Notícias Abrasel #72

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NOTÍCIAS ABRASEL RS

# 72

2015 ABRASEL:

Muito trabalho e GRANDES realizações Restaurantes de Porto Alegre comemoram Dia do Arquiteto e Urbanista Regulamentação da Gastronomia Itinerante é aprovada em Porto Alegre

PERFIL

QUINTINO HELIO VIDALETTI FORNO E FOGÃO

ENTREVISTA: Antonio Kleber de Paula, Secretário Municipal da Indústria e Comércio

OPINIÃO: Ângelo Mori Machado, Contador e diretor da Gerencial Auditoria e Consultoria.

ASSOCIOU: SushiSeninha Petrópolis



NOVOS ASSOCIADOS

Associou

SushiSeninha Petrópolis (Rua Felizardo Furtado, 32, bairro Petrópolis | (51) 3084 9555) O que oferece: Um dos mais conceituados restaurantes de cozinha japonesa de Porto Alegre, com grande variedade entre sushis, sashimis, hots e a opção de combinados. Associou em: Novembro de 2015

EXPEDIENTE

ABRASEL RS Rua da República, 108 Cidade Baixa Porto Alegre/RS (51) 3012-9922 www.abraselrs.com.br secretariars@abrasel.com.br

Conselheira Administrativo Fabricio Curi Suplente do Conselho Administrativo Adilvo Bortoncello Suplente do Conselho Administrativo Claudio S. dos Santos Suplente do Conselho Administrativo

EQUIPE DE TRABALHO Thais Kapp Amorim Diretora Executiva Sandra Mara de Araujo Alves Administrativo Financeiro Fernanda Menezes Ramos Assessora de Relacionamento

CONSELHO ADMINISTRATIVO CONSELHO FISCAL Maria Fernanda Tartoni Presidente do Conselho Administrativo Naldo Barbosa Conselheiro Administrativo Carlos Alberto Coutinho Conselheiro Administrativo Gustavo Hilzenderg Conselheiro Administrativo Pedro Hoffmann Conselheiro Administrativo Fernanda Etchepare

PRODUÇÃO Marcos Hans Presidente do Conselho Fiscal Ismael Tiger Conselheiro Fiscal Fernanda Rodrigues Matias Conselheira Fiscal Daniel Giacoboni Suplente do Conselho Fiscal Roberto Majo de Oliveira Suplente do Conselho Fiscal

Gaudí Soluções em Comunicação (51) 3013-3358 gabrielgabardo@gmail.com

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RETROSPECTIVA 2015

Fotos: Gaudí Soluções em Comunicação

2015 Abrasel: muito trabalho e grandes realizações

14 a 31 de maio de 2015

Há dez anos invadindo as ruas e celebrando o Brasil

Porto Alegre

5 a 22 novembro 2015

R E S T A U R A N T E

RESTAURANTE

O ano de 2015 foi marcado pelo fortalecimento do setor, com atividades associativas e sociais da Abrasel

GOURMET bistrô

Patrocínio Regional:

Realização:

Patrocínio Nacional:

www.brasilsabor.com.br

Nosso 2015 foi um ano de fazer com gosto. Se o país passa por momentos de instabilidade, aproveitamos para trabalhar ainda mais e unir o setor, apostando na qualificação dos serviços e em estabelecer parcerias estratégicas. A Abrasel cresceu e colheu resultados, mas também plantou a semente para fortalecer ainda mais os bares e restaurantes diante dos desafios futuros. No Rio Grande do Sul, nosso crescimento materializou-se em uma nova sede, ampla e estruturada, para acolher o associado da maneira que ele merece. A casa na Rua da República, 108, na tradicional Cidade Baixa, já recebeu diversas capacitações e atividades sociais, e contará com novidades em sua estrutura física e na agenda de ações para 2016. Cumprindo sua missão associativa, a Abrasel dedicou-se à qualificação dos associados, promovendo a profissiona-

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lização de dezenas de bares e restaurantes, bem como de seus colaboradores, em áreas como gestão e manipulação de alimentos. Estabelecemos também convênios com parceiros estratégicos em produtos e serviços para alimentação fora do lar. Do nosso Estado, saíram algumas das maiores missões empresariais para eventos nacionais e internacionais do setor. Realizamos festivais e ações promocionais com grande repercussão na imprensa e entre o público, fortalecendo nossa relação com os clientes. Restabelecemos uma ferramenta fundamental de levantamento de informações sobre o setor de alimentação, uma grande carência que começa a ser enfrentada. E não esquecemos nosso papel como agentes da cidadania e da transformação da sociedade, promovendo importantes ações sociais.


