A ACERT É UMA ESTRUTURA FINANCIADA POR
Edição A cert Associação Cultural e Recreativa de Tondela R. Dr Ricardo Mota, 14; 3460-613 Tondela (+351) 232 814 400 www.acert.pt Setembro de 2020
PLANO DE CONTIGÊNCIA – COVID 19
ASSISTA AOS ESPETÁCULOS EM SEGURANÇA! COLABORE CONNOSCO! No âmbito da infeção pelo novo Coronavírus SARS-COV-2, agente causal da COVID-19, estabelecemos um plano de contingência e de prevenção para assegurar as condições de segurança e de saúde da nossa equipa, dos nossos colaboradores e do público que nos visita; Desta forma: ɠ Reduzimos a lotação das nossas salas de espetáculo para 50% dos lugares, garantindo o distanciamento obrigatório. ɠ Reforçamos a higienização das nossas salas; ɠ Dispomos de sinalética orientadora, garantindo fluxos de circulação independentes; ɠ Temos disponível, em vários pontos do espaço, desinfetante para higienização das mãos;
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PLANO DE CONTIGÊNCIA – COVID 19
REGRAS DE FUNCIONAMENTO DA BILHETEIRA A compra de bilhetes on-line, deverá ser efetuada, preferencialmente, através do e-mail: reservas@acert.pt, até 24h antes do dia da apresentação; Após efetuar o pagamento, através de transferência bancária, os bilhetes serão enviados por e-mail em formato digital (pdf). Não é necessária a impressão dos bilhetes eletrónicos. Basta apresentá-los no seu telemóvel. Para evitar concentrações desnecessárias e, em último recurso, poderá ainda comprar o seu bilhete na nossa bilheteira ou na secretaria do Novo Ciclo ACERT. Faça-o com antecedência. Não haverá lista de espera, nem reserva de bilhetes. A marcação de lugares respeita as orientações da DGS. Os lugares serão individuais, com distanciamento obrigatório, exceptuando os espetáculos para famílias, onde será possível a reserva de bilhetes conjuntos, apenas para coabitantes. Para que a acomodação do público seja feita atempadamente e com toda a segurança é importante que a sua chegada seja feita com 15 minutos de antecedência antes da hora de início do espetáculo.
HORÁRIOS DE FUNCIONAMENTO DA BILHETEIRA Loja Cultural/Secretaria: 2ª a 6ª 10:00 às 13:00 e das 14:30 às 17:00. Bilheteira das 21:00 às 21:30. Dias com espetáculo às 21:45 Bilheteira das 15:45 às 16:15. Para espetáculos às 16:30
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REGRAS DE SEGURANÇA E HIGIENIZAÇÃO
Uso obrigatório de máscara.
Higienize e desinfete as suas mãos.
Mantenha o distanciamento obrigatório.
Aguarde a sua vez e siga as nossas instruções.
Siga os percursos de entrada e saída assinalados no chão.
Qualquer esclarecimento será efetuado via e-mail (reservas@ acert.pt) ou para o telefone 232 814 400.
CONDIÇÕES DE ACESSO Não é permitida a entrada na sala após o início do espetáculo, (nº 5 do Art.° 340 do Decreto-Lei no 315/95 de 28/11), não havendo lugar ao reembolso do preço pago pelo bilhete.
Não é permitido filmar, fotografar ou gravar. ACERT · OUT. A DEZ. 2020
Não é permitido fumar, consumir alimentos ou bebidas.
Desligue o seu telemóvel.
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MECENAS ACERT
APOIOS
APOIOS MEDIA
2020 um ano atĂpico com grandes desafios pela frente
Nestes novos tempos marcados pela incerteza, pelo medo, pela instabilidade, pela obrigatoriedade de um distanciamento social e afetivo que nos asfixia, sabemos que teremos pela frente um futuro desafiador, onde será necessário reposicionarmo-nos, onde teremos de questionar e quebrar métodos e paradigmas e onde iremos pôr à prova a nossa capacidade de adaptação, de reinvenção e superação, da mesma forma notável como o fizemos em todo o percurso da história da humanidade. Saímos do confinamento mais fortes, com espirito ainda mais combativo e com uma vontade férrea de fazermos melhor e diferente. Pusemos em marcha um plano cultural promovido pelo Município de Tondela e com o envolvimento da Filarmónica Tondelense e do Coro Polifónico da Casa do Povo de Tondela, a que chamámos Que bicho é que nos mordeu?, que envolveu dezenas de artistas em cerca de 60 ações culturais, numa oferta ao público e à comunidade de todas as freguesias do Concelho de Tondela. Com esta nova consciência, com toda a prudência e precaução, continuaremos a cumprir todas as regras e normas de ACERT · OUT. A DEZ. 2020
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segurança, de forma a que todos se sintam mais confiantes para usufruirem das excelentes propostas culturais que, apesar de todos os constrangimentos, conseguimos oferecer-vos até ao final deste ano atípico. Num trimestre assinalado pela estreia de 3 espetáculos pluridisciplinares que marcam pela sua singularidade e diversidade, teremos ainda, os concertos de Chalo Correia e Luca Argel que nos farão viajar por territórios mais quentes; os espetáculos para famílias a marcarem o 2º sábado de cada mês; as propostas aliciantes da grande festa do teatro no 26º Finta – Festival Internacional de Teatro ACERT; a habitar a nossa galeria estará o artista plástico Monsenhor enVide neFelibata com Cut & Paste e, a fechar o ano, Diário de uma Pandemia, um retrato da vida quotidiana feito em Portugal pela comunidade de fotógrafos, fotojornalistas, videógrafos e documentaristas, durante o período da pandemia de Covid-19.
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outubro
DATA TIPOLOGIA
10 OUT EXPOSIÇÃO
CUT & PASTE
10 OUT MARIONETAS
CONCHAS
P. 15
17 OUT CONCERTO
CHALO CORREIA
P. 18
OURO NEGRO
P. 21
27 E 28 OUT TEATRO P. ESCOLAR OURO NEGRO
P. 21
23 E 24 OUT ESTREIA TEATRO
DESCRIÇÃO
PÁGINA
P. 13
novembro
26º FINTA - Festival Internacional de teatro ACERT 11 E 12 NOV TEATRO
ANTEVÔO DA PASSAROLA
P. 26
13 NOV TEATRO
HILOS
P. 29
14 NOV FORMAÇÃO
ESCRITA PARA TEATRO
P. 36
14 NOV TEATRO
LOOPS
P. 31
14 NOV CADERNOS TEATRO “O ADORMECER DA RAZÃO” E “FALDUM” P. 35
14 NOV TEATRO
ANJO
P. 33
21 NOV EXPOSIÇÃO
DIÁRIO DE UMA PANDEMIA
P. 38
28 NOV NU PALCO
JORGE FRAGA
P. 41
LUCA ARGEL
P. 45
dezembro
4 DEZ CONCERTO 7 E 8 DEZ MÚSICA/CLOWN 12 DEZ TEATRO
CAR12
P. 47
GERMINAÇÃO
P. 49
A colagem como um caminho para a criação artística.
10 DE OUT. A 14 NOV. 2020 EXPOSIÇÃO
Direçao artística e curadoria: Monsenhor enVide neFelibata Música: Luís Almeida Coreografia: Joana Martins
Cut & paste Técnicas de colagem analógica e digital
Monsenhor enVide neFelibata
Consultor artístico: Miguel Tepes Assistente de curadoria: Helder Silva Produção: ACERT & YZONK.com Coprodução :Teatro e Marionetas de Mandrágora & Escola da Marioneta Revisão texto inglês: Erin S. Young Agradecimentos: Bella VF Gagarin, Clara Ribeiro, Filipa Mesquita, Rita Betânia Galeria ACERT · Entrada gratuita
© ENVIDE NEFELIBATA
Eencerramento com performance: 14 de novembro, 21:00 Lotação limitada inscrições: reservas@ acert.pt A Galeria ACERT respeita os horários de funcionamento do Novo Ciclo ACERT, e segue as normas de segurança da Direção-Geral de Saúde. ACERT · OUT. A DEZ. 2020
As técnicas de colagem nunca estiveram distantes do mundo da arte. A colagem é vista principalmente como uma técnica usada para criar arte visual bidimensional, mas, na sua essência, a colagem deriva da palavra francesa “coller” e significa “unir / colar” várias partes. Pode ser uma forma de arte por si só ou parte de um projeto de técnica mista. A colagem também pode ser encontrada na música ou na escultura e, às vezes, pode ser vista sob o nome de formas de arte semelhantes, como pastiche ou assemblagem, e pode também ser obtida por meios analógicos ou digitais ou ambos. Portanto, é com esta exposição e com essa mentalidade que o convidamos a questionar a colagem como um meio para a criação artística. Para além de peças inéditas, esta exposição apresentará pela primeira vez diversos livros de artista do autor, na integra, totalizando cerca de 300 obras. Monsenhor enVide neFelibata possui formação especializada em teatro de marionetas, cerâmica, gravura e tecnologias informáticas. Dedica-se ao teatro de marionetas desde 1998 e é um dos fundadores da companhia Teatro e Marionetas de Mandrágora, com atividade regular desde 2002. Como artista plástico, dedica-se à exploração constante da dessacralização da arte, da provocação, e a colaborações e criações conjuntas com outros artistas. 13
© ANA FILIPA FLORES
Uma verdadeira experiência sensorial de sons, cores e movimentos que nos levam até ao mar.
