O Quinto
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Jornal Laboratório do curso de Jornalismo do Instituto Blumenauense de Ensino Superior - IBES/SOCIESC - nº 5 - 1º semestre de 2016
Assaltos assustam estudantes do Ibes na região central da cidade
Com baixo efetivo policial, estado não consegue dar segurança à comunidade. Pg 2
Foto: Jaime Batista da Silva
Blumenau na contramão do tempo
No momento em que o Brasil discute educação política, União Blumenauense dos Estudantes está desativada.
Ônibus incerto
Usuários aguardam nova licitação
Mercado fatura alto em Blumenau
Pg 9
Onda fitness
App sem crise
Pg 3
Pg 6
Saúde é o que interessa
Pg 10
Ibes Editorial A prática ao extremo A prática da redação de um jornal. Este é o objetivo da disciplina que tenho o prazer de ministrar aos acadêmicos do 5º semestre de Jornalismo aqui do Ibes Sociesc. Começamos o trabalho com uma revisão básica da teoria de redação jornalística. Depois a turma discute as pautas, refina o enfoque, divide o trabalho e põe mãos à obra: observar a abordagem, buscar informações contextualizadas, contatar as fontes, redigir a matéria. Tudo isto, claro, sob o olhar atento dos editores e a cobrança de prazos e qualidade do editor-chefe, cujo papel tenho o prazer de exercer. É a sala de aula transformada em uma redação de jornal. A teoria colocada em prática – e a prática levada ao extremo. Costumo dizer aos estudantes que precisam sentir o que é estar em uma redação. Faço o papel do chefe chato, que pega no pé, que cobra muito. Eles precisam estar preparados para o pior quando caírem no mercado de trabalho. Se for mais fácil lá fora, melhor. Quando depois de muitas idas e vindas, dificuldades no contato com algumas fontes, pressão do editor-chefe e horas que passam voando parece estar tudo pronto, ainda faltam os títulos, as fotografias, as legendas das fotos, a diagramação. Ah!... o ‘baixamento’ das matérias com seus cortes, extensões, necessidades de última hora. Esta disciplina é, verdadeiramente, uma aula prática de jornalismo, que termina neste produto final, o jornal O Quinto, produzido por nossos alunos. Boa leitura! Prof. Fabrício Wolff Editor-Chefe
Assaltos ameaçam alunos do Ibes
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Com efetivo baixo, policiais não conseguem atender as ocorrências nas proximidades Foto: Pâmela Dickmann
Pâmela Dickmann
Alunos da Faculdade Ibes/Sociesc reclamam da falta de segurança na Alameda Rio Branco, em Blumenau. A região, que conta com uma base da Polícia Civil – que inclusive já foi assaltada, vê o aumento do número de assaltos nas proximidades. Os estudantes do período noturno são vítimas constantes de criminosos que atuam no local. Segundo a professora de psicologia do Ibes Sociesc, Amanda Lang,é um absurdo saber que pessoa vem para a instituição dar aula ou estudar e quando quer retornar para a casa se depara com situações embaraçantes. A coordenação da faculdade diz que se preocupa com a segurança dos alunos, apesar de que fora da
Ruas escuras e pouco movimentadas colaboram com a criminalidade na região.
instituição a segurança é de responsabilidade pública. A instituição afirmou que envia ofícios solicitando aos órgãos de proteção que intensifiquem a vigilância nas redondezas, os policiais se mostram preocupados, mas como o efetivo é baixo, isso não acontece. Blumenau, que em 2012 tinha 100 po-
liciais civis e 282 militares, hoje tem que combater a criminalidade com 78 civis, ou seja, 22% a menos, e 283 policiais militares, um a mais que há quatro anos. Dicas de segurança Para evitar a ação dos bandidos, é importante deixar
o veículo em áreas seguras, verificar se ele está trancado e não estacionar em local abandonado. Para quem utiliza o transporte público, é bom observar a movimentação ao redor do ponto de ônibus, prestar atenção ao andar na rua e não mexer no celular. Andar em grupo é sempre uma boa ideia.
Cursos usam produção de eventos como forma de incentivo
Foto: Henrique Carvalho
Rafael Torres
No Instituto Blumenauense de Ensino Superior (Ibes), complementar a grade curricular com atividades interdisciplinares é uma prática comum. Com o objetivo de despertar a atenção e o engajamento dos acadêmicos, professores relacionam, de forma natural, o conhecimento teórico ao prático. Nessas atividades os acadêmicos precisam necessariamente ‘colocar a mão na massa’. Entre os principais eventos estão o Festival Interdisciplinar de Comunicação (Icom), a Semana Gastronômica, a
Semana de Psicologia e a Semana de palestras do curso de Direito. Para os cursos de Jornalismo e Publicidade & Propaganda, o desafio é organizar o Icom, que este ano chega à sua 9ª edição. Os alunos de Comunicação Social se unem e correm atrás de profissionais da área para dar palestras, minicursos, mesas redondas e oficinas durante uma semana. “É, sim, uma grande responsabilidade para os alunos, eles são cobrados como se já estivessem no mercado de trabalho”, afirma Cynthia Hansen, professora da instituição. Durante o festival gastronômico, os alunos de Administração são estimulados a criar um restaurante fictício.
A faculdade investiu R$ 70 mil com instalações em corredores e banheiros
A tarefa é abrir uma venda de alimentos dentro da instituição e ao final da semana obter lucro. O objetivo é que os alunos consigam vivenciar e compreender melhor todas as dificuldades do mundo
empresarial. Segundo Tamara da Silva, 23 anos, acadêmica de Administração, participar deste evento faz o acadêmico conhecer melhor a rotina de quem tem um empreendimento.