Confira um balanço das principais realizações da Abrasel em 2015, um ano de muito trabalho e grandes resultados: CAPACITAÇÕES Uma das principais linhas trabalhadas pela Abrasel, as capacitações envolveram empresários e colaboradores. O Abrasel Qualifica teve três edições em 2015, trabalhando os temas: Boas Práticas (atualização), eSocial (nova ferramenta de informações tributárias e trabalhistas) e Planejamento Tributário X Fluxo de Caixa. Já através do curso de Boas Práticas em Manipulação de Alimentos, homologado e obrigatório para estabelecimentos do setor, a Abrasel forneceu certificados para 79 profissionais. Uma novidade marcou o eixo de capacitações da Abrasel neste ano, e será fortalecida em 2016: o Mentoria Abrasel, onde os associados consultam individualmente especialistas em diferentes temas ligados à gestão e operação de bares e restaurantes. Também com o objetivo de gerar oportunidades e qualificar a mão-de-obra no setor, a Abrasel realizou, em parceria com a multinacional DIAGEO, o programa Learning for Life, oferecendo gratuitamente curso de garçom e bartender.

CONVÊNIOS Com o objetivo de garantir vantagens e maior competitividade a seus associados, a Abrasel estabeleceu cerca de 30 convênios em 2015. São empresas parceiras que oferecem benefícios com valores e condições especiais para os bares e restaurantes da Abrasel, além de instituições ligadas ao setor de turismo e eventos. Entre os produtos e serviços oferecidos, estão fornecedores de carnes, hortifruti e bebidas, recolhimento de resíduos especiais, consultorias jurídicas e tributárias, design e arquitetura, assessoria gastronômica e plano de saúde, por exemplo. A lista completa de convênios você confere em rs.abrasel.com.br.

MISSÕES EMPRESARIAIS O setor de alimentação fora do lar mostrou sua força no Rio Grande do Sul ao longo de 2015, através da participação ativa e da união do empresariado. Do Estado, partiram missões para eventos nacionais e internacionais voltados à inovação e qualificação de serviços em alimentação. A Abrasel RS teve representação significativa na NRA Show, em Chicago (EUA), uma das maiores feiras do mundo na área. Já no Encontro Abrasel, que ocorreu conjuntamente com a Fispal - maior feira de alimentação do Brasil - a comitiva gaúcha contou com cerca de 50 empresários. Também marcamos presença no 27ª Congresso Abrasel, que discutiu o setor e a conjuntura econômica em Brasília (DF).

EVENTOS E AÇÕES PROMOCIONAIS Os dois principais festivais gastronômicos promovidos pela Abrasel fizeram sucesso entre o público durante o ano de 2015. Em maio, o Brasil Sabor envolveu 30 restaurantes 15 em Porto Alegre e 15 na Região das Hortênsias - oferecendo pratos especiais com um toque regional. Já em novembro, o Bar em Bar abriu a temporada de verão na Capital mobilizando 18 bares com petiscos a preços promocionais. Os eventos foram destaque em matérias de TV, rádio, jornais e sites, e representaram oportunidades

de fidelização de público e atração de novos clientes para os estabelecimentos participantes. O ano de 2015 marcou também o lançamento de uma nova edição do Guia Abrasel, uma das principais publicações gastronômicas do RS. O material, distribuído em mais de 120 pontos, possui dicas trilíngues, mapas completos e informações turísticas.

PESQUISA Uma das maiores carências históricas do setor de alimentação fora do lar era a falta de dados e informações confiáveis que pudessem balizar ações e estratégias. Para reverter esse quadro, a Abrasel passou a realizar e divulgar a Pesquisa de Conjuntura Econômica do setor, com análise trimestral de dados como o faturamento, o ticket médio, os investimentos realizados e os hábitos de consumo dos clientes.