10 OUT. 2020 MÚSICA E MARIONETAS P/ FAMÍLIAS
Conchas
d’Orfeu Associação Cultural e Teatro e Marionetas de Mandrágora
Encenação: Filipa Mesquita Elenco em Portugal (interpretação e manipulação): Clara Ribeiro (interpretação e música): Ricardo Falcão Apoio à dramaturgia: Franzisca Aarflot Criação musical: Manuel Maio e Ricardo Falcão Marionetas, cenografia e adereços: enVide nefelibata Figurinos: Patrícia Costa Produção executiva: Tiago Vinagre de Castro Coordenação do projeto: Luís Fernandes Sáb, 10 out. / 16:30 Auditório 2 · 45 Min. Até aos 5 anos Lotação: até 35 pessoas Preço: 7,5€ / Associados 5€ Ver descontos p. 75
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Conchas conta a história de viajantes, pintados na tela, reais e imaginários. Coloca as tuas mãos em concha e segura os sonhos que, apesar de se escoarem, não deixam de escorrer, ainda que mais lentamente. Continuamos a privilegiar os bebés e as suas famílias, porque este público é a semente que germina. O espetáculo tem como objetivo estimular o desenvolvimento cognitivo, motor e sensorial das crianças que estão numa fase inicial de reconhecimento do mundo e numa idade de desenvolvimento da linguagem verbal, fazendo-os comunicar essencialmente através de gestos e sons. Este projeto pretende explorar essas outras formas de comunicação, a fim de lhes proporcionar uma experiência multi-sensorial. Este é um processo criativo colaborativo desenvolvido entre a d’Orfeu Associação Cultural (Águeda, Portugal), o Teatro e Marionetas de Mandrágora (Espinho, Portugal) e a Franzisca Aarflot produksjoner (Svelvik,Noruega), intitulado "Hands full of Shells and Feet full of Flowers".Partindo da memória coletiva de dois países (Portugal e Noruega), associada ao mar, e interligando o folclore e a tradição de ambas as geografias, misturou-se a música, a expressão dramática e corporal, o movimento e as marionetas e encontrou-se um compromisso cultural identitário. 15
DR
A melhor tradição da música angolana e a mais arrojada modernidade sonora, num concerto que promete abanar corpos e animar cabeças.
17 OUT. 2020 CONCERTO
Chalo Correia ANGOLA
Voz, guitarra semi-acústica e harmónica: Chalo Correia Congas, percussão e voz: Galiano Neto Guitarra eléctrica e voz: Ricardo Quinteira Sáb, 17 out. / 21:45 Auditório 1 · 60 Min. Preço: 7,5€ / Associados: 5€ Ver preços p. 75
Chalo Correia é um talentoso cantor e compositor angolano, que vive há 29 anos em Portugal. Conta com uma vasta carreira nacional e internacional, com espetáculos apresentados nos mais conceituados festivais da World Music em vários países da Europa, África, Brasil e Ásia . O seu primeiro álbum, Kudihohola, foi lançado em 2015 e logo no ano seguinte foi nomeado para duas categorias nos prémios da música angolana, os Angolan Music Awards. Em 2018 surge um novo sucesso, Akuá Musseque. A sonoridade do cantautor é um legado de muitos “clássicos de Angola”, como os Ngola Ritmos, David Zé, Urbano de Castro, Kiezos, etc. A essência das músicas das décadas de 60 e 70 influenciou-o na criação de uma nova abordagem, sem desprestigiar a base tradicional do Semba, numa linguagem muito peculiar e essencialmente acústica. A sua música caracteriza-se por ser orgânica e explosiva, mesclando vários estilos tradicionais como semba, rebita, rumba ou cazucuta com a sua visão e abordagem musical contemporânea.
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3 perguntas a…
Chalo Correia
DR
A música angolana das últimas décadas é muito rica em estilos e referências. Como é trabalhar a partir dessa herança, olhando sempre para o futuro? Olho sempre para o futuro com grande otimismo em relação ao meu trabalho e, atendendo as referências dos anos 60 e 70, pelas quais fui influenciado, devo no entanto dizer que há ainda muito por se fazer dentro do panorama da música de Angola, especificamente na formação, na recolha do conhecimento profundo da música tradicional e também na catalogação do cancioneiro Angolano.
Que referências musicais são mais importantes para si, para o seu trabalho? Penso que todas as referências são muito importantes, pois vivemos num mundo em que a facilidade do contacto com outras culturas é muito mais evidenciada devido a evolução das novas tecnologias, onde o acesso é permitido a qualquer pessoa. Contudo, sou de opinião de que as primeiras referências, ou as marcas de referência identitária, têm a base de sustentação de tudo quanto eu queira desenvolver na música.
Quando começou a tocar em Portugal, a música angolana e de outras geografias africanas não se ouvia muito fora de um determinado circuito. O público português está hoje mais recetivo à música de origem africana? O público português não conhecia, ou seja, o regime colonial nunca permitiu que houvesse a divulgação dessas músicas, salvo raras exceções. Apenas os portugueses que viviam nas ex-colónias tiveram a sorte de conhecer. Hoje há uma maior abertura, mas que começou há poucos anos, muito por iniciativa dos próprios africanos, através dos espaços culturais, de lazer
e diversão que abriram em Lisboa e que, mais tarde, se multiplicaram por todo o país. Digamos que os portugueses sempre gostaram das músicas de origem africana, não somente as produzidas no continente, mas desde América, Caribe e até mesmo na Europa. Acredito que, timidamente, os portugueses estão a quebrar alguns preconceitos.
A febre do volfrâmio e o seu impacto no quotidiano de tantas comunidades, num espetåculo dos Gambozinos e Peobardos.
23 E 24 OUT. 2020 TEATRO
Ouro Negro
ESTREIA
Gambozinos e Peobardos Grupo de Teatro da Vela
A partir do conto Os Amadores de Pedras de Pedro D´Alte Poemas: António Manuel Gomes Dramaturgia, encenação e interpretação : António Rebelo e Pedro Sousa Interpretação musical: Gustavo Dinis Desenho de luz: Paulo Neto Figurinos e adereços: Adriana Ventura Apoios: Fundação GDA, ACERT, C. M. do Sabugal, C. M. Guarda, C. M. Celorico da Beira e Junta Freguesia da Vela
© FRAGMNESIS
Sex e sáb, 23 e 24 out. / 21:45 Auditório 2 · 60 Min. 27 e 28 out. / 10:00 (pub. escolar)
Na 15ª criação dos Gambozinos e Peobardos – Grupo de Teatro da Vela, uma dramaturgia portuguesa volta a estar em cena: Ouro Negro, a partir do conto de Pedro D´Alte, “Os Amadores de Pedras” depois de uma residência artística no Novo Ciclo ACERT. Nos anos 40 do século passado, por causa do minério, roubou-se, matou-se, fizeram-se as piores patifarias. Até pessoas de boas maneiras e das mais variadas categorias sociais perderam o juízo, alienadas sob a ilusão da riqueza do volfrâmio. Foi com todas estas estórias que nós crescemos, com muito ou pouco sangue, com um ou dois copos de vinho, no crepitar da lareira ou nas margens da ribeira, crescemos a ouvir falar de um Ouro Negro, o Minério. Sobre o grupo: Gambozinos e Peobardos - Grupo de Teatro da Associação Cultural e Desportiva da Vela foi fundado em Abril de 2005. Desde então, o seu trabalho tem recaído num conjunto de propostas que sugerem reflexão sobre o local onde se inserem, as suas características e a sua população. Os seus espetáculos, festivais e intervenções artísticas espelham uma vontade de valorizar uma identidade definida pela sua geografia – região interior – e a sua realidade social, composta por uma acentuada vivência rural e um forte sentimento de isolamento e, por outro lado, por um forte impacto de desenvolvimento.
Preço: 7,5€ / Associados: 5€ Ver descontos p. 75 ACERT · OUT. A DEZ. 2020
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© GUSTAVO DINIS
Mais do que nunca, precisamos de ser alimentados de sonhos, de magia, de cumplicidade, de outras vivências… Quando as luzes se acedem no palco é um acontecimento mágico, tudo ganha outra dimensão e outra vida, as palavras, os gestos, o olhar… Nesta 26ª edição do FINTA, seremos alimentados de emoções, de memórias, de momentos de descontração e reflexão, de novidades. A abertura do festival será marcada pela estreia do Antevôo da Passarola, uma criação do Trigo Limpo teatro ACERT a partir da adaptação do romance Memorial do Convento, de José Saramago. Contaremos, ainda, com a presença de novos criadores que nos proporcionarão momentos inesquecíveis. Esta festa do teatro é um acontecimento único de partilha entre criadores e público. Vem viver connosco este momento e usufruir da oferta cultural que temos para ti.
