Revista 21 - Edição 19 - Mai/Jun 15

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Joinville/SC Mai.Jun 2015 R$ 10


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AO LEITOR DE CARA NOVA Ao completar três anos, a Revista 21 apresenta seu novo projeto gráfico, agregando também outras seções editoriais. Reconhecida pelo leitor como uma proposta diferenciada no ambiente institucional e avalizada pelo mercado publicitário, que aqui encontra um canal de alta credibilidade para anunciar, a revista mantém o compromisso com a informação qualificada e com a abordagem jornalística das temáticas que compõem sua pauta, nos campos da economia e dos negócios. O objetivo é, sempre, apresentar uma análise precisa sobre o universo corporativo, por meio de reportagens, artigos e entrevistas com personalidades que atuam em áreas afins, públicas ou privadas. O foco de atenção está nas grandes questões que afetam a gestão empresarial e, por extensão, a vida do cidadão. Sem deixar de lado, é claro, o registro das atividades, projetos e realizações da casa, nos eventos que promove ou nos serviços que oferece ao associado. Uma das novas colunas da revista, intitulada 5 To-

ques, vai trazer dicas rápidas para executivos, profissionais e empreendedores, buscando reunir orientações de especialistas sobre aspectos que possam ser úteis para vencer os desafios do dia a dia. Logo na capa, você deve ter observado uma mudança, não só estética: as edições vão trazer fotografias antigas retratando Joinville e joinvilenses. A foto propositalmente aparecerá sem legenda e só será identificada dentro da revista (veja na página 6 quem é o personagem ilustre que jogou no time da capa desta revista). A seção de livros & cultura foi reestruturada e o noticiário da Acij ganhou destaque logo nas primeiras páginas – abrindo, nesta edição, com um conjunto de relatos em que o associativismo foi o pulo do gato para encontrar soluções que alavancaram negócios. Outras novidades virão, e esperamos seguir contando com o envolvimento do leitor: fique à vontade para nos escrever com sugestões, elogios ou críticas construtivas. E boa leitura.

NESTA EDIÇÃO 8 Especialista diz que “são poucos os corajosos” para inovar. 16 A alavanca do associativismo na gestão. 18 O legado de Luiz Henrique. 28 Poltronas para seu conforto no trabalho. 30 Aeroporto terá hotel e posto de gasolina. 38 Em números: o peso da indústria no PIB estadual. 40 O caminho e as pedras da competitividade. 50 Levy promete crescimento econômico, sim, mas em 2016. 56 Empreendedorismo no sangue. 58 O que são as “Empresas B”. 60 Inovação e os centros de pesquisa. 62 Sambaqui, o endereço da história. 66 Diário de Viagem. 68 Feito em Joinville. 70 Sobre excelência. 72 Cabeceira: a lei das incongruências. 78 Alemanha olha para SC.

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HAPPY-HOUR NO BARBEIRO DIVULGAÇÃO

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PENINHA MACHADO

Secretário da Fazenda, na Acij: “A economia chegou ao fundo do poço”

HÁ MUITO O QUE FAZER Muito embora tenha dito que a economia brasileira chegou ao fundo do poço, o secretário de Estado da Fazenda Antônio Gavazzoni procura ser otimista e se vale do posicionamento do ex-presidente do Banco Central Henrique Meirelles, que, em recente palestra para integrantes do governo catarinense, revelou previsões positivas, surpreendendo a todos. Nessa linha, Gavazzoni antevê que o PIB do Estado será azul – pelo menos na ordem de 3% e com condições de bater nos 6%. Mas, registre-se, há muito o que fazer também no contexto estadual. E a questão previdenciária é um dos entraves. Na Acij, o secretário mostrou números preocupantes: em 2014, as despesas previdenciárias atingiram a casa dos R$ 4,2 bilhões – para uma receita de R$ 1,6 bilhão. Quarta colocada no ranking brasileiro na relação receita/despesa, comprometendo quase o limite legal de seu orçamento com a folha de pagamento (48,86%), Santa Catarina tem praticamente metade de seus 135 mil servidores aposentados. “A área pública, estruturada da forma como está, é insustentável”, admitiu Gavazzoni. O governador Raimundo Colombo, no lançamento da campanha “Santa Catarina faz a diferença”, disse, literalmente, que o atual modelo está fracassado, podre. “O custo do Estado hoje é incompatível com as necessidades da população”, reconheceu, ao defender a reforma política. Considerando que, segundo noticiou uma revista nacional, a máquina pública brasileira consome nada menos do que R$ 400 bilhões por ano, e que mantém 100 mil apadrinhados em 39 ministérios, não é de se estranhar que a principal reivindicação da sociedade brasileira, depois do combate à corrupção, seja, mesmo, a do enxugamento urgente, imediato e radical da tal máquina pública.

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Publicação bimestral da Associação Empresarial de Joinville (Acij) Número 19. Maio e junho de 2015 Conselho editorial Simone Gehrke (EDM Logos) Ana Carolina Bruske (Núcleos) Débora Palermo Mello (Acij) Diogo Haron (Acij) Carolina Winter (Winter Comunicação) Jornalista responsável Júlio Franco (reg.prof. 7352/RS) Produção Mercado de Comunicação Editor Guilherme Diefenthaeler (reg. prof. 6207/RS) Reportagem Ana Ribas Diefenthaeler, Letícia Caroline, Mayara Pabst, Marcela Güther, Karoline Lopes Projeto gráfico, diagramação, ilustrações e infográficos Fábio Abreu Imagem da capa Acervo Luiz Henrique da Silveira Fotografia Peninha Machado, assessorias de imprensa Impressão Tipotil Tiragem 4 mil exemplares Publicidade Flávio Vailatti - (47) 9107 3939

Acij - Associação Empresarial de Joinville Av. Aluisio Pires Condeixa, 2550 – Joinville/SC 3461-3333 acij.com.br twitter.com/acij facebook.com/acijjoinville

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A FOTO DA CAPA O time perfilado na capa desta edição é o do então 14º Batalhão de Caçadores, atual 63º Batalhão de Infantaria, sediado em Florianópolis. Entre os jovens que formavam a equipe, nos idos de 1958 – ano em que o Brasil ganhou seu primeiro título mundial de futebol –, estava um zagueiro (o segundo em pé, da direita para a esquerda) que acabou se tornando craque no campo da política. É o ex-prefeito e ex-governador Luiz Henrique da Silveira, falecido em maio, aos 75 anos. A foto faz parte do acervo pessoal de Luiz Henrique e é reproduzida aqui como homenagem da Revista 21 ao legado do senador, que era apaixonado pelo esporte e conselheiro do JEC.

Se você tem uma imagem que retrate algum período da história de Joinville, entre em contato com a redação pelo revista21@mercadodecomunicacao.com. br. A foto poderá ser publicada na capa em uma das próximas edições.