REPRESENTAÇÃO POLÍTICA A Abrasel pautou e liderou o setor em diversas lutas relativas à legislação e regramentos que impactam diretamente os bares e restaurantes. Foi assim na regulamentação dos food trucks em Porto Alegre, onde a associação participou ativamente da construção do marco legal para a Gastronomia Itinerante na Capital. Restrições à venda de energéticos, bem como à exposição de marcas de bebidas em estabelecimentos comerciais, foram combatidas pela Abrasel, que atua na promoção do consumo com responsabilidade e no respeito à legislação vigente. A atuação por uma regulamentação adequada e moderna para a profissão de garçom e para a gorjeta também marcou o 2015 da Abrasel.

SIMPLIFICA BRASIL A partir das ruas, Simplifica, Brasil! Foi com esse mote que a Abrasel lançou, em todo o país, a campanha que busca mobilizar a sociedade para questões fundamentais para o desenvolvimento do Brasil. Através de uma aproximação com o público externo, a associação pauta temas econômicos, como a excessiva burocracia, a capacidade de empreendedorismo, a tributação desfavorável ao crescimento e o trabalho intermitente, e também sociais, como a segurança das ruas, a qualidade do transporte público e a mobilidade urbana. Através da campanha, a Abrasel marca sua liderança e a posição do setor como indutor do desenvolvimento e da qualidade de vida.

PROJETOS SOCIAIS Nosso compromisso vai além da porta do nosso estabelecimento. Mais do que oferecer ambientes agradáveis, oportunizar bons momentos, gerar empregos e impostos, sabemos da nossa importância como agentes de transformação social. A Abrasel realizou, em 2015, mais uma edição da Semana da Criança, oportunizando a 625 pequenos estudantes da rede pública de Porto Alegre momentos de valorização da auto-estima e vivência cultural, com o apoio de 25 associados que abriram suas portas para o projeto neste ano. Já com o objetivo de promover a diversidade e o combate ao preconceito, a Abrasel foi parceira do projeto Porto Alegre LGBT, da Secretaria Municipal do Turismo, realizando a capacitação de bares e restaurantes para o atendimento ao público LGBT. NOTÍCIAS ABRASEL #72 I 5


DIA DO ARQUITETO

Restaurantes de Porto Alegre comemoram Dia do Arquiteto e Urbanista Foto: Gabriel Gabardo / Gaudí Soluções em Comunicação

Foto: Luis Francisco Silva / Gaudí Soluções em Comunicação

Foto: Luis Francisco Silva / Gaudí Soluções em Comunicação

Foto: Luis Francisco Silva / Gaudí Soluções em Comunicação

Foto: Divulgação Mulligan

Foto: Divulgação Peppo

Homenagem da Abrasel conta com apoio do Conselho de Arquitetura e Urbanismo do Brasil

Nesta terça-feira (15), restaurantes de Porto Alegre, São Paulo, Rio de Janeiro, Belo Horizonte, e Recife incluirão em seus cardápios o “Prato do Arquiteto”, criado especialmente para celebrar o Dia do Arquiteto e Urbanista, comemorado nesta data. O prato será oferecido a preço promocional. A ação envolve 25 estabelecimentos, cinco por cidade. A homenagem é iniciativa da Associação Brasileira de Bares e Restaurantes (Abrasel), com apoio do Conselho de Arquitetura e Urbanismo do Brasil (CAU-BR), que comemora também seu quarto ano de existência. A data coincide com o dia de nascimento de Oscar Niemeyer. Os restaurantes estarão ornamentados com bandeirinhas e jogos americanos ilustrados pelo caricaturista e arquiteto Paulo Caruso. Ele também é o autor dos totens com a figura de um jovem arquiteto, em tamanho natural, a serem instalados nas portas dos restaurantes, para os clientes fazerem ‘selfies’ e postarem nas redes sociais com a hashtag #diadoarquiteto.

