JAN FEV MAR ‘14 ANTES DE ABRIL
PROGRAMAÇÃO CULTURAL DO NOVO CICLO ACERT / TONDELA INFORMAÇÃO ASSOCIATIVA
JANEIRO FEVEREIRO MARÇO 2014
APOIOS
A ACERT É UMA ESTRUTURA FINANCIADA POR
MECENAS
CO-FINANCIAMENTO
Edição ACERT Associação Cultural e Recreativa de Tondela R. Dr Ricardo Mota; 3460-613 Tondela 232 814 400 geral@acert.pt www.acert.pt Edição 2.000 exemplares Dezembro 2013 impressão e acabamento: Organi
ACERT, 2014 de Abril E assim vamos celebrar ABRIL, com o que melhor sabemos fazer, convocando o público para o celebrar connosco. Muitas iniciativas acontecerão este ano, muito se escreverá, muitos serão convocados para isso. Os testemunhos escritos provocarão conversas por escrever. E muitas conversas vão acontecer, todos os trimestres. Para coordenar este projeto de escrita e do que dele poderá sair, convidámos João Luís Oliva, alimentador da plataforma giratória de afectos em que a ACERT se tem transformado. Debates, exposições, artes de palco, publicações, de tudo se (re)fará Abril.
ABRIL É HOJE, 40 ANOS DEPOIS Abril – aquele Abril – foi já há quarenta anos… Lembrar e celebrar Abril é, para a ACERT, obrigatório. Ela, que nasceu, cresceu e vive – sobretudo vive – no horizonte de liberdade e vida que os acontecimentos de então proporcionaram. Mas atenção! Sem programar comemoracionismos ocos e de conveniente obrigação institucional; sem assinalar efemérides saudosistas que se esgotam na evocação ritualista do passado; sem participar na redacção de um capítulo da “história dos vencedores”, cronista tentação, comum e acrítica. Lembrar e celebrar Abril é, para a ACERT, pôr em prática durante o ano de 2014 um conjunto de realizações culturais – afinal, o seu âmbito e objecto – que se referenciem com a marcha do progresso humano de que essa data é, no espaço português, momento marcante; como o foram, de há dois séculos para cá, Agosto/Setembro de 1820 e Outubro de 1910. Mas Abril de 1974 está mais perto… e foi vivido por muitos de nós. O que não quer dizer que o envolvimento nessa celebração se resuma aos seus contemporâneos. Nas mostras criativas, através de exposições e artes de palco, bem como no debate de ideias, convocamos testemunhos e registamos envolvimentos estéticos dessa altura; mas considerámos indispensável a participação de quem nasceu depois e nos ensina Abril de muitas outras e diversas maneiras. Enfim, o tempo e o modo… Porque Abril é hoje, quarenta anos também depois. E porque Abril teve, é certo, protagonistas. Mas não tem donos. Lembrar e celebrar Abril é viver o quotidiano de liberdade, é reactualizar os princípios que lhe dão corpo, é agir nos momentos em que esses princípios são postos em causa; e estamos a viver um deles… É assim que queremos lembrar e celebrar um dos marcos mais presentes de um interminável caminho: o da história, em direcção ao encontro solidário e universal de todos nós.
2013 em revista ACERT — um 2013 a fazer da cultura coração A ACERT regozija-se por ultrapassar as 5.000 fãs no Facebook, mas quer aumentar o número dos seus sócios. Faça-lhe a vontade. Deixamos aqui o testemunho um pouco do que que foi, a ACERT, no ano de 2013. O “Azar’13” – Queima e Rebentamento do Judas, um ícone impar da nossa região contou com mais de uma centena de participantes e milhares de espectadores. Juntos, na construção, no exorcizar de males numa queima e rebentamento. Há quem diga que o “Judas não é Judas sem chuva!” Uma semana árdua e entusiasmante… prevíamos que, este ano se afogasse, mas, naquela habitual “aberta” que nos concede a noite, acabou por rebentar… Entretanto, iniciaram-se os trabalhos de montagem e produção de uma nova viagem …uma ousadia criativa onde investimos energias e recursos. Momento de sonho partilhado, rumando contra a maré. Mais um sonho palmilhando terras, arrebatando generosos marinheiros locais. “A
Viagem do Elefante” de José Saramago e as pegadas deixadas por Salomão não teriam sido possíveis sem o apoio da Fundação José Saramago, da Flor de Jara, de todos os municípios por onde Salomão viajou e as populações de cada localidade a que se juntaram milhares de espectadores. A primeira etapa está concluída, mas em 2014 a viagem tomará novos rumos. Por entre as pegadas de “A Viagem do Elefante”, o Trigo Limpo estreou um espetáculo para o público infanto-juvenil “Faz de Conta” e apresentou as várias produções em digressão por todo o país, num total de mais de 60 apresentações. Seguiu-se o Tom de Festa, Festival de Músicas do Mundo. Na sua 23ª Edição, a começar com um dos mais virtuosos músicos da atualidade, Richard Bona, e a terminar com Dead Combo, contando com outros grupos/artistas de eleição. Foi mais um grande momento com as portas escancaradas para a comunidade, para os visitantes de todos os cantos do país, com en(cantos) e abraços multiculturais dirigidos ao mundo…
E, enquanto o elefante Salomão hiberna e se abastece para a viagem do próximo ano, 2013 recebe mais uma edição do FINTA – 19º Festival Internacional de Teatro da ACERT. Foi a festa do teatro com o Chevére, Jangada Teatro, A Barraca, Projecto Llull, d’Orfeu, Teatro Novo do Brasil, Zunzum Associação Cultural…as exposições, debates e, particularmente, o nosso público que encheu com os seus mimos e aplausos um Novo Ciclo ACERT que é a sua casa. E as digressões dos vários espetáculos de norte a sul do país, associada a uma constante programação com assinaláveis momentos de grupos e artistas, parcerias e apoiantes que à ACERT se associam porque o público merece o melhor. Neste final de ano, a 10 de Dezembro, junto da oliveira que guarda as cinzas de José Saramago, uma pegada do elefante marca monumentalmente a passagem do Trigo Limpo e de Tondela em Lisboa. Um sinal de reconhecimento pela parceria amistosa da Fundação José Saramago. No dia 18 de Dezembro, apagaram-se 37 belas memórias da estreia do primeiro espetáculo do, então, Grupo de Teatro Amador Trigo Limpo, génese da ACERT.
Mas, para que esta informação não cheire a testamento, preparem-se para mais uma surpreendente estreia. É já a 18 de Janeiro de 2014. “O Fascismos dos Bons Homens” combina a escrita de Valter Hugo Mãe com uma encenação e interpretações que não prescindem da vossa presença. Até lá, continuem a viver com a ACERT momentos de felicidade que desejamos poderem contribuir para uma passagem de ano cheia de cultura, solidariedade, luta e compromisso cívico que construa um país inclusivo, soberano e dono do seu próprio destino. Juntos continuaremos a fazer da ACERT uma grande casa, a vossa casa… um espaço de partilha de sonhos, inquietações e inconformismo para não “embandeirar em arco”, demonstrando que a genuinidade e a coerência são valores inalienáveis. Sem vocês, isto não poderia ter acontecido e, diríamos mesmo, não teria graça. BOM ANO deseja esta vossa ACERT! www.acert.pt www.facebook.com/acert.pt
programação
Foto de Carlos Teles final do concerto de Richard Bona no Tom de Festa 2013
Estreia Teatro / 18 e 25 de janeiro
antes de abril /
o fascismo dos bons homens Trigo Limpo Teatro ACERT
a partir de ‘a máquina de fazer espanhóis’ de valter hugo mãe Existir, por si só, é fazer parte disto? “A máquina de fazer espanhóis” de valter hugo mãe é, já por si, um retrato da nossa portugalidade. Na situação que vivemos atualmente o texto ganha ainda mais sentido e mais sentidos. E é uma ferramenta espetacular, um ponto de partida único e motivador para quem, como nós, adora contar histórias.