O Jornal O Quinto foi produzido pelos alunos da disciplina Temas Transversais II, do 5º semestre do curso de Jornalismo do Instituto Blumenauense de Ensino Superior – IBES SOCIESC. Editorias: Ibes: Editora: Pâmela Dickmann. Repórteres: Rafael Torres e Pâmela Dickmann. Geral: Editor: Ivan Sikorski. Repórteres: Ana Paula Ferreira, Gislaine Delabeneta, Giulia Venutti, Letiele Paycorich, Valesca Grotmann e Ivan Sikiorski. Economia: Editora: Daniele Souza. Repórteres: Ana Paula Dias, Jéssica Wollick e Daniele Souza. Política: Editor: Maria Clara Madrigano. Repórteres: Ana Paula Darolt, Victor Hugo Lessa e Maria Clara Madrigano. Esporte: Editor: Raphael Machado. Repórteres: Bruna Nicoletti, Jéssica Parma e Raphael Machado. Segurança: Editor: Rafael Alvarez. Repórteres: Gilmar Pliska, Sabryne Anne da Silva e Rafael Alvarez. Cultura: Editora: Claudia Pombal. Repórteres: Sandra Francisco e Claudia Pombal. Fotografias: os próprios repórteres e colaboradores externos. Editor-Chefe: Prof. Fabrício Wolff. Editoração: Ana Paula Ferreira. INSTITUTO BLUMENAUENSE DE ENSINO SUPERIOR – IBES SOCIESC – Rua Pandiá Calógeras, 272 – CEP 89010-350 – Blumenau – SC – Telefone (47) 2111-2900 – www.sociesc.org.br/pt/ibes/
Geral
Blumenauenses aguardam nova licitação
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Usuários e funcionários da Piracicabana, em Blumenau, sugerem melhorias para a nova empresa
Foto: Gislaine Delabeneta
Gislaine Delabeneta
Os usuários do transporte coletivo de Blumenau têm enfrentado alguns transtornos nos últimos meses. Problemas como superlotação e atraso nos horários já eram notados antes com o Consórcio Siga. Mas as reclamações se intensificaram neste ano, quando a Viação Piracicabana assumiu de forma emergencial o serviço na cidade. Ônibus sujos, falta de segurança e estrutura precária são classificados pelos blumenauenses como os principais problemas do atual serviço. Com a nova licitação, os passageiros esperam por melhorias, conforme prometido pelo Seterb. Para a funcionária pública, Maria Salete Farias, 50 anos, é preciso substituir os ônibus que possuem uma única porta de saída porque dificulta o desembarque, e ela faz outra
observação: “gostaria que os ônibus fossem limpos igual antes, porque apesar dos problemas dos trabalhadores, os ônibus eram bons”, ressalta. Já o estudante Gabriel Schmitt, 23 anos, aponta a falta de segurança como o principal problema. Ele afirma que se sente vulnerável a assaltos devido ao tempo que espera no ponto de ônibus e pede por uma melhor distribuição dos horários. Não só os passageiros, mas também os funcionários da Piracicabana esperam por mudanças com a nova licitação. O motorista Marcos Maurício Maske, 38 anos, que trabalhou durante 23 anos na empresa Nossa Senhora Depois de muitas reclamações sobre o transporte coletivo, a esperança é a nova licitação. da Glória, aposta em melhor atendimento à população, os cobradores que causam má res em desespero”, afirma. em Blumenau, mas que até porque neste momento se postura para a coluna verteO presidente do Seterb, setembro deve ser conhecida trata apenas de uma situação bral. Ele diz, ainda, que apesar Carlos Lange, diz que com a vencedora da licitação.Gaemergencial. Um cobrador dos problemas de adminis- a nova licitação, o objetivo é rante que a nova empresa deve que não quis se identificar tração e de falta de pagamen- responder com qualidade em respeitar os critérios exigidos pede por melhores condições to na Glória, os funcionários todos os anseios. Lange diz pela legislação do transporte de trabalho, pois avalia como eram bem tratados. “Éramos não ter previsão para início coletivo, priorizando a quapéssimas as questões de segu- tratados como colaborado- da nova ou das novas empre- lidade, preço justo e melhorança, como as cadeiras para res e não como trabalhado- sas que assumirão o serviço ria nos horários oferecidos.
Casos de gravidez na adolescência mexem com a vida da família Giulia Venutti Foto: Jennifer Ricardo
Somente no primeiro semestre deste ano, foram registrados 234 casos de gravidez em adolescentes.
Um “imprevisto” está afetando a vida de muitas meninas que ainda não chegaram à fase adulta. A gravidez precoce sempre traz dificuldades para toda a família por conta da falta de planejamento e da grande responsabilidade que é criar uma criança. Segundo dados do SisPreNatal, software desenvolvido para acompanhar as gestantes inseridas no Programa de Humanização no Pré-Natal e Nascimento do Sistema Único de Saúde (SUS), em Blumenau foram registrados 234 casos de gestações entre adolescentes de 10 a 19 anos apenas no primeiro trimestre de 2016. A psicóloga Zoraide Feuser, 53 anos, relata que a adolescente nessas condições passa por três lutos fundamentais antes de assumir seu papel no mundo adulto. “Passa pelo luto do corpo infantil perdido, o luto pelo papel e a identidade infantis, que o obriga a
aceitação de responsabilidades e o luto pelos pais da infância, procurando refugio e a proteção”. É de extrema importância para mãe e para o pai que a família os acolha e os aconselhe. Para a jovem Jennifer Ricardo, 20 anos, que relutou em aceitar a gravidez aos 18, foi difícil receber a aceitação dos pais sobre a situação, porém, após alguns dias, eles sentiram-se melhores para digerir a notícia e a acolheram, sendo essenciais nos cuidados com o bebê e a aconselhando. Sobre a rotina, conta que a gravidez a mudou completamente. “Me sentia mais preocupada. Criei responsabilidade que antes não tinha”, comenta. A Secretaria Municipal de Saúde trata dessas situações através de atendimento médico nos postos de saúde e ambulatórios gerais. Assistencia social é prestada pela Secretaria de Desenvolvimento Social.
Geral
Vandalismo causa prejuízo de R$ 1 mi
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Destruição do patrimônio público prejudica diretamente a comunidade. Todos pagam a conta.
Letiele Paycorich
Está se tornando cada vez mais comum encontrar patrimônios públicos e privados danificados. A depredação atinge desde placas de sinalização e banheiros públicos da Praça Dr Blumenau, até as próprias escolas. Cerca de R$ 1 milhão são gastos por ano em manutenção pela prefeitura, recursos que advém dos impostos pagos por todos os contribuintes. Os atos geralmente são cometidos por jovens e adolescentes. A Secretaria Municipal de Serviços Urbanos (Sesur) contabiliza o prejuízo e diz que a manutenção do patrimônio público é constante
devido às ações de vândalos. É difícil conseguir denunciar estes vândalos, pois eles geralmente agem tarde da noite, afirma Magda Rosa, moradora da Rua XV, em frente à Praça Dr. Blumenau. Para a educadora Luciane Cunha, que dá aulas na E.E.B. Prof João Widemann e lida diariamente com jovens e adolescentes, o comportamento varia muito com a educação que vem de casa, geralmente os que cometem estas infrações tem problemas familiares ou uma família conturbada. Apesar do problema, é importante não confundir depredação com arte. Grafite não é pichação. A grande diferença é que o grafite é autorizado pelo dono do local. Alexandre Chamba,
Fotos: Jaime Batista da Silva
grafiteiro, fez os trabalhos de arte nos muros do Parque Vila Germânica e conta que na maioria das vezes o trabalho é muito desvalorizado e confundido com a pichação, que é ilegal.