DramátIco é perdê-lo!
“Era uma vez um Rei que fez a promessa de levantar um convento em Mafra. Era uma vez a gente que construiu esse convento. Era uma vez um soldado maneta e uma mulher que tinha poderes. Era uma vez um padre que queria voar e morreu doido. Era uma vez…” — em Memorial do Convento, 22ª ed., Lisboa, Editorial Caminho, 1994.
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FESTIVAL INTERNACIONAL DE TEATRO ACERT 2020
11 E 12 NOV. 2020 FINTA TEATRO
Antevôo da Passarola ESTREIA
Trigo Limpo teatro ACERT
A construção de uma “máquina de andar no ar” ou a concretização do sonho de voar? Uma viagem pelo imaginário de José Saramago…
Texto: versão teatral livre a partir de “Memorial do Convento” de José Saramago Dramaturgia: Pompeu José e Raquel Costa Encenação: Pompeu José Assist. de encenação: Raquel Costa Interpretação: António Rebelo, Daniela Madanelo, Daniel Nunes, Ilda Teixeira, Inês Pereira, José Rui Martins, Pedro Barbosa, Pedro Sousa, Pompeu José e Sandra Santos. Cenografia: Nico Nubiola e Zétavares Adereços: Marta Fernandes da Silva Figurinos: Miss Suzie Assist. de figurinos: Secundino Lima Música: Gustavo Dinis Músicos: Gustavo Dinis, Miguel Cordeiro, Miguel Martins e Filipe Matos Luz: Paulo Neto Som: Luís Viegas Desenho gráfico: Zétavares Produção: Marta Costa e Rui Coimbra Vídeo: Zito Marques
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O Trigo Limpo teatro ACERT tinha previsto estrear em 2020 “A Passarola”, um espetáculo de teatro de rua com participação comunitária, numa versão teatral livre de “Memorial do Convento” de José Saramago, prosseguindo a parceria estabelecida com a Fundação José Saramago na criação do espetáculo “A Viagem do Elefante”.
Preços: Bilhete: 7,5€ / Associado: 5€ Ver descontos e preço caderneta p/ Finta p. 75
Na impossibilidade de realizar o espetáculo como o tínhamos previsto, devido à pandemia, e uma vez que já tínhamos dado início ao processo de criação, vamos apresentar no FINTA uma antevisão do espetáculo no Auditório 1 do Novo Ciclo ACERT. Esta antevisão é apresentada em sala, pela companhia do Trigo Limpo teatro ACERT mais alguns atores e músicos convidados, numa leitura encenada onde são apresentadas as ideias base da versão de rua. Neste romance de José Saramago, o padre visionário acredita que a “máquina de andar no ar” que imaginou vai permitir que os homens voem. E que para construir a sua Passarola, e para que ela possa cruzar os céus, precisa da força de Baltasar Sete-sóis, da música de Domenico Scarlatti e dos poderes de Blimunda Sete-luas que consegue recolher as vontades humanas que, como éter, colocarão a Passarola acima da Terra. Uma viagem pelo imaginário de um romance que cruza a megalomania e o egoísmo dos poderosos com a imaginação e a inventiva dos visionários e a força e o engenho da gente simples.
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FESTIVAL INTERNACIONAL DE TEATRO ACERT 2020
Qua, 11 nov. / 10:30 Ante-estreia (Pub. Escolar) Qui, 12 nov. / 21:45 | Estreia Auditório 1
O fio que nos liga à vida e os fios que a partir dele se tecem, num espetáculo sobre vínculos, afetos e memórias.
13 NOV 2020 FINTA TEATRO
Encenação: Joan Font e Rosa Díaz Dramaturgia: Rosa Díaz e Itziar Pascual
Hilos La Rous teatro
GRANADA, ESPANHA
Interpretação: Rosa Díaz
Cenografia: Davide Scata Execução cenográfica: Miguel Ruiz Velasco, Davide Scata, Carlos P. Donado Pop up: Imbar Guerra Figurinos: Laura León Desenho de luz: Jose Diego Ramírez e Juan Felipe Tomatierra Música: Ángel Pereira Assessoria em magia: Miguel Puga “magomigue” Audiovisuais: Visualestama Produção: La Rous teatro e Agencia Andaluza de Instituciones Culturales
© GERARDO SANZ
Sex, 13 nov. / 21:45 Auditório 1 60 Min. · M/7 Preços: Bilhete: 7,5€ / Associado: 5€ Ver descontos e preço caderneta p/ Finta p. 75
Viemos ao mundo unidos pelo cordão umbilical que nos liga à nossa mãe de uma maneira única, mas o que acontece depois com esse fio? O cordão é cortado ao nascer, mas o vínculo criado entre as duas partes, como um fio invisível, permanece vivo. Conto-vos a história de minha mãe, uma mulher cheia de vida, que deu à luz catorze filhos ligados a ela por um fio. Falo-vos dos fios das tranças que tinha em criança e dos fios desgastados pelo tempo. Dos fios transparentes que a ligavam inextricavelmente à sua família. Dos fios que ela criou entre ela e os seus filhos, do legado que deixou a cada um, para que cada um pudesse tecer os próprios fios. Sobre a encenadora e intérprete: Rosa Díaz, diretora, atriz e autora, dedica-se profissionalmente ao teatro, desde 1981. Fez parte das companhias Teatro Fénix de Albacete (da qual foi fundadora) e Cambaleo Teatro de Madrid. Colaborou com La Tartana Teatro, Johannes Vardar y Comediants, Ur Teatro, participando no desfile da EXPO 92. Radicada em Granada desde 1992, criou a companhia Laví e Bel em 1993 e, em 1999, LaSal Teatro. Nos últimos anos, além de fazer as suas próprias criações na companhia La Rous, tem-se dedicado à encenação, tendo trabalhado com inúmeras companhias. Com o espetáculo Hilos recebeu o Prémio FETEN 2016 Dramaturgia e Melhor interpretação feminina V e os Prémios LORCA DE TEATRO ANDALUZ de Melhor interpretação feminina e melhor iluminação.
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FESTIVAL INTERNACIONAL DE TEATRO ACERT 2020
Assessoria criativa: Noelia Rosa
MĂşsica, marionetas e muito mais, num espetĂĄculo sensitivo sobre a passagem do tempo, (a vida).
14 NOV. 2020 FINTA TEATRO
Loops Engruna Teatro
Interpretação: Anna Farriol Cruells e Júlia Santacana Marionetas e objetos: Engruna Teatre Desenho de Luz: Xavi Salavert Técnico de luz e som: Jonàs Serri Cenografia: Berta Vidal e Raúl Vilassís Desenho de som e banda sonora: Joan Solé Fotografia: Roser Blanch Design gráfico: Aina Cordoncillo Ideia original: Engruna Teatre Dramaturgia: Jordi Palet Encenação: Ruth Garcia
© ROSER BLANCH
Sáb, 14 nov. / 16:30 Auditório 2 50 Min. · M/3
Zig e Zag são duas personagens à procura de algo. É a curiosidade que as move. Uma traz um enorme peso às costas, que a faz ter um caminhar lento e constante. A outra não traz nada, exceto uma caixa minúscula na cabeça onde vai armazenando tudo o que vive. Uma simboliza a experiência, a outra a inexperiência. Uma toca violoncelo, a outra flauta… Dando voltas pelo mundo, acabam por se encontrar. E esse encontro as fará crescer: uma ficará mais leve e a outra ficará mais preenchida. Loops é um jogo sobre a passagem do tempo, um canto à vida e à ideia de continuidade e de herança, criado com objetos, música, marionetas e atrizes. Sobre a companhia: Engruna Teatro é uma companhia de teatro para a infância que explica pequenas histórias aos mais velhos e grandes histórias aos mais pequenos. Nasce em 2006, fruto do desejo de seduzir e emocionar adultos e crianças, construindo um mundo pessoal e visual através de marionetas, objetos e música.
Preços: Bilhete: 7,5€ / Associado: 5€ Descontos e preço caderneta p/ Finta p. 75 31
FESTIVAL INTERNACIONAL DE TEATRO ACERT 2020
CATALUNHA, ESPANHA
© LINO SILVA
Contada na primeira pessoa, a história de uma jovem Síria apanhada pela guerra, a história de tanta gente que viu o seu mundo desabar de um dia para o outro.