A REVISTA EM FRASES DIVULGAÇÃO

“O governo e as empresas brasileiras têm uma grande oportunidade de ser inovadores e assumir uma posição de liderança na economia global. Qualquer hesitação ou estagnação será mortal” Hitendra Patel, consultor norte-americano, página 12

“Queremos desmistificar a ideia de que design é para poucos” Freddy Van Camp, curador da Bienal do Design, página 63

“Queremos desenvolver a consciência para que, no futuro, os estudantes tenham menos problemas financeiros, menos estresse e mais qualidade de vida” Gislene Valim, professora, página 38

“A maioria das empresas contrata por competências técnicas, mas demite por questões comportamentais” Cícero Gabriel Ferreira Filho, consultor, página 47

“A burocracia é necessária para a manutenção da ordem pública, seu excesso é que macula o sistema” Juliana Martinelli, advogada, página 45

“Não sento à mesa reclamando, vou buscando alternativas para driblar as crises” Ewaldo Rieper Junior, empresário, página 56

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“Temos, todos, a responsabilidade de não permitir que o país do futuro vire o país do passado. Somos responsáveis pelo futuro das novas gerações. Aliás, o futuro não existe. Existe o presente, que deve ser reformado, para que possamos construir o futuro. É preciso acabar com o medo de mudar” Luiz Henrique da Silveira, senador e ex-governador, falecido no dia 10 de maio. Leia artigo em Visão Acij, à página 18


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ABRE ASPAS

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DUDU LEAL/FIERGS

HITENDRA PATEL

“As empresas são como o Titanic” Por Guilherme Diefenthaeler A metáfora é de um dos grandes especialistas mundiais em inovação, o indo-americano Hitendra Patel: “As empresas são como o Titanic: enxergam o iceberg, mas não conseguem mudar a direção com a rapidez necessária” – e, enfim, fazer os ajustes para inovar. “São poucos os corajosos que desejam conduzir a mudança enquanto protegem o presente”, analisa o diretor executivo do IXL-Center for Innovation, consultoria baseada em Cambridge que atende a nomes de ponta como HP, LG e Natura. O professor, co-fundador do Global Innovation Management Intitute (Gimi), é um dos idealizadores do Prêmio Hult, em parceria com uma escola de negócios norte-americana e o ex-presidente Bill Clinton. O prêmio é generoso: mais de US$ 1 milhão por ano para startups que apresentam soluções aos maiores desafios mundiais. Patel é o pa­lestrante internacional convidado para a Expogestão deste ano. Em entrevista à Revista 21, o consultor aponta as áreas de robótica, saúde e energia como as mais promissoras para contemplar evoluções que interfiram no futuro das pessoas e analisa o cenário brasileiro com relação a essa temática.

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O conceito de inovação disruptiva é aplicável apenas em empresas comerciais ou também em órgãos governamentais, por exemplo? A inovação disruptiva pode impactar instituições governamentais, corporações ou qualquer organização estabelecida. Essas organizações acreditam ser ágeis e flexíveis por atender aos seus clientes atuais, mas não atentam para o fato de que as regras utilizadas para torná-las vencedoras estão prestes a mudar drasticamente. Organizações pequenas ou novas, seguindo regras completamente distintas e focando em clientes diferentes, passarão a atender o mercado ao qual estão voltadas as mais antigas. Alguns exemplos. Táxis então sendo substituídos por inovações de compartilhamento de veículos oferecidas por empresas. Universidades estão sendo substituídas por programas que permitem que os estudantes façam um curso de cada vez e optem por diplomas de instituições online. Tratamentos de saúde estão dando lugar à prevenção e detecção prévia de doenças por meio de diagnósticos médicos enviados em tempo real. Devemos esperar o mesmo para os governos. No setor público, já estamos vendo inovações disruptivas nos ensinos básico e secundário, prevenção ao crime e detenções, defesa militar e recolhimento de impostos. Na educação, escolas com sistemas mais inovadores estão adotando a internet e computadores para reduzir o custo de ensinar conteúdos globais e possibilitar que estes sejam transmitidos de diferentes formas. A educação não será mais chata e uma aula, com a aplicação da gamification, torna-se mais divertida, memorável e experimental, sendo acessível a qualquer momento e em qualquer lugar. Na

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prevenção ao crime, mais postos policiais estão adotando tecnologias como câmeras ou sensores e sistemas preditivos inteligentes para monitorar indivíduos ou veículos para combater o crime, informando aos indivíduos que estão sendo vigiados – a presença policial ocorrendo no momento da ocorrência e, ainda melhor, estando presentes antes mesmo de o problema ocorrer. O custo geral do monitoramento físico está se reduzindo drasticamente com o monitoramento eletrônico ininterrupto e com os sistemas inteligentes de prevenção de problemas. Similarmente, criminosos de pequenos delitos não precisam ficar encarcerados em uma prisão, e serão detidos na própria comunidade, com o emprego de dispositivos de vigilância acoplados ao indivíduo. A economia gerada pelo fato de não ter que encarcerar e alimentar esses criminosos é tremenda, mas também melhora a produtividade desses criminosos à medida que eles são reintegrados à sociedade. Por fim, no meio militar, governos mais inovadores estão empregando cada vez mais tecnologias autônomas que permitem que veículos, aviões e robôs realizem suas tarefas sem a presença física. Drones estão rapidamente substituindo aeronaves pilotadas, caminhões estão entregando suprimentos sem um motorista físico e robôs estão sendo enviados a áreas de conflito, controlados a partir de distâncias seguras. As ações militares do futuro serão mais atentas, de resposta rápida, de menor custo e com menos envolvimento humano. Agências governamentais incapazes de mudar se tornarão dinossauros e serão severamente criticadas pelos contribuintes. Diferentemente do passado, esses contribuintes se expressam com

mais veemência do que antes, utilizando o Twitter e outros fóruns de mídia social.

SÃO POUCOS OS CORAJOSOS Sua palestra na Expogestão vai tratar desse conceito de inovação disruptiva, abordando a possibilidade de “criar valor onde ninguém mais acredita”. Onde é que ninguém mais acredita que possa haver inovação e por quê? Empresas não são estúpidas. Elas conseguem ver as mudanças que estão por vir, mas ficam presas à situação atual. São como o Titanic: enxergam o iceberg, mas não conseguem mudar a direção rápido o suficiente, em função do momento, estrutura física e governança. Falar a uma empresa que ela deve mudar quando está tendo sucesso é desnecessário e arriscado. Indivíduos na organização questionarão por que devemos atender clientes atuais de formas novas e distintas quando as atuais estão funcionando. Coragem e sabedoria devem ser capazes de gerenciar o presente enquanto há uma preparação para o futuro. Muitos líderes preferem colher no presente do que investir no futuro. As empresas entendem que os benefícios de curto prazo serão acumulados a elas e que quaisquer benefícios de longo prazo ficarão provavelmente para o próximo CEO. Portanto, são poucos os corajosos que desejam conduzir a mudança enquanto protegem o presente. Inovação também requer que os indivíduos aprendam o que fazer com os experimentos. Infelizmente, a maioria das empresas criou sistemas e processos que eliminam quaisquer experimentos, exceto em P&D. Indivíduos que propõem


