria positiva validam ou não certos princípios, normas e procedimentos contábeis, tendo em vista as influências do ambiente em que as empresas e entidades operam. Existem certos procedimentos, como a provisão para devedores duvidosos e muitos outros que podem ser testados quanto à sua utilidade. Outra área de interesse para a pesquisa positiva recai na área de auditoria, como no teste de médias realizado a fim de se veri-

pressão numérica e social em seu impacto (mais ou menos renda/caixa).

simples explicação.

ficar

o grau de independência

Em todo este ambiente de desafios, é

das firmas

com relação à

notável a quase ausência de reflexões

utilização

Precisão, no caso, deve ser entendida

dos teóricos da disciplina sobre

namentos por parte

como a melhor estimativa que seja pos-

ções para problemas como derivativos,

das

sível atribuir à valoração de certo ativo

fair value e outros! Na verdade, se com-

(gerenciamento

ou passivo. Claramente, quando a Lei

pulsar, hoje em dia, um texto de teoria,

de resultados).

11.638 manda avaliar realizáveis e exi-

com raras exceções, de teoria tem muito

Maior parte das pesquisas iniciais cin-

gíveis de longo prazo a seu valor presen-

pouco, limitando-se mais a exibir nor-

giu-se a demonstrar a relevância da

te, nunca se obterá a exatidão, mas a

mas do FASB ou IASB sobre determina-

informação contábil para predição do

estimativa mais precisa de tais valores,

dos assuntos, às vezes sem nem mesmo

valor das ações.

levando-se em conta as condições de

um comentário crítico. Hendriksen e Van

mercado. Trata-se, entretanto, sempre

Breda (1999) são uma exceção rara nes-

As primeiras pesquisas, efetivamente

de estimativas, ou seja, resultantes do

te panorama e, se perdoarem a falta de

de teoria positiva, foram as relativas à

subjetivismo responsável.

modéstia, a obra “Teoria da Contabilida-

eficiência de mercado, quando, além

solu-

dos provisio-

empresas

19 | ABRACICON SABER

Então, a origem histórica remota da


20 | PALAVRA DO MESTRE

de uma metodologia, há um

possível que, para taxas anuais, diga-se,

em diante, as duas abordagens seguirão

background teórico-conceitual

entre 10 e 20%, só como exemplo, os

juntas, de forma complementar. O menos

perfeitamente

definido. Às

usuários preferissem, eles próprios, fazer

que se pode dizer, com razoável precisão,

demais área de pesquisa se

inferências quanto aos efeitos da inflação

todavia, é que elas, se não são isomórfi-

exportou, da teoria positiva,

nas demonstrações contábeis.

cas, pelo menos não são incompatíveis.

gia de pesquisa, com teste de

Verifica-se, assim, que, na verdade, po-

* Resumido e adaptado de um capítulo

hipóteses. Hoje, esta metodo-

sitivismo e normativismo deveriam, se os

escrito especialmente para o livro: Con-

logia pode ser

contadores tivessem sido expertos des-

tabilidade e Finanças no Brasil, organiza-

aplicada

de o início, caminhar juntos.

do por Alexsandro Broedel Lopes, Estu-

principalmente sua metodolo-

em

outros campos, como o sociológico e o histórico. O que há de sensivelmente diferente na Teoria Positiva é que trata de tentar explicar as práticas contábeis, em lugar de ditá-las. Assim, há um processo de feedback entre as duas abordagens, a normativa e a positiva. Enquanto aquela expressa o que deve ser feito para enfrentar uma

dos em Homenagem ao Professor Eliseu

O que há de sensivelmente diferente na Teoria Positiva é que trata de tentar explicar as práticas contábeis, em lugar de ditá-las.

Martins, Atlas 212, pgs. 248 a 254.

fenomenologia, esta testa a validade prática daquela.

Sempre deveria ter existido a teoria positiva! Só mais recentemente ela apareceu

Um exemplo poderá explicar

porque os contadores, maioria ligada a

melhor: na época da gran-

aspectos puramente tributários da conta-

de inflação brasileira,

bilidade, não tinham o conhecimento e o

os

normativistas

Sérgio de Iudicibus é bacharel em Ciências Contábeis e Atuariais, doutor em Contabilidade e Professor Livre-Docente.

discernimento para aplicá-la antes.

construíram uma

meto-

dologia

CONCLUSÃO: Pelo que se analisou, nor-

REFERÊNCIAS

de

mativismo e positivismo não são aborda-

correção para

gens incompatíveis. Na verdade, trata-

enfrentá-la (eliminar os efeitos

-se mais de duas formas diferentes de

BALL,R.;BROWN,P. An empirical eva-

das inflação nas demonstrações

pesquisa contábil. Crê-se que, de agora

luation of accounting numbers. Jour-

contábeis). Entretanto, se apli-

nal of Accounting Research,v.7,1968.

cassem teoria positiva, teria sido muito interessante, quando a taxa

WATTS,R.L;ZIMMERMAN,J.L.

de inflação ainda era alta, mas não

Positive accounting theory. Englewood

absurda, se avaliar a partir de qual

Cliffs:Prentice Hall,1986

intervalo de taxa inflacionária faria diferença, para os usuários, apli-

Hendriksen e Van Breda.

car a metodologia completa de

Teoria da Contabilidade. Atlas, 1999

correção monetária integral. É Iudicibus Sérgio de. Teoria da Contabilidade, Atlas, 2010.