Crescem casos de depredação e pichação em Blumenau.
Denúncias sobre depredação: 3381-6148, Sesur.
Título de capital da cerveja anima negócios
Abandono de animais cresce 15% Ana Paula Ferreira
Blumenau vive o mesmo problema de muitas e muitas cidades brasileiras: o abandono de animais. No município, supõe-se que são mais de 7.000 animais domésticos abandonados segundo o Centro de Prevenção e Recuperação de Animais Domésticos (Ce-
pread), órgão da prefeitura que cuida do assunto. Outras ONGs e pessoas protetoras de animais fazem o que podem para colaborar na solução do problema, que virou até mesmo um trabalho de faculdade que pretende conscientizar as pessoas. Rúbia Alvez, 22 anos, estudante de medicina veterinária, iniciou um projeto de conscientização contra Foto: Acervo Sítio Dona Lúcia
Hoje o Sítio Dona Lúcia conta com mais de 500 cães e 190 gatos abrigados.
o abandono de animais em Blumenau por causa de um trabalho de faculdade. “Com dados de ONG’s percebi que no centro e lugares próximos às rodovias eram os pontos com mais frequência de abandono”, comenta Rúbia. Seu projeto levou aos moradores desses bairros, panfletos e informações sobre abandono. Agora ela estende a ideia para outros bairros do município na internção de diminuir e conscientizar a população. Associações como o Sítio Dona Lúcia também toma a iniciativa de capturar os animais abandonados e concientizar a população da adoção consciente. Hoje o Sítio conta com mais de 500 cães e mais de 190 gatos abrigados, tendo a ajuda da população e empresas privadas para auxilio em ração e vacinas todo mês. A pena prevista para abandono e maus tratos contra animais é de detenção de três meses a um ano e multa.
Foto: Acervo Vila Germânica
Cervejarias acreditam em aumento de 30% nas operações comerciais.
Ivan Sikorski
A cidade de Blumenau é berço e ponto de encontro de inúmeras cervejarias artesanais. Logo, não é de se estranhar que o Festival Brasileiro e o Concurso Brasileiro de Cervejas aconteçam na cidade. Para o público e para o mercado, Blumenau é capital nacional da bebida e referência em sua produção, pois já conta com inúmeras marcas próprias. A afirmação da cidade como capital só faz o comércio e a popularidade das marcas regionais crescerem,
a exemplo da Cervejaria Container. Para eles, a importância de se estabelecer em Blumenau é vital. “Acreditamos num aumento de 30% nos negócios nos próximos 5 anos”, apostam, referindo-se ao reconhecimento da cidade como capital da bebida. Para os consumidores, a fama da cidade traz, além de tudo, uma nova gama de sabores e marcas, além da evolução natural daquelas que já estão estabelecidas em Blumenau. “Temos exímios produtores na cidade que, apesar de não serem grandes, produzem cerveja de muita qualidade”, ressalta o apreciador Pedro Moser Neto, 20 anos.
Geral
Blumenauense sofre com falta de parques
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Cidade tem apenas um grande espaço público, mas novidades podem minimizar carência
Valesca Grotmann
Atualmente o parque Ramiro Ruediger é o principal ponto para quem quer praticar algum esporte, passear ou apenas ter um momento “relax” deitado na grama. É a solução para quem gosta de espaços deste tipo. E muita gente gosta, afinal mais de 35 mil pessoas passam por ele todos os meses. Porém, ele não é suficiente para uma cidade de 320 mil habitantes. A boa notícia é que outros parques estão em construção ou em fase de planejamento. O parque Ramiro, localizado no início do bairro Velha, tem 45 mil metros quadrados, mas está próximo à área central. “Uma pessoa que mora numa região mais afastada não vai se locomover só para usar o par-
que, apesar de todos os atrativos que ele tem”, diz Carlos de Oliveira Santos, usuário do lugar. Blumenau tem cerca de 320 mil habitantes, distribuídos em 36 bairros. Boa parte desta população concentra-se na região das Itoupavas. Juntas elas representam cerca de 22% da cidade (67,1 mil habitantes). Pensando nisso, a prefeitura está projetando novos parques para a cidade. O maior deles é o parque das Itoupavas que se chamará Parque Alcantaro Corrêa e está previsto para 2017. As obras já começaram e o projeto é de 49,5 mil metros quadrados para suprir a falta de espaços de lazer na região. A estrutura contará com pistas de caminhada e corrida, quadras esportivas, academia ao ar livre entre outros itens que privilegiam o esporte e o lazer. Sua localização será as margens da
Foto: Valesca Grotmann
O único parque da cidade, Ramiro Ruediger, recebe em média 30 mil pessoas por mês.
BR 470, próximo ao viaduto da Mafisa. “O parque de lazer foi criado com intuito de ser um espaço que funcione como bacia de contenção para momentos de cheias, para evitar que os vazios urbanos sejam habi-
Falta de vacinas contra H1N1 preocupa Letiele Paycorich
O vírus H1N1 está colocando as pessoas em polvorosa. Já matou mais pessoas no país até o final de abril (230) do que o número total de infectados em 2015 (141), quando 36 pessoas morreram por causa da gripe. Em Blumenau, até o fechamento desta edição, aconteceram 05 óbitos. Isto tem provocado correria atrás da vacina, que chegou mais
cedo em Santa Catarina, mas não tem dado conta do recado. A procura é maior do que a oferta. Segundo informações obtidas junto ao Hospital do Pulmão, não se esperava tanta procura e a previsão era de que o lote de vacinas se esgotaria dentro de dois meses. Terminou em duas semanas. A Vigilância Epidemiológica de Blumenau afirma que a rápida procura às vacinas
Grande procura por vacinas afeta na sua distribuição.
ocorreu porque a população foi informada que só a proteção contra o vírus demora algumas semanas após a aplicação da dose. A prevenção é uma boa forma de evitar a contaminação pelo vírus. A orientação é de que a população pratique a etiqueta da tosse, evite lugares fechados e com grande concentração de pessoas, e lave frequente as mãos com água e sabão ou álcool gel.
Foto: Jefferson Botega
tados com ocupação irregular, pois é um local facilmente alagável”, diz João Sendeski, atual presidente da Fundação Municipal de Desportos (FMD). Além desse projeto, acaba de ser entregue à comunida-
de o Parque Foz do Ribeirão Garcia que passa a se chamar Parque dos Animais, o Parcão da cidade. Outras praças estão sendo revitalizadas para aumentar o número de áreas de lazer em Blumenau.
