Ciclismo a fundo nº 43 fevereiro março 2016

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ACOMPANHE-NOS NO

Relembramos os rostos do passado

DO PORTO E SPORTING

Bimestral I fevereiro / março 2016 Nº43 I PVP 3,95€ (continente)

PAULO MARTINS Conheça as travessuras do comentador de ciclismo

TREK

V O LT A ao Algarve Equipas Etapas Nomes sonantes Locais a não perder Historial da prova

MADONE 9.2 Testes PINARELLO DOGMA K8-S GIANT FASTROAD COMAX 2 ROSE PRO SL-2000 CERVÉLO S5 + 8 PRODUTOS SERÃO OS TRAVÕES DE DISCO O FUTURO? Chegámos a um veredito

COMPARÁMOS

COLETES

COMPETIÇÃO

Mostramos-lhe o calendário de provas e as equipas de elite

REPORTAGEM

Conheça a Academia Joaquim Agostinho

ISBN 5601753002225

SAÚDE

Evite as cãibras de uma vez por todas

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» Editorial Diretor CARLOS ALMEIDA PINTO

(cpinto@motorpress.pt) Jornalistas: Fernando Lebre e Magda Ribeiro Colaborações: José Morais, Luís Lourenço, Sérgio Marques, Rodrigo Baltazar, Ricardo Gouveia, Luis Duarte, António Santos, Daniela Reis e Sérgio Paulinho Redação ciclismoafundo@gmail.com Rua Policarpo Anjos, nº 4 1495-742 CRUZ QUEBRADA/DAFUNDO Tel: 214 154 500 – Fax: 214 154 501 Arte Coordenador: Miguel Félix Alice Graça, Filipa Fonseca, Joana Prudêncio, Marina Gonçalves, Miguel Ferreira, Teresa Cohen Fotografia: João Carlos Oliveira, Pedro Lopes e Rui Botas

Carlos Almeida Pinto Diretor

CONSELHO DE ADMINISTRAÇÃO

Presidente

VOLKER BREID

Vice-Presidente e Administrador-Delegado JOÃO FERREIRA

Vogal

ANDREA ROMETSCH

Diretora-Geral Comercial

Na última edição andámos num rodopio devido à mudança de última hora do novo patrocinador da equipa W52. Quando recebemos a informação de que o Sporting se associaria à W52, alterámos a capa e dois artigos no interior da revista e no dia seguinte a mesma foi para a gráfica. Todavia, e quando já me encontrava de férias, fui contactado pela Magda Ribeiro, uma das nossas jornalistas seniores que prontamente me informou da alteração de cenário: o Sporting havia cancelado o acordo e o FC Porto havia sido anunciado como novo parceiro da equipa do Sobrado. Depois de entrar em pânico durante alguns minutos, concentrei-me e mentalizei-me de que teria de arranjar uma solução rápida e alterar a revista antes de chegar às bancas. Depois de três ou quatro telefonemas em horas menos próprias, tive a resposta: a revista já estava a ser impressa a todo o gás e teríamos de voltar a imprimir uma parte do miolo, com custos acrescidos. Engoli em seco, avisei a administração e desloquei-me para a redação juntamente com um paginador para alterar as páginas que continham esta informação. Esta “corrida” às equipas já existentes não é assim tão favorável pois o número de estruturas existentes é o mesmo – seis – portanto não existe um crescimento em Portugal, somente em probabilidade de maior mediatismo e afluxo de adeptos. Por outro lado, é certo que o clubismo poderá trazer mais gente nova à modalidade – inclusive outros emblemas – mas desde que sejam equipas com estrutura e projetos a longo prazo, pois o ciclismo já está escaldado com projetos megalómanos que ruíram em três tempos. Acredito que existem boas intenções de todos os intervenientes, mas espero sinceramente que aqueles que vêm do mundo do futebol entendam as vicissitudes da nossa modalidade e que a ajudem a crescer. Se for esse o propósito são bem vindos e recebemo-los de braços abertos.

CECÍLIA PINA PRATA

Publicidade Coordenador: Ricardo Marques rmarques@motorpress.pt

» Sumário

Marketing José Clemente, Maria Teresa Gomes, Vera Santos Assinaturas e edições atrasadas: Sara Tomás Tel: 21 415 45 50 - Fax: 21 415 45 01 assinaturas@motorpress.pt Motor Presse Stuttargt GmbH & Co. KG. Presidents: Volker Breid / Norbert Lehmann CEOs: Volker Breid / Henry Allgaier Director Product development: Robert Wiljan Business Development & Strategy / Licensing: Alexander Teutsch Edição, Redação e Administração Motor Press Lisboa Edição e Distribuição, S.A., Rua Policarpo Anjos, nº4, 1495-742 CRUZ QUEBRADA­/DAFUNDO, com o capital social de 250 000 euros, registada no Registo Comercial de Cascais, nº 08613, cont. nº 502 561 408. Tel.: 21 415 45 00. Fax: 21 415 45 01. Publicação registada na Entidade Reguladora para a Comunicação Social sob o nº 125 468. Propriedade – Motor Press Ibérica, S.A. e Cruz Quebrada Media – Edições e Publicações Unipessoal, Lda. Impressão: Lisgráfica – Queluz de Baixo. Depósito Legal nº 122 996/98.

22 Teste

Pinarello Dogma K8-S O secretismo por detrás do lançamento desta bicicleta fez com que a considerássemos um teste prioritário.

64 Reportagem Academia Joaquim Agostinho Serão estes os campeões do futuro? Fomos conhecê-los melhor...

Distribuição: Urbanos Press - Rua 1º de Maio, Centro Empresarial da Granja, 2525-572 Vialonga Todos os direitos reservados. Em virtude do disposto no artigo 68º n.º 2, i) e j), artigo 75º n.º 2, m) do Código do Direito de Autor e dos Direitos Conexos artigos 10º e 10º Bis da Conv. de Berna, são expressamente proibidas a reprodução, a distribuição, a comunicação pú-blica ou colocação à disposição, da totalidade ou parte dos conteúdos desta publicação, com fins comerciais diretos ou indiretos, em qualquer suporte e por quaisquer meios técni-cos, sem a autorização da Motor Press Lisboa, S.A. da Motor Press Ibérica S.A. e da Cruz Quebrada Media – Edições e Publicações Unipessoal, Lda. ou da VISAPRESS, Gestão de Conteúdos dos Média, CRL. Edição escrita ao abrigo do novo acordo ortográfico Membro

03 Staff 04 Apresentação Volta ao Algarve 06 Noticiário 18 Teste Trek Madone 9.2 22 Teste Pinarello Dogma K8-S 26 Teste Giant Fastroad Comax 2 30 Teste Rose Pro SL-2000 34 Teste Cervélo S5 38 Minitestes 44 Apresentação Boardman 2016 48 Guia de comprador: coletes

54 Indústria: Quais são os melhores travões? 58 Como evitar cãibras 60 Prepare-se para os eventos 64 Reportagem: Academia Joaquim Agostinho 68 História 72 Arco da Velha 76 Apresentação equipas nacionais 80 Competição 82 Calendário competitivo

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Últimas da estrada

42.ª edição da Volta ao Algarve

A prova por todos desejada As equipas mais cotadas do ranking mundial e alguns dos melhores atletas a nível internacional. É deste modo que se apresenta mais uma edição da Volta ao Algarve, competição que volta a reunir, na região mais a sul de Portugal Continental, a “fina flor” do ciclismo além-fronteiras. Os ingredientes estão reunidos. Venha de lá o espetáculo! Texto: Magda Ribeiro Fotos: Luís Duarte

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Ciclismo a fundo


Percurso 17 de fevereiro 1.ª Etapa: Lagos – Albufeira, 187,6 km 18 de fevereiro 2.ª Etapa: Lagoa – Fóia, 200 km 19 de fevereiro 3.ª Etapa: Sagres – Sagres, 18 km (CRI) 20 de fevereiro 4.ª Etapa: S. Brás de Alportel – Tavira, 187,3 km 21 de fevereiro 5.ª Etapa: Almodôvar – Malhão, 172,7 km

As equipas presentes WorldTour: Astana, Cannondale, Etixx/ QuickStep, FDJ, IAM Cycling, Katusha, Lotto Soudal, Lotto NL/Jumbo, Movistar, Team Sky, Tinkoff e Trek Factory Racing. Continentais Profissionais: Bora/Argon 18, Caja Rural/Seguros RGA, Gazprom/ RusVelo, Novo Nordisk, Roth/Skoda e Verva ActiveJet. Continentais: Efapel, LA Alumínios/ Antarte, Louletano/Hospital de Loulé, Radio Popular/Boavista, Sporting Clube de Portugal/Tavira, W52/FC Porto/Porto Canal

Os mais recentes vencedores da “Algarvia” 2015 Geraint Thomas (GBR) Team Sky 2014 Michal Kwiatkowski (POL) Omega Pharma-QuickStep 2013 Tony Martin (ALE) Omega Pharma-QuickStep 2012 Richie Porte (AUS) - Team Sky 2011 Tony Martin (ALE) HTC -HighRoad

A

Volta ao Algarve, que vai para a estrada entre os dias 17 e 21 de fevereiro, atrairá, uma vez mais, as formações internacionais com mais créditos a nível mundial, bem como um rol de vedetas da modalidade. Assim, os adeptos lusos terão oportunidade de ver “in loco” ciclistas como os espanhóis Alberto Contador (Tinkoff) e Joaquim Rodríguez (Katusha), o italiano Fabio Aru (Astana), o polaco Michal Kwiatkowski (Sky), o alemão Tony Martin (Etixx/Quick Step), o francês Thibaut Pinot (FDJ), o belga Tom Boonen (Etixx/ QuickStep), o suíço Fabian Cancellara e o luxemburguês Fränk Schleck (ambos da Trek/Segafredo). O internacional luso Tiago Machado (Katusha) - terceiro na Volta ao Algarve de 2015 – também fará parte deste pelotão composto por 24 equipas, metade das quais pertencente à primeira divisão mundial, às quais se somam seis Continentais Profissionais e outras tantas Continentais (todas estas portuguesas).

O TRAJETO O percurso delineado para esta edição revela-se propício a corredores completos. O itinerário conta com 756,6 quilómetros, distribuídos por quatro etapas em linha e ainda por um contrarrelógio individual. Se a 1.ª e a 4.ª tiradas são pensadas para roladores e sprínteres, a 2.ª e a 5.ª privilegiarão os trepadores. A primeira dificuldade montanhosa será encontrada na etapa rainha, que culminará na dura ascensão ao alto da Fóia (Monchique), ponto que não era visitado pelo pelotão desde 2002. Neste dia, depois de superadas as escaladas a Marmelete, Picota e Pomba (já nos últimos 67 km), os corredores terão de medir forças na Fóia - ponto mais alto do Algarve com 904 metros de altitude –, uma subida de 7,5 quilómetros, com uma inclinação média de seis por cento. No entanto, como já referimos, este não é o único obstáculo que os candidatos à vitória terão de superar. À Fóia adiciona-se,

no derradeiro dia, a subida ao alto do Malhão (Loulé), vencida no ano passado por Richie Porte (Sky). A etapa, que terá 172,7 quilómetros, contemplará uma primeira passagem pelo Malhão (ao km 45), seguindo-se um percurso tortuoso, com uma sucessão de subidas curtas e íngremes. O desfecho será uma nova abordagem àquela ascensão de 2,5 quilómetros, com uma inclinação média de 9,4 por cento. Nota ainda para a 3.ª jornada, um contrarrelógio individual de 18 quilómetros, que poderá dar uma oportunidade de recuperar tempo para aqueles que claudicaram no primeiro teste montanhoso. De referir que os 4,5 quilómetros iniciais do percurso são bastante técnicos, facto que beneficiará os especialistas da luta contra o tempo. A luta será, pois, até ao último metro da prova e a expectativa é grande para saber quem irá suceder ao galês Geraint Thomas (Team Sky) na galeria de vencedores da competição. fevereiro / março 2016

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Últimas da estrada

Passatempo Cannondale/Ciclismo a fundo O nosso leitor Marcelo Oliveira, de 21 anos, residente em Vila Nova de Gaia, foi o grande vencedor do passatempo que lançámos na nossa edição passada e na qual estávamos a oferecer uma jersey oficial da equipa Cannondale/Garmin autografada pelo ciclista português André Cardoso. A equipa da Ciclismo a fundo endereça os mais sinceros parabéns ao leitor premiado. Esteja atento, pois brevemente iremos contemplar os nossos leitores com novos passatempos.

Inspirado no ciclismo de pista clássico Transporta-nos para o passado da modalidade (das últimas décadas) mas recorre às tecnologias do presente. É desta forma que podemos resumir a nova Track Collection da Transparent. Esta gama inclui polos que combinam cores e figuras bem conhecidas dos amantes da modalidade. Disso é exemplo o “Johan”, inspirado na jersey envergada por Johan Museeuw na

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Ciclismo a fundo

Mapei dos anos 90 ou o modelo “Eddy”, cujo mote é a famosa camisola Molteni, envergada pelo “Canibal”, Eddy Merckx. Pensado para ser usado em meio urbano, possui três bolsos atrás e uma pequena tira refletora, estando disponível em cinco tamanhos (XS, S, M, L e XL). Mais informações em: www.transparent. bike.com.

Évora Granfondo rola em abril É já no próximo dia 24 de abril que o Grupo Desportivo e Recreativo Canaviais leva a cabo o Évora Granfondo Challenge. Prevê-se que o momento mais concorrido deste evento alentejano seja o Granfondo caracterizado por uma extensão de 185 quilómetros e um desnível acumulado de 1721 metros, que terá partida e chegada junto ao templo romano da cidade eborense. Já os ciclistas que desejem uma aventura menos exigente do ponto de vista físico terão ao seu dispor um Mediofondo, composto por um itinerário de 105 quilómetros, onde sobressaem 1082m de acumulado. O vencedor da Volta a Portugal de 2000, Vítor Gamito, deverá ser um dos cabeças-de-cartaz do pelotão de uma iniciativa que é igualmente apadrinhada pelos ciclistas Bruno Pires, José Gonçalves e Daniela Reis. A Ciclismo a fundo aliou-se ao Évora Granfondo Challenge enquanto Media Partner. Poderá efetuar a sua inscrição através do seguinte sítio: www. evoragranfondo.com.



Últimas da estrada

Projeto Eurovelo Shimano lança RP9 Pensado para os ciclistas que diariamente percorrem grandes distâncias e que não dizem “não” à participação num Granfondo, a Shimano acaba de lançar o SH-RP9. Este sapato conta com tecnologia de termo moldagem na gáspea e na palmilha, facto que garante ao ciclista uma adaptação única do sapato ao seu pé. O padrão envolvente da gáspea superior permite envolver o pé com maior firmeza, segurança e conforto. Realce ainda para o conjunto de dois velcros e para o seu fecho ajustável. Composto por uma sola ultra-rígida em compósito de fibra de carbono o RP9, conta com uma rigidez de 11 (numa escala de 5 a 12) e a sua sola é compatível com sistemas de encaixe de três parafusos de ajuste, sendo o PD-6800 o pedal recomendado pelo fabricante para estar em contacto com o RP9. Com um peso de 575 gramas no número 43, o sapato SH-RP9 conta ainda com largas entradas de ar situadas na parte frontal, que atuam conjuntamente com um sistema anti-bacteriano Mint aroma. Com um PVP de 206 euros, este novo produto do fabricante nipónico poderá ser encontrado nas cores branca e preta, do n.º 40 ao 46 (incluindo meios-números).

A Federação Portuguesa de Cicloturismo e Utilizadores da Bicicleta encontra-se neste momento a empregar esforços para o desenvolvimento do projeto Eurovelo em Portugal, tendo como meta aprovar uma extensão da rota Eurovelo 1 (Rota da Costa Atlântica), ligando Sagres a Caminha ao longo do litoral português. Deste modo, os responsáveis daquela federação esperam conseguir elaborar uma rota com uma extensão contínua de cerca de 1150 km, com um património paisagístico, arquitetónico e cultural singular. Todos aqueles que desejem conceder o seu contributo a este projeto poderão fazê-lo partilhando as suas fotografias de bicicleta, exemplificativas das paisagens e património cultural que atravessamos junto à nossa orla costeira. Para tal, bastará enviar um mail para o endereço: fpcub@fpcub.pt, no qual deverá constar uma foto em formato JPEG, uma breve descrição da foto, assim como o nome do concelho mais próximo da mesma, podendo ainda incluir as coordenadas GPS do local em questão. De ressalvar que é importante que no mail siga igualmente uma concordância explícita com a utilização da foto ou fotos em questão para efeitos de promoção da rota Eurovelo, no nosso país.

Froome revela dados A revista britânica Esquire UK divulgou o resultado de testes fisiológicos que o vencedor da Volta a França Chris Froome efetuou, por livre iniciativa, no laboratório de performance humana GlaxoSmithKline. Com a realização destes testes, o corredor da Sky procura comprovar, uma vez mais, que os seus resultados são limpos e que não resultam do recurso a substâncias dopantes. Segundo o especialista científico Phillip Bell, as classificações obtidas por Froome mostram que este possui características fisiológicas excecionais. “Os valores de Froome estão próximo daquilo que pensamos ser o limite superior do ser humano no que diz respeito a VO2 (volume de oxigénio máximo)”, considerou aquele especialista em declarações à Esquire UK. O VO2 de Froome, ou seja, o volume máximo de oxigénio admitido pelos pulmões do britânico (medido em mililitros por quilo por minuto), foi de 84,6. Tendo como referência o seu peso na Volta a França (67 kg), o valor seria de 88,2, segundo a Esquire UK. O atual detentor do título do Tour divulga ainda, através daquela publicação, os seus dados sanguíneos atuais, que alegadamente se revelam semelhantes aos registados em julho de 2007, aquando do início da sua carreira desportiva. As medidas da potência desenvolvida por Froome em esforço foram de 5,98 watts/kg, o que equivale a 6,25 w/kg no seu peso de competição.

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Ciclismo a fundo


Seguro e compacto A pensar na segurança do ciclista, a BH Bikes lança agora o capacete EVO. Com um peso de 218 gramas e uma forma compacta, este capacete é fabricado em policarbonato mediante tecnologia In Mold, o que lhe confere uma estrutura mais compacta e resistente, capaz de absorver, do melhor modo, possíveis impactos. Por sua vez, o seu interior, de design ergonómico, associado ao fecho

traseiro de rotor e ainda ao fecho de queixo magnético, facilita um perfeito ajuste à cabeça do ciclista. Tal resulta num maior índice de conforto durante o seu uso. E porque a ventilação é igualmente um pormenor relevante, o EVO tem amplos canais frontais. Disponível em três cores, tem um PVP de 79,90 euros. Mais informações em: www.bhbikes.com. San Andrés de Teixido

Viveiro

10a Etapa, 29 agosto

Lugones

4a Etapa,

23 agosto

Dumbría. Mirador de Ézaro

24 agosto

Lugo

3a Etapa, 22 agosto

Oviedo. Alto del Naranco

Monforte de Lemos

Marín Ourense

21 agosto

7a Etapa,

26 agosto

Peña Cabarga

13a Etapa,

2 septiembre

Los Corrales 12a Etapa, Lagos de Covadonga de Buelna 1 septiembre Bilbao Cistierna

14a Etapa,

3 septiembre

Aubisque - Gourette

UrdaxDantxarinea Sallent de Gállego. Aramón Formigal

15a Etapa,

4 septiembre

6a Etapa, 25 agosto

Maceda

2a Etapa,

30

11a Etapa, 31agosto 9a Etapa,

28 agosto

La Camperona. Valle de Sabero

Luintra. Ribeira Sacra Baiona

Colunga. Museo Jurásico Descanso agosto

5a Etapa,

Betanzos

Puebla de Sanabria

Sabiñánigo

8a Etapa,

27 agosto

Villalpando

OURENSE

PROVINCIA TERMAL. BALNEARIO DE LAIAS -

Alcañiz

Parque Náutico de Castrelo de Miño 1a Etapa, 20 agosto

16a Etapa,

5 septiembre

Las Rozas

Peñíscola

Llucena. Camins del Penyagolosa

Descanso 17

a

MADRID

Etapa,

7 septiembre

21a Etapa, 11 septiembre

6 septiembre

Castellón

Requena 18a Etapa,

8 septiembre

Gandía Xàbia 19a Etapa,

20a Etapa, 10 septiembre

Salida Vuelta

Final Salida

Salida Etapa

Llegada Etapa

Contrarreloj por Equipos

9 septiembre

Calp Benidorm

Contrarreloj Individual

D.L.: M-38799-2015

Alto de Aitana. Escuadrón Ejército del Aire

Recorrido

Muita montanha

na Vuelta`16 Campeões homenageados A Federação Portuguesa de Ciclismo (FPC) homenageou, no passado mês de dezembro, os ciclistas medalhados em Jogos Olímpicos, Campeonatos do Mundo e da Europa. Nesta iniciativa – que surgiu no âmbito do 110.º aniversário da FPC – foram visados os dois campeões do mundo portugueses, nomeadamente Rui Costa (ausente) pelo título no Mundial de 2013, e Ivo Oliveira pelo ouro na pista. Do mesmo modo, foi agraciado Sérgio Paulinho (pela medalha de prata olímpica em Atenas’2004), Cândido Barbosa (Campeão da Europa), as irmãs Carmo e Ivone Carvalho (Campeãs do Mundo de ciclismo artístico). Também Rafael Reis e o betetista Ricardo Marinheiro não foram esquecidos. Entre os homenageados estiveram ainda Acácio da Silva, José Poeira, Artur Lopes, José Calado e Marcal Grilo.

Pela segurança na estrada “Os ciclistas podem agora facilmente visualizar toda a informação e receber alertas enquanto circulam, sem nunca terem que tirar os olhos da estrada”. A garantia é dada por Vanessa Garrido, Diretora de Marketing de Garmin Iberia, no lançamento do Varia Vision, um visor de dados para bicicletas. Colocado nos óculos de sol dos ciclistas, o Varia Vision exibe informação reproduzida por um equipamento Edge compatível. Deste modo, os atletas podem facilmente aceder a dados sobre o desempenho, indicações de navegação ponto a ponto, notificações inteligentes, entre outras, estando a informação relevante diretamente na sua linha de

visão. E porque a segurança é um tema a nunca descurar, pode ainda ser ligado ao radar traseiro Varia, para uma total noção dos veículos que se aproximam pela retaguarda. A bateria oferece uma autonomia de oito horas de funcionamento contínuo. O ecrã tátil funciona mesmo com luvas e está preparado para suportar todo o tipo de alterações meteorológicas. Com um peso de apenas 29,7 gramas, o ecrã no campo de visão Varia Vision está disponível em breve, por um PVP de 399,99 euros.

A 71.ª edição da Volta a Espanha, apresentada no início do mês de janeiro, contará com um trajeto tendencialmente montanhoso. A prova, que arranca de Ourense (Galiza), a 20 de agosto, e que termina em Madrid a 11 de setembro, conduzirá o pelotão do Atlântico ao Mediterrâneo, com passagem pelos Pirenéus franceses. Em traços gerais, a competição terá uma extensão de 3277,3 quilómetros, repartidos por 21 etapas, com dois dias de descanso pelo meio. Ao todo contemplará dez chegadas em alto (com 51 cumes dignos de registo), assim como um contrarrelógio por equipas (de 29,4 quilómetros) e um outro a ser percorrido de forma individual (de 39). De recordar que o italiano Fabio Aru (Astana) foi o vencedor na temporada transata.