Foto: Carlos Teles
O Trigo Limpo teatro ACERT, ao colocar em cena um espetáculo baseado neste texto pretende, não só, contar a história de António Silva, personagem central e narrador do romance, mas também a do lar “A Feliz Idade”, o nosso lar, o nosso Portugal de agora mas antigo, por vezes, muito antigo mesmo… Entre o trágico e o cómico, esta aventura de final de vida ganha, em palco, uma dimensão que nos remete novamente para o mundo do “faz de conta”, essa fantástica brincadeira que, em pequenos nos permite “reinar” e, já adultos, nos reaproxima da menoridade. Tudo isto atravessado de poesia. Personificada no Esteves. O Esteves sem metafísica da Tabacaria de Fernando Pessoa que, a determinada altura questiona os seus companheiros:
- Que me dizem a isto? Digam-me se não é a violência na terceira idade. Isto é violência na terceira idade. O grupo de sete atores que constrói o espetáculo tem trinta e seis anos de média de idades o que nos lança um desafio acrescido de trabalho sobre a memória e a antevisão. A memória de um tempo passado, que a maioria de nós não viveu, e a antevisão de um outro tempo futuro, que normalmente se pretende distante e longínquo. O tempo presente, o da ação teatral, fica naturalmente limitado por esse duplo desafio, lembrando-nos hoje, a cada instante, o ontem e o amanhã… e provocando-nos uma mistura de sentimentos marcante para as personagens que interpretamos. Adaptação e encenação - Pompeu José Cenografia - Zétavares e Pompeu José Música - Filipe Melo Interpretação - António Rebelo, Hugo Gonzalez, João Silva, Pedro Sousa, Pompeu José, Raquel Costa e Sandra Santos
DO TEXTO (…) Cristiano Silva Quando dizemos que antigamente é que era bom estamos só a ter saudades. É uma saudade de nós próprios, e não exatamente do regime e menos ainda de Salazar. António Silva Isso faz de nós bons homens? Cristiano Silva Claro que somos bons homens, ó senhor Silva, temos saudades, porque somos velhos. O fascismo dos bons homens. Pereira Como diz? Cristiano Silva O fascismo dos bons homens. É o que para aí abunda. Já quase não faz mal a ninguém e não é para prejudicar. Mas é um sentimento que fica escondido, à boca fechada, porque sabemos que talvez não devesse existir, mas existe porque o passado, neste sentido, é mais forte do que nós. Quem fomos há-de sempre estar contido em quem somos, por mais que mudemos ou aprendamos coisas novas. António Silva Haviam todas as coisas de ser de comer. Tudo. Carros e casas haviam de ser de comer. E no momento em que estivéssemos para morrer comíamos tudo e depositávamos no testamento o
monte de merda que dali resultasse. Comíamos tudo, e deixávamos um grande monte de merda que, se quisessem vê-lo transformado novamente em casas e carros, teriam de usar para estrumar os campos e depois plantar e regar e tomar conta e depois colher até venderem laranjas das boas como antigamente se fazia no país inteiro. (…)
Auditório 1 Sábado, 18 janeiro de 2014, às 21:45 (estreia) Sábado, 25 janeiro de 2014, às 21:45 Preço: 7,50€ / 5€ Associados / 6€ Descontos 16 janeiro, às 10:30 e 14:30 - Público escolar 17 janeiro, às 10:30 - Público escolar 23 janeiro , às 10:30 e 14:30 - Público escolar 24 janeiro, às 10:30 - Público escolar Preço: 2€ M/12 · 75 min Mais informações: www.acert.pt/trigolimpo
Café concerto / 18 de janeiro
antes de abril /
Fast Eddie Nelson Concerto incitador de ‘harmonias pesadas’. Oriundo do Barreiro, Fast Eddie Nelson tem vindo a editar e atuar de forma consistente desde o início dos anos 90. Seja em bandas como Gasoline, The Sullens, Los Santeros, Big River Johnson ou Fast Eddie & the Riverside Monkeys, como em nome individual. Em 2012 editou ‘Nuff Said’ um EP, no qual explorava a fronteira muitas vezes ténue entre os Blues, o Bluegrass e o Rock’n’Roll, trabalho discográfico digno de destaque em várias publicações nacionais e internacionais. Depois de um período de grande atividade, no qual foi membro integrante da Restless Tour (com Sam Alone, Fellow Man e Roy
Duke), participou no Festival 1 Man Band e atuou proliferamente em festivais em Portugal e Espanha. Apresenta agora ‘There’s no Place like Nowhere…’ um disco que tem como objetivo mergulhar nas origens das músicas do séc. XX de uma forma crua e livre. Fast Eddie Nelson · Fernando P Neto · Sisley Waddington Sábado, 18 de janeiro de 2014, às 23:30 Bar Novo Ciclo ACERT · Entrada gratuita www.facebook.com/fasteddie.nelson
Teatro / 3路4路5 de fevereiro
antes de abril /
Faz de Conta
Trigo Limpo teatro ACERT
De várias histórias é feito o “faz de conta”.
Foto: carlos Teles
Uma criação do Trigo Limpo teatro ACERT para apresentar no âmbito do Serviço Educativo para o público infanto-juvenil. Um espetáculo que respira sem necessitar de recursos que o confinem ao palco. Uma atriz com muitas personagens na bagagem, recria ambientes de poesia mágica pintalgados de um humor, que encanta pela espontaneidade subtil com que os espectadores atravessam o absurdo das situações teatrais que lhe são propostas. Depois do percurso por muitos locais não convencionais (bibliotecas, salas de aula…) regressa ao palco que lhe devolve a magia da caixa preta. Uma produção direcionada para os alunos dos jardins-de-infância, primeiro e segundo ciclos. A língua portuguesa continua a ser protagonista, procurando o incentivo à leitura e aos processos de dramatização que, a partir da função, podem ser recriados pelos educadores. Um espetáculo de bichos pequenos, pensado para gente pequena que vai ser grande e para grandes que pequenos já foram. No faz de conta, há bichos que, embora
não saibam, também fazem de conta… A joaninha voa voa mas raramente vai para Lisboa. A pulga viaja por vários países e decide assentar arraiais em Portugal. O cão que faz o pino e é um grande dançarino. A centopeia que tem um grave problema. E também um escaravelho que não gosta que o chamem assim… um bicho-da-seda que provoca uma grande confusão. E até uma traça que é vaidosa e escreve com erros… um grilo que é escrivão e, no final, uma grande manifestação! A partir de: “Bichos-Faz-de-Conta” de Maria da Conceição Sousa Vicente; “Uma Perfeição de Cão” de Maria Cândida Mendonça; “Histórias Pequenas de Bichos Pequenos” de Álvaro Magalhães. Dramaturgia, encenação, figurinos e representação: Raquel Costa / Cenografia: Raquel Costa e Pompeu José / Desenho de Luz: Luís Viegas 3, 4 e 5 de fevereiro de 2014, às 10:00 e 14:30 Público escolar Auditório 2 Preço: 2€ M/4 · 45 min. Mais informações: www.acert.pt/trigolimpo
M煤sica e Poesia / 6路7 e 20 de fevereiro antes de abril /
20 Dizer
Trigo Limpo teatro ACERT
A palavra dita e musicada com emoções à flor da pele Um duo com muita gente dentro José Rui Martins e Luísa Vieira partilham o palco num exercício de comunicação, explorando a musicalidade da palavra e a simplicidade de dar voz a seduções emotivas. Dezenas de espetáculos realizados em 2013 não provam mais nada que não seja o prazer de fazer de cada palco um espaço de relação emotiva, com audiências que saboreiam um duo com muita gente dentro. Palavras de sabor poético ditas e musicadas têm invadido salas de aula, bares, hospitais. No palco, momentos íntimos e despretensiosos espalham recados de indignação, de carinho pelos segredos da vida e por uma felicidade de compartir desassossegos.
Foto: Ricardo Chaves
Sessões especiais para comunidade escolar nas quais se aborda também a importância do humor nos processos de aprendizagem, num diálogo permanente com alunos e professores. Poesia ambulante? Música à solta? Tão somente, palavras e sonoridade cruzadas por um duo que naturalmente teatraliza situações e sentimentos sinceramente expressos.
