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Abrasel RS | Julho 2015 | www.rs.abrasel.com.br | Twitter: @AbraselRS | Facebook: abraselrs Telefone: 51.30129922
REGULAMENTAÇÃO DA GASTRONOMIA ITINERANTE ESTÁ EM DEBATE EM PORTO ALEGRE
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Cada vez mais presente nas principais cidades do mundo, a gastronomia itinerante já toma as ruas de Porto Alegre através dos food trucks. A alternativa de comer na rua com qualidade caiu no gosto de milhares de porto-alegrenses, mas enfrenta um problema típico dos fenômenos recentes: a falta de regulamentação. Para debelar a insegurança jurídica causada pela ausência de uma legislação específica, e evitar riscos para os consumidores, a Abrasel RS e entidades ligadas ao tema constroem, em conjunto com o Poder Público municipal, um Projeto de Lei (PL) que determine o regramento para a atividade na Capital. Ao lado da Abrasel RS, estão no centro do debate entidades como a Associação Porto-alegrense de Food Truck, o Sindicato de Hospedagem e Alimentação de POA e Região (Sindha, ex-Sindpoa), e órgãos públicos como a Secretaria Municipal da Produção, Indústria e Comércio (Smic), Secretaria Municipal da Saúde (SMS), Secretaria Municipal do Meio Ambiente (Smam) e EPTC, além de empresários diretamente ligados ao segmento. A partir de uma audiência pública promovida pela Prefeitura no último dia 28 de maio, na Câmara de Vereadores, abriu-se um período de até 90 dias para ajustes da minuta do PL apresentada na reunião. Apenas quatro cidades brasileiras já criaram seus marcos legais sobre a atividade: São Paulo, Rio de Janeiro, Vitória e Curitiba. “Somente através da regulamentação poderemos criar um ambiente saudável e seguro para atuação deste segmento. É através dela, também, que se estipulam as normas para operação, o que promove uma concorrência saudável e passível de fiscalização com embasamento legal, padronização e conhecido por todos”, afirma a diretora-executiva da Abrasel RS, Thais Kapp. O documento proposto traz itens como a distância em relação aos estabelecimentos fixos (80 metros), definição do segmento (auto motor, porte dos carros, etc), sistema de rodízio nos pontos autorizados, definição dos bairros e regiões que poderão atuar, definição sobre taxas e cobranças por par-
te do Poder Público, além de tópicos da Vigilância Sanitária municipal. Uma das propostas do órgão é incluir na Lei a exigência de alvará para a cozinha fixa onde os alimentos são preparados. Para o proprietário do food truck Olívia e Palito, Rafael Dutra, essa medida é importante, mas deve ser analisada caso a caso. “Para o pré-preparo de algo que lida com risco alimentar, deve haver a exigência, mas cada caso vai estabelecer a necessidade”, opina. O problema, segundo Dutra, é a falta de capacidade de fiscalização por parte da Vigilância Sanitária: “O órgão é limitado em número de pessoal, o que gera demora no fornecimento de alvarás pela quantidade e variedade de estabelecimentos que existem”. “A postura dos food trucks é essa: queremos que haja definição das regras, e que elas valham para todos de maneira igual”, afirma Dutra, revelando-se “otimista” sobre a regulamentação: “Não será benéfico apenas para a gente, mas também para a cidade, a população já abraçou essa ideia. A pressão para regulamentar é grande, pois nós queremos trabalhar e as pessoas querem ter essa alternativa de alimentação”. Atualmente, os food trucks existentes atuam com permissões diversas - como ambulantes, por exemplo - que não contemplam sua atividade específica. A recomendação para os empresários que possuem ou querem implementar um food truck, segundo Thais Kapp, é procurar a Smic para avaliar as exigências, já que este é o órgão que irá fornecer o alvará e realizar parte da fiscalização. “Elaborar um plano de negócios com base em análise de mercado e planejamento estratégico é fundamental”, completa a diretora. Os food trucks já são representados pela Abrasel, à medida que integram o setor de alimentação fora do lar, segundo Thais. “Para estimular a formalização, e entendendo as diferenças entre os segmentos deste setor, a Abrasel criou uma categoria especial para estas empresas e já vem atuando institucionalmente representando as mesmas”, explica. 1I