As dificuldades do iniciante no mercado de trabalho Foto: Ana Paula Ferreira
Ana Paula Ferreira
O mercado de trabalho no Brasil vive um momento delicado. Mesmo com os mais de dois milhões de empregos anunciados pelo governo, conforme o jornal O Globo, a taxa de desemprego atingiu um dos menores patamares da história. Um dos motivos é a constante procura por profissionais qualificados e experientes para suprir o mercado formal de trabalho. “Para eu ter experiência, preciso começar a atuar, mas 90% das empresas pedem que eu já tenha trabalhado no ramo”, comenta Ana Paula Pazinatto, 23 anos, que cursa Nutrição sem estar atuando na área. Ao contrário de antigamente, que havia muitos profissionais para poucas vagas, hoje o mercado de trabalho está tendo muitas vagas para poucos profissionais qualificados. “Empregar funcionários sem
Desemprego aumenta no Brasil.
qualificação faz ser preciso investir em treinamento e esses são custos que muitas empresas estão cortando na atual situação do nosso país”, comenta Fernando Scaburri, 27 anos, que está iniciando uma empresa que busca também profissionais sem experiência. “Às vezes os funcionários chegam com vícios de outras empresas, e na maioria das vezes, é pior do que se não tivessem experiência”, completa Fernando.
Economia
Mercado de aplicativos cresce na região Empresas buscam novas tecnologias no mundo mobile para atender consumidores Jéssica Wollick
Os aplicativos mobile, são hoje uma grande mola propulsora da economia. É o caso do próprio Facebook, que hoje tem seu maior acesso via dispositivos móveis, a negócios que só existem em aplicativos como o Über, um dos mais relevantes dos últimos anos, que movimenta milhões de pessoas e de dólares pelo mundo todo. Com a democratização do acesso a tablets e smartphones o mercado de aplicativos vem crescendo também em Blumenau. Empresas passaram a procurar desenvolvedores de aplicativos, no intuito de suprir estas novas demandas. O desenvolvedor de software Dyego Alekssander Maas, ressalta que existem duas áreas de destaque: a primeira e mais bem estabelecida, é a área de aplicativos comerciais sob demanda,
como aplicativos de lojas, com foco em e-commerce. O segundo, é o mercado de jogos e aplicativos interativos, como jogos mobile e aplicativos envolvendo conceitos como realidade aumentada e realidade virtual.
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Foto: Jéssica Wollick
Soluções inteligentes A Morphy Agência Interativa de Blumenau, já desenvolveu diversos aplicativos para clientes, dos mais variados segmentos e com os mais diferentes objetivos. Isto inclui empresas como WEG, Portobello, Cadence, Blukit, Renault, Banco do Brasil, sejam para ações de marketing, vendas ou aplicações técnicas. Para a diretora comercial da Morphy, Silvana Souza, é natural que o número de aplicativos aumente na mesma medida que mais pessoas tornam o smartphone o seu principal equipamento eletrônico e que mais de 85% do acesso pessoal à internet no Brasil já sejam
Empresas criam aplicativos que facilitam a usabilidade aos seus clientes.
feitos por este equipamento. A Empresa Blukit de Blumenau, sempre esteve focada em soluções inteligentes. Foi com a ideia de disseminar este pensamento para todos os ambientes que o aplicativo foi criado para solucionar a baixa comunicação com os representantes da Blukit.
Para o analista comercial e estatístico da empresa, Peter Felipe Batista, o ganho em agilidade na comunicação é diretamente proporcional ao crescimento nas vendas da empresa. “Através desta ferramenta, nossos representantes são informados de forma instantânea de pro-
moções, eventos, mudanças na legislação tributária, lançamento de novos produtos, campanhas, localização de clientes, além da emissão de pedidos e orçamentos”. Com isto, a empresa ganha em qualidade, agilidade e eficiência na prestação de serviço beneficiando a clientela.
Atuação de pequenos empreendedores cresce em Blumenau Ana Paula Dias
Segundo pesquisa realizada em novembro do ano passado pela Global Entrepreneurship Monitor (GEM), a cada dez brasilei-
Crescem o número de pessoas que abrem empresas em Blumenau.
ros quatro são empresários ou estão em processo de estruturação do seu negócio. O empreendedorismo é uma realidade também
Foto: Jean Carlos Correa
presente em Blumenau. Para facilitar a abertura de empresas, a prefeitura de Blumenau criou a Praça do Empreendedor. Já o Sebrae coloca sua estrutura à disposição e aconselha quem quer investir no próprio negócio. Jussara Lanser comanda a empresa Encanto de Jujuba Festas Criativas com decorações para festas infantis e lembranças personalizadas. Nunca pensou em ser empresária, pois trabalhava na empresa de seus pais e via as dificuldades. Na sua gravidez surgiu a ideia de montar festas para o seu filho. Ao contrário de Jussara, Patrícia Deschamps sempre quis ter o próprio negócio no ramo alimentício. Faz bolos, doces e salgados sob encomenda junto com o seu
marido. “O faturamento é bom no ramo alimentício, sem contar com a comodidade de trabalhar em casa”, diz ela. Rodrigo Dornelles trouxe do exterior a ideia de vender sorvete em uma bicicleta personalizada. Em setembro de 2015 iniciou o projeto com sua sócia e em dezembro do mesmo ano começou a andar pelas ruas de Blumenau. O sorvete é refrigerado com energia solar. Com o nome na fachada Le Velo, que significa bicicleta em francês. Os lucros estão sendo reinvestidos em outras duas bicicletas, uma de chopp e uma de sanduiche, que logo deverão estar nas ruas. Rodrigo acrescenta que “é preciso aguentar a pressão de início, ter paciência, planejar e persistir”.
Economia
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Alunos desistem do baile de formatura
Corte de gastos afeta setor devido à crise econômica. Mercado deve apostar nas inovações. Daniele Souza
Bianca Klemz acaba de formar em Jornalismo e teve uma das noites mais felizes de sua vida no baile de formatura da turma. Realizar uma festa é o que planejam muitos estudantes ao entrarem na faculdade. Mas o sonho está ficando para trás para muitos alunos. A crise econômica está atingindo um dos mercados que na superfície parece inabalável, mas na verdade, também sofre as consequências. Um dos principais fatores é a diminuição dos alunos, que ao contrário de Bianca, decidem não realizar o baile. Segundo Ricardo Pelegrini, gerente comercial da Polly Formaturas, o número de jovens por turma que optam pelo baile está
caindo. “Se antes fazíamos em média uma turma de 30 alunos, hoje fazemos de 20 a 25 alunos”, diz ele. Conrad Krause, da Free Life Formaturas, traça um cenário ainda pior. O número de formandos caiu pela metade. “Existe uma redução drástica da quantidade de alunos por turma ocorrendo a união de vários cursos para um evento”, complementa. De acordo com pesquisa do Data Popular, encomendada pela Associação Brasileira de Eventos (Abrafesta), o mercado movimentou cerca de R$ 16,8 bilhões em 2014, e o Sul fica em terceiro lugar entre as regiões que mais consomem. O presidente da entidade, Ricardo Dias, continua confiante. “Reconhecemos que o setor de festas e cerimônias foi um dos afetados, mas acreditamos que o mercado brasileiro
Foto: Renato Mafra
Com a baixa de estudantes, é cada vez mais frequente a união de turmas para a realização do baile.
tem boas expectativas, desde que as empresas estejam de olho nas mudanças e inovem cada dia mais”, sujere como maneira de combater a crise.