“Tão depressa estamos no calor sensual do Brasil, como na quente África, como também no Portugal do povo. Impressionam as palavras, e impressionam quando tantas são tão rapidamente soltas e engrenam na seguinte sem esquecer a importância da anterior. A boa disposição entremeada com a eloquência, a tenacidade, a singeleza, fazem deste espetáculo, mesmo que para alguns pareça “à fussanga”, um belo espetáculo da Portugalidade, visto por bons corações.” – Agostinho da Silva José Rui Martins: Direção Artística, textos e declamação Luísa Vieira: Arranjos, voz, flauta e m’bira Luís Viegas e Paulo Neto: Som e luz João Paulo Martins: Gravação e mistura 6 e 20 de fevereiro às 10:30 e 14:30 7 de fevereiro, às 10:30 Sessões especiais para comunidade educativa Auditório 2 M/ 12 | 60 min. Preço: 2€ Mais informações: www.acert.pt/trigolimpo
Concerto / 8 de fevereiro
antes de abril /
Galandum Galundaina Um dos grupos de referência da música tradicional portuguesa.
Foto: Manuel Teles
Galandum Galundaina é um grupo de música tradicional mirandesa criado com o objetivo de recolher, investigar e divulgar o património musical, as danças e a língua das terras de Miranda. Em 15 anos de existência o grupo desenvolveu vários trabalhos. Para além da edição de três discos e do DVD ao vivo. Também são de sua responsabilidade a padronização da gaita-de-foles mirandesa e a organização do Festival Itinerante de Cultura Tradicional “L Burro i l Gueiteiro”. Ao longo dos últimos anos o grupo interessou-se pela construção de instrumentos musicais de raiz tradicional e atualmente grande parte dos instrumentos usados em concerto são da sua autoria. Os elementos do grupo nasceram e cresceram em Terras de Miranda (Fonte de Aldeia e Sendim) onde adquiriram conhecimento direto da música que interpretam através do ambiente familiar, do convívio com os velhos gaiteiros, e da consulta de velhas gravações. Além da tradição musical familiar,
os elementos do grupo têm também formação académica na área da música. Os instrumentos usados são réplicas dos originais e mantém o aspeto e a sonoridade dos mesmos. Paulo Preto - voz, sanfona, gaita-de-fole mirandesa, gaita sanabresa, dulçaina, flauta pastoril e tamboril. Paulo Meirinhos - voz, bombo, rabel, gaita-de-fole galega, realejo, garrafa, gaita-de-fole mirandesa, castanholas, pandeireta, pandeiro mirandês, triângulo. Alexandre Meirinhos - voz, caixa de guerra, bombo, bendir, almofariz, chacalacas, cântaro, pandeiro mirandês. Manuel Meirinhos - voz, flauta pastoril, tamboril, flauta de osso, kaval, flauta transversal, bombo, pandeiro mirandês, tracanholas, charrascas. Sábado, 8 de fevereiro de 2014, às 21:45 Auditório 1 Preço: 7,50€ / 5€ Associados / 6€ Descontos Mais informações: www.galandum.co.pt
Teatro / 15 de fevereiro
antes de abril /
O Meu Pai é um Homem Pássaro Teatroesfera
A eleição do onírico e do humor num espetáculo surpreendente. Um texto de um dos escritores britânicos contemporâneos mais aclamados na escrita infanto‑juvenil, tendo sido premiado com o Carnegie Medal e o Whitebread Children´s Book Award.
Foto: DR
João Ricardo, cofundador do Teatroesfera, que assina este espetáculo “O meu Pai é um Homem-Pássaro” é conhecido do grande público não só pelas personagens divertidas de reflexão social que nos divertem, como também pelas suas encenações, criação de imagens oníricas e pela sensibilidade com que cruza o sentimento e o humor. O universo cenográfico de Ana Sofia Gonçalves desperta a nossa memória de infância enquanto desafia a dos mais jovens. O Teatroesfera é uma companhia profissional, fundada em 1995, sedeada em Monte-Abraão – Queluz, que produz também regularmente espetáculos para crianças que têm como principal preocupação divulgar a carta dos Direitos Humanos e o respeito e o equilíbrio entre o Homem e a Natureza. Elege o humor como veículo primordial na relação com o público e estimula a vontade de aprender a crescer e ser feliz. Autor: David Almond; Encenação: João Ricardo;
Cenografia, Figurinos e Cartaz: Ana Sofia Gonçalves; Interpretação: Carolina Salles, José Graça, Paula Sousa, Pedro Filipe Mendes e Tiago Ortis; Tradução: Tiago Ortis; Iluminação: El Duplo; Execução do Cenário: José Graça; Execução Do Guarda-Roupa: Maria dos Prazeres; Cabeleiras: Pessoa Júnior; Operação De Luz e Som: João Oom; Direção de Produção: Tiago Ortis; Assistente De Produção: Ana Pestana; Co-Produção: Teatroesfera e Teatro da Terra Sábado, 15 de fevereiro de 2014, às 21:45 Preço: 7,50€ / 5€ Associados / 6€ Descontos Sexta, 14 de fevereiro às 10h e 14:30 – Público escolar Preço: 2€ M/4 · 60 min Mais informações: http://teatroesfera.blogspot.pt
Café concerto / 21 de fevereiro
antes de abril /
Hot Pink Abuse A diversidade da origem musical de cada músico originando uma mestiçagem sonora com patente. A história de Hot Pink Abuse começou a escrever-se em 2007, mas muitas são as páginas que se podem ler sobre este coletivo portuense, com raízes tão interculturais e geograficamente tão distantes. Vítor Moreira, um dos fundadores da banda, iniciou os seus estudos musicais na Alemanha, com seis anos de idade. Dedica a sua vida profissional e académica à música. Geraldo Eanes, o outro membro da base inicial, é designer gráfico e a sua trajetória musical foi construída no rock industrial. Ricardo Neto é oriundo de uma família de músicos, fez formação na escola de Jazz do Porto e aventurou-se em vários solos, até mesmo no metal. Rebecca Moradalizadeh é vocalista e letrista dos Hot Pink Abuse. Com formação em Artes Plásticas, nasceu
em Londres, mas é com passaporte luso-iraniano que se apresenta agora aos comandos da banda. Esta diversidade de percursos e características individuais revela‑se decisiva na construção de uma identidade musical que articula a linguagem da música eletrónica, da pop e do rock. Soraia Martins / Vítor Moreira / Geraldo Eanes / Ricardo Neto / Rebecca Moradalizadeh Sexta, 21 de fevereiro 2014, às 22.30h Bar Novo Ciclo ACERT / Entrada gratuita Mais informações: http://hotpinkabuse.wix.com
Workshop / 22 de fevereiro
antes de abril /
Workshop / 22 de fevereiro
antes de abril /
Workshop {22 fevereiro antes de abril ]
workshop 40 anos de democracia 0 25 de Abril e a europa 2020
Será possível gerar uma participação de grandes grupos na tomada de decisão? Em parceria com a Associação Portuguesa de Criatividade e Inovação – Apgico, com o apoio da Associação 25 de Abril e da Confederação Portuguesa das Coletividades de Cultura, Recreio e Desporto e o Centro Cívico de Viseu. Esta sessão pretende ser, em si própria, uma demonstração de como é possível gerar uma participação de grandes grupos na tomada de decisão, em tempo útil e com a implicação de todos. O presente projeto pretende levar a cabo ações coletivas que influenciem o discurso e a prática política, em Portugal e na Europa, no sentido da reposição dos valores originais do 25 de Abril. Para isso pretende tirar partido da colaboração entre elementos da sociedade civil que, de uma forma ou de outra, com mais ou menos visibilidade, contribuem desinteressada e ativamente para a promoção dos
melhores valores da cidadania e da participação qualitativa na sociedade em que se inserem e que transformam. A Europa e a jovem democracia portuguesa atravessam um período problemático, em que o afastamento entre os organismos representativos e a base de que provêm é cada vez maior. Apesar de toda a liberdade de expressão e possibilidades de ligação, permitidas pelas estruturas de governança existentes e pelas novas tecnologias, o cidadão afasta‑se cada vez mais da vida política e cívica, isolando-se no seu desânimo e frustração. E porque a prática política partidária se encontra cada vez mais distante dos valores que presidiram à instauração da democracia em Portugal e à formação da Comunidade Europeia, o cidadão deposita cada vez menos confiança quanto à capacidade do seu voto influenciar
positivamente o futuro, procurando novas formas de recriar uma democracia que não se esgote nos partidos. Torna-se, assim, importante recuperar os valores que estiveram na base do 25 de Abril, de entrega desinteressada à vida pública e de criação das condições para que os cidadãos participem coletivamente nas decisões que lhes dizem respeito. Para isso torna‑se necessário demonstrar que é possível animar as pessoas a unirem‑se na criação de algo benéfico para o coletivo e não, apenas, na realização de manifestações de protesto, petições ou rotação dos poderes partidários, com o consequente aumento da fragmentação da sociedade. Por isso, pensamos que o 40º aniversário pode ajudar a criar um consenso nacional sobre a democracia que queremos, para nós e para a Europa, constituindo objetivo suficiente para reunir as pessoas e envolver a juventude numa festa da celebração, pensada e planeada pela sociedade civil, congregada à volta de pessoas de referência e das associações locais de cultura, desporto e recreio. Para a construção desse novo discurso sobre a democracia, as pessoas ligadas à arte e à cultura, sob as suas mais variadas formas, serão indispensáveis; para a articulação dos grupos de discussão
e para a divulgação da mensagem, os profissionais da comunicação social regional poderão prestar um serviço de inestimável valor. Os conhecedores dos temas europeus (união política e monetária, educação e qualificação, economia, emprego, consumo) poderão fornecer o conhecimento necessário à compreensão da realidade atual; e os responsáveis por empresas e organizações do 3º sector, poderão ser os agentes de concretização do discurso nos campos do emprego, da educação e formação, do desenvolvimento económico e do apoio social. Destinatários Propõe-se com este projeto trabalhar com as associações locais no planeamento de atividades, em conjunto com outras entidades da região, ligadas à comunicação social e à educação; ao 25 de Abril; às artes visuais e de performance, à literatura e à poesia; aos temas europeus, às empresas e aos agentes da economia social.