DIÁLOGO E CELEBRAÇÃO Para a Abrasel, o objetivo é valorizar o trabalho e estreitar relações com os arquitetos e urbanistas. “Esta par-

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ceria reflete nossa preocupação crescente com o direito das pessoas à cidade e a evolução urbana com qualidade de vida. Tanto os bares e restaurantes quanto os arquitetos e urbanistas são agentes fundamentais no resgate das ruas, da convivência em harmonia em todo o país”, afirma a diretora-executiva da Abrasel RS, Thais Kapp. No mesmo sentido, o presidente executivo da Abrasel nacional, Paulo Solmucci Junior, destaca a relação entre os setores. “A Abrasel acredita na relação intrínseca entre o urbanismo, o empreendedorismo e a qualidade de vida. É a partir das ruas vivas que conseguiremos empreender com mais facilidade e melhorar a vida dos cidadãos. Por isso, o diálogo aberto e direto com os profissionais responsáveis por pensar a cidade é prioridade para a entidade”. “A iniciativa foi muito bem recebida pelos meus colegas, pois além de significar uma homenagem simpática, contribuirá para compartilharmos o congraçamento da categoria com os demais clientes dos estabelecimentos”, comenta o presidente do CAU/BR, Haroldo Pinheiro. O Brasil tem hoje 131 mil arquitetos e urbanistas na ativa, além de 18 mil empresas do setor.


LEGISLAÇÃO

Regulamentação da Gastronomia Itinerante é aprovada em Porto Alegre Após meses de discussão, a Câmara Municipal de Porto Alegre aprovou, na segunda-feira (7), a lei que regulamenta a Gastronomia Itinerante - a atividade dos food trucks - na Capital. De autoria do Executivo, o projeto aprovado é fruto de uma construção coletiva entre representantes do Poder Público, empresários de food trucks, lideranças do setor de alimentação fora do lar e do comércio. A atividade já é regulamentada em outras cidades brasileiras, e aguardava regras para seu funcionamento em Porto Alegre. Os pontos aprovados no projeto buscam garantir a segurança alimentar - a procedência e manipulação adequadas dos alimentos - e a convivência harmoniosa com os comércios localizados, além da própria segurança jurídica para os empresários do ramo. O link para a íntegra do texto aprovado está disponível em rs.abrasel.com.br. Entidades que trabalharam na construção do Projeto de Lei em conjunto com o Executivo comemoraram a aprovação. “Estamos felizes pela regulamentação deste segmento, e parabenizamos a todos os que trabalharam para que ela saísse do papel. Especialmente, cumprimentamos os empresários de food trucks que se mantiveram na regularidade pacientemente, auxiliando e articulando com o Poder Público para trabalharem de forma séria e respon-

sável, dentro da lei”, afirma a diretora-executiva da Abrasel RS, Thais Kapp. Para Jeanny Bavaresco, 1ª Secretária da Associação Porto-alegrense de Food Truck, a regulamentação era prioritária para o setor. “Foi um processo longo de discussão, cujo principal avanço é termos um marco legal para embasar nossa atividade. Nos enquadramos em todas as exigências, tanto da Smic quanto da Vigilância Sanitária. A lei é uma resposta à população, que já frequenta os eventos e abraçou a ideia dos food trucks, e também gera informação para muitos empreendedores que desejam entrar nesse mercado”, avalia Jeanny. De acordo com o prefeito José Fortunati, esse comércio não pode ficar sem regras, pois já são muitos os conflitos de uso do espaço público. "Como Poder Executivo, temos a obrigação de mediar o uso do espaço, gerando controles e responsabilidades para que todos possam utilizar-se do que é de uso comum. Procuramos, ainda, evitar que haja uma concorrência desleal, e, para esse fim, estabelecemos um preço sobre o uso privado do espaço público de uso comum do povo. Agindo assim, evitaremos que esse novo tipo de comércio prejudique o comércio localizado que paga aluguel, IPTU e outros impostos referidos ao seu exercício”, explicou.

A lei segue agora para sanção do prefeito e, segundo uma das emendas aprovadas, deve ser regulamentada em até 90 dias.