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Últimas da estrada

Hot O ciclista Sérgio Paulinho recebeu do Estado Português a distinção de Comendador da Ordem do Infante D. Henrique, pela conquista da medalha de prata nos Jogos Olímpicos de 2004. A Volta ao Algarve conta este ano com a presença da equipa Novo Nordisk, totalmente composta por atletas com diabetes. A mesma pretende passar a mensagem de que os diabéticos podem e devem ter uma vida ativa, competindo até ao mais alto nível. Tyler Farrar (Dimension Data) estava prestes a abandonar a 3.ª etapa do Tour Down Under, com a bicicleta avariada, quando, num gesto de generosidade, um adepto lhe emprestou uma bicicleta e uns sapatos para prosseguir.

Novos sapatos Bontrager A Bontrager deu a conhecer o seu novo sapato de estrada, que tem por premissas uma leveza, rigidez e ventilação assinaláveis, isto associado ao conforto. O Velocis possui o sistema de fecho Boa IP1, que assegura um ajuste perfeito. De características bastante similares surge o Meraj, um sapato pensado para responder às necessidades de ajuste e conforto femininos. Ambos possuem ergonomia otimizada inForm Pro last, com ajuste de alta performance, a sola é produzida em compósito Silver Series que combina carbono com fibra de vidro, ao passo que a cobertura é fabricada em pele sintética

com painéis Lightning Mesh. Têm um PVP de 259 euros. Nota ainda para referir dois outros modelos: o Specter (para o segmento masculino) e o Anara (para o feminino). São detentores do sistema SPD de 2 parafusos, ou o cleat de 3 parafusos, associados ao aperto Boa. A sola em compósito PowerTruss vislumbra-se rígida sem que isso signifique um aumento de peso. Com um PVP de 169 euros, o primeiro está disponível nas versões preto, branco/ preto e amarelo fluorescente/preto, ao passo que os Anara surgem em preto/ rosa.

TERMÓMETRO A Alemanha não terá em 2016 qualquer prova por etapas em Elites, depois dos organizadores da Volta à Baviera terem anunciado o cancelamento daquela competição, por não terem conseguido reunir as verbas necessárias à sua realização. O ex-ciclista Michael Boogerd foi sancionado pela UCI com dois anos de suspensão de exercer cargos diretivos, tendo ainda sido apagados os seus resultados entre 2005 e 2007, depois de ter confessado o uso de doping. O holandês não poderá assim continuar a ser diretor desportivo da Team Roompot. Faleceu o antigo ciclista francês Robert Sassone, campeão mundial de pista (Madison) em 2001 e que competiu pela Cofidis nas temporadas de 2000-03. Tinha 37 anos.

Co l d 10

Ciclismo a fundo

Provas emblemáticas fora do World Tour A partir de 2017 a Volta a França e a Volta a Espanha, assim como as Clássicas organizadas pela Amaury Sport (ASO) Paris-Roubaix, Paris-Nice, Liège-BastogneLiège e Critérium du Dauphiné - deixarão de fazer parte do World Tour. Esta decisão é uma represália da ASO pelas recentes reformas avançadas por Brian Cookson e pela sua equipa na União Ciclista Internacional (UCI). A ASO revelou que irá registar as suas provas no calendário Hors Classe (Classe Especial), o equivalente a um segundo escalão, por forma a não estarem

ao abrigo dos regulamentos impostos pelo WorldTour. Deste modo, haverá uma maior liberdade da organização na escolha das equipas participantes e a não obrigatoriedade das formações marcarem presença nas competições mencionadas. Entretanto, a Associação de Ciclistas Profissionais (CPA) mostrou igualmente o seu desacordo com a reforma proposta pela União Ciclista Internacional (UCI). No que concerne ao plano desportivo, ênfase para o facto de em 2017 o Tour arrancar da cidade alemã de Düsseldorf.



Últimas da estrada

Com um visual

brilhante

Fabricadas com um novo tecido enriquecido e patenteado pela Gaerne, os Gaerne G. Bora Reflex refletem a luz em 360º. Deste modo, brilham à noite, sendo opacos durante o dia. De design sóbrio e elegante, englobam a sola EPS Light Evolution, fabricada em nylon. A espessura ultrafina reduz a distância entre o pedal e o pé, registando, segundo a marca, ótimos níveis de transmissão de potência. A rigidez não prejudica o conforto. Nos acabamentos, foram aplicadas borrachas antiderrapantes que permitem caminhar com alguma confiança. Relativamente ao aperto, este é feito mediante duas fivelas e um micro aperto facilmente ajustável, dissipando, deste modo, pontos de tensão excessivos sobre o pé. Simultaneamente, o “copo” traseiro estabiliza e impede fricções adversas do calcanhar. Existe ainda uma versão de montanha (o Gaerne G. Vertical Reflex). Ambos têm um PVP de 164,99 euros. Mais informações em: www.castanheiraecastanheira.pt.

Novo patrocinador A Trek Factory Racing conta este ano com um novo patrocinador, nomeadamente a marca italiana de cafés Segafredo. O acordo firmado entrou em vigor no transato dia 1 de janeiro e tem uma duração de três anos. Deste modo, a formação onde militam ciclistas como Fabian Cancellara, Bauke Mollema, Fränk Schleck, Giacomo Nizzolo e Jasper Stuyven passa a ser denominada de Trek/Segafredo.

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Ciclismo a fundo

Dragões com KTM A equipa W52/FC Porto/Porto Canal vai competir com bicicletas KTM. O acordo entre o importador da marca austríaca de bicicletas - a empresa Castanheira & Castanheira - e a formação nortenha visa que os ciclistas utilizem o modelo Revelator em competição, com pintura e equipamento personalizado. Por sua vez, a bicicleta de treino será a KTM Revelator 5000. O primeiro contacto da equipa com as bicicletas realizou-se em dezembro e serviu para serem efetuadas as primeiras avaliações físicas dos atletas e ajustes de ergonomia.


O hexa

para Isabel Caetano Isabel Caetano sagrou-se, em Paredes, hexacampeã nacional de ciclocrosse na categoria de Elites femininas. A ciclista terminou a competição com dois minutos de vantagem sobre Joana Monteiro (ASC/Focus Team/Vila do Conde) e com 4m10s relativamente a Ana Vale (Batotas/Ponte de Lima). Numa jornada marcada pelo mau tempo também Vítor Santos esteve em clarividência, ao triunfar no sector masculino. O atleta da Quinta das Arcas/Interdesign/Xarão recuperou o título que já conquistara em 2013 e em 2014, terminando a prova com 1m16s de vantagem relativamente a Mário Costa (ASC/Focus Team/Vila do Conde). Ricardo Marinheiro (Maiatos/Reabnorte) foi terceiro, a 2m29s do vencedor. Conquistaram ainda o cetro nacional: Roberto Ferreira (CC Gondomar/Gondobike) e Marta Branco (ASC/Focus Team/Vila do Conde) em Sub-23, Bruno Silva (Longusbike Team/Carlicporto) em Juniores, Rafael Serafim (BTT Loulé/BPI) e Raquel Queirós (ASC/Focus Team/Vila do Conde) em Cadetes, Rúben Nunes (ASC/Focus Team/Vila do Conde) em Masters 30, António Sousa (ProRebordosa/Garrafeira Gomes/Oforsep) em Masters 40, António Silva (ProRebordosa/ GarrafeiraGomes/Oforsep) em Masters 50 e Ângela Fernandes em Masters femininas. No que diz respeito à Taça de Portugal, os triunfos foram para Ricardo Marinheiro (Maiatos/Reabnorte) e Isabel Caetano. Na derradeira prova, disputada na Quinta das Arcas, Sobrado, Valongo, Marinheiro venceu com 6 segundos de vantagem sobre Mário Costa (ASC/Focus Team/Vila do Conde). Fábio Ribeiro (Pato Cycles/Coluer/CRD Santa Cruz) foi o terceiro, a 38 segundos. Por sua vez, Isabel Caetano ganhou em femininas, deixando Joana Monteiro (ASC/Focus Team/Vila do Conde) a 1m00s e Ana Vigário (Santa Cruz/Bicicastro) a 4m14s. Conquistaram ainda a Taça: Marta Branco (ASC/Focus Team/Vila do Conde) em Sub-23, João Rocha (Rodabike/ACRG/Gondomar) em Juniores, Hélder Gonçalves (Seissa/MGB Bikes/Matias e Araújo Frulact) e Raquel Queirós (ASC/Focus Team/Vila do Conde) em Cadetes, Diego Pérez (CC O Rosal) em Juvenis, Rúben Nunes (ASC/Focus Team/Vila do Conde) em Masters 30, António Sousa (ProRebordosa/Garrafeira Gomes/Oforsep) em Masters 40, António Silva (ProRebordosa/GarrafeiraGomes/Oforsep) em Masters 50 e Ângela Fernandes em Masters femininas.

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Últimas da estrada

Zéfal lança dois novos produtos

A Zéfal lançou recentemente no mercado dois novos produtos para a manutenção da bicicleta: o Bike Bio Degreaser e o Bike Wash. O primeiro é um desengordurante eficaz contra a gordura e sujidade da máquina. Os componentes ativos eliminam o pó num espaço de minutos, após a pulverização. Para além disso é fácil de usar e de enxaguar. As suas propriedades biodegradáveis protegem o meio ambiente, facto que permite a sua utilização em qualquer lugar. Por sua vez, o Bike Wash é um produto de limpeza específico que permite eliminar a sujidade da bicicleta, preservando as zonas mais sensíveis. As moléculas anti estáticas formam uma película que protege contra a poeira (sujidade ou depósitos), dando um acabamento brilhante ao quadro. E não oxida.

Minho recebe Mundial de ciclismo O Campeonato do Mundo de Ciclismo Universitário de 2018 irá decorrer nas cidades de Braga e Guimarães, numa organização conjunta da Associação Académica da Universidade do Minho (AAUM) e dos Serviços de Ação Social da Universidade do Minho (SASUM), em parceria com a Associação de Ciclismo do Minho e a Federação Portuguesa de Ciclismo. O anúncio foi feito pela Federação Internacional de Desporto Universitário (FISU). Deste modo, aquelas cidades minhotas serão palco das competições de ciclismo de estrada (provas em linha e de contrarrelógio), bem como de Downhill e Cross Country Olímpico, naquele que será o 12.º grande evento internacional que a Universidade do Minho acolhe desde 1998, após a organização de seis Campeonatos Mundiais e cinco Europeus Universitários. De recordar que o ciclista vimaranense José Mendes foi o primeiro português a participar no Campeonato do Mundo de Ciclismo Universitário, em 2006, numa altura em que frequentava o Curso Superior de Engenharia Eletrónica e de Computadores do pólo de Guimarães da Universidade do Minho. O atleta que agora representa a Bora/Argon 18 alcançou na altura o 14.º lugar no contrarrelógio individual e o 17.º na prova em linha.

Quatro vagas Novos agentes

nos Jogos Olímpicos`16

A Bike House, na cidade de Guimarães, é a mais recente loja a juntar-se à rede de Agentes Autorizados Trek. Este espaço possui os modelos mais relevantes das vertentes de estrada e montanha daquele fabricante norte-americano. Já nas Caldas da Rainha nasceu a CR Bike, que apresenta as principais novidades da Trek 2016 e também a linha de produtos da Bontrager. Finalmente, a região alentejana passa agora a contar com um novo ponto de venda Trek, nomeadamente a Sport Bike, em Évora. Nesta loja é possível encontrar os novos modelos de bicicletas daquela marca. Mais informações em: www.bicimax.pt.

O Comité Olímpico de Portugal anunciou, no passado mês de janeiro, que o ciclismo português possui quatro vagas nos Jogos Olímpicos do Rio`2016 na vertente de estrada. A garantia foi dada após a oficialização do último Ranking de Nações de Ciclismo de Estrada. Um dos elementos que irá compor o quarteto na prova de fundo marcará igualmente presença no contrarrelógio. De recordar que em Londres`2012, Portugal esteve representado por três atletas, nomeadamente Rui Costa, Nelson Oliveira e Manuel Cardoso. Até ao próximo dia 4 de julho a Federação Portuguesa de Ciclismo irá anunciar quais os corredores que estarão presentes no evento olímpico.

autorizados

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Ciclismo a fundo


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Últimas da estrada

»

Padrinhos de luxo

CITAÇÕES

“Se mais ninguém se preocupa com o futuro deste desporto, porque é que eu me havia de preocupar? Eles que se vão lixar. A partir de janeiro de 2017, estou fora” Oleg Tinkov, dono da Tinkoff, critica a falta de mudanças no modelo de negócios da modalidade, em entrevista ao site noticioso CyclingNews.com

“O Rui Costa queria tentar atacar a geral do Tour e mudou a sua preparação, concentrando-se mais na montanha, mas sem resultados práticos. Ele tem de voltar é a discutir as corridas de um dia, clássicas ou provas de uma semana”

Benfica

regressa à estrada? O Sport Lisboa e Benfica poderá regressar ao ciclismo em 2017. Em declarações ao jornal A Bola, no final do mês de janeiro, o vice-presidente responsável pelo pelouro das modalidades, Domingos Almeida Lima, afirmou: "A direção já decidiu que vamos regressar à estrada em 2017 e apostar fortemente no estrangeiro, nomeadamente em França e no Luxemburgo. Os contactos prosseguem nesse sentido. Vamos ter duas equipas. Uma do escalão de Sub-23 e outra profissional".

São vários os nomes que se associaram ao Roadfondo Paulo Martins – Algarve 2016, evento que irá ser levado a cabo no próximo dia 20 de março e que terá como palco de partida e chegada o Estádio Algarve Loulé/ Faro. Apadrinharão esta primeira edição os ex-ciclistas profissionais Vítor Gamito e Sérgio Ribeiro, assim como Rui Sousa, da Radio Popular/Boavista, os betetistas Celina Carpinteiro, Hernâni Silva e Andrew Henriques, do BTT Terras de Loulé, o piloto Ruben Faria e o ator Rui Porto Nunes. De recordar que o Roadfondo Paulo Martins – Algarve 2016 irá contemplar dos percursos: o Goldfondo (de 160 quilómetros) e o Silver Fondo (de 118), no qual marcará presença o comentador de ciclismo na EuroSport, Paulo Martins. Organizado pelo Burghsupport Unipessoal, este evento englobará ainda um churrasco na véspera, a partir das 15 horas, que visa apoiar a Liga Portuguesa Contra o Cancro. Mais informações e inscrições em: www. roadfondo.pt/PT/inscricoes. A Ciclismo a fundo associa-se a este Roadfondo enquanto Media Partner.

O diretor da Lampre/Merida, Giuseppe Saronni, em entrevista ao jornal La Gazzetta dello Sport

“Vivo um autêntico inferno. Todos desistiram de mim. Não quero cometer o mesmo erro novamente. Confiem em mim” O italiano Matteo Rabottini, suspenso por dois anos por ter dado positivo a EPO num exame fora de competição em Agosto de 2014, em entrevista ao jornal italiano La Gazzetta dello Sport

“Tenho um curso de massagista e agora de diretor, só me falta o de mecânico” Gustavo Veloso comenta o facto de, recentemente, ter tirado um curso de diretor desportivo, in agência Lusa

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Ciclismo a fundo

Rolo “inteligente” chega ao mercado Já chegaram ao mercado português, por intermédio da BikeOffice, os rolos “inteligentes” Wahoo Kickr Power, modelo que goza de grande notoriedade por ser usualmente utilizado pelos elementos da equipa Sky. Possui um sistema “inteligente”, onde constam aplicações para conexão com Smartphone através de Bluetooth e ANT+. Este rolo incorpora um sistema de medição de potência no eixo, sendo compatível com diversos programas de ciclismo virtual (Bkool, Kinomap, Segments, etc.). Uma das grandes novidades inerentes ao Kickr Power Trainer é o facto de o mesmo se basear num mecanismo que prescinde do uso da roda traseira da bicicleta, substituindo-a por uma grande roda de inércia com cassete incorporada, sendo este, segundo o fabricante, o mecanismo que melhor reproduz as condições naturais de pedalada no decurso de uma competição. Este aparelho é compatível com bicicletas com grupos de 10 e 11 velocidades. Nesta linha figura ainda o modelo Kickr Snap, um rolo convencional com resistência magnética na roda traseira e conexão Bluetooth e ANT+. Poderá recolher mais informações acerca destes produtos em www.es-eu.wahoofitness.com.



teste :: Trek Madone 9.2 AVALIAÇÃO Performance: 4,8 | Qualidade/Preço: 4,8 | Periféricos: 4,5 | Rodas: 4 | Global: 4,5

Preço:

18

5.999�

Ciclismo a fundo


A nova rainha

das clássicas

"A derradeira bicicleta de competição”. É assim que é apresentada a nova gama Madone que ostenta um design arrojado e com um nível de integração sem igual. Texto: Sérgio Marques Fotos: João Carlos Oliveira Ciclista: Sérgio Marques

A

s bicicletas aerodinâmicas têm vindo a ganhar popularidade nos últimos anos e praticamente todas as marcas com alguma dimensão contam agora com as suas opções. A Trek adaptou a Madone, garantindo a leveza de um topo de gama – como a Émonda – e o design aerodinâmico da Speed Concept, a bicicleta de triatlo e contrarrelógio da marca, uma das mais céleres do mundo. Para além de poupar segundos preciosos, a nova Madone foi construída com outro pilar bastante preciso: melhorar o conforto. Mas isso iremos ver já a seguir.

flexão as vibrações e irregularidades da estrada. Aqui a grande dificuldade da sua introdução neste modelo foi a sua integração num quadro aerodinâmico com um tubo de selim cujo formato perfilado não permite grandes flexões. A Trek resolveu o problema construindo um espigão de selim com duas secções: a interior permite a flexão e a exterior visa manter a forma aerodinâmica, tudo isto conectado ao restante quadro com o eixo e rolamentos. O sistema funciona e de facto proporciona uma flexão vertical extra e o sistema surge completamente disfarçado e quase impercetível.

A ESSÊNCIA DA MADONE No quadro desta Madone salta à vista o alto nível de integração com os restantes componentes. Tudo foi pensado para a acoplagem de cabos, eixo pedaleiro, travões e rodas, privilegiando a fluidez da passagem do ar (evitando remoinhos) e conferindo uma estética limpa. No nosso caso testámos a versão com geometria H2, mais confortável a nível de altura da testa e construída com carbono OCLV 600, um pouco menos rígido do que o carbono usado na geometria H1 exclusivo para os topos de gama. Com formato e aparência maciça, os tubos em carbono derivam claramente da Speed Concept, a bicicleta mais rápido do construtor norte americano. As dimensões dos tubos deixam antever uma rigidez fantástica, todavía a Trek integrou perfeitamente neste quadro a tecnologia Isospeed – uma valência que foi introduzida inicialmente na Domane - que permite que o espigão de selim possa absorver através da sua

CABLAGEM DISFARÇADA A Trek desenvolveu um sistema que permite esconder a quase totalidade dos cabos da bicicleta. De facto, só o cabo de travão traseiro se consegue ver e também a curva natural do cabo de mudança traseiro, de resto apenas uma pequena janela na coluna de direção permite observar que a bicicleta tem cabos no seu interior. O guiador desenvolvido pela Bontrager - que tem variadíssimas configurações possíveis mas que obviamente por ser uma peça monobloco não permite personalizações futuras – foi concebido para perturbar o menos possível a deslocação do ar e para acomodar os cabos no seu interior e conduzi-los para o eixo de direção/forqueta. Por sua vez, a coluna de direção é "quadrada" com orifícios para os cabos em vez de redonda e em conjugação com os espaçadores também eles feitos especialmente para a Madone - permite conduzir a cablagem para o interior do quadro. O resultado

final é uma verdadeira delícia para os olhos. Visualmente tem uma das testas mais limpas que alguma vez vimos numa bicicleta de estrada e que faz inveja a muitos engenheiros que desenvolvem bicicletas de contrarrelógio. Ainda no que diz respeito à integração, os travões são construídos pela Bontrager e são de puxada central, produzidos especialmente para este modelo. O frontal está perfeitamente integrado, ao ponto de existir uma espécie de janela no quadro que abre para que o travão possa rodar livremente. Esta janela parece frágil, não tem qualquer função estrutural e é substituível, tudo isto para que o escoamento do ar possa ser o menos turbulento possível. Já o traseiro fica em posição superior, ao contrário do que a Trek já fez noutros modelos (em que o alojava junto ao eixo pedaleiro). A marca indica sem qualquer rodeio que não é a melhor posição aerodinamicamente falando mas torna o travão mais fácil de manter limpo e acessível ao mecânico e fica numa zona onde a flexão da roda não se nota tanto. Aqui reside, quanto a nós, a única e pequeníssima dúvida: se o restante quadro está estruturalmente pensado ao pormenor para que o aerodinamismo seja maximizado – construíram uma “janela” que se abre no travão dianteiro precisamente com esse intuito – então não existe razão para não o fazerem atrás. Se a aerodinâmica é um dos pontos pilares desta bike, o travão traseiro poderia estar alojado junto ao eixo. Mas isso já somos nós a opinar. Certamente os engenheiros pesaram os prós e os contras e deliberaram consoante essas variáveis.  fevereiro / março 2016

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teste : Preço

:: Trek Madone 9.2

e 6.099

É um cidadão ner-vo-so, essa criatura dia 5 de M 50 aio de

Rival: Specialized Venge Quadro: Carbono Fact 10r Forqueta: Carbono Fact monocoque Transmissão: Shimano Dura Ace mecânico Rodas: Roval Rapide CL 40 Peso: Não divulgado

Opinião do ciclista Sérgio Marques Esta nova Madone é uma verdadeira máquina que transpira competição e isso vê-se nos pequenos detalhes. O preço reflete essa exclusividade – ou seja, ter acesso ao que de melhor existe no mercado e que é exclusivo dos profissionais, mas muitos vão questionar o preço face a uma transmissão Ultegra que nem sequer é eletrónica.

Melhoramentos Tudo nesta bicicleta pede periféricos aerodinâmicos, portanto o único upgrade que faríamos seriam umas rodas de perfil alto, com pelo menos 45mm.

 O tubo diagonal aloja o afinador de mudanças e a bateria, no caso da versão eletrónica

Ainda relativamente a estes travões, resta dizer que têm todos os ajustes possíveis e o desaperto é rápido se bem que não existe o sempre conveniente esticador de cabo para ajustar a abertura do travão. Essa mesma função é realizada por uma pequena ferramenta. O quadro possui mais detalhes que impressionam como uma tampa no tubo diagonal por cima do local do bidon onde quer a transmissão mecânica quer a eletrónica podem ser ajustados. Se na versão mecânica testada existe apenas um afinador, já o elétrico permite instalar bateria e centro de controlo, tudo dentro do quadro e fora do alcance do vento. Resta-nos abordar as rodas Bontrager Paradigm Elite Tubeless ready de baixo perfil e com uma qualidade acima da média, bem como a transmissão entregue ao sempre robusto Shimano Ultegra mecânico. EM ANDAMENTO Com esta descrição resta comprovar na estrada o que vem no papel. Ainda sem montar na máquina à primeira vista

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Ciclismo a fundo


O quadro da Madone é dos mais aerodinâmicos que poderá encontrar no mercado

OK

KO

» Integração » Aerodinâmica » Rigidez

se percebe que este quadro maciço merece umas rodas com perfil mais alto, até para aproveitar os ganhos aerodinâmicos. Mas em andamento cedo se percebe que o quadro realmente está muitos furos acima da versão anterior, sendo fácil atingir médias horárias elevadas. Já a nível de conforto bastou rolar em estradas mais desgastadas para perceber, como já o tínhamos feito com a Domane, que este sistema IsoSpeed é de facto muito bem conseguido para a filtragem das irregularidades. A subir comporta-se bem para os seus 7,29 kg (sem pedais), e apesar de parecer um valor elevado não se sente em andamento. A descer é bastante rígida e transmite segurança, fruto dos pneus Bontrager R3 que assentam em aros largos. Fenomenais são os travões, com uma potência impressionante apenas com um leve toque de dedos. Quanto ao preço da bicicleta, para alguns poderá parecer exorbitante, mas se analisarmos a tecnologia empregue, as inúmeras horas em túneis de vento e o valor do quadro isolado (4.499 euros), percebemos que esta versão nem é assim tão cara.