Ana Paula Dias
Alta dos alimentos muda hábitos Jéssica Wollick
O que mais está pesando no bolso dos consumidores neste primeiro semestre são os preços dos alimentos. Com a alta da inflação, principalmente no setor de alimentos, muitas pessoas adotaram novas estratégias para levar mais produtos para casa pagando menos. A pesquisa de preços em diversos mercados e a compra
de produtos na promoção, compra no atacado em conjunto com outros familiares e a procura pelas feiras livres e sacolões são algumas das alternativas para economizar. Para o coordenador das feiras livres e sacolões de Blumenau, Jair Rubens Trierweiler, a procura pelas feiras tem aumentado, “muitos procuram principalmente os sacolões por ser um produto de quali-
dade e preço justo”. A procura nas feiras livres se tem dado devido aos preços praticados nos supermercados serem superiores ao da feira, avalia. Os consumidores têm sentido isto na prática. Para a compradora Patrícia Krueger, “está tudo muito mais caro, eu e meu marido hoje não compramos nem a metade do que comprávamos e estamos quase gastando mais do que antes”. Foto: Jéssica Wollick
Feira livre é uma boa opção para quem está buscando economizar na hora da compra.
Brasil tem 58 milhões de endividados “Dinheiro na mão é vendaval na vida de um sonhador”, já dizia Paulinho da Viola em sua música. Quem não se planeja fica sem dinheiro. Até hoje, a letra da música reflete a vida da maioria dos brasileiros. Segundo a Confederação Nacional dos Dirigentes Lojistas (CNDL) 58,7 milhões de pessoas estão endividadas e mais de 800 mil entraram para o SCP em março. Uns gastam demais, enquanto outros economizam. Engana-se quem pensa que a pessoa bem sucedida administra melhor a vida financeira. A empresaria C.E. gasta mais do que ganha, comprando roupas, sapatos e cremes. Diz que compra por impulso. No seu guarda-roupa tem sapatos que nunca usou. Quando a fatura chega é que “dá uma deprê” como ela mesmo diz,
mas a vontade de comprar volta. Ao contrário da empresária, a dona de casa Elisabete Sipriano desde criança aprendeu a viver com pouco. Hoje compra somente o que acha necessário. Vai ao supermercado uma vez por mês, acompanhada de sua lista de compras. “Indo ao supermercado várias vezes ao mês, você tende a comprar mais”, diz ela. O economista Sidnei Silva dá dicas de como se organizar financeiramente. Segundo ele “é preciso rever o quanto ganha mensalmente, depois listar o que cabe no seu bolso”. Em cada compra é preciso se planejar, organizar uma meta de gastos, não deixar influenciar pelo que o mercado disponibiliza. Para o economista quem não se planeja acaba comprando no impulso.
Política
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Ascenção e queda no país do impeachment
Processo de afastamento da presidente da República torna incerto rumo da operação Lava Jato
Maria Clara Madrigano
17 de abril de 2016 tornou-se mais uma data histórica no Brasil: o segundo impeachment de um presidente da república. No caso, de Dilma Rousseff, herdeira do governo do PT, protagonista de uma das maiores crises políticas já vistas no país. Com 367 votos a favor de seu afastamento, a Câmara, presidida por Eduardo Cunha, começou a consolidar a queda da governante; e, em 15 de maio, o Senado finalmente aprovou a continuação do processo. Entre choro, vaias e aplausos, o dia 17 também foi marcado por cenas quase inacreditáveis: em plena câmara, o deputado Jair Bolsonaro dedicou seu voto pró-impeachment ao Coronel Brilhante Ustra,
um dos torturadores mais infames da época da ditadura brasileira; como resposta, recebeu um cuspe de Jean Wyllys. Houve quem dedicasse seu exercício político a deus; aos maçons e até à paz em Jerusalém. Em discursos inflamados, os aliados da presidente condenaram o que consideram ser um golpe, insistindo o uso de apenas pedaladas fiscais torna o impeachment inconstitucional. Quem assume, como presidente em exercício, agora é Michel Temer, figura que também tem lá suas controvérsias, e que fica com a responsabilidade de apaziguar o país. Parte grande da população permanece otimista: acredita que a saída de Dilma e do PT são essenciais para o fim da corrupção. Segundo o jornalista Carlos Tonet, especializado
Foto: Zeca Ribeiro
Deputados comemoram a votação do impeachment.
em política e economia, a situação do Brasil é tão precária que qualquer mudança promoveria um despioração do cenário. Já os que observam com cautela, como Lucas Maia, jor-
nalista e cientista político formado pela Universidade de Chicago, alertam que a derrocada do governo do PT pode acabar suspendendo a Lava-Jato, caso a alternância política
na presidência decida dar outros rumos às investigações. Até agora o ritmo é uma incógnita. Para os brasileiros, contrários ou a favor do impeachment, só resta esperar.
Blumenau viverá novidade da eleição biométrica já em 2016 Ana Paula Darolt
O cadastramento biométrico, para quem já era eleitor nas cidades de Blumenau, Biguaçu, Florianópolis, Joinville, Palhoça, Santo Amaro da Imperatriz e São José, terminou no dia 22 de março, com 1.113.402 eleitores biometrizados, ou seja, 85,2% do eleitorado catarinense que tinha a obrigação de se cadastrar. Palhoça foi o municipio do estado que cadastrou a mior parte do seu eleitorado, seguido de São José e Blumenau, respectivamente. Algumas cidades de Santa Catarina já haviam feito o cadastramento em anos anteriores e, de acordo com o Tribunal Regional Eleitoral (TRE), o sistema biométrico deverá, aos poucos, alcançar todo o país. Ainda não foi definido se o eleitor precisará, mesmo
com o sistema biométrico, apresentar a identidade. Mesmo assim, é aconselhável levar o RG: caso o sistema biométrico falhar, o documento de identificação em papel será necessário. Para Isis Juliê R. Grotmann, mesária em Blumenau nas próximas eleições, haverá uma melhoria na segurança. Porém, assim como muita gente, Grotmann se preocupa com a rapidez no momento de votação, já que o novo sistema pode causar filas, desagradando os eleitores. Quem não conseguiu realizar o cadastramento até o dia 22 teve o título cancelado, mas ganhou prazo até dia 4 de maio para regularização da situação eleitoral. Quem não o fez, não poderá votar nas eleições de 2016 e estará sujeito às restrições legais, como a impossibilidade de obtenção de passaporte, de
posse em cargos públicos, de matrícula em instituições de ensino superior, suspensão
do CPF, entre outras restrições. Depois destas eleições, será reaberto o processo para
Processo de cadastramento biométrico na zona eleitoral de Blumenau.
regularização, mediante multa de R$ 3,50, por não comparecimento às votações.