21 | ABRACICON SABER


22 | CONVERSA AFINADA

O Planejamento Estratégico e a Gestão da Tecnologia da Informação (TI) por Antônio Carlos Nasi

T

odas as empresas de grande porte e muitas empresas de

médio porte têm definido um Planejamento Estratégico para orientar suas diretrizes futuras, estabelecer metas, aprovar projetos de médio e longo prazo, identificar seus pontos fortes e fracos, suas oportunidades e seus riscos. Nos últimos dez anos, pelo menos, muitas entidades sem finalidade de lucro, também evoluíram para um modelo de governança, que inclui a aprovação de um Planejamento

estão usando recursos da informática,

corporações, pois o que queremos anali-

Estratégico como instrumento de gestão.

desde os mais simples aos mais sofistica-

sar tem reflexos semelhantes nas médias

Some-se a isto às empresas e entidades

dos. Fiquemos no exemplo das grandes

empresas.

de pequeno porte, que de uma forma ou de outra, formalizado ou não, tem algum tipo de Planejamento Estratégico. Basta perguntar para um pequeno empresário, quer seja dono de uma farmácia ou de uma loja de shopping, quais são os seus planos futuros e ele certamente vai ter uma resposta na ponta da língua. Não estão formalizados ou estruturados, mas o plano existe na cabeça desse empresário. Vamos para o outro cenário: quais dessas empresas, grandes, médias e pequenas que não têm suas transações informatizadas? Todas

Basta perguntar para um pequeno empresário, quer seja dono de uma farmácia ou de uma loja de shopping, quais são os seus planos futuros e ele certamente vai ter uma resposta na ponta da língua.

No passado, não muito remoto, a informática chegou ao auge nas empresas com a estrutura do famoso CPD (Centro de Processamento de Dados). Todos nós (os mais velhinhos como eu) conhecemos os CPDs como áreas físicas enormes, com equipamentos gigantescos se comparados aos de hoje, com um número de gente fantástico e com características operacionais muito arraigadas a modelos fechados de gestão. Era algo intangível, impenetrável, dono absoluto da verdade, área inquestionável nas organizações. O CPD ditava as normas e todo muito obedecia. Uma verdadeira ditadura


dores. Os programas eram isolados. Não

jaram adequadamente estas mudanças,

excelentes, outras um verdadeiro desas-

se conversavam. Não havia os bancos de

dimensionaram bem os investimentos

tre para a operação das empresas.

dados. Hoje as transações são registra-

que teriam que fazer, fizeram revisão de

das na ponta do processo. Os departa-

todos os processos antes de implantar os

Se você perguntar para um empresário

mentos de contabilidade não registram

novos sistemas e se deram bem. Creio

que viveu este tempo, certamente ele terá

mais nada das operações do dia a dia, li-

que o grande exemplo de sucesso desta

muitas histórias para contar. De sucesso

mitando-se a alguns lançamentos contá-

migração do velho para o novo ambiente

e de fracasso. Muito dinheiro jogado fora

beis que decorrem da própria análise das

de TI no Brasil são os bancos, especial-

e resultados questionáveis, pelo menos.

demonstrações contábeis ou operações

mente os grandes bancos. Outras esco-

finais, como investimentos em outras

lheram opções erradas, até por desco-

As coisas mudaram, a evolução da tecno-

empresas. Cumprem o seu efetivo papel

nhecimento do processo, dimensionaram

logia da informação detonou com os an-

de analisar as informações contábeis e

mal os investimentos, não revisaram os

tigos CPDs, e a área de TI das empresas

não ficar processando lançamentos con-

processos internos e o projeto fracassou.

passou a ser um ambiente aberto, vol-

tábeis, como era no passado. Todas as

Compraram a idaia de que tudo era fácil,

tado ao atendimento dos usuários, mas,

operações são registradas nas áreas ope-

que bastava apertar um botão e tudo es-

principalmente, voltado aos negócios da

racionais (vendas, compras, recursos hu-

taria funcionando.