Quadro:

» Rodas pouco aerodinâmicas

600 Series OCLV Carbon

Avanço:

Forqueta:

Madone KVF carbon

Integ. OCLV Carbon

Direção:

Integrada 1-3/8" – 1.5"

Guiador:

Madone XXX Integ.

Manípulos:

Shimano Ultegra

Mudanças:

Madone XXX

OCLV Carbon

Selim:

Bontrager Paradigm

11 vel

RL carris em titânio

Shimano Ultegra

Espigão

Madone micro-

de selim:

adjust carbon

Travões:

Madone aero inte-

grados – direct mount

Pedais:

Não incluídos

Rodas:

Bontrager Paradigm

Elite Tubeless Ready

Tamanhos:

50, 52, 54, 56, 58,

Eixo pedaleiro: Shimano

60 e 62cm

Alav. pedais: Shimano Ultegra

Pneus:

Bontrager R3 700x23c

Cremalheiras: Shimano Ultegra

Peso:

7.29 kg

50/34 (compact)

(tamanho 54 s/ pedais)

Cassete:

Shimano Ultegra

Preço:

5.999 euros

11-28 11V

Importador: Bicimax

Corrente:

Shimano Ultegra

Site:

www.bicimax.pt

fevereiro / março 2016

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teste :: Pinarello Dogma K8-S AVALIAÇÃO Performance: 4.5 | Qualidade/Preço: 4.3 | Periféricos: 5 | Rodas: 5 | Global: 4,7

Preço:

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15.180€

Ciclismo a fundo


Mudança de

PARADIGMA

Testámos a versão mais cara da Pinarello Dogma K8-S, uma bicicleta pedida aos engenheiros da marca italiana pelos ciclistas da equipa Sky visando as provas em pavê. Quer saber o que achámos dela? Leia as seguintes linhas… Texto: Carlos Almeida Pinto Fotos: João Carlos Oliveira Ciclista: Carlos Almeida Pinto

Q

uando testamos bicicletas cujo preço é estratosférico (como esta), a tendência é passar inúmeras horas diante do computador a pesquisar os motivos que levaram uma marca a apresentar um preço de venda que chega para comprar um automóvel novo. Fugi dessa tendência e concentrei-me mais no teste no terreno e cheguei a conclusões bastante interessantes. Mas já lá iremos… CONCEÇÃO Esta nova Dogma K8-S foi criada após os atletas e a equipa de biomecânicos que trabalha em parceria com a Sky ter solicitado uma bicicleta que fosse rápida mas menos rígida do que a convencional Dogma para as provas em pavê. Na calha estavam sobretudo provas longas como o Paris Roubaix e o Tour de Flandres, onde a equipa costuma estagiar uns meses antes a fazer o reconhecimento dos troços decisivos. A Pinarello acedeu ao pedido e produziu um protótipo que, depois de alguns ajustes, foi oferecido a alguns elementos da equipa, entre eles Bradley Wiggins que considerou esta bicicleta uma autêntica reviravolta no panorama das bicicletas de estrada. Este modelo não foi entretanto lançado no mercado pois era necessário realizar mais testes, até a nível de viabilidade económica. Este ano finalmente a K8-S chega às lojas em Portugal e com diversas montagens diferentes e a mais

barata começa nos 9730 euros (só o quadro custa 5685 euros)! O QUE DIFERE DAS DEMAIS? O preço é justificado com os componentes de altíssima qualidade e pela existência de um amortecedor traseiro com cerca de 11mm de curso, disponíveis no nosso modelo. O triângulo dianteiro é igual ao da F8, apenas o traseiro tem ajustes para compensar a movimentação do curso sem prejudicar a rigidez. E aqui é notória a preocupação em manter a bicicleta o mais performante possível, com a tuberia em carbono de alto módulo, a caixa de eixo pedaleiro sobredimensionada, as escoras flexíveis, o fantástico grupo eletrónico Campagnolo Super Record EPS, as leves e rápidas rodas Campagnolo Bora Ultra e uns dos nossos pneus de eleição, os Vittoria CorsaOpen CX que agarram qualquer piso, seco ou molhado. A estes detalhes de mestre, escolhidos a dedo, adicionamos o conjunto guiador/ avanço numa única peça da Most, ideal para quem tem mãos grandes e o poder de travagem dos travões Super Record, que estão claramente ao nível de uns travões de disco. NO TERRENO Tenho de ser sincero. Esperava mais conforto desta máquina. Tive a oportunidade de testar a Dogma F8 e pensei que o amortecedor, apesar de ter um

curso reduzido, dissipasse mais as irregularidades do terreno. Em pavê nota-se a movimentação do piston ou a pedalar sentado em potência, mas senti o mesmo incómodo em voltas longas derivado das irregularidades da estrada que vislumbrei em bicicletas competitivas completamente rígidas. A sua performance (aplicação da potência de pedalada e reação em subida, curva e descida) é irrepreensível, mas pré-assumi que poderia rentabilizar mais as voltas longas se estivesse mais fresco, fruto de menos vibrações do terreno transmitidos ao meu corpo, mas não foi o caso. Cheguei a ajustar o amortecedor (existe uma chave específica para ajustar o grau de amortecimento), mas nunca alcancei valores satisfatórios, no meu caso concreto que peso 84 kg. Porventura ciclistas mais leves poderão retirar mais dividendos deste tipo de amortecedor em voltas longas – certamente foi o caso da equipa Sky – portanto só posso assumir que sou demasiado pesado para a configuração do amortecedor que vinha de origem. Relativamente ao seu comportamento geral, fiquei impressionado – tal como na F8 – com a sua habilidade e segurança a curvar, leveza a subir, velocidade quando aplicamos potência e controlo em descida. E outro pormenor delicioso é o seu design. Não há quem fique indiferente à construção. É mesmo como o Wiggins referiu: “game changer”. fevereiro / março 2016

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teste :: Preço:

Pinarello Dogma K8-S

9.999€

Rival: Trek Domane 6.9 Disc Quadro: Carbono OCLV Série 600 Forqueta: Carbono Transmissão: Shimano Dura Ace Di2

O cockpit numa única peça dá um toque de classe a esta Pinarello

Rodas: Bontrager Affinity Elite Tubeless Ready Peso: Não divulgado

Opinião do ciclista Carlos Almeida Pinto Levámos esta Dogma para as piores estradas em pavê e não ficámos convencidos da configuração do amortecedor que veio de origem. Já em estradas bem asfaltadas é fantasticamente rápida e reativa, um autêntico sonho. Melhoramentos A nível de componentes não mudaríamos nada. Todavia deixamos no ar a hipótese de o amortecedor funcionar a ar, em vez de utilizar um elastómero, aumentando assim a sensibilidade.

OK KO 24

Esta patilha esconde o terminal de ligação da bateria. Ao lado o amortecedor da K8s

A dianteira esguia não esconde o perfil aerodinâmico

» Performance competitiva » Qualidade dos periféricos » Preço muito elevado » Conforto não é o “prometido”

Ciclismo a fundo

As escoras derivam da versão Dogma convencional, e visam ajudar a dissipar as vibrações da estrada


Aos comandos desta máquina a aplicação de potência na pedalada é imediatamente transmitida para o asfalto

Ficha técnica Quadro:

Carbono T1100 1k Torayca

Corrente: R11

Forqueta:

Carbono T1100 1k Torayca

Avanço:

Most Talon

Direção: Most

Guiador:

Most Talon

Manípulos: Campagnolo Super Record EPS

Selim:

Selle Italia SLR Team Edition

Espigão selim:

Most

Mudanças: Campagnolo Super Record EPS

Rodas: Campagnolo Bora Ultra 35 clincher

Travões:

Campagnolo Super Record

Pneus:

Pedais:

Look Keo Blade Aero

Eixo pedaleiro: Campagnolo

Tamanhos: 44, 46.5, 50, 51.5, 53, 54, 55, 56, 57.5, 59.5

Alavancas:

Peso: 7,14 kg (tamanho 56 s/ pedais)

Campagnolo Super Record

Cremalheiras: Campagnolo Super Record 50-34

Preço:

Cassete:

Site:

Campagnolo 11-28

Vittoria Open Corsa CX 25

15.180 euros

Importador: Pinarello www.pinarello.com

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teste :: Giant FastRoad CoMax 2 AVALIAÇÃO Performance: 3,5 | Qualidade/Preço: 4 | Periféricos: 3,5 | Rodas: 4 | Global: 3,8

Camaleão da ciclovia Bicicleta urbana com potencial. Assim se pode descrever a FastRoad CoMax 2, a mais recente proposta da Giant para o crescente mercado citadino e de fitness, com um olho nos iniciados da modalidade e outro na exigente demografia dos ciclistas de estrada. Texto: Ricardo José Gouveia Fotos: João Carlos Oliveira Ciclista: Ricardo José Gouveia

A

pós um período de especialização, a diversificação das gamas volta a estar na ordem do dia para os principais construtores de bicicletas. Sempre atenta, a Giant – a maior marca do mundo – fez chegar até à redação da Ciclismo a fundo a sua mais recente aposta para o segmento citadino/fitness: a FastRoad CoMax 2. De imediato as reações a esta nova bicicleta não se fizeram esperar, alternando entre a estranheza de um modelo de estrada com guiador reto, e a surpresa com o elevado nível tecnológico adiantado, com detalhes como a construção em carbono ou a utilização de travões de disco hidráulicos. De acordo com a Giant, o quadro em carbono da FastRoad CoMax é fabricado à mão, utilizando a nova tecnologia CoMax que permite obter um maior rendimento e baixo peso. Igualmente, a geometria relaxada possibilita uma posição mais confortável, ideal para utilizadores esporádicos. O superior desenvolvimento da bicicleta está patente na qualidade do acabamento, mas também na atenção ao detalhe demostrado pela utilização de um aperto do espigão de selim totalmente integrado (DFuse) e de formas aerodinâmicas. Potenciando a amplitude de movimentos do espigão de selim, o aperto integrado fica instalado na zona inferior do tubo horizontal do

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Ciclismo a fundo

quadro, completamente escondido da vista. Já a forqueta vê as suas qualidades aerodinâmicas potenciadas graças ao desenho laminar dos braços, que suportam as maxilas do travão de disco. Otimizado para rodas de dimensão 700c, o quadro da FastRoad CoMax mistura as linhas aerodinâmicas vistas em modelos de estrada como a Giant Propel, com a geometria mais permissiva das bicicletas de BTT como a Giant XTC Advanced. A junção de conceitos revela-se num quadro estreito e esguio na dianteira, e bastante compacto na zona do triângulo traseiro, complementado por um tubo superior sobejamente arqueado. COMPÊNDIO TECNOLÓGICO Curiosa, a escolha de equipamento reflete na perfeição a mistura de conceitos estrada/BTT. A transmissão Tiagra de dez velocidades é casada com manípulos especificados para guiadores retos como o Giant Connect XC Flat em alumínio, que equipa a FastRoad. Completo com extensores RideSense, o avantajado posto de comando mede 595mm de largura. Destoando do conjunto Shimano Tiagra, mas de qualidade similar, o eixo pedaleiro e alavancas dos pedais são fornecidos pelos especialistas taiwaneses da FSA. Se dúvidas existissem, a polivalência da Giant FastRoad CoMax 2 fica clara na utilização de uma cre-

malheira 50/34 e uma cassete 11-34. Relações que não comprometem, seja qual for o gradiente. Cada vez mais popular nas bicicletas de estrada, a tecnologia dos travões de disco chega à Giant FastRoad CoMax 2 graças aos excelentes elementos hidráulicos Tektro HDM290. Resistentes à fadiga e modulares na forma como “mordem” os rotores, estes oferecem um amplo poder de travagem, eliminando da equação a fragilidade dos travões clássicos em condições de piso molhado e sujidade acumulada. Mas na equação da travagem não podemos nunca esquecer a importância das rodas e respetivos pneus, e também neste capítulo, nada foi deixado ao acaso pela Giant. Pensadas de raiz para utilizar discos de travão, as rodas Giant SR2 permitem a montagem de pneus de largura generosa como é o caso dos Giant PR3, propostos na medida 700X25. Aderentes em piso seco ou molhado, os confortáveis PR3 acrescentam um toque de segurança graças às suas paredes refletoras. Bastante apreciada, a inclusão do sensor de cadência e velocidade “Giant Ride Sense” na escora inferior permite visualizar nos ciclocomputadores ou unidades de GPS compatíveis com o protocolo de comunicação ANT+ informações detalhadas da velocidade mas também da cadência da pedalada. A Giant FastRoad CoMax 2 conquista 


Preço:

1.549 €

fevereiro / março 2016

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teste :: Giant FastRoad CoMax 2 Preço:

1.399€

A ciclovia é um dos terrenos de eleição da Giant

Rival: Canyon Urban 7.0 Quadro: Canyon Urban Alumínio Forqueta: Canyon F31 One One Four SL Disk Transmissão: Shimano Deore XT, 10 vel. Rodas: DT Swiss XR331 Peso: 10,6 kg

Opinião do ciclista Ricardo Gouveia Dotada de um ótimo nível de equipamento, a mais recente tecnologia de travões de disco e um quadro moldado em carbono com uma geometria que proporciona estabilidade e conforto, a Giant FastRoad CoMax 2 é uma inteligente proposta do construtor de Taiwan. Durante o tempo que passei com a FastRoad gostei particularmente das suas qualidades camaleónicas, que me permitiram treinar em estrada aberta e disfrutar de algumas das minhas ciclovias preferidas na companhia da família. Melhoramentos Dedicada aos percursos urbanos, a FastRoad CoMax 2 chega a rivalizar com máquinas bem mais radicais. No entanto, gostaria que viesse equipada com um guiador mais estreito, já que o (enorme) Giant Connect XC Flat de 595mm é demasiado largo para as nossas ciclovias.

Os travões de disco Tektro HDM290 são potentes e bastante moduláveis O selim Giant Contact oferece bons níveis de conforto e as extensões de guiador são práticas

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Ciclismo a fundo


A Giant FastRoad CoMax 2 é uma interpretação moderna do género citadino

 de imediato por favorecer uma posi-

ção mais direita do que a norma nas bicicletas de estrada, ajudada pelo selim permissivo. Superiormente acolchoado e denso, de formato achatado com uma reentrância no topo que pretende dissipar a pressão sobre a zona perineal, o selim Giant Contact Forward é confortável mesmo quando utilizado sem calções específicos para ciclismo. Rígido quanto baste – especialmente no triângulo traseiro, o que por vezes prejudica a absorção das irregularidades do piso – o quadro disfarça bem os quase 10 kg do conjunto, aproveitando cada revolução dos pedais para gerar movimento. Graças à excelente posição que oferece, torna-se fácil negociar os obstáculos no percurso, e quando se ganha velocidade, a estabilidade do conjunto merece aplauso. Incutindo confiança em cada curva, a FastRoad CoMax 2 é uma excelente parceira em percursos de estrada aberta ou ciclovia, ideal para quem procura uma bicicleta polivalente e confortável.

OK

» Qualidade de construção » Equipamento » Polivalência

KO

» Conforto » Guiador demasiado largo

Ficha técnica Quadro:

CoMax, carbono

Forqueta:

Carbono

Avanço: Giant Connect, 31.8, 80mm

Direção:

OverDrive

Manípulos:

Shimano Tiagra / Tektro HDM290

Mudanças:

Shimano Tiagra, 10v

Espigão de selim: Giant DFuse, carbono

Travões:

Discos hidráulicos Tektro HDM290

Rodas:

Giant SR2 Disc

Tamanhos:

S, M, ML, L

Pedais:

Não incluídos

Pneus:

Giant PR3, 700X25

Eixo pedaleiro:

FSA Mega Exo

Peso:

9,6 kg (tamanho S)

Alavancas pedais: FSA Omega

Preço:

1.549 euros

Cremalheiras:

Shimano Tiagra (50/34)

Importador:

Giant Ibérica

Cassete:

Shimano Tiagra (11-34)

Corrente:

KMC X10, 10v

Site: www.giant-bicycles. com

Guiador:

Giant Connect XC Flat, extensores RideSense

Selim:

Giant Contact Forward

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teste :: Rose Pro SL-2000 AVALIAÇÃO Performance: 3,5 | Qualidade/preço: 4 | Periféricos: 4 | Rodas: 3,5 | Global: 3,8

Preço:

1.099E

Sem espinhos

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Ciclismo a fundo


O preço pode não ser elevado, mas a qualidade da nova Rose Pro SL-2000 impressiona. Apontada para o mercado dos iniciados da modalidade, a bicicleta germânica é uma aposta segura para todos os que exigem qualidade e durabilidade do seu material. Texto: Ricardo José Gouveia Fotos: João Carlos Oliveira Ciclista: Ricardo José Gouveia

C

onsciente dos cada vez mais elevados níveis de exigência do mercado europeu, os técnicos da marca germânica de bicicletas Rose desenvolveram a nova gama Pro SL para iniciados com “pequenos orçamentos e grandes ambições”. A Rose Pro SL-2000 é a proposta de mil euros da marca de venda direta na internet, completa com transmissão Shimano 105 e uma invejável lista de periféricos. De modo a garantir o sucesso da sua nova gama, os engenheiros da Rose começaram por fabricar um quadro em alumínio com tubos de tripla espessura, de geometria moderna com um triângulo traseiro compacto, testa cónica e soldaduras invisíveis. Como não poderia deixar de ser, foram incluídos canais para rotear os cabos pelo interior, e especificado um garfo moldado em carbono, capaz de combinar rigidez lateral com conformidade vertical. Trauteando um preço ligeiramente acima dos mil euros, para um peso total a rondar os oito quilogramas, esta bicicleta exibe com orgulho uma montagem completa com transmissão Shimano 105 5800 de 11 velocidades, e periféricos dos gigantes Ritchey, Selle Italia e Mavic. INICIAÇÃO DE QUALIDADE Disponível na elegante combinação de quadro preto com letras cinzentas, a Pro SL-2000 que chegou até à redação da Ciclismo a fundo veio na atraente combinação de quadro branco com letras pretas e pormenores em vermelho vivo. Jogando na perfeição com a geometria moderna e tubos de espessura variável, a cor branca faz sobressair os componentes pretos escolhidos para equipar o quadro, com destaque para o escudo da marca colado na testa, uma placa cinzenta de alumínio escovado com um “R” preto em baixo relevo. Visto mais de perto, o quadro revela uma ótima qualidade de acabamento, tanto da pintura como da união entre tubos, com as soldaduras invisíveis a

disfarçar a passagem da testa para os tubos superior e inferior. Outro dos pontos bem conseguidos no quadro é a entrada dos cabos, bem burilada e discreta. Demonstrando um funcionamento sem defeitos e preciso, o excelente sistema de transmissão Shimano 105 5800 é uma das peças que mais valor acrescenta à Pro SL-2000. Completo das manetes aos desviadores dianteiro e traseiro, passando pelos potentes e progressivos travões, cremalheira, pedaleira e corrente, o sistema tem um comportamento eficaz e sólido, resistente ao passar dos quilómetros. A versão da transmissão escolhida para este modelo de entrada da Rose foi a mais desmultiplicada, com cremalheira compacta 50/34 e cassete 11-32. O suficiente para qualquer um enfrentar a mais íngreme das subidas, mas que provoca saltos desnecessários entre as relações finais. A marca norte-americana Ritchey foi chamada a fornecer o cockpit em alumínio da Rose Pro SL-2000. A começar no avanço 4 Axis WTD, de 90mm de alcance, e guiador ergonómico Comp Road Streem II, de 400mm de largura. Confortável e beneficiando múltiplas posições, o conjunto revela a consistência na escolha dos periféricos por parte dos responsáveis da Rose, estando este adequado à bicicleta e sua geometria. Assente sobre um espigão de selim Ritchey 2B WTD, de 27,2mm de espessura, o selim Selle Italia X1 revela ser pouco permissivo e algo desconfortável em voltas com mais de duas horas de duração. Sem abertura central que alivie a pressão sobre o canal perineal, e algo estreito na retaguarda, o selim italiano destoa no confortável conjunto. Dando por terminada a lista de componentes, as excelentes rodas Mavic Aksium Elite WTS, resistentes e bastante sólidas, são equipadas com pneus Mavic Aksium Elite WTS. Aderentes em piso seco ou molhado, os pneus franceses de espessura de 25mm acrescentam conforto ao rolamento, minorando a  fevereiro / março 2016

31


teste :: Preço:

Rose Pro SL-2000 Rápida a subir e segura a curvar, a Rose Pro SL-2000 é uma excelente bicicleta de iniciação

1.149€

Rival: Focus Cayo AL 105 Quadro: Alumínio Forqueta: Carbono Transmissão: Shimano 105 Rodas: Concept EX Peso: ND

Opinião do ciclista Ricardo Gouveia Com uma montagem completa Shimano 105, e equipada com periféricos de qualidade Ritchey e Mavic, a nova Rose Pro SL-2000 é uma bicicleta bastante equilibrada, indicada para quem se está a iniciar na modalidade mas também para todos os que procuram melhorar a montada. Gostei particularmente da geometria desportiva da Pro SL-2000, ideal para percorrer largos quilómetros de forma veloz e confortável. Melhoramentos Bem sei que a escolha do selim é pessoal, mas desgostei do Selle Italia X1 escolhido pela Rose para a sua Pro SL-2000. Oferecendo pouco apoio e sem canal central para aliviar a pressão, o X1 nunca me ofereceu o conforto necessário.

De qualidade e com acabamento irrepreensível, o selim Selle Italia X1 não é para todas as fisionomias, devido em parte à ausência de abertura central Os periféricos Ritchey são um dos pontos positivos da lista de equipamento da Rose Pro SL-2000. A estética do quadro em alumínio da bicicleta alemã é bastante cuidada, assemelhando-se à de quadros de carbono

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Ciclismo a fundo


De geometria moderna e triângulo traseiro compacto, a Pro SL é uma bicicleta atraente

transmissão de pequenas vibrações. Em estrada a Rose Pro SL-2000 revela um comportamento vivo e ágil, mas acima de tudo bem mais confortável do que seria de esperar de um quadro em alumínio. Absorvendo os maiores embates, este poupa o corpo do ciclista das vibrações que induzem cansaço, ao mesmo tempo que a geometria compacta faz com que o corpo viaje de modo sólido. Em curva, a rigidez da testa permite descrever com precisão cada trajetória, mesmo em piso mais degradado. Já em subida, os 8,3 quilogramas do conjunto fazem-se anunciar através de um comportamento pouco reativo. Mas esse é o preço a pagar numa bicicleta feita a pensar naqueles que apenas agora começam a dar as primeiras pedaladas. Apontada para o mercado dos iniciados, a Rose Pro SL-2000 demonstra ser muito mais que uma bicicleta de iniciação, com qualidades que lhe permitem almejar a ser utilizada em saídas bem mais agressivas e rápidas; mas também em viagens de quilometragem mais generosa.