14 NOV. 2020 FINTA TEATRO
ANJO
Criação de Ángel Fragua em Coprodução com o Teatro de Vila Real
Interpretação: Mara Correia Encenação: Ángel Fragua Tradução: José Paulo Tavares Desenho de Luz: Pedro Pires Cabral Figurino: Claúdia Ribeiro Trechos musicais: Isabel Maria Silva Comunicação: Inquieta - produção e comunicação cultural Produção: Ángel Fragua e Teatro de Vila Real Sáb, 14 nov. / 21:45 Auditório 1 65 Min. · M/14 Preços: Bilhete: 7,5€ / Associado: 5€ Ver descontos e caderneta p/ Finta p. 75
Inspirado numa história verdadeira. Há uma rapariga na Síria conhecida por “Anjo”. É Rehana. Tem 19 anos, estuda direito e é filha de pais agricultores. Rehana vive em Kobane - uma pequena cidade da Síria junto à Turquia - que um dia é invadida pelo ISIS. Rehana foge para a fronteira com a intenção de chegar à Turquia, mas a memória do pai que ficou para trás é mais forte. Rehana regressa a Kobane à procura do pai e toda a sua vida se altera. Sobre o espetáculo: “... A encenação de Fragua é virtuosa pela simplicidade, ritmo e dinâmica de discurso, pelo desenho de luz subtil e belo de Pedro Pires Cabral e pelo incrível figurino de Cláudia Ribeiro (...) que potencia e sublinha o carácter exótico e distante da história contada. (…) Anjo é um espetáculo que se recebe como quem está perante um único contador de histórias, que se desmultiplica em muitas outras vidas. Anjo tem o condão de captar o espectador do primeiro ao último instante, e fica-se siderado ao testemunhar a emoção concedida a cada uma das personagens, pelo rigor da interpretação, que num palco totalmente negro nos faz ver paisagens e acontecimentos tão distantes”.
— Statt Miller – Membro APCT (Associação Portuguesa de Críticos de Teatro) in O calcanhar de Aquiles 25/03/2019
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FESTIVAL INTERNACIONAL DE TEATRO ACERT 2020
Texto: Henry Naylor
A edição de dois textos de teatro que marcaram o percurso do Trigo Limpo teatro ACERT.
14 NOV. 2020 FINTA CADERNOS DE TEATRO
"O adormecer da razão" e "Faldum" Sáb, 14 nov. / 18:00 Bar ACERT · Entrada gratuita
Cadernos de Teatro/ACERT representa o que se poderia chamar a memória em estado de espera. É memória no sentido em que constitui a memória viva de um percurso de mais de 40 anos, que teve e tem como principal característica uma dramaturgia em movimento: mais do que selecionar, para as suas encenações, peças de teatro num repertório de teatro português ou estrangeiro, clássico ou de vanguarda, a ACERT/Trigo Limpo procurou construir de forma criativa os seus espetáculos, ou entretecendo textos de diversa proveniência (contos, romances, estórias antigas), ou transformando cumplicidades com autores em dispositivos de criação dramática original. — (…) em Cadernos de Teatro/ACERT: uma memória em estado de espera, de João Maria André Continuando este projeto editorial, apresentamos agora dois textos, O adormecer da razão e Faldum, apresentados pelo Trigo Limpo teatro ACERT em 1995 e 1996, respetivamente. O adormecer da razão foi criado a partir de vários textos, como Percurso teatral pela Exposição de Instrumentos Europeus de Tortura e Pena Capital, exposição patente no Museu Grão Vasco, em Viseu. Faldum foi criado a partir de um conto de Hermann Hess e de Práticas e crenças mágicas, de José Pedro Saraiva, para a comemoração dos 20 anos do Trigo Limpo teatro ACERT.
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FESTIVAL INTERNACIONAL DE TEATRO ACERT 2020
Trigo Limpo teatro ACERT
14 NOV. 2020 FINTA FORMAÇÃO
DR
Escrita para teatro Com orientação de Jorge Palinhos
Horas de formação: 6h Das 10:00 às 13:00 e das 15:00 às 18:00 Preço: 25€ / Associados: 20€ M/16 Inscrições na Secretaria da ACERT até 6 de novembro
O teatro é talvez a forma mais viva e total de inventar a realidade. Uma das artes mais universais e intemporais, o teatro é a palavra colocada num corpo humano vivo que lhe dê a força da respiração e a urgência das emoções. Este breve curso pretende apresentar os princípios e técnicas da escrita para teatro, que passam pela relação com o espaço, o corpo e os objetos, o uso do diálogo e do monólogo, para permitir aos participantes escrever uma cena teatral que reflita a eternidade no momento presente. Sobre o formador: Jorge Palinhos é escritor e dramaturgo. Peças suas já foram apresentadas e/ou editadas em inúmeros países, em espaços como o Teatro Nacional São João, o Teatro Meridional, o Teatro Municipal Rivoli e Teatro Municipal Campo Alegre, o Teatro Beursschouwburg, em Bruxelas, o Teatro Schaubühne, em Berlim, o Graham Institute, de Chicago, o SESC de São Paulo, La Comédie de Reims, CDN Orléans, o Teatro NanterreAmandiers, em Paris, etc. Foi dramaturgo e dramaturgista convidado na Capital Europeia da Cultura Guimarães 2012. É doutorado em dramaturgia contemporânea pela Universidade do Minho e professor na Escola Superior de Teatro e Cinema e na Escola Superior Artística do Porto.
FESTIVAL INTERNACIONAL DE TEATRO ACERT 2020
Sáb, 14 nov. Sala de formação
DIÁRIO DE UMA PANDEMIA
@EVERYDAYCOVID · MIGUEL A. LOPES
21 NOV. A 30 JAN. 2021
21 NOV. 2020 A 30 JAN. 2021 EXPOSIÇÃO
DIÁRIO DE UMA PANDEMIA
Exposição fotográfica e multimédia organizada pela Associação Cultural CC11.
Esta exposição foi produzida com o apoio: Casa da Imprensa, Canon Portugal, Taguspark e ainda em parceria com a Câmara Municipal de Tondela e a ACERT. Galeria ACERT, Museu de Terras de Besteiros Até 30 janeiro 2021 Entrada gratuita
Seis meses após a chegada a Portugal da pandemia de Covid-19, quando foram confirmados oficialmente, a 2 de Março, os primeiros casos de infecção, a associação cultural CC11, fundada em 2020 com o objetivo de divulgar e promover a fotografia e o fotojornalismo em Portugal, apresenta a exposição fotográfica e multimédia Diário De Uma Pandemia, envolvendo mais de 130 fotógrafos, que nos relatam estes dias que alteraram de forma brusca o panorama dos portugueses. A exposição Diário De Uma Pandemia é constituída por quatro módulos, divididos entre a Galeria ACERT e o Museu Terras de Besteiros, que têm a fotografia e a informação como seu fio condutor: 1 Everydaycovid, projeto fotográfico criado no
Instagram com a participação de 119 fotógrafos e fotojornalistas portugueses, entre eles oito editores que diariamente selecionavam os registos fotográficos deste grupo de profissionais. “O isolamento, o sentido de clausura, a nova realidade das máscaras, a dinâmica dentro dos hospitais, lares, momentos políticos e até funerais, são alguns dos temas retratados”, como descreve o fotojornalista Miguel A. Lopes, um dos fundadores do projeto. 38
ACERT · OUT. A DEZ. 2020
Um retrato da vida quotidiana feito em Portugal pela comunidade de fotógrafos e fotojornalistas, videógrafos e documentaristas, durante o período da pandemia de COVID-19.
2 Retratos De Portugal Pelas Agên-
cias De Notícias, uma seleção de fotografias das agências AFP, AP, GettyImages, Lusa/EPA e Reuters, que fazem o relato visual de como Portugal reagiu à pandemia. “Enquanto muitos ficaram a trabalhar na segurança das suas casas, os correspondentes – tal como outros trabalhadores essenciais – continuaram fora de quatro paredes: mostraram ao mundo os bairros de Lisboa sem turistas, o caos dos hospitais, as missas sem crentes, entre tantos outros momentos que marcaram um período nunca antes vivido”, relata Catarina Demony, correspondente da Reuters em Portugal.
João Paulo Cotrim, que nos diz: “A máscara tornou-se o rosto geral, tornando todos um pouco mais iguais, menos indivíduos. Dançamos atrás de cortinas, diz uma chapa, mas ainda assim distinguimos idades e dores, a passagem do tempo, no esvoaçar do branco nos cabelos, no engelhado da mão”. 4 Claro e Escuro, de Luísa Ferreira,
autora de inúmeras exposições e livros, desde 1989, recebeu recentemente o Prémio Autores 2019, Artes Visuais, Melhor Trabalho de Fotografia, traz-nos o seu olhar crítico e intimista sobre a pandemia.
3 Dias da pandemia pela imprensa
nacional, uma linha de tempo entre Março e Julho, contada pelas capas dos jornais e revistas portuguesas, a partir de uma seleção do editor ACERT · OUT. A DEZ. 2020
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Um bicho-carpinteiro do teatro sempre irrequieto e irreverente.