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novos modelos de negócio, novos canais, novas ofertas, novos processos, novos fornecedores, novos parceiros (e a lista vai longe) logo são vistos como perturbadores para a empresa. São esses agentes de mudança que se mantêm firmes, a sabedoria convencional, o sistema existente que é crítico à condução de mudanças. Infelizmente, eles são perseguidos ou eliminados pela cultura corporativa. Porém, há alguns poucos que não serão eliminados. Eles são os corajosos, os irreverentes, aqueles que não podem ser ignorados e aqueles que mudam o mundo (caso da Apple). Infelizmente, não são muitos. Qual o alvo do trabalho realizado pelo IXL e pelo Instituto de Gestão de Inovação Global, que o sr. representa? O Centro IXL trabalha com projetos grandes e robustos. Gostamos de atender empresas, governos, ONGs e academias que desejam

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Patel, que vai estar na Expogestão, diz que a cultura corporativa costuma eliminar os inovadores

um crescimento de dez vezes. Auxiliamos grandes empresas como a Johnson Controls, Natura, Braskem, Eastman Chemical e Sanofi a identificar como alcançar o crescimento de dez vezes. Auxiliamos governos, na Colômbia e Guatemala, buscando um crescimento econômico nessa proporção ao abordar portifólios de 20 a 50 pequenas e médias empresas e auxiliando cada uma delas a se tornar dez vezes maior. Com o presidente Clinton e o prêmio Hult, ajudamos um grande número de empreendimentos sociais a aumentarem seus esforços nessa escala para o combate à pobreza. Finalmente, auxiliamos no treinamento de mi-

lhares de indivíduos todos os anos a pensar e agir de forma diferente e conduzir o crescimento com a oferta de cursos de MBA e programas na FDC, Universidade de Toronto, Escola Internacional de Negócios Hult, Universidade Yonsei na Coreia, Universidade de Gestão de Singapura, Universidade Liuc e Thunderbird. Gostamos de empresas que desejam o impacto do crescimento em larga dimensão. Já o Instituto de Gestão de Inovação Global é o padrão global para treinamento e certificação em torno da gestão de inovação. É gerenciado por um quadro de profissionais composto pelo chefe de diretores de inovação, consultores, vendedores e acadêmicos que objetivam tornar a inovação uma disciplina profissional de negócios. Um capítulo brasileiro está programado para ser aberto em 2015. Em que campos o sr. acredita ser possível inovar atualmente? Não apenas em tecnologia, correto?

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A Coreia do Sul elegeu a tecnologia como a base para o crescimento de suas empresas. Cingapura, por outro lado, adotou os serviços como a base para seu crescimento corporativo. Já países na Europa, como França e Itália, escolheram a experiência como fundamento. Cada um está inovando de forma particular, mas todos têm um modelo comercial viável e de sucesso. Minha orientação é para que todas as empresas considerem a inovação na cadeia de valores, seja por meio de experiências com novos clientes, novas formas de abordagem, novas ofertas, novas formas de produção, mas aquele que cria mais valor é o modelo de negócio. A Uber (startup americana do setor tecnológico) não é proprietária dos carros (em que seu aplicativo é utilizado) ou arca com os custos de manutenção, como uma típica empresa de táxis, mas oferece o mesmo serviço, que é levar o cliente do ponto A ao ponto B, assim como a companhia de táxis. A salesforce. com não o obriga a comprar um software de US$ 1 milhão e a dor de cabeça dos sistemas ERP para um sistema CRM – em vez disso, oferece uma conta no modelo nuvem que pode ser ativada imediatamente. A Universidade de Phoenix não rejeita sua candidatura para estudar pelo fato de você não ter o dinheiro para pagar por todos os cursos de uma vez só ou exige que você se dedique integralmente por quatro anos para se formar, como em Harvard. Ela permite que os estudantes cursem e paguem por um curso de cada vez e estudem de acordo com seu próprio ritmo. Esses são modelos de negócios de sucesso. Atraem facilmente novos clientes em curto espaço de tempo, contam com uma rede mais ampla para consolidar essa base e captam a maior fatia do in-

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vestimento das empresas focando na parte mais rentável do negócio e fazendo com que seus próprios clientes retornem diversas vezes. Mas que áreas deverão crescer no futuro, pela via da inovação? Robótica, saúde e energia renovável. Todo ambiente individual, da casa, ao escritório, à fábrica, acabará por ser transformado pela automação e robótica. A faxineira, o auxiliar de escritório ou o operário da fábrica estão prestes a ser eliminados por robôs inteligentes e confiáveis. De forma similar, médicos, professores, fazendeiros, caminhoneiros e outros especialistas estão sendo decodificados e automatizados por sistemas inteligentes, robôs portáteis e veículos autônomos. Toda indústria que passou do mundo físico para o digital está agora passando do mundo digital para o físico por intermédio dos robôs. O avanço da ciência e tecnologia acelerará as inovações na área da saúde com a prevenção tendo um papel primordial e, talvez, a eliminação de doenças como o câncer nos próximos dez anos. Aparelhos de diagnósticos médicos acoplados a sistemas inteligentes motivarão as pessoas a se manter saudáveis e descobrir problemas mais cedo, aumentando a produtividade e a qualidade de vida. Porém, a maior oportunidade será para a população idosa, que viverá mais tempo e demandará soluções novas e diferentes, e serão criadas novas necessidades das quais sequer temos conhecimento atualmente. Outra área interessante para inovação é a de energia e eficiência energética. Estamos ficando cada vez melhores no aproveitamento da energia solar, seja com a luz, vento, calor ou água, e também ela está sendo cada vez menos desperdiçada. Muito do que hoje está ligado a fios não neces-

sitará de fios no futuro, quando passaremos a ver aspiradores portáteis e ferramentas de jardinagem funcionarem sem estar ligadas à tomada. Espere por um mundo em que aparelhos nunca ficarão sem energia, já que serão recarregados de forma remota e contínua. Espere por um mundo no qual poderemos transformar a energia do sol para produzir alimentos utilizando cada vez menos combustíveis físicos. Espere por um mundo com necessidades de aquecimento e resfriamento individuais medidas a um nível individual, com roupas equipadas com termostatos. Estamos vivendo tempos empolgantes.