OK

» Geometria » Equipamento » Decoração

KO

» Peso total » Espigão de selim em alumínio

Ficha técnica Quadro: Rose 7005 T6 Ultralight Alumínio, tripla espessura Forqueta: PRO SL Modulus Vollcarbon 1 1/8” - 1.5” Direção:

Rose

Manípulos:

Shimano 105 ST-5800

Mudanças:

Shimano 105, 11v.

Travões:

Shimano 105 BR-580

Pedais:

Não incluídos

Eixo pedaleiro:

Shimano

Alavancas pedais: Shimano 105 FC-5800, 165mm Cremalheiras:

Shimano 105 (50/34)

Cassete: Shimano 105 CS-5800 (11-32) Corrente:

Shimano HG-6001, 11v.

Avanço: Ritchey 4 Axis WTD, 90mm Guiador: Ritchey Comp Road Streem II, 400mm Selim: Selle Italia X1 Espigão de selim: Ritchey 2B WTD, 27,2mm Rodas: Mavic Aksium Elite WTS Tamanhos: 48, 51, 53, 55, 57, 59, 61, 63 e 65 Pneus: Mavic Aksium Elite WTS 700x25 Peso: 8,3 kg Preço: 1.099 euros (mais 32 euros de portes de envio) Importador: Rose Site: www.rosebikes.com

fevereiro / março 2016

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teste :: Cervélo S5 Avaliação Performance: 5 | Qualidade/preço: 5 | Periféricos: 4,5 | Rodas: 4 | Global:

Objetivo:

4,6

alta velocidade Preço:

34

7.659€

Ciclismo a fundo


A Cervélo lançou para este ano a renovada S5. Esta nova versão, que esteve em desenvolvimento durante 18 meses, é capaz de reduzir o arrasto em 21.3 watts comparativamente ao modelo antigo, segundo dados da marca. Mas será mesmo assim? Fomos testar no terreno e chegámos a algumas conclusões. Texto: Rodrigo Baltazar Fotos: João Carlos Oliveira Ciclista: Rodrigo Baltazar

A

gama S da Cervélo não passou por bons momentos nos últimos tempos. Alguns ciclistas profissionais que testaram este modelo apontavam como defeitos a falta de rigidez e uma testa muito alta. Com isso em mente, os engenheiros desta conceituada marca meteram mãos à obra e resolveram esses dois pontos de uma só vez: reforçaram o quadro em zonas específicas - centro pedaleiro em cerca de 6%, a testa do quadro é agora 35% mais rígida que a anterior S5 - com a intensão de obter uma bicicleta que responda mais rapidamente e que tenha um manuseamento mais ágil e preciso. A testa do quadro é mais baixa o que permite obter uma posição mais aerodinâmica. O tubo superior continua praticamente igual, pois a Cervélo concluiu que este quase não tem implicações na aerodinâmica. Tal como referimos atrás, a marca reivindica uma redução de 21.3 watts sobre a antiga versão. Isto deve-se principalmente ao tubo diagonal ser agora mais baixo e integrado com a forqueta, assentando ainda mais sobre a roda da frente. As escoras superiores são finas e escondem o travão traseiro quase na totalidade fazendo com que a passagem do ar seja suave. O espigão de selim e a forqueta (que está 17% mais rígida) foram redesenhados e confirmámos que este modelo está apto para usar pneus de 25mm ou mesmo um pouco superior (apesar de trazer de origem 23mm). Grande responsável pela redução do arrasto é o novo guiador aerodinâmico que a Cervélo desenhou especificamente para esta bicicleta e que já possui guias de cabo internas. Outra novidade deste S5 é o compartimento para a colocação da bateria do Di2 ser feito no tubo vertical, junto ao centro pedaleiro. E mais uma excelente notícia: este modelo é compatível com grupos mecânicos, eletrónicos e com travões e grupos hidráulicos.

ANDAMENTO E EQUIPAMENTO Pequenas alterações foram feitas, mas levaram a grandes diferenças. O manuseamento é extraordinariamente melhor. É mais rápida, mais firme e responde mais eficientemente. Esta busca de velocidade nas bicicletas aerodinâmicas pode levar a um condicionamento nas curvas, no entanto esta S5 parece ultrapassar este problema, tendo sido a entrada e saída das curvas bastante precisa e sentimos sempre grande segurança. As alterações, particularmente na parte dianteira com a nova forqueta e testa do quadro mais curta, foram uma mais valia. O conforto também foi sentido de forma muito aceitável mesmo em estradas com o piso mais irregular e com o contributo dos pneus que, apesar de serem finos (23mm) mais pareciam uns 25mm e das rodas Hed Jet 6. Só com o vento um pouco mais forte sentimos que estas podem não ser a melhor opção para o dia-a-dia. Tal como o guiador que, na nossa opinião, é excessivamente largo e a colocação das mãos na parte plana não é a mais fácil e confortável para subir. O grupo Dura Ace 9000 funciona de forma irrepreensível sendo apenas o pedaleiro da Rotor (com cremalheiras 52 – 36), que nos pareceu uma excelente combinação com a cassete 11-25, tornando esta Cervélo ainda mais versátil. O espigão do selim e guiador são da marca da casa e a completar o equipamento está o selim Fizik Antares. GAMA Estão disponíveis três montagens diferentes para esta S5 ou, se quiser, apenas o quadro. A mais barata traz uma transmissão Ultegra e custa 5.799 euros. Segue-se a versão que aqui testamos que vem com Dura Ace mecânico e que custa 7.659 euros e a topo de gama vem equipada com Dura Ace Di2 (9.679 euros). fevereiro / março 2016

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teste :: Preço:

Cervélo S5

7.826€

Rival: Specialized Venge Pro Vias Quadro: S-Works Carbon Fact 11 Forqueta: S- Works Team, Carbon Fact Transmissão: Dura Ace Rodas: Roval Rapide CL 64 Peso: Não divulgado

Opinião do ciclista Rodrigo Baltazar Se procura uma bicicleta competitiva esta é uma das que deve estar na sua lista de compras. Em alta velocidade e conduzida de forma agressiva é quando vai realmente perceber as suas verdadeiras qualidades. É bastante segura, estável e precisa a curvar.

Melhoramentos

Os engenheiros da Cervélo otimizaram este modelo, sendo uma das bicicletas mais rápidas que já testámos

O guiador é o único periférico que realmente merece uma alteração pois não é a melhor escolha para as voltas diárias ou quando necessitar de fazer longas subidas. E limita também as opções para a fixação de um ciclocomputador ou GPS.

Nem todas as marcas se podem gabar de trazer de origem rodas da conceituada marca Hed. Na foto ao lado o espigão de selim de formato aero

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Ciclismo a fundo


Tudo nesta Cervélo respira velocidade, a começar no quadro, passando pela forqueta, espigão de selim e terminando nas rodas

O guiador aerodinâmico não é apto para todo o tipo de mãos

OK

» Rigidez » Performance geral » Estética » Manuseamento, agilidade e precisão » Transmissão

KO

» O guiador aero não é o mais indicado para as voltas diárias » Peso das rodas

Ficha técnica Quadro:

Carbono

Avanço:

FSA OS-99 CSI

Forqueta:

Cervélo All carbon

Guiador:

Cervélo Aero

Direção:

FSA IS2

Selim:

Fizik Antares

Manípulos:

Shimano Dura Ace 9000

Rodas:

Hed Jet 6

Mudanças:

Shimano Dura Ace 9000

Travões:

Shimano Dura Ace

Tamanhos:

XXS, XS, S, M, L, XL e XXL

Pedais:

Não incluídos

Eixo pedaleiro: Rotor BBrigth

Pneus:

Continental Grand Prix SL (700x23c)

Alavancas:

Peso:

7.06 kg (M/ sem pedais)

Cremalheiras: Rotor (52-36)

Preço:

7.659 euros

Cassete:

Shimano Dura Ace (11-25)

Importador:

Tecnocycle.com

Corrente:

Shimano Dura Ace

Site:

www.cervélo.com

Rotor 3D

fevereiro / março 2016

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:: mini-testes Capas

Castelli Narcisista

Preço:

49,95E

Q

uentes e elásticas, estas capas são fabricadas num misto de elastano, poliamida, poliuretano e poliéster. São fáceis de colocar/retirar, ficam justas e imóveis no sítio correto sem grande esforço e tudo isto é facilitado pela abertura lateral e pelas duas aberturas inferiores, compatíveis com qualquer tipo de cleat. Até ao momento provaram ser robustas, contudo a parte inferior (a mais suscetível a rasgos) não possui costuras duplas, portanto é necessário cuidado. Estas capas não são impermeáveis mas notámos que com chuviscos não ficam “empapadas”, mostrando que possuem alguma respirabilidade. Nota dez para os generosos apliques refletores na parte traseira e lateral.

OK KO

» Efeito térmico » Processo de colocar/ retirar fácil » Sola sem costuras duplas

Contacto: CDC Site: www.castelli-cycling.com

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Ciclismo a fundo

Peso: 600g

Sapatos

KTM Factory Team Road

A

Preço:

9 199,9 E

construção destes sapatos assenta numa sola totalmente em carbono ultra rígido, com uma caixa relativamente espaçosa. Confortável, respirável e fabricada em pele sintética, a cobertura possui várias entradas de ar para promover uma maior ventilação e circulação no seu interior e, consequentemente, eliminar qualquer desconforto que daí advenha. O ajuste é promovido por uma fivela tradicional serrilhada e por um aperto giratório ATOP semelhante ao sistema BOA. No reforço interior do calcanhar existe

ainda um tecido super aderente para uma maior estabilidade do pé mesmo com transpiração. Também no interior existe uma palmilha anatómica que acompanha toda a curvatura do pé a fim de evitar sensações de dormência que ocasionalmente ocorre em tiradas maiores ou deficiente ajuste do próprio sapato. O peso ronda os 600g não fazendo deste modelo um dos mais leves do mercado. Estão disponíveis do tamanho 39 ao 48, mas apenas com esta combinação de cores.

OK

KO

» Conforto » Material refletor

» Estética » Aperto interior da fivela algo instável

Contacto: Castanheira e Castanheira | Site: www.ktm-bike.pt


Publicidade

x25 o: 700 Versã o: 321g Pes

COMPONENTES DE PRECISÃO PARA BICICLETA WWW.SYNCROS.COM

Pneu

Preço:

53€

Specialized All Condition Armadillo Elite

O

s All Condition Armadilho Elite são um “cocktail” de borracha usada em pneus de competição com forte resistência aos furos e podemos mesmo afirmar que são talvez uns dos melhores pneus de treino disponíveis no mercado. Poderá ser uma reivindicação arriscada, dada a grande variedade de excelentes opções, mas os detalhes são realmente geniais. O segredo destes Specialized é a combinação do composto de borracha desenvolvido pela marca Gripton, originalmente orientado para a competição, e um novo tipo de nylon, deixando de fora o Kevlar, usado em anteriores versões. Deste modo as paredes laterais são mais finas, aumentando a elasticidade, enquanto a parte central permanece mais espessa para garantir durabilidade, ainda assim é mais macia do que na versão anterior. O resultado é excelente – um pneu que rola de forma impressionante com uma tração igual a poucos já aqui testados, especialmente em piso molhado. É altamente resistente ao furo e sem dúvida um pneu recomendado, não só nos dias mais difíceis de inverno, mas também nas restantes estações do ano. A sua elasticidade e maleabilidade está muitos furos acima da maioria da concorrência e é por isso que os catalogamos como pneus de treino. São extremamente seguros e não notámos um desgaste acelerado, como geralmente acontece em pneus mais macios ou de produção com materiais mais sensíveis. Não demorará muito para que a Specialized tenha uma versão Tubeless. Estão disponíveis nas versões 23mm, 25mm e 28mm. Com um valor aproximado de 53 euros, que na nossa opinião é um valor bastante aceitável tendo em conta que é um pneu que vai durar a maior parte do ano, para a maioria dos ciclistas.

OK KO

» Qualidade a rolar » Aderência » Comportamento geral » Ainda não encontrámos defeitos

Contacto: Specialized | Site: www.specialized.com

SELINS SYNCROS Basta seguir estes 3 passos para escolher o selim ideal para os seus treinos. 1. POSIÇÃO

RACING

ENDURANCE

2. MODELO SELIM

RR

FL

Para ciclistas que adoptam uma posição mais agressiva e procuram a melhor posição para performance, seja aerodinâmica seja para rolar nos drops.

Partilhando a base do selim XR, o selim FL tem mais acolchoamento de forma a aumentar o conforto em geral. A geometria mais relaxada do selim e o desenho do FL permite ser usado nas várias disciplinas.

3. LARGURA

LARGO ESTREITO

Com duas larguras disponíveis, basta medir a distância entre os seus ísquios para escolher o selim ideal para si.

info@jasma.pt fevereiro / março 2016

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:: mini-testes

Northwave Tour Pro Óculos

S

ucessor do modelo Tour, os Northwave Tour Pro são uma das grandes novidades da marca italiana para este ano. Mantendo o popular formato semiaberto, os novos Tour Pro distinguem-se do anterior pelo desenho mais convencional das lentes, mas principalmente pelo trabalho que foi feito na melhoria da qualidade da armação. Superando aquele que era o ponto negativo do modelo de 2013, os novos Tour Pro vêm equipados com uma armação robusta e bem construída. Durante o nosso teste, mesmo com as várias trocas de lentes feitas, a armação nunca revelou fragilidade, incluindo as pontas de borracha de apoio ao nariz. Outro ponto a merecer destaque é a qualidade as hastes. Com uma ponta aderente de borracha, estas são suficientemente profundas para fixar os óculos de

Preço:

forma eficaz na cara, ao mesmo tempo que permitem a colocação no topo do capacete, sem risco de queda. As lentes moldadas em policarbonato, resistentes aos raios UV e com entradas de ar na parte superior, foram outro dos elementos que mais gostámos. Para além do tratamento anti risco e hidrófugo, que evita que a água se acumule em demasia à superfície, as lentes apresentam uma construção descentrada, que pretende melhorar a interação entre os olhos e o meio ambiente, sem causar distorção. A versão espelhada das lentes revelou ser eficaz na proteção dos olhos, mantendo os índices de visibilidade. Vendidos com uma caixa rígida e saco de pano, os Northwave Tour Pro incluem ainda dois pares de lentes suplentes, de cores diferentes. Gostámos particularmente das lentes tingidas de la-

OK KO

54,99E

» Aplicação das lentes » Robustez da armação » Ventilação » Decoração da armação

ranja, que se mostraram ideais para usar nos dias de maior neblina. Melhorando o contraste nas formas, estas são superiores às lentes transparentes, que deverão ser utilizadas quando chove. Para além de serem comercializados na cor amarelo Fluo aqui apresentada, os Northwave Tour Pro são igualmente propostos nas combinações preto e branco e branco e preto.

Contacto: Bicimax | Site: www.northwave.com

Pneu

Michelin Pro4 Service Course 700x23C Peso: 200g

Preço:

44,90E

D

edicados aos ciclistas que procuram leveza, aerodinâmica, baixa resistência ao rolamento mas também uma atitude polivalente na estrada, os Pro4 Service Course são uma evolução dos Pro3, pneus que poucas saudades deixam, mal-amados por conta do desgaste rápido que evidenciavam. De acordo com a marca francesa, os novos Pro4 oferecem menor atrito ao rolamento, e maior resistência graças à tecnologia “BiCompound”, que divide o composto do pneu entre o centro com maior rigidez e as paredes com maior aderência. A proteção anti furo é providenciada pela cinta “HD Protection”, mais robusta em cerca de 10% face ao anterior composto utilizado. De aspeto “racing”, desprovidos de qualquer tipo de rasgo central, os Pro4 Service Course assentam que nem uma luva nas rodas mais clássicas, com aros mais estreitos. Jogando com a pressão máxima permitida pelo construtor e a nossa preferência, optámos por testar os Pro4 com

OK

» Conforto a rolar » Aderência em curva » Baixo peso » Preço

pressões relativamente baixas, a variar entre os 7 e os 7,5 bar. Valores que desde logo nos deixaram satisfeitos com o baixo atrito a rolar, mas também com a pouca flexão evidenciada pelas laterais do pneu em curva. Bastante seguros na descrição das trajetórias, sem qualquer tipo de “molejar” ou ondular em carga, os pneus franceses demonstraram desde os primeiros quilómetros um elevado grau de aderência, mesmo em piso molhado, no qual a ausência de rasto não se fez notar. Mas a grande surpresa foi mesmo o conforto providenciado. Macios nos movimentos verticais, demonstraram a sua polivalência nos vários tipos de piso em que os testámos. Acusando 200g na nossa balança, os Michelin Pro4 Service Course 700x23C não são os pneus mais leves do mercado, mas em contrapartida são muito confortáveis. Para além da medida testada, a Michelin propõe ainda as medidas 20C e 25C estando disponíveis com laterais pintadas em diversas cores.

KO

Contacto: www.scvouga.pt | Site: http://bike.michelin.com

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Ciclismo a fundo

» Limitado em piso molhado » Difíceis de montar


Publicidade

Capacete

KTM Factory Team Road

Peso: 251g

O

capacete KTM Factory Team Road é construído utilizando tecnologias de topo: o esqueleto é fabricado com a tecnologia “In-Mold”, ou seja, o interior é comprimido no molde pelo invólucro exterior em policarbonato de alta resistência, tornando-o numa só peça, e com isto aumentou-se a rigidez e consequentemente a resistência ao impacto. Este modelo tem micro-ajuste na retaguarda permitindo um melhor encaixe na cabeça, aumentando igualmente a sua estabilidade. A nível da decoração a marca mantém as cores que a caracterizam: laranja e preto num tom fosco, muito em moda, não tendo recorrido ao uso de autocolantes. Potenciando a ventilação forçada, a orientação das aberturas verticais e horizontais foi estudada para promover um maior fluxo da frente para a retaguarda eliminando assim a acumulação de calor no seu interior. O desenho exterior não foge muito a uma linha mais contemporânea e aerodinâmica. É confortável, de fácil ajuste e relativamente leve (251g), para um modelo de tamanho 58-62 cm, tornando-se uma boa escolha para tiradas maiores ou os muito em voga Granfondos. Este modelo está apenas disponível nesta combinação de cores e em tamanhos 54-58 cm e 58-62 cm.

OK KO

Preço: » Ventilação » Conforto » Peso

84,99€

» Estética

Contacto: Castanheira & Castanheira Site: http://ktm-bike.pt fevereiro / março 2016

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:: mini-testes

Castelli Mortirolo 3

Casaco

E

ste casaco da Castelli é quente (usámo-lo durante o inverno com apenas uma camisola interior por baixo e não chegámos a ter frio). Como possui uma generosa protecção WindStopper da Gore tanto na parte frontal como nas mangas, não há frio que penetre e arrefeça o corpo. Mas isto tem o reverso da medalha, pois em subidas prolongadas ou sempre que o corpo aquece, é difícil eliminar o vapor de água que o corpo tanto anseia expelir. O Mortirolo tem duas entradas de ar na dianteira (com fechos zip), mas não são suficientes quando a sudação aumenta. Neste

OK

» Proteção térmica » Corte e pormenores técnicos » Existe outras cores

KO

» Esperávamos uma maior respirabilidade

C

Castelli Meno

onfortáveis, quentes e com um almofadado generoso, estas calças da Castelli simbolizam tudo aquilo que esperamos num modelo de outono/inverno/primavera. O almofadado é suave, elástico, não possui costuras visíveis e destaca-se pelas duas camadas diferenciadas de espuma que permitem pedalar horas a fio sem o mínimo desconforto. Como a camada que cobre o almofadado se assemelha a seda, não existe o perigo de o tecido se enrugar e provocar desconforto. Relativamente ao tecido das calças, o forro polar mantém o corpo quente e apesar de não possuir propriedades impermeáveis, o material é relativamente resistente a chuviscos. Possui dois

OK

» Conforto » Efeito térmico » Bandas refletoras

fechos velcro nas extremidades das pernas, para um ajuste perfeito e as alças são elásticas para um apoio uniforme. Gostámos de o tecido no ventre ser ligeiramente mais baixo do que a concorrência para permitir urinar sem ser necessário baixar em demasia a zona frontal. Passaram a ser as nossas calças de inverno de eleição. Estão disponíveis do S ao XXXL.

Preço:

Ciclismo a fundo

99,95E

KO

Contacto: CDC | Site: www.castelli-cycling.com

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189,95E

caso a única solução é abrir o casaco. Atrás o tecido é respirável, para manter as costas o mais secas possível. Possui três bolsos traseiros, mas infelizmente nenhum deles com fecho zip. Gostámos do corte justo, das mangas fit e da banda de silicone na zona da cintura, que manteve o casaco sempre no lugar. Nota dez também para o colarinho alto e para as bandas refletoras, que aumentam a segurança. Apesar de não ser impermeável, notámos que este produto da Castelli é resistente à água portanto com chuviscos é um aliado e peras. Está disponível do S ao XXXL.

Contacto: CDC | Site: www.castelli-cycling.com

Calças

Preço:

» Nada a destacar

Cintura com silicone


A TERRA EXPLORADA AO LIMITE JÁ À VENDA


show room Apresentação Boardman 2016 - www.boardmanbikes.com

Uma marca

diferente e muito à frente Chris Boardman não foi um ciclista como os outros e o mesmo acontece com a marca de bicicletas que tem o seu nome. Fomos conhecer a sua coleção para 2016 em Londres e perceber a filosofia desta empresa. Texto: Nuno Henrique Luz Fotos: Marca

H

oje com 47 anos, Chris Boardman foi um ciclista que construiu a sua formidável versatilidade através dos métodos mais avançados de treino à época, de uma insaciável curiosidade tecnológica, de disciplina feroz (claro) e do atrevimento de um outsider na cultura tradicional do seu desporto escolhido, como seria sempre de esperar de qualquer ciclista inglês na Europa do ciclismo profissional nos anos 90. Aquilo que Bradley Wiggins fez nos últimos anos e que muito justamente nos espantou a todos - transformar-se de campeão em pista a vencedor do

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Ciclismo a fundo

Tour, a candidato ao Paris-Roubaix, a recordista da hora, a (em 2016) novamente candidato a medalhas olímpicas no velódromo do Rio de Janeiro, num processo contínuo de admirável remodelação física - é um caminho já percorrido por Boardman 20 anos antes. Medalha de ouro em pista em 1992, triplo recordista da hora, vencedor de três etapas do Tour, prova onde vestiu a camisola amarela também por três vezes, Boardman, tal como Wiggins, até uma condecoração da Rainha de Inglaterra tem na sala para mostrar aos convidados. Boardman, em suma, é um daqueles ex-atletas com quem é um prazer enorme

falar, pois a sua conversa vai muito além das “petites histoires” do antigamente e do ciclista fechado no seu pequeno clube do “Bolinha da perna rapada”. Para Boardman a bicicleta e tudo o que ela representa é um instrumento perfeito para a abordagem do mundo moderno e para o progresso traduzido na vida diária em sociedade. Não significa que tenha deixado de se interessar pela performance de elite, muito pelo contrário, e o melhor exemplo disso mesmo é a coleção da Boardman para 2016. Vejamos mais em detalhe as duas linhas que deverão ter mais procura em Portugal.