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ENTREVISTA

Antonio Kleber de Paula Secretário Municipal da Indústria e Comércio Desde o final de outubro, a Secretaria Municipal da Indústria e Comércio (Smic) tem novo titular. Com passagem por setores administrativos em gestões no âmbito municipal e estadual, o bacharel em Ciências Jurídicas e Sociais Antonio Kleber de Paula tem o desafio de comandar o órgão que trabalha diretamente com o desenvolvimento e as atividades econômicas da Capital. A Abrasel conversou com o novo secretário sobre suas metas e a relação com o setor de alimentação fora do lar. A entrevista, você confere a seguir: Quais suas metas à frente da Smic para o próximo período? Dar continuidade ao trabalho que vem sendo desenvolvido até agora pela administração municipal. Por orientação do prefeito José Fortunati, vamos manter um diálogo aberto, franco e transparente com todos os entes indutores da economia do município de Porto Alegre. A Abrasel é uma das entidades importantes dentro desse contexto. Vamos manter as coisas boas que vêm sendo feitas e melhorar aquilo que for necessário no trabalho da Secretaria como mediadora e indutora das atividades econômicas da Capital. A Prefeitura, por meio da SMIC e de outras secretarias, busca facilitar a abertura de novas empresas e manter a relação mais estreita possível com os agentes que atuam no desenvolvimento do município. E dentro desse contexto, qual a importância do setor de bares e restaurantes? A rede de atendimento de gastronomia, de bares e restaurantes de Porto Alegre é um setor visto com bons olhos pela Secretaria. No momento de crise econômica que estamos vivendo, os empreendimentos ligados à área da alimentação demonstram criatividade para superar as dificuldades, buscando alternativas para manter as atividades. O segmento gera muitos empregos e renda, portanto temos todo o interesse em apoiá-lo e buscar um diálogo franco e tranquilo para que as atividades possam se desenvolver da melhor maneira possível. A SMIC estimula a formalização das empresas para que possam ter acesso a financiamentos e consigam crescer dentro dos princípios da legalização. No sentido da normatização, como se pode trabalhar em conjunto com o setor? É importante ter um caráter informativo e esclarecedor? A Secretaria tem como meta principal não só uma tarefa fiscalizadora. Sempre atuamos no sentido de fazer um trabalho de conscientização, de orientação. Muitas vezes, um estabelecimento tem algumas dificuldades no encaminhamento da documentação para se formalizar e a SMIC orienta no sentido de que os comerciantes se estabeleçam dentro das normas legais. São dados prazos para serem cumpridos, e a fiscalização punitiva é a última etapa, quan-

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do esgotadas todas as fases do diálogo e do entendimento. E qual a importância dessa fiscalização? Nossa fiscalização sempre trabalha de forma pedagógica para que os empreendedores entendam a importância de seguir as normas legais e suas vantagens. As ações para coibir as atividades irregulares, buscam proteger quem está atuando regularmente e pagando seus impostos. Existem diferentes órgãos fiscalizadores no município. A Smic atua fiscalizando que áreas? A Smic fiscaliza a regularidade do Alvará de Atividades Localizadas que é a última etapa do processo de regularização na Prefeitura. O alvará será emitido pela SMIC se o estabelecimento cumprir as exigências legais para determinada atividade. Quando há alguma dificuldade na obtenção do licenciamento, nossa fiscalização busca orientar como agilizar a formalização. O Município tem outros setores de fiscalização em áreas que não competem à SMIC, como a Secretaria Municipal da Saúde e a Secretaria Municipal do Meio Ambiente, que trata de questões como excesso de ruído. Como equilibrar os interesses dos estabelecimentos e dos moradores quando há algum conflito? A função do Poder Público é regular e mediar essas relações. Nós não podemos concordar que o comércio, por conta do exercício da sua atividade, passe a perturbar, por exemplo, uma comunidade que reside e habita no entorno. Também não concordamos com o cidadão que pede o fechamento de atividades que geram emprego. Mobilizamos todos os esforços, junto com outros órgãos municipais e estaduais, no sentido de articular soluções mais próximas do ideal possível para todas as partes. É preciso encontrar um equilíbrio na solução dos conflitos que, na grande maioria das vezes, se estabelecem não por infrações legais dos comerciantes, mas porque os frequentadores saem dos bares e restaurantes fazendo arruaças e perturbando o sossego. A SMIC sempre trabalha para alcançar um convívio pacífico entre todos os atores envolvidos. A Cidade Baixa possui horários diferenciados para funcionamento dos bares. Isso deve se manter?