Foto: Acervo TRE
Política
Em plena crise política, Ube é desativada
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A educação política depende do trabalho das escolas. Participação dos professores é fundamental Ana Paula Darolt
Consciência política é fundamental para uma nação mais democrática e equilibrada, dizem os estudiosos do assunto. Com a crise política que assola o Brasil, torna-se cada vez mais necessário que o cidadão tenha, desde cedo, esta consciência política formada. Para o sociólogo Paulo Cesar Longen, “uma parcela tão significativa da nossa existência não pode ser ignorada pela escola, sobretudo num contexto em que as famílias delegam boa parte da educação dos filhos a essa instituição”. Uma efetiva participação dos professores é fundamental. Em contrapartida, a União Blumenauense dos Estudantes (UBE), um braço desta formação de consciência, está desativada.
Longen afirma que os jovens têm uma tendência a estarem mais abertos, e que isso deve servir de incentivo para ampliar o interesse pelo assunto. Além do trabalho feito diretamente por profissionais da educação, em sala de aula, outra maneira de instigar a participação política dos jovens são os movimentos que zelam e lutam pelos interesses estudantis, na busca de direitos e garantias. Um deles são as organizações municipais estudantis que, em Blumenau, foi denominada UBE. E por mais paradoxal que possa parecer, neste momento, ela encontra-se desativada. De acordo com Lucas Eduardo Silva, presidente da UBE na última gestão (2011-2013), a União não teve condições de articular um novo conselho de grêmios e um congresso em 2013, e isso se deve pela re-
dução do número de estudantes na direção. “Eu me comprometi muito, mas não tinha o perfil necessário para organizar melhor o grupo, que era bastante imaturo”, diz. Ele ressalta que faltaram
UBE participando de manifestação em defesa do transporte público (2012).
Blumenau tem atualmente mais de 300 mil habitantes, mas apenas um representante no Senado Federal (Dalírio Beber/PSDB) e outro na Câmara dos Deputados (Décio Lima/PT). Por ironia do destino, a representatividade de uma das mais importantes cidades catarinenses só foi reforçada com a morte do senador Luiz Henrique da Silveira, um blumenauense com base eleitoral em Joinville. Foi na sua vaga que assumiu o então suplente Dalírio Beber. Fazia tempo que Blumenau não emplacava o senado Federal. Vilson Kleinubing em (1195/1998), falecido no cargo, e Evilásio Vieira (1975/1982). A cidade volta a ter um senador da República exatamente em conturbado
O Sul é o meu país
só porque está vendo a próxima eleição”. Sobre sua participação no cenário político nacional, Dalírio Beber critica que nos últimos nove anos a administração federal optou pelo assistencialismo e não avançou nas reformas políticas necessárias. Ele acentua que é fundamental para o desenvolvimento implementar as reformas de que tanto se fala. “Agora, com a crise econômica, desemprego, inflação e corrupção, o povo acordou e quer mudanças”, lembrou.
Foto: Acervo / Congresso Nacional
Victor Hugo Lessa
esvaziamento dessas instituições não significa que a participação social esteja em baixa, “vemos cada vez mais grupos se posicionando e participando de lutas sociais”. Foto: Acervo Sinsepes
Beber: um senador no olho do furacão momento da vida política nacional. Beber acredita que Blumenau está muito aquém da representatividade que poderia ter, considerada a expressividade do município. Ainda assim, sugere que os políticos tenham uma visão mais estadista na hora de trabalhar por Blumenau. E exemplifica: “Cada deputado estadual tinha R$ 3 milhões para aplicar em qualquer cidade catarinense. Teve deputado de Blumenau que não destinou sequer R$ 1,00 desta verba no próprio município
recursos estruturais básicos para a operacionalização das atividades propostas. Com o fim do mandato e tantos desafios, ninguém mais quis dar continuidade. Acredita, porém, que a tendência de
Congresso nacional vive momento especial diante do impeachiment.
Victor Hugo Lessa
No atual cenário político do Brasil, ganha força, espacialmente nas redes sociais, o movimento separatista “O Sul é o meu país,” que visa criar uma hipotética nação composta pelos estados do Paraná, de Santa Catarina e do Rio Grande do Sul. Atualmente são 30 mil apoiadores, segundo lideranças do movimento. Membros como André Schneider defendem a emancipação da região e insistem que o processo seria pacífico. Mas segundo o Prof. Sandro Lauri Galarça, o espírito do movimento é anti-democrático, porque desafia o regime federativo do Brasil. “O ideal do separatismo é: não está funcionando, vamos separar”, sugere. O separatismo na prática, diz o professor, além de contrariar a democracia, seria apenas uma solução paliativa, porque não resolveria os problemas dos que se dizem descontentes: “Se um dia não estiver dando certo, vão querer nova separação”. O movimento nasceu em Laguna (SC) em 1992 e conta com cerca de 30 mil apoiadores em 870 cidades da região sul. Segundo Celso Deucher, a organização sobrevive de doações dos 26 diretores e de mensalidades pagas por membros. O Sul é Meu País é uma instituição legalmente constituída e sua sede funciona em Curitiba (PR). Os seus defensores alegam que os estados do Rio Grande do Sul, Santa Catarina e Paraná possuem características próprias e distintas do restante do país e reclamam o direito à autodeterminação política, econômica e social.
