Para Ti, Sophia (folha de sala)

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Para ti, sophia

A partir de “A FLORESTA” de Sophia de Mello Breyner Andresen



PARA TI, SOPHIA Enquanto nos sentimos “pequenos” o mundo ainda nos fascina e os ciclos da vida ainda são diários, próximos da natureza e inscritos na memória coletiva… a água (toda ela: na fonte, no lago, no rio ou no mar) lembra-nos sempre, talvez inconscientemente, o ventre materno, esse lugar mágico onde voámos por dentro do estado líquido. O sol, as flores, os animais, o dia e a noite nascem e morrem lembrando-nos que somos efémeros. Enquanto nos sentimos “pequenos” reinamos, fazendo de conta, e tudo tem a magia dos sonhos, lembrando-nos que a realidade é também o que imaginamos.

“Florinda – disse o Rapaz de Bronze – vou-te ensinar um grande segredo: quando tu vires uma coisa acredita nela mesmo que todos digam que não é verdade. (…) As coisas extraordinárias e as coisas fantásticas também são verdadeiras…” Sophia descreve o mundo, através do olhar dos mais “pequenos”, de uma forma sublime. O Trigo Limpo teatro ACERT cria parte desse mundo neste espetáculo de teatro para todos, inspirando-se num livro da autora que faz parte do Plano Nacional de Leitura.


É fascinante como Sophia escreve, no conto infantil A Floresta (1968), de uma maneira tão simples e tão bonita sobre a sua própria infância e sobre os “valores” em que acredita numa narrativa que, não deixando de ser simples e bonita, é riquíssima de imagens e cruza o imaginário de vários contos universais. O Trigo Limpo teatro Acert, em Para ti, Sophia, construiu no palco um pequeno mundo habitado por três atores que se divertem “reinando” com as palavras da autora e contando esta sua história e acreditando sempre que as coisas extraordinárias e as coisas fantásticas também são verdadeiras. Este Para ti, Sophia é a nossa prenda no centésimo aniversário da autora. Devolvemos-lhe o seu livro em forma de peça de teatro.



SOPHIA DE MELLO BREYNER ANDRESEN

BIOGRAFIA

Sophia de Mello Breyner Andresen nasceu a 6 de novembro 1919 no Porto, onde passou a infância. Em 1939-1940 estudou Filologia Clássica na Universidade de Lisboa. Publicou os primeiros versos em 1940, nos Cadernos de Poesia. Na sequência do seu casamento com o jornalista, político e advogado Francisco Sousa Tavares, em 1946, passou a viver em Lisboa. Foi mãe de cinco filhos, para quem começou a escrever contos infantis. Além da literatura infantil, Sophia escreveu também contos, artigos, ensaios e teatro. Traduziu Eurípedes, Shakespeare, Claudel, Dante e, para o francês, alguns poetas portugueses. Em termos cívicos, a escritora caracterizou-se por uma atitude interventiva, tendo denunciado ativamente o regime salazarista e os seus seguidores. Apoiou a candidatura do general Humberto Delgado e fez parte dos movimentos católicos contra o antigo regime, tendo sido um dos subscritores da “Carta dos 101 Católicos” contra a guerra colonial e o apoio da Igreja Católica à política de Salazar. Foi ainda fundadora

e membro da Comissão Nacional de Apoio aos Presos Políticos. Após o 25 de Abril, foi eleita para a Assembleia Constituinte, em 1975, pelo círculo do Porto, numa lista do Partido Socialista. Foi também público o seu apoio à independência de Timor-Leste, consagrada em 2002. A sua obra está traduzida em várias línguas e foi várias vezes premiada, tendo recebido, entre outros, o Prémio Camões 1999, o Prémio Poesia Max Jacob 2001 e o Prémio Rainha Sofia de Poesia Ibero-Americana – a primeira vez que um português venceu este prestigiado galardão. Com uma linguagem poética quase transparente e íntima, ao mesmo tempo ancorada nos antigos mitos clássicos, Sophia evoca nos seus versos os objetos, as coisas, os seres, os tempos, os mares, os dias. Faleceu a 2 de julho de 2004, em Lisboa. Dez anos depois, em 2014, foram-lhe concedidas honras de Estado e os seus restos mortais foram trasladados para o Panteão Nacional. in portoeditora.pt



FICHA ARTÍSTICA E TÉCNICA texto: a partir de “a floresta” de Sophia de Mello Breyner Andresen Dramaturgia e encenação: Pompeu José Assistência de encenação: Raquel Costa Interpretação: António Rebelo, Pedro Sousa e Sandra Santos Cenário e grafismo: Zétavares / Fotografia: Carlos Teles Música: Paulo Nuno Martins Figurinos: Adriana Ventura / Agradecimento: Adília Ventura Desenho de Luz e Técnica: Paulo Neto / Sonoplastia: Luís Viegas Produção: Marta Costa / Apoio à produção: Rui Coimbra Secretariado: Rui Vale e Paula Pereira Carpintaria: Carmosserra / Serralharia: Araufer / Moedas: Tondeltorno 126ª produção do Trigo Limpo teatro ACERT Classificação: M/6 anos · Duração: 60 min. Estreia: 23 novembro 2018 no Novo Ciclo ACERT

Trigo Limpo teatro ACERT Rua Dr. Ricardo Mota, 14 3460-613 Tondela www.acert.pt/trigolimpo

Estrutura financiada por


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