HESITAR PODE SER MORTAL Que conhecimento o sr. tem sobre os avanços nessa área no Brasil? É possível compartilhar os esforços de empresas privadas, governos e universidades, para a “causa” da inovação ou cada um deles tem interesses distintos? A disruptura está acontecendo por todos os lados. Nunca foi tão fácil construir uma empresa com um décimo do custo, dez vezes mais velocidade e dez vezes mais impacto. Todos os envolvidos atualmente devem estar atentos, pois construíram suas empresas utilizando regras do passado, mas infelizmente o jogo mudou, assim como as regras. O governo e as empresas brasileiras têm uma grande oportunidade de ser inovadores e assumir uma posição de liderança na economia global. Porém, qualquer hesitação ou estagnação será mortal, permitindo que outros passem à frente e dominem. O governo brasileiro está se esforçando em conduzir inovações em


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indústrias distintas. Infelizmente, muitas empresas não sabem como navegar em um processo burocrático ou falham em atender alguns critérios para conseguir apoio go­ vernamental. Como resultado, as empresas que necessitam não conseguem ajuda. Adicionalmente, o foco tem que ter incluído a inovação do modelo de negócio como o direcionador de crescimento em conjunto com a atual visão de inovação técnica. O sr. percebe as empresas com dificuldades em inovar? Por quê? Na maioria, o CEO defende a inovação como fator estratégico, mas elas rapidamente passam a responsabilidade a um executivo júnior. Os resultados, portanto, tornam-se graduais à medida que a inovação encontra dificuldades em relação a recursos e integração. A inovação precisa ser conduzida pelo CEO e deve compor em 20% a 50% da agenda de seus executivos. Quando trabalhamos com os CEOs da Braskem, Havaianas, CEMEX e Johnson Controls, vimos a inovação estratégica acontecer. Com relação à academia, estudantes em programas de MBA “sabem” o que é, porém, há uma lacuna sobre “como fazer” inovação. Inovação estratégica requer navegação pela organização. É mais fácil falar do que fazer. Políticas e agendas individuais devem ser consideradas como ideias para o crescimento que são criadas e executadas. Uma boa compreensão sobre as pessoas, medidas e metas de compensação, e sobre a própria estrutura, precisa navegar pela organização. Mais aprendizados experimentais a partir de projetos de ação reais com empresas podem ajudar a diminuir a lacuna de “como fazer” para auxiliar os estudantes na inovação de “saber como fazer”.

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É possível inovar durante uma crise econômica? Como? Tenho quatro percepções para as empresas que estão encarando a atual crise econômica no Brasil. A primeira delas é: se você tem dinheiro, dê um passo à frente. Para empresas em boa condição financeiras, o momento atual é uma oportunidade para aquisições de baixo custo, marketing agressivo e rápidos lançamentos de produtos, para distanciá-las de concorrentes com menos solvência. O Bank of America está adquirindo concorrentes e canais a preços reduzidos, o CEO da P&G A.G. Lafley está aumentando seu marketing e vendas e a Apple está acelerando lançamentos de produtos novos e interessantes. Essas empresas vêm dando um passo adiante e conquistando uma fatia de mercado sem precedentes. Outra: se você está com dinheiro reduzido, conserve-o. O mantra “dinheiro é rei” não pode ser mais real para organizações com situação nominal de caixa e linhas de crédito reduzidas. As empresas devem rever seus portifólios de inovação e reduzir (ou até matar) alguns projetos. Esses projetos são como “bois de piranha”, mas auxiliam a comunicar que a organização está sendo prudente. A empresa deveria atrasar (não matar) projetos que são importantes para o futuro dela, mas não de forma urgente. Esses projetos devem ser novamente priorizados assim que a situação de caixa melhorar, recursos liberados por projetos mortos ou em pausa podem ser distribuídos para acelerar projetos importantes ou urgentes. Muitos serão de curto prazo, graduados ou focados em melhoria de processo ou redução de custo, e é aceitável mudar seu portifólio durante períodos difíceis. Para projetos de primeira linha, as em-

presas deveriam priorizar projetos de baixa intensidade de capital. Habitualmente, trata-se de repaginar soluções existentes, como foi o caso da promoção de vendas da Hyundai, desde a garantia oferecida até a devolução do carro em caso de demissão. Essas inovações são modelos de negócio e inovação de serviços. Uma terceira dica: espere mais de seus funcionários e do ecossistema. Durante retrações econômicas, todos têm medo de perder seus empregos. Funcionários reclamam menos, trabalham mais, são mais proativos. As empresas que questionarem seus funcionários ficarão surpresas e podem conseguir alguns resultados transformadores. A indústria automobilística dos Estados Unidos e os sindicatos estão tendo as negociações mais produtivas sobre assuntos delicados e tendo ganhos notáveis. Também vemos diálogos positivos e vantajosos para todos os lados, entre a empresa e seus fornecedores e parceiros. Por fim, atualize sua gama de talentos e parceiros. O mercado está recheado de indivíduos talentosos e de alta performance que foram dispensados não porque eram ruins, mas porque o mercado não conseguiu sustentá-los. É o momento perfeito para atualizar sua gama de talentos livrando-se de desempenhos baixos e buscando talentos excepcionais no mercado. A GE tem feito isso há anos e agora você também pode fazer. Esse mesmo argumento se aplica aos seus parceiros. Por que não se livrar de parceiros de baixo desempenho e adicionar novos com modelos de negócio robustos? A questão não é se se deve inovar, mas quando fazer isso. Aplique essas quatro percepções fundamentais e você estará no caminho para inovar durante os tempos difíceis.


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O QUE A ASSOCIAÇÃO FAZ E PENSA

TODOS POR UM

Quando o associativismo alavanca a gestão empresarial Desde os tempos em que o homem vivia em cavernas, a cooperação é a base do desenvolvimento. A transformação da sociedade ocorreu pela via do associativismo: juntos, construímos casas, vilarejos e cidades inteiras. No antigo Egito, por exemplo, pirâmides foram erguidas com o poder do trabalho coletivo. Das civilizações primitivas, herdamos a capacidade de nos organizar para viver em conjunto, seguindo normas e promovendo relações sociais, produtivas e culturais – dentro e fora dos nossos próprios territórios. Nesse contexto, uma associação empresarial se caracteriza como uma sociedade civil sem fins lucrativos, na qual vários indivíduos se unem em defesa de interesses comuns. Burocracia excessiva, tributação elevada e complexa, instabilidade das regras, dificuldade de acesso a crédito e juros altos, lentidão dos procedimentos da Justiça, são fatores que dificultam a continuidade dos negócios. A realidade é outra quando, unidos e mobilizados, os empresários fortalecem a capacidade de fazer valer as suas reivindicações.

Em Santa Catarina, uma das entidades de maior representação é a Associação Empresarial de Joinville. O objetivo da Acij é fortalecer empresas da região, por intermédio de um trabalho que visa ao desenvolvimento da economia como forma de melhorar a qualidade de vida e o bem-estar da comunidade.