empresa. Uma das mudanças mais sig-

manos, contas a receber, contas a pagar,

nificativas foi o surgimento dos denomi-

tesouraria, almoxarifado etc). Isto revo-

Mas onde está o grande problema atual

nados ERPs, sistemas integrados de in-

lucionou a maneira de operar as empre-

das empresas? Na gestão da TI.

formação, com a utilização de softwares

sas, exigindo grandes investimentos em

que integram totalmente as transações

hardware e software, mas principalmen-

O Instituto Gartner tem feito várias pes-

de uma empresa.

te em consultoria para ajustar o software

quisas a respeito no mundo todo e parece

(ERP) às necessidades da empresa.

que o resultado, graças à globalização, é

Nos antigos CPDs os registros das tran-

mais ou menos semelhante nos principais

sações eram efetuados dentro do CPD,

Aqui, novamente, temos casos de suces-

países: a Gestão da TI não está alinhada

com uma quantidade infindável de digita-

so e de fracasso. Muitas empresas plane-

a Gestão do Negócio das empresas. Ou seja, a empresa tem um Planejamento Estratégico e a TI, quando tem um projeto de Gestão Estratégica de TI, este não está alinhado àquele. Na maioria dos casos a TI não tem planejamento nenhum

No passado, não muito remoto, a informática chegou ao auge nas empresas com a estrutura do famoso CPD (Centro de Processamento de Dados)

23 | ABRACICON SABER

da informação, algumas com resultados


24 | CONVERSA AFINADA

e atua sob pressão da demanda. Gestão

desgastes entre as partes. Outra verda-

exemplo), auditor interno e um consul-

Estratégica da TI, nem pensar.

de é que muitas das demandas não são

tor externo da área de TI. Este Comitê,

prioritárias e nem estariam presentes

além de aprovar o Planejamento Estra-

caso fossem enquadradas no Planeja-

tégico da Gestão de TI, vai supervisio-

mento Estratégico da empresa.

nar a implantação deste planejamento e

Alguns fatores têm contribuído para tal:

acompanhar todo o desenvolvimento dos

1) as empresas não têm na sua estrutura de governança um diretor com experiência e vivência com o ambiente de TI (a diretoria come pela mão do pessoal da TI); 2) a TI, mesmo democratizada, ainda resiste a tentação de ser dona do processo; 3) os gerentes de TI têm formação técnica excelente, mas são um desastre no processo de relacionamento com os usuários de seus serviços; 4) os gerentes de TI não tem formação

Como as demandas são sempre maiores que as soluções entregues, cria-se uma barreira de relacionamento e acúmulo de desgastes entre as partes.

trabalhos da TI para atender as demandas, mas, principalmente, para alinhar a TI ao Planejamento Estratégico da empresa. Tira-se da TI o peso de resolver tudo sozinha, mas a gestão da TI passa a ser compartilhada com os principais usuários. Os resultados têm sido excelentes para as empresas.

em Gestão de TI, utilizando ferramentas como COBIT, ITIL e ISSO e outras;

Qual a solução? A solução que temos apresentado para as empresas, após fa-

5) estão voltados para atender às de-

zer uma análise do seu ambiente da TI, é

mandas dos usuários, mas ainda definin-

a constituição de um Comitê Estratégico

do as prioridades e o plano de atendi-

de TI, com participação de um diretor (o

mento dessas demandas.

mais afinado com a área), do gerente ou equivalente da área de TI, dois ou três

Como as demandas são sempre maiores

usuários-chaves com visão geral da em-

que as soluções entregues, cria-se uma

presa (gerentes administrativo-financei-

barreira de relacionamento e acúmulo de

ro, Recursos Humanos e Produção, por

Antônio Carlos Nasi é auditor e consultor empresarial e diretor de Ensino e Pesquisas da ABRACICON.


25 | ABRACICON SABER

PERFIL

Eduardo Augusto Rocha Pocetti

N

ascido na cidade de São Paulo, capi-

Logo, o jovem aluno decidiu seguir os

fortalecimento da marca, e da profissão

tal, Eduardo Augusto Rocha Pocetti,

sábios conselhos do seu mestre, optando

de auditor independente. Suas ações vol-

iniciou seus estudos no Colégio Sa-

por trabalhar em firma de auditoria.

tadas para a forte atuação na educação

lesiano Liceu Coração de Jesus, na região

continuada reúnem auditores e suas fir-

de Campos Elíseos, em São Paulo. A sua

A decisão alavancou sua vida profissio-

mas de auditoria, sempre buscando pro-

história com a contabilidade teve início em

nal, somando ainda mais conhecimento

mover o desenvolvimento através de trei-

1975, quando aos 21 anos, passou a conci-

e experiência. Em 1976, ele dava defini-

namentos, seminários e palestras na área

liar a sua vida com os estudos e os afazeres

tivamente os passos cruciais para sua tra-

de contabilidade.

como auxiliar contábil da Caixa Econômica

jetória de sucesso e grandes realizações.

