Desdobrável de Oliveira de Frades em 21/06/2014

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criação

coprodução musical

parceria

© Fundação José Saramago

Ficha Artística e Técnica Texto criado a partir da adaptação livre do conto de José Saramago “A Viagem do Elefante” Adaptação dramatúrgica e encenação: José Rui Martins e Pompeu José Assistência de encenação: Ilda Teixeira e Sandra Santos Criação e direção musical: Luis Pastor Arranjos musicais: “A Cor da Língua ACERT” e Luis Pastor Cenografia e desenho gráfico: Zétavares Escultura de cena: Nico Nubiola Atores do Trigo Limpo Teatro ACERT: António Rebelo, Hugo Gonzalez, Ilda Teixeira, João Silva, José Rui Martins, Pedro Sousa, Pompeu José e Sandra Santos Músicos: Carlos Peninha ou André Cardoso, Lourdes Guerra, Luísa Vieira, Lydia Pinho, Miguel Cardoso ou Carlos Borges, Rui Lúcio ou Flávio Martins Direção de produção: Miguel Torres Mecanismos cénicos e técnico de som: Luís Viegas Desenho e operação de luz: Paulo Neto Condução de engenho cénico: Filipe de Jesus Engenharia mecânica: David Pinheiro com apoio do Departamento de Engenharia Mecânica e Gestão Industrial do Instituto Politécnico de ViseuEscola Superior de Tecnologia Ajudantes de cenografia: Xus Góngora, Adriana Ventura e Cláudio Lima Figurinos: Rafaela Mapril Assistente de figurinos: José Abrantes Costureiras: Sandra Rodrigues, Pesponto Moderno, Alice Martins e Fernanda Abrantes Contra-regra: Adriana Ventura e António Gonçalves Serralharia: Jorge Almeida e Rui Ribeiro

Agradecimentos na construção: Gialmar, Tojaltec, Alumetal Sanchez, IPV, Transportes Fernando Pinheiro, Bombeiros Voluntários de Tondela, Multifusivel, Promotujau, Tondagro, Engenheiros Ângela Neves e José Salgueiro Marques Laboratório de interpretação: Alberto Gonçalves, Alexandra Monteiro, Ana Galamba, Ana Margarida André, Daniel Nunes, Eva Marques, Gustavo Marques, Jorge Martins, Jorge Nascimento, Luís Henriques, Márcia Leite, Margarida Quintal, Margarida Carvalho, Margarida Oliveira, Maria Helena Figueiredo, Nelson Dias, Paulo Matos, Rosa Simão, Samuel de Almeida, Susana Alves, Tatiana Duarte, Vanessa Santos e Vera Ermida. … todos os voluntários que connosco construíram este espetáculo. Agradecimento especial: Bombeiros Voluntários de Oliveira de Frades, Proprietários da Pensão Ricardo e Superfrades - Supermercados L.da. participantes em oliveira de frades Um agradecimento afetuoso a todos os participantes que em Oliveira de Frades contribuíram com seu talento e generosidade para tornar o espetáculo um momento único e mágico: Ana Henriques, Ana Martinho, Ana Pereira, Andreia Aidos, Anja Masteleinq, Carla Martinho, Clara Vieira, Cristina Almeida, Cristina Marques, Eugénia Ribeiro, Fábio Ferreira, Filipe Soares, Gonçalo Henriques, Guilherme Ferreira, Irene Simões, João Pereira, Leonor Meneses, Lúcia Diogo, Luis Ferreira, Luís Vieira, Luisa Fernandes, Mafalda Albuquerque, Márcia Almeida, Maria Albuquerque, Marta Dias, Nuno Ferreira, Nuno Silva, Paulo Teixeira, Rafaela Rocha, Ricardo Marques, Rosa Bouza, Rui Castanheira, Sandra Ferreira, Sara Gonçalves, Sara Serrano e Sónia Ferreira Estreado a 29 junho de 2013, em Figueira de Castelo Rodrigo Duração 90 minutos; Classif. M/6 anos Promotor

Carpintaria de cena: Carmoserra Equipamento de som e luz: Stageland Pirotecnia: Pirotécnica do Dão Album gráfico ‘A Viagem do Elefante por Viseu Dão Lafões’: Carlos Teles, Ricardo Chaves, Ricardo Viel e Sara Figueiredo Costa

O Trigo Limpo é uma estrutura financiada poR

APOIO

Vídeo: Rui Sérgio Henriques Assistente de produção: Rui Coimbra Secretariado: Marta Costa e Rui Vale Produção: Trigo Limpo Teatro ACERT Trigo Limpo teatro ACERT R. Dr Ricardo Mota, 3460-613 Tondela / TeL 232 814 400

Em 2014 o Trigo Limpo teatro ACERT trilha Viseu Dão Lafões, celebrando os seus territórios e gentes. Pegadas sentimentais e literárias da vida de um criador de livros e de sonhos: José Saramago.