28 NOV. 2020 NU PALCO
Jorge Fraga Sáb, 28 nov. / 21:45 Auditório 2 Preço: 5€ / Associados: 4€ Ver descontos p. 75
Chegou a Viseu em 1976. Fundou, conjuntamente com São José Lapa, Alberto Lopes e António Cruz o grupo de teatro “A Centelha”. O grupo tinha “nascido” ainda na Escola de Teatro do Conservatório Nacional e, naquele momento da vida do país, iniciou o processo de descentralização, tal como outros projetos teatrais. Foi o primeiro grupo profissional do distrito de Viseu. Uma pedrada no charco pela ousadia do teatro que apresentavam, quebrando modelos tradicionalistas e revolucionando esteticamente pela postura perante os poderes instituídos. A sua atividade docente na área teatral permitiu que o ensino artístico fizesse parte, desde cedo, de uma alternativa para alunos de cursos superiores. Mas não se julgue que Jorge Fraga estacionou o seu frenesi permanente pelo teatro quando deixou de fazer parte de “grupos formais”. Sempre a saltitar por muitas cidades e projetos, junta pessoas para dar formação e deixa cordões umbili-teatrais que, muitas vezes, criam núcleos com quem cria espetáculos. Por Viseu, tem sido um permanente bicho-carpinteiro, irrequieto e irreverente.
DR
Neste NU Palco, quem sabe se não revelará — tantos sonhos e projetos em que esteve e continua envolvido — que, por motivos emotivos, não cabe em páginas escritas e muito menos num texto como este, que só pretende demonstrar como é “acertino”. ACERT · OUT. A DEZ. 2020
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3 perguntas a…
DR
Jorge Fraga
Encenar e ser encenado permitem duas visões muito diferentes (ainda que talvez complementares) do teatro?
Qual o papel do teatro universitário na formação de atores e outros profissionais do espetáculo? E na formação de público?
No modelo mais tradicional/clássico da relação entre encenador e intérprete, é evidente a diferente visão que cada um dos intervenientes tem no processo de criação e execução do produto teatral. Hoje, devido à diversidade de abordagens e partilhas do ato criativo, a visão de cada um dos criadores, neste caso, atores/intérpretes e encenadores ou criadores teatrais, tendem a uma solução única do objeto teatral que se pretende fixar, dando assim, a meu ver, uma qualidade e uma coerência entre quem de fora observa, corrige, orienta e quem dentro, sugere, propõe, faz e vive o instante teatral.
O papel do teatro universitário é não só fundamental como foi determinante (e saber-se-á mais tarde se ainda o é) para a evolução e riqueza da História do Teatro em Portugal, em particular na segunda metade do séc. XX. Basta citar exemplos como os grupos de teatro profissionais oriundos dessa corrente, como o Teatro da Comuna e o Teatro da Cornucópia. Nos 26 anos de atividade do Teatro da Academia do Instituto Politécnico de Viseu, muitos foram já os ex-TAS, que prosseguiram um trabalho profissional nas diversas áreas do espetáculo. Contudo, acredito ser na formação de públicos que a intervenção do teatro universitá-
rio é mais notória e optimizada, não só aos que praticam e o fazem, mas aos espectadores, alunos, professores e funcionários das respetivas Universidades e Politécnicos, que assistem e desfrutam dessas apresentações teatrais.
Para além do momento da representação, em que uma assembleia de atores e espectadores partilham um espaço e um tempo comuns, de que modo o teatro se pode encontrar com aquilo a que chamamos cidadania? Porque se faz teatro? Para quê? Exorcismo? Exaltação? Ludicidade? Engodo? Manipulação? Conhecimento? Tantas questões que se podem levantar, aumentar, riscar, subverter, questionar… Mas uma ideia que me parece inquestionável é a necessidade/gozo/partilha, que o teatro tem na vida do Homem através dos tempos. O conceito de cidadania é muito mais novo na escala do tempo em relação às primeiras manifestações teatrais, onde o conceito da relação entre os homens
não seria o que é hoje. O teatro sempre questionou o humano, sempre procurou a sua expressão e exposição. O teatro dos dias de hoje, as artes, refletem o humano nas sociedades, nos territórios, nas dúvidas, nas expectativas e nas suas fabulações de como ele se vê, de como ele age e interage com o mundo/meio que o rodeia. Acredito que a reflexão do que se viu, do que os artistas lhe deram a ver, irá certamente contribuir para uma vivência mais sabedora, pois a observação crítica de um espetáculo teatral vai de uma forma direta, muitas das vezes quase imperceptível, intervir no que eu designo de inteligência dramática.
Voz e guitarra a fazerem danรงar a doรงura do samba e a plasticidade da fala.
4 DEZ. 2020 CONCERTO
Luca Argel Voz e guitarra: Luca Argel Percussão: Carlos Cesar Motta Sex, 4 dez. / 21:45 Auditório 1 · 60 min. Preço: 7,5€ / Associados: 5€ Ver descontos p. 75 Inserido no 24º Outonalidades, Circuito português de música ao vivo
Há um íman que nos conecta, ou será a sua musica, a doçura e a leveza dos seus sambas. Certo é que nos marcou com a sua presença no 27º Tom de Festa em 2017, voltou em 2018 no concerto do Tom de Festa “50 anos de Tropicalismo” com a Cor da Língua, um projeto poético e musical da ACERT. E, ainda não adivinhávamos o seu regresso quando, em Janeiro, tivemos Debaixo d’Olho o seu mais recente disco Conversas de Fila. (…) O mais recente disco de Luca Argel, foi publicado o ano passado e retoma a linha do anterior, Bandeira, no que toca à sonoridade, criando uma mão cheia de canções que apetece ouvir em modo repeat. A doçura destes sambas, cruzando linhas melódicas e ritmos tradicionais com letras de uma imprevisibilidade notória, muito marcadas por uma certa ideia de surrealismo e de absurdo, tem sempre o humor e a ironia a sustentar os versos. (…) — Sara Figueiredo Costa, Agenda ACERT Jan.2020
© KRYSTALFOTO
Nascido no Rio de Janeiro, Luca Argel reside atualmente em Portugal, na cidade do Porto, e foi desenvolvendo, entre estas duas cidades, vários projetos musicais , ao mesmo tempo que foi concluindo o seu mestrado em Literatura na Universidade do Porto.
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MĂşsica com humor, num espetĂĄculo que cruza viagem e partilha em registo de aventura.
7 E 8 DEZ. 2020 CONCERTO/CLOWN
Car12
ESTREIA
A Grande Viagem André Cardoso e Miguel Cardoso
Músicos/atores: André Cardoso e Miguel Cardoso Ideia original: Miguel Cardoso Conceção: André Cardoso e Miguel Cardoso Encenação: José Rui Martins e Pompeu José Direção atores: Ilda Teixeira Som: Luís Viegas Desenho luz: Paulo Neto Fotografia: Carlos Teles e Rui Coimbra Construção de instrumentos: Miguel Cardoso
© RUI COIMBRA
Apoio construção veículo: José João Cardoso Seg, 7 dez. / 21:45 Ter, 8 dez. / 21:45 Auditório 2 60 Min. · M/6 Preço: 7,5€ / Associados: 5€ Ver descontos p. 75 ACERT · OUT. A DEZ. 2020
Dois amigos partem para uma viagem num veículo cheio de surpresas e peripécias! Uma história divertida onde, da forma mais inusitada, surgem sons, paisagens sonoras ou melodias populares. Uma comédia musico-teatral a partir de instrumentos inventados e engenhosos, construídos e explorados musicalmente pelo duo. Entrar nesta alucinante expedição é ficar apto a usar a imaginação e a loucura sem precisar de tirar carta de condução. Mais um espetáculo criado em residência artística no Novo Ciclo ACERT por dois dos músicos que têm incrementado inovadoramente distintas produções musico-humorísticas na ACERT, integrando o elenco musical de algumas das criações do Trigo Limpo teatro ACERT. André Cardoso e Miguel Cardoso, amigos, músicos, cruzaram-se em palco há sensivelmente quinze anos. Desde então, descobriram que iriam estar ligados por muitos quilómetros e horas de trabalho, atuando, ensaiando, criando em conjunto. São cerca de duas dezenas os projetos artísticos em que participam, maioritariamente musicais, deste o folk e jazz ao universo da música clássica e erudita. Num ano de pandemia, em que ambos celebram as suas 40 primaveras, esta nova criação surge também como incentivo para abraçar tempos vindouros com sorrisos, energias e partilhas. Começa assim mais uma aventura, que se deseja bem-disposta, que coloca os amigos Cardoso alinhados no mesmo caminho, na mesma viagem. 47
Ver crescer uma semente como quem conta a histĂłria de um paĂs.
