Revista 21 - Edição 21 - Set/Out 15

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Joinville/SC Nr21. R$ 11

EDIÇÃO ESPECIAL ENCONTRO ECONÔMICO BRASIL | ALEMANHA.2015


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AO LEITOR REVERÊNCIA À HISTÓRIA Uma sociedade que olha para o futuro tem fundamentos sólidos baseados na história que foi construindo ao longo do tempo e sabe reverenciar seu passado. Joinville nasceu da obstinação dos imigrantes europeus – alemães e suíços, em sua maioria – que aqui aportaram em meados do século 19, no auge do processo de colonização da Região Sul do Brasil, que havia se iniciado por volta de 1824, pelo Rio Grande do Sul. Comerciantes, agricultores, artesãos, os primeiros join­vilenses tinham enorme pendor para o trabalho e um senso de empreendedorismo que, aos poucos, garantiram o desenvolvimento de toda a região. Em parte, essa longa história é reconhecida com a realização do 33o Encontro Econômico Brasil-Alemanha, neste mês de setembro. O evento, que geralmente tem lugar em capitais dos dois países, alternando-se a cada ano entre Brasil e Alemanha, traz a Joinville uma centena e meia de empresários europeus em busca de oportunidades de negócios e afinamento de alianças.

“Brasil e Alemanha são parceiros estratégicos. Na América Latina, é o nosso parceiro comercial mais importante, e o país que mais recebe nossos investimentos na região”, sublinha Dirk Brengelmann, embaixador da Alemanha no Brasil, em entrevista à Revista 21. Ao completar 21 edições, a publicação da Acij que leva no título a referência ao novo século dedica este número emblemático a abordar temas relativos ao país irmão e às ligações de Joinville com a nação que tanto marcou suas origens. Duas reportagens são publicadas com versões em alemão. Entre outras ações inspiradas pelo evento, neste mês, o Arquivo Histórico realiza a exposição “As Colônias Alemãs no Norte de Santa Catarina”, trabalho fotográfico de Peninha Machado a partir dos detalhes captados em uma gravura de 1898, que ilustra a viagem do pesquisador alemão Franz Giesebrecht para divulgar a colonização no Norte catarinense, e o Shopping Mueller prepara atrações exclusivas voltadas à cultura germânica.

NESTA EDIÇÃO 8 Embaixador vê potencial para fortalecer cooperação. 18 Núcleos setoriais têm origem em entidade alemã. 24 Missão empresarial na Europa desperta empreendedor. 30 Objetos de desejo com toque germânico. 34 Angela Merkel abre caminho para investidores. 42 Quem eram e de onde vieram os primeiros joinvilenses. 46 Encontro intensifica laços comerciais. 60 O perfil do cônsul honorário Rodrigo Bornholdt. 62 Intercâmbio acadêmico e corporativo para qualificar profissionais. 68 Três visões sobre o exemplo que vem da Alemanha. 70 Jornalista pesquisa o legado dos colonizadores. 76 Como negociar melhor com os parceiros.

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OLHARES SOBRE BERLIM ARQUIVO PESSOAL

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PENINHA MACHADO

Número 21. Setembro e outubro de 2015 Em alusão ao novo século, pleno de desafios, a Revista 21, publicação bimestral da Associação Empresarial de Joinville (Acij), aponta, ao mesmo tempo, para o momento atual e para o futuro, para o contemporâneo e para o que está por vir. Tem por objetivo levar informação de qualidade ao leitor sobre os grandes temas de interesse da classe empresarial, sempre com visão local.

Litogravura em exposição no Arquivo Histórico de Joinville (Ausstellung einer Lithografie im Historischen Archiv von Joinville)

EHRERBIETUNG AN DIE GESCHICHTE* Eine Gesellschaft, die in die Zukunft blickt, hat solide Fundamente in der Geschichte verankert, die im Laufe der Jahre begründet wurden, und weiss ihre Vergangenheit zu würdigen. Joinville entstand durch die Hartnäckigkeit der europäischen Einwanderer – deutsche und schweizer, in ihrer Mehrheit – die hier in der Mitte des 19 Jahrhunderts gelandet sind, auf dem Höhepunkt der Kolonisierung der südlichen Regionen Brasiliens, die um 1824 in Rio Grande do Sul begann. Händler, Landwirte, Handwerker, die ersten Joinvilenses hatten grosse Neigung zur Arbeit und einen Unternehmersinn, die langsam die Entwicklung der Gegend sicherte. Teilweise wird diese lange Geschichte durch das 33. Wirtschaftstreffen Brasilien-Deutschland im September, anerkannt. Die Veranstaltung, die üblicherweise in einer der Hauptstädte beider Länder stattfindet, im jährlichen Wechsel zwischen Brasilien und Deutschland, bringt nach Joinville über 150 europäische Unternehmer auf der Suche nach Geschäftsmöglichkeiten und Abstimmungen von Bündnissen. “Brasilien und Deutschland sind strategische Partner. In Lateinamerika ist es unser wichtigster Handelspartner und das Land, dass die meisten unserer Investitionen in der Region erhält”, unterstreicht Dirk Brengelmann, deutscher Botschafter in Brasilien, in einem Interview der Revista 21. Mit der 21. Ausgabe widmet die von der Acij herausgegebene Publikation, die im Titel die Würdigung des neuen Jahrhunderts trägt, diese emblematische Nummer, mit Themen in Bezug auf das Bruderland und der Beziehungen von Joinville mit der Nation, die seinen Ursprung so stark geprägt hat. Zwei der Reportagen werden in deutscher Version herausgegeben.

Conselho editorial Ana Carolina Bruske (Diretora financeira) Débora Palermo Mello (Acij) Diogo Haron (Acij) Carolina Winter (Winter Comunicação) Simone Gehrke (EDM Logos) Jornalista responsável Júlio Franco (reg.prof. 7352/RS) Produção/Edição Mercado de Comunicação /Guilherme Diefenthaeler/(reg. prof. 6207/RS) Reportagem Ana Ribas Diefenthaeler, Letícia Caroline, Mayara Pabst, Marcela Güther, Karoline Lopes Projeto gráfico, diagramação, ilustrações e infográficos Fábio Abreu Imagem da capa Arquivo pessoal de Adhemar Trinks Fotografia Peninha Machado, assessorias de imprensa Impressão Hellograf Indústria Gráfica (47) 4063-9769 Tiragem 4 mil exemplares Publicidade revista21@acij.com.br

Av. Aluisio Pires Condeixa, 2550 3461-3333 acij.com.br twitter.com/acij facebook.com/acijjoinville

* Versão do editorial em alemão/ Version des Leitartikel

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ARQUIVO PESSOAL ADHEMAR TRINKS

A FOTO DA CAPA A loja de ferramentas e armarinhos foi a mesma que, no início do século 20, causou impacto entre os moradores daquela Joinville ainda tão pequena. Além de ser a primeira empresa local a ter telefone e registradora, a Trinks & Irmãos importou o primeiro automóvel Oldsmobile. E isso era apenas consequência de um espírito empreendedor e visionário que aportou por aqui com o pioneiro da família Trinks, Eduard, que veio da Europa e enfrentou 50 dias no mar para buscar uma vida melhor, em 1854. Trouxe a esposa Pauline e seis filhos – entre eles, Helena, que fundaria, em 1916, o Hospital Dona Helena. Outro filho, Georg, sucederia o pai nos negócios.

Se você tem uma imagem que retrate algum período da história de Joinville, entre em contato com a redação pelo revista21@mercadodecomunicacao.com.br. A foto poderá ser publicada na capa em uma das próximas edições.

A REVISTA EM FRASES DIVULGAÇÃO

“Em uma década, esperamos inaugurar um leque de oportunidades e investimentos diferenciados, principalmente em biotecnologia, saúde, novos materiais e economia verde. A Alemanha é vanguarda nessas áreas” Udo Döhler, prefeito de Joinville

“O time de engenheiros da empresa trabalha integrado aos engenheiros da KaVo Alemanha. Aproveitamos o melhor de cada time para criar produtos que atendam perfeitamente os mercados” Giancarlo Schneider, presidente da KaVo do Brasil

“O propósito dos alemães era priorizar o associativismo e promover o desenvolvimento das médias e pequenas empresas” Henrique Loyola, ex-presidente da Acij, um dos principais responsáveis pela implantação do convênio com a Câmara de Artes e Ofícios de Munique e Alta Baviera

“A influência alemã foi determinante para criar as diretrizes e o modelo de negócios da empresa. Entre os sócios, só se falava alemão e as primeiras relações de importação tiveram início na década de 60 – justamente com o país europeu”

“A herança deixada pelos imigrantes continua presente em todos os segmentos do país, quer na indústria, no comércio, assim como nas manifestações culturais”

Harry Weege, fundador e presidente da Incasa

Dirk Brengelmann, embaixador da Alemanha no Brasil

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ABRE ASPAS

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FOT: DIVULGAÇÃO

DIRK BRENGELMANN

“Alemanha e Brasil são parceiros estratégicos” Por Guilherme Diefenthaeler Com formação em economia, administração de empresas e história, o embaixador da Alemanha no Brasil, Dirk Brengelmann, atua no serviço diplomático desde 1986. Passou por diferentes posições em países como Haiti, Inglaterra e Estados Unidos, tendo atuado na Secretaria Geral para Assuntos Políticos e Política de Segurança da Organização do Tratado do Atlântico Norte (Otan), em Bruxelas, entre 2010 e 2013. Antes de ser designado para a função atual, em agosto do ano passado, foi encarregado para a política internacional de cibernética do Ministério das Relações Externas alemão. Em entrevista exclusiva à Revista 21, o embaixador revela a expectativa de que o Encontro Econômico Brasil-Alemanha possa proporcionar “novos e importantes impulsos” para a contínua ampliação das já prolíficas relações entre os dois países, que considera “parceiros estratégicos”. Ele traz dois exemplos de segmentos que devem merecer especial atenção: energias renováveis e infraestrutura. “Vejo aí grandes potenciais para uma cooperação mais fortalecida entre as empresas brasileiras e as alemãs”, sublinha Brengelmann, que também fala sobre política internacional, os abalos recentes da Zona do Euro, a atratividade do país ao turismo de europeus e a herança dos imigrantes germânicos no Sul do Brasil.

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Qual a expectativa da Embaixada para a realização do 33º Encontro Brasil-Alemanha? Brasil e Alemanha são parceiros estratégicos. As relações econômicas são caracterizadas pela constância e pela confiabilidade. Na América Latina, o Brasil é o nosso parceiro comercial mais importante e o país que mais recebe investimentos da Alemanha na região. O Encontro Econômico Brasil-Alemanha, que ocorre todos os anos, evidencia esses aspectos e já se tornou tradição entre nossos países. Na área de política energética, por exemplo, percorremos o mesmo caminho em direção a um abastecimento energético sustentável com base nas energias renováveis. Empresas alemãs têm oportunidades ideais para cooperar graças às suas experiências na expansão de energias renováveis no Brasil. Também no campo da infraestrutura, vejo grandes potenciais para uma cooperação mais fortalecida entre brasileiros e alemães. O Encontro Econômico deste ano proporcionará novos e importantes impulsos para a contínua ampliação de nossas relações econômicas. Justamente nesta difícil situação econômica do Brasil, é preciso aproveitar o ensejo para discutir possibilidades sobre como a economia brasileira pode retomar o fôlego. Para tal, são de importância decisiva o contato direto dos empresários brasileiros com os alemães e a conversa entre nossos governos. De que maneira esse evento contribui para aprimorar as relações econômicas entre os dois países? Muitas companhias alemãs atuam há longo tempo no Brasil e fizeram seus primeiros investimentos há mais de 100 anos. As mais de 1.400 empresas alemãs que operam aqui se empenham em prol do Brasil e administram cerca de 10% a 12% do

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PIB industrial. O Encontro Econômico Brasil-Alemanha servirá para sondar, no contato direto, as ideias e os modelos comerciais. Já se comprovou que o Encontro oferece um ótimo fórum para continuar ampliando as excelentes relações econômicas bilaterais existentes. A alta qualidade e a moderna tecnologia dos produtos alemães desfrutam, no Brasil, de grande reconhecimento. O Encontro contribui significativamente para que sejam mantidas as excelentes relações. Justamente em Santa Catarina e em Joinville, a cidade-sede do evento, é possível perceber claramente o bom desenvolvimento das relações econômicas bilaterais. A BMW construiu recentemente uma fábrica completamente nova e produz, lá, para o mercado sul-americano. Durante o Encontro em Joinville, eu mesmo terei a oportunidade de inaugurar uma empresa alemã de médio porte.

INVESTIMENTOS VÃO CONTINUAR Como o sr. avalia a importância do mercado brasileiro para as empresas alemãs, no atual contexto econômico da Europa e, também, do nosso país? Apesar da difícil situação econômica do Brasil neste momento, estou convencido de que as empresas alemãs continuarão a investir no Brasil. O Brasil, com seus 200 milhões de habitantes, oferece um grande mercado interno, com matérias-primas de todo o tipo, e ocupa, nas mais diversas áreas, lugar de destaque na economia mundial. Graças aos amplos programas sociais, a ascensão social de muitas pessoas, nos últimos anos, despertou sua necessidade de consumir bens da melhor qualidade. Em função dos investimentos pla-

nejados e das medidas necessárias de infraestrutura, o Brasil também é um interessante mercado na área de energias renováveis. É importante que as diretrizes sejam estabelecidas corretamente, de modo que haja novos investimentos. O que o empresário brasileiro “ganha” ao escolher a Alemanha como parceira de negócios? E o que precisa saber, sobre a natureza e peculiaridades do mercado alemão, para ter êxito nessa empreitada? Inicialmente, a Alemanha oferece condições estáveis. Isso é certamente um importante fator para todos os empresários na hora de escolher um local. Além disso, a Alemanha dispõe de infraestrutura bem consolidada e de pessoal qualificado. Essas são importantes condições para que uma empresa possa atuar com sucesso. A Alemanha ainda oferece a empresas brasileiras a oportunidade de entrar em todo o mercado europeu. O que for produzido na Alemanha ou importado tem acesso aos mercados de todos os 28 Estados-Membros da União Europeia sem barreiras comerciais. As empresas brasileiras esperam uma maior independência do mercado interno, satisfação da demanda de parceiros estrangeiros e expansão de plataformas de exportação quando se trata de investimentos externos na Alemanha. A União Europeia, com seus inúmeros acordos de livre comércio, assegura, às mercadorias produzidas aqui, acesso a outras regiões do mundo com redução de impostos. Depois de um longo processo de negociações, no ano passado, a alemã BMW inaugurou sua fábrica brasileira em Araquari, cidade vizinha a Joinville. Esse movimento tende a atrair outras empresas alemãs? De que modo?


Em geral, o Sul do Brasil é uma região onde empresas alemãs investem cada vez mais, além de São Paulo. Sob o ponto de vista dos empresários, as condições são provavelmente melhores do que em outras regiões brasileiras. Alegra-nos, claro, quando uma empresa alemã decide abrir filial no Brasil, independentemente da situação geográfica. Também prestam valiosa contribuição as raízes alemãs de alguns brasileiros, que se evidenciam em diversos lugares, como Santa Catarina, e, por conseguinte, seus conhecimentos da língua alemã. Falando sobre política internacional, em julho, a imprensa noticiou a aprovação, na Alemanha, do plano para resgatar a Grécia. De que modo a atual situação econômica daquele país pode afetar o equilíbrio da Zona do Euro? A Grécia é, comparativamente ao tamanho da Zona do Euro, uma economia relativamente pequena, com apenas 1,77% do PIB total. No entanto, um colapso do sistema bancário grego traria consequências negativas para a Zona do Euro como um todo, bem como efeitos potencialmente graves para uma série de Estados-Membros. Mesmo assim, o perigo direto de contaminação para a Zona do Euro por meio do sistema bancário foi reduzido no decorrer dos programas econômicos de adaptação estabelecidos pela União Europeia. O quadro institucional da Zona do Euro passou por uma melhoria considerável nos últimos anos, ficando, assim, mais resistente. Quais são as principais linhas da política internacional da Alemanha e como o Brasil e a América do Sul se situam nesse cenário? Como disse, a Alemanha e o Brasil são parceiros estratégicos que pre-

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tendem contribuir em conjunto para a configuração confiável e sustentável do mundo no século 21. Isso foi ressaltado no âmbito das primeiras Consultas Intergovernamentais, em agosto deste ano, ponto que motivou a viagem da chanceler Angela Merkel a Brasília, acompanhada por sete ministros e cinco vice-ministros. A Alemanha está engajada internacionalmente de diversas formas, especialmente nas áreas-chaves da democracia e do princípio do Estado de Direito, respeito aos direitos humanos e de cidadania, da igualdade entre homens e mulheres, bem-estar e desenvolvimento sustentável, proteção do clima e preservação da biodiversidade, respeito aos padrões de trabalho, social e do meio ambiente. Em todos esses assuntos, o Brasil e a Alemanha são parceiros importantes e confiáveis – mesmo porque sua cooperação se baseia em valores e objetivos comuns.

DESTINO TURÍSTICO ATRAI EUROPEUS Um grande número de turistas europeus tem como destino turístico regular o Nordeste brasileiro, como também o Rio de Janeiro, entre outras regiões. O noticiário frequente sobre crise econômica afeta de alguma forma esse fluxo? Não acredito nisso. Pelo contrário. Graças à Copa do Mundo, o Brasil chamou a atenção do público internacional de forma muito positiva, também como atração turística, e os alemães continuam sendo um dos povos que mais gostam de viajar. Espero que os Jogos Olímpicos contribuam para atrair mais turistas alemães. Além disso, a atual taxa de câmbio deveria ser um ponto favorável para os turistas europeus, já que as férias ficaram mais baratas para eles.

A vinda dos primeiros colonizadores alemães para Santa Catarina data de 1829. Que herança o sr. avalia que os imigrantes deixaram em nosso Estado, na formação social, na cultura, na economia, na política? Os imigrantes alemães diversifica­ ram as atividades econômicas e influenciaram decisivamente a fisionomia econômica, social, administrativa e intelectual, não apenas da região de Blumenau e Vale do Itajaí, mas de todo Estado catarinense. Como artesãos, oleiros, carpinteiros, pequenos trabalhadores da indústria doméstica, eles foram responsáveis pelo surgimento das indústrias familiares, embrionárias de grandes empreendimentos que se projetaram nos diversos segmentos, especialmente no ramo têxtil. Aqui também criaram escolas para instruir seus filhos. A prática do associativismo e a sociabilidade era uma constante entre esses imigrantes e seus descendentes. As associações de atiradores, as sociedades de canto, os clubes de ginastas, as sociedades de auxílio aos enfermos, as sociedades culturais, os clubes de bolão, entre outras, são manifestações vivas até os dias atuais. Muitos personagens fizeram história. Destacamos o médico Fritz Müller, os geógrafos e cartógrafos Emil Odebrecht e José Deeke, entomólogos como Friedenreich, químicos como Eberhardt; os irmãos Hermann e Bruno Hering, como iniciadores da indústria têxtil em Santa Catarina; o empresário Carl Hoepcke, assim como tantos outros que mereceriam aqui ser lembrados. A herança deixada pelos imigrantes continua presente em todos os segmentos do país, quer na indústria, no comércio, assim como nas manifestações culturais (teatro-canto, artes, arquitetura) e nos hábitos e costumes de famílias em muitas regiões.

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VERSÃO DA ENTREVISTA EM ALEMÃO/ VERSION DES INTERVIEWS MIT DEM BOTSCHAFTER

DIRK BRENGELMANN

“Deutschland und Brasilien sind strategische Partner” Der deutsche Botschafter in Brasilien, Dirk Brengelmann, mit Ausbildung in Volkswirtschaft, Betriebswirtschaft und Geschichte, ist seit 1986 im diplomatischen Dienst tätig. Innhaber verschiedener Positionen in Haiti, England und Nordamerika, war er ebenfalls im Generalsekretariat für politische Themen und politische Sicherheit der Nordatlantikvertrags-Organisation (NATO) in Brüssel, zwischen 2010 und 2013, tätig. Vor seiner Berufung in die aktuelle Position, im August des Vorjahres, war er für die internationale Kybernetik-Politik im Auswärtigen Amt zuständig. In einem Exklusivinterview für die Revista 21 lies der Botschafter seine Erwartungen in das Wirtschaftstreffen Brasilien-Deutschland verlauten, es könne “neue und wichtige Impulse” zur ständigen Erweiterung der fruchtbaren Beziehungen zwischen beiden Ländern vermitteln, welche er als strategische Partner sieht. Zwei Bereiche die eine besondere Aufmerksamkeit verdienen nennt er als Beispiel: die Bereiche der Erneuerbaren Energien und der Infrastuktur. “Hier sehe ich grosse Potentiale einer verstärkten Kooperation zwischen brasilianischen und deutschen Unternehmen”unterstreicht Brengelmann, und spricht auch über die internationale Politik, die jüngsten Störungen in der Euro-Zone, die Tourismusaktivitäten des Landes in Bezug auf Europäer und die Erbschaft derdeutschen Einwanderer im Süden Brasiliens.