AIR

SLR

SLR RACE SIGNATURE

AIR A linha Air é destinada aos modelos aerodinâmicos da marca. Nas montagens de gama média e alta (modelo 9.4 para cima) têm tudo o que se espera de um produto de topo nesta categoria - travões de montagem direta, cabos internos, transmissões Shimano eletrónicas (Di2 ou Ultegra; há ainda uma versão com Ultegra mecânico) e uma forqueta (a T9) super esguia e aerodinâmica. Mas as Air têm também soluções próprias e invulgares. A tecnologia AST, por exemplo, consiste em pequenas secções de fita - "autocolante" mas alta e texturada - colocadas em zonas específicas do quadro de acordo com os dados obtidos em túnel de vento. Boardman garante que em média os ganhos são de dois por cento, ou 23 watts num treino de uma hora. Os números fornecidos em causa própria valem o que valem, como sempre, mas ainda assim ficámos com a ideia de que a solução é séria e não apenas uma originalidade gratuita para pôr nos materiais de marketing. E depois as Air, como acontece por toda a linha para 2016, trazem nas montagens mais vistosas as novas rodas da própria marca - e que aliás são também vendidas à parte. Rodas que no caso da Air 9.4 são as Elite Air Seven (de carbono; de pneu; e com alturas de 45mm à frente e 55mm atrás). Acima delas, nas montagens Air, apenas as Enve SES 6.7 com cubos Chris King da Air Signature (Signature é o nome para as bicicletas mais luxuosas da marca). Explicou-nos o próprio Boardman que resolveram avançar para a construção de rodas próprias por estarem descontentes com a relação qualidade-preço das marcas mais estabelecidas. Por esse facto, decidiram depois posicioná-las ao lado ou acima de quase todo o catálogo dessas mesmas marcas simplesmente por estarem convencidos de que, para preços idênticos, as rodas Boardman são melhores. O tempo e o mercado validará ou não esta promessa comercial, mas a atitude geral, a confiança, a maneira de fazer as coisas são instantaneamente reconhecíveis - são as mesmas que Boardman mostrava quando  era ciclista. fevereiro / março 2016

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show room Apresentação Boardman 2016 - www.boardmanbikes.com

TTE

SLR TITANIUM

SLR

 As SLR dividem-se em dois tipos: os

quadros com geometrias mais desportivas e aqueles com geometrias mais endurance/granfondo. Nos primeiros destaque para a SLR Race Signature, com Dura-Ace Di2, rodas Enve SES 3.4 e periféricos também da Enve; e para a Race 9.8, que custa menos de metade do preço da Signature mas tem o mesmo quadro SLR Race de carbono C10, grupo Sram Red e rodas SLR Elite Nine de carbono e 30mm de altura. Nos quadros com vocação mais granfondista destaque para a SLR Endurance 9.9 com o sistema eTAP, a nova transmissão sem fios da Sram, e

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Ciclismo a fundo

rodas Zipp 202; e para a SLR Endurance Disc Signature com travões de disco, transmissão Dura-Ace Di2 e rodas Zipp Firecrest 303. Nesta categoria está ainda a SLR Endurance Titanium, o primeiro quadro em titânio da Boardman e na opinião deste apreciador uma das bicicletas mais bonitas de toda a coleção de 2016. Tem apenas duas montagens, as duas com travões de disco hidráulicos, forqueta com eixo passante de 15mm, e pinturas ao mesmo tempo elegantes e originais. A 9.8 vem equipada com Ultegra Di2 e as novas rodas Boardman SLR Elite Seven Disc de carbono e a 9.4 traz

Ultegra mecânico e rodas SLR Elite Five Disc. Qualquer uma delas apetece tê-la num expositor em casa só para olhar para ela e sorrir no fim de um dia difícil. Mas a oferta da Boardman não acaba aqui - têm propostas e tecnologia de ponta em modelos de contrarrelógio (ATT, um quadro já vencedor do Ironman do Hawai e do Mundial de contrarrelógio, e a novidade TTE) e de ciclocross (CXR), a somar a uma gama feminina em tudo comparável à masculina. Sugerimos uma consulta ao site www. boardmanbikes.com para conhecer a gama completa.


A R A P ES Ó S O R V O O D A N N O CI E L CO

25 ANOS DO

HUBBLE

REVELADOS OS SEGREDOS DO UNIVERSO JÁ À VENDA!


:: guia

do comprador coletes

Proteja-se do frio

Peça fundamental em qualquer guarda-roupa de primavera, o colete é o melhor amigo do ciclista, com potencial de proteção contra a chuva, vento e frio. A Ciclismo a fundo testou algumas das alternativas no mercado nacional, escolhendo para si os melhores nas respetivas categorias. Texto: Ricardo José Gouveia e Carlos Pinto Fotos: Rui Botas e Arquivo

O

s ciclistas são mundialmente conhecidos pelo fascínio com a conjugação de peças de roupa para desafiar a meteorologia, e no armamento de cada um não existe peça mais versátil que um colete. Capaz de proteger o tronco do frio e da chuva, e facilmente arrumado num dos bolsos de trás, o colete tem os meses mais frios como época de eleição, e por isso mesmo a Ciclismo a fundo testou algumas das

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Ciclismo a fundo

melhores propostas no mercado nacional. Mas afinal, como escolher um colete? Para começar há que distinguir entre os vários tipos existentes no mercado. Dos ultraleves e compactos – ideais para a primavera – aos pesados e quentes – próprios para o inverno – os coletes distinguem-se antes de mais pelo tipo de tecido utilizado. De seguida temos coletes impermeáveis, ideais para os meses mais chuvosos, e ainda os que

oferecem proteção contra o vento, essencial para os meses mais frios e descidas mais rápidas. Outras características, tais como a respirabilidade ou visibilidade extra, tornam os coletes peças de vestuário verdadeiramente polivalentes e essenciais. Por fim, opções como a quantidade de bolsos oferecida ou tipo de fecho utilizado deverão ser tomadas em consideração antes da compra.


melhor conforto e

isolamento

Preço:

74,90 €

Preço:

NOTA:

59,99 €



Spiuk Team Men Posicionando-se como um colete térmico, o Spiuk Team Men utiliza uma membrana polivalente M2V Team na zona frontal e ombros, de modo a permitir suportar temperaturas entre os 5 e os 15 graus centígrados, enquanto nas costas utiliza tecido com tecnologia ErgodryWarm Dual para um melhor isolamento, manutenção térmica e respirabilidade. Incluídos estão detalhes de conforto tais como costuras planas e barra em silicone, refletora na cintura. Este é um dos coletes mais quentes em teste, de corte justo e anatómico, e é ideal para as saídas com tempo mais frio e seco, onde a manutenção da temperatura do tronco é essencial. Bastante práticos, os seus três bolsos traseiros são um acrescento bem-vindo, todavia é difícil de compactar, tendo em conta a gramagem do tecido utilizado. Gostamos particularmente da forma como este mantém a forma, seja qual for a posição adotada na bicicleta.

FICHA TÉCNICA

Peso: 218g Construção: Membrana M2V Team e ErgodryWarm Número de bolsos: 3 Refletor: Não Tamanhos: S a XXXL Cores: Preto Utilização: Tempo frio

NOTA:



Endura Equipe Race Gilet Conhecida pelas suas roupas técnicas, a marca escocesa Endura tem no colete Equipe Race um verdadeiro topo de gama. Bastante minimalista e facilmente arrumável num bolso traseiro, fabricado com tecido à prova de vento e chuva na zona anterior e com rede respirável na zona posterior, o colete Endura acrescenta detalhes de luxo como um bolso traseiro com isolamento e canal para auriculares, zona traseira inferior à prova de água, proteção do fecho em pele sintética e colarinho elástico. De corte justo, complementado pelo material elástico na zona dos ombros e laterais, o colete da Endura é um dos mais anatómicos em teste, colando-se ao corpo como uma segunda pele, o que por sua vez o torna também o mais aerodinâmico. A sua resistência ao vento e chuva é também uma das melhores em teste. Um colete pensado para os treinos de primavera, com olho na competição.

FICHA TÉCNICA

Peso: 104g Construção: Poliéster, nylon e elastano Número de bolsos: 1 Refletor: Não Tamanhos: S a XXL Cores: Preto e branco Utilização: Tempo frio e chuva

fevereiro / março 2016

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:: guia

Preço:

do comprador coletes

17,95 € *

NOTA:



Preço:

41,99 €

KTM Mesh/Winterproof Decathlon 500 B’Twin Idealizado para todos aqueles que pretendem um colete corta-vento de preço acessível, para voltas de duas ou mais horas, com excelentes propriedades de visibilidade de dia ou noite, o colete Decathlon 500 B’Twin conta com uma zona frontal isolante para proteção térmica, costas em malha de rede para melhor eliminar a transpiração e decoração “high vis” amarelo fluorescente com bandas e fecho refletor. De corte justo e bastante curto, o colete Decathlon sobressai na multidão graças à sua cor “néon”. Extremamente visível, de dia ou noite, o colete francês isola bem o tronco do vento e chuva, graças ao seu tecido ligeiramente aborrachado. Já a rede na zona traseira acaba por ser insuficiente na remoção do excesso de calor, o que provoca o acumular de transpiração. O bolso traseiro é bastante prático e seguro.

FICHA TÉCNICA

Peso: 169g Construção: Poliéster, nylon e elastano Número de bolsos: 1 Refletor: Sim Tamanhos: S a XXL Cores: Néon Utilização: Polivalente * Preço promocional

50

Ciclismo a fundo

Apresentando-se como um colete extremamente minimalista, o KTM Mesh/Winterproof mistura tecidos técnicos como o poliéster e nylon para maximizar a resistência ao vento e chuva. Para além do corte justo e desportivo, o colete da KTM dispõe ainda de uma zona posterior em rede, respirável, e de uma útil bolsa de transporte, que pode ser arrumada no bolso traseiro de uma qualquer jersey. Confortável e anatómico, o colete KTM tem no seu parco tamanho, facilidade de arrumação e proteção contra o vento as principais armas. A zona frontal protege de forma consistente o tronco contra o frio e chuva, enquanto a zona traseira faz um ótimo trabalho de remoção do excesso de transpiração. A bolsa de transporte é um bem-vindo acrescento ao colete, enquanto a ausência de bolsos prejudica-o ligeiramente na nota final.

FICHA TÉCNICA

Peso: 72g Construção: Poliéster, nylon e elastano Número de bolsos: 0 Refletor: Não Tamanhos: S a XXL Cores: Preto Utilização: Polivalente

NOTA:




+

+

leve

racing

Preço:

Preço:

96,50 € NOTA:

NOTA:

79,95€





Specialized Team Pro

Castelli Sotille Due

Adorámos este colete, não só por ter um corte justo mas também por possuir três bolsos traseiros, uma gola semielevada confortável e ainda por se manter no lugar graças às bandas de silicone na cintura. Mas a grande mais-valia deste colete da Specialized é o seu tecido – poliéster – que serve de corta-vento mas também repele a água (não é impermeável, mas resiste bastante bem a chuviscos), fazendo-o ideal para quase todo o ano. As costuras dos bolsos traseiros não são tão resistentes como as interiores e isso notou-se ao fim de algumas saídas. E como é leve e de fácil arrumação, quando não o utilizamos podemos dobrá-lo e guardá-lo facilmente no bolso do casaco. Para além disso, seca bastante rápido após as lavagens, pelo que podemos usá-lo diariamente. Infelizmente só está disponível em vermelho.

A utilização de tecido tipo poliamida é o principal destaque deste colete. Não só é diferente ao toque, como aporta uma maior capacidade hidrófoba sendo totalmente impermeável e corta-vento, mantendo alguma respirabilidade. Não possui bolsos traseiros, mas sim um fecho na zona lateral direita que permite aceder aos bolsos de um eventual casaco que tenhamos por baixo. Não deixa de ser prático para aceder ao bolso direito e do meio mas quando queremos aceder ao bolso oposto, aí o processo complica-se. A marca deveria também ter colocado um acesso no lado contrário. Mas gostámos do corte justo, da gola semi-alta que protege o pescoço da entrada do ar frio e do seu peso baixo e facilidade de arrumação. Como não possui bandas de silicone na parte inferior, por vezes sai do sítio. Os elásticos na extremidade não chegam para manter o colete no sítio principalmente quando queremos mexer nos bolsos traseiros. Mas é dos mais bonitos, ligeiros e eficientes (face às intempéries) que testámos.

FICHA TÉCNICA

FICHA TÉCNICA

Peso: 95g Construção: Poliéster Número de bolsos: 3 Refletor: Sim Tamanhos: M a XXL Cores: Vermelho Utilização: Polivalente

Peso: 69g Construção: Poliamida (nylon) Número de bolsos: acesso a bolsos internos Refletor: Sim Tamanhos: S a XXXL Cores: Branco, amarelo e azul Utilização: Polivalente fevereiro / março 2016

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:: guia

do comprador coletes Northwave Jet Preço:

209 €

Privilegiando a segurança, devido à sua cor amarelo florescente, este colete com corte anatómico não possui bolsos traseiros, mas incorpora uma generosa rede traseira para respirabilidade acrescida no dorso. Não possui bandas de silicone, mas sim elásticos na extremidade. O colarinho está desprotegido – ou seja, não tem um tecido mais suave na gola – sendo o menos confortável nessa zona específica, e o fecho zip também não tem a tradicional janela que evita magoar a maçã-de-adão quando se puxa com força. Ao nível da proteção corta-vento é mediano. Mas este colete destaca-se pela leveza (é dos mais ligeiros deste Guia do Comprador), é facilmente dobrável e traz um prático saco de transporte que permite colocar no bolso ou na mala de viagem antes de irmos para um Granfondo.

FICHA TÉCNICA

Peso: 78g Construção: Nylon Número de bolsos: 0 Refletor: Sim Tamanhos: S a XXXL Cores: Branco, amarelo e preto Utilização: Tempo seco

NOTA:

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X-Bionic UPD Spherewind Quem não aprecia coletes muito justos vai gostar deste modelo da X-Bionic. É o que possui o corte mais largo face ao tamanho pedido e não possui bolsos traseiros. O tecido está dividido em duas secções: a dianteira, onde predomina a proteção corta-vento e a traseira, onde a respirabilidade é a palavra de ordem com canais múltiplos que visam eliminar o ar quente em excesso contido no interior. Como o tecido na zona traseira é bastante elástico, o processo de vestir/despir é tremendamente fácil. Possui a gola mais confortável do comparativo, mas o preço e o elevado peso deste colete são o seu calcanhar de Aquiles.

FICHA TÉCNICA

Peso: 176g Construção: Poliéster, poliamida e elastano Número de bolsos: 0 Refletor: Sim Tamanhos: S a XXL Cores: Laranja/branco/preto, branco/preto e verde lima/branco/preto Utilização: Tempo seco

NOTA:

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Ciclismo a fundo

Preço:

34,99 €


GLOSSÁRIO

Ultraleve

Para os adeptos do baixo peso, os coletes ultraleves são uma peça fundamental de vestuário, que combina a proteção térmica com baixo peso e facilidade de arrumação. Normalmente os coletes ultraleves oferecem uma menor proteção em favor do baixo peso e menor volume.

Windproof

Ser à prova de vento é uma das características mais valorizadas num colete. Peça de vestuário que protege essencialmente o troco, esta é também a primeira barreira contra a deslocação de ar que tende a baixar a temperatura do corpo, especialmente nas descidas.

Impermeável

Muitas vezes confundida com a capacidade de proteger do vento, a impermeabilidade relaciona-se diretamente com a capacidade que o tecido do colete tem em evitar que a água entre, seja por tratamento químico seja pelo tipo de membrana utilizada pelo fabricante.

Escolhidos a dedo para o comparativo especial de coletes da Ciclismo a fundo, qualquer uma destas oito alternativas à venda no mercado nacional faria as delícias dos ciclistas. Distintos na abordagem, materiais utilizados e decorações eleitas, cada um dos coletes aqui apresentados é ideal para as saídas mais frescas de primavera. Na categoria dos coletes mais quentes, apropriados para os dias em que a temperatura teima em não chegar aos dois dígitos, o X-Bionic UPD Spherewind revela ser o mais confortável, graças à sua estrutura larga, mas perde para o Spiuk Team Men, o colete que melhor alia conforto, corte justo e excelente isolamento térmico. No departamento oposto, dos coletes mais leves e compactáveis do mercado, os KTM Mesh/

Winterproof e Northwave Jet são ótimas alternativas para quem procura modelos fáceis de transportar e com boas propriedades térmicas. Mas o prémio para o mais leve acaba por ser entregue exatamente ao colete mais ligeiro do comparativo, o Castelli Sotille Due. Acusando escassos 69 gramas na balança, o colete italiano ganha na secretaria a renhida batalha. Na categoria dos coletes de pretensões a ser utilizados em competição o Decathlon 500 B’Twin sobressai pelas suas propriedades refletoras, mas é traído pela fraca respirabilidade do tecido utilizado. Bastante convincente, o Endura Equipe Race Gilet é um dos nossos preferidos, mas acaba por ficar atrás do Specialized Team Pro, o mais racing de todos os coletes em comparativo.

Térmico

A capacidade térmica é determinada pela gramagem e tipo de tecido que compõe o colete. Por norma mais volumosos, os coletes térmicos são indicados para voltas com temperaturas abaixo dos dez graus, ou saídas onde a intensidade é menor, sendo fundamental a manutenção da temperatura do corpo ao nível do tronco.

High Viz

A designação inglesa para “alta visibilidade” informa da capacidade refletora dos tecidos. Cada vez mais utilizadas, as inserções “high viz” e cores refletoras oferecem uma proteção acrescida em situações de baixa visibilidade na estrada mas também em zonas muito movimentadas. Os equipamentos refletores são especialmente indicados aos ciclistas que percorrem diariamente vários quilómetros em percursos citadinos pouco iluminados.

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indústria :: Técnica

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Ciclismo a fundo


Travões de disco ou convencionais? Neste artigo vamos elucidá-lo acerca dos prós e contras dos vários tipos de travão disponíveis no mercado para que decida qual é a melhor opção para si. Texto: Carlos Almeida Pinto Fotos: Arquivo

H

oje em dia, a pressão da indústria e o crescente número de acidentes resultantes de travagens ineficazes (quer por condições climatéricas adversas, quer por falhas mecânicas) tem levado a UCI – a autoridade máxima no ciclismo profissional – a estudar a introdução dos travões de disco na alta competição. As vozes a favor e contra vêm de vários espectros, desde atletas profissionais, passando por comentadores desportivos,

engenheiros de marcas ligadas ao setor das bicicletas e mesmo simples curiosos. Ao longo dos últimos anos tivemos a oportunidade de testar inúmeras bicicletas com vários sistemas e como também editamos uma revista de BTT com mais de 20 anos, apercebemo-nos de que o que se está a passar no mundo do ciclismo, teve o mesmo cenário no mundo do BTT há cerca de 15 anos. Mas antes de darmos o nosso parecer, vamos analisar cada sistema existente. 

Travões de ferradura Este tipo de travões existe há gerações e pouco mudou até meados de 2012, quando foram mostrados ao público os primeiros travões de duplo pivot de montagem direta. Baseando-se num sistema por cabo, este tipo de travão é linear, a nova geração é bastante potente mas a sua eficácia depende do tipo de calço utilizado e do estado de conservação da zona de travagem no aro. Como grandes vantagens tem o preço, a facilidade de manutenção e o peso. As grandes desvantagens são a necessidade de manutenção frequente, a degradação rápida dos calços e o controlo dos aros (na zona de travagem). Para além disso, a travagem em rodas de carbono continua a ser o calcanhar de Aquiles deste sistema.

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indústria :: Técnica Travão de ferradura hidráulico Na década de 2000 começaram a aparecer os primeiros protótipos deste tipo de travões para estrada, mas em grande escala apenas a marca alemã Magura decidiu avançar com a produção em série em 2013/2014. Baseia-se num sistema em tudo semelhante ao travão de ferradura convencional, mas possui êmbolos com óleo e pistons, sendo as bichas alimentadas com óleo em vez de cabos em metal. Os calços são também diferentes e incompatíveis com os tradicionais. As vantagens são a potência acrescida de travagem. Por outro lado, são mais pesados, a manutenção é mais exigente (requer o sangramento quando o sistema adquire bolhas de ar) e o preço é bem superior.

Travões de disco hidráulicos Quando se falava no lançamento deste tipo de travão no BTT há mais de 10 anos, muitos diziam que era desnecessária tanta potência de travagem e apontaram mesmo o sistema como perigoso. Volvidos mais de 15 anos, praticamente não existem bicicletas todo o terreno sem este sistema e estão todos rendidos às vantagens do mesmo. É potente (funciona a óleo), mas doseável (podemos em alguns casos ajustar a mordida da manete e das pastilhas) e a nova geração de travões trará ajuste automático do desgaste dos calços, sendo estes multirresistentes. É um sistema que – se bem montado e afinado – dura uma eternidade e a manutenção é reduzida – os óleos mais recentes requerem poucas purgas e os sistemas estão de tal forma selados e as anilhas evoluíram de tal modo que o sistema fica estanque, independentemente dos impactos e condições climatéricas. Este sistema prima pela potência, modularidade e eficiência mas peca pelo peso comparativamente com os sistemas de travão tradicional mais leves e também pelo preço.

Travões de disco mecânicos As primeiras bicicletas de estrada que testámos com travões de disco vinham quase todas com sistema mecânico. Ou seja, têm um disco na roda, mas o sistema de mordida dos calços é atuado por um cabo (tal como no sistema tradicional de ferradura). Na prática, estes travões são mais pesados e apesar de travarem em qualquer condição climatérica (pois a superfície de travagem é maior, menos propensa a sobreaquecimento – os discos são perfurados e as pastilhas têm propriedades realmente inovadoras) são menos potentes e eficientes do que os hidráulicos. Porquê? Porque como depende de um cabo, este vai perdendo a rigidez e a manete deflecte parte da força exercida. As mais-valias são a funcionalidade em qualquer condição climatérica e uma manutenção mais exequível, comparativamente com o sistema de disco hidráulico. Todavia, o peso é elevado e a fiabilidade a longo prazo não é a sua mais valia.