Sábado, 22 de fevereiro de 2014 Sala Formação / das 10:00 às 18:00 Inscrição obrigatória na secretaria da ACERT
Novo Ciclo, um espaço aberto
Concerto /
Coro e Orquestra S. Teotónio Concerto
Música Sacra reúne corais regionais O Coro e Orquestra São Teotónio é um projeto que tem um ano e meio. A Diocese de Viseu está em Sínodo. Neste contexto, surgiu a ideia de apresentar à Diocese de Viseu, no final do Sínodo, em 2015, uma estrutura para fomentar e divulgar a música sacra e litúrgica. Teve início com a junção de alguns coros, oriundos da Diocese: Lopes Morago, Coro da Sé, Coro de Abraveses, Coro Polifónico da Casa do Povo de Tondela e Clave Jovem, de Mangualde. Os instrumentistas são de várias comunidades paroquiais, onde colaboram nas celebrações litúrgicas. A apresentação pública deste projeto foi a celebração eucarística de abertura do Ano Jubilar de S. Teotónio, Padroeiro da Diocese de Viseu. Porque é um Coro e
uma Orquestra diocesanas, ficou com o nome do Padroeiro da Diocese. Actividade com organização autónoma Sábado, 22 de fevereiro de 2014 às 21:45 Auditório 1 Organização: Arciprestado de Tondela Entrada Gratuita
Março : Celebração do Dia Mundial do Teatro
Na ACERT: todo o mês de Março, em cada ano… Sempre! No início (1976), éramos um punhado de gente, empenhada em intervir socialmente com o teatro junto das comunidades. A Revolução de Abril estava ali, bem perto, e desejávamos dar-lhe também nossa voz. Com os anos, fomos aprendendo. Tivemos bons professores, ainda que, muitos deles, não o saibam. Tal a instintividade do registo… O estudo, a prática, a simplicidade e gratidão na obtenção do conhecimento… as noites e dias discutindo e fazendo… o sentir que o teatro só poderá ser autêntico quando sustentado por atos de permanente paixão e gratidão… o admitir que o palco é o local onde se celebra a vida, a poesia e as grandes inquietações da humanidade… um teatro que se continua a afirmar pela inovação imaginativa, pela necessidade da contínua relação solidária com outros
criadores, grupos e comunidade e o público, esses nossos distintos inquilinos que, inteligentemente, não resumem a sua relação com o teatro e as suas gentes ao pagamento de uma renda. Os últimos anos procuram continuar a refletir sobre esta inquietação e desassossego para atingir metas de maior exigência e, ao mesmo tempo, recuperar a ingenuidade e simplicidade do primeiro dia. É este o balancé em que vivemos, procurando transmitir determinação em vaivéns sensíveis que oscilem entre a memória e a arte de nos surpreender com a firmeza com que a atualizamos num tempo em que se exige resistência e indignação. Só assim, o teatro continua a desfrutar de uma das suas responsáveis e exigentes funções. Por isso, todos ao palco!
O Vosso Pior Pesadelo Teatro Art’Imagem
Terrorista? Gargalhada franca? Sorriso amarelo e riso libertador? Reflexão, é claro…
Sobre o autor Manuel Jorge Marmelo (1971) é um escritor e jornalista português de quem o Teatro Art’Imagem já levou à cena em 1999 uma versão cénica do seu
romance “Português, Guapo y Matador”. Recebeu em 1994 o prémio de jornalismo da Lufthansa e em 1996 a menção honrosa dos prémios Gazeta do Clube de Jornalismo/Press Club. Em 1996 inicia a sua carreira de escritor com o “Homem que Julgou Morrer/O Casal Virtual”. No ano seguinte, lança o romance “Português, Guapo y Matador”. Vencedor do Grande Prémio do Conto Camilo Castelo Branco em 2004 com a obra “O Silêncio de um Homem Só”. Texto Original - Manuel Jorge Marmelo / Direção e Encenação - José Leitão / Interpretação - Flávio Hamilton, Miguel Rosas e Pedro Carvalho / Espaço Cénico e Cenografia - José Leitão e Atores em Cena Direcção Plástica e Figurinos - Fátima Maio / Música Original - Bilan / Desenho de Luz - Leunam Ordep Produção - Sofia Leal e Daniela Pêgo Sábado, 1 de março de 2014, às 21:45 Auditório 2 Preço: 7,50€ / 5€ Associados / 6€ Descontos M/12 · 60 min. mais informações: www.teatroartimagem.org
fotografia de Nuno Ribeiro
Dentro de uma jaula está um homem ajoelhado e com as mãos presas atrás das costas, cabeça baixa. Num canto da jaula, há um balde destinado às necessidades fisiológicas do prisioneiro. A ação decorre numa prisão de alta segurança e acompanha o dia-a-dia de violência a que é sujeito um prisioneiro especial acusado de terrorismo, um comediante que não chora nem se lamenta das brutais agressões de que é vitima, corporizadas pelo soldado e oficial que ficam atónitos com a sua atitude. A peça pretende questionar a impunidade que atravessa a nossa sociedade e as muitas formas de violência que se abatem sobre os cidadãos que vivem em democracias mais ou menos duras ou em ditaduras mais ou menos democráticas... Uma encenação “Guantánamo‑teatral” onde qualquer parecença com a realidade é pura coincidência…
Teatro / 1 de marรงo
antes de abril /
CafÊ teatro / 8 de março
antes de abril /
Ibéria, a Harmonia Impossível Carlos Santiago
Foto: Mário Abreu | d’Orfeu
O humor feito de ironia e sarcasmo. Autointitulado filósofo galaico da escola do materialismo pantomímico e qual cicerone, o humorista Carlos Santiago dissertará sobre a musicomédia no espaço ibérico - implicações orelhudas e disfunções transfronteiriças - com base nos problemas de afinação política e espiritual próprios da velha Ibéria. (...) Transbordante de inteligência e frescura, o humor (às vezes ácido e vernáculo) do espectáculo conduz os espectadores através desta península de galhardias toureiras e épicas aljubarrotas (pelo menos do seu artesanato panificador), numa viagem imperdível que cruza solenidades e quotidianos, mitos sagrados e prosaicas realidades, cantábricos,
atlânticos e mediterrânicos vícios, virtudes de ventos e casamentos.(...) João Luís Oliva in: www.ruadireita.pt Interpretação: Carlos Santiago Sábado, 8 de março de 2014, às 22:30 Bar Novo Ciclo Entrada gratuita
Teatro / 15 de marรงo antes de abril /
Hamlet Fights
Versão Definitiva da Tragédia de Skakespeare Peripécia Teatro
Peripécias à volta de Shakespeare. Aliado ao pedido de várias famílias (e até pessoas em nome individual) surgiu-nos agora o desejo, as ganas, uma vontade inexplicável, de abordar um clássico. Para não estarmos com meias‑medidas, decidimos atacar diretamente o, talvez, maior dramaturgo clássico. E para não continuar com meias tintas, atacaremos também o mais longo, enigmático e controverso texto do autor isabelino: Hamlet. Hamlet, assim mesmo. Uma das obras universais mais traduzidas, representadas e filmadas. Considerada a “Mona Lisa” da Literatura, a “Esfinge da Literatura Moderna”, esta peça justificou a criação de uma revista dedicada exclusivamente a conteúdos com Ela relacionados: Hamlet Studies. (Ser ou não ser?) O que fazer? Atacaremos a obra da mesma maneira com que se empunha a espada: com força e sensibilidade. Como quem segura na mão um pequeno pássaro: apertando o suficiente para que não escape e com a delicadeza necessária para que não sufoque. Abordaremos este clássico com força criativa e fiel sensibilidade. Será uma criação onde irão contrastar