Welche Erwartungen hat die Deutsche Botschaft in das Zustandekommen des 33º Treffen Brasilien-Deutschland? DEU und BRA sind strategische Partner. Die DEU-BRA Wirtschaftsbeziehungen sind durch Konstanz und Verlässlichkeit geprägt. Brasilien ist in Lateinamerika unser wichtigster Handelspartner und das Land mit den meisten deutschen Investitionen in der Region. Die jedes Jahr stattfindenden Deutsch-Brasilianischen Wirtschaftstage verdeutlichen dies und haben mittlerweile eine lange Tradition zwischen unseren Ländern. Im Bereich der Energiepolitik gehen wir einen gemeinsamen Weg, hin zu einer nachhaltigen Energieversorgung auf Grundlage von Erneuerbaren Energien. Deutsche Unternehmen haben dank ihrer Erfahrungen beim Erneuerbare Energien-Ausbau optimale Chancen mit Brasilien zu kooperieren. Auch im Infrastrukturbereich sehe ich große Potenziale für eine

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verstärkte Zusammenarbeit zwischen deutschen und brasilianischen Unternehmen. Die diesjährigen Deutsch-Brasilianischen Wirtschaftstage werden erneut wichtige Impulse für den weiteren Ausbau unserer Wirtschaftsbeziehungen geben. Gerade in der wirtschaftlich schwierigen Lage Brasiliens gilt es die Wirtschaftstage zum Anlass zu nehmen, um Möglichkeiten zu diskutieren, wie die brasilianische Wirtschaft wieder auf Fahrt gebracht werden kann. Dafür sind der direkte Kontakt zwischen den Unternehmen und das Gespräch zwischen den Regierungen von entscheidender Bedeutung. In welcher Weise trägt dieses Treffen zur Verbesserung der wirtschaftlichen Beziehungen bei? Viele DEU Unternehmen sind schon lange in BRA tätig und haben ihre ersten Investitionen bereits vor über 100 Jahren

getätigt. Schon jetzt engagieren sich über 1.400 deutsche Unternehmen in Brasilien, die rund 10-12% des industriellen BIP erwirtschaften. Die Deutsch-Brasilianischen Wirtschaftstage dienen dazu, im direkten Kontakt Geschäftsideen und Geschäftsmodelle zu sondieren. Es hat sich gezeigt, dass die Wirtschaftstage ein sehr gutes Forum bieten, um die bereits jetzt bestehenden, sehr guten bilateralen Wirtschaftsbeziehungen weiter auszubauen. Die hohe Qualität und die moderne Technologie der deutschen Produkte genießen in Brasilien hohe Anerkennung. Die Wirtschaftstage tragen einen erheblichen Anteil dazu bei, dass die exzellenten Beziehungen auch in Zukunft erhalten bleiben. Gerade in Santa Catarina und in Joinville, also in dem Bundesstaat und der Stadt, wo die diesjährigen Wirtschaftstage stattfinden, kann man die gute Entwicklung der bilateralen Wirtschaftsbeziehungen besonders gut nachvollziehen. BMW hat vor kurzem ein komplett neues Werk errichtet und produziert dort für den südamerikanischen Markt. Ich selbst habe während der Wirtschaftstage die Gelegenheit in Joinville einen neuen Produktionsstandort eines deutschen Mittelständlers einzuweihen. Wie schätzen Sie die Wichtigkeit des brasilianischen Marktes für deutsche Unternehmen im aktuellen europäischen wirtschaftlichen Kontext ein, sowie in unserem Land? Trotz der aktuell schwierigen wirtschaftlichen Lage Brasiliens, bin ich fest davon überzeugt, dass deutsche Unternehmen auch in Zukunft in Brasilien investieren werden. Brasilien bietet mit ca. 200 Mio. Einwohnern einen großen Binnenmarkt, Rohstoffe aller Art und ist in verschiedenen Branchen im wirtschaftlichen Spitzenfeld angesiedelt. Der soziale Aufstieg vieler Menschen in den vergangenen Jahren hat – auch dank umfangreicher Sozialprogramme - Bedürfnisse nach höherwertigen Konsumgütern geweckt, die befriedigt werden wollen. BRA ist auch wegen geplanter Investitionen im Bereich Erneuerbare Energien und wegen notwendiger Infrastrukturmaßnahmen ein interessanter Markt. Wichtig ist es, dass die Weichen jetzt richtig gestellt werden, so dass Investitionen wieder getätigt werden. Was “hat der brasilianische Unternehmer


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davon” indem er Deutschland zum Geschäftspartner auswählt? Und was muss er wissen über den deutschen Markt in Hinblick auf Beschaffenheit und Eigenschaften um erfolgreich zu sein? Deutschland bietet zunächst einmal stabile Rahmenbedingungen. Dies ist sicherlich für alle Unternehmer ein gewichtiger Faktor bei der Wahl des Standorts. Daneben findet sich in Deutschland eine sehr gut ausgebaute Infrastruktur und qualifiziertes Personal. Alles wichtige Bedingungen, damit ein Unternehmen erfolgreich agieren kann. DEU bietet außerdem für brasilianische Unternehmen den Einstieg in den gesamten europäischen Markt. Einmal hier produziert oder importiert stehen die Märkte aller 28 EU-MS ohne weitere Handelsbarrieren offen. BRA Unternehmen versprechen sich von einer Auslandsinvestition in DEU größere Unabhängigkeit vom Inlandsmarkt, Befriedigung der Nachfrage ausländischer Partner und den Aufbau von Exportplattformen. Die EU mit ihrer Vielzahl von bestehenden Freihandelsabkommen bietet für hier produzierte Waren zudem abgabenbegünstigten Zugang zu anderen Weltregionen. Nach einem langem Verhandlungszeitraum hat im vergangenem Jahr die deutsche BMW ihr Werk in Araquari, Nachbarstadt von Joinville, eingeweiht. Wird dieser Umstand weitere deutsche Unternehmen anziehen? In welcher Weise? Insgesamt ist der Süden Brasiliens sicherlich ein Standort, wo deutsche Unternehmen – neben der Region Sao Paulo – vermehrt investieren. Die Bedingungen dort sind offensichtlich aus Sicht der Unternehmen besser als in anderen Teilen des Landes. Wir freuen uns natürlich über jede deutsche Firma, die sich entscheidet, in Brasilien einen Standort zu eröffnen, unabhängig von der geografischen Lage. Die deutschen Wurzeln einiger Brasilianer, welche sich bspw. in Santa Catarina an verschiedenen Stellen immer wieder zeigen und die damit oftmals verbundenen deutschen Sprachkenntnisse tragen sicher auch ihren Teil dazu bei. Im Juli brachten die Medien die Nachricht der Zustimmung Deutschlands zum Rettungspaket für Griechenland. In welcher Weise kann die derzeitige wirtschaftliche Lage jenes Landes

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das Gleichgewicht in der Euro-Zone beeinträchtigen? Griechenland ist im Verhältnis zur Euro-Zone eine verhältnismässig kleine Wirtschaft, mit lediglich 1,77% des Gesamt-BIP. Ein Zusammenbruch des griechischen Bankwesens hätte allerdings negative Auswirkungen für die Euro-Zone als Ganzes, sowie schwerwiegende Folgen für viele der Mitgliedsstaaten. Eine unmittelbar Beeinträchtigung durch das Bankwesen wurde jedoch, im Zuge verschiedener Anpassungswirtschaftsprogrammen durch die Europäische Union, reduziert. Die institutionelle Struktur der Euro-Zone hat in den letzten Jahren eine grosse Verbesserung erfahren, sie wurde wiederstandfähiger. Welche sind die wichtigsten Ausrichtungen der internationalen Politik Deutschlands und wie ist Brasilien und Südamerika in diesem Szenarium eingebettet? Deutschland und Brasilien sind strategische Partner, die gemeinsam zur verantwortungsvollen und nachhaltigen Gestaltung der Welt im 21.Jahrhundert beitragen wollen. Dies wurde erst zuletzt im Rahmen der ersten Deutsch-Brasilianischen Regierungskonsultationen im August unterstrichen, in deren Rahmen Bundeskanzlerin Merkel in Begleitung von 7 Ministern und 5 Staatssekretären nach Brasilia reiste. Deutschland ist auf internationaler Ebene vielfach engagiert, insbesondere in den Kernbereichen Demokratie und Rechtsstaatlichkeit, die Achtung von Menschen- und Bürgerrechten, der Gleichstellung von Männern und Frauen, Wohlstand und nachhaltige Entwicklung, Klimaschutz und Erhalt der Biodiversität und die Achtung der Arbeits-, Sozial- und Umweltstandards. Bei all diesen Themen sind Brasilien und Deutschland einander wichtige und verlässliche Partner, nicht zuletzt, weil ihre Zusammenarbeit auf gemeinsamen Werten und Zielen basiert. Eine grosse Anzahl europäischer Touristen haben als touristisches Ziel den Nordosten Brasiliens, wie auch Rio de Janeiro und andere Gegenden. Beeinträchtigt die häufige Berichterstattung über die wirtschaftliche Krise diesen Touristenstrom in irgendeiner Weise? Nein, das glaube ich nicht. Im Gegenteil. Die Fußballweltmeisterschaft hat Brasilien positiv in den Fokus der Weltöffentlichkeit – auch als touristische Attraktion – gerückt und die Deutschen sind noch

immer eine der reisefreudigsten Nationen weltweit. Ich erwarte, dass auch die Olympischen Spiele dazu beitragen werden, mehr deutsche Touristen in das Land zu locken. Außerdem dürfte der für europäische Touristen vorteilhafte Wechselkurs sein Übriges tun, da der Urlaub in Brasilien etwas günstiger wird. Ich rechne daher nicht mit sinkenden Zahlen und hoffe, dass insbesondere die Olympischen Spiele viele Besucher ins Land bringen. Die Ankunft der ersten deutschen Einwanderer in Santa Catarina geht auf 1829 zurück. Welche Erbschaft glauben Sie, haben diese Einwanderer in unserem Bundesstaat hinterlassen, in der sozialen Zusammensetzung, der Kultur, der Wirtschaft, der Politik? Die deutschen Einwanderer haben die Wirtschaftsaktivitäten vermehrt und die wirtschaftliche, soziale, administrative und intelektuelle Ausprägung grundlegend beinflusst, nicht nur in der Region Blumenau und Vale do Itajaí, sondern im gesamten Bundesstaat. Als Handwerker, Töpfer, Schreiner, Arbeiter in kleinen häuslichen Industrien waren sie dafür verantwortlich, dass die Familienbetriebe erschienen, als Grundsteine für die grossen Unternehmen die sich in den verschiedenen Wirtschaftsbereichen hervorgehoben haben, insbesondere in der Textilindustrie. Hier haben sie auch Schulen gegründet in denen sie ihre Kinder ausgebildet haben. Das Vereinswesen und die Geselligkeit war ständig anwesend unter den Einwanderern und dessen Nachkommen. Die Schiessvereine, Singvereine, Sportvereine, Vereine zur Krankenpflege, die Kulturvereine, die Skatvereine unter anderen, sind bis heute lebendige Zeugen. Viele Namen haben Geschichte gemacht. Wir wollen den Arzt Fritz Müller hervorheben, die Geographen und Kartographen Emil Odebrecht und José Deeke, Ethnologen wie Friedenreich, Chemiker wie Eberhardt; die Gebrüder Hermann und Bruno Hering als Gründer der Textilindustrie in Santa Catarina; den Geschäftsmann Carl Hoepcke sowie viele andere die an dieser Stelle erwähnt werden sollten. Die von den Einwanderern hinterlassene Erbschaft ist nach wie vor in allen Bereichen gegenwärtig, sowohl in der Industrie, im Handel als auch in den kulturellen Manifestationen (Theater-Gesang, Kunst, Architektur) und in den Sitten und Bräuchen der Familien in vielen Gegenden.


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O QUE A ASSOCIAÇÃO FAZ E PENSA

NÚCLEOS SETORIAIS

Como tudo começou Em 2014, o Brasil atingiu o maior índice de empreendedorismo de todos os tempos. De acordo com pesquisa da Global Entrepreneurship Monitor (GEM), em parceria com o Serviço de Apoio às Micro e Pequenas Empresas (Sebrae) e o Instituto Brasileiro de Qualidade e Produtividade (IBQP), três em cada dez brasileiros adultos – entre 18 e 64 anos – são donos de empresa ou estão envolvidos com a abertura de um negócio próprio. O estudo também revelou que, a cada 100 pessoas que iniciam um empreendimento, 71 são motivadas por uma oportunidade, e não pela necessidade. Grande parte desse cenário de fortalecimento econômico é resultado de um movimento criado na década de 1990 pelas associações empresariais de Joinville (Acij), Brusque (Acibr) e Blumenau (Acib), junto à Câmara de Artes e Ofícios de Munique e Alta Baviera (HWK), na Alemanha. No ano de 1991, a então Associação Comercial Industrial de Joinville inovou sua atuação no município com a implantação do modelo de núcleos setoriais, resultado da parceria com a HWK. Com o objetivo de proporcionar o desenvolvimento das empresas de menor porte por meio de reuniões, as articulações para trazer o projeto para Santa Catarina principiaram um ano antes, na gestão do empresário Henrique Loyola à frente da entidade. “Tudo começou em dezembro de 1990, quando fui convidado para um almoço e disseram que, por unanimidade, a classe empresarial me queria como presidente da Acij. Não tive como negar”, relembra Loyola. Sabendo

que seria o próximo a dirigir a associação, ele embarcou para a Alemanha, no início do ano seguinte, com o propósito de participar da feira Heimtextil, como representante da Companhia Fabril Lepper. Durante a estada, abriu espaço na agenda para conhecer as entidades do país que, anos antes, haviam proposto um trabalho em conjunto com as associações comerciais de Joinville, Blumenau e Brusque. “Quando cheguei, fui absolutamente convencido de que estávamos perdendo tempo aqui. A estrutura deles era impressionante. O propósito dos alemães era priorizar o associativismo e promover o desenvolvimento das médias e pequenas empresas”, revela. Certo de que o projeto beneficiaria o município, difundindo, estimulando e motivando os empresários a se engajar nas ações da Acij, Loyola voltou ao Brasil disposto a garantir que o MAX SCHWOELK

Time de presidentes dos núcleos da Acij na gestão 2015/2016: iniciativa empreendedora

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convênio fosse assinado: “Na época, a tendência do cenário econômico era de que o emprego na indústria se tornaria cada vez mais escasso, devido à crescente automação da produção. Com as ações da HWK, as pequenas empresas representavam mais de 60% do PIB da Alemanha, estabilizando a economia local”. Além da Câmara de Artes e Ofícios de Munique e Alta Baviera, a cooperação entre Brasil e Alemanha contou com a participação da Sociedade de Cooperação Técnica (GTZ), de Eschborn, localidade contígua a Munique; da Fundação para o Desenvolvimento e Qualificação (Sequa), organização da Confederação das Câmaras de Artes e Ofícios (ZDH); e do Ministério de Cooperação Econômica e Desenvolvimento (BMZ), em Bonn. Segundo Diogo Haron, diretor executivo da Acij, que participou de missão empresarial na Alemanha, o pioneirismo da entidade favoreceu o desenvolvimento de mais de 1.500 novos negócios em quase 25 anos, elevando o número de empresas associadas de 345 para 2 mil, ao longo desse período. “Ao crescer mais de 270% após a implantação dos núcleos, o associativismo provou que o concorrente pode ser parceiro e que a união de componentes de um mesmo grupo oferece benefícios econômicos visíveis. Essa metodologia, organizada e adaptada da HWK para a Acij, vem sendo disseminada em todo o país, sempre em favor do incremento dos negócios entre os associados”, afirma Haron.

Loyola presidia a Acij quando o modelo dos núcleos foi adotado

O “pai da criança” Regressando a Joinville, José Henrique Loyola procurou o então presidente da Acij, Raul Schmidt, e sugeriu a assinatura do convênio proposto pela HWK. A convite da entidade alemã, Schmidt viajou com os representantes das associações comerciais de Blumenau e Brusque. “Eles aceitaram a proposta, mas só concordaram depois que eu fui lá e conheci o projeto. Por isso, cá entre nós, eu me considero o pai da criança”, comenta Loyola, orgulhoso. A principal distinção entre o modelo brasileiro e o alemão é a fragmentação das entidades: “Lá, é como se todas as associações comerciais da cidade fossem uma instituição só. Não há diferença entre grandes e pequenos empresários. Todos são representados igualmente e fazem parte de um grupo só”. Outra mudança foi a implantação dos núcleos setoriais, que não existiam na Alemanha. “Eles têm oficinas. É a demanda dos empresários que determina os cursos oferecidos. Adaptamos essa ideia para Joinville por intermédio dos núcleos”, explica. A implantação do convênio com a Câmara de Artes e Ofícios de Munique e Alta Baviera foi a maior realização de Loyola no comando da Acij. “A participação dele foi muito ativa, porque é um entusiasta na área da formação profissional. Foi com ele que esse projeto deu os primeiros passos e depois foi crescendo, agregando parceiros”, aponta Fidelis Martins, ex-diretor executivo da associação, no livro “Henrique Loyola – Colecionador de Desafios”, publicado em 2012.

O sistema de núcleos setoriais é uma das bases da entidade, ampliando a abrangência e importância da Acij. De concorrentes, os empresários passaram a se reconhecer como parceiros, que têm empresas semelhantes com problemas em comum. Hoje, são 26 núcleos, sendo quatro grupos do Gestão Compartilhada (territoriais), 11 setoriais, cinco multissetoriais e seis temáticos. O mais antigo, que ultrapassa os 20 anos, é o Núcleo de Usinagem e Ferramentaria, que busca promover o desenvolvimento sustentável das empresas, com foco na modernização dos serviços, ampliação do acesso a mercados, tecnologia e melhoria na gestão. Segundo o presidente Edison Dalinghaus, o núcleo busca contribuir para o aumento da competitividade, para a melhoria da qualidade de vida dos profissionais e para a articulação de ações que possam impactar o ambiente de negócios.

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DIVULGAÇÃO

Atividade da Câmara de Artes e Ofícios de Munique e Alta Baviera, a maior das 56 existentes na Alemanha

Entidade fomenta o empreendedorismo A Câmara de Artes e Ofícios de Munique e Alta Baviera (HWK) é a maior das 56 câmaras existentes na Alemanha, com mais de 50 mil associados. A instituição representa os interesses dos filiados perante a sociedade e o governo, participa da construção de projetos de lei e de políticas que tratam de pequenas empresas, além de atuar na elaboração de estudos, pesquisas e estatísticas. O trabalho da HWK é focado na criação de condições para que os empreendimentos se desenvolvam e lucrem. Para isso, a câmara mantém sete centros de treinamentos, três academias para formação e especialização de profissionais e 10 escolas de formação de mestres. Entre os serviços promovidos, destacam-se assessoria técnica,

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administrativa, comercial e tributária para empresas associadas; financiamento e apoio para empresas recém-instaladas; apoio na criação de novas empresas; promoção de feiras; serviços de incubação; incentivo às exportações; condomínios empresariais; serviços de garantia de crédito e companhia de seguros. No Brasil, o convênio com a HWK não resultou apenas no modelo de núcleos, replicado em vários Estados. A Fundação Empreender também foi criada nesse momento, visando auxiliar o desenvolvimento técnico e estrutural dos negócios de Joinville e região. “A fundação é uma rede que busca estimular o empreendedorismo com base no fortalecimento das associações empresariais e de seus associados”, aponta José Henrique Loyola.

Após algumas reuniões para a implantação da parceria, ficou decidido que os programas de capacitação seriam desenvolvidos pela Fundação Empreender em diversos segmentos, com base no trabalho coletivo. Assim, foi construída uma sólida rede de contatos, consultoria gerencial, planejamentos organizacionais e até mesmo estágios e intercâmbios em países parceiros. Hoje, a organização é um dos braços da Federação das Associações Empresariais de Santa Catarina (Facisc). A partir dessa iniciativa, surgiram novos produtos e serviços, com destaque para as missões empresariais.


Impacto positivo nos negócios Um exemplo da influência positiva do convênio da Acij com a Câmara de Artes e Ofícios de Munique e Alta Baviera (HWK) é o empresário Nivaldo Rupp, conhecido em Join­ ville pela fabricação de escadas helicoidais. Em 1993, durante uma missão empresarial, ele visitou fabricantes na Europa e logo percebeu que suas técnicas eram muito rudimentares. “No pacote da parceria, estava inclusa a vinda de um mestre para cá e a ida de duas pessoas para lá. Aproveitei para conhecer os métodos alemães e aprendi a fazer as escadas em formato de caracol”, analisa. Ele lembra que os equipamentos disponíveis no Brasil estavam longe

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do padrão ideal, mas, mesmo assim, seu processo melhorou após a viagem: “O maquinário deles era muito superior. Aqui, o trabalho é quase todo manual”. A missão foi promovida pelo núcleo de marceneiros da Acij e reuniu os integrantes do grupo. Hoje, Nivaldo é proprietário da Marcenaria NR, fundada em 1978, que administra com a esposa. A empresa fica ao lado da casa onde mora. “O nível de qualidade dos nossos produtos é o mesmo de empresas onde trabalhei e dos principais centros do mundo”, orgulha-se. Com o avanço das suas técnicas, Nivaldo ganhou clientes em outras cidades de Santa Catarina, no Paraná e interior de São Paulo. Apesar de fabricar todos os ti-

pos de móveis, as escadas são o carro-chefe. Durante o tempo em que ficou na Alemanha, especializou-se na construção de corrimões curvos, retorcidos e sem emendas. De acordo com o diretor executivo da Acij, Diogo Haron, outros setores também se beneficiaram com o convênio, como as áreas de panificação, chocolate, escolas, automecânicas e meio ambiente. “Eles foram impactados pelo modelo de gestão e de trabalho presente na Alemanha. Se hoje temos no município panificadoras de alto padrão, por exemplo, é por causa dos laboratórios e oficinas que os responsáveis pelos negócios fizeram lá”, aponta.

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FOTOS: MAX SCHWOELK

BRASIL EFICIENTE

Nova agenda para o país Paulo Rabello de Castro falou sobre “O Mito do Governo Grátis: Nova Agenda para o Brasil”, em palestra na Acij. Rabello é um dos coordenadores do Movimento Brasil Eficiente (MBE). Doutor em economia pela Universidade de Chicago, nos Estados Unidos, também é presidente do Instituto Atlântico, diretor-presidente da SR Rating e fundador da RC Consultores, empresa de previsão econômica e análises de mercado. Com a presença dos secretários de Fazenda do Estado, Antonio Gavazoni, e do município, Nelson Corona, o economista defendeu a redução de alíquotas como forma de ampliar receita. “A sociedade dá uma resposta muito rápida nesses casos. O ‘governo grátis’ é o estágio mais avançado do populismo, quando as pessoas passam a crer ser possível obter vantagens sem custos para ninguém”, alertou.

Economista Paulo Rabello: “‘Governo grátis’ é populismo”

Na visão de Paulo Rabello, o ministro Joaquim Levy não representa o interesse do empresário, devido a seu perfil gastador. Outro agravante, diz, é o serviço da dívida interna, que está em R$ 417 bilhões: “Não há superávit primário que possa fazer frente a essa maluquice. Temos um sistema tributário maluco e essa tragédia da despesa financeira”. O MBE foi articulado na Acij, na gestão de Carlos Rodolfo Schneider.

MISSÕES EMPRESARIAIS A Fundação Empreender, iniciativa desenvolvida pelas associações empresariais de Brusque, Joinville e Blumenau, realiza periodicamente missões para diversos países. A Alemanha é um dos destinos recorrentes. Os participantes visitam feiras e têm acesso a novas tecnologias, serviços, clientes e fornecedores. Além de ampliar o networking e conhecer a cultura empresarial do outro país. Christian Dihlmann, coordenador do programa, sublinha que as missões promovem uma atualização de mercado: “Em pouco tempo, ocorre uma imersão que provoca um choque de ideias, seja pela diferença entre culturas ou tecnologias”. Os interessados em planejar uma nova viagem podem entrar em contato com a Fundação Empreender, localizada na sede da Acij.

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Gestores da Tractebel apresentaram projeto na Acij

PROJETO

Usina de US$ 700 mi na região A Tractebel, maior geradora privada de energia do país, escolheu Garuva para a implantação da usina termelétrica de gás natural – UTE Norte Catarinense. O anúncio foi feito durante a reunião do conselho da Acij. De acordo com Guilherme Ferrari, diretor técnico da UTE, o investimento total será de US$ 700 milhões. “Somos uma empresa de alta capacidade gerencial, com demanda de vultosos investimentos, e o nosso sucesso depende do sucesso do Brasil. Temos políticas muito claras de mudanças climáticas e gestão sustentável”, garantiu Ferrari. Com capacidade de 600 MW, a UTE Norte Catarinense pode gerar energia elétrica equivalente ao consumo de uma população de 1,8 milhão de pessoas. O prazo de instalação é de 32 meses e devem ser gerados até 800 postos de trabalho.


POR QUE ACIJ DIVULGAÇÃO

BOAS-VINDAS

Café com novos associados A Acij soma um quadro de associados próximo a 2 mil empresas. Desse total, 60% são de micro e pequeno porte. Em momentos de economia retraída, a busca por alternativas, novas parcerias e ampliação da rede de relacionamento é uma estratégia eficaz para manter e gerar novos negócios. Para estimular o associativismo e a integração, todo mês, a associação promove um café da manhã de negócios, convidando os novos associados. O último evento ocorreu no dia 21 de agosto e contou com a presença de Diogo Haron, diretor executivo da casa. “É um encontro informal, que tem por objetivo aproximar os associados, gerar negócios e apresentar os nossos serviços a quem acaba de chegar. Sejam todos muito bem-vindos”, declarou Haron. Para saber como se associar, ligue (47) 3461-3372 ou comercial@acij.com.br.