Então qual é a melhor opção? Se tivéssemos de escolher apenas uma opção, optaríamos pelos travões de disco hidráulicos. Os ganhos em termos de segurança da nova geração de travões são impressionantes (não bloqueiam as rodas e quase não precisam de manutenção). Obviamente que este tipo de travões requer rodas, forqueta e quadro específicos, portanto não recomendamos como upgrade numa bicicleta já existente mas sim a aquisição de uma bicicleta nova. Por outro lado, há quem na redação ainda prefira os travões de ferradura. A nova versão de travões de acoplamento direto e de duplo pivot tem uma capacidade de

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Ciclismo a fundo

travagem impressionante e já existem calços que ajudam a dispersar o excesso de calor gerado, todavia não estão ao nível dos de disco em travagens longas. Para além disso, em tempo húmido os travões de disco suplantam os de ferradura, mas aconselhamos a utilização de pneus com 28 mm (para o aumento da superfície de contato com o solo perante a potência de travagem). Existe ainda outro pormenor: a superfície de travagem das rodas de carbono tende a perder qualidades quando sobreaquece após travagens longas com os travões de ferradura. Os de disco não sofrem obviamente desse problema. Como

vê, os dois principais sistemas no mercado (travões de disco hidráulicos e ferradura) têm os seus prós e contras, mas estamos certos de que os de disco vão evoluir ainda mais (ficando mais leves) e serão a opção para muitos profissionais e amadores. No BTT são quase inexistentes os acidentes em que os atletas se cortam nos discos (mesmo em quedas no pelotão, como se vê na Taça do Mundo ou no ciclocrosse), pelo que os ganhos são superiores às perdas. Para além disso, com os discos podemos travar mais tarde, poupando segundos importantes (especialmente em competição).



saúde Aprenda como evitar cãibras

Previna a dor São, definitivamente, más companheiras de estrada. Quando as cãibras entram em cena, as fortes dores que provocam são capazes de deixar em maus lençóis até o ciclista mais valente. Saiba, no texto que se segue, o que são ao certo e o que poderá fazer para evitar que elas sejam um obstáculo no seu caminho. Texto: Magda Ribeiro Fotos: Rui Botas, Arquivo e Fotolia

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Ciclismo a fundo


Q

uando este assunto é “colocado sobre a mesa", uma palavra entra de imediato em cena: desidratação. A equação é simples: quando suamos perdemos sais, e se estes não são repostos ocorrem cãibras. De facto, a perda de eletrólitos ou sais minerais pode ser uma causa para este problema. Mas não é a única. Poderá estar na origem de cãibras: a desidratação devido à excessiva sudação e incorreta reposição de líquidos antes, durante e após um treino/corrida; a ingestão inadequada de nutrientes antes, durante e após um treino/corrida; abusar da desmultiplicação; ir a um ritmo superior àquele a que estamos habituados; medidas inadequadas na bicicleta; uso abusivo de produtos com cafeína; ter recorrido recentemente a antibióticos ou anti-inflamatórios; a utilização de géis de aquecimento em dias inapropriados; a falta de descanso, entre outros. HIDRATAÇÃO E NUTRIÇÃO Quem pratica desporto com regularidade e intensidade, deve ter o cuidado de repor duas a três vezes mais minerais do que aqueles que levam uma vida sedentária. É importante garantir uma boa hidratação antes, durante e após a atividade desportiva. As cãibras podem ocorrer quando o sangue está deficiente em oxigenação, em cálcio ou em potássio. É por isso importante que ingira alimentos ricos em potássio, como é disso exemplo a banana. Também deverão fazer parte das suas refeições nutrientes como o magnésio (presente, por exemplo, nos vegetais de folhas verdes escuras). Pouca quantidade de cálcio no organismo poderá provocar cãibras. Ele poderá ser encontrado, por exemplo, no leite e seus derivados, em vegetais verdes e também em frutos secos. É importante ter atenção a um outro mineral: o sódio. O suor em excesso poderá conduzir a desequilíbrios de eletrólitos como o sódio. TREINOS INADEQUADOS Se os ciclistas profissionais possuem planos de treinos, o praticante comum muitas vezes não o faz. A atividade física é tantas vezes descurada, particularmente na fase de inverno. O treino inadequado ou insuficiente poderá conduzir a fadiga muscular e dar origem a cãibras. Nesta época, é importante que conjugue a bicicleta com treino de força em ginásio.

“O suor em excesso poderá conduzir a desequilíbrios de eletrólitos como o sódio” Do mesmo modo, pedalar a um ritmo mais elevado do que aquilo a que se está acostumado, assim como abusar das desmultiplicações (mudanças pesadas) é contraproducente. Tal poderá resultar numa nefasta acumulação de ácido lático. Adapte o treino às suas condições físicas atuais e vá ajustando à medida que for evoluindo. É importante que realize alongamentos. Estes aumentam ou mantêm a flexibilidade dos músculos, preparando-os e aquecendo-os para a atividade física que se vai seguir. Do mesmo modo auxiliam a eliminar a tensão após o exercício. Um bom descanso é igualmente fundamental (uma noite mal dormida tem repercussões negativas a nível muscular). Verifique as medidas da sua bicicleta. Se forem incorretas podem causar tensão em determinadas zonas musculares, isto para além de lesões. Por fim, tenha em atenção o uso de géis e cremes de aquecimento (a sua utilização em dias temperados pode conduzir a um excesso de sudação na zona massajada). Acautele-se ainda em relação à toma de alguns medicamentos diuréticos, nomeadamente a cafeína, antibióticos e anti-inflamatórios (alguns dificultam a absorção de sais minerais, que intervêm na contração muscular).

O que são as cãibras? Em traços gerais, são contrações involuntárias de um músculo, que provocam dores. Comummente surgem durante a noite ou quando é realizado exercício físico extenuante, em pessoas que não possuem condicionamento físico adequado.

E quando elas ocorrem? A recomendação é que pare de imediato a atividade e respire profundamente, massajando a zona. Deve contrair o músculo oposto. Se, a título de exemplo, a cãibra ocorrer na barriga da perna, deverá levantar a ponta do pé, alongando a zona afetada. Se possível, procure arrefecê-la com gelo (não o aplicando de forma direta sobre a pele). Isto irá ajudar os vasos sanguíneos a contraírem-se, afastando o excesso de irrigação do músculo atingido.

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treino :: Granfondos e travessias

Prepare-se a fundo Se existe algo de que um ciclista de lazer se pode vangloriar, em relação a um corredor profissional, é a ausência da obrigatoriedade em estabelecer um pico de forma. Contudo, mesmo para aqueles que têm uma relação mais descontraída com a bicicleta existem provas mais relevantes e nas quais está patente o desejo de comparecer no auge das suas potencialidades. Texto: Chema Arguedas Adaptação: Fernando Lebre Fotos: Arquivo

E

xistem fatores que podem ser um entrave a um bom desempenho (má alimentação, método de treino inadequado, período de descanso inexistente ou excessivo). Em Portugal, os Granfondos estão por todo o lado, sendo por isso normal que apontemos “baterias” àqueles que são mais do nosso agrado (pela paisagem ou orografia que apresentam). Contudo, qualquer que seja a sua preferência e o tipo de ciclista que é, existem conselhos referentes ao treino e à alimentação que poderão ser de grande utilidade, se aplicados convenientemente nas semanas que antecedem o evento no qual colocou um “X”. Cada caso é um caso, mas não é na última semana que se consegue recuperar o tempo perdido. Deve chegar à prova com a musculatura bem tonificada e com o corpo descansado e retemperado. Acima de tudo, o trabalho de preparação deve ser realizado de modo gradual, para que a tarefa a realizar nos últimos dias seja apenas o impulso final. O PROCESSO DE TREINO O pelotão de entusiastas do pedal é vasto e um dos princípios básicos do treino desportivo é a individualização. Ainda assim, vamos tentar estabelecer um padrão, olhando primeiro para aqueles ciclistas que levaram a cabo uma planificação e um sistema de treino ordenado, marcando presença assídua em iniciativas de ciclismo de lazer. Existem várias pos-

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Ciclismo a fundo

sibilidades e combinações disponíveis. De seguida, dar-lhe-emos uma opção razoável e conservadora de um método de treino que poderá adotar nas duas semanas que antecedem o grande desafio. DEZ DIAS ANTES DO GRANDE EVENTO Realize o último treino exigente ao nível da quilometragem e do tipo de traçado a enfrentar. SETE DIAS ANTES DA PROVA Faça um treino com cerca de metade da quilometragem da prova que irá realizar, preferencialmente num trajeto que seja similar àquele que irá encontrar. Contudo, não é aconselhável efetuar um grande esforço muscular, embora o treino deva ser realizado com intensidade, na ordem das 90 pedaladas por minuto em terreno plano e, desejavelmente, acima das 70 quando em subida. Lembre-se que percentagens excessivamente exigentes terão um efeito contraproducente e nefasto. NA ÚLTIMA SEMANA Evite encadear dois dias seguidos de descanso. É preferível rolar um pouco, com a finalidade de evitar a perda de tonificação cardíaca e muscular. Se repousar mais do que a conta, é provável que no dia da prova a sua pulsação esteja mais elevada do que o habitual. Olhemos agora para aqueles ciclistas que,


por múltiplas circunstâncias, não concretizaram o período de treino inicialmente delineado e se encontram numa fase de preparação aquém da pretendida. Assim sendo, aquela que era apontada como a sua competição alvo passará a formar parte de um conjunto de provas preparatórias, encontrando-se inserida no período prévio ao competitivo, e, portanto, numa fase em que se encontra em pleno crescimento desportivo. Perante esta circunstância, seria possível tentar apurar a forma física aplicando uma carga de treino mais intensiva, perseguindo assim um maior efeito possível de “supercompensação”. Para consegui-lo seria exequível, no decurso da penúltima semana antes da grande competição, estabelecer três cargas de treino progressivas e intensivas: o stress fisiológico provocado seria muito maior do que o obtido com a execução de uma carga intensiva num único dia. Seria assim aplicada uma maior

devemos esquecer de que existe uma grande variedade de hidratos para além do famoso esparguete, e que podem ser encontrados no pão, arroz, cereais, frutas, legumes, etc. É importante consumir carbohidratos de baixo índice glicémico, que são assimilados lentamente e que proporcionam energia de modo constante e sustentado. Uma dieta de sobrecarga consistiria em realizar uma prévia descarga de carbohidratos nos três primeiros dias da semana, à base da aplicação de um treino intensivo e na redução do consumo dos mesmos. Esta estratégia dará particulares frutos para aqueles que revelem um grande poder de recuperação e que tenham seguido um minucioso plano de preparação ao longo da época. Porém, para alguém que não se dedique exclusivamente à bicicleta e que tem uma vida laboral/ familiar atarefada, reduzir o consumo de hidratos nos três primeiros dias da semana e aumentá-los nos três dias que antecedem

«(...) existe uma grande variedade de hidratos para além do famoso esparguete, e que podem ser encontrados no pão, arroz, cereais, frutas, legumes, etc» a prova seria suficiente. Assim sendo, nos três dias anteriores ao evento deverá ingerir 8 a 9 gramas de carbohidratos por quilo de peso corporal. Durante este período deve aumentar o consumo de água, com o intuito de armazenar glicogénio no músculo.

recuperação e obter-se-ia um benefício superior do que com a realização de uma simples supercompensação. Tal como no plano anterior, na semana que antecede o evento haverá necessidade de recuperar e descansar, mas sem deixar de pedalar, de maneira a que possa chegar fresco ao evento, com garra e motivação e com os depósitos de glicogénio a top! Tal como uma boa preparação física, também a nutrição possui um papel importante. Pode ter treinado na perfeição, mas se não estiver a ingerir os alimentos mais adequados será incapaz de cumprir os seus objetivos. ABASTEÇA-SE DE HIDRATOS Por norma, nos dias que antecedem uma competição somos impelidos a aumentar a ingestão de hidratos de carbono. Não

VAMOS VIAJAR! Decidiu pernoitar na localidade onde irá decorrer o evento? Essa poderá ser uma boa decisão, pois irá permitir-lhe aclimatar-se ao local e perceber o ambiente envolvente. Terá ainda tempo para acomodar com calma todos os acessórios que o irão acompanhar na jornada. Todavia, retenha esta importante dica: no saco brinde que, por norma, a organização oferece aos participantes, surge ocasionalmente um gel de pré-competição, destinado ao aquecimento muscular. Não raras vezes, estes géis são confundidos com outros energéticos, e ingeridos, por engano, originando problemas gastrointestinais. Para lá desta errónea interpretação, é importante ter em atenção que mesmo que se tratasse de um gel nutricional não é recomendável a sua ingestão na hora prévia ao “tiro” de partida, por risco de hipoglicemia. Sabemos que depois de terminar o evento o corpo lhe irá pedir um momento de descompressão. Poucas coisas são tão agradáveis como, depois do esforço físico, nos sentarmos numa esplanada. Contudo, beba com moderação bebidas que favoreçam a desidratação (álcool e cafeína). Do mesmo modo, é importante que antes de se deitar dê tempo suficiente  ao corpo para fazer uma boa digestão. fevereiro / março 2016

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treino 

O PEQUENO-ALMOÇO DO DIA “D” Todos nós dispomos de dois depósitos de glicogénio: nos músculos e no fígado. O fígado armazena muito menos quantidade de glicogénio e durante o repouso noturno o mesmo vai sendo consumido para manter a glicemia no sangue e alimentar alguns órgãos. Se não tomar um pequeno-almoço conveniente não poderá recarregá-lo. Por esta razão, mesmo que nos dias prévios tenha seguido uma dieta indicada em carbohidratos, se no dia “D” não tomar um pequeno-almoço conveniente, tal irá deixá-lo em desvantagem perante os demais. Deixamos-lhe então alguns conselhos para a derradeira refeição antes de sair para a estrada: não coma alimentos que não sejam habituais na sua dieta. Não ingira grandes quantidades de alimentos, se não está acostumado a fazê-lo. Quanto mais em cima da hora chegar à partida, menor quantidade de alimentos deve ingerir (caso contrário, começará a pedalar sem ter feito a digestão). Recomenda-se que coma 2h30 a 3h antes da partida. Evite gorduras como manteiga, natas, maionese ou enchidos e proteínas ricas em gordura. Os frutos secos, apesar de serem um hidrato de baixo índice glicémico, contêm grande quantidade de gordura, não sendo por isso adequados. As proteínas conduzem a um processo digestivo laborioso, pelo que se falta pouco para a partida deverão ser quase inexistentes na sua alimentação. Evite ainda alimentos ricos em fibra (não abuse de cereais e barritas, alguns deles ricos em fibra). É também aconselhável que ingira fruta sem casca ou em sumo. A terminar, deixamos-lhe uma sugestão de um bom pequeno-almoço: 250ml de leite desnatado ou iogurte líquido, fatias de pão integral com marmelada, uma tigela com cereais não açucarados e um sumo de laranja natural.

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Ciclismo a fundo

PROGRAMA PARA CICLISTAS QUE TENHAM CUMPRIDO UM PLANO DE TREINO COMPLETO

2ª feira

3ª feira

No domingo realizou um evento de cicloturismo. 2h em descanso ativo

Descanso

2h30 Resistência Aeróbica 70%-75% Intensidade Aeróbica 30m a 80% da F.C. máx sem recuperação

4ª feira

Descanso ou trabalho de resistência aeróbica sem ultrapassar os 75% da F.C. máx

5ª feira

Quilometragem 2h Descanso igual à de ativo domingo ou 2/3 da mesma. Termine a top para realizar um derradeiro treino de qualidade referente a velocidade, força e resistência anaeróbica

6ª feira

Sábado

2h em descanso ativo

Descanso

2h30/2h45 a 70%-75% da F.C. máx com intervalos de intensidade aeróbica, preferencialmente de curta duração

Descanso ou 1h45 de descanso ativo

Se não vai poder pedalar no sábado é muito recomendável que não falhe este treino. 1h30 e 2h entre os 60%-70% de F.C. máx

Domingo Realizar no máximo metade da quilometragem que terá de enfrentar na prova-alvo

Descanso e, Prova-Alvo se possível, 2h a rolar suavemente sem ultrapassar os 75% da F.C. máx

PROGRAMA PARA CICLISTAS QUE ESTÃO ATRASADOS NA SUA PREPARAÇÃO

2ª feira

3ª feira

No domingo realizou um evento de cicloturismo. 2h em descanso ativo

Descanso

2h30 Resistência Aeróbica 70%-75% Intensidade Aeróbica 30m a 80% da F.C. máx sem recuperação

4ª feira

3h Resistência aeróbica, intensidade aeróbica e limiar anaeróbico intervalos intensivos

5ª feira

5h Resistência 4h. Saída aeróbica intensiva em 4 subidas no grupo limiar anaeróbico

6ª feira

Sábado

Descanso

2h 2h30 a 70%Resistência 75% da F.C. máx aeróbica a 70% da F.C. máx

2h a 65%-70% da F.C. máx 3x10m a 80-85% da F.C. máx 2 sprints 100m 2m a 60% da F.C. máx

Se não irá pedalar no sábado é recomendável que não dispense este treino. 1h30 e 2h entre 60 e 70% da F.C. máx

Domingo 1h45 de descanso ativo

Descanso e, se Prova-Alvo possível, rolar suavemente sem ultrapassar 75% da F.C. máx

A ALIMENTAÇÃO NOS DIAS NOS TRÊS DIAS QUE ANTECEDEM O EVENTO

5ª feira

6ª feira

2 torradas de pão integral com manteiga ou marmelada Requeijão com mel 1 banana 1 sumo de laranja

1 sumo de laranja 2 fatias de pão integral com presunto serrano sem gordura 1 iogurte desnatado e maçã com mel

Sábado 2 fatias de pão integral 1 fatia fina de presunto e outra de queijo baixo em gordura 1 requeijão com mel e nozes 1 sumo de laranja Café com leite

Sandes de pão integral com queijo fresco e presunto de peru 1 peça de fruta

1 tosta com queijo fresco e 1 kiwi

1 banana e 1 iogurte desnatado

Salada de grão Esparguete à Bolonhesa Frango com tomate assado no forno Pescada acompanhada de puré de 1 banana batata e ervilhas 1 banana

Salada Frango grelhado com arroz e tomate Pão 1 banana

1 iogurte de frutas desnatado

Tosta de pão integral com queijo fresco e sumo de laranja

Bolachas do tipo Maria 1 sumo de laranja

Massa Tortilha de batata Iogurte com mel

Salada de frutos secos Tosta de queijo fresco Ovos mexidos com cogumelos 1 iogurte desnatado

Pescada com massa Pão branco Salada de frutas


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CF43


reportagem :: Academia Joaquim Agostinho

Em nome

de um ídolo

Pensar em Torres Vedras significa, quase automaticamente, pensar em Joaquim Agostinho, eterno campeão português cuja memória continua bem patente nos adeptos lusos. Pelo segundo ano, a Academia Joaquim Agostinho está nas estradas para formar novos valores e perpetuar o seu nome. Fomos conhecer o seu trabalho. Texto: Fernando Lebre Fotos: Rui Botas

Agostinho:

Campeão jamais esquecido Para além da formação, outra das principais metas da academia é prestar tributo a Joaquim Agostinho, com os responsáveis daquele conjunto a fazerem questão de transmitir às gerações mais jovens quais os feitos que o antigo ciclista conquistou em prol do ciclismo nacional. “Temos o cuidado de transmitir o seu legado aos nossos ciclistas. Sentíamos que para além da organização do Troféu Joaquim Agostinho era necessário fazer algo mais para que o seu nome não fosse esquecido. Se conseguirmos que o nosso trabalho ao nível de formação seja bem-sucedido, e que daqui a alguns anos exista um ciclista formado na Academia Joaquim Agostinho a estar presente no pelotão profissional e a ganhar a Volta a Portugal, será um grande orgulho e também a melhor homenagem que lhe podemos prestar”, afiança Carlos Esteves.

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Ciclismo a fundo

D

e quando em vez surgem figuras singulares que, graças aos feitos ímpares que vão construindo ao longo do seu percurso de vida, ganham contornos de imortalidade, com o seu legado a continuar a ser transmitido de geração em geração, mesmo muito depois do seu desaparecimento físico. Em Portugal, poucas personalidades se enquadrarão tão bem neste perfil como o malogrado Joaquim Agostinho, na opinião de muitos o melhor ciclista português de todos os tempos. Perpetuando a homenagem das gentes da terra ao campeão nunca esquecido, foi criada no início de 2015, em Torres Vedras (concelho de onde era natural o antigo ciclista do Sporting), a Academia Joaquim Agostinho, instituição integrada na União Desportiva do Oeste (UDO), que anualmente chama a si a responsabilidade de organizar o Grande Prémio Internacional de Torres Vedras-Troféu Joaquim Agostinho, e cuja sede serve de “quartel-general” para as missões da Academia. “Não fazia sentido sedear esta academia em

outro clube que não fosse na UDO. Foi criada a Comissão Coordenadora da Academia Joaquim Agostinho que é um departamento autónomo da União Desportiva do Oeste, quer a nível administrativo, quer financeiro, quer desportivo”, diz-nos o diretor da Academia Joaquim Agostinho Carlos Esteves, que, juntamente com David Lino, edificou as traves mestras de um ainda jovem projeto, mas que conta com o beneplácito da família de Agostinho: “O consentimento da família foi uma das condições que a UDO colocou para dar o seu apoio à criação desta academia”. Espalhados por diversos escalões de Estrada, aos quais se associa ainda a vertente de BTT, aproximadamente 50 ciclistas envergam a camisola da Academia Joaquim Agostinho. A estes, junta-se um staff constituído por 15 elementos. Nesta entidade torriense a formação é a palavra de ordem, sendo um conceito incansavelmente presente na mente dos responsáveis daquela estrutura, não existindo por isso metas importantes a


O Olhar do líder

Ex-militar e conhecido empresário da região, Carlos Esteves é, aos 50 anos, um homem realizado com o projeto ao qual ajudou a dar vida. De forma bem-humorada considera estar a fazer aquilo que deveriam fazer todas as pessoas que possuem algum tempo disponível: trabalhar em prol da comunidade.

serem traçadas e concretizadas a curto/ médio prazo. “Damos muita importância às Escolinhas. Será esta a base de toda a Academia. Pretendemos agarrar nos ciclistas que entram nas Escolinhas, assim como nos Cadetes, e integrá-los no espírito desta academia, educando-os tanto do ponto de vista cívico como no que ao ciclismo diz respeito, com o objetivo de que aqueles que têm qualidade para tal possam ser conduzidos, patamar a patamar, até à nossa equipa de Sub-23”, revela-nos Carlos Esteves. Esta mensagem elucida-nos acerca de como o foco está concentrado no futuro e na ânsia de formar ciclistas da região de Torres Vedras e concelhos limítrofes, sendo estes aqueles que têm a primazia na hora de constituir as fileiras dos diversos escalões. Contudo, a porta nunca está fechada para os corredores provenientes de outras regiões do país que demonstrem talento. A NOVA CASA Para além de um ano de enorme preponderância para a consolidação do

projeto desportivo desta academia, 2016 ficará assinalado pelo surgimento do Centro de Estágios da Academia Joaquim Agostinho. A “nova casa” de atletas e staff ficará sedeada em Vila Facaia, localidade que dista aproximadamente 12 km do coração de Torres Vedras, mais propriamente numa escola do Ensino Básico datada de 1960 e agora desativada. A infraestrutura, cedida pela Câmara Municipal de Torres Vedras, exemplifica a crença e o apoio que a Academia Joaquim Agostinho começa a suscitar nas forças vivas da região Oeste. “Foi o primeiro apoio que o município nos deu, mas que nos demonstra a aceitação e a abertura que começa a existir para o nosso projeto”. O antigo estabelecimento de ensino será alvo de obras nos meses mais próximos, de maneira a que as instalações possam ser adaptadas a satisfazer as necessidades dos ciclistas. Aquela infraestrutura contará com um dormitório, parqueamento para acolher as cinco viaturas da equipa, assim como uma área reservada para que os

Como é que se cativa um jovem a praticar um desporto tão duro como o ciclismo? Não é fácil. Os jovens por vezes sentem-se tentados a praticar outro género de desportos com maior visibilidade e nas quais acreditam terem maiores possibilidades de construir carreira. Contudo, acho que são os nossos próprios ciclistas que nos fazem a melhor publicidade. Gostam, divertem-se e transmitem essa mensagem aos amigos, convencendo-os a virem experimentar. Temos também a felicidade de Torres Vedras ser uma região de tradição ciclística e muitos pais, aficionados da modalidade, trazem os seus filhos para prestar provas. O nome Joaquim Agostinho ajuda a cativar patrocinadores? O Joaquim Agostinho foi um grande ciclista e o seu nome ajuda a desbloquear a angariação de novos patrocinadores. Todavia, isso acontece porque temos sido ativos ao nível da nossa relação com os Media e as pessoas percebem o trabalho sério e dinâmico que temos realizado. De nada serviria ter o nome do Joaquim Agostinho se o nosso trabalho fosse de má qualidade, pois nenhuma empresa quereria associar o seu nome a um projeto nessas condições.

fevereiro / março 2016

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reportagem ::

Academia Joaquim Agostinho

São estes os ciclistas que representam esta academia na temporada de 2016 NOME ESCALÃO Andreia Alves Elite feminina Ana Rita Valido Elite feminina Natacha Carapeto Elite feminina Ana Margarida Lopes Elite feminina Andreia Lopes Elite feminina Beatriz Lopes Júnior feminina Catarina Marçal Júnior feminina Mariana Gonçalves Júnior feminina Ana Cabral Master feminina Afonso Morgado Cadete Guilherme Valverde Cadete Alexandre Mota Cadete Rafael Costa Cadete Rafael Silva Cadete Ivo Gonçalves Cadete Sandro Vieira Cadete Pedro Pereira Cadete Tiago Almeida Cadete João Marques Paraciclista Gonçalo Ferreira Júnior Leonel Firmino Júnior Eduardo Silva Júnior Diogo Pereira Júnior Pedro Correia Júnior João Carvalho Júnior Alexandre Umbelino Júnior Carlos Umbelino Júnior Miguel Esteves Júnior Micael Vitorino Júnior Francisco Morais Júnior Carlos Esteves Masters B João Letras Elite C Luís Mendonça Elite C Miguel Santos Sub 23 - C Marvin Sheulen Sub 23 - C Diogo Tavares Sub 23 - C Emanuel Duarte Sub 23 - C Gonçalo Leaça Sub 23 - C Tiago Antunes Sub 23 - C Rafael Apolinário Sub 23 - C João Outeiro Sub 23 - C Pedro Brás Sub 23 - C

ciclistas que militam nos escalões mais jovens possam levar a cabo treinos de gincana, que fortaleçam a autoconfiança em cima da bicicleta, assim como a destreza, em condições de segurança. Entusiasmados com este novo cenário, os responsáveis pela Academia estão convictos de que a existência deste Centro de Estágio trará consigo diversos dividendos: “Passaremos a ter um local onde concentrar os nossos atletas com melhores condições do que aquelas que até agora dispúnhamos na sede da UDO. Teremos também a possibilidade de organizar estágios de modo mais regular e de forma mais económica.