momentos genuínos da criatividade deste coletivo, com algumas cenas integrais da autoria do dramaturgo Inglês, em interpretações que levam ao palco um Hamlet clássico mas repleto de vida. Vida real. Como? (Eis a questão) Três catedráticos, doutorados, graduados e especialistas em Hamlet, sobem ao palco para defender as suas diferentes visões sobre várias problemáticas. Criação e Interpretação de: Ángel Fragua, Noelia Domínguez e Sérgio Agostinho em colaboração com: José Carlos Garcia (Cocriação, Direção e Dramaturgia) Luis Blat (Direção de Atores nas interpretações de Hamlet) / Iluminação: Paulo Neto / Sonoplastia e operação de Luz e som: Paulo Alves / Adereços e Espaço Cénico: Zetavares / Produção executiva: Sara Casal Sábado, 15 de março de 2014, às 21:45 Auditório 1 Preço: 7,50€ / 5€ Associados / 6€ Descontos mais informações: www.peripeciateatro.com
Teatro / 27 de março
antes de abril /
Comemoração Dia Mundial do Teatro
Siameses
Gambozinos e Peobardos Grupo de Teatro da Vela (+)
Vamos aos Gambozinos? Se não encontramos, seremos siameses. Esta teia é entrelaçada a partir das palavras imaginosas de Mia Couto, escritor moçambicano a quem recentemente foi atribuído o Prémio Camões. Uma mulher é amada com a mesma vontade por dois irmãos, unidos, indivisíveis, siameses. Juntos, eles são um, e contam estórias de amores de juventude com inocência indisfarçada, com ingenuidade dolorosa. Esta 10ª criação dos Gambozinos e Peobardos - grupo com raízes no Interior do país, na Vela, uma aldeia perto da cidade da Guarda - é o resultado de uma residência artística no Teatro O Bando e estreou em Dezembro de 2013 em Palmela.
Texto construído a partir do universo de contos de Mia Couto / Dramaturgia: Antónia Terrinha e João Neca Encenação: Antónia Terrinha / Interpretação: António Rebelo e Pedro Sousa / Composição musical: Tiago Pereira / Cenografia: Luís Neca / Figurinos e adereços: Adriana Ventura / Desenho de luz: Rita Louzeiro / Parceria e apoio à residência artística: Teatro o Bando Quinta, 27 de março de 2014, às 21:45 Auditório 2 Entrada gratuita mais informações www.facebook.com/gambozinosepeobardos
Teatro / 29 e 30 de marรงo
antes de abril /
Senhor Imaginário Teatro o Bando
Um regresso de memórias sempre aguardado, celebrando na ACERT os 40 anos de “O Bando”. “Toda a loja se punha a fermentar de abortos, de aleijões, de criaturas disformes como Deus as teria feito se estivesse bêbedo quando fez os seus modelos. (…) Pode dizer-se que a arte do Imaginário o cobria todo. Interposta entre ele e a nação, era através dessa arte que se realizava em harmonia a religião, a política, o riso, a ternura, os sonhos privados e os sonhos colectivos.” Partindo da criação, Auto da Purificação, estreada em 2012, o monólogo O SENHOR IMAGINÁRIO pretende reinventar o universo dos contos de Vergílio Ferreira através da personagem Jeremias, apresentada pelo ator Guilherme Noronha. Por uma vez queremos fazer parte da família desse oleiro a que Vergílio Ferreira chamou Imaginário, queremos parodiar um ridículo reduto de resistência interposto entre nós próprios, enquanto Imaginários insubmissos, e uma nação ocupada, vendida a retalho por mercadores sem escrúpulos. Aprendemos com os bonecos de barro do tal Imaginário a preconizar a igualdade pois o mais comum é ver uns tantos, poucos, habituados a olhar para baixo e os outros todos, recorrentemente, a serem obrigados a olhar para cima,
como se tivessem sido condenados a viver eternamente em baixo. Não conseguimos evitar uma visão medievalista, mas seria curioso imaginar que poderíamos ter a representação mental do paraíso na profundeza das grutas, e ter a do inferno no meio de um céu estrelado. Se não damos mais voz às minorias vamos seguir sempre o mesmo rumo. Portanto gritamos, que o que está em causa é a defesa da soberania de um país emancipado. Monólogo desenvolvido a partir de Auto da Purificação / Baseado em contos de Vergílio Ferreira / Encenação: Sara de Castro e João Brites / Cenografia João Brites / Oralidade Teresa Lima / Figurinos CLARA BENTO / Desenho de luz João Cáceres Alves e David Palma / Com Guilherme Noronha Sábado, 29 de março de 2014, às 21:45 Domingo, 30 de março às 16.00h Auditório 2 Preço: 7,50€ / 5€ Associados / 6€ Descontos mais informações: www.obando.pt
exposições
Foto Ricardo Chaves “A Viagem do Elefante” em Tondela
antes de abril /
Foto: Zétavares
exposição / até 25 de janeiro
Paulo Neves Escultura
O escultor Paulo Neves regressa à galeria da ACERT trazendo novas faces/ máscaras de um novo trabalho. Um dos mais conhecidos escultores da atualidade que nos habituámos a reconhecer e acarinhar. (…) “O artista actualiza-se naquilo que realiza, naquilo que era aparentemente insuspeitado e que depois de se tornar uma presença, propaga esconderijos, que já não são só os seus, mas os daqueles que se aproximam da obra e que nela reconhecem pulsões que também são suas. O artista é um poeta de aparências cheias de alçapões. Os funcionalistas partilham alguma coisa da consciência de Platão sobre a perturbação que a obra artística exerce no espectador.(…)” Fátima Pombo, Lugares Marcados, 2001 Galeria do Novo Ciclo ACERT Visita à exposição acompanhada pelo artista: Quinta 16 de janeiro de 2014, às 14:30 e 16:00
antes de abril /
Foto: José Cruzio
exposição / até 25 janeiro
Um Processo|Muitas faces
Colectiva de José Crúzio e Paula Magalhães no âmbito do Project Llull.
Até final de janeiro podem ser vistas as fotos produzidas no processo criativo do espetáculo estreado no 19º Finta (…) E estas imagens, selecionadas de entre várias outras, mostram uma leitura pessoal do processo de criação, desde a procura da imagem gráfica aos exercícios em campo aberto, dos improvisos à criação das personagens, da “interiorização” da dramaturgia até à criação final. É um pequeno compêndio visual de um processo criativo deveras peculiar e com implicações, que espera-se, mais vastas. Da leitura à consciencialização da diversidade do mundo de hoje e à luz de uma obra com mais de setecentos anos. De Llull. Ramón de seu primeiro nome. Foyer do Novo Ciclo ACERT
exposição / 8 fevereiro a 10 de março
antes de abril /
Ricardo Chaves
Fotografias d’A Viagem do Elefante’
De muitas pegadas é feita esta exposição. Do início da construção da produção “A Viagem do Elefante” até aquela que foi a última apresentação de 2013, Ricardo Chaves oferece-nos agora a retrospetiva das várias paragens do Elefante. De Figueira de Castelo Rodrigo até Madrid registou momentos únicos das pegadas deixadas por Salomão.