Esporte
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Profissionais de TI adotam onda fitness Por saúde ou por prazer, eles estão procurando corrida como esporte para mudança de hábitos
Bruna Nicoletti
Faz tempo que a onda fitness não se restringe a profissionais da área de Educação Física e competidores. Nos últimos anos, as pessoas estão buscando cada vez mais a atividade física para melhorar a qualidade de vida. É uma realidade que se vê nas ruas. Em Blumenau, muitas empresas de TI estão incentivando seus funcionários a praticarem algum exercício físico. Em 2013, a empresa Senior Sistemas criou um grupo de corrida devido ao alto número de pessoas sedentárias e obesas identificadas em uma blitz da saúde. Adriana Fungazza, técnica de segurança no trabalho,
explica que a empresa ajudou com um kit (toalha, camisa e garrafa) e duas avaliações físicas gratuitas. “Os atendimentos para avaliação física eram realizados na empresa”, comentou. Na empresa Philips, existem muitos funcionários que optaram por esse esporte também. Em 2014 foi criado um grupo de corrida que durou dois anos. Para Rafael Freitas Caldas, gerente de sistemas, o esporte contribuiu com sua qualidade de vida. “Me sinto mais disposto. Eu realmente me encontrei nesse esporte”, disse. Além disso, ele ressalta que fez muitos amigos ao treinar. “É um esporte individual, porém todos se ajudam”, explicou. O consultor, da empresa HBSIS, Rodrigo Vieira Ra-
mos relata que depois que começou a treinar não foi só sua saúde que melhorou. “Meu desempenho no trabalho melhorou muito, consigo me planejar melhor”, explicou. A corrida é um esporte que traz muitos benefícios para o corpo, como o controle da pressão arterial e o fortalecimento dos ossos. Porém a professora de Educação Física Maria Clara Soares, afirma que não é só na saúde que o esporte ajuda. “A corrida ainda libera endorfina que causa uma sensação de bem-estar”, destacou. Em outras áreas a corrida também começou a se destacar. É o exemplo da Unimed Blumenau, que promove a saúde e a qualidade de vida, com o Programa Viver Bem.
Paradesporto de Blumenau vira programa Jéssica Parma
O Paradesporto escolar é um projeto social para crianças com necessidades especiais, onde é oferecido diversas atividades que auxiliam no desenvolvimento motor e mental, como atletismo paraolímpico, basquete sobre rodas, bocha paraolímpica, goalball, judô, natação, natação para bebês,
tênis de mesa, e a partir de 2016, aulas de ginástica artística. Mais de 200 alunos já estão inscritos, divididos nos 43 polos oferecidos e distribuídos por toda a cidade. Em escolas, academias, universidades, associação de moradores, clubes de caça e tiro, no Sesi e Galegão. Recentemente, o projeto virou programa. “O prefeito Napoleão Bernardes decretou que o Paradesporto fosse um programa do município e não mais um pro-
Foto: Eduardo Guilhon
Paratletas contam com o apoio da família e dos professores durante os treinos.
jeto do governo, garantia de continuidade para as crianças” Comentou Giselle Margot Chirolli, coordenadora do Paradesporto. A ideia do programa é tirar as crianças e adolescentes com qualquer tipo de deficiência de casa e integrá-las à sociedade, para assim promover a melhora na qualidade de vida. Para maiores informações e inscrições, acesse a página da APESBLU no facebook: https://www.facebook.com/ Apesblu .
Foto: Marcelo Depizzolatti
A corrida proporciona muitos benefícios físicos e psicológicos ao atleta.
Fisiculturismo praticado como estilo de vida Raphael Machado
Seja por esporte, por qualidade de vida, ou até mesmo junção dos dois - a união do útil ao agradável, o fisiculturismo cresce cada vez mais em Santa Catarina e o número de adeptos vem se multiplicando, ganhando espaço nas academias. “O fisiculturismo é de tudo um pouco. É esporte, hobbie e saúde ”, comentou Janaina Rayra, Personal Training. A modalidade une dieta de nutrientes e carboidratos, e claro, muita atividade física, que trabalha na construção da musculatura. Parece simples, mas nem tanto, diz o praticante Hermes Vecchi: “Tem que ter disciplina, seguir dieta e puxar muito peso”. Alimentação da maneira correta, também é imprescindível para o desenvolvimento do atleta. Diferentemente de ou-
tras práticas esportivas, no fisiculturismo o acompanhamento deve ser diário. O corpo é trabalhado treino a treino, a cada campeonato. “O praticante deve ter em mente que informação da internet não é o suficiente, deve ter auxílio de um profissional experiente em competições e o acompanhamento de um médico”, comentou Hermes. Foto: Janaina Rayra
Hermes, campeão de Fisiculturismo.
Segurança
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Arcanjo: minutos que podem salvar vidas Vinda do helicóptero para o Vale garante mais rapidez nos atendimentos de emergência
Gilmar Pliska
A cidade de Blumenau agora conta com o apoio definitivo do helicóptero Arcanjo 3. Ele atua com o Corpo de Bombeiros e o Serviço de Atendimento Móvel de Urgência (SAMU), em resgates, acidentes de trânsito, buscas e outros salvamentos. A aeronave presta serviços no Vale do Itajaí e no Litoral. Em pouco mais de seis meses foram quase 200 atuações. Com o começo dos atendimentos, a região ganhou agilidade no socorro em casos mais graves na área urbana e nas rodovias. De acordo com o Capitão André Luís Hach Pratts, do Batalhão de Operações Aéreas do Corpo de Bombeiros de Santa Catarina
(BOA) e piloto do Arcanjo 3, “a vinda da aeronave auxilia bastante no resgate às vítimas, pois a região tem uma demanda reprimida aos atendimentos que precisam de apoio aéreo”. Na maioria dos casos, o socorro chega em até 15 minutos. Em cidades mais afastadas da base, são por volta de 30. Minutos que fazem diferença no resgate de uma vida. Ademar Adelcio Crispim, de 12 anos, se acidentou na BR 470 no mês de março. Ele e a mãe, Sara Schmidt, estavam em uma van com pacientes do município de Pomerode. O veículo colidiu com uma camionete. “Foi tudo muito rápido”, diz a mãe. Sara conta que chegou a desmaiar e quando acordou, não encontrou o filho. Ademar foi arremessado para fora do veículo e com o impacto sofreu traumatismo
Blumenau não deverá ficar sem helicóptero Rafael Alvarez
Uma aeronave alugada deve substituir o Arcanjo 3, helicóptero do Corpo de Bombeiros de Blumenau. “Agora é uma questão de logística. A população abraçou a ideia, então em breve ele será reposto”, disse o capitão do Corpo de Bombeiros, André Luís Hach Pratts. A aeronave tinha seguro. Segundo o coronel Edupércio Pratts, chefe do Estado Maior Geral do Corpo
de Bombeiros de Santa Catarina, depois do resultado das vistorias a seguradora deverá definir se irá ser pago o valor do seguro ou se o helicóptero será recuperado, o que pode acontecer em um período de três meses. O acidente aconteceu no Aeródromo de Piraquara (PR), região metropolitana de Curitiba, enquanto o helicóptero decolava. Nenhum tripulante se feriu com gravidade. O Arcanjo 3 foi entregue oficialmente para o Corpo de Bombeiros de Blumenau no fim do mês de março. Foto: Corpo de Bombeiros/Divulgação
Foto: Corpo de Bombeiros/Divulgação
Em cinco meses a aeronave atuou em 175 chamados e 156 pessoas foram atendidas.
craniano. “O caso foi tão grave, que se o paciente não fosse socorrido rapidamente, poderia ter morrido”, avalia Capitão Pratts. Depois do resgate, Ademar passou por
uma cirurgia de emergência e, hoje, ainda se recupera. “Graças a Deus correu tudo bem. Sou muito grata ao trabalho dos bombeiros e à equipe do Arcanjo”, diz a mãe.