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Ciclismo a fundo

Estou convicto de que este Centro de Estágio incentivará ainda mais o espírito de grupo e de camaradagem entre os nossos atletas. Para além disso, sendo uma zona com pouco tráfego, minimiza os riscos que os ciclistas enfrentam”, confidencia Carlos Esteves. Para fazer face à época de 2016 a academia dispõe já de um orçamento garantido de 140 mil euros. Contudo, os seus responsáveis encontram-se a envidar esforços para que este montante possa ascender aos 200 mil euros, valor mágico que permitiria à formação torriense enfrentar o ano desportivo sem sobressaltos e proporcionando aos

seus atletas boas condições de trabalho: “Não esbanjamos dinheiro e fazemos uma gestão muito criteriosa dos meios financeiros que possuímos, mas queremos dar condições de conforto e de bem-estar aos nossos ciclistas”. Se for a Torres Vedras, facilmente poderá deparar-se com elementos da Academia Joaquim Agostinho em plena ação, muitas vezes treinando bem próximos do monumento que homenageia o seu patrono, bem no “coração” da cidade. Todavia, se pretender contactar os responsáveis desta academia através da Internet poderá fazê-lo mediante o seguinte endereço: academiajacomunicacao@gmail.com.


Pedro Brás

Rafael Costa

(Sub-23) “Sinto-me orgulhoso por fazer parte desta equipa. Sempre senti uma grande paixão por bicicletas e por ciclismo. Dedico-me ao máximo e tenho a ambição de conseguir chegar a ciclista profissional. Enquanto corredor, tenho características de rolador e sprinter. Espero estar no meu topo de forma na Volta ao Alentejo e no Campeonato Nacional”.

(Cadete) “A minha família está ligada ao ciclismo e este é um desporto que me dá gozo praticar. Custa-me mais ir para a escola do que acordar cedo para vir treinar (risos). Sinto-me muito motivado. Descrevo-me como um ciclista completo. Tenho a ambição de seguir a carreira de ciclista. Conheço a carreira do Joaquim Agostinho e sei que temos a responsabilidade de alcançar bons resultados para respeitar o prestígio do seu nome”.

Miguel Esteves (Júnior) “Este é um projeto ambicioso e que é importante para a região, pois permite juntar uma comunidade ciclística na região oeste. O ciclismo transmite-me uma sensação de liberdade. Facilita o contacto com a natureza e bons momentos com os amigos. Na nossa equipa existe um grande espírito de camaradagem. A coesão é essencial para obtermos grandes resultados. Não tenho o objetivo de me tornar ciclista profissional. As minhas metas passam pelo percurso académico”.

Inês Antunes (Responsável de Comunicação) Licenciada em Ciências da Comunicação e ex-jornalista do “Record”, Inês Antunes estabelece a ponte entre os responsáveis da Academia Joaquim Agostinho e os Media: "Sou apaixonada por ciclismo. O meu trabalho consiste em tentar que as equipas que compõem a nossa academia sejam mais acompanhadas, nomeadamente nas redes sociais, de maneira a que possamos dar um bom retorno aos nossos patrocinadores”.

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reportagem :: As estrelas do FCP e do SCP

Rostos que

escreveram história São novidade esta época, mas velhos conhecidos do ciclismo português. FC Porto e Sporting CP estão de regresso ao pelotão nacional, imbuídos do espírito vencedor com que pedalaram ao longo de décadas. Mas porque as glórias dos emblemas são provenientes do talento inato dos que por lá passam, vamos conhecer alguns dos ciclistas que marcaram o passado destas equipas e também do desporto lusitano. Texto: Magda Ribeiro Fotos: Direitos Reservados, "Stadium”, Américo Raposo Júnior, Rui Botas, João Carlos Oliveira e Nuno Silva e Pinto

D

esde os idos anos 80 que Sporting Clube de Portugal e Futebol Clube do Porto não figuravam no pelotão profissional. Muitos foram os ciclistas que ao longo de décadas vestiram as cores daquelas equipas e nelas brilharam aquém e além-fronteiras. Referir todos aqueles que passaram pelos dois emblemas seria uma missão épica, e mesmo recordar os que no seu tempo foram vedetas revelar-se-ia um trabalho exaustivo. Deste modo, resolvemos selecionar sete exemplos de corredores por clube, que, fruto da sua aptidão natural e do seu empenho em cima da bicicleta, ajudaram a criar a verdadeira dimensão que hoje FCP e SCP granjeiam na história do ciclismo lusitano. FUTEBOL CLUBE DO PORTO Fernando Moreira

Foi o primeiro atleta dos “azuis e brancos” a vencer a Volta a Portugal. Chegou ao FC Porto em 1946 e logo nesse ano ganhou 11 etapas na prova! Não venceu a geral (foi 2.º classificado), mas abriu a porta para uma carreira memorável. Sétimo classificado no ano seguinte, o ciclista natural das margens do Rio Ferreira, em Sobrado, Valongo, arrebataria a Volta a Portugal na temporada de 1948. No seu pecúlio desportivo fazem parte a vitória na clássica Porto-Lisboa e também vários triunfos além-fronteiras. Dias dos Santos

Iniciou a sua carreira no Sporting, mas

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Ciclismo a fundo

é um nome incontornável da equipa portuense. Natural de Fânzeres, onde nasceu a 23 junho de 1922, chegou ao FC Porto em 1946. Venceria a Volta a Portugal em 1949 e 1950, tornando-se no ciclista portista mais vitorioso de sempre na prova. Faleceria no Brasil, no ano de 1986. Foi no outro lado do Atlântico que deu por finda a sua carreira de ciclista, continuando ligado às duas rodas enquanto treinador e proprietário de uma oficina de bicicletas. Onofre Tavares

Nascido a 29 de agosto de 1927, em Gulpilhares, iniciou atividade em 1943 (Iniciado) e terminou em 1957. Não obstante o serviço militar o ter levado para o Benfica, o seu nome ficará sempre associado ao FC Porto. Sprinter de eleição, conquistou títulos de campeão nacional de fundo e foi tetra campeão nacional de velocidade. Na Volta a Portugal averbou 10 etapas (sempre pelo FCP). Em 1946 chegou a andar de camisola amarela na prova. Depois de deixar a modalidade foi técnico nos “dragões”. Fernando Moreira de Sá

Correu sempre com o emblema do dragão ao peito. Irmão de Luciano Sá (vencedor de duas edições da Porto-Lisboa), nasceu em Silva Escura, Maia, a 12 de agosto de 1928. Ingressou no FC Porto tinha então 17 anos. Duas vezes Campeão Nacional (como amador e como independente), o “locomotiva”, como era conhecido, triunfou na Volta

a Portugal de 1952 (foi ainda 3.º em 1950). Obteve resultados de relevo no estrangeiro, como é disso exemplo um 2.º lugar na Volta a São Paulo, no Brasil. Faleceu em 2014. Sousa Cardoso

Participou pela primeira vez na Volta a Portugal em 1957. Tinha então 21 anos. Natural da Lavandeira, S. João de Vêr (10 de janeiro de 1937), José de Sousa Cardoso vestiu toda a carreira a camisola listada de azul e branco. No ano seguinte faria 2.º lugar na prova. Em 1959 venceria uma etapa na Volta a Espanha e no ano seguinte conquistaria a Volta a Portugal. Participou ainda no Tour e na Volta a França do Futuro, onde alcançou o 10.º lugar. Foi mais tarde treinador do FC Porto. Mário Silva

Iniciou-se como popular no FC Porto em 1959. No ano seguinte foi selecionado para participar nos Jogos Olímpicos. Já em 1961 - primeira época enquanto profissional -, marca presença na Volta a Portugal… e ganha (seria ainda 3.º em 1965 e 1969). Durante a sua carreira averbou inúmeros títulos na estrada e na pista. Marcou presença na Volta a Espanha, Campeonatos do Mundo e na Volta à França do Futuro. Natural do Baixo Vouga, onde nasceu a 5 de Outubro de 1939, finalizou a carreira em 1970. Manuel Zeferino

Nasceu em 1960 em Navais, Póvoa de 


1

Os dois clubes rivais tiveram grandes disputas sobre rodas. Aliás, houve décadas em que o ciclismo foi tão popular como o futebol

6

4

2

3

7 1 Fernando Moreira 2 Dias dos Santos 3 Onofre Tavares 4 Fernando Moreira de Sá 5 Sousa Cardoso

5

6 Mário Silva 7 Manuel Zeferino fevereiro / março 2016

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reportagem ::

As estrelas do FCP e do SCP 11

8 12 8 Alfredo Trindade

11 Pedro Polainas

9 O "FaĂ­sca"

12 AmĂŠrico Raposo

10 Leonel Miranda

13 Joaquim Agostinho

9

13

10

70

14 Marco Chagas

Ciclismo a fundo

14


Varzim, e iniciou-se na modalidade em 1975, tendo corrido até 1992. Profissional em 1980, o seu nome chegou à ribalta no ano seguinte, ao vencer a Volta a Portugal. Nesta corrida conseguiria ainda ser 3.º em 1982 e 2.º em 1984 (esta última pelo Sporting). Marcou presença na Volta a Espanha, Volta a França e Campeonato do Mundo. Terminada a carreira de ciclista, foi diretor desportivo na equipa da UC Maia, vencendo quatro edições da Volta a Portugal. SPORTING CLUBE DE PORTUGAL Alfredo Trindade

Chegou ao clube aos 21 anos, transferindo-se em 1931 para o Rio de Janeiro. Nascido a 3 de janeiro de 1908, em Valada do Ribatejo, Trindade regressaria à turma leonina dois anos depois, já com uma vitória na Volta a Portugal. Renovaria o título em 33 (amealhando oito etapas). Em 1935 saiu, mas na época seguinte retornou, ganhando ainda, entre outras, a Porto-Lisboa. Os seus duelos com José Maria Nicolau (Benfica) tornaram-se épicos. Deixaria o emblema do “leão” em 1940, falecendo em 1977. José Albuquerque

Conhecido por “Faísca”, nasceu 20 de Setembro de 1916, na Quinta da Moita, Mangualde. Começou a praticar ciclismo aos 16 anos e foi contratado pelo Sporting em 1937. Dispensado no ano seguinte, voltaria em 1939, após ter vencido a Volta a Portugal pelo Campo de Ourique. Em 1940 bisaria na corrida, depois de ter amealhado o

Circuito da Marinha Grande e de ter sido 2.º classificado no Porto-Lisboa. Faleceria no início dos anos 80, vítima de atropelamento. Pedro Polainas

Nascido a 20 de outubro de 1931 em São Lourenço, Portalegre, competiu entre 1950 e 1961, data em que se retirou, representando, entre outros, o FC Porto. Sprinter de eleição, foi Campeão Nacional de Velocidade em Juniores e Campeão Nacional de Independentes e de Fundo, participando em cinco Voltas a Portugal e triunfando em 12 etapas. Em 1960 conquistaria o Porto-Lisboa pelos leões. Multifacetado, Polainas foi um dos ciclistas-atores que participou no filme “O Homem do Dia”. Américo Raposo

Filho e irmão de ciclistas, iniciou a atividade em 1948 e finalizou-a em 1960. Correu sempre pelo Sporting. Natural de Lajeosa do Dão (Tondela), onde nasceu a 19 de dezembro de 1932, foi um dos melhores sprinters portugueses, destacando-se ainda na pista. Colecionou vitórias na Volta a Portugal (chegando a vestir de amarelo), mas no seu palmarés saltam à vista os quase 30 títulos de Campeão de Velocidade e de Fundo. Participou no Mundial de 1951. Finda a carreira, foi treinador nos “leões”. Leonel Miranda

Iniciou-se nas competições populares em 1962 e chegou ao Sporting, como amador, em 1964, passando a profissional um ano mais tarde. Natural

de Carregueira, Torres Vedras (15 de agosto de 1944), marcou presença em dez edições da Volta a Portugal, sempre ao serviço da turma leonina, vencendo mais de duas dezenas de etapas na prova. Depois de pendurar a bicicleta, desempenhou o cargo de selecionador nacional, e como treinador venceu três edições da Voltas a Portugal. Joaquim Agostinho

Natural de Brejenjas (Torres Vedras), chegou ao ciclismo em 1968, com 25 anos. Ingressou no clube de Alvalade e no ano de estreia foi 2.º na Volta a Portugal. Venceu por três ocasiões a prova, somando 25 triunfos em etapa. Entre 1968 e 73 ganhou por seis vezes o Nacional de fundo. Emigrou até 1983 (em 1975 representaria os “leões”), conseguindo ser 2.º na Vuelta e 3.º no Tour (por duas vezes). Em 1984 voltou ao seu clube do coração, mas faleceria em maio, vítima de uma queda na “Algarvia”. Tinha 41 anos. Marco Chagas

Nascido a 19 de novembro de 1956, em Pontével, venceu a Volta a Portugal por quatro vezes: duas pelo Sporting (1985 e 1986) e uma pelo Porto (1982). Profissional pelo Sporting aos 18 anos, ganhou o Nacional de fundo em 1976 (ganharia outros dois). Saiu em 1978 e voltou em 1984, lá permanecendo até 1987 (em 1981 e 82 representou o FCP). No seu palmarés constam 74 vitórias, 22 das quais na Volta a Portugal. Participou em duas edições do Tour. Foi diretor desportivo e é atualmente comentador televisivo.

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estórias do arco-da-velha Paulo Martins

O ETERNO

“miúdo traquinas” Os mais novos conhecem sobretudo a sua voz; os mais velhos recordam também a veloz ponta final que possuía na hora de abordar a reta da meta. Antigo ciclista e atual comentador da modalidade, Paulo Martins partilhou com a Ciclismo a fundo episódios de humor que marcaram a sua vida, assim como algumas das travessuras que fizeram (e fazem) dele um (eterno) miúdo traquinas. Texto: Magda Ribeiro Fotos: João Carlos Oliveira

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Ciclismo a fundo


Perfil Nome: Paulo Jorge Teixeira Martins Data de Nascimento: 29/07/1971 Natural de: S. Sebastião da Pedreira, Lisboa Profissional: De 1995 a 2002 Altura: 1,75 m Peso: 70 kg atualmente, 64 como profissional

«Saiu desenfreado e depois regressou com um dedo todo negro!» (referindo-se a Olivier Bonamici)

A

apetência para o ciclismo foi conhecida logo nos primeiros anos de vida - tinha somente três anos quando aprendeu a andar de bicicleta: “O meu pai era diretor do Casa Pia e comecei a dar as primeiras pedaladas no Pina Manique. Com três anos e meio participei pela primeira vez numa prova, à volta do antigo Estádio da Luz”. Com metade da idade relativamente à maioria dos participantes, estaria esta criança preparada para tal desafio? Sem dúvida! “A organização permitiu que eu corresse, apesar de não ter idade para tal. Sinceramente não me recordo dessa prova, mas o meu pai contou-me que éramos 16 miúdos e que eu fiz 6.º. Portanto, não foi mau”! (risos). Desde cedo Paulo Martins entrou no mundo do ciclismo e começou a ter contacto com algumas das referências

da modalidade. Alexandre Ruas foi disso um exemplo. “Ele era amigo do meu pai e frequentava a nossa casa. Considero-o um dos melhores sprinters portugueses de todos os tempos”. Com 15 anos de diferença, Alexandre Ruas conheceu, no entanto, desde cedo, o lado brincalhão de Paulo Martins: “Ele e o meu pai preparavam muitas vezes churrascos e eu recordo-me que o Alexandre costumava ter sempre ao lado um bidão com água, para borrifar sobre o fogo quando este ficava alto. Na minha traquinice, quando o apanhava de costas, pegava no bidão e apagava aquilo tudo”, recorda com boa disposição. A NOTA TEM DE SER MINHA! A passagem pelas camadas jovens foi particularmente memorável para o ciclista lisboeta. Foram inúmeras as vitórias que

saboreou, muitas das quais já não guarda memória. No entanto, há uma corrida de Infantis de que Paulo Martins se recorda bem, não pela conquista que alcançou, mas por um outro prémio… ainda mais aliciante: “Costumavam realizar um circuito em Mafra, que passava junto ao convento. Numa das voltas ao percurso, reparei que estava uma nota perdida de 50 escudos, debaixo de um carro. A minha preocupação passou a ser, desde então, pedalar o mais rapidamente possível para a apanhar assim que terminasse a prova. Volta após volta e a nota permanecia no mesmo lugar! Acabei por ganhar a corrida, mas em vez de parar quando cheguei à meta, dei mais uma volta para a ir buscar! (risos) Fiquei todo satisfeito da vida! Tinha ali 50 escudos para gastar naquilo que quisesse”! Mas este sentimento esfumou-se ao fim de alguns minutos… 

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estórias do arco da velha Principais resultados: 7 vitórias como ciclista profissional 5 participações na Volta a Portugal e top-10 em várias etapas 5 presenças na Seleção Nacional de Sub-23 2.º nas Metas Volantes da Volta ao Luxemburgo Campeão Nacional de fundo e pista nas camadas jovens Campeão Nacional e Vice-Campeão Nacional em Masters

Equipas representadas Escolinhas/Infantis 1974-1985: U.C. Buraca Cadetes/Juniores/Sub-23 1986-1990: Mato Cheirinhos 1991-1992: Troiamarisco/Marisol 1993: Águias de Alpiarça 1994: Janotas & Simões Elites 1995: Janotas & Simões 1996: Recer/Boavista 1997: Sintrense 1998-2001: Gresco/Tavira 2002: ASC/Vila do Conde Masters A 2008 (até maio): Janotas & Simões 2008-2010: Salvaterra de Magos

 “Fui ter com os meus pais e contei-lhes o

que tinha acontecido. Disseram-me então que esse dinheiro já dava para as bebidas do almoço de toda a família. Como era agarrado ao dinheiro, fiquei triste. Tanto sacrifício para nada”! (risos) AMOR COM AMOR SE PAGA! O jeito brincalhão sempre fez parte da vida do atual comentador de ciclismo no canal televisivo Eurosport. Deste modo, os episódios de “partidas” foram-se sucedendo ao longo dos anos. Paradigma disso ocorreu na altura em que Paulo Martins cumpria o serviço militar obrigatório: “Tinha o vício de pegar na graxa de aplicar nas botas e de besuntar os cadeados dos armários dos meus camaradas. Assim, quando eles procuravam abrir os armários ficavam com as mãos todas sujas”, conta. Todavia,

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Ciclismo a fundo

um dia a vingança chegou: “Cheguei à caserna e quando me dirigi até ao local onde estava o meu armário ele tinha desaparecido! Andei, bem à vontade, meia hora à procura dele. Fui dar com o armário numa casa de banho de uma outra caserna, ainda para mais virado ao contrário! Estava tudo num alvoroço”, desvenda com um sorriso nos lábios. UM CICLISTA… AOS SALTINHOS! A passagem pelo escalão de Sub-23 ficou marcada pela chamada à Seleção Nacional. Foi precisamente ao serviço da equipa das quinas que Paulo Martins viveu mais um episódio de contornos pitorescos. “Numa corrida em França apanhei neve com fartura! Nunca tinha competido nessas condições e, para dificultar, não íamos devidamente equipados.