Foto: Ricardo Chaves
No decorrer da digressão de “A Viagem do Elefante” a fotogaleria do espetáculo na página www.aviagemdoelefante.pt/ mostrou-nos os locais, os participantes, os espetáculos e toda a envolvência que esta produção mereceu em cada apresentação. Esta é mais uma viagem que nos transporta para algo que queremos repetir, inovar e partilhar a cada nova pegada no decorrer do ano de 2014. Galeria do Novo Ciclo ACERT
exposição / 15 março a 20 de abril
antes de abril /
Tiago Lopes Nada a Declarar
Imagens, novos caminhos e novas máscaras!
Foto: Tiago Lopes
As (más)caras em que se esconde o mesmo rosto, ou as carnentas pernas (para que vos quero?...), em fundo de brando papel de parede, podem não ser mais do que segmentos de corpos e cenários que só ganham sentido – e completude gráfica – num registo de afecto(s) e memória(s), código limite de qualquer expressão artística. Com caminho autónomo. Com caminhos… Numa pausa em que se repensa a pintura na pose fotográfica que a reproduz e também se mostra. Como se a realidade copiasse a ficção e os sacos de plástico fossem a abstracção da própria máscara, ocultando o figurado e não o disfarçando apenas. João Luís Oliva Galeria do Novo Ciclo ACERT
projetos e residĂŞncias
Foto Ricardo Chaves Oficinas da Queima 2013
Oficina / desde dezembro a maio de 2014
antes de abril /
Oficina de Escrita Criativa No Agrupamento de Escolas Tomás Ribeiro Há milénios que contamos histórias. Provavelmente tudo começou quando inventámos a linguagem, lá longe, muito longe; Quando sentimos necessidade de passar aos outros informações, saberes, sentimentos e emoções. Provavelmente aconteceu para viajarmos no tempo. Provavelmente aconteceu quando percebemos, talvez, que poderíamos saltar os muros da vida real, para senão viver, talvez sonhar num mundo paralelo e ficcional. O trabalho que estamos a desenvolver com os alunos de 7º ano, do Agrupamento de Escolas Tomás Ribeiro, pretende estimular a capacidade de inventar e escrever histórias, como um exercício lúdico e divertido que podemos fazer sem restrições, porque teremos sempre à mão a imaginação, um lápis e um pedaço de papel.
Que estímulos temos à disposição? Onde buscamos inspiração? Que textos podemos construir? A imaginação começa a fluir e o texto começa a surgir e de seguida há que esculpi-lo, como se de uma estátua se tratasse - tirando-lhe um bocadinho aqui, outro ali, acrescentando frases e palavras, reconstruindo até que fique quase perfeito. De dezembro de 2013 a maio de 2014 Formadora: Ilda Teixeira (Trigo Limpo)
Projecto
Tondela, setembro 2013
TimeCase, Memória em Ação Projeto Internacional sobre Memória Coletiva É uma rede de organizações, grupos e indivíduos interessados nas artes e práticas participativas sobre a memória do século XX. Oferece a especialistas de organizações que trabalham com memória cultural exemplos de prática efetiva, o conhecimento e as ferramentas para melhorar as suas práticas participativas. Ajuda as organizações culturais que trabalham com memória a refletir sobre suas próprias práticas participativas, para investigar e explorar formas em que podem começar a reimaginar a nossa história recente.
A criação da memória cultural de um grupo ou comunidade é um processo contínuo, onde novas visões sobre o passado podem ter lugar. TimeCase - Memória em ação incidirá sobre as seguintes áreas : • O passado esquecido e escondido de muitos países europeus vítimas ou perpetradores durante regimes ditatoriais, os tempos coloniais e pós‑coloniais, o tratamento das minorias , etc.
/ continuação
• O domínio ou hegemonia cultural da maioria em sociedades cada vez mais multiculturais.
• explorando os resultados do projeto e desenvolvendo uma estrutura de apoio sustentável para grupos-alvo;
• O fosso cada vez maior entre ricos e pobres, instruídos e não instruídos, privilegiados e não privilegiados , que está a levar ao aumento da alienação dentro de nossas sociedades.
• construindo a sustentabilidade do projeto através da criação de uma comunidade de entusiastas das artes participativas e uma rede de pesquisa relacionada;
Temos a intenção de recolher, analisar e compartilhar estudos de caso de prática participativa eficaz em todo o sector, desde trabalhos individuais até projetos coletivos de desenvolvimento comunitário.
OS PARCEIROS
Propomo-nos fazer isso: • conduzindo uma análise comparativa com base na prática de abordagens educativas / criativas inovadoras relacionados com a história do século XX; • estabelecendo novos padrões para ambientes de aprendizagem aberta e abordagens participativas no sector do património cultural; • desenvolvendo novas abordagens participativas através da formação interpares;
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ACERT Univers. de Belas Artes de Bucareste (Roménia) Castrum Peregrini – Amesterdão (Holanda) Instituto Goethe – Paris (França) Museu Nacional do Teatro, Música e Cinema – Vilnius (Lituânia) • Univers. Metropolitana de Londres – (Inglaterra) • Palácio Spinelli para a Arte e o Restauro – Florença (Itália) • Agencia Sueca de Exposições – (Suécia) Mais informações: http://timecase.org
Residência / outubro 2013 > junho 2014 antes de abril /
Concerto “Raízes”
Orquestra Aeminium e Grupo Coral e Instrumental do Agrupamento de Escolas Cândido de Figueiredo
Residência artística no Novo Ciclo ACERT de outubro de 2013 a junho de 2014 O espetáculo “Raízes” está a ser preparado ao longo do ano letivo de 2013/2014, numa coprodução entre Orquestra Aeminium, Grupo Coral e Instrumental do Agrupamento de Escolas Cândido de Figueiredo e a ACERT. O espetáculo assenta na promoção da música de génese tradicional, trazendo à ribalta alguns dos maiores e mais prolíficos compositores e cantautores da história da música portuguesa. A Orquestra Aeminium é um ensemble orquestral sui generis, que prima pela divulgação e promoção da música portuguesa.
Fundada em 2006, a Orquestra, que vai buscar o título ao antigo nome da cidade de Coimbra, é composta, na sua maioria, por jovens músicos profissionais da região centro. Têm-se apresentado com assinalável êxito em vários pontos do país, assegurando momentos únicos, especialmente concebidos para cada espetáculo, tornando cada concerto uma ocasião única. A apresentação do trabalho final desta produção terá lugar no dia 31 de maio de 2014, no auditório de ar livre do Novo Ciclo ACERT.