Foto: Divulgação SMIC

Antonio Kleber de Paula, Secretário Municipal da Indústria e Comércio

A Cidade Baixa tem uma regulação diferenciada em função da peculiaridade do bairro que tem características culturais e uma vida noturna intensa. Temos um comércio específico de bares, restaurantes e casas noturnas que precisa conviver com a área residencial. Essa relação é delicada. Por isso, é um local com um tratamento diferenciado, sempre na busca do convívio mais harmonioso possível. A tendência é de se manter o horário anteriormente acordado. A Secretaria Municipal da Produção, Indústria e Comércio só atua no sentido de coibir os excessos para garantir o funcionamento das atividades, o sossego dos moradores e estimular o convívio harmonioso entre todos. A atuação dos food trucks está em fase de regulamentação na Capital. Como está esse processo? É uma atividade relativamente nova, em fase de regulamentação através de um Projeto de Lei do Executivo que tramita na Câmara de Vereadores. O projeto levou em consideração regras sanitárias, requisitos de segurança alimentar e buscou a harmonização dos interesses dos comerciantes lo-

calizados com os food trucks. Temos certeza que nossos legisladores conseguirão conciliar as duas atividades. Algumas cidades do Brasil já estão com essa atividade regulamentada. Porto Alegre não vai ser diferente. Como o senhor vê a situação econômica atual e as perspectivas para o futuro? As questões econômicas mostram que o país vive um momento de retração. Talvez nós não estejamos, ainda, no enfrentamento direto da crise. Se algumas medidas econômicas não forem tomadas no sentido de ajustar e retomar o crescimento, a tendência é de agravamento. Agora, estamos na dependência de ações mais específicas do Governo Federal, que é o indutor e condutor de todas as ações econômicas nesse processo. Nós estamos passando um momento em que a crise política está comprometendo as ações econômicas. As incertezas políticas agravam a crise. Todo o investidor precisa de uma certa estabilidade. A partir do momento em que a situação política se estabilizar, a tendência é de melhoria na retomada do crescimento econômico.

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PERFIL

Quintino Helio Vidaletti Forno & Fogão (Rua Silveiro, 120, Menino Deus - Porto Alegre) HÁ 45 ANOS RESIDINDO E MANTENDO NEGÓCIOS NO MENINO DEUS, QUINTINO HELIO VIDALETTI PÔDE ACOMPANHAR A EVOLUÇÃO DO BAIRRO E DOS EMPREENDIMENTOS EM ALIMENTAÇÃO FORA DO LAR. NESSE BATE-PAPO, CONTA COMO DEIXOU A PEQUENA PUTINGA NA DÉCADA DE 70 PARA SE TORNAR PROPRIETÁRIO DO TRADICIONAL FORNO & FOGÃO, ALÉM DOS DESAFIOS COMO A SUCESSÃO FAMILIAR, A CRISE ECONÔMICA E OS ASPECTOS POSITIVOS DO AUMENTO DA CONCORRÊNCIA. BOA LEITURA! De onde você é? Me considero porto-alegrense, estou há 45 anos aqui. Mas de origem, sou de Putinga, na região do Alto Taquari. Putinga é o centro da região. Porque lá caiu o maior meteorito que se tem notícia na face da terra. Então, pressupõe-se que até Deus acha que Putinga é mais importante que as demais regiões (brinca). Como foi sua vinda para Porto Alegre? Na década de 70, todos os pequenos agricultores estavam migrando para o norte do Paraná, Mato Grosso, Rondônia. Ou se ia para essas fronteiras agrícolas, ou vinha para Porto Alegre como pequeno comércio. O nosso pai optou por vir a Porto Alegre. Fomos alguns dos primeiros putinguenses a vir pra cá. Começamos com um armazém, o Armazém Vitorioso, aqui na esquina da Silveiro com a Barão do Guaíba (onde hoje se localiza o Forno & Fogão), por volta de 1973. Antes, ele lavrava com boi e arado. Hoje, nas fronteiras agrícolas que colocam 15 ou 20 tratores um ao lado do outro, se pode baixar o custo-fixo e vender o produto a preço mais baixo. Mas com boi e arado, onde se conseguia produzir duas sacas com 60kg, tu não sobrevives. Então, o que restava? Colocar um pequeno comércio, que foi o destino de 90% ou mais dos putinguenses e do entorno. Os de Nova Bréscia foram trabalhar em restaurante e lancheria. Encantado, idem. Putinga, a maioria era armazém, secos e molhados. Se tu olhares, tem (as famílias) Carboni, Lunardelli, Petrolli, Rabaiolli, para citar alguns exemplos, que são todos de Putinga. E mais recentemente, na década