Desenvolver as melhores práticas Em 2008, Gleidson Karnopp, sócio da Lins Karnopp Advogados, encontrou na Acij a oportunidade para se capacitar nas áreas de gestão e otimizar resultados. Presidente do Núcleo Jurídico, ele enumera as vantagens da parceria com a entidade: “Você pode trocar informações com pessoas do seu segmento e desenvolver melhores práticas. Compartilhamos técnicas e conhecimento. São benefícios do associativismo. Além disso, conduzimos projetos de forma subsidiada. Estamos participando de uma consultoria coletiva com sete escritórios. Se fizéssemos isso sozinhos, gastaríamos dez vezes mais”. Antes de criar seu escritório com a concepção atual, Karnopp escreveu artigo para um informativo da Acij sobre o atendimento à área empresarial. “Um cliente leu o texto, procurou-me e fizemos um trabalho de consultoria. Ele virou cliente fixo até sair da cidade”, revela. Segundo o advogado, além da troca de experiências, o associativismo proporciona o compartilhamento sem interesse financeiro, focado no resultado. “Você deixa de enxergar o concorrente como ameaça e começa a vê-lo como parceiro. Existem necessidades comuns a todos, e o fato de cada um trabalhar de um jeito beneficia os dois”, afirma. Para Marilea Luckow, da Adity Consultoria, outra vantagem é a construção de networking: “Entramos em contato com outros núcleos que podem ser complementares. Posso precisar de fornecedores de outros ramos e me

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sinto mais segura sabendo que eles também estão na Acij”. Associada desde o ano passado, ela participa do Núcleo de Gestão Empresarial. “É um grupo colaborativo. Tinha medo de que houvesse competição, mas o objetivo é fortalecer cada participante”, ressalta. Assim como Karnopp, Marilea vivenciou a experiência do associativismo de forma assertiva. Após um evento da Gestão Compartilhada Norte, ela foi parabenizar o palestrante e trocou cartões de visita. Meses mais tarde, a empresa solicitou uma proposta para coaching de gestores. “Esse é um espaço de muito aprendizado e que oportuniza parcerias”, avalia.


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Dá pra fazer Exemplo de iniciativas que o associativismo viabiliza foi a recente campanha do Núcleo de Concessionárias de Veículos da Acij, intitulada “Desafio Dá Pra Fazer”. Em 16 estabelecimentos espalhados pela cidade, mais de cinco mil veículos foram ofertados com as melhores condições e taxas, beneficiando todos os participantes. Em vez de reunir as concessionárias num único lugar para o tradicional feirão de veículos, foram realizadas promoções nas próprias lojas, aproximando-as de seu público. Nos três dias do evento, mil pessoas passaram pelas revendas e foram vendidos mais de 250 automóveis, entre novos e seminovos, de todas as marcas participantes.

PERFIL DA ACIJ Karnopp (no alto) e Feuser (acima) destacam os benefícios do associativismo

Encontrando soluções A Feuser Soluções em Alumínio entrou no mercado há 30 anos, fabricando calhas. Aos poucos, outros produtos foram incorporados, e hoje o foco está em construtoras e grandes obras. “Esse é o momento de nos aproximarmos de uma associação como a Acij, em que podemos usufruir de benefícios como cursos, treinamentos, palestras e montar uma nova rede de contatos”, argumenta Braulio Feuser Junior, gerente comercial. Segundo ele, a experiência com a Acij permite conhecer melhor o mercado. “O empresário não pode viver em um casulo. Quem quer ser grande tem que se espelhar nos grandes. O associativismo permite isso. Se você souber aproveitar, evita uma série de erros”, aponta. Desde o ano passado, quando se associou à entidade, ele foi convidado para participar das reuniões da Gestão Compartilhada Sul. Durante um desses encontros, relatou um problema que enfrentava para desmembrar o CNPJ em dois: “Estava presente o secretário de Desenvolvimento Econômico, Jalmei Duarte. Expus nossa dificuldade. Agendamos uma reunião na prefeitura e ficamos duas horas conversando. No dia seguinte, nos encontramos na Secretaria do Meio Ambiente, onde a necessidade da alteração foi entendida e autorizada. Em cerca de 60 dias, estávamos com o novo CNPJ ativo e emitindo notas fiscais, algo que tentávamos por mais de quatro anos”.

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A associação tem pouco mais de 1.900 associados. A estrutura conta com conselhos (superior, deliberativo e fiscal) e diretoria voluntários, além de um diretor executivo. Confira os números.

26 núcleos e um conselho de núcleos

4 grupos de gestão compartilhada 23 sindicatos patronais 25 profissionais na estrutura,

todos com formação superior A ORIGEM DOS ASSOCIADOS

60%

SERVIÇOS

21%

19%

INDÚSTRIA

COMÉRCIO

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VISÃO ACIJ JOÃO JOAQUIM MARTINELLI

As lições de Luiz Henrique

N “Ele não fazia nada de forma condicionada, não aceitava ‘toma lá, dá cá’. Se todos os homens públicos pensassem assim, não estaríamos às voltas com tantos casos de corrupção. Que Deus inspire os sucessores dele”

o início do primeiro mandato do governador Luiz Henrique da Silveira, em uma eleição vencida com muito sacrifício, percorrendo todo o Estado de Santa Catarina de automóvel e com poucos recursos, fui chamado ao seu gabinete, sem ter a menor ideia do que seria tratado. Acredito que aquela tenha sido a primeira reunião formal que mantivemos, já que antes nosso relacionamento era embrionário e repleto de formalidades. Depois de perguntar sobre o andamento dos negócios, JEC e outros temas amenos, mais para quebrar o gelo, o então governador me deu a conhecer que o objetivo da reunião era encontrar uma forma de ajudar uma entidade cultural. Antes que eu pudesse dizer qualquer coisa, ele se antecipou informando que a solução do problema não poderia passar por fazer ou aceitar algo que fosse condicionado, que essa sempre foi sua forma de administrar e conduzir a vida pública e que eu deveria saber disso. Tal lição tem sido muito importante. Não fazer nada de forma condicionada é o mesmo que dizer que não aceitaria nenhum “toma lá, dá cá”, embora não fosse o caso. Talvez tenha sido o seu cartão de visitas. Nunca esqueci a lição de Luiz Henrique e entendo que, se todas as pessoas públicas adotassem aquela forma de pensar, não estaríamos às voltas com tantos escândalos de corrupção que a gente nem sabe onde começam e onde terminam, se é que vão terminar em algum lugar. Depois do primeiro encontro formal com o então governador, nos permitimos ter encontros periódicos. Nos últimos meses, almoçávamos todos os meses para, segundo ele dizia, inteirá-lo dos acontecimentos gerais da cidade e da classe empresarial, entendendo que a Acij seria a melhor fonte. Estivemos juntos em Brasília para tentar conseguir patrocínio da Caixa Econômica Federal para o JEC – ninguém na cidade entende o que faz a Caixa sair de Florianópolis, pular Joinville e ir diretamente para Curitiba e Chapecó – e para pleitear recursos para uma empresa da cidade que estava em dificuldades financeiras. Não obteve êxito, mas fez o que tinha que ser feito. Homem culto, muito sábio, isso todos sabem. O que poucos sabem é que o senador era um ótimo contador de piadas, daquelas que decorrem de fatos da vida real. Começava a rir no meio da anedota. Deixou-nos muito cedo. Joinville ficou sem o seu senador de referência. Que Deus inspire sucessores tão bons quanto ele.