Residência / outubro 2013 > junho 2014 antes de abril /
Na Xina Lua
Grupo de Teatro da Escola Sec.Tondela
Residência artística no Novo Ciclo ACERT de outubro de 2013 a maio de 2014 Foi assim há 11 anos Agenda de programação do Novo Ciclo ACERT (Abril de 2002) “Nasci na Lua - Grupo de Teatro da Escola Secundária de Tondela “A história do gato que ensinou a gaivota a voar” “Partindo da proposta de um grupo de alunos da Escola Secundária, criou-se o grupo de teatro ‘Nasci na lua’, apoiado pela ACERT, aberto a toda a comunidade escolar, no qual participam como actores e técnicos alunos de todos os anos escolares e uma professora da escola, com o objectivo de realizar espetáculos para o público em geral, numa vertente comunitária de teatro para todos.” Entretanto, quase num piscar de olhos passaram tantos anos, dezenas de espetáculos, ensaios, milhares de palavras ditas, milhares de gestos, sorrisos, gargalhadas, lágrimas de emoção, a Gil e o João Almiro professores dedicados e incansáveis; e um material precioso - um role imenso
de alunos, muitos deles já adultos, formados, licenciados, já a trabalhar, espalhados por todo o país. Para todos eles – os que passaram, os que permanecem, os que agora começam - o ‘Na Xina Lua’ foi e continua a ser a casa, o ponto de encontro para amizades fortes e duradouras, uma marca na memória e um contributo valioso na formação de cada um. Durante todos estes anos a ACERT sente-se parte integrante desta história que ajudamos, também, a construir dando todo o apoio humano, técnico e logístico que foi necessário. Mais uma vez eles aqui estão, em residência no Novo Ciclo ACERT, desde finais de Outubro, a preparar mais um espetáculo - ‘Os Anjos tossem assim’ de Sandro William Junqueira - com estreia marcada para abril, para o projeto da Culturgest Panos - Palcos Novos, Novas Palavras, que alia o teatro escolar/juvenil às novas dramaturgias, inspirando-se no programa Connections do National Theatre de Londres.
formação
{NBA]
Núcleo de Basquetebol ACERT mais de 20 anos de formação O NBA conta com 20 anos a dinamizar a prática do basquetebol, apresentando para os mais novos atividades lúdicas para orientar o processo de aprendizagem do minibasquete numa ação educativa do desenvolvimento do domínio cognitivo, afetivo e motor, fator de formação da personalidade individual e coletiva. Como tal os treinos assim como os jogos e as competições não podem ser uma cópia do basquetebol e do universo dos adultos. O Minibasquete ESCALÕES Sub 8 Sub 10 Sub 12 Sub 14 Masculino Sub 14 e16 Feminino Sub 18 Seniores - Sub 20 Seniores
não pode ser encarado como uma “fábrica” de jogadores de basquetebol. É importante que se proporcione às crianças nestas idades de socialização, um vasto reportório motor e um largo conjunto de experiências. Os treinos decorrem no Pavilhão Municipal de Tondela, onde os jovens atletas recebem, com grande satisfação o apoio dos seus familiares e colegas. O trabalho de equipa e o companheirismo entre todos são as palavras de ordem.
HORÁRIO LOCAL 2ª 4ª 6ª das 18h às 19.30 Pav Municipal de Tondela 2ª 4ª 6ª das 18h às 19.30 Pav Municipal de Tondela 2ª 4ª 6ª das 18h às 19.30 Pav Municipal de Tondela 2ª 4ª 6ª das 18h às 19.30 Pav Esc. Secundária de Molélos 2ª 4ª 6ª das 18h às 19.30 Pav Municipal de Tondela 2ª 4ª 6ª das 19.30 às 21h Pav Municipal de Tondela 2ª 4ª 6ª das 20h às 21.30 Pav Municipal de Tondela 2ª 4ª 6ª das 21h às 22.30 Pav Municipal de Tondela
{NEA]
Núcleo de Escalada ACERT Depois de um grande ano de 2013 mais uma temporada se inicia. Na temporada de 2013, o Núcleo de Escalada da ACERT teve uma brilhante participação no circuito de escalada da Federação Portuguesa de Montanhismo e Escalada, participando em todas as provas do circuito, com excelentes resultados desportivos e com a particularidade de ter os elementos mais jovens do circuito. Como resultado, a Ema do Mar e o Gustavo Cunha receberam o título de campeões nacionais do escalão “minis”. Para 2014, a dinâmica continua com a equipa técnica reforçada e renovada, mantendo-se os treinos no pavilhão municipal para crianças, jovens e adultos, actividades de escalada em rocha e participações em encontros e competições. Um dos objetivos do núcleo para 2014
será ter mais participantes sobretudo nos escalões mais jovens. Os treinos são no pavilhão municipal, às terças e quintas-feiras, às 21h para jovens e adultos e à sexta-feira às 18h para crianças e jovens, dos 8 aos 16 anos. Para participar nestas actividades há 3 condições essenciais: • Sócio ACERT • Seguro desportivo da federação • Vontade de escalar O melhor é aparecer para experimentar e, experimentar não custa nada! Prof. Nelson Cunha (Coordenador)
{NKA]
Núcleo de karaté da ACERT As nossas atividades (re)começaram em Setembro, mas ainda te podes inscrever… contamos contigo!
que prescrevemos.
Nessa gestão, estamos preparados para integrar variáveis diagnosticáveis A vida moderna dificilmente oferece os (de domínio biológico, psicológico, social e meios de qualidade para o desenvolvi- axiológico), respondendo adequadamente mento pessoal e social que todos gosta- às suas necessidades, motivações e asríamos de ver. pirações. Vários interesses pessoais conduzem ao Traga inicialmente um fato de treino, favorecimento de comportamentos egoís- venha conhecer-nos e decida depois se tas que nos tornam cada vez mais agres- entra na nossa família de Karatecas. sivos e aumentam quotidianamente os níTreinadores veis de stress. Sensei Ricardo Chaves O Karaté, enquanto “arte marcial” ou “desporto de combate” (e desde que devi- Cinto Negro 3º Dan, JKF damente orientado por professores quali- Goju-Kai Karate Do; ficados e competentes), pode ser um dos Treinador de Nível I da Federação espaços onde essas energias acumuladas Nacional de Karaté-Portugal; são (re)orientadas a nível biológico, psico- Treinador Principal da Associação lógico e social. Por outro lado, permite a de Karaté de Viseu. aquisição de saberes e fazeres próprios de uma “arte marcial” direcionada para a de- Sensei António Gouveia fesa da integridade física sem armas, em Cinto Negro 1º Dan JKF; caso de agressão violenta, o que pressu- Goju-Kai Karaté Do; Treinador Nível I da Federação Nacional põe uma cuidada formação ética. de Karaté-Portugal; Treinador Principal da Associação de Karaté de Viseu. O Karaté faz bem se for praticado corretamente! TREINOS: terças e quintas-feiras No nosso projecto pretendemos promover 19:00-20:00 (Menores 14 anos) um Karaté de forma individualizada, ge20:00-21:00 (Maiores 14 anos) rindo a natureza lúdica, agonista e de soPavilhão Municipal de Tondela licitação das qualidades físicas das tarefas
Aula de Yoga Namastê Uma oportunidade para praticar yoga no ano que está a começar. Esta é uma prática muito completa, que aborda o corpo a mente, que dá espaço ao espiritual. Aqui, o homem é visto como um todo, melhorando a sua estrutura de fora para dentro e de dentro para fora. A prática do yoga ajuda ao equilíbrio corpo-mente e à redução do condicionamento do pensamento. O relaxar do mental, permite perceber que podemos experimentar a vida na sua
totalidade, intensidade, plenamente satisfatória, tal como somos aqui agora. A experiência direta é sempre a mais valiosa, até breve! Professor de Yoga Mário Martins Terça-feira, das 20h às 21.30h Sala Orgânica
{International House]
Cursos de inglês para crianças e jovens No mundo atual a capacidade de comunicar em Inglês tornou-se imprescindível. O Inglês é a língua do mundo de negócios, da investigação científica, do turismo, entre outros, e assim o domínio do Inglês é hoje um fator determinante para o sucesso profissional e académico. Os cursos de Inglês na ACERT são organizados pela International House Viseu, que faz parte da International House World Organisation, mundialmente reconhecida pela
qualidade do ensino. Os professores são ‘native speakers’ e possuem formação específica no ensino de Inglês como língua estrangeira. Os alunos frequentam 2 aulas de 90 minutos por semana. São integrados em turmas de acordo com o seu nível de conhecimentos e durante o ano letivo (Outubro a Junho) completam dois níveis.
{epílogo]
Crónica do 25 de Abril José Gomes Ferreira
Manhãzinha cedo, senti acordar-me o sopro da voz ciciada de minha mulher: — o fafe telefonou de cascais… lisboa está cercada por tropas… Refilei, rabugento: — hã? E enrolo-me mais nos lençóis: — é algum golpe militar reaccionário dos “ultras”… deixa-me dormir. Mas qualquer coisa começou a magoar-me a pele com dentes frios, para me dissuadir de adormecer. E daí a instantes a minha mulher insistiu, baixinho, muito baixinho, com medo de não haver realidade: — só funciona o rádio clube que pede às pessoas que se conservem em casa. Golpe militar? Reaccionário, evidentemente. Como se poderia conceber outra coisa? Levanto-me preparado para o pesadelo de ouvir tombar a última pedra sobre um cadáver. Espreito através da janela. Pouca gente na rua. Apressada. Tento sintonizar a estação da emissora nacional. Nem um som.