Federal.

Na mesma época, Eduardo Pocetti come-

São mais de 30 anos de experiência em

çou a trabalhar na empresa de consultoria

empresas de auditoria, além de vasto co-

O período em que atuou como auxiliar

PWC. O ofício logo lhe apresentou outra

nhecimento em finanças, contabilidade,

na área contábil foi suficiente para des-

figura importante, o empresário, contador

auditoria independente, planejamento

pertar no jovem estudante, o interesse

e consultor, Antoninho Marmo Trevisan,

econômico-financeiro e coordenação do

pela profissão. Após dois anos exercendo

homem de espírito esportivo, empreende-

nível de gerência e diretoria em diversas

a função, e tendo cada vez mais certeza

dor e dono de um dinamismo que até hoje

empresas de grande porte, nacionais e

de que o seu futuro estava na contabili-

o contagia e motiva. Mais tarde, o amigo

multinacionais do setor industrial e finan-

dade, o aprendiz dá inicio a tão sonhada

se transformaria em sócio, com quem ele

ceiro.

graduação pela Faculdade de Ciências

teria a honra de trabalhar por mais de 23

Econômicas de São Paulo da Fundação

anos.

Alvares Penteado.

Sócio de vários clientes de auditoria de capital aberto, cotados na Bovespa, com

Em 2004, assumiu a presidência da BDO

mais de 120 firmas de auditoria associa-

Eduardo Pocetti ingressa na carreira, con-

Auditores Independentes no Brasil, re-

das, a sua dedicação objetiva dar trans-

tando com a colaboração dos professores

presentando o nome da BDO Brasil para

parência ao desenvolvimento econômico

da instituição, mestres que tiveram gran-

todas as firmas-membro da rede interna-

sustentável do país.

de importância na sua vida acadêmica,

cional BDO num período de sete anos.

em especial, o professor Walter Arnaldo

Para Pocetti, esse crescimento começa

Andreoli, que o acompanhou durante dois

Nos dias atuais, o sócio da KPMG Audito-

por uma boa gestão, que por ele é bem

anos na faculdade, fornecendo as orien-

res Associados e presidente do Instituto

conduzida quando “se tem a capacidade

tações necessárias, sempre regradas de

dos Auditores Independentes do Brasil –

de estar à frente, ativamente, das ações

incentivo e encorajamento. As conversas

IBRACON, na gestão 2012-2014, Eduardo

que levam ao cumprimento de metas e

o fizeram querer encarar novos desafios.

Pocetti tem como principais bandeiras o

objetivos, estrategicamente definidos”.


26 | INDICAÇÕES

Livros indicados pela presidente da Abracicon, Maria Clara Bugarim

A ÁRVORE DO CONHECIMENTO as bases biológicas da compreensão humana Humberto R. Maturana & Francisco J. Varela.

JUSTIÇA O que é fazer a coisa certa Michael J. Sandel

A vida é um processo de conhecimento, precisamos

Nossos deveres, livre mercado, matar, direitos indi-

compreendê-la e entender como os seres vivos reco-

viduais, bem comum. Esses são alguns dos tópicos

nhecem o mundo. Vivemos com os outros seres vivos

que cercam a cabeça da população. A obra explora

no mundo, fazemos parte dele e o construímos com o

e convida a considerar as controvérsias familiares de

passar dos dias. As nossas atitudes refletem no modo

um jeito novo e iluminado. Casamento entre pesso-

como o mundo se desenvolve. Se agirmos de modo

as do mesmo sexo, aborto, suicídio, serviço militar e

positivo, o mundo vai se construindo desta forma,

outros tópicos provocam o raciocínio e é sábio, uma

mas, se o nosso comportamento é negativo, o reflexo dessa atitude é de nossa responsabilidade.

Liderança para tempos de incerteza A Descoberta de um Novo Caminho Margaret J. Wheatley Margaret Wheatley, uma das pensadoras organizacionais mais inovadoras e influentes da nossa época, em ‘Liderança para tempos de incerteza’, nos traz uma obra de orientação prática, em que focaliza temas que tem discutido ao longo da carreira e detalha as práticas e comportamentos organizacionais que os trazem à vida.

nova contribuição de forma convincente, sobre as questões mais complicadas da vida cívica.

Um mundo sem pobreza Muhammad Yunus Neste livro, o ganhador do Prêmio Nobel da Paz, Muhammad Yunus, conta um pouco de sua trajetória e descreve o lançamento das primeiras empresas sociais. A obra também permite que vislumbremos o fantástico futuro que Yunus deseja para o nosso planeta, transformado por milhares de empresas sociais. Seria uma forma de capitalismo nova e muito mais humana.




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