Encontro reuniu associados mais recentes

MAIS PARCEIROS

JULHO E AGOSTO/2015

MERCADO L.E

47 3025-2143

NAVITAS TECNOLOGIA

47 3437-6635

A & H MEYER

47 3278-4028

PAULÃO AR CONDICIONADO

47 3455-1053

ALCIDES L. N. JR. ASS E CONS. AMBIENTAL

47 9964-5654

PHILIPE AFONSO HERENIO KERKHOFF

47 9706-2185

ALMEIDA PRODUÇÕES MUSICAIS

47 8402-7588

PITER CAR

47 3026-6362

ARQUIVAR GESTÃO DE DOCUMENTOS

47 3425-7015

PURPURATA

47 3028-7007

ATSUL SOLUÇÕES

41 3151-4433

QUIMIDROL

47 3027-8700

AUTO MECÂNICA BIVARI

47 3473-0836

RD VILLE CONSTRUTORA E INCORPORADORA

47 4101-7980

AUTO QUALITY OFICINA

47 3145-3409

RESENDES CONSULTORIA QUALIDADE

47 8899-4848

BRJ ADVOGADOS

47 3422-9219

RESTAURANTE SABORES DA VOVÓ

47 3435-4971

CARBONI DISTRIBUIDORA DE VEÍCULOS LTDA

47 3130-7050

RESULT

47 9196-0760

CHAVEIRO ROCHA

47 3278-9000

RH JOINVILLE

47 3028-5280

CLINICA CENTRAL DE OFTALMOLOGIA

47 3025-6669

RIBEIRO PLÁSTICOS LTDA

47 3465-0163

D414N3 BORBA SIST EM INFORM. E REPRES.LT

47 9260-5087

ROVIMA AR CONDICIONADO

47 3027-1251

ECOVILLE BRASIL

47 3417-9719

SC LOGÍSTICA INTERNACIONAL

47 3025-2994

ELETRO PEÇAS POLZIN

47 3026-5665

SIGNIA DIGITAL

47 3028-7479

EMPÓRIO MUNDO

47 3439-4294

SIME ELETRICA

47 3025-4839

ENTERTRAINING ESCOLA DE NEGÓCIOS

47 3346-6306

SINTESE PESQUISAS

47 3433-6027

ERICO MAURICIO DE SOUZA PEIXOTO

47 9772-7046

SOMAG ASSESSORIA EMPRESARIAL

47 3207-0444

INSTITUTO VIVA SER

47 3023-0088

SUAVE TENTAÇÃO

47 3804-1753

ISOTEC

81 3535-1196

SULAMITA KAISER IMÓVEIS

47 3028-0000

LIBRA ENGENHARIA AMBIENTAL

47 3801-1788

TECJATO

47 2101-0250

LUCIANO SCHAUCOSKI

47 9916-8561

VINICIUS ANICETO MAIA DA SILVA

47 9914-7165

MAICON ROMEL CARVALHO

47 9961-4180

VIP FARMA

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ZEPPELIN E PADARIA

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Associe-se. Entre em contato pelo 3461-3370 e conheça as vantagens de ser um associado

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VISÃO ACIJ EDISON DALINGHAUS

Sete dias que marcaram uma trajetória profissional Na atividade empresarial, alguns momentos são especialmente marcantes para a trajetória que se deseja seguir. No meu caso, sem qualquer dúvida, destacaria a oportunidade de ter participado da Feira Euromold, na Alemanha, na missão técnica organizada pela Fundação Empreender. Esse episódio me transformou em alguém bem mais empreendedor. De forma simples e prática, vivenciando o que se faz lá, percebi que, no fundo, não é muito diferente daqui. A capacidade de transmitir tudo de pai para filho que os alemães têm faz parte da educação. Na empresa Hofmann Werkzeugbau Siegfried, maior ferramentaria da Alemanha, por exemplo, existe uma escola própria para formar os novos contratados. No centro de treinamento, vi alunos de 12 anos podendo experimentar a atividade que seria a sua nova profissão, orientados por um professor com mais de 60 anos. Na escola Bildungs-Center Sudturingem, também um centro de formação, fiquei mais surpreso com a estrutura. É muito boa, forma profissionais de alta qualidade, e tem alojamento próprio para dar aos alunos condições de se dedicar somente aos esPor onde se anda na Alemanha, tudos, em horário integral. O professor mais antigo você vê inovação: no passava dos 70 anos e continuava a trabalhar, mesmo aposentado. transporte, nas construções, Na Fachhochschule Schmalkalden, o DNA do plásno comércio etc. Sonho em tico é decifrado no laboratório. Os mais avançados dar a outras pessoas esta equipamentos já fabricados estão disponíveis aos alunos no laboratório, onde há uma câmara na qual oportunidade de participar de são criadas células humanas para analisar rejeição ou uma missão empresarial." aceitação do plástico no organismo humano. Tudo isso em um prédio muito antigo que me lembrou minha escola São Vicente, em Itapiranga, que meu avô ajudou a construir. Como descendente de alemães, senti como se visitasse a minha primeira escola. Por onde se anda na Alemanha, você vê inovação no transporte, nas construções, no comércio etc. Sem perceber, no mesmo espaço você vê um veículo estacionado com o cabo elétrico abastecendo e um prédio construído há 855 anos, onde reis e imperadores alemães eram eleitos. A Escola de Frankfurt é um centro cultural de reputação nacional e internacional, na cidade alemã onde fiquei para participar da Euromold. Sonho em dar a outras pessoas esta oportunidade que tive de participar de uma missão empresarial tão marcante. Mais do que uma viagem, fiz novos amigos que me tornaram presidente do Núcleo de UsinaEdison Dalinghaus gem e Ferramentaria da Acij. Quase tudo que aprendi, veio da escola, ela Presidente me moldou. Sempre esteve nos meus planos ir para a Alemanha. Trinta do Núcleo de anos depois, consegui realizá-los e agora vou transmitir para as minhas Usinagem e filhas tudo o que sei. Ferramentaria

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CARLA REGINA PINHEIRO

Podemos aprender muito com a potência alemã A Alemanha é um país muito importante para Brasil e, particularmente em Santa Catarina, exerce grande influência, devido à cultura trazida pelos imigrantes. O Estado é reconhecido internacionalmente por promover festas típicas, sendo a mais famosa a Oktoberfest. Do ponto de vista econômico, a Alemanha está entre os maiores negociadores com o Brasil. Conforme divulgado na balança comercial brasileira de julho de 2015, num comparativo entre 2014 e 2015, o país é o terceiro maior exportador do Brasil e o sexto maior importador. Há anos que o mercado alemão serve de referência para os empresários e facilmente se observa que as relações comerciais e econômicas entre os países estão estabelecidas com uma grande perspectiva de crescimento. Hoje, centenas de empresas alemãs estão instaladas aqui pela grande viabilidade de negócios com os brasileiros, e certamente com a intenção de relacionamento com a América Latina, considerando que o Brasil está logisticamente bem instalado. Eles têm um interesse elevado em nós. Da mesO modelo alemão é ma forma, empresas brasileiras olham para a Alecertamente um grande manha como mercado promissor. São desenvolvidos e reconhecidos pela fabricação de produtos de exemplo para nós. Empresas alta tecnologia. Os manufaturados lideram a paubrasileiras olham para este ta de exportação alemã, o que chega representar país como um mercado aproximadamente 85% do total. As empresas brasileiras já estão exportando promissor. Nossa aproximação produtos com maior valor agregado, mas ainda é vai trazer ganhos enormes." um movimento tímido, e o modelo alemão representa um exemplo para nosso país. Existem vários pontos que podemos destacar na Alemanha. Poucos países têm à disposição redes tão grandes de energia, telecomunicações, estradas, linhas férreas e rotas áreas. O plano de aumento de consumo estabelecido para superar a crise em 2009 é outro parâmetro de sucesso, observando-se que foi implementado um programa de reformas que incluiu uma redução tributária. A Alemanha se posiciona entre os três principais países com melhor desempenho universitário, competindo diretamente com os Estados Unidos e o Reino Unido. Essa sistemática da educação atrai estudantes estrangeiros e muitos deles fazem planos para permanecer no país e seguir carreira profissional. Carla Regina Pinheiro O fortalecimento do relacionamento entre Brasil e Alemanha é um camiSócia-diretora da empresa nho para o aumento das negociações. Também cabe ressaltar que a nossa Unique Consultoria Aduaneira aproximação dessas economias trará enorme ganho para os empresários e Ltda e presidente do Núcleo de Negócios Internacionais para o governo brasileiro. Ainda temos muito para aprender com essa potênda Acij cia mundial reconhecida como uma das mais relevantes do mundo.

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ACIJ NA MÍDIA FOTOS: DIVULGAÇÃO

Presidente da Fiesc, Glauco Côrte, esteve na Acij para anunciar programação do Encontro Brasil-Alemanha

PORTAL DA FIESC, 3 DE AGOSTO

“Encontro é oportunidade para buscar parcerias e negócios” “A Federação das Indústrias de Santa Catarina (Fiesc) apresentou na noite desta segunda-feira (3), em Joinville, a programação do Encontro Econômico Brasil-Alemanha. Na Associação Empresarial de Joinville (Acij), o presidente da Fiesc, Glauco José Côrte, destacou que em tempos de crise, especialmente para as pequenas empresas, o evento constitui oportunidade para conhecer outras realidades e empresários, buscando parcerias e iniciando novos negócios.”

NOTÍCIAS DO DIA, 4 DE AGOSTO “A 33ª edição do evento vai trazer à cidade cerca de 150 empresários alemães – com quase 100 confirmações, segundo o presidente da Fiesc, Glauco José Côrte, que esteve na Acij.”

PORTAL DA ACIJ, 3 DE AGOSTO “Em reunião do conselho da Acij, o secretário de Articulação Internacional, Carlos Adauto Virmond Vieira, destacou as ações do Estado de Santa Catarina em apoio ao Encontro Brasil Alemanha (EBA). Em sua palestra, Glauco Côrte falou sobre o EBA: ‘Cooperação para superar desafios’ será o tema central, cuja programação se estende com visitas e missões em diversas instituições, como Senai, Perini e portos.”

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A Notícia, 4 de agosto “O 33º Encontro Econômico Brasil-Alemanha foi o tema da reunião do conselho da Associação Empresarial de Joinville (Acij), aberta pelo presidente da entidade, João Joaquim Martinelli, na noite de ontem. Prefeitura e Federação das Indústrias de Santa Catarina (Fiesc) apresentaram a programação do evento.” Coluna Livre Mercado, A Notícia, 3 de agosto “O secretário de Assuntos Internacionais do governo do Estado, Carlos Adauto Virmond, anuncia hoje, na Acij, aporte de R$ 400 mil do governo para a realização do Encontro Econômico Brasil-Alemanha, a se realizar em Joinville, em setembro. Na mesma ocasião, o presidente da Fiesc, Glauco José Côrte, vai mostrar o que está planejado para o evento.” Notícias do Dia, 22 de agosto “Para a presidente do Núcleo de Negócios Internacionais da Acij, Carla Pinheiro, o Encontro Econômico será o momento oportuno para fazer negócios e conhecer as empresas alemãs que virão para cá. ‘Será uma grande oportunidade tanto para empresas que querem iniciar um relacionamento comercial com a Alemanha quanto para quem está pensando em investir lá’, afirmou ela.”


CURSOS & EVENTOS INTERCON 2015

Produtos e cases de sustentabilidade A Feira e Congresso da Construção Civil (Intercon) promove encontros de negócios para o setor, além de reunir empreendedores nacionais e estrangeiros. Neste ano, entre 21 e 24 de outubro, a Intercon vai explorar os conceitos do bem-estar, da boa saúde, da sustentabilidade socioambiental, da moradia inteligente, da segurança patrimonial, da acessibilidade, entre outros aspectos. Os expositores prometem apresentar seus melhores produtos e cases de sustentabilidade, mostrando ao público que a empresa participante está sintonizada com os desejos do cliente.

GESTÃO

A administração dos custos de uma empresa, grande ou pequena, é uma ferramenta fundamental que auxilia a tomada de decisões. Para orientar empreendedores de Joinville e região, a Acij oferece o curso “Custos para Gestão de Pequenas e Médias Empresas”, entre 9 e 12 de novembro. As aulas serão ministradas pelo professor Márcio Alves. Inscrições podem ser feitas pelo telefone (47) 3461-3344 ou pelo e-mail capacitacao@acij.com.br.

14 e 15 de outubro 13º Encontro da Cadeia de Ferramentas, Moldes e Matrizes Acij, Joinville (11) 5534-4333 abm@abmbrasil.com.br 14 a 18 de outubro Campeonato Brasileiro de Karatê Etapa Final Centreventos Cau Hansen, Joinville (47) 3028-3926 17 de outubro Stammtisch Joinville 2015 Via Gastronômica, Joinville (47) 3461-2515 www.gastronomiajoinville.com.br 20 de outubro 3° Workshop Internacional de Educação Fiesc, Florianópolis (48) 3231-4100 e 3334-5623 21 e 22 de outubro Curso Produção Mais Limpa – Eficiência Ambiental em Processos Produtivos Câmara Brasil-Alemanha, São Paulo (11) 5187-5149 mambiente@ahkbrasil.com 5 de novembro Seminário de Mão de Obra Estrangeira – Edição Anual Espaço Transatlântico, São Paulo (11) 5187-5100 eventos@ahkbrasil.com 18 de novembro Curso Gestão da Geração Y Câmara Brasil-Alemanha, São Paulo (11) 5187-5149 cursos@ahkbrasil.com

MAX GEHRINGER

Conhecido por seus comentários no programa “Fantástico”, da TV Globo, Max Gehringer estará em Joinville no dia 1o de outubro. Ele vem apresentar palestra que tem como tema “Gerenciamento de Mudanças”. O evento será no auditório da Expoville. Os ingressos custam R$ 70 para associados Acij e estudantes e R$ 100 para demais interessados. Mais informações: (47) 3461-3333.

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30 de novembro Palestra Innovation Business Lunch Tendências Made in Germany Câmara Brasil-Alemanha, São Paulo (11) 5187-5149 eventos@ahkbrasil.com

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FEITO EM JOINVILLE FOTOS: DIVULGAÇÃO

Aula no instituto, que prepara integrantes da PM e também atende alunos da Escola Bolshoi

INSTITUTO TACHIBANA DE AIKIDO

Encontrando a paz interior Na visão geral, o Aikido é uma arte marcial que promove a resolução de conflitos, a partir da interação com diferenças em busca da paz interior. Em Joinville, o Instituto Tachibana de Aikido tem como objetivo o desenvolvimento e treinamento de pessoas com base no ensino da cultura, tradição, técnicas e filosofia oriental. Sustentada nos princípios do budismo, confuncionismo, taoísmo e, principalmente, do xintoísmo, a prática vem de encontro ao cultivo de soluções por aqueles que querem se conectar consigo mesmos. “Somos uma entidade sem fins lucrativos que trabalha com o desenvolvimento de pessoas pelo Aikido”, explica o presidente Marcos Tavares. Desde 2012, o Instituto Tachibana prepara integrantes da Polícia Militar, da Companhia de Patrulhamento Tático (CPT) e do Grupamento de Radiopatrulhamento Aéreo (Graer), física e mentalmente, para uma vida mais disciplinada, ordeira e produtiva. Eles também realizam o programa

de contenção física de pacientes, Health Security, na ala psiquiátrica do Hospital Regional Hans Dieter Schmit. “Desenvolvemos o método após descobrirmos que aconteciam muitos casos de violência contra profissionais da saúde”, diz Marcos Tavares. Os alunos da Escola Bolshoi também participam de aulas voluntárias, que procuram despertar valores éticos e morais como respeito, amor, gratidão e honra. Instituto Tachibana de Aikido Rua Xanxerê, 71 (fundos) Saguaçu/Joinville (47) 3028-7919 / (47) 9995-0294 aikido@aikidojoinville.com.br

Compromisso com o meio ambiente Fundada em 2010, a Gaia Consultoria Ambiental se propõe a apresentar soluções ambientais aos clientes e parceiros. Segundo a sócia Carla Fuck, a Gaia atua nas mais diversas áreas, auxiliando no licenciamento e adequações necessárias, de micro e pequenos negócios até empresas de grande porte. “Trabalhamos em parceria com órgãos estaduais e municipais. Também atuamos em Araquari, São Francisco do Sul, Itapoá e outras cidades da região”, diz. Para ela, a preocupação com a questão ambien-

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tal ainda é pequena no mundo corporativo, mas ganha espaço: “Atendemos clientes que querem soluções rápidas e buscam licenciamentos por causa da fiscalização, por exemplo. Queremos trabalhar com eles a ideia da prevenção”. Após a contratação dos serviços, a empresa recebe a visita dos consultores, para identificar necessidades. Depois, é feito um levantamento de dados e as informações são analisadas. Carla, que preside o Núcleo de Consultoria Ambiental da Acij, ressal-

ta que o grupo cumpre importante papel para chamar a atenção quanto aos cuidados com o meio ambiente. “São profissionais muito comprometidos. Vamos começar agora visitas aos outros núcleos para apresentar nossas atividades”, afirma. Gaia Consultoria Ambiental Rua Carlos Klinger, 50, sala 4 Saguaçu/Joinville (47) 3439-2630 carla@consultoriagaia.com.br danieli@consultoriagaia.com.br


Rótulos selecionados da França

Sabores franceses Mais de 100 rótulos de vinhos de todas as regiões da França disponíveis para os apreciadores de Join­ville, e com valores diferenciados. Essa é a proposta do Empório Mundo. A empresa surgiu do descontentamento de seu fundador, o francês Didier Simon, com a qualidade e o preço das garrafas que encontrava por aqui. “Ele começou a importar diretamente de alguns amigos, por acreditar no mercado joinvilense”, informa Maria Clara Vergner, coordenadora de vendas.

São realizadas duas viagens por ano para trazer os mais diferentes produtos: “Queremos nos tornar uma referência nacional. Trabalhamos com a importação direta, vamos até lá e depois vendemos diretamente para os clientes. Não há intermediários, o que faz com que tenhamos vinhos melhores e mais acessíveis”. De acordo com Maria Clara, a preocupação maior do Empório Mundo está na qualidade dos produtos oferecidos. “Sempre que dispomos de recursos, investimos mesmo é em vinhos. Também estamos aumentando o espaço interno da empresa”, comenta. Dentre os destaques da loja, a coordenadora cita quatro rótulos de um produtor próximo à Alemanha: “Ele trabalha há quatro gerações com vinhos orgânicos de alta qualidade. São bebidas muito apreciadas na Alemanha. Acredito que aqui, por causa da ascendência germânica, fará bastante sucesso”.

Joicargo Transportes Integrados Criada em agosto de 1991, teve como objetivo inicial atender empresas exportadoras e importadoras com cargas de pequenos portes, principalmente aéreas. Com o tempo, especializouse também em transportes de contêineres nos portos do Sul do Brasil. Tem sede em Joinville e filiais em Itajaí e São Francisco do Sul e há mais de 20 anos presta serviços às principais empresas do Estado. Rua Lages, 120. Centro/Joinville (47) 3433-1911 www.joicargo.com.br

Empório Mundo Alameda Rolf Colin, Bloco B, ADM 1 Condomínio Parco Perini/Joinville (47) 3439-4294 vendas@emporiomundo.com.br

Activas Plásticos Industriais Atuante há mais de 25 anos no mercado brasileiro, comercializa e distribui resinas termoplásticas das principais petroquímicas do Brasil e do mundo. Rua Dona Francisca, 8300 Perini Business Pirabeiraba/Joinville (47) 3437-5001 www.activas.com.br

O poder do pequeno A vontade de realizar um trabalho diferenciado, focado em design e branding, foi o que motivou a criação do Estúdio Bora. “Saímos de uma agência para montar o negócio do nosso jeito. Por sermos novos, nossa dificuldade, no início, foi alcançar as grandes empresas”, relata Tábata Funk, sócia-proprietária. Há três anos, o Estúdio desenvolve embalagens, redesign de marcas e design gráfico. “Um dos nossos diferenciais é a proximidade com os clientes. Na maioria das agências, o dono vai lá, fecha o negócio e passa o atendimento para um funcionário. Como somos apenas duas pessoas na empresa, eles falam direto conosco”, destaca. Outro ponto que Tábata destaca é trabalho em home-office: “Vamos direto a quem nos contrata”. Estúdio Bora (47) 3025-4078, fale@estudiobora.com.br

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Fábrica Brasileira de Moldes Sua área de atuação é a solução em ferramentais para a indústria. Fornece ferramentais que geram diferenciais à indústria de transformação. Rua Bruno Germano Ponick, 184 Bom Retiro/Joinville (47) 3043-5080 www.fbmoldes.com.br

Delima Advogados Associados O escritório atua nas áreas de direito tributário, empresarial e civil, entre outras. Em sua apresentação, enfatiza a busca da constante qualificação de seus profissionais, formando uma equipe sólida. Rua Conselheiro Arp, 80 América/Joinville (47) 3025-5655 www.delima.adv.br

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5 TOQUES

FÁBIO ABREU

VIAGEM

Como se preparar para visitar a Alemanha Seja para os fãs da Oktoberfest, aos interessados na história de nossos antepassados ou nas incríveis paisagens, a Alemanha atrai turistas de todo o mundo, incluindo milhares de brasileiros. Para tornar a viagem mais tranquila, o blogueiro Gustl Rosenkranz listou dicas para quem está pensando em fazer as malas e se aventurar no outro país.

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Burocracia Não deixe para cuidar de formalidades importantes na última hora. Lembre-se de que imprevistos sempre podem ocorrer – e alguns podem exigir algum tempo para ser resolvidos. Pesquisar preços de passagens com a máxima antecedência, por exemplo, aumenta a chance de encontrar uma promoção boa e economizar.

2

Paladar É preciso libertar o paladar para conhecer a culinária alemã, que por sinal é muito diversificada e oferece opções para todos os gostos. Quem quiser só comida brasileira convencional vai encontrar dificuldades.

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Informe-se Existem inúmeros blogs e sites com informações sobre a Alemanha, mas é preciso selecionar as fontes de pesquisa para evitar que você se baseie

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em dados desatualizados. Busque contato com brasileiros que já passaram pela experiência. No Facebook, por exemplo, é possível trocar ideias em grupos como “Alemanha para brasileiros”.

4

Conheça a cultura Muita coisa na Alemanha é diferente do Brasil. Apesar de ser um país geograficamente pequeno, as diferenças regionais são marcantes. A cultura e a mentalidade podem mudar de região para região, e até mesmo o idioma, pois são falados diversos dialetos.

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Custo Antes de embarcar, planeje com cuidado seus gastos. Calcule quanto tempo ficará e quanto gastará por dia com acomodações, transporte, refeições e atividades de lazer. É importante definir a região que tem intenção de visitar e como imagina aproveitar a estadia.


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OBJETOS DE DESEJO Nesta edição especial, a Revista 21 traz música, bebida, culinária e produtos de fabricantes tradicionais da Alemanha. 200 ANOS DE TRADIÇÃO Há cerca de 200 anos, a cerveja Weiss era fabricada somente pela família real da Baviera. Em 1872, com o declínio do estilo cervejeiro, a exclusividade acabou. Em Munique, nasce a Weissbierbrauerei G. Schneider & Sohn (Georg Schneider e Filhos), que produzia a Weiss desde 1607. Após 143 anos, a família continua comandando a cervejaria, com Georg IC Scheneider à frente da fábrica, localizada em Kelheim, perto de Munique. Fácil de se encontrar em supermercados e cervejarias.