Em compensação o telefone vinga‑se desesperadamente. Um polvo de pânico desdobra‑se pelos fios. A campainha toca cada vez mais forte. Agora é o carlos de oliveira. — Está lá? Está lá? É você, carlos? Que se passa? Responde-me com uma pergunta qualquer do avesso. Às oito da manhã o rádio clube emite um comunicado ainda pouco claro: Aqui posto de comando das forças armadas. Não queremos derramar a mínima gota de sangue. De novo, o silêncio. Opressivo. De bocejo. Inútil. A olhar para o aparelho. Custa-me a crer que se trate de uma revolução. Falta-lhe o ruído (onde acontecerá o espectáculo?) O drama. O grito. Que chatice! A rosália, chama-me nervosa: — outro comunicado na rádio. Vem, depressa. Corro e ouço: — aqui , o movimento das forças armadas que resolveu libertar a nação das forças que há muito a dominam. Viva portugal!
Também pede à policia que não resista. Mas senhor dos abismos trata-se de um golpe contra o fascismo (isto é: salazarismo-caetanismo). São dez e meia e não acredito que os “ultras” não se mexam, não resistam, não contra-ataquem! Ou tudo ruirá de podre, sem o brandir de uma bandeira qualquer de heroismo, um berro, um suicídio, um brado? Nas ruas (avisto da janela da sala de jantar) as mulheres correm com sacos de alimentos. A poetisa maria amélia neto telefona-me: “não resisti e vim para o escritório”. Os revoltosos estão a conferenciar com o ministro do exército. Na rádio a canção do zeca afonso: grândola, vila morena… terra da fraternidade… o povo é quem mais ordena… Sinto os olhos a desfazerem-se em lágrimas. Ainda assisti, ainda assisti à morte deste maldito meio século de opressão imbecil. Ao mesmo tempo que nunca vivi horas mais aborrecidas de espera, de frigorífico, ao som de baladas medíocres, sem lances dramáticos. E não serão assim sempre as verdadeiras revoluções? — interrogo-me. Em silêncio. Sem teatro por fora. Em segredo. Com pantufas. De súbito, aliás, a rádio abre-se em notícias. O marcelo está preso
no quartel do carmo. A polícia e a guarda republicana renderam‑se. O tomás está cercado noutro quartel qualquer. E, pela primeira vez, aparece o nome do general spínola. Novo comunicado das forças armadas. O marcelo terse-ia rendido ao ex-governador da guiné (lembro-me do salazar: “o poder não pode cair na rua”). Abro a janela e apetece-me berrar: acabou-se! Acabou‑se finalmente este tenebroso e ridículo regime de sinistros conselheiros acácios de fumo que nos sufocou, durante anos e anos de mordaças. Acabou‑se. Vai começar tudo. A maria keil telefonou. O chico está doente e sozinho em casa. Chora (nesta revolução as lágrimas são as nossas balas. Mas eu vi, eu vi, eu vi!…). Antes de morrer a televisão mostrou-me um dos mais belos momentos humanos da história deste povo em que militares fazem revoluções para lhe restituir a liberdade; a saída dos prisioneiros politicos de caxias. Espectáculo de viril doçura cívica em que os presos alguns torturados durante dias e noites sem fim - não pronunciaram uma palavra de ódio ou de paixões de vingança. E o telefone toca, toca, toca… juntámos as vozes na mesma alegria. (só é pena que os
mortos não nos possam também telefonar da morte: o caraça, o manuel mendes, o casais monteiro, o redol, o edmundo de bettencourt, o zé bacelar, o bernardo marques, o pavia, o soeiro pereira gomes e outros, muitos, tantos… tenho de me contentar com os vivos. Porque felizmente dos vivos poucos traíram ou desanimaram. Resistimos quase todos de unhas cravadas nas palmas das mãos… De repente, estremeço, aterrado. Mas isto de transformar o mundo só com vivos, não será difícil? Saio de casa. E uma rapariga que não conheço, nunca vi na vida, agarra-se a mim aos beijos. Revolução. José Gomes Ferreira
40 anos após o 25 de abril, haverá melhor maneira de o recordar do que com a crónica de José Gomes Ferreira? Acreditamos que não! Porque tal como ele à data, ainda hoje acreditamos que é possível um país mais justo, solidário, feliz. Um país em que todos tenham o direito em sair à rua e agarrar uma qualquer rapariga, ou rapaz, aos beijos de felicidade. A ACERT é esse beijo de felicidade que continuadamente vamos dando uns aos outros...
{informações e horários] HORÁRIOS
PREÇOS
BILHETEIRA/LOJA (dias com programação) Das 15:00 às 17:00 e das 20:30 às 22:00
ADMISSÃO DE ASSOCIADOS ACERT Pagamento de uma joia de 0,50 € e uma quota semestral mínima de 7,50 €.
SECRETARIA E TESOURARIA 09:30 às 13:00 e das 14:00 às 18:00 BAR NOVO CICLO 14:00 às 02:00 RESERVAS Deverá levantar as suas reservas durante o horário de funcionamento da Bilheteira e até às 21h do dia da apresentação, ou ficarão sem efeito.
ASSOCIADOS Preço de associados da ACERT e/ ou sócios das entidades seguintes: • Cine Clube de Viseu; • d’Orfeu Associação Cultural; • Viriato Teatro Municipal; • Teatro Aveirense; • Sindicato dos Trabalhadores das Empresas do Grupo Caixa Geral de Depósitos. DESCONTOS • Estudantes, • Reformados • Portadores de Cartão Jovem, • Cartão Jovem Municipal. CRIANÇAS Espetáculos de Sala – Grátis 3 a 5 anos. Espetáculos Infantis — Pagamento a partir dos 3 anos, inclusive.
Foto: Ricardo Chaves
{antevis達o]
JUDAS 19 DE ABRIL 2014 : oficinas da queima 13 a 19 de abril
JANEIRO 16 Exposição de Escultura Visita guiada com Paulo Neves até 25 Exposição de Escultura Paulo Neves até 25 Exposição colectiva Um Processo / Muitas Faces 18 Estreia Teatro O Fascismo dos Bons Homens 18 Café Concerto Fast Eddie Nelson 16, 17, 23 e 24 Teatro Púb. escolar O Fascismo dos Bons Homens 25 Teatro O Fascismo dos Bons Homens
FE VEREIRO 3, 4 e 5 Teatro Trigo Limpo (Púb. Escolar) Faz de Conta 6, 7 e 20 Música e Poesia Trigo Limpo 20 Dizer (Púb. Escolar) 8 Concerto Galandum Galandaina 8 Exposição Ricardo Chaves Fotos d’A Viagem do Elefante 14 Teatro (Público Escolar) O Meu Pai É Um Homem Pássaro 15 Teatro O Meu Pai É Um Homem Pássaro 21 Café Concerto Hot Pink Abuse
22 Workshop 40 anos de democracia 0 25 de Abril e a Europa 2020 22 Concerto Coro e Orquestra S. Teotónio
MARÇO
1 Teatro Art’imagem O Vosso Pior Pesadelo 8 Café Teatro - Carlos Santiago Ibéria, a Harmonia Impossível 13 Música e Poesia Trigo Limpo 20 Dizer (Púb. Escolar) 15 Exposição de Pintura Tiago Lopes ‘Nada a Declarar’ 15 Peripécia Teatro Hamlet Fights (Versão Definitiva da Tragédia de Skakespeare) 27 Teatro - Dia Mundial do Teatro Siameses - Gambozinos e Peobardos 29 e 30 Teatro o Bando Senhor Imaginário
A ACERT é uma Estrutura apoiada por
ACERT Associação Cultural e Recreativa de Tondela Rua Dr. Ricardo Mota, 3460-613 Tondela t: 232 814 400 / email: geral@acert.pt