José Saramago contou-nos a viagem de um elefante que, após a remota expedição que o trouxe, no século XVI, da Índia quando reinava D. João III, partiu de Lisboa numa longa caminhada até à sua triste morte na Áustria. O elefante Salomão entranhou-se nos nossos sonhos e deu-nos carícias de uma humanidade singular. José Saramago semeava em nós o prazer duma aventura imaginosa e arrojada na adaptação teatral da sua penúltima obra literária. Limitámonos a seguir um seu desejo: “As pessoas não escolhem os sonhos que têm, São, pois, os sonhos que escolhem as pessoas”. Foi assim que o Trigo Limpo teatro ACERT fez renascer Salomão em Tondela, mais de 500 anos depois. Agigantar tão distinto paquiderme foi um justo merecimento. O grupo aventurou-se a dar vida teatral a uma bela metáfora sobre a vida humana, concebendo um espetáculo distintivo no seu historial de 38 anos. Impunha-se percorrer as localidades portuguesas do último percurso sonhado por José Saramago. “A 18 de Junho de 2009, precisamente um ano antes do dia em que ia morrer, José Saramago estava em Figueira de Castelo Rodrigo, o ponto final de um roteiro cultural [O Caminho de Salomão] que acabava de inaugurar para conhecer por outras perspetivas o país que trazia no coração”.1 Continuá-lo foi um imperativo. O Trigo Limpo teatro ACERT iniciou, em 2013, uma digressão por várias localidades portuguesas e de Espanha. Habitou mais de 60 dias nos destinos onde ocorreram os espetáculos. Andarilhou por um roteiro que privilegiou o interior do país, tendo por companhia cerca de vinte mil espectadores. Nos vários portos onde o espetáculo ancorou, partilhou paixões

1 www.ocaminhodesalomao.com

Sempre chegamos ao sítio aonde nos esperam José Saramago, A Viagem do Elefante

e energias contagiantes de cerca de mil intervenientes locais (atores, músicos, organizadores e população), numa viagem de celebrações teatrais comunitárias.

Em 2014, um novo roteiro será palmilhado, tendo como promotora a Comunidade Intermunicipal Viseu Dão Lafões que aceitou este desafio de braços abertos,enquadrando a digressão no projeto ‘Melhorar e integrar a oferta cultural e calendário de eventos’. De malas aviadas, os ACERTinos irão continuar a viver esta segunda expedição duma aventura comunitária emocionante e criativamente encantadora. Um círculo de afinidades partilhadas em que as populações irão continuar a ser protagonistas e não só espectadores. Viventes além de videntes. Entre 24 de Maio e 27 de Setembro, são cerca de quatro meses de partilha humana com as populações, onde este projeto teatral comunitário valorizará as pessoas, enfatizando as suas identidades e a sua forma de bem receber. Um projeto que através da circulação de um objeto artístico — verdadeiro ‘cidadão de Viseu Dão Lafões’ — se propõe valorizar a identidade de um território. Uma identidade única e diversa, de um território tão rico de gente boa e bonita. ‘A Viagem do Elefante’ retribuirá, em cada localidade, a matriz dum caminho de lembranças onde o nosso escritor “se emocionou vendo o caminhar da história e não a sua decadência, (…) os nomes das pessoas que as habitam, os sonhos que os motivam a viver humanamente num lugar feito à medida humana”.

A Viagem do Elefante em Oliveira de Frades será um momento mágico, simbolicamente semelhante à interpretação que as suas gentes fazem das lajes da Pedra das Ferraduras Pintadas: local de beleza onde as ‘mouras traziam o ouro ao sol’. Ao longo de uma semana, os ensaios ganharam as ruas, as praças e os edifícios dos moradores. Cada noite foi motivo de encontro para a preparação entusiasta e rigorosa. O espetáculo transbordará da entrega generosa, da interajuda e das paixões de um coletivo. Deu-se vida ao pensamento tão gentilmente transmitido por José Saramago:

O elefante, a sua gente, os seus fazedores e amigos salvar-nos-ão do tédio da desumanidade e fá-lo-ão com os melhores instrumentos: abrindo caminho com música e literatura, com palavras, com a imprescindível colaboração e a necessária amizade. (…)

NO INTERIOR DE CADA PAÍS ESTÁ O SEU DESTINO2 Guiados por sonhos, abraçamos as afeições expressas por Pilar del Río para este espetáculo: “É preciso recomeçar a viagem. Sempre. O viajante volta já». Assim o prometeu José Saramago quando terminou Viagem a Portugal, um livro, uma opção de vida e um levantamento monumental do país que o viu nascer e que, como a um corpo amado, percorreu uma e mil vezes, até pouco antes de morrer, quando sonhou o Caminho de Salomão.
 E estamos na rota. Com um elefante tão grande como os sonhos de Saramago, com o mesmo ânimo e a mesma paixão porque para suster o mundo são necessários projetos que nos mostrem humanos e criadores, artífices de uma vida diferente daquela a que nos querem prender como se fosse uma condenação.

FISICAMENTE, HABITAMOS UM ESPAÇO, MAS, SENTIMENTALMENTE, SOMOS HABITADOS POR UMA MEMÓRIA… 3 TRIGO LIMPO teatro ACERT Oliveira de Frades, Junho 2014

3 José Saramago, Palavras para uma cidade

2 José Saramago nas Suas Palavras, “Saramago: ‘Los políticos no saben Historia”, in ABC, Madrid, 13 de Maio de 1995

Fotografias de Ricardo Chaves no espetáculo ‘A Viagem do Elefante’ em Canas de Senhorim a 14 de junho de 2014


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