Os meus pés andavam sempre congelados e acabei por perder uma unha. Entretanto, numa determinada etapa passámos por inúmeros descampados, com a estrada a seguir constantemente por curvas e contracurvas. Ia a sofrer imenso atrás da roda do ciclista que seguia à minha frente. Mas a dada altura ele desapareceu! Tinha virado à esquerda ou à direita (já não me recordo) e eu, que já ia «ceguinho» de tanto sofrer, enfiei-me pelo campo adentro! Acabei por apanhar a estrada logo à frente. Mas aquele campo estava cultivado e com a velocidade a que seguia, parecia um boneco aos saltos! No final da etapa, os elementos que iam no carro da Seleção disseram que tinham visto um ciclista português aos saltos, mas que não faziam ideia de quem seria”. (risos)


Momentos únicos… com o “franciú” Quando abandonou a modalidade, Paulo Martins foi convidado a comentar ciclismo no canal Eurosport. Aos poucos, ficou patente o entrosamento com Luís Piçarra e Olivier Bonamici. “Somos conhecidos pelos telespetadores como o «trio maravilha»”. São inúmeras as emissões em que a boa disposição reina pelos estúdios, muito por culpa daquele que é carinhosamente apelidado pelo companheiro de “franciú”. “Tenho várias estórias com o Olivier. Uma delas ocorreu numa edição da Volta a França. Logo na primeira semana ele informou-nos que no último dia iria levar um convidado, sem revelar quem seria. No dito dia chegou sozinho, mas disse para não nos preocuparmos porque ele iria chegar atrasado. Ao fim de uma hora de direto, fez-nos sinal que o convidado tinha chegado e saiu. Nós continuámos a comentar a etapa. Quando regressou vinha com uma enorme caixa, que ficou na cabine dele. Ficámos curiosos e assim que houve um intervalo, fomos ver o que havia naquela caixa. Não deduzimos que «aquilo» fosse o convidado. Era um leitão! (risos) Uma outra história marcante ocorreu no Jogo das Apostas. Numa etapa ele levantou-se para acompanhar o sprint de um ciclista em quem ele tinha apostado e que até vinha bem colocado. Mas na reta da meta o corredor caiu. Conforme o Olivier se senta, deixámos de o ver! Espreitei então para a cabine onde ele está e vi que também tinha acabado de cair e que estava com a mão a tentar desligar o som. (risos) Com tudo isto o Luís desligou o microfone e eu não o consegui fazer. Desatei a rir. Uma comédia tremenda! (risos). Foi das situações mais hilariantes que tivemos com o Olivier. Também já se entalou na porta da cabine porque saiu danado após um furo ou uma queda do ciclista que apostou. Saiu desenfreado e depois regressou com um dedo todo negro! (risos)

UM FILME (QUASE) PERFEITO Paulo Martins chegou ao profissionalismo na Janotas & Simões, formação da qual guarda boas recordações: “Para além de a equipa ter bons ciclistas tinha lá grandes amigos, como o Manuel Correia, que é o atual diretor da equipa Liberty. Também não me esqueço dos patrões da equipa. Foram a par do engenheiro Brito da Mana, do Tavira, os que mais me marcaram. Pessoas exemplares”. O conjunto que o ciclista alfacinha representou durante mais tempo foi o Gresco/ Tavira, do qual recorda com particular saudade os colegas que teve e também o diretor desportivo José Marques. Foi lá que viveu o momento mais complicado da carreira – uma grave queda no GP Portugal Telecom deixou-o em risco de perder uma perna –, mas foi também

no seio daquela equipa que passou por momentos verdadeiramente graciosos. Um dos mais pitorescos foi recordado, com humor, pelo nosso interlocutor. “A chegada a Oliveira do Hospital, na Volta a Portugal, era sempre perigosa. Por norma ocorriam quedas. Numa das edições da prova, meti na cabeça que havia de a vencer. Naquele dia pedi aos meus colegas para me deixarem bem colocado, caso a chegada fosse ao sprint, pois iria ganhar a etapa. Fartei-me de dizer isso ao longo do dia. Conhecia aqueles últimos metros da tirada quase de olhos fechados, e durante a jornada fui interiorizando todo o filme: mais importante do que o sprint na reta da meta era a colocação correta nas duas últimas viragens. A primeira era algo perigosa e tinha de ter atenção à velocidade com que entrava nela, para depois ter

acesso à segunda viragem”. Sem dúvida que o plano era perfeito, tão perfeito que ”Fiz tudo bem até à entrada na primeira curva. Estaríamos então a uns 500 metros da chegada. Entrei na viragem a grande velocidade mas de repente apercebi-me que havia um buraco na estrada e desviei-me da trajetória que tinha idealizado. Ainda fiz bem a primeira curva mas já não consegui ter acesso àquilo que eu queria para a segunda. Caí e fiquei enfurecido porque se não ganhasse faria segundo, garantidamente. Sabia quando me colocar, travar, arrancar… conhecia tudo da chegada, menos o buraco que ali estava naquele ano! Quando os meus colegas perceberam que eu não tinha ficado mal fisicamente gozaram com a situação: «Tanta coisa, tanto filme que fizeste e esqueceste-te do buraco»”!

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competição

:: Apresentação das equipas nacionais

Pontapé de saída! Os clubes com notoriedade no futebol estão uma vez mais intimamente ligados ao ciclismo, marcando presença em metade das formações nacionais. Ao Boavista FC juntam-se agora o FC Porto e o Sporting CP, num regresso que promete alimentar um novo ciclo de paixões no ciclismo português. Texto: Magda Ribeiro Fotos: Podium/João Fonseca

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Ciclismo a fundo


Efapel

Novas caras Efapel Nome Equipa anterior Jóni BRANDÃO Efapel Nuno ALMEIDA Neoprofissional António BARBIO Neoprofissional Filipe CARDOSO Efapel Henrique CASIMIRO Ex-Team Tavira Hélder FERREIRA Efapel Daniel MESTRE Ex-Team Tavira Rafael SILVA Efapel Álvaro TRUEBA Neoprofissional

Com um total de nove corredores, a Efapel terá em Jóni Brandão o chefe-de-fila. O segundo classificado da Volta a Portugal do ano passado, de 26 anos, será novamente a carta mais alta a lançar por Américo Silva particularmente nas provas por etapas. Para além do vice-campeão nacional de estrada, a equipa nortenha mantém nas suas fileiras outros três corredores: Hélder Ferreira, Rafael Silva e Filipe Cardoso, ciclista que no ano passado triunfou no alto da Senhora da Graça (na Volta

a Portugal) e que cumprirá a sua sexta temporada ao serviço deste conjunto. Quanto a reforços, a Efapel – que viu sair, entre outros, um dos seus líderes, Alejandro Marque, assim como Domingos Gonçalves (que se juntou ao irmão José na Caja Rural) - apetrechou-se com Henrique Casimiro e Daniel Mestre, ambos provenientes da Team Tavira, assim como com três neo-profissionais (os portugueses António Barbio e Nuno Almeida e o espanhol Álvaro Trueba).

LA Alumínios/Antarte

Os portugueses e o espanhol LA Alumínios/Antarte Nome Equipa anterior Luís AFONSO LA Alumínios/Antarte Amaro ANTUNES LA Alumínios/Antarte Hernâni BRÔCO LA Alumínios/Antarte Leonel COUTINHO LA Alumínios/Antarte Alejandro MARQUE Ex-Efapel Nuno MEIRELES LA Alumínios/Antarte Pedro PAULINHO LA Alumínios/Antarte Hugo SANCHO LA Alumínios/Antarte Bruno SILVA LA Alumínios/Antarte

De alguns anos a esta parte que a LA Alumínios/Antarte – equipa cujos principais patrocinadores permanecem inalterados há já várias épocas - investe num conjunto cem por cento nacional. Este ano não será bem assim, mas quase. Isto porque chega agora o espanhol Alejandro Marque, vencedor da Volta a Portugal de 2013. O ciclista galego, de 34 anos, deixa a Efapel, equipa na qual obteve, no ano transato, a terceira posição na mais extensa e antiga competição nacional, e aposta num

novo projeto. Marque, que deverá assumir o papel de chefe de fila, terá a seu lado o experiente ciclista Hernâni Brôco, de 34 anos. Para além destes dois corredores, a equipa de Paredes, orientada por Mário Rocha, mantém sensivelmente a mesma estrutura com que enfrentou a temporada passada, registando-se, entre outras, a saída de Sérgio Sousa que rumou à formação austríaca Vorarlberg, procurando, deste modo, a sua internacionalização. fevereiro / março 2016

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competição

:: Apresentação das equipas

Louletano/Hospital de Loulé/Jórbi

A “prata da casa”

Com um plantel ligeiramente mais curto do que na temporada passada, e sem a presença de Hugo Sabido, que passou a envergar as cores da outra formação algarvia no nosso pelotão, a equipa Louletano/Hospital de Loulé/Jorbi apresenta-se este ano com onze ciclistas. Confiando nos corredores que envergaram as cores do conjunto em 2015, Jorge Piedade conservou sete dos seus atletas: os portugueses João Benta, Sandro Pinto, Micael Isidoro, Rui Rodrigues e André Evangelista, assim como os espanhóis Vicente de Mateos e José Segovia. Deste modo, a turma sulista, que conta

Louletano/Hospital de Loulé/Jórbi Nome

Equipa anterior

João BENTA Louletano/Ray Just Energy Cristian CAÑADA Ex- Mutua de Levante Valencia Terra y Mar Francisco CANTERO Ex- Bicicletas Rodriguez Extremadura André EVANGELISTA Louletano/Ray Just Energy Micael ISIDORO Louletano/Ray Just Energy Samuel MAGALHÃES Ex-Radio Popular/Boavista Vicente GARCIA DE MATEOS Louletano/Ray Just Energy Sandro PINTO Louletano/Ray Just Energy Rui RODRIGUES Louletano/Ray Just Energy José SEGOVIA Louletano/Ray Just Energy Eloy TERUEL Ex- Jamis-Hagens Berman (2014)

com novo patrocinador, reforçou-se com quatro elementos: Samuel Magalhães, de 23 anos, e os espanhóis Francisco Cantero, de 25, Cristiano Canada, de 24, e ainda Eloy Teruel, um murciano de 33 anos bastante versátil, já que para além de estrada tem participado em competições de pista. João Benta, vencedor do GP Internacional de Torres Vedras/ Troféu Joaquim Agostinho na época passada, será o chefe de fila deste conjunto, prevendo-se que seja coadjuvado de perto por Sandro Pinto e Vicente de Mateos.

Radio Popular/Boavista

Equipa rejuvenescida Radio Popular/Boavista Nome

Equipa anterior

Victor ETXEBERRIA Neoprofissional Frederico FIGUEIREDO Radio Popular/Boavista César FONTE Radio Popular/Boavista Pablo GUERRERO Ex- Extremadura Carlos JIMENEZ Neoprofissional Guillaume ALMEIDA RIMONT Ex- VC Montauban David RODRIGUES Radio Popular/Boavista Daniel SILVA Radio Popular/Boavista Rui SOUSA Radio Popular/Boavista Ricardo VALE Radio Popular/Boavista

Mantendo a mesma denominação pelo terceiro ano consecutivo, a formação axadrezada – que em 2016 completará três décadas de existência no pelotão profissional – apresenta para esta temporada um grupo de 10 corredores. Com a maioria dos atletas a transitarem da época passada, e com um plantel mais novo (os veteranos Célio Sousa, de 38 anos e Vergílio Santos, de 39, disseram o adeus à competição), a Radio Popular/Boavista conta com quatro novos corredores, três

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Ciclismo a fundo

deles, com idades compreendidas entre 22 e os 23 anos de idade, provenientes de Espanha e ainda Guillaume Almeida, de 27 anos, oriundo de França. Rui Sousa – que cumprirá 40 primaveras este ano - e Daniel Silva continuarão a ser as apostas do professor José Santos para a Volta a Portugal. Não obstante este ser o grande objetivo da época, as “panteras” não esquecem o calendário internacional e procurarão este ano intensificar a sua presença além-fronteiras.


Sporting Clube de Portugal/Tavira

Aposta na experiência Já vimos a formação tavirense de amarelo, de vermelho ou de azul. É agora a vez de a observarmos nas estradas com a camisola listada de verde e branco. O Sporting Clube de Portugal uniu-se à mais antiga equipa internacional e apresenta um plantel bastante renovado, no qual somente dois corredores transitam da época passada. Sem Ricardo Mestre e Manuel Cardoso (que abandonou a modalidade), o grupo tem agora dois experientes corredores: Hugo Sabido, de 36 anos (que regressa à turma algarvia, clube que representou no início da sua carreira profissional) e Rinaldo Nocentini, que será o chefe-de-fila. Não obstante a sua veterania (tem 38 anos), a experiência do italiano – que esteve durante nove épocas ao serviço da AG2R (ProTour), tendo vestido a camisola de liderança no decurso do Tour em 2009 - poderá ser uma mais-valia para os comandados de Vidal Fitas. Num plantel onde 50 por cento dos ciclistas são de nacionalidade lusa, realce ainda para a entrada de dois corredores espanhóis provenientes da ActiveJet Team, equipa polaca que no ano passado marcou presença em Portugal por diversas ocasiões.

Sporting Clube de Portugal/Tavira Nome

Equipa anterior

Shaun-Nick BESTER Ex-Bonitas Pro Cycling Jesús EZQUERRA Ex-ActiveJet Team Luís FERNANDES Ex-W52/Quinta da Lixa David de la FUENTE Ex-Efapel Júlio GONÇALVES Neoprofissional Mario GONZÁLEZ Ex-ActiveJet Team Óscar GONZÁLEZ Ex-Efapel David LIVRAMENTO Team Tavira Rafael LOURENÇO Neoprofissional Rinaldo NOCENTINI Ex- AG2R Hugo SABIDO Ex- Louletano Valter PEREIRA Team Tavira

W52/FC Porto/Porto Canal

A mesma base, uma nova cor Em equipa que ganha pouco se mexe. Parece ser esta a máxima defendida pelo diretor desportivo Nuno Ribeiro em relação à W52, equipa que este ano se junta ao FC Porto, emblema que, deste modo, regressa à competição após um longo interregno. Assim sendo, são oito os corredores que permanecem em relação à temporada passada. O bivencedor da Volta a Portugal Gustavo Veloso continuará a ser o chefe de fila deste conjunto, que não conta agora com Delio Fernandez. O quarto classificado da corrida rainha lusa, em 2015 – fiel escudeiro de

Veloso – rumou à equipa francesa Delko Marseille-Provence, numa das transferências mais badaladas do defeso. Relativamente a caras novas, a formação do Sobrado conta agora com três ciclistas que no último ano defendiam as cores tavirenses: o experiente Ricardo Mestre, de 32 anos, assim como os jovens João Rodrigues, de 21, e Rafael Reis (este último quarto classificado no contrarrelógio de Sub23 dos Mundiais de ciclismo de estrada de Ponferrada em 2014), de 23.

W52/FC Porto/Porto Canal Nome

Equipa anterior

Raúl ALARCÓN W52/Quinta da Lixa Samuel CALDEIRA W52/Quinta da Lixa António CARVALHO W52/Quinta da Lixa Daniel FREITAS Neoprofissional Ricardo MESTRE Ex- Team Tavira Juan I. PEREZ W52/Quinta da Lixa Ángel REBOLLIDO W52/Quinta da Lixa Rafael REIS Ex- Team Tavira João RODRIGUES Ex- Team Tavira Joaquim SILVA W52/Quinta da Lixa Gustavo VELOSO W52/Quinta da Lixa Rui VINHAS W52/Quinta da Lixa

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competição

:: Balanço da Época

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JÁ ROLA!

Nas estradas internacionais, o novo ano desportivo já rola e, apesar dos poucos quilómetros percorridos, os portugueses já tiveram motivos para sorrir, com André Cardoso (Cannondale) a dar boa conta de si, finalizando no “Top-Ten” o Tour de San Luis. A nova temporada ainda agora começou, mas já teve o mérito de nos abrir o apetite para o muito que ainda está por vir! Texto: Fernando Lebre Fotos: Organização Tour Down Under, Cannondale e Katusha

P

ara os entusiastas de ciclismo, o período de defeso é encarado como um longo intervalo competitivo, cujo fim é aguardado com redobrada ansiedade. Já diz o ditado que “não há fome que não dê em fartura”, e o certo é que o tempo de espera parece ter compensado, pois o novo ano competitivo augura espetáculos de grande nível, isto a ter em conta os interessantes duelos a que já assistimos em janeiro e nos quais os representantes nacionais deixaram boas indicações. Como já vem sendo hábito, os primeiros olhares da época recaíram na Austrália. Na Clássica Down Under, prova que teve como palco a cidade de Adelaide, seria consagrado um filho daquele país. Caleb Ewan (Orica/GreenEdge) superiorizou-se a Giacomo Nizzolo (Trek/Segafredo) e a Adam Blythe (Tinkoff), ciclistas que completariam o pódio. Por sua vez, Nelson Oliveira (Movistar) cortou o pano de xadrez na 42.ª posição, ao passo que Tiago Machado (Katusha) finalizou na 91.ª.

GERRANS VENCE

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Ciclismo a fundo

GERRANS VENCE A JOGAR EM CASA De modo consistente, o Santos Tour Down Under tem vindo a ganhar um papel relevante no panorama internacional. Entre 17 a 24 de janeiro, nomes relevantes do ciclismo mundial rumaram àquele país do hemisfério sul. Contudo, a vitória acabaria por ficar em “casa”, com Simon Gerrans (Orica/GreenEdge) a conquistar o mais alto lugar da classificação geral. Respetivamente na segunda e terceira posições, Richie Porte (BMC) e Sergio Henao (Sky) completaram os demais lugares cimeiros. Por terras australianas Tiago Machado vestiu a pele de melhor representante lusitano, finalizando no 18.º posto a 1m11 de Gerrans.


As hostes nacionais seriam igualmente representadas por Nelson Oliveira, que começa a dar agora as primeiras pedaladas ao serviço da Movistar tendo finalizado a sua prestação no 57.º posto. Nas classificações de cariz secundário, Simon Gerrans viu a sua regularidade ser premiada com a conquista da camisola dos pontos. Já na disputa entre os trepadores, Sergio Henao estaria em plano de evidência alcançando a primazia no duelo da montanha. Numa prova em que os australianos fizeram questão de apostar forte, Jay McCarthy foi outro dos nomes a ser alvo de realce afirmando-se como o mais forte na classificação da Juventude. Lugar na derradeira cerimónia protocolar, teriam igualmente os elementos da Cannondale, formação que venceu a classificação por equipas. CARDOSO “TOP TEN” NA ARGENTINA O novo ano competitivo começou de feição para André Cardoso (Cannondale), corredor que finalizou no 10.º lugar a sua participação no Tour de San Luis, na Argentina. Denotando já um invejável momento de forma, a classificação final do ciclista português poderia ter sido ainda mais memorável, mas uma queda na jornada rainha impediu-o

de sonhar com o “Top 5”. Todavia, o astro maior da corrida sul-americana seria Dayer Quintana (Movistar), irmão mais novo de Nairo Quintana, que alcançou os louros da vitória, tendo tido como maiores oponentes Eduardo Sepulveda, vice-líder, e o próprio irmão Nairo, que finalizaria no terceiro posto. Nas restantes classificações, Eduardo Sepulveda recebeu a ovação das gentes argentinas sendo aclamado como o rei da montanha, com Emmanuel Guevara (San Luis Team) a levar para casa o troféu referente à vitória nos sprints, o mesmo acontecendo com Miguel A. Lopez (Astana) no que à classificação de Sub-23 diz respeito. Coletivamente, o triunfo foi celebrado pela Movistar que assim comemorou a “dobradinha”. No que à variante feminina diz respeito, Katharine Hall (UnitedHealthcare Pro) inscreveu o seu nome na galeria de vencedores desta prova. Por Portugal, o calendário competitivo arranca a 17 de fevereiro, com a realização da 42.ª Volta ao Algarve, competição que voltará a reunir no nosso país algumas das principais estrelas da modalidade e que promete ser um menu capaz de saciar o apetite dos adeptos lusos. Mas enquanto a “Algarvia” não chega, o calendário internacional já nos presentou com excelentes petiscos…

Tiago Machado vestiu a pele de melhor representante lusitano, finalizando no 18.º posto a 1m11 de Gerrans Cookson vs ASO Durante o Santos Tour Down Under, o presidente da União Ciclista Internacional (UCI) Brian Cookson foi convidado a comentar a polémica com a Amaury Sport (ASO), entidade organizadora que irá retirar do World Tour em 2017 um total de 27 competições onde se incluem o Tour, o Paris-Roubaix e a Vuelta, entre outras. Estas provas transitarão para a categoria Hors Categorie, decisão que permitirá àquela entidade organizativa deter o controlo total das equipas que convida para formarem o pelotão daquelas competições: “Não vou entrar numa guerra com a ASO. Temos tentado fazer o nosso trabalho. Nos últimos dois anos a UCI tem tido conversações intensas com a ASO, assim como outras partes interessadas neste processo”, referiu o líder que tutela o ciclismo mundial.

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competição

:: Calendário de competição

A hora de medir forças! O coração palpitante por parte dos ciclistas que integram a Seleção Nacional – que irá participar nos Jogos Olímpicos,

Início

Fim

na América do Sul, e no Campeonato do Mundo, no Médio Oriente -, somado ao frenesim do pelotão luso que incorpora

Designação da prova

novas cores, faz com que competidores e adeptos aguardem com ansiedade positiva o “tiro de partida” para a nova temporada.

Classe Categoria

17-02 21-02 Volta ao Algarve em Bicicleta INT 2.1 06-03 06-03 Clássica da Primavera NAC 1.12 12-03 13-03 G. P. Liberty Seguros Alpendre INT 2.2 - Cyclin'Portugal Tavira/ Loulé 16-03 20-03 Volta ao Alentejo INT 2.2 23-04 24-04 Volta à Bairrada NAC 2.12 06-05 08-05 G.P. do Dão NAC 2.12 13-05 15-05 G.P. Internacional Cova da Beira NAC 2.1 20-05 22-05 Volta ao Alto Tâmega NAC 2.12 29-05 29-05 1.ª Taça de Portugal NAC 1.12 Clássica de Albergaria 02-06 05-06 G.P. JN NAC 2.12 10-06 12-06 Grande Prémio Abimota NAC 2.12 18-06 18-06 2.ª Taça de Portugal NAC 1.12 Troféu Concelhio de Oliveira de Azeméis 19-06 19-06 3.ª Taça de Portugal NAC 1.12 Memorial Bruno Neves 24-06 24-06 Campeonatos Nacionais CRI Elites CN 1.12 26-06 26-06 Campeonatos Nacionais Estrada Elites CN 1.12 01-07 03-07 Volta ao Minho NAC 2.12 07-07 10-07 G.P. Internacional Torres Vedras INT 2.2 Troféu Joaquim Agostinho 27-07 07-08 Volta a Portugal em Bicicleta INT 2.1 06-08 06-08 Jogos Olímpicos JO - Prova de fundo masculina (Rio de Janeiro) 07-08 07-08 Jogos Olímpicos JO - Prova de fundo feminina (Rio de Janeiro) 10-08 10-08 Jogos Olímpicos – CRI (Rio de Janeiro) JO - 13-08 13-08 4.ª Taça de Portugal - G.P. Mortágua NAC 1.12 14-08 14-08 5.ª Taça de Portugal - G.P. Anicolor NAC 1.12 20-08 20-08 Circuito de Alcobaça NAC 1.12 21-08 21-08 Circuito da Malveira NAC 1.12 22-08 22-08 Circuito da Moita NAC 1.12 22-08 22-08 Circuito de Nafarros NAC 1.12 28-08 28-08 Circuito Ribeiro da Silva NAC 1.12 24-09 24-09 Campeonato Nacional de Rampa NAC 1.12 09-10 09-10 Campeonato do Mundo por equipas (Doha) CM - 11-10 11-10 Campeonato do Mundo CRI Feminino (Doha) CM - 12-10 12-10 Campeonato do Mundo CRI Masculino (Doha) CM - 15-10 15-10 Campeonato do Mundo de fundo Feminino (Doha) CM - 16-10 16-10 Campeonato do Mundo de fundo Masculino (Doha) CM -

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Organizador UVP-FPC AC Porto UVP-FPC Podium AC Aveiro AC Viseu Fullsport UVP-FPC Clube Albergaria Fullsport Abimota E.C. Bruno Neves E.C. Bruno Neves Podium Podium AC Minho UDO Podium Velo Clube Centro Velo Clube Centro AC Santarém AC Lisboa AC Santarém AC Lisboa AC Porto AC Setúbal -



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