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Fotos: Luis Francisco Silva / Gaudí Soluções em Comunicação


Quintino Helio Vidaletti e sua equipe do tradicional Forno e Fogão.

de 80, começou a vir o pessoal de Lajeado, também nesse ramo de pequeno mercado. O pessoal de Putinga já está se aposentando, saindo fora. Pois a geração que veio depois deles, os filhos, normalmente seguiram outro rumo. Foram trabalhar em banco, em prefeitura, serem funcionários públicos. Essa sucessão familiar é um desafio de muitos empreendedores, não é? Os filhos não querem tocar o negócio. Tem um ciclo de quem criou. Eu cito o exemplo das minhas filhas. Tenho quatro, e nenhuma deve seguir o meu negócio. Talvez uma, que faz Nutrição, siga. Mas, se ela me pedir, vou dizer que não. Se ela me exigir, vou dizer: “filha, eu vou te apoiar”. Porque é uma atividade muito ingrata. Tu trabalhas 24h por dia, até dormindo tu trabalhas. Tu não sabes como está o freezer, a câmara fria. É 24h. Você chegou a trabalhar em outro ramo? Fui diretor da Smic (Secretaria Municipal da Industria e Comércio), eu que dava alvará. E também trabalhei 20 anos na Petrobrás, na (refinaria) Alberto Pasqualini. E como foi essa mudança até chegar ao restaurante? O armazém foi meu primeiro negócio. Saí e fui trabalhar em banco, como a maioria da “segunda geração”. Me formei em Economia em 1984 na PUC, também passei em Engenharia Civil na Unisinos. Vindo para a PUC, recebi um convite para trabalhar na prefeitura, no tempo do (ex-prefeito João Antonio) Dib. Nessa época, fiz concurso para a Petrobrás e para Fiscal de Impostos. Passei em ambos mas, como solteiro, preferi a Petrobrás com aquela visão de plataforma (de petróleo), de poder viajar. E assim me desiludi com isso, porque ficar 15 dias em mar é coisa indescritível, é difícil. Nesse meio tempo, casei, e começaram a nascer as filhas. E só o salário da Petrobrás ficou muito baixo. Aí, pedi demissão da Petrobrás, e vim ajudar minha esposa, que já tinha iniciado uma pizzaria. Por volta de 1991 foi o início da pizzaria, e em 1999 eu pedi demissão. Quando o negócio chegou em um ponto em que o salário não era compensador, eu optei pela iniciativa privada e vim ajudar minha esposa. E como a pizza se tornou Forno & Fogão? Em 1994 nós ampliamos, pegamos uma casa ao lado da pizzaria e construímos o Forno & Fogão. Forno da pizza,