Seus rótulos estão entre os melhores produzidos na Alemanha

Preço estimado: R$ 20 (diversos sabores)

Kraftwerk Publication A Biografia 368 páginas R$ 52 Editora Pensamento

PRECURSORES DA DANCE MUSIC Formado em 1970 em Düsseldorf, o Kraftwerk é tido como precursor de toda a dance music moderna. Kraftwerk Publikation é muito mais do que a biografia de um grupo sem paralelo na história. Com contribuições de Wolfgang Flür e Karl Bartos, bem como de outros exintegrantes da banda e artistas do mundo da música eletrônica, o autor David Buckley conta, numa linguagem ágil e jornalística, como um “bando de esquisitões” ligados à cena de música de vanguarda alemã acabou se tornando os improváveis “Lords da Música Eletrônica” pop moderna e se mantendo na ativa até hoje, com uma agenda de shows lotada.

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NAS PARADAS DOS ANOS 70 Can, uma das principais bandas do gênero Krautrock, surgiu no final dos anos 60, sendo pioneira no uso de loops e colagens sonoras, antecipando o conceito do sampler. O álbum “Ege Bamyasi”, lançado em novembro de 1972, contém um dos singles, “Spoon”, que chegou à lista das dez músicas mais ouvidas na Alemanha na época. O álbum é citado como influência de artistas como Stephen Malkmus, do Pavement, Thurston Moore, do Sonic Youth, e Geoff Barrow, do Portishead. $18,87 (vinil) www.amazon.com.br GESINE PETTER/FOTEX


ROLF KRAHL

FOTOS: DIVULGAÇÃO

PERFEIÇÃO NA ESCRITA Em 1761, em Stein, no Sul da Alemanha, o marceneiro Kaspar Faber inventou o lápis de grafite. Mal imaginava ele que sua pequena fábrica viraria uma das maiores fabricantes de lápis do mundo, a Faber-Castell, que desde 1978 é administrada pelo conde Anton-Wolfgang Von Faber-Castell, a oitava geração. Hoje, além de lápis, canetas, marcadores e borrachas, a marca apresenta produtos e acessórios especiais para escrita, na linha de luxo Graf Von Faber-Castell, que disponibiliza canetas tinteiros, rollerball, esferográficas e lapiseiras especiais. Preços variados www.graf-von-faber-castell.com.br

SANDÁLIA DO ALEMÃO No mercado de sapatos desde 1774, a marca alemã Birkenstock traz um típico calçado do país: sandálias largas, confortáveis e ecológicas. As palmilhas são feitas de cortiça e de látex natural. Os contornos de um pé saudável garantem a

distribuição de peso adequada. O “toe bar” permite que os dedos dos pés fiquem confortavelmente ajustados, estimulando a circulação e ajudando a manter o equilíbrio. O relevo do calcanhar proporcionar estabilidade. Essa tecnologia

BOA COZINHA “Gute Küche”, em alemão, significa “boa cozinha”, e foi este o nome escolhido pela família Schramm para o seu restaurante colonial, em atividade desde 1991. Localizada na Estrada da Ilha, em Joinville a casa trabalha com almoço, bufê de café colonial e jantar. No cardápio à la carte, comidas típicas como marreco, Eisben (joelho de porco), Würstplate (salsicha Bock) e Scwartzauer (sopa preta).

Restaurante Gute Küche Rua Eugênio Ernesto Kunde, 1100 (acesso pelo viaduto de Pirabeiraba). (47) 3424-1404 ou 3424-1077

mantém a coluna e as pernas alinhadas e, consequentemente, garante uma postura saudável e confortável. Preços variados www.birkenstock.com.br

Dicas para os “Objetos de desejo” da próxima edição? Escreva para revista21@mercadodecomunicacao.com.br

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BRIEFING ROBERTO STUCKERT FILHO

Chanceler foi recebida pela presidente Dilma: cooperação em várias frentes

BRASÍLIA

Angela Merkel veio abrir portas para investidores Um mês antes do Encontro Econômico Brasil-Alemanha, a chanceler Angela Merkel esteve em Brasília, acompanhada por sete ministros e cinco secretários de Estado. Segundo a imprensa, o governo alemão busca oportunidades de investimento para as cerca de 1.400 empresas daquele país que operam no Brasil. O saldo foi positivo, com a assinatura de memorandos de entendimento em áreas como mobilidade urbana e meio ambiente, somando US$ 500 milhões em projetos. “O objetivo é intensificar a relação com a Alemanha, com um diálogo mais constante em pontos de extrema importância no âmbito internacional”, resumiu à Folha de S. Paulo o embaixador Osvaldo Biato Junior, diretor do Departamento de Europa do Ministério das Relações Exteriores. Para multiplicar os recursos germânicos que desembarcam em território brasileiro, ressalvou durante a visita o vice-ministro das Finanças da Alemanha Jens Spahn, o requisito principal se resume à palavra segurança. “Precisamos talvez de uma regulamentação e de um conjunto de regras que tornem o investimento um pouco mais interessante do que poderia ser hoje”, declarou aos jornalistas, após encontro com o ministro da Fazenda, Joaquim Levy.

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Entre outros desdobramentos, a vinda da comitiva alemã resultou na criação de um grupo de representantes dos dois governos para debater formas de cooperação bilateral com o objetivo de expandir ações sustentáveis no campo da energia. Em paralelo, será constituído um fórum empresarial bilateral, com participantes do setor produtivo, para dinamizar investimentos e trocar conhecimentos e tecnologias. “Reconhecemos a existência de um grande potencial de cooperação entre o Brasil e a Alemanha. Temos um interesse comum, que é obter mais sustentabilidade e energias renováveis em nossas matrizes. Precisamos debater como podemos intensificar esse diálogo”, disse, após o encontro, o vice-ministro alemão de Economia e Energia, Mattias Machnig.


HISTÓRIA

Parceiros na arte e na cultura “Portas abertas”, o lema da Sociedade Cultural Alemã de Joinville, tem o desafio de traduzir com germânica precisão a filosofia da entidade, fundada em 3 de outubro de 1999. Homenageando a data oficial da reuni­ficação alemã, a Scaj se dedica a atuar de forma voluntária no incentivo à preservação da cultura que, majoritariamente, formou a maior cidade catarinense – mas recebendo em seu meio todos os cidadãos interessados em conhecer e compartilhar cultura, de origem alemã ou não. Ao longo destes quase 16 anos de existência, a Scaj se orgulha de uma forte atuação, especialmente no quesito de divulgação da arte e no reconhecimento a personalidades de destaque na valorização da cultura teuto-brasileira. Todo ano, três pes-

soas são eleitas para receber o troféu que recebeu o nome de Hilda Anna Krisch, emérita incentivadora da cultura e dedicada profissional da saúde, falecida em 1995. O troféu é obra da artista plástica joinvilense Marli Swarowsky e simboliza um abraço – remetendo não apenas ao reencontro dos descendentes dos primeiros colonizadores da região, como também à reunificação da Alemanha. Mais de 50 personalidades e instituições joinvilenses já receberam o troféu Hilda Anna Krisch. Seus perfis integram o livro “Personalidades da Cultura Alemã em Joinville”, resultado de pesquisa e produção da jornalista Nelci Terezinha Seibel, assessora de imprensa da Scaj. Entre os homenageados, entidades de notável relevância e figuras de destaque da cultura e

da política joinvilense, como Sociedade Cultural Lírica, Sociedade Rio da Prata, Corpo de Bombeiros Voluntários, Associação de Amadores de Orquídeas (Ajao), historiadora Raquel S. Thiago, escritora Regina Colin, senador Luiz Henrique da Silveira, falecido neste ano, e o atual prefeito Udo Döhler. No dia a dia da comunidade, a Scaj promove os “Domingos Musicais”, todo primeiro domingo do mês, na Casa da Memória/Cemitério do Imigrante, proporcionando concertos e apresentações de autores germânicos e brasileiros, com ênfase aos grupos locais. Uma iniciativa que já se consolidou entre os joinvilenses que podem, ainda, participar de outras atividades, como os encontros de conversação em alemão, todas os finais de tarde de segundas-feiras, e a Noite Germânica, com jantar típico e atividades culturais, sempre no mês de novembro.

DIVULGAÇÃO

Grupo FestMusik circula pela Europa: “Exportando a Cultura Joinvilense”

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Nascido no mesmo ano da Scaj, o grupo FestMusik, criado pelo bandoneonista Germano Haak, frequenta os mais tradicionais eventos de Joinville e região. Integrado, ainda, por Daniela Haak, no piano e acordeon, Guilherme Bächtold, também no bandoneon, e Guilherme Périus, violinista, ex-integrante da consagrada Orquestra Sinfônica de Porto Alegre (Ospa), o grupo viaja à Alemanha, Áustria e Suíça, para várias apresentações em setembro e outubro, pelo projeto “Exportando Cultura Joinvilense”. A ideia da turnê europeia foca no intercâmbio cultural porque leva às apresentações música produzida em Joinville, de autores locais, como Arinor Vogelsanger, além de canções tradicionais brasileiras. Com patrocínios da Tigre e da Meister, a turnê prevê seis apresentações europeias.

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INOVAÇÃO

Prêmio para quem está na vanguarda A Câmara de Comércio e Indústria Brasil-Alemanha, de São Paulo (AHK-SO), anuncia no dia 12 de novembro os vencedores do 3o Prêmio Brasil-Alemanha de Inovação, iniciativa que pretende impulsionar a visibilidade e a articulação de empresas inovadoras de todo o Brasil. O lançamento do concurso, em agosto, teve a participação do professor Karlheinz Brandenburg, criador do formato MP3, da Fraunhofer IDMT, e de Ralf Schweens, presidente América do Sul da Basf. O evento teve início com o tema “Por que inovar? ”, apresentado pelo consultor Martin Bodewig, para

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quem é necessário que as empresas acompanhem sempre o competitivo mercado atual e, para isso, criem modelos e valores de inovação, não apenas como diferencial estratégico, mas atendendo à necessidade sistemática de transformação. Ao apresentar a importância de um ambiente criativo, Cesário Martins, Co-CEO da ClickBus do Grupo Rocket Internet, destacou que o sucesso, na nova realidade, reside na união entre a criatividade e a conectividade – tudo mudou e segue mudando, inovar é sempre a melhor saída e as chamadas ferramentas móveis ilustram muito bem essa nova fase.

Os três primeiros colocados de cada categoria vão apresentar seus projetos durante o evento de premiação, além de ter seu trabalho divulgado a empresas patrocinadoras e parceiros institucionais do Departamento de Inovação e Tecnologia. Já o primeiro lugar de cada categoria recebe uma viagem à Alemanha para conhecer institutos de ciência,tecnologia e inovação e visitar uma feira dentro do seu segmento. O 3o Prêmio Brasil-Alemanha de Inovação tem apoio e patrocínio das empresas Basf, Bayer, Siemens e Volkswagen.


MARCELO KUPICKI

NA FEIRA

Três semanas antes do Encontro Econômico, dez indústrias alemãs marcaram presença em Joinville, durante a Intermach 2015, Feira e Congresso de Tecnologia, Máquinas, Equipamentos Automação e Serviços para a Indústria Metalmecânica. O espaço recebeu incentivo do governo da Bavária. Uma das empresas participantes foi a Haier, que atua no mercado de porta-ferramentas e acessórios para máquinas e se instalou no Brasil em 2012. O gerente geral da unidade brasileira fez uma visita à BMW, animado com a perspectiva de fechar negócios, repetindo aqui uma parceria já existente na Alemanha. “A BMW com certeza fortalece o mercado regional”, comentou Kleber Zibordi.

POLO AUTOMOTIVO

Um ano de BMW, com 10 mil carros FOTOS: DIVULGAÇÃO

A inauguração da fábrica da BMW em Araquari, passo decisivo para a consolidação do polo automotivo catarinense, completa um ano em outubro. A comemoração chegou antes, no dia 20 de agosto, quando a fábrica alcançou 10 mil unidades produzidas no Brasil. Um BMW X3, que entrou na produção no mesmo mês, marcou a conquista. Além desse modelo, a fábrica tem em seu portifólio o BMW Série 3, BMW X1 e BMW Série 1, todos fabricados aqui, com nível de qualidade compatível ao de veículos vindos de outras plantas do grupo. A expansão não para. Até o final do ano, a companhia pretende incluir o MINI Countryman na linha de montagem. Em setembro, foi concluído o projeto da fábrica, com o início da operação das áreas de soldagem/ carroceria e pintura. Em Araquari, são produzidos 60 veículos por dia e a unidade fabril brasileira tem capacidade

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instalada para montar até 32 mil carros por ano. “Antes de completar um ano, já respondemos pela admissão de cerca de 600 colaboradores, além de fomentar grande parte da cadeia de fornecimento em Santa Catarina, o que inclui fornecedores e parceiros de negócios”, afirma Ricardo Santin, gerente sênior de planejamento e novos projetos do BMW Group Brasil. A planta de Araquari é a 30ª unidade fabril da empresa no mundo, em 14 países. No total, foram inves­ tidos mais de R$ 600 milhões na estruturação do empreendimento. O objetivo da marca é se consolidar como fabricante nacional. Mundialmente, o BMW Group é fabricante líder de automóveis e motocicletas premium, comercializando seus produtos em mais de 140 nações. Em 2014, foram vendidos cerca de 2.100 milhões de automóveis e 123 mil motocicletas em todo o mundo.

Linha de montagem produz 60 veículos/dia; Santin, gerente de planejamento, destaca avanços

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ROGÉRIO DA SILVA/SECOM

IDIOMA

Aumenta a procura por cursos de alemão “A vida é muito curta para aprender alemão.” A bem-humorada frase atribuída ao escritor Oscar Wilde sugere que o mergulho no idioma de Goethe é uma missão quase impossível que tomaria toda uma existência – e mais um pouco. Claro que não é bem assim, embora ganhar destreza no onipresente inglês ou em línguas de raiz latina, como francês e italiano, seja menos complicado do que encarar as palavras quilométricas e cheias de consoantes dos germânicos. “O alemão é um idioma lógico e desafiador que requer muito estudo, dedicação e paciência”, resume a arquiteta Giselle Gurgel, dona de um blog sobre viagens intitulado Frau Gurgel. Levantamento divulgado em abril deste ano pelo Ministério das Relações Exteriores da Alemanha mostra que, depois de cair 27% na

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década de 2000, o número de alunos da língua voltou a subir, nos últimos cinco anos, somando 15,4 milhões ao redor do mundo, 135 mil destes no Brasil. Por aqui, a procura cresceu 30%, enquanto na China as matrícu­ las dobraram e na Índia, quadruplicaram. Segundo os organizadores da pesquisa, a razão para o aumento do interesse pelo alemão se explica pelo aspecto econômico: a Alemanha é vista como parceiro comercial confiável e um local atraente para estudar. O Ministério das Relações Exteriores anunciou o propósito de continuar incentivando o ensino de línguas em outros países. Em Joinville, o interesse pelo alemão vem avançando ano a ano na faixa de 15% a 30%, segundo escolas locais. Na unidade do Centro Europeu, que mantém o curso há seis

Duas escolas municipais de Joinville têm aulas de alemão para as crianças, uma como parte do currículo e outra no contraturno

anos, a demanda ficou maior após o anúncio da vinda da BMW para Araquari. A diretora Lucienne Daher Laus revela que boa parte dos alunos é formada por universitários que desejam se preparar tanto para o mercado de trabalho quanto para possíveis intercâmbios. “Há também adultos que objetivam melhorar o currículo, ou mesmo que vêm por hobby ou por terem ascendência alemã”, destaca. Na Target Idiomas, que abriu turmas de alemão em 2008, as razões expostas pelos alunos para se matricular são semelhantes, com uma pequena parte revelando disposição em resgatar as raízes familiares a partir da compreensão do idioma. Contudo, a diretora Luiza Meneghim ressalva que há mais curiosidade do que “real interesse e comprometimento”, e muitos alunos tendem a desistir no meio do caminho, ao perceber que o idioma exige dedicação e empenho. “Para negociar com a Alemanha, o profissional precisa se desenvolver no idioma. Mas é importante ter uma fala simples e bem direcionada, para mostrar todo seu potencial”, aconselha.

Pelo menos dois colégios da rede municipal de Joinville oferecem aulas de alemão para a criançada. Na foto desta página, aula da Escola Agrícola Carlos Heins Funke. Lá, o alemão faz parte do currículo, com duas aulas semanas para alunos do 6º ao 9º ano. Já na Escola Hans Müller, a disciplina é no contraturno escolar e, em parceria com o governo alemão, os alunos do 9º ano fazem teste de proficiência no idioma.


EMPRESA

Aprimoramento para potência alemã dos transportes marítimos Líder no segmento de transporte marítimo de contêineres na Costa Leste da América do Sul e uma das maiores empresas mundiais de navegação, a alemã Hamburg Süd atraca em Joinville para uma parceria que visa aprimorar o controle logístico de suas operações. A Aliança Navegação e Logística, empresa de navegação do Grupo Hamburg Süd que opera navios de bandeira brasileira, assinou contrato com a joinvilense OpenTech. A parceria prevê a internacionaliza-

ção do sistema de gerenciamento de risco da frota e a renovação e modernização das ferramentas e softwares de logística da multinacional. “Estamos contratando a OpenTech para nossa empresa de terminais Aliança, que terá abrangência nacional, considerando que no momento operamos em Itapoá e Manaus. A longo prazo, temos a perspectiva de estender a parceria para o Mercosul”, relata Fernando Camargo, gerente nacional de operações intermodais da Hamburg Süd Brasil. A companhia alemã, fundada em 1871, foi responsável pela vinda de milhares de imigrantes para o Brasil durante os séculos 19 e 20. No final da década de 40, a Hamburg Süd foi comprada pelo Grupo Oetker, que assumiu também, em 1998, a empresa Aliança. Entre 2013 e 2014, a Aliança reestruturou sua frota de cabotagem com investimento de R$ 700 milhões na compra de seis navios porta-con-

O gerente nacional de operações intermodais da Hamburg Süd Brasil, Fernando Camargo, enfatiza que a parceria com a OpenTech vai auxiliar a multinacional a prover serviços de qualidade. A expansão dessa parceria já está prevista nos planos da empresa. “Estudamos também a contratação de serviços de E-Learning, com foco nas ferramentas disponibilizadas pela OpenTech e no plano de prevenção de acidentes”, explica Camargo.

têineres. Hoje, a empresa conta com 13 navios em operação, com atendimento em 15 portos de Buenos Aires até Manaus. Especializada no desenvolvimen­ to de softwares para gestão logística e gerenciamento de riscos em transportes, a OpenTech explorou sua capacidade de adequar serviços de acordo com as regras específicas para o controle de contêineres da Hamburg Süd e, assim, garantiu o negócio. Segundo o diretor comercial Eduardo Oliveira de Sousa, a multinacional contará com vários diferenciais. Um deles é a OpenUni­ versidade. “Além da ferramenta no formato atual, com os recursos já disponíveis, o cliente terá acesso a trilhas específicas para seus treinamentos. Vamos adaptar o produto para atender tanto as rotinas e procedimentos dos operadores que prestam serviço à Aliança e à Hamburg Süd no Brasil quanto às determinações da própria empresa e de seus clientes”, informa Souza. Referência no mercado, a OpenTech aposta em profissionais experientes, alta tecnologia e excelência no atendimento para garantir saltos de crescimento empresarial e qualidade na prestação de serviços. DIVULGAÇÃO

Empresa brasileira do grupo Hamburg Süd contratou a joinvilense OpenTech para o controle logístico das operações

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FORMAÇÃO

Programa oferece bolsas na Alemanha Uma chance de ouro para temperar a carreira profissional na Alemanha está no programa Bolsa Chanceler Alemã para Futuros Líderes do Brasil. Assinada pela Fundação Alexander von Humboldt, com apoio da Câmara de Comércio e Indústria Brasil-Alemanha e do Consulado Geral da Alemanha em São Paulo, a edição 2016 da iniciativa fechou no dia 15 de setembro o período de inscrições para as dez vagas oferecidas. O programa começa no dia 1º de outubro do próximo ano, com um ciclo de quatro semanas em Bonn e Berlim. A primeira atividade prevista é um intensivo de alemão. Na sequência, os partici-

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pantes desenvolvem seus projetos de pesquisa. A bolsa tem duração de doze meses e rende auxílio mensal de 2.150 a 2.750 euros. Tem mais: cursos adicionais de alemão, suporte para a família acompanhar o bolsista e despesas com viagem. Promover pessoas e projetos com investimentos da Alemanha, incentivando o intercâmbio multicultu-

ral, é o objetivo principal do Futuros Líderes. “Pelo fato de o Brasil só ter entrado no projeto recentemente, o número de bolsistas contemplados ainda não é tão grande, mas a ideia é que muitos se beneficiem, impulsionando suas carreiras e fortalecendo o relacionamento Brasil-Alemanha”, afirma Damian Grasmück, responsável pela seleção dos participantes.

Além do Brasil, o programa é destinado a jovens pesquisadores da China, Índia, Rússia e Estados Unidos. Por ano, são 50 jovens líderes que têm a oportunidade de colocar em prática seus projetos, patrocinados pela Alemanha. Para o consultor Celso de Camargo Campos, da Apex Executive Search, este tipo de experiência abre portas na vida profissional. “Entre as competências do líder, estão a disponibilidade e o engajamento com sua formação, que é ponto de partida para o sucesso futuro”, aconselha.


FOTOS: ANDRÉ KOPSCH

Programa reuniu cerca de 100 motoristas; na foto abaixo, a simulação de visita feita no Perini

TURISMO

Perini e Convention Bureau capacitam taxistas

Em outra iniciativa visando preparar a casa para o Encontro Econômico, o Perini Business Park rea­ lizou uma simulação de visita ao complexo. No dia 31 de agosto, um grupo participou da atividade, que contou com apresentações, receptivo na Siemens Healthcare e tour pelo condomínio. Toda a programação ocorreu em inglês.

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Antes mesmo de chegar ao balcão do hotel para se hospedar, logo que põe os pés na cidade, o turista de negócios costuma se encontrar com um personagem que, talvez sem perceber, é o seu primeiro anfitrião. Cabe ao motorista de táxi deixar aquela primeira impressão que ajuda a construir uma imagem positiva diante do turista que, em geral, veio com a intenção de desenvolver algum projeto. “Se ele é bem recebido, começa a somar pontos para a decisão”, resume Jonas Tilp, diretor do Perini Business. O Perini e o Convention & Visitors Bureau promoveram, em agosto, uma ação com o intuito de capacitar os taxistas, tendo em vista o Encontro Econômico Brasil-Alemanha. Em três sextas-feiras, mais de 100 motoristas foram recebidos no complexo para uma palestra cheia de dicas prá-

ticas, como a importância de fornecer informações úteis sobre a infraestrutura de Joinville para o passageiro que não conhece a cidade. Os participantes receberam uma cartilha com alguns termos em inglês e alemão, para procurarem entrar em sintonia com o cliente. “Temos intenção de dar continuidade a esse trabalho, mantendo uma rotina de capacitações para taxistas. São eles os primeiros a ‘vender Joinville’”, sublinha Tilp. “Iniciativas como essa contribuem para que o turista possa ter uma experiência positiva, além de permitir um diferencial competitivo”, avalia Giorgio Souza, do Convention Bureau. “O treinamento é fundamental para uma melhor abordagem dos nossos passageiros, capacitando o motorista”, concorda Fernando Luís da Silva, da cooperativa Rádio Táxi.

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De onde viemos Catalogadas e traduzidas pelo Arquivo Histórico de Joinville, as listas de embarque de imigrantes que vieram da Europa para Joinville entre 1851 e 1902 mostra que 20.060 pessoas atravessaram o Oceano Atlântico para tentar uma nova vida na Colônia Dona Francisca, empreendimento capitaneado pelo senador alemão Mathias Schroeder, que comprara do Príncipe de Joinville terras no Norte catarinense. Arrendada em lotes para os imigrantes, a Colônia logo se transformou com o espírito empreendedor dos que aqui chegaram e se tornou município em 1868.