João Joaquim Martinelli Presidente do Martinelli Advocacia Empresarial e presidente da Acij

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ANDRÉ EUGÊNIO BRUSTOLIN

Lei da terceirização traz segurança

T

erceirização é um modelo de trabalho que permite a uma empresa transferir suas atividades a outra – como se, em vez de contratar funcionários, contratasse outra empresa para realizar suas atividades. Entende-se por atividade-meio aquela que não é inerente ao objeto principal da empresa. Trata-se de um serviço necessário, mas que não tem relação direta com a atividade principal. Já a atividade-fim, por definição, é aquela para a qual a empresa foi constituída. O Projeto de Lei 4.330/04 de autoria do deputado Sandro Mabel, que normatiza a terceirização, foi aprovado no dia 8 de abril pela Câmara dos Deputados para depois seguir para apreciação no Senado, podendo ser sancionado ou não pela presidente Dilma Rousseff. Existem controvérsias com relação ao projeto, que dispõe sobre o contrato de prestação de serviços a terceiros e as relações de trabalho dele decorrentes. Mas não é de hoje que se pratica a terceirização dentro das empresas, provocando polêmicas em suas interpretações. Isso ocorre porque as regulamentações não são claras o suficiente para dar segurança aos funcionários e aos empresários, o que acaba criando margem para delitos ou até mesmo fraudes, provocadas de maneira intencional ou não. Considerando os termos do projeto de lei, a obrigação trabalhista será de responsabilidade somente da empresa terceirizada – a contratante restringe-se a fiscalizar. A representatividade sindical passa a ser do sindicato da empresa contratada, não da contratante. Talvez esse último item é que esteja motivando a polêmica. Mas o fato é que as mudanças proporcionam segurança às empresas que praticam e precisam da terceirização para sobreviver no mercado, e o funcionário continuará sendo funcionário com todos os seus direitos e deveres que a legislação trabalhista garante. Essa mudança atinge diretamente a formação de custo dos produtos, que se reflete em um melhor preço para o consumidor. Estamos apenas no início de mudanças na CLT e assuntos ainda mais controversos virão à tona. Neste momento, é importante ter serenidade em seus entendimentos e cautela em julgamentos provocados por interpretações “rasas” e sem fundamento profundo da real necessidade do país. O Brasil precisa urgentemente atualizar sua legislação trabalhista. A lei é antiga (de 1943), complexa e anacrônica. A insegurança é tão grande que qualquer acordo entre a empresa e o trabalhador não é definitivo e pode ser anulado pelo Judiciário. Já vem tarde essa movimentação, mas vamos evitar jogos de interesses, emendas paliativas e trabalhar na evolução real da CLT.

"Não é de hoje que se pratica a terceirização dentro das empresas, mas as regulamentações atuais não são claras o suficiente para dar segurança aos funcionários e aos empresários, deixando margem a delitos e fraudes"

André Eugênio Brustolin Especialista em finanças e controladoria, sócioproprietário da R&A Contabilidade. Vicepresidente do Núcleo de Empresas Contábeis da Acij

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MERCADO IMOBILIÁRIO

Estudo mostra que jovem quer casa própria O Núcleo de Imobiliárias da Acij promoveu a pesquisa “Mercado Imobiliário de Joinville”, que tem como objetivo potencializar a carteira de clientes das empresas do setor e nortear o trabalho dos corretores. Assinado pela Pertencer Soluções Empresariais, o estudo resultou em um banco de dados completo. Durante o processo, que envolveu sete etapas de elaboração e 755 questionários aplicados, quatro fichas foram deixadas à disposição com as seguintes opções: aluguel de imóvel comercial, compra de imóvel comercial, aluguel de imóvel residencial e compra de imóvel resiDIVULGAÇÃO

dencial. Ao total, 67% dos formulários preenchidos foram referentes à compra de imóvel residencial. Os mais interessados em comprar casa própria são jovens com renda de R$ 2.500. As regiões de maior interesse dos joinvilenses são: Centro (32%), Norte (23%), Oeste (21%), Leste (18%) e Sul (6%). Entre os bairros mais procurados, destacam-se Costa e Silva, Vila Nova, América, Bom Retiro, Aventureiro, Floresta, Saguaçu, Centro, Iririú e Glória. Além da pesquisa, outra ação recente do núcleo foi a realização do 5º Simpósio Catarinense do Mercado Imobiliário, no dia 22 de

maio. Durante o evento, foram discutidos temas como o futuro do segmento na cidade, estratégias comerciais e de avaliação e venda de imóveis. Desde a primeira edição, o simpósio se propõe a abordar os desafios enfrentados pelos corretores nesse cenário cada vez mais disputado e exigente. Cerca de 300 participantes puderam ouvir palestrantes como Cícero Ferreira Filho, diretor da Pertencer; Edemar Zimermann Jr, especialista em direito imobiliário; Gilberto Sessin, professor e consultor imobiliário; e Jonas Tilp, diretor comercial do Perini Business Park.

Profissionalizar o setor Segundo o presidente do Núcleo de Imobiliárias, Germano Buch, a atual gestão tem registrado realizações importantes: “Publicamos a mais completa pesquisa sobre o mercado imobiliário; participamos do 6o Congresso Brasileiro de Corretores de Imóveis, em Fortaleza; apoiamos o 3o Encontro de Procedimentos Registrais, promovido pelo 1º Registro de Imóveis, entre outras ações”. O núcleo nasceu em 2004. Na época, dez imobiliárias se uniram para deixar o cenário joinvilense mais profissional, proporcionar maior credibilidade e confiança no setor. A trajetória do grupo foi registrada no livro “Uma Década de Evolução do Mercado Imobiliário”. A publicação foi patrocinada pelo Conselho Regional dos Corretores de Imóveis (Creci), Associação dos Notários e Registradores (Anoer), Sindicato das Empresas de Compra, Venda, Locação e Administração de Imóveis e dos Condomínios Residenciais e Comerciais (Secovi Norte) e Ayumi Corretora e Administradora de Seguros, com o apoio das instituições Empreender, Confederação das Associações Comerciais e Empresariais do Brasil (CACB), Federação das Associações Empresariais de Santa Catarina (Facisc) e Sebrae.

Região central de Joinville é a mais procurada para locação

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A pesquisa revelou informações sobre o comportamento do consumidor e do mercado imobiliário. Casas de dois ou três quartos representam 39% dos imóveis residenciais disponíveis para venda. Para comprar um imóvel, os joinvilenses querem gastar até R$ 145 mil, mas as ofertas estão mais próximas a R$ 400 mil. R$ 1.200 é o preço máximo que as pessoas estão dispostas a pagar de aluguel. Para quem planeja alugar, os imóveis mais procurados são apartamentos de dois quartos.