12 DEZ. 2020 TEATRO PARA FAMÍLIAS
Germinação Teatro Regional da Serra de Montemuro Texto: Abel Neves Encenação: Paulo Duarte Direção musical: Fernando Mota Cenografia/ adereços/ figurinos/ cartaz: Sandra Neves Interpretação: Abel Duarte e Dóris Marcos Assistência à cenografia e cenários: Carlos Cal e Maria da Conceição Almeida Direção de produção e comunicação: Paula Teixeira Assistência à produção e comunicação: Marta de Baptista Direção de cena: Abel Duarte Sáb, 12 dez. / 16:30 Auditório 2 60 Min · M/6
© LINO SILVA
Preço: 7,5€ / Associados: 5€ Ver descontos p. 75
ACERT · OUT. A DEZ. 2020
Um cruzar de dois inícios: uma semente e uma nação. Dois atores, com apenas uma mala e pequenas marionetas (objetos) que se transformam em personagens e momentos das nossas duas histórias. De um papel, surge uma montanha, um rio ou uma semente. De um lápis, surge agora o nosso primeiro rei de Portugal (D. Afonso Henriques). Uma mala mágica onde a arte de contar histórias, de contar a nossa história, é partilhar para um dia colher frutos, tal e qual uma semente que brota. Deixar a imaginação desenvolver, criar e principalmente acreditar na fantasia que nos oferece o teatro, do impossível se tornar possível. Mais do que tudo, é saber o quanto foi importante a criação de uma nação. O quanto é importante um brotar de uma semente da terra. Para que um dia sejamos fortes e resistentes perante as intempéries e dificuldades que nos irão surgir. Esta é a nossa forma de vos contar como tudo começa, como tudo começou. Sobre o grupo: O Teatro Regional da Serra do Montemuro iniciou a sua actividade em 1990. A ausência de atividades culturais, a falta de oportunidades e o inconformismo foram algumas das razões que levaram um grupo de jovens a investir a sua energia num projeto que lhes permitiria fixarem-se na sua terra, combatendo a desertificação e tornando-se uma alternativa ao previsível destino. Hoje, a pequena aldeia de Campo Benfeito, “encravada” entre os montes, tornou-se um local de referência na criação, difusão e programação artística.
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Digressão
Para ti, Sophia
18 outubro, Campo Benfeito Espaço Montemuro 3 dezembro, Lousada Jangada Teatro
Fil’Mus 2
30 e 31 outubro, Ovar Centro de Arte
20 Dizer
26 outubro, Lisboa A Barraca a Céu Aberto 21 novembro, Instituto P. Viseu Celebrando a poesia de Luís Miguel Nava
© CARLOS FERNANDES
8 e 9 novembro, Coimbra Convento de São Francisco
©CARLOS FERNANDES
TRIGO LIMPO TEATRO ACERT
Estreado a 12 de Junho
Terra
CAFÉ COM TEATRO
Texto: Vários autores Dramaturgia: Pompeu José e Raquel Costa Encenação: Pompeu José Assistência de encenação: Raquel Costa Interpretação: António Rebelo, Ilda Teixeira e Pompeu José Cenografia: Coletiva Música: Gustavo Dinis Desenho de luz: Paulo Neto Sonoplastia: Luís Viegas Figurinos: Raquel Costa ©ZE TAVARES
Ainda não tinham passado 15 dias do anúncio de reabertura dos teatros, logo depois do confinamento, e já o Trigo Limpo teatro ACERT estreava um novo espetáculo e reabria a programação do Novo Ciclo ACERT. Terra, um espetáculo cujo processo inusitado foi marcado por um período de ensaios de texto que decorreram de forma virtual, seguido de um período de ensaios presenciais com as distâncias de segurança asseguradas. 52
Desenho gráfico: Zétavares Produção: Marta Costa Apoio à produção: Rui Coimbra Fotografia: Carlos Fernandes e Rui Coimbra Duração: 45 minutos Classificação etária: M/12 136ª Produção do Trigo Limpo teatro ACERT ACERT · OUT. A DEZ. 2020
No princípio era a Terra e o Universo a rodar à sua volta. No palco, três atores e muitas personagens, uma narrativa que ecoa as discussões televisivas de tantos horários nobres a partir de textos de vários autores, por exemplo Ricardo Araújo Pereira, entre outros. Terra faz desfilar em palco as muitas discussões sobre o planeta que habitamos, da descoberta de Galileu à alucinação dos terraplanistas, colocando a ciência e a conspiração igualmente equipadas de argumentos prontos a esgrimir. A evolução das espécies, a física dos buracos negros, os primeiros seres humanos ou os recursos finitos do planeta e o modo como os usamos e abusamos, tudo isso faz parte deste espetáculo. Rimos, ACERT · OUT. A DEZ. 2020
porque o humor é um modo de pensar e um dos mais sérios e eficazes. Rimos e continuamos a reflectir sobre quem somos e o que vamos fazendo, sobre quem queremos ser e o que poderíamos fazer de modo diferente. Na construção do espetáculo Terra, a pandemia (COVID19) ocupou lugar de destaque. Fez-nos pensar ainda mais no planeta que habitamos! E nestes espetáculos, rimo-nos de quê? Da nossa impotência perante a força dos elementos e da pequenez que sentimos quando somos confrontados com os erros que cometemos na relação uns com os outros e na nossa relação com o planeta Terra. 53
TRIGO LIMPO TEATRO ACERT
Um espetáculo para todos, feito por todos!
©PEDRO SOUSA
A equipa criativa da ACERT com os projetos de desenvolvimento do CLDS-4G Tondela Inclusiva
O Trigo Limpo teatro ACERT iniciou, em setembro, um processo teatral com a população de Lobão da Beira, Dardavaz e Vila Nova da Rainha, particularmente com pessoas mais idosas, sendo o diálogo, a escuta de histórias de vida dos participantes e as memórias locais, os elementos preponderantes para a construção do enredo do espetáculo a criar em cada uma destas localidades. Após as primeiras sessões de grupo, as novas medidas de segurança exigiram que se adotasse um 54
processo de trabalho mais individual, de modo produzir um filme de cada uma das localidades. Até dezembro, a equipa da ACERT seguirá com este projeto, dando continuidade ao trabalho teatral comunitário que tem desenvolvido, numa aprendizagem e troca de saberes com as populações locais. Pretende-se promover a participação ativa e o desenvolvimento social, através de dinâmicas comunitárias que envolvam os particiACERT · OUT. A DEZ. 2020
TRIGO LIMPO TEATRO ACERT
Trigo Limpo Teatro ACERT e a comunidade das freguesias de Lobão da Beira, Dardavaz e Vila Nova da Rainha juntos neste projeto pantes de cada localidade, elevando a sua autoestima e proporcionando-lhes momentos de convivialidade que originem o seu bem-estar e afirmação das suas capacidades de construir sonhos. Esta iniciativa é promovida pelo CLDS-4G (Contratos Locais de Desenvolvimento Social) Tondela Inclusiva em parceria com a ACERT, estando previstas outras ações em várias freguesias do concelho (as mais afetadas pelos incêndios de Outubro de 2017).
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o dia em que a terra se fez mar Rossio de Viseu, e Museu Almeida Moreira
No âmbito do Vista Curta (Viseu, cinema & outros desvios) de 2020, o Cine Clube de Viseu mostra a exposição com fotografias de Tiago Miranda e texto de Raquel Moleiro produzida pela ACERT, apoiando a 2ª edição do livro solidário. Retrato de uma das maiores catástrofes que Moçambique sofreu nos últimos anos, levando consigo centenas de vidas e um número incalculável de recursos, numa terra onde todos os bens são escassos. Em 2019, os dois autores e a ACERT produziram uma exposição e um livro solidário, e é com muito orgulho que em 2020 o Cine Clube se junta a esta iniciativa, apresentando a exposição em Viseu e associando-se à reedição do livro. — Cine Clube de Viseu
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10 Out a 22 Nov Rossio de Viseu e Museu Almeida Moreira Entrada Gratuita
Organização: ACERT e Cine Clube de Viseu O Vista Curta tem o apoio do Município de Viseu e Financiamanto de Viseu Cultura A exposição conta com a parceria do Museu Almeida Moreira O livro está à venda na ACERT, no Cine Clube de Viseu e Museu Almeida Moreira Preço: 10 Euros
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Escultórias Promotor: Município de Tondela Conceção e Produção: ACERT
A matriz do estudo que sustentou este projeto teve como fator dominante distinguir Tondela no contexto nacional como detentora de um património artístico vivo e contemporâneo de esculturas urbanas que contribuam para a valorização e o alindamento dos seus espaços públicos, a partir de algumas características diferenciadoras do território. Esta é uma ideia pioneira concebida e produzida pela ACERT a convite do Município, que expressa a identidade da cidade e do concelho, relevando as dimensões humanas, comunitárias, económicas, culturais, educativas, de cidadania, de emprego e de inovação. O conceito reside na importância de
Tondela passar também a ser distinguida no país com “esculturas com histórias” que valorizem os espaços urbanos da cidade, enquanto pontos de atração de visitantes e motivos de embelezamento onde a população da cidade se reveja com regozijo, prazer e sentido de pertença. A ideia conta com outro fator inovador que consiste na possibilidade de utilização de meios virtuais (APP) que irão proporcionar experiências únicas. Descarregando uma aplicação específica e gratuita no telemóvel, pode nele assistir-se, apontando para cada escultura, a histórias contadas pelas personagens que a representam ou contextualizam numa realidade aumentada. Este plano foi idealizado para vir a integrar um percurso mapeado que, a partir das rotundas de entrada na cidade, se estende pela zona antiga e núcleo mais urbano em prolongamentos por espaços de interesse
©ZETAVARES
Nasceram as Escultórias - marcas artísticas urbanas de tondela. O dia 15 de setembro revelou as primeiras duas escultórias, que ficam situadas junto ao Mercado Velho e no Parque Urbano.