Origens mais citadas Ao chegar à Colônia, os imigrantes deveriam declarar de onde vieram. A grande maioria saiu do Norte da Europa, com destaque para a Alemanha Prússia 7.367 Boêmia 2.078 Saxônia 1.932 Pomerânia 1.333 Áustria 997 Alemanha 769 Holstein 670 Hannover 545 Rússia 481 Silésia 397 Suécia 389 Hamburgo 369 FONTES: “LISTA DOS IMIGRANTES DA BARCA COLON”, TRADUÇÃO DE MARIA THEREZA ELIZA BÖBEL E HELENA REMINA RICHLIN (EM WWW. ARQUIVOHISTORICOJOINVILLE.COM.BR, O LEITOR ENCONTRA AS LISTAS COM TODOS OS PASSAGEIROS QUE MIGRARAM PARA JOINVILLE, DE 1851 A 1902)/"HISTÓRIA DE JOINVILLE, CRÔNICA DA COLÔNIA DONA FRANCISCA”, DE CARLOS FICKER/”JOINVILLE, OS PIONEIROS”, DE MARIA THEREZA ELIZA BÖBEL E RAQUEL S. THIAGO

A chegada dos imigrantes, ano a ano 1851 52 53 54 55 56 57 58 59 1860 61 62 63 64 65 66 67 68 69 1870 71 72 73 74 75 76 77 78 79 1880 81 82 83 84 85 86 87 88 89 1890 91 92 93 94 95 96 97 98 99 1900 01 02

No primeiro ano, 396 pessoas migraram para a colônia

Em 10 anos, a colônia recebeu 4.109 pessoas

Joinville vira município em 1868 1.206 pessoas a mais na cidade em 1873: recorde Em 1876, ano em que recebe 951 novos imigrantes, Joinville supera os 10 mil moradores

385 imigrantes em média, por ano, no período Durante seis anos, paralisação do fluxo migratório

Os pioneiros: a lista dos 125 imigrantes da Barca Colon EM CINZA, OS PASSAGEIROS QUE MORRERAM DURANTE A TRAVESSIA

l AULFES, Wilbrand, 46 anos, tecelão, protestante, veio de Oldenburgo com a esposa Henriette, 46 anos, e o filho Hermann Heinrich, 15 anos. l BARLAGE, Friedrich, 28 anos, jardineiro, católico, veio de Oldenburgo. l BARRING, Caroline Anna, 28 anos, não declarou profissão, religião e origem. l BAUER, Babtist, 24 anos, alfaiate, católico, veio da Suíça. l BOCKELMANN, Johann Hermann, 47 anos, tecelão, protestante, de Oldenburgo, com a esposa Helena Catharina, 33 anos, e os filhos Heinrich, 6 anos, e John Rudolph, 9 meses. l BÖHMANN, Anna Maria, 22 anos, não declarou profissão, protestante, com Wilhelmine, 21 anos, profissão não declarada, protestante, e Maria, 25 anos, profissão não declarada, protestante. Maria trouxe, clandestinamente, a filha de colo Hermine Morell. Vieram de Oldenburgo. l BÖLICKE, Johann Carl Emil, 28 anos, boticário, não declarou religião, da Prússia. l BRACHMANN, Wilhelm, 31 anos, tecelão, protestante, veio de Oldenburgo. l ENGEL, Herm. Heinrich, 25 anos, lavrador, protestante, Oldenburgo, com

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a esposa Margaretha, 29 anos, e os filhos Margaretha Johanna, 5, e Cath. Wilhelmine, 2 anos. l FREUDENBERG, Rudolph, 42 anos, lavrador, protestante, veio de Oldenburgo, com a esposa Margaretha Dorothea, 36, e os filhos Ernst Heinrich, 13, Johanna Mari, 11, Catharina Margaretha, 8, Hermann Heinrich, 4, Adelheid, 9 meses. l GILGEN, Christian, 37 anos, lavrador, veio da Suíça com a esposa Anna, 30, e os filhos Christian, 16, Maria, 14, Anna, 12, Magdalena, 9, Elisabeth, 5, Friedrich, 1. l HEITLAGE ou HEIDLAGE, Friedrich, 25 anos, alfaiate, de Oldenburgo, protestante. l HUMMERT, Gerhard, 25 anos, lavrador, veio de Oldenburgo, católico. l LANGENEGGER, Heinrich, 32 anos, lavrador, veio da Suíça, protestante. l LODER, Wilhelm, 36 anos, mecânico, veio da Suíça, protestante, com a esposa Jenney, 30, e os filhos Mathilde, 11, Wilhelm, 9, Carl, 7, Caecilie, 5, Henriette, 1 e meio. l MAECHLER, Joseph, 40 anos, lavrador, veio da Suíça, católico, com a esposa Anna Maria, 44, e os filhos Franziska, 10, e Philemine, 6 meses.


1.000 KM

61 lavradores noruegueses que tentariam a sorte na Califórnia foram contratados no Rio de Janeiro e se juntaram aos passageiros da Colón

Trondheim

S. BEREND SOHN/WIKI PEDIA

NORUEGA Mar do Norte

Cuxhaven Hamburgo Oldenburgo Schwarzburgo ALEMANHA

A primeira leva

Siblingen

Em 4 de janeiro de 1851, a Barca Colon, com 125 passageiros – 76 embarcados em Hamburgo e 48 em Cuxhaven –, inicia a travessia do Oceano Atlântico, que termina 62 dias depois. Às 18 horas de 6 de março, 118 dos 125 passageiros – sete morreram durante a viagem – chegam à Baía da Babitonga. Três dias depois, seriam os primeiros moradores da Colônia Dona Francisca.

Cuxhaven em

SUÍÇA

1850.

Perfil Maioria dos passageiros da Colon era da suíça Siblingen, fronteira com a Alemanha. Havia mais mulheres que homens, e estas, junto às crianças com menos de 15 anos, formavam 73% do grupo Origem Siblingen 80 Oldenburgo 41 Hamburgo 1 Schwarzburgo 1 Prússia 1 Não declarado 1

Oceano Atlântico Limites da Colônia Atual zona urbana

Bacia do Cachoeira

Baía da Babitonga Ilha de São Francisco

BRASIL

Gênero Homem 61 Mulher 64 Faixa etária Até 14 anos 15 a 24 25 a 34 35 a 44 55 a 44

55 19 19 19 5

10KM

Joinville

Veleiro de três mastros similar à Barca Colon

l MORELL, Christel, 38 anos, tecelão, Oldenburgo, protestante. l MORELL, Rudolph, 27 anos, tecelão, Oldenburgo, protestante. l MÖRKING, Heinr., 21 anos, tecelão, veio de Oldenburgo, protestante. l MÖRIKOFER, Carl, 37 anos, lavrador, Suíça, protestante, com a esposa Magdalena, 36, e os filhos Carl, 8, Caroline, 7, Eduard, 5, e Maria, 3. l MÜLLER, Johann, 56 anos, lavrador, protestante, veio da Suíça, com a esposa Anna, 35, e os filhos Anna, 23, Barbara, 20, Verena, 19, Elisabeth, 17, Ursula, 12, Maria, 10, e Sebastian, 7. l MÜLLER, Georg, 26 anos, lavrador, veio da Suíça, protestante. l ROSKAMP, Joh. Heinr, 40 anos, tecelão, veio de Oldenburgo, protestante, com a esposa Adelheid, 42, filhos Herm. Heinr., 19, Anna Maria, 17, Johanna Carolina, 14, Hermann Rudolp, 7, Heinrich Wilhelm, 7, Friedrich Carl, 4, e Heinrich Carl, 9 meses. l SCHACK, Johann Wolfgang, 25 anos, lavrador, veio de Schwarzburgo, protestante. l SCHELLING, Alexander, 54 anos, lavrador, veio da Suíça, protestante, com a esposa Barbara, 44, e os filhos Jacob, 14, Barbara, 12, Balthasar, 10, Conrad, 5, e Jacob, 14.

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l SCHMIDLI, Bartholomaeus, 44 anos, lavrador, da Suíça, protestante, com a esposa Elisabeth, 43, e filhos Beat, 20, Jacob, 17, Anna, 11, Johann, 9, e Barbara, 6. l SCHMIDLI, Johann, 28 anos, lavrador, veio da Suíça, protestante. l STORRER, Gottlieb, 28 anos, lavrador, da Suíça, protestante. l TANNER, Conrad, 45 anos, lavrador, da Suíça, com a esposa Elisabeth, 42, e filhos Franz, 19, Barbara, 18, Anna, 17, Marie, 14, Balthasar, 11, Elisabeth, 9, Verena, 5, Ursula, 3, e Margaretha, 4 meses. l ULM, viúva, 42 anos,não declarou profissão, veio de Oldenburgo, protestante, com os filhos Friedrich, 11, Heinrich, 7. Herm. l VÖLCKER, Heinrich, 23 anos, sapateiro, veio de Oldenburgo, católico. l WEBER, Sebastian, 35 anos, lavrador, da Suíça, protestante, com a esposa Anna, 40, e filhos Sebastian, 15, Georg, 13, Barbara, 11, Anna, 9, e Ursula, 2. l WEBER, Conrad, 41 anos, lavrador, veio da Suíça, protestante, com a esposa Barbara, 41, filhos Ursula, 19, Jacob, 18, Anna, 10, Elisabeth, 10, e Barbara, 2. l WEBER, Jacob, 22 anos, lavrador, Suíça, protestante. l WEBER, Jacob, 32 anos, lavrador, Suíça, protestante

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ENCONTRO ECONÔMICO BRASIL | ALEMANHA.2015

Bandeiras da parceria Por Mayara Pabst e Letícia Caroline Uma relação intrínseca que remete ao período da colonização do Brasil – e até hoje tem forte impacto cultural e econômico. Assim pode ser descrita a familiaridade entre Brasil e Alemanha. Aproximadamente 1.400 empresas germânicas atuam em território brasileiro e a Alemanha é, também, uma das principais parceiras comerciais em exportação e importação. Para estimular o fortalecimento dos vínculos entre as duas nações, foi criado o Encontro Econômico Brasil-Alemanha (EEBA), que chega a Joinville neste ano, em sua 33a edição. A proximidade cultural e econômica entre o município e o país europeu contribuiu para a escolha de Joinville como sede do evento e poderá servir como trunfo no momento de aproximar relações. Quinto principal destino das importações alemãs para o Brasil, Join­ville já é o terceiro município de Santa Catarina que mais exporta para o país. Durante o EEBA 2015, a expectativa é aprofundar ainda mais esses laços e abrir um leque de oportunidades para empresários brasileiros e alemães. As próximas páginas apresentam os principais fatores que alimentam a relação bilateral entre Brasil e Alemanha, sob a perspectiva de Joinville.

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47 ACIJ FOTOMONTAGEM: FÁBIO ABREU


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A relação bilateral entre Brasil e Alemanha remete ao período da colonização: em 1822, o major Jorge Schaeffer foi enviado por Dom Pedro para as cortes alemãs e de Viena, com a missão de recrutar colonos e soldados para o Corpo de Estrangeiros do Rio de Janeiro. Em 1824, promulgada a Constituição, os primeiros imigrantes alemães começaram a desembarcar no Rio Grande do Sul. Já a primeira grande companhia instalada foi a Siderúrgica Mannesmann, em 1954. Percebendo a importância de alimentar esse relacionamento e a necessidade de fortalecer tais vínculos, em 1974, a Confederação Nacional da Indústria (CNI), em parceria com a Federation of German Industries (BDI), realizou a primeira edição do Encontro Econômico Brasil-Alemanha (EEBA), em Brasília. O evento passou a ser promovido todos os anos, intercalando-se entre os dois países, até chegar a Joinville em setembro de 2015. A articulação para que Santa Catarina recebesse novamente o encontro ocorreu antes da edição de Hamburgo, no ano passado. Florianópolis (em 1994) e Blumenau (2007) já haviam sido sedes. O prefeito de Joinville, Udo Döhler, uniu-se ao senador Luiz Henrique da Silveira para apresentar a proposta aos organizadores. Outros Estados já concorriam, como a Bahia, mas Joinville acabou sendo anunciada durante o EEBA 2014. “A escolha se deu, seguramente, pelo bom relacionamento que a cidade tem com a economia alemã, em especial pelas indústrias instaladas na região, como Siemens, Bosch e BMW. Além disso, Joinville tem muito potencial para novos investimentos, somado à forte influência da colonização germânica”, ressalta Udo. Ao mesmo tempo em que é um reconhecido polo econômico, tecnológico e industrial, Joinville se sobressai pela vocação para o turis-

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Glauco Côrte, presidente da Fiesc (no alto): laços econômicos essenciais para a ação internacional de Santa Catarina; Carlos Abijaodi, da CNI: intensificar o diálogo bilateral e evoluir em temas de interesse comum

mo de negócios. “Com isso, foi possível ter o cenário ideal para o principal objetivo do encontro: intensificar o diálogo bilateral e evoluir nos temas de interesse comum, como investimento, cooperação, internacionalização competitiva das pequenas e médias empresas e facilitação do comércio entre os dois países”, observa Carlos Abijaodi, diretor de desenvolvimento da CNI. Às vésperas do Encontro Econômico, em 20 de setembro, está previsto um simpósio sobre desafios e oportunidades para o investidor alemão no Brasil, que vai discutir temas como a segurança jurídica que o país oferece ao empreendedor estrangeiro, regras para fusões e aquisições e perspectivas nos setores de infraestrutura e saúde.

A mobilização para garantir que Joinville pudesse hospedar o EEBA também contou com a atuação da Federação das Indústrias de Santa Catarina (Fiesc), que aproveita o evento para comemorar 65 anos de fundação. Na visão de Glauco José Côrte, presidente da Fiesc, o aprofundamento dos laços econômicos com a Alemanha e a União Europeia se tornou essencial para trajetória de crescente integração internacional do Estado.


RELAÇÕES COMERCIAIS VALORES EM US$ MILHÕES

EXPORTAÇÕES

IMPORTAÇÕES

BALANÇA COMERCIAL EM 2014 Do total de importações, 22,5% do montante que Joinville comprou veio da Alemanha: US$ 446,7 milhões

JOINVILLE COMPRA E VENDE MENOS EM 2015 Vendas para a Alemanha tiveram desempenho similar ao de 2014, mas importações caíram 59,4% Quanto Joinville vendeu para a Alemanha JAN/JUL 2014 17.189.224 JAN/JUL 2015 16.999.249

446,7

350 300 250 200 150

57,1

100

Quanto Joinville trouxe da Alemanha JAN/JUL 2014 291.617.988 JAN/JUL 2015 118.310.228

50 0

42,7

06

30,8 07

08

09

10

11

12

13

14

POR ONDE JÁ PASSOU O ENCONTRO BRASIL-ALEMANHA Dez cidades alemãs e 11 brasileiras, antes de Joinville, já receberam o encontro. Brasília lidera, com oito eventos. Bonn vem logo atrás, com seis 1974: BRASÍLIA 1975: BONN/KÖLN 1976: STUTTGART 1977: BONN 1978: BRASÍLIA 1979: BONN 1980: BRASÍLIA 1981: HAMBURGO 1982: BRASÍLIA 1983: BONN 1984: BRASÍLIA 1985: BONN/KÖLN 1986: BRASÍLIA 1987: MUNIQUE

1988: BRASÍLIA 1089: BONN/KÖLN 1990: BRASÍLIA 1991: BERLIM 1992: PORTO ALEGRE 1993: LEIPZIG 1994: FLORIANÓPOLIS 1995: SÃO PAULO 1996: DRESDEN 1997: RIO DE JANEIRO 1998: MUNIQUE 1999: BELO HORIZONTE 2000: POTSDAM 2001: CURITIBA

2002: HAMBURGO 2003: GOIÂNIA 2004: STUTTGART 2005: FORTALEZA 2006: BERLIM 2007: BLUMENAU 2008: COLÔNIA 2009: VITÓRIA 2010: MUNIQUE 2011: RIO DE JANEIRO 2012: FRANKFURT 2013: SÃO PAULO 2014: HAMBURGO 2015: JOINVILLE

Fortaleza

Brasília Goiânia Belo Horizonte Vitória Rio de Janeiro São Paulo Curitiba Blumenau

Joinville Florianópolis

Porto Alegre

Visitas a empresas inovadoras Com a escolha da cidade-sede anunciada, iniciou-se um trabalho conjunto para organizar a programação do evento. Os temas se relacionam aos interesses da agenda bilateral e do setor privado de ambos os países. Em Joinville, algumas empresas, com experiências inovadoras e práticas que agregam valor ao processo produtivo, serão visitadas. Glauco Côrte, da Fiesc, afirma que esse roteiro é parte importante do encontro, ao permitir que os alemães tomem contato com indústrias, empresários e profissionais. “É a oportunidade

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de mostrarmos que temos produtos de ponta, investimos muito em tecnologia, inovação e na formação de nossos trabalhadores”, destaca. Estão no circuito o Porto de Itapoá, o Senai Joinville, a BMW e a Siemens Healthcare. Neste ano, um dos diferenciais será o acompanhamento das comitivas que demonstrarem interesse em conhecer Joinville mais de perto. De acordo com Udo Döhler, os organizadores perceberam que, até então, os contatos estratégicos se limitavam aos dois dias de evento e, por isso, a necessidade de estrei-

tar os laços para a efetiva geração de negócios. Assim, a partir do encontro de Hamburgo, essa troca de informações passou a ser feita para organizar visitas com as comitivas interessadas. O processo será monitorado pelo secretário de desenvolvimento econômico de Joinville, Danilo Conti. Já a Câmara Brasil-Alemanha, outro parceiro na realização do encontro, preparou dois momentos que devem marcar de forma especial o evento. O Prêmio Personalidade Brasil-Alemanha, promovido há 21 anos, e o 1º Prêmio Brasil-Alemanha

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de Jornalismo. Como personalidades, serão reconhecidos o alemão Heinz Hermann Thiele, presidente do conselho do grupo Knorr-Bremse, líder na fabricação de sistemas de freios para veículos ferroviários e comerciais, e, pelo Brasil, Weber Porto, presidente da regional América do Sul e Central da Evonik, uma das maiores empresas de especialidades químicas do mundo. No prêmio de jornalismo, Hildegard Stausberg, correspondente do jornal Die Welt para América Latina, será homenageada. A ideia é que os vencedores do prêmio de jornalismo sejam intercalados entre os dois países nas próximas edições. “Esses eventos surgem sempre como oportunidade para que diversas personalidades políticas e empresariais possam discutir e definir os próximos passos para o futuro das relações entre os dois países”, reforça Eckart Michael Pohl, diretor de comunicação Mercosul da Câmara Brasil-Alemanha. DIVULGAÇÃO

Döhler esteve na Alemanha, buscando trazer o evento para Joinville

Uma parceria focada no futuro A Alemanha é quarto maior parceiro econômico do Brasil. São aproximadamente 1.400 empresas alemãs atuando no país. Isso levou o Brasil a ser incluído na lista de “relações de alto nível” que, entre os emergentes, contemplava apenas China e Índia. Em agosto, a presidente Dilma Rousseff e a chanceler Angela Merkel deram mais um passo para fortalecer o relacionamento, inaugurando o mecanismo de Consultas Intergovernamentais de Alto Nível, para dinamizar o diálogo político bilateral e permitir o reforço da cooperação econômica, tecnológica e comercial nas áreas consideradas prioritárias para o Brasil. Udo Döhler esteve na reunião para convidar as duas governantes para o encontro de Joinville. Aproveitou para conversar com representantes de corporações alemãs instaladas no país e conhecer suas necessidades e objetivos. “A empresa alemã não enxerga somente o momento presente, mas sim as oportunidades futuras. Não percebi investimentos em compasso de espera, mas orientações para que os projetos prossigam, pois a análise é de que vamos encontrar uma solução próxima para nosso desacerto, que é mais político do que econômico”, relata.

Eckart Pohl, da Câmara BrasilAlemanha: próximos passos na relação entre os dois países

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Em Joinville, além de estimular o crescimento do setor metalmecânico, a ideia é aproveitar a parceria alemã para desenvolver produtos e tecnologias. “Em uma década, esperamos inaugurar um leque de oportunidades e investimentos diferenciados, principalmente nas áreas de biotecnologia, saúde, novos materiais e economia verde. A Alemanha é vanguarda nessas áreas e aqui temos espaço fértil para empreender”, avalia Döhler. Carlos Abijaodi, da CNI, detecta potencial para ampliar a cooperação econômica entre Brasil e Alemanha. “Concretizar essa capacidade exige um ambiente em níveis nacional, bilateral e global, que permita maior competitividade e crescimento sustentável”, avisa.


PENINHA MACHADO

Werner Weege, da Incasa: influência alemã foi determinante para o modelo de negócios da empresa

Laços comerciais históricos Um pedacinho da Alemanha no Brasil. Era o retrato do município de Joinville no início do século 20, na percepção do viajante Ernst Hengstenberg. Em seu livro de viagens, o acadêmico alemão redigiu relatos de passeios pelo mundo e, de sua passagem pelo Brasil, assinalou as peculiaridades estéticas e culturais da cidade catarinense colonizada por europeus. Publicadas na edição da Revista Brasil-Europa, de 2013, as memórias de Hengstenberg revelam uma Joinville altiva, tipicamente alemã no modo de vestir de seus moradores, nos hábitos diários, na arquitetura, no idioma e também na característica empreendedora. As condições positivas da fertilidade do solo e do clima favoreciam imigrantes e o trabalho duro não ficava sem frutos. Segundo o viajante, os alemães moradores na colônia progrediam bem, produzindo principalmente mandioca, cana de açúcar, milho, feijão, tabaco, arroz, café, cera e mel, além da exportação de flores e folhas secas para a Alemanha, utilizadas em forma de deco-

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ração. São os primeiros registros de uma parceria de negócios além-mar que contribui até hoje para o desenvolvimento do município. O cenário empresarial de Joinville foi construído e solidificado a partir de influências culturais e econômicas. Não por acaso, as mais representativas empresas da região foram fundadas por imigrantes ou descendentes de alemães. Desse grupo influente, que vivenciou períodos de plena evolução e hoje constrói novos e mais abrangentes laços empresariais, podem ser citadas marcas como Döhler, Tupy, Schulz e Incasa, potência joinvilense no setor de produção e comercialização de produtos químicos. Em 1954, Joinville contava apenas com algumas dezenas de indústrias, predominantemente nos setores têxtil e metalúrgico. Nesse cenário, o empresário Harry Weege fundou a Incasa, com o objetivo de fabricar produtos farmacêuticos que seriam comercializados na rede de farmácias Drogaria Catarinense.

Na época, a influência alemã foi determinante para criar as diretrizes e o modelo de negócios. Entre os sócios só se falava alemão e as primeiras relações comerciais de importação tiveram início na década de 60 – justamente com o país europeu, devido à proximidade e familiaridade com a região.

As primeiras exportações da Incasa para a Alemanha ocorreram no início nos anos 1990. Em 2014, a empresa exportou acima de US$ 50 milhões – e as relações comerciais com o país europeu não poderiam ficar de fora. Devido à pulverização da presença no mercado internacional, hoje, os negócios com a Alemanha representam cerca 10% das suas exportações, mas nem por isso são menos significativos. “O mercado é promissor. A relação é um pouco complexa, devido às taxas aplicadas aos produtos brasileiros na Europa, mas vale a pena”, relata o diretor-executivo Werner Weege.