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CAMPANHA

Talento correndo nas veias Para marcar a terceira edição do Prêmio Manchester Catarinense de Propaganda, o Núcleo de Agências de Propaganda e Marketing lançou a campanha “Mostre que seu talento corre nas veias”. Além de reconhecer o trabalho dos profissionais, a iniciativa teve como objetivo elevar os estoques do Hemosc e estimular a doação de sangue, plaquetas, hemácias e/ou medula óssea. “Queríamos movimentar e engajar a comunidade, destacando que, além de grandes campanhas, é possível pensar em exemplos de amor ao próximo”, explica Rodrigo Ascenção, diretor de criação da Magica Comunicação, agência que desenvolveu a campanha deste ano. O estímulo à doação teve início com os profissionais que atuam nas agências inscritas no prêmio e foi ampliado com o envolvimento dos estudantes de graduação em publicidade nas instituições de ensino da Região Norte, fornecedores, veículos de comunicação e a comunidade em geral. As doações ocorreram no Hemosc de Joinville, Jaraguá do Sul e São Bento do Sul. A agência que reu­ niu mais doadores ganhou o título de “Agência que dá o sangue”, enquanto as faculdades participantes ficaram com a premiação intitulada “Ensino de primeira, estudantes conscientes”. “Mas temos certeza de que o primeiro prêmio é mesmo a satisfação e a sensação de dever cumprido, por isso a campanha tem tudo para ser um sucesso”, ressalta Geraldo Furtado, integrante da comissão organizadora. Para manter seus bancos de sangue abastecidos, salvando mi-

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Peça da campanha criada pelo Núcleo de Agências de Propaganda lhares de vidas, o Hemosc conta com ações como essas, motivadas pelo Prêmio Manchester, que mostram o comprometimento da sociedade. Join­ville capta doações e atende 27 municípios com seu estoque. Os mais necessitados são adultos acidentados. Na cidade, o hemocentro regional fica aberto das 7h às 18h15, na Avenida Getúlio Vargas, 198, ao lado do Hospital São José.

O 3º Prêmio Manchester Catarinense de Propaganda, segundo seus idealizadores, é o reconhecimento aos profissionais, agências e clientes que acreditam que vale a pena “dar o sangue” pelas melhores ideias. Agências de publicidade e propaganda com matriz em cidades da região e filiadas ao Conselho Executivo de Normas Padrão (Cenp) puderam se inscrever até a metade de maio – e, depois, foi só torcer pelo resultado.

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ELTON COSTA

NEGÓCIOS INTERNACIONAIS

A 4ª edição do Meeting Comex reuniu grande público, no dia 15 de abril, na Acij. Evento promovido anualmente pelo Núcleo de Negócios Internacionais da Acij, tem como objetivo fomentar discussões sobre o temas do dia a dia das organizações e a troca de experiências entre aqueles que atuam nesse segmento. Foram realizados nove workshops temáticos e uma palestra internacional sobre o tema “Estados Unidos – o gigante adormecido já despertou”, com Guillermo Wasserman e Robert West, especialistas em direito comercial internacional.

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SOCIAL

Núcleo reforma o Ancionato Bethesda Com o objetivo de melhorar a qualidade de vida dos idosos que residem no Ancionato Bethesda, localizado no distrito de Pirabeiraba, o Núcleo de Decoração e Interiores da Acij está fazendo mudanças no local. Com 80 anos de atividade, o Bethesda, que abriga cerca de 100 idosos, faz parte de uma instituição ligada à Igreja Evangélica de Confissão Luterana no Brasil, que também é responsável por outras unidades locais, como o Hospital Bethesda. A “sala de ativação” do Ancio-

nato, que é destinada para palestras, aulas de dança e outras opções de lazer, está sendo reformada, passando por melhorias nas paredes e teto, além de troca de móveis e de iluminação. O projeto – em fase de finalização, com previsão de entrega para julho – foi assinado pela Cecyn Arquitetura e contou com a participação de todos os parceiros do núcleo, entre eles, Alicante, Casa Sofia, Comparecer Fotografias, Luzville, Moarte, Promocal, Dellanno, Flora Hardt, Madville, Parson Design e Todeschini.

A relação do Bethesda com a Acij surgiu da indicação de um dos empresários associados. “É um trabalho social para os idosos, um público que necessita de mais atenção e cuidado. Fomos muito bem recebidos pela instituição. Temos interesse em promover mais ações do gênero, que atinjam todas as faixas etárias”, ressalta o arquiteto responsável pela reforma, Antonio Cecyn.

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Instituição foi beneficiada pelo trabalho que contou com o apoio de parceiros do núcleo


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CURSOS & EVENTOS AÇÃO GLOBAL

Iniciativa do Sesi e Rede Globo leva cidadania a milhares de pessoas em todo o Brasil Para o Sesi, a Rede Globo e seus parceiros, um único dia é suficiente para transformar o destino de milhares de pessoas. É assim quando ocorre a Ação Global Nacional. O evento oferece emissão de documentos, atendimento médico, psicológico e jurídico gratuito. Também é possível oficializar a união pelo casamento ou a separação pelo divórcio. Tudo isso em meio a muitas atividades de lazer, educação e esporte. Em Santa Catarina, a Ação Global será realizada em Araquari, no dia 30 de maio, a partir das 8h.

GESTÃO DA SUCESSÃO

O verdadeiro planejamento estratégico de RH No dia 11 de junho, Simone de Andrade Klober, sócia e consultora da CCeG Gestão de Pessoas, ministra a palestra “Estão de olho nos seus talentos. E você?”. O encontro, na Acij, tem como objetivo sensibilizar os participantes para a importância da Gestão da Sucessão como o verdadeiro planejamento estratégico de recursos humanos, por garantir que a empresa continue inovadora, competitiva, forte, sempre na plenitude do seu potencial. A entrada é gratuita.

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8 a 10 de junho Curso “Como ser persuasivo nas negociações” Acij, Joinville (47) 3461-3344 ou capacitacao@acij.com.br 11 de junho a 30 de julho Curso “Eneagrama – liderança com inteligência emocional” Acij, Joinville (47) 3461-3344 ou capacitacao@acij.com.br 12 de junho 8o Enafer – Encontro Nacional de Ferramentarias Expoville, Joinville www.abinfer.org.br 16 a 28 de junho Exposuper Expoville, Joinville www.exposuper.com.br 27 de junho Workshop Planejamento de Carreira 2015 Sustentare Escola de Negócios, Joinville (47) 3026-4950 5 a 23 de agosto Festival Gastronômico de Joinville – edição inverno www.gastronomiajoinville.com.br


ACIJ NA MÍDIA DIVULGAÇÃO

NOTICENTER, 24/4/2015

Debates em todas as regiões “O governo do Estado inicia neste mês de maio um ciclo de debates em todas as regiões de Santa Catarina. À frente da organização em Joinville está o secretário Executivo de Assuntos Estratégicos, Geraldo Althoff, que trabalha em conjunto com a secretária Regional, Simone Schramm, para organizar os encontros dos dias 11, 18 e 25 de maio. Na quinta-feira (23), o presidente da Associação Empresarial de Joinville (Acij), João Joaquim Martinelli, recebeu o secretário e a secretária (foto acima) para tratar dos pleitos da cidade ao governo do Estado. A visita também ocorreu a outras lideranças da região.” Notícias do Dia, 05/03/2015 “O deputado estadual Patrício Destro (PSB) recebeu um grupo da Acij Jovem em Florianópolis. A entidade tem como principal bandeira a construção de mais um hospital do Estado em Joinville e conseguiu, junto ao deputado, marcar uma reunião com o secretário de Saúde.”