Xandinha da Praça O ENALTECIMENTO SIMBÓLICO DO PAPEL DA MULHER NA VIDA DE TONDELA. A mulher mãe e companheira. Trabalhadora rural ou doméstica. Cuidadora da casa, da terra e dos seus. Abnegada e enérgica. Incansável e amiga. A vida de todos andou ao Tom Dela. (Mais do que fulanizar as personagens retratadas, que levaria a omitir outras tantas significativas, pretende-se expressar tributos simbólicos que traduzem o universo coletivo de memórias, tradutor de afetos de um sentir comum).
FOTOS: RUI COIMBRA
ESCULTÓRIAS - MARCAS ARTÍSTICAS URBANAS DE TONDELA
mais circundantes, manifestando o conjunto um núcleo de experimentação que projetará a memória na contemporaneidade. Este é um processo que não se esgota no tempo, uma vez que apresenta a peculiaridade de ir integrando novas “Escultórias” que venham a ser criadas para corresponder a novos projetos do Município, que convidará artistas e a própria ACERT para edificar novas “Escultórias” dentro da matriz plástica e do conceito fundador. Proporciona-se igualmente a adesão de mecenas que desejem ver o nome de prestígio das suas empresas associado a novos desafios criativos em espaços públicos de Tondela, que terão a Oficina de Artes criativas como incubadora e 62
as empresas locais como destinatárias na prestação de serviços que favorecem a economia local. Uma patente comunitária que salientará a capacidade de transformação inovadora com atributos para incorporar um sentido de progresso e desenvolvimento cosmopolita, envolvendo todas as forças ativas locais num contributo comum para uma TONDELA CIDADE DE IDEIAS. Descarregue a aplicação para o seu dispositivo e veja as escultórias que as esculturas têm para contar. Mais informações no site: http://escultorias.cm-tondela.pt/
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GOLPE D’ASA
TRIGO LIMPO TEATRO ACERT, 2008 No teatro, seria efémero. No Parque Urbano de Tondela, perdurará na memória, voando em imaginários coletivos. Uma doação de gratidão da ACERT à cidade e aos seus habitantes – berço e padrinhos que nos ensinam a resistir e sonhar. Engenho cénico criado pelo Trigo Limpo teatro ACERT, baseado num brinquedo tradicional português. Estreado na Expo Saragoça (Espanha). Inaugura o Parque Urbano de Tondela a 18 de Dezº. 2009. Teve uma adaptação teatral especial para a Feira de S. Mateus em 2011. Mais de 80.000 espectadores assistiram as apresentações.
que bicho é que nos mordeu? PROJETO EM PARCERIA COM O MUNICÍPIO DE TONDELA
Esta pergunta continua sem a resposta que todos desejaríamos. Descobrir o inimigo que tantas vítimas tem causado mundialmente e encontrar a cura que nos liberte desta asfixia, que nos obriga a contrariar o que de mais importante tem a vida humana: o relacionamento entre as pessoas e a proximidade de compartilhar felicidades. Vivemos num novo tempo. Necessitamos de criar as condições para a ele reagir com todas as prudências e precauções. Precisamos de acreditar na natureza humana e na sua capacidade de reagir para combater as adversidades, como em outros momentos históricos semelhantes. “Que bicho é que nos mordeu?” é 64
uma expressão normalmente usada para caracterizar alguém que, de forma súbita e insólita, teve uma guinada perante uma determinada situação. Foi este espírito de inconformismo que norteou o desejo de criar um plano cultural que, com todas as regras de acautelamento salvaguardadas, manifestasse uma vontade de oferecer às comunidades das freguesias do concelho de Tondela o melhor de cada um de nós, dentro dos limites que esta pandemia ainda oferece. A parceria entre a ACERT e o Município foi desenhada para proporcionar às populações do concelho de Tondela momentos de fruição culturais, um bem que alimenta a alma e favorece as atitudes de cidadania ACERT · OUT. A DEZ. 2020
FOTOS: RUI COIMBRA
Que Bicho é que nos Mordeu? foi um projeto de dinamização cultural das 19 freguesias do concelho de Tondela promovido pelo Município de Tondela em parceria com a ACERT e com a participação da Casa do Povo de Tondela e a Sociedade Filarmónica Tondelense.
QUE BICHO É QUE NOS MORDEU?
responsável e ativa que terão de perdurar sem facilitismo imprudente. De 25 de julho a 30 de agosto, o Trigo Limpo teatro ACERT participou neste programa, que resultou inicialmente de uma sua proposta ao Município, que logo adquiriu um caráter mais abrangente e suscitou apoio para o desenvolver. Foi assim que o Trigo Limpo teatro ACERT circulou com três das suas criações artísticas, apresentando igualmente uma larga dezena de curtas intervenções de rua que envolveram dezenas de grupos e artistas que, em distintas áreas, num gesto também solidário perante os criadores que sofreram as pesadas consequências da situação em que vivemos.
Foram muitas as apresentações e cerca de 3.000 espectadores de todas as freguesias que transmitiram, com a sua presença, momentos mágicos de partilha junto aos seus rios, nas suas matas, nos adros das escolas e 66
em outros espaços públicos que ganharam uma outra dimensão de beleza pelo cuidado com que os desenhos de luz neles habitaram. A ACERT manifesta a sua gratidão ao público das freguesias e a todos quantos, em cada freguesia, contribuíram para o êxito de cada apresentação. Fazer esta emocionante expedição cultural com a participação da Sociedade Filarmónica Tondelense e com o Coro Polifónico da Casa do Povo de Tondela, parceiros da ACERT de muitas aventuras, um contentamento que comprova a força e união das estruturas que fomentam as artes no nosso território. O programa não ficou completo. A evolução da situação pandémica resultante da Covid-19, no concelho, na região e no país, obrigou a que as apresentações previstas para o fim de semana de 26 e 27 de setembro, tivessem que ser canceladas, prevendo-se um reagendamento oportuno. ACERT · OUT. A DEZ. 2020
FOTOS: RUI COIMBRA
UM NOVO PROJETO NA ACERT
O Estúdio É Teu é um canal que se destina à divulgação de artistas que atuem na cena musical portuguesa (e não só). A ser gravada em Tondela, cada sessão será dedicada a um artista convidado, que terá ao seu dispor os estúdios da ACERT para apresentação de um tema, que será captado em áudio e vídeo e divulgado no canal do Youtube. Aliando o gosto pela música e o desejo de dinamizar Tondela e reafirmar a ACERT como um espaço de enorme relevância cultural na região, o canal não fará distinção de géneros musicais, sendo o único critério haver em cada um dos artistas convidados um manifesto respeito pela música. O Estúdio É Teu, o prazer é nosso.
15 janeiro Giovani Pereira “burning in fever” 15 fevereiro: Pedro Almiro “cá se anda” 15 março: A Incerteza do Trio Certo “canção épica” 15 abril: Miguel Cordeiro “um outro lugar” 15 maio: Vau “la vie” 15 junho: Alejandro Mundaca “tema libre no. 2” (Violeta Parra) 15 julho: José Pedro Pinto “Keep an ear out for tomorrow” 15 agosto: Azevedo “sol e manha” 15 setembro: Luísa Vieira “verdade do silêncio” Subscreve o canal "O Estúdio É Teu" no Youtube.
No dia 15 de cada mês o Estúdio é Teu publica no youtube um vídeo gravado nos estúdios da ACERT. 68
Novos vídeos em outubro, novembro e dezembro. Os artistas e músicos interessados em participar em futuras sessões, podem contactar através de oestudioeteu@gmail.com.