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A Incasa até já estudou a possibilidade de instalar uma unidade no país europeu. De acordo com Weege, os incentivos fiscais bancados pelo governo podem ser encarados como importantes vantagens e a cultura local é mais um ponto favorável à adaptação na Alemanha. Na planta joinvilense, o principal alvo das exportações são indústrias do segmento de nutrição animal. No mercado interno, a relação com empreendedores alemães também está presente, nos segmentos químico e imobiliário. Formado em economia política na Universidade de Heidelberg, Werner Weege morou seis anos na Alemanha e, além de atuar no comando da Incasa, investe em outros empreendimentos. Em 2006,

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Reconhecida no segmento odontológico, marca tem base na Alemanha

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fundou a Opa Bier com a intenção de resgatar a tradição cervejeira alemã na cidade. “Nossa relação com a Alemanha continua muito próxima até os dias atuais e é passada de geração em geração. Eu estudei na Europa e meu sobrinho, por exemplo, já fez estágios na Alemanha. Cultivamos o resgate de nossa cultura para que ela não se perca”, explica o empresário. Além de perpetuar o relacionamento cultural, investir em relações comerciais também se torna vantajoso ao empresariado em diferentes aspectos. Juros baixos, sistema tributário simplificado e o câmbio com o euro sempre um pouco mais valorizado que o dólar norte-americano são características aproveitadas por quem comer-

cializa seus produtos no mercado germânico. Já quem lida com as importações convive com a tranquilidade de adquirir bens de consumo ou de capital de qualidade imbatível.

De acordo com o Ministério da Indústria e Comércio, de janeiro a julho de 2015, Joinville importou cerca de US$ 1 bilhão. Desse montante, US$ 118 milhões, em média, são importações da Alemanha, que ocupa o segundo lugar no ranking dos países que importam do município. Quando o assunto é exportação, a participação alemã é também significativa. O país é o nono na lista dos principais destinos internacionais dos produtos joinvilenses.

KaVo tem fábrica local desde 1960 Entre as principais indústrias de Joinville que exportam para a Alemanha, a KaVo do Brasil se destaca por corresponder à aproximadamente um terço de todas as exportações que Joinville faz para o país europeu. Fundada em 1909, em Berlin-Steglitz, a empresa tem fábrica em Joinville desde 1960, sendo esta a primeira unidade da marca fora da Alemanha. A escolha pelo município é atribuída à movimentação de empresários imigrantes na Região Norte de Santa Catarina e pelas características de um povo trabalhador, que teriam chamado a atenção de Kurt Kaltenbach e Erich Hoffmeister, diretores da multinacional Kaltenbach & Voight (KaVo). Na época, a empresa especializada no segmento odontológico começou com oito funcionários. A Drogaria Catarinense foi o primeiro ponto de venda dos equipamentos KaVo. Hoje, a fabricante exporta de 25% a 30% de sua produção para os Estados Unidos, América Latina, principais mercados da Ásia e Oriente Médio, além da Europa, contemplando a Alemanha. Aproximadamente 20% do volume de instrumentos de alta rotação e outros componentes em geral são destinados ao país-sede da empresa. No âmbito da importação, a base de toda a expertise da fábrica joinvilense vem da Alemanha e a troca entre a empresa e o país europeu não se restringe apenas aos fatores operacionais, contemplando também a contínua troca de experiências. De acordo com o presidente Giancarlo Schneider, a qualidade KaVo está diretamente vinculada à união e ao compartilhamento de conhecimento entre as unidades da empresa na Alemanha e no Brasil. O know-how re-


PENINHA MACHADO

Fatores que atraem novas empresas

Produção da Tox Pressotechnick: fábrica nova em Joinville

passado se reflete nos processos e produtos vendidos em mais de 60 países. “O time de engenheiros da empresa trabalha integrado a engenheiros da KaVo Alemanha. São viagens, reuniões, testes, conferências semanais e projetos desenvolvidos em conjunto. Aproveitamos o melhor de cada time para criar produtos que atendam perfeitamente aos mercados onde a KaVo atua”, explica Schneider. A unidade fabril da KaVo em Join­ville se concentra na fabricação de instrumentos, nos quais os componentes são operacionalizados desde a matéria-prima ao produto acabado, e na montagem de cadeiras e periféricos. A empresa aproveita a especialidade de cada fábrica e a unidade de Joinville é considerada a base operacional que suporta os negócios na região. Com a expectativa de expansão para toda América Latina, a KaVo mantém projetos com foco no mercado brasileiro e exterior. Para os próximos três anos, planeja quintuplicar a presença na região.

O presidente Giancarlo Schneider ressalta que a KaVo em Joinville dispõe de mão de obra especializada e bons centros de ensino. E o município também garante qualidade de vida aos seus funcionários – fator que, segundo ele, pesa positivamente na relação entre trabalho e vida pessoal. São características que contribuem para o crescimento da empresa e influenciam a instalação de outras companhias alemãs no município e proximidades. Nos últimos anos, a Região Norte de Santa Catarina tem se destacado nacionalmente, com a vinda de grandes empresas de perfil germânico, como a Siemens, a Hengst Automotive, a Bosch e a BMW.

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Na visão do empresário e prefeito de Joinville, Udo Döhler, a vinda de grandes companhias alemãs para a região estimula o cultivo das raízes alemãs da cidade catarinense. A relação com o idioma alemão, por exemplo, tem se intensificado para acompanhar as exigências do mercado. Entre as principais vantagens que o município oferece para novas empresas, destacam-se a infraestrutura disponível, a densidade portuária regional, as fontes de recursos naturais e os investimentos em educação. “Temos uma perspectiva de crescimento invejável e dispomos de talentos humanos adequadamente qualificados. Isso se deve ao forte investimento realizado em ensino tecnológico nos últimos anos. Não somente no técnico, mas desde o ensino fundamental, somos referência”, orgulha-se o prefeito. Dessa maneira, diz Döhler, o jovem ingressa no ensino médio bem preparado e é capacitado para desenvolver habilidades específicas nos cursos técnicos e superiores. O prefeito comanda a indústria têxtil Döhler que exporta para a Alemanha há mais de quatro décadas. Segundo ele, um dos setores de maior destaque no município é o metal-mecânico. Tanto que não é de se surpreender que empresas do ramo apostem cada vez mais na cidade. A alemã Tox Pressotechnik do Brasil, atuante nas áreas da indústria automotiva e de linha branca, é exemplo dessa vertente. O diretor Marcelo Schlachter explica que a proposta de trazer a empresa para o país, como representação comercial, foi apresentada a seu pai, alemão residente no município,

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em 1994. Nos anos 2000, foi criada Tox Pressotechnik do Brasil, até que em 2007 a fabricante se tornou filial da multinacional alemã. “Começamos a ampliar os investimentos no Brasil em 2002, quando o dólar subiu demasiadamente e a representação comercial não tinha mais competitividade. O município foi escolhido pela familiaridade com a cultura regional, pelo vínculo já existente com funcionários e devido às condições favoráveis para produção de equipamentos de tecnologia”, explica. Entre as condições favoráveis, Schlachter cita a vasta gama de fornecedores de usinagem na região e o número significativo de profissionais capacitados para trabalhar no ramo. A empresa importa bastante da Alemanha, trazendo do continente europeu entre 10% e 40% do valor das máquinas fabricadas em Joinville. A relação com o país também está presente no modelo de produção implantado na recém-inaugurada unidade fabril, construída em sede própria. Para os próximos anos, a Tox Pressotechnik planeja crescer entre 10% e 20%.

De acordo com a vice-presidente do Núcleo de Negócios Internacionais da Acij, Maysa Fischer, Joinville é o centro econômico de Santa Catarina, destacando-se por sua malha logística e infraestrutura. Para que empresas alemãs encontrem aqui o padrão europeu, contudo, investimentos precisam ser feitos em itens como rodovias e ferrovias, educação, meio ambiente e preservação. “Há muito espaço para crescimento, porque o Brasil representa somente 1% das importações alemãs, enquanto a Alemanha é o terceiro maior parceiro comercial do Brasil nas importações, perdendo apenas para China e EUA”, exemplifica a consultora.

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Roupão da Fibrasca: quebrar tradições para negociar com a Alemanha

De olho no mercado germânico Segundo maior exportador do mundo, a Alemanha tem representado o papel de pulmão econômico da Zona do Euro, oxigenando a indústria local e o consumo. As contas públicas marcadas pela poupança, a mínima intervenção nas operações corporativas e a tributação com foco no consumo fazem do país exemplo de qualidade, conhecimento e progresso, atraindo inúmeras empresas brasileiras. A joinvilense Fibrasca é uma das que prestam atenção àquele país. A indústria exporta para 17 nações da América Latina e já está presente em Portugal. Agora, investe em análises de mercado para prospectar clientes em território alemão. Na trajetória, uma carta na manga, explorada por muitos empresários joinvilenses: a familiaridade com a cultura alemã. O alemão Klaus Siebje, fundador, atuava como químico e técnico têxtil na Europa. Depois de se aposentar, mudou-se para o Brasil, criando a Fibrasca em 1986. Especializada em artigos têxteis do setor de cama, como protetores de colchão, lençóis, tapetes de cama, fronhas e travesseiros, a fabricante adota uma postura de vanguarda frente às demandas de mercado e, ao mesmo tempo, não esquece algumas tradições. Os primeiros minutos de trabalho das sextas-feiras, por exemplo, são reservados a um café da manhã coletivo, que conta com a participação de todos os 250 colaboradores. Entre os quitutes, claro, cucas alemãs. Os traços empreendedores, assim como alguns hábitos alemães, são previsíveis e tradicionalistas, tornando mais fácil traçar um plano de atuação para ingressar no mercado europeu. Por outro lado, essas mesmas características podem ser encaradas como obstáculos na hora de fechar negócios. O trader Vinícius Steuernagel, da Fibrasca, entende que um dos principais desafios é quebrar a tradição. “Em nosso segmento, na Europa, costuma-se usar travesseiros de penas que aquecem mais no inverno. É uma tradição que estamos tentando ultrapassar oferecendo


produtos que atingem o mesmo resultado satisfatório, com qualidade, atributos diferenciados e alto valor agregado”, relata. Descendente de alemães, Steuernagel já visitou o país algumas vezes e, em sua percepção, qualidades como eficiência, confiança e credibilidade são pontos fortes no momento de fechar negócios. É a mesma análise da consultora Maysa Fischer. Segundo ela, quem pensa em investir na Alemanha deve seguir duas premissas básicas: “não deixe para amanhã o que pode ser feito hoje” e “faça certo na primeira vez”. “Com isso em mente, o empresário brasileiro pode arregaçar as mangas e estabelecer a prospecção de negócios com empresas germânicas, seja pelo corredor da exportação, das incorporações e fusões, das alianças estratégicas, da transferência de tecnologia ou do investimento estrangeiro direto. Não só a força de vendas é fundamental, mas o desempenho do manufaturado e o apoio de um excelente serviço pós-venda. Esse pacote acaba gerando a sonhada fidelização em detrimento aos demais concorrentes”, aconselha.

BALANÇA COMERCIAL BRASIL/ALEMANHA: PONTO DE EQUILÍBRIO EXPORTAÇÕES

IMPORTAÇÕES

ANUAL. VALORES EM US$ BILHÕES Até 2007, a balança comercial apresenta equilíbrio e crescimento constante. A partir daí, as importações se descolam das exportações. Entre 2011 e 2014, a relação entre os países sofre retração 15,2

16

13,8

14 12 10

8,6

EM JULHO, QUEDA Em comparação com julho/2014, o desempenho de julho/2015 apresentou forte queda: as exportações caíram 45% e as importações, 31,5% Exportações

2015

9,0

0,73

2014

0,40

8 6

4,4

4,2

6,6

7,2

4 2 0

3,1

2,5 2000

1,30 0,89

2015 2003

2007

2011

2014

MENSAL. VALORES EM US$ BILHÕES

7 MESES, MAIS VENDAS Em comparação com os sete primeiros meses de 2014, o desempenho do mesmo período em 2015 mostra que o Brasil vendeu mais e comprou menos dos alemães

Entre janeiro de 2014 e julho de 2015, as importações sofrem forte queda. As exportações, depois da recuperação em meados de 2014, também patinam 1,4

Importações 2014

1,27

1,2

Exportações

DIVULGAÇÃO 1,0

0,90

0,89

0,8

2014

3,74

2015

3,76

0,6 0,4 0,2

0,44 0,32

0,40

Importações 2014 2015

0 2014

8,32 6,43

2015

O TAMANHO DA ALEMANHA NA BALANÇA COMERCIAL BRASILEIRA EM 2014 Exportações: US$ 6,6 bi de um total de US$ 225,1 bi

Consultora Maysa aponta premissas para negociar com os alemães

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Importações: US$ 13,8 bi de um total de US$ 229,1 bi

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COMO A ALEMANHA SE RELACIONA COM O MUNDO Economia sólida, a Alemanha mantém uma balança comercial equilibrada, com aumento das exportações em relação às importações nos dois últimos anos. Valores em US$ trilhões EXPORTAÇÕES

Exportações Dez principais compradores concentram 58,9% do total exportado

IMPORTAÇÕES

1.508

1.466 1,4 1,2

977

1,0

1.216 938

0,8

780

0,6 0,4 0,2 0

05

06

07

08

09

10

11

12

13

PRINCIPAIS PARCEIROS EM 2014 Valores em US$ bi

14

OS 5 MAIS EM 2014 Valores em US$ bi O que a Alemanha mais vendeu Automóveis 268 Máquinas mecânicas 262 Máquinas elétricas 148 Farmacêuticos 80 Plásticos 71

França Estados Unidos Reino Unido China Países Baixos Áustria Itália Polônia Suíça Bélgica Brasil

135,0 128,0 106,0 100,0 93,0 73,0 72,0 63,0 62,0 56,0 13,8

Em 23o, Brasil contribui com 0,9% do total

Importações Dez principais vendedores concentram 60,1% do total importado Países Baixos França China Bélgica Itália Polônia República Tcheca Reino Unido Áustria Suíça Brasil

O que a Alemanha mais comprou Combustíveis 159 Máquinas mecânicas 150 Máquinas elétricas 133 Automóveis 107 Farmacêuticos 49

157,0 95,0 81,0 73,0 65,0 56,0 53,0 52,0 51,0 49,0 6,6

Em 25o, Brasil contribui com 0,7% do total

O TAMANHO DO BRASIL NA BALANÇA COMERCIAL ALEMÃ EM 2014 Nas exportações alemãs: US$ 13,8 bi de um total de US$ 1,508 tri Nas importações alemãs: US$ 6,6 bi de um total de US$ 1,216 tri

BRASIL E ALEMANHA EM 2014 PIB

PIB PER CAPITA US$ 3,820 bi

POPULAÇÃO

US$ 47.200,

LIBERDADE ECONÔMICA* 73,8

202,7 milhões

56,6 US$ 2,244 bi 80,9 milhões

US$ 11.067, BRASIL

ALEMANHA

BRASIL

ALEMANHA

BRASIL

ALEMANHA

BRASIL

ALEMANHA

* ÍNDICE DE LIBERDADE ECONÔMICA (INDEX OF ECONOMIC FREEDOM) DA HERITAGE FOUNDATION, QUE AVALIA O GRAU DE LIBERDADE ECONÔMICA, MEDIDO DE ZERO A 100/FONTE DOS GRÁFICOS: MINISTÉRIO DO DESENVOLVIMENTO, INDÚSTRIA E COMÉRCIO EXTERIOR/FUNDO MONETÁRIO INTERNACIONAL

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VERSÃO CONDENSADA DA REPORTAGEM/ VERDICHTETE VERSION DER REPORTAGE

BRASILIEN - DEUTSCHLAND

Flaggen der Partnerschaft Seit Beginn der Geschichte der Kolonisierung festigt sich die Beziehung zwischen beiden Ländern immer mehr. Dies ist das zentrale Thema des Wirtschaftstreffens, dass im Monat September in Joinville stattfindet Die bilaterale Beziehung zwischen Brasilien und Deutschland geht auf die Zeit der Kolonisierung zurück: 1822 wurde der Major Jorge Schaeffer vom Kaiser Dom Pedro an die deutschen und österreichischen kaiserlichen Höfe entsandt, mit der Mission Bauern und Soldaten für die Fremdenlegion von Rio de Janeiro anzuheuern. 1824, nach Erlass der Verfassung, landeten die ersten deutschen Einwanderer im Bundesstaat Rio Grande do Sul. Das erste grosse errichtete Stahlwerk war die Siderúrgica Mannesmann, 1954. Die Nationale Industrievereinigung erkannte die Wichtigkeit diese Beziehung zu pflegen und zu verstärken und 1974, gemeinsam mit dem Bundesverband der Deutschen Industrie (BDI), veranstaltete sie die erste Auflage des Wirtschaftstreffen Deutschland-Brasilien in Brasilia. Das Treffen wurde von da an jährlich aufgelegt, abwechselnd in beiden Ländern, bis es im September 2015 nach Joinville kam. Die Absprache, dass das Treffen erneut in Santa Catarina stattfinden sollte, erfolgte vor dem Treffen in Hamburg im vorigen Jahr. Florianópolis (in 1994) und Blumenau (2007) waren bereits Sitz des Treffens. Der Bürgermeister von Joinville, Udo Döhler, verband sich mit dem Senator für Santa Catarina Luiz Henrique da Silveira um den Organisatoren den Vorschlag zu unterbreiten. Zum damaligen Zeitpunkt hatten sich auch andere Bundesstaaten beworben, doch Joinville bekam den Zuschlag anlässlich des Treffens von 2014. „Die Auswahl wurde dank der guten Beziehungen der Stadt mit der deutschen Wirtschaft getroffen, hauptsächlich wegen der Industrien, die im Umfeld angesiedelt sind, wie Siemens, Bosch und BMW. Ausserdem hat Joinville ein grosses Potential für weitere Investitionen, zusätzlich zur ausgeprägten deutschen Kolonisierung“, liess Udo verlauten. Carlos Abijaodi, Geschäftsführer der Nationalen Industrievereinigung hebt her-

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vor, dass Joinville, ausser eines anerkannten wirtschaftlichen, technologischen und industriellen Zentrums im Süden ist, hebt es sich hervor wegen seiner Berufung zum Geschäftstourismus mit Kapazitäten zur Gestaltung von Messen und Ausstellungen. “Somit war das gewünschte Umfeld für das Ziel des Treffens gegeben, nämlich den bilateralen Dialog und Themen, die von gemeinsamen Interesse sind, wie Investitionen, Unternehmenskooperationen, die Internationalisierung kleiner und mittlerer Unternehmen und die Handelserleichterungen zwischen beiden Ländern, zu verstärken“ lies er verlauten. Nach Ankündigung der Gastgeberstadt begann die gemeinsame Arbeit zur Organisation des Programms des Treffens. Die Themen haben Bezug auf die bilateralen Interessen beider Länder sowie des Privatsektors. Es werden in Joinville einige Unternehmen besucht, die mit innovativen und praktischen Erfahrungen einen Wertzuwachs des Produktionsprozesses ermöglichen. „Es ist eine Gelegenheit zu zeigen, dass wir Spitzenprodukte haben, viel in Technologie, Innovation und Personalausbildung investieren“, hebt Glauco José Côrte hervor, Geschäftsführer der Industrievereinigung des Bundesstaates Santa Catarina. Auf dem Programm stehen Besuche des Hafens von Itapoá, Senai Joinville, BMW und Siemens Healthcare. Die Deutsch-Brasilianische Industrieund Handelskammer, ein weiterer Partner des Zustandekommens des Treffens, hat zwei Momente vorgesehen, die dem Treffen eine besondere Marke verleihen werden. Die schon seit 21 Jahren stadtfindende Auszeichnung Persönlichkeit Brasilien-Deutschland und die Erste journalistische Auszeichnung Brasilien-Deutschland. Es werden die Persönlichkeiten Heinz Hermann Thiele, Vorstandsvorsitzender der Knorr-Bremse Unternehmensgruppe, führender Hersteller von Bremssystemen

für Schienen- und Handelsfahrzeuge und seitens Brasilien, Weber Porto, Vorsitzender der Zentrale für Südamerika von Evonik, eines der grössten Spezialchemieunternehmen der Welt, geehrt. Die Journalistische Auszeichnung ging an Hildegard Stausberg, Korrespondentin für Lateinamerika der Zeitung Die Welt. Deutschland ist Brasiliens viertgrösster Handelspartner. In Brasilien sind etwa 1.400 deutsche Unternehmen tätig. Was dazu geführt hat, dass Brasilien in die Liste der „Beziehungen auf hohem Niveau“ aufgenommen wurde, der unter den aufstrebenden Ländern nur China und Indien angehören. Im August haben die Präsidentin Dilma Rousseff und die Bundeskanzlerin Angela Merkel einen weiteren Schritt in Richtung Stärkung der Beziehungen gegeben, indem die Konsultationen auf hohem Niveau zwischen beiden Regierungen aufgenommen wurden, um den bilateralen politischen Dialog zu vertiefen und die Wirtschafts-, Technologie- und Handelskooperation auf den Gebieten, die für Brasilien strategisch sind, zu festigen. Udo Döhler war in der Sitzung um beide Politikerinnen zum Treffen einzuladen. Er nutzte die Gelegenheit, mit Vertretern deutscher Industrien die in Brasilien niedergelassen, sind zu sprechen und deren Belange und Ziele zu erfahren. „Deutsche Unternehmen schauen nicht nur auf den augenblicklichen Moment, jedoch auf die zukünftigen Gelegenheiten. Mir sind keine Investitionen in Wartestellung bekannt geworden aber vielmehr die Frage nach Hinweisen, damit die Projekte weitergehen, da die Einsicht vorherrscht, dass ein Ausweg in naher Zukunft gefunden wird, um die Schwierigkeiten, die mehr politischer als wirtschaftlicher Natur sind, zu überwinden“ berichtete er. Die Idee ist die deutsche Partnerschaft zu nutzen, ausser zur Förderung des Wachstums im Metal- und Mechanikbereich, um in Joinville Produkte und Technologien zu entwickeln. „In einem Jahrzehnt hoffen wir ein Angebot an Gelegenheiten und besonderer Investitionen einweihen zu können, hauptsächlich in den Bereichen der Biotechnologie, Gesundheit, neuer Werkstoffe und grüner Wirtschaft. Deutschland ist Vorreiter auf diesen Gebieten und wir haben hier Raum für Unternehmungen“, schätzt Döhler ein. Ein Stückchen Deutschland in Brasilien. Dies war Joinvilles Bild zu Beginn des 20. Jahrhunderts, in den Eindrücken des