fogão do almoço. Com essa mistura, optamos por seguir com o restaurante, com o conceito de comida caseira. Minha mulher era cozinheira e pilotava o fogão. No início eu continuava na Petrobrás dando o suporte necessário até o negócio se firmar. Estando há 45 anos aqui no bairro, você conhece bastante os tipos de negócio e a concorrência. Como viu a evolução do Menino Deus nesse aspecto? Do que eu me lembro, quando iniciamos, eram dois ou três. Hoje, são mais de mil negócios de alimentação. Desde a lancheria, do armazém que vende comida, são mais de mil negócios. O que é salutar, é bom para a concorrência. A concorrência divide em um primeiro momento, no meu ponto de vista, mas depois soma. Te obrigas a melhorar, cuidar de custos, mas em um segundo momento te destacas. Muitos dos que abriram, já fecharam. E muitos, pela variedade de negócios, não estão bem. Porque o aluguel subiu muito, a crise econômica está bastante forte. Inclusive, na nossa área de alimentação, o pessoal está trazendo comida de casa (para o trabalho). E você tem sentido isso? Tenho sentido. O que também me obrigou a inovar. Eu passei ao (buffet por) quilo também. Então, o cliente tem a opção. Se ele quiser gastar um pouco mais e comer o rodízio de grelhados, com filé e picanha, também pode. Paga mais R$ 5 e vai ter filé e picanha. A concorrência só tem lado positivo. O comerciante fica um pouco triste porque obriga a se enquadrar, a trabalhar um pouquinho mais para acompanhar. Mas a concorrência é salutar. Que estratégias se pode tomar para superar a crise e a concorrência, e ter um negócio consolidado no mercado? Não para te contradizer, mas para somar: nunca se está consolidado. Se tu achas que estás bem, é o momento em que começa a cair o teu negócio. O que nós estamos fazendo? Eu abri churrascaria no térreo, e fechei. Quando eu vi que o negócio não estava bem e eu não estava fazendo um produto do nível que eu gostaria - porque não tinha profissional, não tinha bons fornecedores e eu não tinha todo o conhecimento que se exige - eu optei por fechar. Fechei a churrascaria e mantive minha comida caseira. E acrescentei eventos. Formaturas, casamentos.

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OPINIÃO

Gerencial Auditoria e Consultoria sugere aos empresários que avaliem 2015, para então planejarem 2016 Estamos nos aproximando do final de 2015 e o ano praticamente já passou. Com ele, inúmeros desafios de gestão também nos foram impostos. Entretanto, a missão do empreendedor continua e será de fundamental importância estar preparado adequadamente para 2016. Nessa época do ano é sempre recomendável desenvolvermos uma completa análise do desempenho dos negócios em 2015, e o que precisa ser reavaliado, reorganizado e modificado a tempo, frente ao atual cenário econômico brasileiro. Assim, algumas reflexões são muito importantes, tais como: Nossos objetivos e planos de gestão este ano foram atingidos e executados na sua totalidade? O que poderíamos ter feito de forma diferente ou com maior eficiência e assertividade? Os resultados da empresa até aqui considerando a projeção para o final do ano podem ser considerados satisfatórios? Como está a saúde econômico-financeira da nossa empresa, atingimos o ponto de equilíbrio todos os meses? Estamos adequados em termos de capital humano? E, em termos de participação no mercado como estamos? Aproveitamos todas as oportunidades que se apresentaram ao longo de 2015? Neste momento, a partir de reflexões de pontos como os acima propostos, somos da opinião de que precisamos examinar com muita atenção nossos negócios e desenvolver um detalhado e cuidadoso plano de gestão para o ano de 2016, que está logo ali adiante. Será que o regime tributário que estamos adotando será o mais adequado para 2016? E, considerando o nosso planejamento de operações comerciais e de serviços, ele (regime tributário) continuará sendo o mais vantajoso? Qual será a consequência dessa opção fiscal em termos de fluxo de caixa e no retorno aos sócios para o ano que vem? Essas, entre outras questões aliadas às métricas eficientes de gestão, serão fundamentais para que possamos conduzir um empreendimento de forma racional e segura durante 2016. Minha dica: tome por base o que já podemos observar de 2015, projetando o fechamento do exercício e traçando com o maior grau de assertividade um plano de operação para 2016. O passado aliado ao planejamento futuro de negócio consciente ajuda e dá conforto na tomada de decisão. Planejar, medir, controlar são algumas palavras fundamentais no dia a dia de um gestor. Acrescente um plano de gestão eficiente unindo sua equipe, que as possibilidades de sucesso serão ainda maiores.

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ÂNGELO MORI MACHADO Contador e diretor da Gerencial Auditoria e Consultoria.


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