Os números só comprovam a eficácia dos serviços. De 5 de outubro até o fim do mês de março, foram 175 chamados para atendimento e 156 pessoas foram socorridas.
Quando o perigo dorme ao lado Foto: Rafael Alvarez
Sabryne Anne
O ano passado foi um dos mais violentos em Blumenau. Foram 31 homicídios até o último dia de 2015. Esta marca é a maior desde 2010 no município, segundo informações da Secretaria de Segurança Pública de Santa Catarina. O ano de 2016 não tem sido muito diferente. Até a segunda semana de abril, 11 casos foram registrados. Cinco das vítimas eram mulheres. Parte delas, vítimas de feminicídio. A doméstica Neiva Alice Otto se encaixa nesta classificação. Ela foi morta aos 46 anos pelo marido Márcio André Hostim, em 1º de fevereiro deste ano. A filha do casal, Aline Hostim, de 24 anos, conta que ela, a mãe e os quatro irmãos sempre sofriam agressões, pois o comportamento do pai era
Mulheres vítimas de agressão ficam reféns dentro do próprio lar.
bastante violento, principalmente quando bebia. “De uns tempos para cá, ele começou a ter mais ciúmes, fiscalizava os horários, levava e buscava no ponto de ônibus, reclamava até das roupas”, diz a filha da vítima. Antes do crime, Neiva já havia feito pelo menos três boletins de ocorrência contra o marido. Segundo a filha da vítima, no dia em que foi feito o último registro na polícia, ela já estava sob me-
dida protetiva, prevista na Lei Maria da Penha (Lei nº 11.340/06) para as vítimas de violência doméstica. Isso causou estranheza para a família, já que o acusado morava na mesma residência. Márcio se entregou à polícia dois dias depois do crime. O fato ainda atormenta a filha do casal. Ela pede mais rigor da justiça. “Perdoar? Não sei se consigo, no momento só quero tirar esse filme horrível na cabeça”, finaliza.
Cultura
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A tradição germânica fora da Oktoberfest
Manter a tradição ativa e promover a cultura local o ano todo é o grande desafio dos clubes de caça e tiro Claudia Pombal
Existentes em Blumenau desde o início da colonização, as Sociedades de Atiradores, também conhecidas como Clubes de Caça e Tiro, concentravam praticamente todas as atividades de sociabilidade da comunidade local, promovendo a união e a cooperação. Hoje, segundo Moacyr Flor, presidente da Associação dos Clubes de Caça e Tiro de Blumenau, a cidade conta com 38 agremiações que promovem a tradição germânica através de atividades culturais durante o ano todo. Um exemplo é a tradicional festa do Rei do Tiro. Porém, com os tempos modernos, está cada vez mais difícil manter esta chama da cultura germânica acesa. As festas de Rei e Rainha do Tiro são emblemáticas. Nelas, ainda são feitos antigos rituais tradicionais, como a marcha para a Realeza, primeiro buscando Rei e/ou Rainha em casa, de-
pois levando-os à sociedade. No clube, eles oferecem um banquete. Há danças tradicionais e o início da realização dos jogos anuais. Alguns clubes ainda, iniciam a festa com o toque de alvorada. Este ritual, bem como as tradições de maneira geral, enfrentam um novo desafio: a tecnologia moderna. Hoje, com a tecnologia e a entrada de uma nova geração “antenada” em outras formas de lazer, além da diversidade de opções e também as restrições para o manuseio de armas e aquisição de munição, a convivência social não se concentra mais nas Sociedades de Caça e Tiro. Essa tradição tem aos poucos diminuído. Apesar disso, se mantém presente nos bairros, movimentando as comunidades dentro e fora da Oktoberfest. De acordo com a historiadora Sueli Petry, para que estas tradições não morram seus equipamentos precisam ser revitalizados e as estruturas das redes renovadas, o que implica em muitos investimentos.
Foto: Acervo ACCTB/MCCTB
“Isso só seria possível, se os clubes recebessem mais auxílio do poder público. Isso acontecia nos anos 70 e 80”, recorda. De lá para cá, o investimento na sustentação de nossas tradições culturais vem perdendo espaço para outras prioridades.
As festas de Rei acontecem nos bairros e repercutem na comunidade local.
Cultura, arte e boa vontade ganham mais espaço na comunidade Sandra Francisco
As oficinas culturais, que tem como objetivo priorizar a prática de atividades artísticas como meio de desenvolver e auxiliar na formação de cidadãos, ganham cada vez mais visibilidade nas comunidades. O projeto KombinadoCultural, desenvolvido pelas amigas Ana Paula de Abreu, escritora que é dona de um ateliê que realiza cursos de artes para crianças, e Fabiana de Oliveira, professora da rede municipal de ensino, psicopedagoga, e mestre em Educação, é exemplo disso. De maneira peculiar, as amigas não compartilham
apenas o conhecimento e a vontade de ensinar e, sim, o amor por Kombis. É neste veículo característico q u e s e diam s e u projeto-piloto, q u e c ons i s te em levar, gratuitamente, conhecimento e realizar a divulgação de artesãos locais, que trabalham de
maneira independente e apoiam a cultura, infância e a arte. Além disso, a intenção do projeto é ampliar espaços de cultura e fomentar a e c o nomia solidária, realizando troca- troca de livros, roupas e acessórios, e,
Ana Paula e Fabiana utilizam uma Kombi para oficinas culturais
compartilhando informações sobre produção de bonecas, produtos para pessoas que possuem intolerância à lactose, alérgicas e diabéticas. Apenas a oficina para produção de bonecas tem custo de R$ 50,00. Mas as oficinas culturais não são novidade em Blumenau. Só a Fundação Cultural oferece muitas delas, algumas em conjunto com a Fundação Pró-Família. São cursos de caráter recreativo e educacional, onde os artistas locais dão aulas de teatro, dança, literatura, contação de histórias, músicas, entre outros. Para mais informações das oficinas da FCBlu, ligue para (47) 3381-6192.