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Reisenden Ernst Hengstenberg. In seinem Reisebericht schreibt der deutsche Akademiker über seine Reisen durch die Welt und über seinen Aufenthalt in Brasilien, wo er die ästetischen und kulturellen Eigenheiten der Stadt in Santa Catarina die durch Europäer kolonisiert wurde, unterstreicht. Die Memoiren von Hengstenberg zeigen ein aktives Joinville, typisch deutsch in der Art wie sich seine Einwohner kleiden, in den täglichen Bräuchen, der Architektur, der Sprache und ebenfalls im Unternehmertum. Es sind die ersten Aufschreibungen einer Geschäftspartnerschaft in Übersee, die bis heute zur Entfaltung des Bezirkes beiträgt. Die Geschäftslandschaft von Joinville wurde errichtet auf kulturellen und wirtschaftlichen Einflüssen. Nicht durch Zufall sind die repräsentativsten Unternehmen der Region durch deutsche Einwanderer oder deren Nachkommen gegründet worden. Von dieser einflussreichen Gruppe, die starke Wachstumsperioden erlebt haben und heute neue und weiterreichende unternehmerische Bindungen ausbauen, können Marken genannt werden wie Döhler, Tupy, Schulz und Incasa. 1954 hatte Joinville lediglich einige wenige Industrien, hauptsächlich in der Textilund Metallbranche. In diesem Szenarium gründete der Unternehmer Harry Weege die Incasa, mit dem Ziel Pharmaprodukte herzustellen. Zum damaligen Zeitpunkt war der deutsche Einfluss ausschlaggebend bei der Schaffung der Richtlinien und des Geschäftsmodells des Unternehmens. Unter den Teilhabern sprach man nur deutsch und die ersten Importgeschäfte fingen in den sechziger Jahren an - just mit dem europäischem Land wegen der Nähe und sein Bezug mit der Region. Die ersten Exporte der Incasa nach Deutschland erfolgten Anfang der 1990er. In 2014 exportierte das Unternehmen über US$ 50 Millionen und die Handelsbeziehungen mit dem europäischem Land konnten nicht ausgeschlossen bleiben. Mit Ausbildung in Politischer Ökonomie an der Universität Heidelberg , wohnte Werner Weege sechs Jahre lang in Deutschland und zusätzlich zur Leitung der Incasa ist er mit anderen unternehmerischen Investitionen beschäftigt. Em 2006 gründete er die Opa Bier, mit der Absicht die Tradition der deutschen Brauerei in der Stadt wiederzubeleben. „Unsere Beziehung zu Deutschland ist nach wie vor sehr nahe und wird von Generation an Generation weitergegeben. Ich habe in Deutschland studiert

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und mein Neffe, zum Beispiel, nahm schon an verschiedenen Austauschen bei“ erklärte der Unternehmer. Ausser zur Aufrechterhaltung von kulturellen Beziehungen, bringen die Handelsbeziehungen Vorteile für die Unternehmerschaft in verschiedener Hinsicht. Niedrige Zinsen, vereinfachtes Steuersystem und der Kurse mit dem Euro immer etwas aufgewerterter als der US-Dolar sind einige der Vorteile für diejenigen, die in diesem Markt ihre Produkte vermarkten. Anderseits, wer in den Import investiert, hat die Gewissheit Konsum- oder Kapitalgüter zu kaufen mit unschlagbarer Qualität. Laut dem Ministerium für Industrie und Handel importierte Joinville von Januar bis Juli 2015 in etwa US$ 1 Milliarde. Von diesem Wert waren US$ 118 Millionen aus Deutschland, das damit den zweiten Platz der Importe des Bezirkes einnimmt. Bei den Exporten ist der deutsche Anteil ebenfalls bedeutend. Deutschland nimmt den neunten Platz in der Liste der internationalen Zielen für Produkte aus Joinville ein. Unter den wichtigsten Unternehmen aus Joinville die nach Deutschland exportieren ist die KaVo Vorreiter. 1909 in Berlin-Steglitz gegründet besitzt sie eine Fabrik in Joinville seit 1960, die erste Einrichtung des Unternehmens ausserhalb Deutschlands. Grund für die Wahl von Joinville waren die Industrieaktivitäten von Einwandererunternehmer im Norden von Santa Catarina und der Eigenschaften des fleissigen Volkes, die das Interesse von Kurt Kaltenbach und Erich Hoffmeister, geschäftsführende Vorsitzende der Multinationalen Kaltenbach & Voight (KaVo), geweckt haben. Zum damaligen Zeitpunkt begann das Unternehmen, spezialisiert im zahnärztlichem Bereich, mit 8 Mitarbeitern – die alle deutsch sprachen. Heute exportiert das Unternehmen 25% bis 30% der Produktion in die USA, Lateinamerika, in die wichtigsten Märkte Asiens und Mittlerer Orient, ausser Europa einschliesslich Deutschland. Im Schnitt 20 % der Geräte mit hoher Drehzahl und andere Komponenten werden in das Stammland des Unternehmens exportiert. Im Gegenzug kommen die wichtigsten Bestandteile des Werkes in Joinville aus Deutschland. Laut Giancarlo Schneider, Vorsitzender, hat KaVo‘s Qualität unmittelbaren Bezug auf die Zusammenarbeit und den Austausch von Erfahrungen zwischen den Einheiten in Deutschland und Brasilien zu tun. Das vermittelte Know-how spiegelt sich in den Pro-

dukten und Prozessen wieder, die in mehr als 60 Länder vermarktet werden. Aus Sicht des Unternehmers und Bürgermeisters von Joinville, Udo Döhler, das Niederlassen grosser deutscher Unternehmungen in der Gegend hat das Pflegen der deutschen Wurzeln der Stadt in Santa Catarina verstärkt. Die Beziehung zur deutschen Sprache zum Beispiel hat eine grössere Bedeutung eingenommen, um den Marktanforderungen gerecht zu werden. Unter den wichtigsten Vorteilen des Bezirks für neue Unternehmen ist die vorhandene Infrastruktur, die Dichte der regionalen Hafenaktivität, die Rohstoffquellen und die Investitionen in Ausbildung, zu nennen. “Unser Wachstumspotenzial ist neiderregend und verfügen ausserdem über gut ausgebildete Fachkräfte, aufgrund der grossen Investitionen in technische Ausbildungen im Laufe der vergangenen Jahre. Nicht nur in der technischen Ausbildung sind wir musterhaft, aber auch in der Grundschulausbildung“ erläuterte der Bürgermeister stolz. Die Tox Pressotechnik, mit ihrer Aktivität im Fahrzeug- und Hausgerätesegment, ist ein weiterer Fall eines deutschen Unternehmens, dass sich in Joinville niedergelassen hat. Der Vorschlag das Unternehmen nach Brasilien zu bringen, erklärte ihr Geschäftsführer Marcelo Schlachter, wurde seinem Vater, der im Ort wohnhaft ist, 1994 unterbreitet, um als Handelvertreter tätig zu werden. 2000 wurde die Tox Pressotechnik do Brasil gegründet, als Filiale der deutschen Multi. „2002 wurden die Investitionen erweitert, als der US-Dollar zu stark anstieg, und die Vertretung nicht mehr wettbewerbsfähig war. Der Bezirk wurde zum Standort gewählt wegen des Bezugs zur regionalen Kultur, der bereits bestehenden Mitarbeiteranbindungen und der vorteilhaften Bedingungen zur Herstellung von technischen Anlagen“ erläuterte der Unternehmer. Das Unternehmen unterhält Importbeziehungen mit Deutschland, und bringt aus dem europäischem Kontinent etwa 10 % bis 40 % der in Joinville produzierten Maschinen. Die Beziehung mit dem europäischen Land ist auch im Produktionsmodell gegenwärtig, der erst kürzlich eingeweihten Produktionseinheit, errichtet als eigenständiges Unternehmen. Für die kommenden Jahre plant die Tox Pressotechnik mit einem Wachstum zwischen 10 % und 20 % über der Inflation durch Partnerschaften in anderen ändern Lateinamerikas, wie Chile und Kolumbien.


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Rodrigo, com a mulher e os três filhos: carreira pública e no direito

VITAE

Raízes germânicas Cônsul honorário da Alemanha em Joinville, Rodrigo Bornholdt é advogado reconhecido há 20 anos

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Por Karoline Lopes. Com uma carreira pública que o levou a ser vice-prefeito de Joinville na gestão de Luiz Henrique da Silveira, o advogado Rodrigo Bornholdt se acostumou a assumir grandes responsabilidades desde cedo. Formado pela Universidade Federal do Paraná (UFPR), em 2015 completa 20 anos de profissão. Filho do também advogado Max Roberto Bornholdt, ele conta que a família, de origem alemã,

veio de Corupá para Joinville quando seu pai tinha apenas 2 anos de idade. “Meu avô paterno era dono de uma camisaria, uma espécie de microempresa, e a família da minha mãe administrava uma olaria”, recorda-se Bornholdt, que em 2013 sucedeu o empresário Udo Döhler no posto de cônsul honorário da Alemanha em Joinville. Sua vida profissional teve início de maneira curiosa. Durante a faculdade, viajou para os Estados Unidos, com o objetivo de fazer intercâmbio em uma universidade pensando apenas em aperfeiçoar o inglês: “Escolhi as matérias que eu queria e, nas horas vagas, dava aulas de tênis. Joguei bastante em campeonatos nacionais, lógico que como amador. Foi um bico para ganhar algum dinheiro extra”. De volta ao Brasil, ao retomar as aulas, fez estágio em um escritório de advocacia. Dois motivos o levaram a optar pelo direito. O primeiro foi a preferência pelo campo das ciências humanas. “Não conseguiria fazer algo que não fosse direito, jornalismo, história, sociologia ou filosofia. Não sou das exatas, embora admire a área. Até gostava na escola, mas não era o que eu queria”, ressalta. A segunda razão foi a influência paterna. “Na faculdade, fiquei tentado a não voltar para Joinville e fazer o concurso para procurador da República, que estava sendo aberto na época. Mas, no quinto ano, comecei a estudar direito tributário, que o escritório onde atuava fazia muito. Tive um excelente professor, o que acabou me estimulando”, declara. Embora misturar negócios com assuntos familiares possa ser desafiador, ele garante que a relação foi sempre tranquila: “Meu pai me deu muito espaço para atuar no escritório. De um modo precoce, passei a ter funções bastante importantes”.


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Carreira pública Além das tarefas no escritório, Rodrigo enveredou pela carreira pública. Atuou como procurador-geral do município na gestão de 1997 a 1998, período em que acumulou a chefia do Procon-SC, e foi vice-prefeito de Joinville entre 2005 e 2008. “Assisti a uma conferência em que o palestrante mostrava que a questão do dinheiro é importante, é o que nos garante a sobrevivência, mas é preciso fazer alguma coisa que você goste. Tanto na advocacia quanto na vida pública, encontrei essas duas possibilidades”, comenta.

Dentre as principais conquistas como vice-prefeito, aponta a criação do Fundo de Ação Comunitária como a mais relevante: “É uma lei que até hoje nenhum prefeito implementou. Consiste em permitir que as comunidades criem determinadas atividades, inclusive de ocupação de espaços públicos, e que o município fomente as ações. Por exemplo, digamos que exista um grupo de capoeira no Parque Guarani que precisa de uma determinada quantia por ano. Eles talvez não consigam o financiamento pelo Simdec (Sistema Municipal de Desenvolvimento pela Cultura), mas conseguiriam pelo Fundo de Ação Comunitária”. Segundo Rodrigo, o modelo é adotado nos Estados Unidos há anos e é uma possibilidade de integração da comunidade.

Já sobre as dificuldades como gestor público, cita a escassez de recursos para trabalhar e a falta de uma maior autonomia política. “Como vice-prefeito, eu estava sempre dependente das decisões do então prefeito”, conta.

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Para o cônsul honorário, o Encontro pode afinar parcerias

Uma ponte com o país de origem Diante das origens da família alemã, visitar o país era inevitável. Depois de terminar o intercâmbio, em 1990, Rodrigo passou alguns meses lá para conhecer a Europa e se aperfeiçoar no idioma alemão. “Cheguei logo após a final da Copa do Mundo. Lembro que senti o cheiro de cerveja já no aeroporto e na estação de trem. Eles estavam de ressaca comemorando a vitória”, relembra, em tom de brincadeira. Em 1998, voltou para Berlim com o objetivo de concluir o mestrado. Hoje, pais de três filhos, está tentando fazer com que as crianças estudem alemão: “Minha filha mais velha tem 10 anos e reclama um pouco, diz que a língua é difícil. Mas, enquanto puder, vou insistindo para que aprendam desde cedo. Temos nos articulado junto à prefeitura para ampliar o ensino de alemão na cidade. Duas escolas públicas já incluíram a disciplina na grade: a Escola Municipal Hans Müller e a Escola Agrícola Municipal Carlos Heins Funke”. Tal ação integra suas atribuições como cônsul honorário da Alemanha, cargo que ocupa há dois anos. Ele explica que seu papel tem como função facilitar o contato entre alemães e brasileiros e disseminar a presença germânica na região. “Também trabalho com a parte burocrática, auxiliando quem queira ter alguma relação com o outro país ou alemães que aqui estão e precisam de orientação”, afirma. O advogado reitera que o Encontro Econômico Brasil-Alemanha é uma oportunidade para parcerias. “A economia alemã hoje é baseada em sustentabilidade. Muitas soluções que eles têm seriam interessantes para o Brasil, inclusive na área pública”, declara.

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Alunos do Colégio Bom Jesus que estiveram na Alemanha: estímulo ao aprendizado do idioma

INTERCÂMBIO

Experiência em solo estrangeiro Escolas de ensino médio e universidades mantêm programas em parceria com instituições alemãs Por Marcela Güther. A jovem Gabriela Queiroz, 17 anos, passou cinco meses na Alemanha em 2015. A oportunidade surgiu da mediação do Bom Jesus/Ielusc. A escola tem parceria com três instituições alemãs: o internato Solling, localizado em Holzminden, o colégio Gymmnasium im Schloss, em Wolfenbüttel, e a escola de idiomas Dialoge Sprachinstitut, em Lindau. A estudante passou pelas duas primeiras, além de aproveitar a oportunidade para conhecer pontos turísticos da Alemanha.

“Comecei a aprender alemão quando pequena, no Bom Jesus, então sempre quis conhecer o país. Foi um choque cultural: lá, o ensino tem um molde diferente, tive muito mais autonomia na escolha. Os professores incentivam a falar, tomar atitude. O aluno é mais ativo, participa mais das aulas”, observa. Ela observa que ganhou maturidade, além de experiência no idioma que, ao seu ver, é um diferencial no mercado de trabalho. “Pretendo voltar a estudar na Alemanha. Talvez um intercâmbio na faculdade, uma pós-graduação”, frisa.

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“Eles voltam mais independentes e seguros. O professor define toda a mudança do aluno como maturidade. Eles refletem mais, tem mais coragem de expor sua opinião. Há mudança na maneira de pensar e de viver”, aponta Christianne Klinger, coordenadora do Centro de Idiomas. O colégio estimula o ensino do alemão desde o segundo ano do ensino fundamental, oferecendo, por meio do Departamento Central Alemão para Ensino no Exterior (ZfA), do Ministério da Cultura e Educação, oportunidades para o estudante conquistar certificação internacional que o habilita a estudar em universidade alemã. “Nos últimos dois anos, no ensino fundamental, houve número significativo de alunos que começaram a estudar o alemão. Com a chegada de empresas alemãs, os pais percebem que o idioma pode trazer um grande diferencial”, informa a coordenadora. O colégio está firmando parceria com a Uni-


versidade Federal do Paraná (UFPR), que traz acadêmicos e profissionais estrangeiros da área da linguística para estagiar ou trabalhar no Brasil, dando aulas aos estudantes e capacitando os professores daqui. Uma professora alemã atua no Bom Jesus há dois anos, lecionando o idioma. Quanto às viagens, os estudantes podem participar do intercâmbio, que dura, em média, seis meses, ou das viagens de estudo, de cerca de trinta dias. Estas acontecem desde 1996 na instituição, a cada dois anos. “É uma viagem voltada para quem cursa a nona série ou o ensino médio. O objetivo é que o estudante, que está aprendendo alemão desde pequenininho, vá lá para praticar com nativos, viver na casa de um alemão, entrar em contato com as famílias”, explica Christianne. Dentro desse programa, há o processo contrário: estudantes alemães vêm para Joinville. O próximo grupo desembarca na cidade em outubro. Ao mesmo tempo, o colégio mantém uma série de atividades que envol-

vem filhos de expatriados, oferecendo aulas de alemão e apoio em outras matérias curriculares. O Brasil também tem sido destino de acadêmicos alemães que escolhem o país para se profissionalizar. A processadora de aço Tuper, de São Bento do Sul, criou o Programa de Estágio Internacional, em que traz estudantes de universidades alemãs para estágios de seis meses. Em parceria com a Universidade Federal de Santa Catarina (UFSC), o convênio começou em janeiro de 2014 e a empresa já recebeu estudantes das universidades Technische Universität München e Technische Universität Braunschweig. Embora os estágios na indústria sejam voltados para a engenharia, o programa contempla todas as áreas. “Como a demanda da Tuper tem sido especialmente na área técnica e da engenharia e a empresa considera a Alemanha um berço tecnológico, acabamos optando por estudantes alemães. O foco atual são as universidades da Alemanha, mas o programa não está definitivamente fechado

O alemão Martin é o quinto participante de estágio na empresa Tuper

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para ampliações futuras”, informa Roberto Dobrochinski, diretor de Recursos Humanos da Tuper. O programa é aberto a todas as universidades da Alemanha que mantenham algum convênio com instituições brasileiras. “Esse é o único requisito para que as universidades estejam habilitadas a enviar seus alunos. Os participantes alemães precisam se matricular em uma universidade brasileira (atualmente, a UFSC) para se tornar estudantes também no Brasil. Devido a esse convênio, o estágio realizado aqui é considerado curricular”, detalha.

A Tuper remunera o estagiário e mantém um apartamento mobiliado em São Bento do Sul para a moradia desses estudantes. Além disso, oferece alimentação no refeitório da empresa e cuidados de saúde no ambulatório. Os estagiários cumprem carga horária de seis horas por dia por um período de seis meses, mas há possibilidade de renovação para um ano. As experiên­cias se mostram extremamente positivas, tanto para a Tuper quanto para os estudantes, como aponta Dobrochinski: “Além da formação, oportunidade de desenvolvimento profissional, troca de experiências e de conhecimento entre a empresa e a universidade, o programa favorece o aprendizado de um novo idioma para os colaboradores brasileiros e para os estagiários. Também incentiva o intercâmbio cultural e a troca de informações sobre costumes e hábitos do dia a dia”.

Martin Karl Robert Rudolph, o quinto participante do programa, está fazendo estágio na Tuper desde abril deste ano, na área de Pesquisa e Desenvolvimento. Ele veio da universidade Technische Universität Braunschweig, do curso de pós-graduação em Engenharia de Automó-

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veis. Com o estágio, o estudante de 25 anos pretende ampliar sua experiência profissional e intercultural. “Quando cheguei, não falava uma só palavra em português e hoje já aprendi o idioma. Além disso, em um mundo tão globalizado, ter a oportunidade de trabalhar com profissionais de outros países é essencial”, sublinha. Martin conta que mudou a visão sobre o Brasil, ficando impressionado com o desenvolvimento do Sul do país. “Minha vinda para cá superou as expectativas. Os brasileiros são muito receptivos e é fácil fazer amizades. A Tuper também me ajudou em todo o processo para a realização do estágio. E os projetos em que estou envolvido na empresa são muito importantes".

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Centro de pesquisa em São Bento do Sul: homenagem à Baviera

Parceria de longa data O Programa de Mobilidade Acadêmica Internacional da Univille funciona por meio de acordos com instituições estrangeiras. Os estudantes cursam disciplinas relacionadas ao curso em que estão matriculados, durante seis meses a um ano. Alunos de fora também vêm a Joinville. A universidade firmou convênios com as instituições Friedrich Alexander Universität Erlangen-Nürnberg, Evangelische Hochschule Nürnberg e Fachhochschule Hamburg University of Applied Sciences. “No início do ano letivo, abrimos edital, identificando as vagas disponíveis nas universidades estrangeiras para os alunos se candidatarem. Existem pré-requisitos, como fluência na língua do país em questão”, explica Jurema Tomelin, assessora internacional. Nas universidades alemãs, a procura é maior pelas áreas que envolvem engenharia. Durante o intercâmbio, o acadêmico recebe isenção da mensalidade. O programa existe desde 1993. No ano passado, quatro alunos foram para o país e duas alemãs vieram para cá. Em 2015, a universidade recebeu um professor do país e um docente atuante na Univille foi à Alemanha. Além dos intercâmbios acadêmicos, a Univille desenvolve projetos de pesquisa com a Alemanha. Em 1999, implantou o Centro de Estudos e Pesquisas Ambientais (Cepa), na Vila da Glória, em São Francisco do Sul. A primeira ação nesse contexto foi o Projeto Babitonga 2000, com a Universidade de Erlangen, a fim de realizar estudos científicos sobre o ecossistema encontrado na Baía da Babitonga. O primeiro contato com a Univille foi entre Friederich Kauder, empresário e escritor, presidente da Sociedade Rugendas na Alemanha, que morou no Brasil, e o professor Hercílio Kasten, da Univille. “O doutor Kauder tinha interesse em pesquisar onde e como estavam os descendentes dos alemães que migraram para o Brasil”, explica Claudio Tureck, coordena-

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dor do Univille Verde, comitê responsável pela gestão do Cepa. Como fruto dos resultados do Babitonga 2000, eventos científicos, cursos multidisciplinares, artigos científicos e intercâmbios. Também criou-se o Programa Institucional Babitonga em 2002, em que se desenvolveram projetos até 2010. “Continuam ocorrendo cursos de extensão em parceria entre as instituições. Está em andamento um projeto na área da botânica, com a Universidade de Erlangen”, informa Tureck. Com apoio da Sociedade Rugendas e do empresário Frank Bolmann, foi implantado em 2000 o Cepa Rugendas, em São Bento do Sul. A base científica tem um prédio com arquitetura em estilo bávaro, uma homenagem à Baviera, região alemã de onde veio a maioria dos colonizadores de São Bento do Sul. O prédio de três pavimentos, te espaço para cursos, palestras, workshops e treinamentos.


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DIÁRIO DE VIAGEM Ao lado, Mauer Park, que fica lotado aos fins de semana por conta do famoso mercado das pulgas. Abaixo, o bairro Moabit, que abriga parte da administração do país e o uso de transporte de veículos leves sobre trilhos no coração de Berlim

FOTOS: ARQUIVO PESSOAL

Em Berlim, como os berlinenses A jornalista Ivana Ebel, natural de Blumenau, trocou em 2008 a cidade catarinense pela Alemanha. Direto de Berlim, ela escreve o blog “Fala, alemôa”, espaço que utiliza para mostrar um pouco mais do outro país. “Costumo dizer que Berlim me estragou para qualquer outro lugar e que hoje é meu cantinho favorito no mundo. A cidade não é nada convencional, tem uma mistura de história, arte, cultura e um cenário underground efervescente. Se, para quem mora por aqui, a lista do que fazer nunca acaba, quem vem apenas de visita precisa de fôlego para ver tudo”, afirma. Nestas duas páginas, confira algumas imagens cedidas para a Revista 21.

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Acima, o lado mais underground da cidade e a cultura que celebra os artistas de rua

À esq., o Potsdamer Platz, local onde acontece o festival de cinema de Berlim. Acima, a Catedral de Berlim, uma das atrações da Ilha dos Museus, e o bairro Nikolaiviertel, com casas no estilo enxaimel Berlim, Alemanha

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CONTRAPONTO FÁBIO ABREU

O motor alemão CARLOS ADAUTO VIRMOND VIEIRA

Made in germany Há mais de um século, a Alemanha consagrou o registro da origem de seus produtos como selo de qualidade. E o interessante é que a designação Made in Germany nasceu de uma exigência do Reino Unido, cujo objetivo era proteger sua indústria nacional. Para que o produto ingressasse no mercado da Grã-Bretanha, nele deveria constar o país de fabricação. A ideia era permitir aos consumidores identificar e evitar a compra de mercadorias importadas. O efeito em relação aos produtos alemães foi contrário ao desejado. Como os manufaturados alemães apresentavam diferencial de qualidade, a fama dos Made in Germany se espalhou pelos quatro continentes, tornando-se sinônimo de eficiência e durabilidade.