ACERT · OUT. A DEZ. 2020
© DANIEL NUNES
© TIAGO MACHADO
Um disco Debaixo d’olho
Canções do Pós-Guerra Samuel Úria
Editor: Valentim de Carvalho
O título parece clamar pela memória de algum conflito mais antigo, mas estas Canções do Pós-Guerra não cantam a matéria dos livros de História, antes convocam as muitas guerras em que nos vamos metendo e as outras, as que nos apanham sem que queiramos – ou possamos – lutar. Assim é o novo disco de Samuel Úria, atravessado por um rock que junta a terra aos riffs, que cruza canção de protesto com introspecção e que nem esquece a alma dos blues. Entre derivas sobre o estado do mundo, reflexões serenas sobre a idade que vai chegando ao corpo e momentos que podem chegar a ser hinos de um presente desorientado, precário, mas ainda assim com vontade de se rir de si próprio, há espaço para canções intimistas e delicadas. É o caso de “O Muro”, elegia às dificuldades de comunicação, toada para o gesto automático de proteger o coração com
barreiras várias, mesmo quando o que se quer é deixá-lo exposto ao sol: “É justo que pouco me entendas, então/ Andei a mentir, nasci pedra afinal/ Não é desdém, é resguardo beirão/ É só.” Samuel Úria é uma das glórias de Tondela, mas será sobretudo do mundo, do tempo, do hoje a olhar para o futuro sem perder os pés na terra de ontem, nem a vontade de enfiar as barbatanas e ver o que nos reservam as inundações de amanhã (“Venha o rodízio do veneno/ antes que aqui nos caia o pano”, ouve-se em “Fica Aquém”). Como se canta neste novo disco, em modo de dilúvio bíblico ou de apocalipse social e ambiental, essas inundações estão aí, ao virar dos dias, e o melhor é prepararmo-nos. Sem outras armas ou barragens que aguentem, mais vale cantar. — SFC
Um livro Debaixo d’olho
Balada para Sophie
Filipe Melo e Juan Cavia Editor: Tinta da China
Depois da saga de As Aventuras de Dog Mendonça e Pizzaboy, dos Vampiros que mergulharam na Guerra Colonial e de Comer/Beber, a dupla Filipe Melo e Juan Cavia regressa à banda desenhada com um livro onde a música tem um papel estruturante. A narrativa de Balada Para Sophie atravessa a história de França desde os anos 30 até ao fim do século XX, cruzando a história de dois pianistas cujas vidas foram tropeçando uma na outra de modos mais ou menos acidentais. A história centra-se na música e nos desejos de sucesso e reconhecimento a ela associados, mas não se furta a convocar outros elementos, nomeadamente a eclosão da II Guerra Mundial e os seus ecos profundos na Europa. Os fios vão-se puxando com flashbacks que iluminam o presente de um dos pianistas, já velho, desencantado com a vida e aparentemente sem vontade de a parti-
lhar. Será uma jornalista a puxá-los, levando a leitura para a juventude de Julien Dubois, o músico que ganhou popularidade com concertos e gravações de gosto duvidoso, trocando a música erudita pelos sucessos de audição rápida. Nesse caminho, foram-se acumulando rancores e arrependimentos, a matéria que agora desencadeará este olhar para trás, que é também um olhar para o presente – esse tempo sempre eterno – e para as possibilidades de o redefinir. Num traço fisionomicamente expressivo, com um trabalho de cor que ajuda a definir diferentes momentos narrativos, Juan Cavia dá corpo a esta história usando planos que convocam frequentemente a linguagem do cinema. E do lado de cá das pranchas, rendemo-nos a esse olhar cinematográfico, avançando nesta história que é de rememoração, mas também de esperança e alguma redenção. — SFC
FORMAÇÃO
Cursos on-line de inglês para crianças e jovens International House na ACERT Chegada à altura de iniciar mais um ano letivo, com as respetivas contingências a que a pandemia do novo Coronavírus, COVID-19, obriga, a Internacional House decidiu ministrar as aulas de inglês via on-line.
É igualmente importante, para nós, que continuemos a proporcionar/ lecionar aulas com a mais alta qualidade, facilitando o progresso dos alunos através de uma metodologia focada na comunicação.
Atendendo ao que tem vindo a acontecer noutros países da Europa, acreditamos que as aulas on-line diminuem o risco de infeção e também a possibilidade de uma interrupção forçada das atividades letivas caso seja identificado um surto de Covid-19.
Voltaremos às aulas presenciais assim que seja possível uma experiência dentro da sala de aula semelhante à realidade pré pandemia e em segurança sem todos os obstáculos colocados pela pandemia de Covid-19.
FORMAÇÃO
Núcleos da ACERT
Os núcleos da ACERT de Basquetebol, Escalada e Karaté preveem manter as suas atividades durante o presente ano. Tendo em conta as restrições que ainda vivemos por via da pandemia originada pela Covid-19 e face às alterações na utilização das instalações desportivas municipais, aguardamos permissão para utilização, respeitando as orientações da DGS.
A ASSOCIAÇÃO CULTURAL E RECREATIVA DE TONDELA
Corpos sociais Assembleia Geral Presidente: Luís Henrique P. Bráz Marques 1º Sec.: Carlos A. Teles de Figueiredo 2º Sec.: Margarida Amélia G. R. e Melo
Conselho Fiscal Presidente: Pedro Emanuel M. Gonçalves 1º. Sec.: António Elísio Miranda Lindo 2º. Sec.: Maria Lizete C. Lemos
Direção Presidente: Luís Gonzaga Tenreiro da Cruz Vice-Pres.: José Manuel M. S. Tavares 1º. Tes.: Pompeu José O. Cortez 2º. Tes.: Carlos Alberto Antunes Silva 1º. Sec.: Maria Irene Henriques Pais 2º. Sec.: Carlos Gustavo D. Figueiredo 1º. Vog.: Paulo Fernando F. Santos Neto 2º. Vog.: Miguel Agostinho Beco P. Cardoso 3º. Vog.: Ricardo Miguel T. Chaves Ferreira
Trigo Limpo teatro ACERT Direção Artística: José Rui Martins e Pompeu José Elenco Permanente: António Rebelo, Ilda Teixeira, José Rui Martins, Pedro Sousa, Pompeu José, Raquel Costa e Sandra Santos
Núcleos da ACERT Coordenador do N. Basquetebol: João Brás Coordenadores do N. de Escalada: Cláudio Lima e Nélson Cunha Coordenador do N. de Karaté: Ricardo Chaves
Programação Equipa de Coordenação: Ilda Teixeira, José Rui Martins e Marta Costa Equipa Técnica: Luís Viegas e Paulo Neto Produção: Marta Costa e Rui Coimbra Gestão e Tesouraria: Pompeu José e Rui Vale Secretariado: Paula Pereira Comunicação: Gustavo Dinis, Rui Coimbra e Zetavares Limpeza: Efigénia Arede
Agenda Edição: Sara Figueiredo Costa Paginação: Zétavares e Rui Coimbra Produção gráfica e acabamento: Rainho & Neves, L.da
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ACERT · OUT. A DEZ. 2020
INFORMAÇÃO E HORÁRIOS
Preços
Horários
Admissão de Associados
Secretaria e Tesouraria
Pagamento de uma joia de 0,50 € e uma quota semestral de 7,50 €
09:30 às 13:00 e das 14:00 às 18:00
Associados (e equiparados) Preço de Associado da ACERT e/ou sócio das entidades seguintes: Cine Clube de Viseu; d’Orfeu Associação Cultural; Viriato Teatro Municipal; Teatro Aveirense; Sindicato dos Trabalhadores das Empresas do Grupo da Caixa Geral de Depósitos;
Descontos
Bar Acert Seg a sexta: 16:00 às 23:00 Sábado: 16:00 às 23:00 Encerra ao domingo
Reservas Neste período de contingência não se efetuam reservas, ver texto na pág. 4
Estudantes, Reformados, Portadores de Cartão Jovem e Cartão Jovem Municipal.
FINTA, Festival Internacional de teatro ACERT
Preço de Família
Caderneta: 20€ / Associados: 15€ Bilhete: 7,5 € / Associados: 5€ Descontos: 6€ / Desempregado: 2,5€
Num agregado familiar com 3 ou mais pessoas, um dos filhos, desde que menor de 12 anos, não paga.
Auditórios*
Novas Regras Covid-19 Ver texto na pág. 4.
Bilhete: 7,5 € / Associados: 5€ Descontos: 6€ / Desempregado: 2,5€ Espetáculos público escolar: 2€.
NU Palco Bilhete: 5 € / Associados: 3€ Descontos: 4€ / Desempregado: 2,5€
Crianças Apenas para espetáculo infanto-juvenis: Gratuito dos 0 a 3 anos. Dos 3 aos 12 anos: 2€.
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ANTEVISÃO
Pranto de Maria Parda
Produção: Teatro Nacional D. Maria II De Gil Vicente Encenação Miguel Fragata Projeto Próxima cena O BPI e a Fundação ”la Caixa” são mecenas do projeto Próxima Cena.
Estreia em Tondela, no âmbito das comemorações do Dia Mundial do Teatro em 2021