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E a qualidade dos produtos alemães espelha o elevado grau de exigência do próprio povo alemão, cujas características mais marcantes são a determinação e o comprometimento. Nenhum outro país conseguiria, em períodos tão curtos, superar todas as crises, guerras e dificuldades pelas quais passou a Alemanha. E essa superação é baseada no binômio planejamento e qualidade. O alemão não gosta e não consegue improvisar, muito menos realizar algo cujo resultado não seja de excelência. Seu planejamento vai desde o macro até os mínimos detalhes. Essa fórmula garantiu à Alemanha, antes das demais economias do planeta, superar os efeitos da crise de 2008. O governo alemão seguiu

um plano público de recuperação, no valor de 675 bilhões de euros. As dificuldades no mercado financeiro foram combatidas com subsídios governamentais, em troca de juros baixos no crédito para os consumidores, reaquecendo o mercado. O plano ainda aportou 80 bilhões de euros em programas de estímulo à economia. Como resultado, as taxas de desemprego se mantiveram em índices aceitáveis. As medidas saíram caro para o contribuinte alemão, mas os benefícios foram evidentes. Por isso, também a gestão pública alemã merece o selo de qualidade Made in Germany. Carlos Adauto Virmond Vieira Secretário executivo de assuntos internacionais do governo do Estado


CHRISTIAN DIHLMANN

Lições para superar obstáculos A relação mais sólida de Joinville com a Alemanha já data da chegada da barca Colon, em 1851. Nesses mais de 160 anos, ambos os países vivenciaram crises complexas. Da Alemanha, vêm os exemplos de duas guerras mundiais, a lida do pós-guerra, inclusive com conterrâneos e famílias sendo apartados pelo “muro da vergonha”. Entremeados nesses marcos históricos, diversos outros críticos enfrentamentos. Apesar e por conta disso, a Alemanha, arrasada em alguns episódios, tornou-se um dos países mais fortes e respeitados do mundo. Referência na produção de conhecimento, na solidez econômica e no crescimento da qualidade de vida do seu povo, é fonte inesgotável de boas práticas

para qualquer país que pretenda sobrepassar o empirismo. Não é aceitável que economias emergentes como o Brasil optem por “errar para aprender” quando podem acessar diretamente as diretivas de gigantes que tropeçaram, corrigiram o rumo, e que estão totalmente abertos a “compartilhar para crescer”. A Alemanha é um grande parceiro do Brasil, em todos os sentidos, comerciais, tecnológicos ou humanos. A crise de 2008, pela qual passou, foi somente mais uma pedra no caminho. Estão acostumados a “apertar o cinto” quando necessário e investir em capacitação e inovação, mesmo quando não necessário. Houve erros? Certamente. Naquele momento, o suporte financeiro

CLAUDIO LOETZ

Dez palavras e a competitividade Planejamento. Organização. Seriedade. Objetividade. Compromisso. Serenidade. Ousadia. Produtividade. Eficácia. Resultado. Dez palavras resumem o comportamento dos empresários alemães no relacionamento de negócios com interlocutores estrangeiros. E lhes garantem a competitividade. Ninguém desconhece a capacidade de reinvenção de um povo, esmagado duas vezes no século passado, com derrotas em guerras, a destroçar economia e autoestima. As tragédias deram motivação para o reerguimento de uma Nação inteira. Estudo, dedicação, ciência e apego ao trabalho asseguraram ao país o retorno à liderança na Europa. Não por acaso, a Alemanha é um dos mais importantes países do mundo.

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A relação dos empreendedores alemães com Joinville vem de nosso berço. Constituem, eles, parte essencial de nossa formação social e econômica. Joinville nasceu e se desenvolveu, em grande medida, pela capacidade dos primeiros colonizadores europeus em trazer, para cá, valores intangíveis que auxiliaram a moldar a história de Joinville, como a conhecemos. Hoje, a cidade é ponto de parada obrigatória de companhias estrangeiras que querem investir no Brasil. A consolidação de espaços empresariais, como Perini Business (onde há empresas alemãs do porte da Siemens e Bosch), e a própria BMW, com sua fábrica de automóveis vizinha a Joinville, são sinais inequívocos de que a região é atrativa

a outros países do bloco europeu, por força de um conjunto maior de interesses, pôs em risco a poupança interna e acendeu a luz amarela da saúde econômica. Mas as ações corretivas e firmes não tardaram. Enfim, a Alemanha passou, passa e passará por desafios. O que diferencia o grau de dificuldade com que se supera esses empecilhos é a atitude e rapidez com que se tomam as decisões. O que resulta das decisões é o céu ou o inferno. Rumo ao céu, a cobrança deve ser feita pelo cidadão em si próprio, na comunidade e nos seus pares, com planejamento, disciplina e determinação. Christian Dihlmann Coordenador de Missões Empresariais da Fundação Empreender

para quem quer fazer negócios. Ainda estamos longe de aprender tudo o que os alemães já praticam há anos. Quer no modelo de como se processa a relação entre empregadores e empregados, quer na busca constante pela excelência, quer quando o assunto é o formato do arcabouço jurídico-institucional e o respeito às regras. Precisamos compreender que o sucesso se alicerça nesses vetores. E, claro, qualquer candidato a empresário de sucesso deve ter a mente aberta para perceber, e capturar, oportunidades onde outros só enxergam problemas. Claudio Loetz Colunista de economia do jornal A Notícia

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CABECEIRA DIVULGAÇÃO

Escritor de Novo Hamburgo (RS) é colaborador de universidade alemã

FELIPE BRAUN

Maratona atrás da própria história

Aos 28 anos, jornalista gaúcho reúne importante acervo sobre imigração alemã no Sul do Brasil, revelado em 10 livros e um portal de internet

No bem organizado site sobre a pesquisa a que se dedica desde os 14 anos (www.imigracaoalema.com), o escritor e jornalista gaúcho Felipe Kuhn Braun não se limita a relatos consistentes sobre a história da chegada das famílias alemãs ao Brasil, na segunda metade do século 19. Resgatou, recuperou e montou um minucioso acervo de mais de 30 mil imagens antigas – que foi recolhendo ao longo desta verdadeira maratona em que se envolveu e que já o levou a visitar mais de 500 famílias de descendentes, em várias regiões do Rio Grande do Sul e até o Nordeste da Argentina, para onde emigraram centenas de famílias de teuto-brasileiros, no início do século 20, onde fundaram a cidade de Puerto Rico, na província das Missiones. A primeira inspiração para o trabalho que preenche boa parte de seus 28 anos veio, claro, da própria família. Dos portões da casa onde vivia, no interior gaúcho, saiu à procura das histórias de seus antepassados e das centenas de famílias de origem alemã nas regiões do Vale dos Sinos, Vale do Caí e da Região das Hortênsias, na serra gaúcha. Nascido em Novo Hamburgo, em 1987, passou parte da infância e adolescência na cidade de Garibaldi, marcada pela colonização italiana. Mais jovem vereador de sua terra, Felipe hoje é coordenador de Genea-

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logia do Museu Histórico Visconde de São Leopoldo e colaborador de Estudos Históricos da Universidade de Mainz, na Alemanha, além de integrar o Grupo de Estudos de História sobre o Brasil e Portugal, da Faculdade de Filosofia e Letras da Universidade de Buenos Aires. Também representa o Rio Grande do Sul na diretoria da Badisch-Südbrasilianische Gesellschaft, entidade que promove o intercâmbio entre a região alemã de Baden e o Sul-brasileiro, com encontros culturais, intercâmbios, cursos de línguas e pesquisa genealógica, e que tem sua sede em Karlsdorf-Neuthard, província de Baden-Württemberg. Em entrevista à Revista 21, o escritor falou de sua motivações e desta imersão na história, que já dura metade de sua vida.

IDEIAS E IDEAIS

Minha principal preocupação é com a preservação histórica. Nestes 14 anos de pesquisas, ouvi muitos relatos de material que se perdeu, fotografias que foram queimadas, casas antigas que foram demolidas. Meu maior objetivo, nestes anos todos, é a preservação desse material, providenciando cópias das fotos antigas, reprodução de material fotográfico, o registro dessas histórias contadas pelas pessoas mais velhas, e por fim, a preservação de tudo isso por meio dos livros.

EMPREENDEDORES

Certamente, foram os alemães os responsáveis pelas primeiras indústrias do Brasil. Eles foram grandes empreendedores. De suas mãos, surgiram, entre outras, as primeiras cervejarias do país, as primeiras fábricas de chocolate, as primeiras empresas de sapatos, os primeiros curtumes, têxteis,


os primeiros jornais, primeiras revistas. Deram uma contribuição enorme e, sem dúvida, pioneira. Principalmente no Rio Grande do Sul e em Santa Catarina.

SANTA CATARINA

Infelizmente, ainda disponho de pouco material sobre Santa Catarina – mas já estive muitas vezes neste maravilhoso Estado. No entanto, ainda estou na busca de contatos, fontes de pesquisa, tanto em Santa Catarina quanto em algumas regiões do Rio Grande do Sul que ainda devo visitar. Há regiões que já mapeei e onde visitei quase todas as famílias que dispõem de material antigo, entre elas, parte do Vale do Rio dos Sinos, Vale do Caí, Região das Hortênsias e Nordeste da Argentina.

OS LIVROS DE FELIPE

Felipe Braun, que também tem forte atuação na comunidade – foi liderança estudantil na Feevale, onde se graduou em jornalismo em 2010, e presidiu o Rotaract Novo Hamburgo –, já lançou exatos 10 títulos reunindo suas pesquisas: 2010

2013

l História da Imigração Alemã no Sul do Brasil

l Tramandahy: as Idas à Praia no Início do Século XX

l Memórias do Povo Alemão no Rio Grande do Sul

l História de Linha Nova: 1847 – 1945

2011

2014

l Memórias de Imigrantes Alemães e seus Descendentes no Sul do Brasil

l Família Kuhn – 500 Anos de História – Origens e Descendência dos Kuhn de Picada Café

DE RESISTÊNCIAS

No início, as maiores dificuldades foram com o trabalho de pesquisa, porque era jovem demais, tinha 14 anos. Mas sempre tive muita sorte e contei com o apoio das pessoas, pois eu as ouvia, gostava que me contassem suas histórias de vida, a história das suas famílias, isso contribuiu para conseguir mais material e também para ser indicado para outras famílias. No começo, visitava as localidades de ônibus ou de carona, depois de carro. Na parte financeira, contei com o apoio da minha família e depois investi parte das minhas economias. Não sofri preconceito algum – sou de origem alemã por todos os lados e falo o idioma. Cada livro publicado auxiliou para ganhar mais credibilidade junto às famílias.

DAS INFLUÊNCIAS

Há muitas influências alemãs no Rio Grande do Sul. Por exemplo, a arquitetura da nossa capital: boa parte dos maiores prédios (da segunda metade do século 19 e início do século 20) foi projetada por arquitetos provenientes da Alemanha. Muitas escolas particulares foram fundadas pelos padres jesuítas, pelas freiras de Congregações da Alemanha, os pastores da Igreja de Confissão Luterana também abriram escolas e as mantêm até hoje. Acredito que nossa gastronomia e alguns hábitos culturais estão ligados à cultura germânica, mesmo que muito dessa origem passe despercebida por boa parte da população. Uma porcentagem significativa do povo gaúcho tem, sim, suas origens na Alemanha, mas só nos rincões e no interior que as pessoas se definem como alemãs, principalmente as pessoas mais velhas. Isso porque já somos brasileiros (em sua maioria) há várias gerações. Claro que lembrando sempre dessas nossas origens e nos orgulhando delas.

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l Cartas e Relatos de Imigrantes Alemães

l Alemães no Brasil

2012

l Novo Hamburgo: da Fundação à Emancipação Política 1824 – 1927

l São Miguel dos Dois Irmãos: o Primeiro Século de História

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LITERATURA

Obra fundamental para entender os alemães Por Ana Margareth Machado Ehlert Jornalista e assistente social. Gaúcha, trabalha na prefeitura de Hamburgo, com projetos sociais e na Vara de Família, elaborando laudos para processos de guarda de menores. Mora na Alemanha desde 1989. Antes, trabalhou no jornal A Notícia, como editora de cultura

1945. Alemanha pós-guerra. Nesse cenário, uma mãe (Helene Würsich) abandona seu filho na estação, com o pretexto de ir comprar uma passagem de trem. A narrativa começa e termina mostrando a perspectiva do filho. Mas o objetivo da autora não é contar a história do menino, e sim a da mãe. O enredo se desenrola narrando sua infância, à mercê de uma mãe incapaz de lhe dar atenção e amor materno. Assim, Helene e sua irmã aprendem cedo a cuidar de si mesmas. A mãe, traumatizada pela perda de três filhos recém-nascidos, vive num mundo irreal, colecionando tudo o que lhe cai pela frente. A situação das irmãs piora quando o pai retorna mutilado da primeira guerra. Em busca de uma vida melhor, as

meninas, então, retomam o contato com uma tia que mora em Berlim. Aqui Helene vem a conhecer os anos dourados da década de 20. Nesse clima de abertura e inovação, apaixona-se pelo estudante Carl, que será o grande amor de sua vida. Mas o amor dura pouco: Carl sofre um acidente mortal. Atormentada pela morte do noivo, ela se envolve e se casa com um homem que não ama. De origem judaica por parte de mãe, é obrigada a mudar de identidade e assume o nome de Alice Schulze. Seu marido, um alemão com ideias antissemitas, a humilha e abandona depois do nascimento do filho. O quarto romance da berlinense Julia Franck foi premiado como o melhor livro de 2007 (Deutscher Buchpreis). Em entrevista, ela admitiu que seu romance contém referências autobiográficas. O livro gerou certa polêmica em seu lançamento na Alemanha por questionar o amor materno e também por colocar à mostra o estupro em massa de mulheres alemãs por soldados russos. Ao ler o romance, uma questão

me inquietou muito: por que uma mãe que sobreviveu à guerra mobilizando todas as suas forças abandona o filho, sem mais nem menos, a caminho de uma vida melhor? Um fato como esse é chocante em qualquer país, independente da cultura. A autora teve a coragem de tratar de assuntos considerados tabus na Alemanha, sem pudores e julgamento. A narrativa impressiona por isso. Julia não se preocupa em criar personagens simpáticos e agradáveis. Eles são simplemente humanos. Para isso, utiliza uma linguagem densa, sóbria, sem rodeios. A análise psicólogica fica a cargo do leitor. Considero este livro uma obra muito importante para quem tenta entender a sociedade alemã. Depois da leitura, o seu ponto de vista não será mais o mesmo. A Mulher do Meio-dia Julia Franck/Editora Nova Fronteira (em português) S. Fischer Verlag, Frankfurt (am Main), edição em alemão.

DESTAQUE

Toda a história, em um só volume Este livro se propõe a discorrer sobre as reviravoltas ocorridas na história da Alemanha desde o início da Idade Média até os dias de hoje. No meio acadêmico, inúmeros debates e as mais diferentes interpretações resultaram da multifacetada história dos territórios alemães. Nessa perspectiva, a autora apresenta uma síntese precisa de um gigantesco material histórico e explora as interrelações entre fatores sociais,

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políticos e culturais em vista das controvérsias acadêmicas. O livro é apresentado pela editora como a única obra escrita em inglês que reúne toda a história da Alemanha em um único volume. A edição em português é ilustrada por fotografias, ilustrações e mapas que auxiliam no entendimento histórico. Obrigatório para todos os que desejam se aprofundar no denso estudo da história alemã e europeia, esse

título é também indicado para empresários, viajantes interessados e leitores em geral. Um aprendizado de primeira.

História Concisa da Alemanha Mary Fulbrook Edipro


Mercado editorial brasileiro mostrou sua força em Frankfurt e reuniu 70 de nossos principais escritores

FEIRA DE FRANKFURT

O maior encontro editorial do mundo Não é à toa que a terra que trouxe à luz um verdadeiro iluminado – Johann Wolfgang Von Goethe (17391832) – realize o maior encontro do mercado editorial do mundo. A feira do Livro de Frankfurt, que ocorre, neste ano, de 14 a 18 de outubro, cumpre uma tradição de mais cinco séculos – tão logo Gutemberg disponibilizou a impressão a frio, livreiros da região organizaram o primeiro encontro. O evento atrai, anualmente, mais

de 8 mil expositores de 100 países, 300 mil visitantes e 10 mil jornalistas. Desde 1988, um país é convidado para exibir sua literatura, arte e cultura. Em 2013, o Brasil esteve lá – assim como a Alemanha havia sido a convidada de honra da Bienal do Livro do Rio de Janeiro, naquele mesmo ano. Nada menos do que 70 autores brasileiros integraram a comitiva brasileira, coordenada pelo Ministério da Cultura. Antes, em 1994, o país já exiFOTOS: DIVULGAÇÃO

bira sua produção editorial no maior evento mundial do setor. Todos os anos, a Feira do Livro de Frankfurt entrega o Prêmio da Paz do Comércio de Livro Alemão – Friedenspreis des Deutschen Buchhandels – e destaca a melhor obra de literatura infanto-juvenil com o Deutscher Jugendliteraturpreis. Para o mercado editorial brasileiro, a participação em Frankfurt em 2013 teve resultados consideráveis. Segundo a Câmara Brasileira do Livro (CBL), os negócios gerados representaram 30% do total de vendas anuais do setor. E, na edição de 2014 da feira, exatas 65 editoras verde-amarelas repetiram a dose e expuseram em Frankfurt, boa parte integrantes do projeto BP – Brazilian Publishers. Produto da parceria entre a CBL e a Agência Brasileira de Promoção de Exportações e Investimentos (ApexBrasil), o BP ajuda a fomentar as exportações do conteúdo editorial brasileiro. Em 2013, as editoras que integram o projeto exportaram US$ 2,95 milhões em direitos autorais e livros.

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3 LIVROS

Visões sobre a Alemanha

A seleção de títulos recomendados apresentada nesta edição foi elaborada pelo coordenador do Centro de Idiomas do Colégio Bom Jesus/Ielusc, Jeferson Rodrigo Kern. Ele é professor na instituição e tem experiência na área de Letras, com ênfase na língua alemã.

Ponto de vista brasileiro

Refletir sobre costumes

Lembranças de Thomas Mann

Durante sua estadia na Alemanha, João Ubaldo Ribeiro foi convidado a escrever crônicas para o jornal alemão “Frankfurter Rundschau”. “Um Brasileiro em Berlim” consiste em uma coletânea dessas crônicas, que relatam de forma original e criativa suas experiências no país. O livro é um convite para quem quer se divertir e aprender um pouco mais sobre os costumes alemães.

O autor Henning Fülbier, que morou nove anos em Porto Alegre, relata um pouco de suas vivências em nosso país. Diferenças culturais e problemas com a língua portuguesa deram origem a divertidas histórias. Situações de nosso cotidiano vistas pelos olhos de um estrangeiro. Uma obra que nos faz refletir sobre nossos próprios costumes.

A obra, traduzida recentemente do alemão para o português, investiga as relações entre a família de Thomas Mann – um dos mais famosos escritores alemães do século 20 – e o Brasil. Com vasto material fotográfico e linguagem acessível, o livro conta de maneira envolvente a trajetória dos Mann e explora os vestígios deixados pelo Brasil na família do escritor.

Um Brasileiro em Berlim João Ubaldo Ribeiro Editora Objetiva

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Sorria, Brasil! Você Está Sendo Filmado. Aventuras à Beira do Cotidiano Henning Fülbier Editora CreateSpace Independent Publishing Platform

Terra Mátria A Família de Thomas Mann e o Brasil Karl-Josef Kuschel, Frido mann, Paulo Astor Sothe: Editora Civilização Brasileira


FOTOS: DIVULGAÇÃO

Outros filmes para conhecer a história recente alemã

Adeus, Lenin (2002)

DICA 21

A Queda – As Últimas Horas de Hitler (2004)

A Vida dos Outros Vencedor do Oscar de Melhor Filme em Língua Estrangeira, “A Vida dos Outros” narra a busca do governo de Berlim Oriental, em 1984, para assegurar seu poder por meio de um sistema de vigilância e controle sobre os cidadãos. No enredo, o capitão Anton Grubitz utiliza sua influência política para vigiar o dramaturgo Georg Dreyman, considerado o modelo perfeito de cidadão, já que não contesta o governo nem seu regime.

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O Grupo Baader-Meinhof (2008)

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3 PERGUNTAS RODRIGO PHILIPS/AGÊNCIA RBS

ELEN MARY MACHADO

Consultora brasileira que atua na Alemanha

A consultora Elen Mary Machado, 47 anos, nasceu no Mato Grosso do Sul, formou-se em Letras pela antiga Furj, em Joinville, deu aulas de inglês na Casa da Cultura, até que, em meados da década de 1990, embarcou para a Alemanha sem falar uma palavra do idioma, por conta de uma “proposta irrecusável” de trabalho que o marido havia recebido. Lá, foi atendente em uma verdureira e assistente em uma locadora de automóveis antes de voltar às origens e ser contratada por uma indústria que procurava uma professora que pudesse montar um currículo escolar bicultural para os filhos de funcionários brasileiros. Em 1996, fundou a Machado Intercultural Consulting, que pilota no centro empresarial de Frankfurt. No ano da Copa do Mundo, prestou consultoria para a DFB, a “CBF alemã”, para quem desenvolveu toda uma estratégia de comunicação. “Nenhum trabalho mexeu tanto com minha alma brasileira (e também alemã) quanto esse”, confessa Elen, que atende as grandes marcas alemãs de automóveis, como Audi e Mercedes-Benz.

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Qual o segredo para o empresário brasileiro que deseja se aproximar do mercado alemão? Comunicação é tudo: falar fluentemente alemão ou inglês ou ter um bom tradutor. Estar bem informado sobre o que você quer vender ou oferecer, acompanhado de estatísticas. Não seja muito modesto nem muito cortês, defenda seus interesses e demonstre suas capacidades. Cumpra com horários marcados e informe-os sobre atrasos. As relações informais não devem substituir as relações formais. As formais têm prioridade.

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Quais as particularidades do executivo alemão, especialmente no setor industrial, em termos de perfil? O estilo de comunicação é diferente do nosso. As suas necessidades, desejos, pedidos, opiniões são expressos com palavras, diretamente. Para nós, isso pode parecer mal educado. O alemão “não imagina” que existem outras formas de comunicação. Ele não vai entender, se nos expressarmos de forma indireta ou esperarmos que ele “se toque” do que queríamos dizer, mas não dissemos, só insinuamos. A questão do erro é delicada. Ouso dizer que a mentalidade seria do tipo “erra-se uma vez”, daí detalhadamente vai-se a fundo, nas origens do erro, corrige-se e se documenta para nao acontecer mais. Errar duas vezes na mesma coisa pode dar impressão de falta de profissionalismo.

3

O que a empresa brasileira tem a aprender ou já aprendeu com a cultura corporativa alemã? Aprendeu-se muito em termos de tecnologia: a presença das empresas no Brasil e as medidas de transferência de know-how funcionaram muito bem. Algo que precisa se desenvolver no Brasil é o planejamento a longo prazo. Também são fundamentais a transparência nos processos de trabalho, a estruturação organizacional bem definida, ou seja, definição clara de tarefas e responsabilidades e respectivos poderes de decisão, além do respeito e cumprimento de regras e estruturas. A questão da reciclagem e o carinho e respeito com o meio ambiente: não conheço nenhum país que faça isso de maneira tão sensata. Esse para mim é o ponto principal, pois todo impacto no meio ambiente é um impacto a si próprio. A questão ambiental deve fazer parte de toda cultura corporativa.


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