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Zero Hora, 18/03/2015 “Na próxima semana, a Associação Empresarial de Joinville (Acij) vai receber os técnicos do Deinfra e a equipe da empresa Sotepa, contratada para fazer o projeto da obra de duplicação do trecho da Dona Francisca, que engloba o Distrito Industrial. No encontro, além dos pontos do projeto, que é uma antiga reivindicação dos empresários de Joinville, o órgão também vai discutir melhorias possíveis para os outros dois trechos da estrada: o da Serra e o chamado “alto da Serra”, que vai do fim do trecho sinuoso da rodovia até São Bento do Sul.” Portal Joinville, 30/03/2015 “O projeto de implantação do Terminal Graneleiro da Babitonga (TGB) esteve na pauta da reunião da Acij, Associação Empresarial de Joinville, nesta segunda-feira (30). Os detalhes do empreendimento, que representa investimentos de cerca de R$ 600 milhões na região da Estrada Laranjeiras, em São Francisco do Sul, foram apresentados pelo presidente do TGB, Alexandre Fernandes.” RIC Mais, 23/04/2015 “A Central Solidária está arrecadando donativos para as vítimas do tornado que devastou o Oeste de Santa Catarina. O que se espera agora é a ajuda de transportadoras para levar as doações até Xanxerê. A Central Solidária anunciou que está precisando de fraldas descartáveis. A Acij também está recebendo doações e vai enviar as mercadorias arrecadadas para as comunidades de Xanxerê e Ponte Serrada.”

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POR QUE ACIJ NOVOS ASSOCIADOS

Boas-vindas a quem está chegando A Acij adotou em abril uma reformulação no “Café com Negócios” dos novos associados. O evento tem como objetivo recepcionar as empresas que estão chegando e estimular a criação de uma rede de relacionamentos. A primeira edição contou com a presença do presidente da casa, João Joaquim Martinelli, que deu as boas-vindas e questionou os participantes sobre como estão encarando a crise econômica. Para conhecer as vantagens de se associar, entre em contato pelo telefone (47) 3461-3370 ou mande um e-mail para comercial@acij.com.br.

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“Escolhemos a Acij por ser uma associação forte e representativa e apoiar também o pequeno empresário, por meio dos núcleos setoriais, oferecendo o fortalecimento corporativo pelas boas práticas de gestão, a troca de conhecimento e constantes treinamentos. Uma associação sempre antenada com cenário econômico do país e defendendo os interesses da classe empresarial, preparando o empresário para vencer em um panorama tão competitivo” Geani Ribeiro Bello, sócia proprietária da Dominium Contabilidade

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Mais de sete mil beneficiários A Acij oferece o Util Card para facilitar a relação comercial entre o funcionário, a empresa onde trabalha e o comércio local. Mais de 7 mil pessoas já receberam o cartão e estão habilitadas a comprar nos estabelecimentos credenciados. Confira os números do benefício. São 7.199 cartões, assim distribuídos Card 4.451 Alimentação 2.529 Refeição 219 94 empresas conveniadas

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OBJETOS DE DESEJO São 32 cores disponíveis para assento/encosto

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Elas estão presentes em todos os ambientes de trabalho, no escritório, sala de espera ou de reuniões. A Revista 21 selecionou alguns modelos de poltronas para deixar o dia a dia mais aconchegante, prezando pelo estilo e conforto que proporcionam aos usuários.

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BRIEFING

Aeroporto Lauro Carneiro de Loyola: novos voos e pedido para baixar preços

AEROPORTO

Hotel e posto de gasolina incrementam serviços Depois que decolarem as obras de duplicação da Avenida Santos Dumont, paralisadas por conta de um embate sobre quem vai bancar as desapropriações necessárias, a Infraero deve abrir licitação para agregar novos serviços à estrutura do Aeroporto de Joinville. Dois empreendimentos já definidos são um hotel e um posto de gasolina, que serão integrados ao complexo. A assessoria de imprensa da Infraero confirma que o processo licitatório está pronto para ser publicado, dependendo apenas da “conclusão das obras de adequação viária do aeroporto, sob a responsabilidade da prefeitura”. A concessão para exploração do hotel terá prazo de 25 anos. Com uma estimativa mínima de 150 apartamentos, a unidade será construída em área de 5 mil metros

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quadrados e terá categoria igual ou superior a três estrelas. Já o posto de gasolina terá contrato de 15 anos e vai ocupar uma área construída de cerca de 3 mil metros quadrados. Enquanto se aguarda por essas melhorias, o mês de maio trouxe uma boa notícia para os joinvilenses que utilizam o aeroporto, com o início da operação de dois novos voos da Azul, ambos com frequência de domingo a sexta-feira. O Azul 5019, procedente de Brasília e Guarulhos, pousa em Joinville às 13h50 e segue para Porto Alegre às 14h20. Já o Azul 5015, que vem de Porto Alegre, desce às 16h e decola rumo a Guarulhos às 16h30. Nos dois casos, a aeronave é um Embraer 190, com capacidade para 114 passageiros. Agora, o aeroporto local dispõe de um total de 12 voos diários.

“2014 foi o ano do aeroporto. A prefeitura e a comunidade sempre cuidaram deste assunto. Com auxílio da Acij, continuamos envolvidos no trabalho de ampliação do terminal e pedidos de novos voos, conversando com a Infraero e as companhias aéreas. Monitoramos semanalmente os preços de passagens nos aeroportos de Curitiba, Navegantes e Joinville, com as companhias Azul, Gol e TAM, com o propósito de ter uma matriz completa para servir de argumentação aos nossos pleitos. Ou seja, estamos fazendo o dever de casa e possibilitando que as companhias tenham decisão favorável às nossas solicitações” Jalmei Duarte, secretário de Integração e Desenvolvimento Econômico de Joinville


LEGISLAÇÃO

Os compromissos do ministro do Trabalho com o empresariado Os 120 empresários catarinenses que participaram de encontro com o ministro do Trabalho Manoel Dias, no início de abril, saíram com a expectativa de que possam deslanchar as soluções prometidas para situações que vêm produzindo um quadro de insegurança

jurídica nas relações de trabalho no Brasil. Na sede da Facisc, em São José, o ministro anunciou a implantação, em Brasília, de um conselho recursal para ampliar a transparência e a defesa nas ações de fiscalização. A intenção é que o conselho funcione nos moldes do que foi adotado recentemente pela Previdência, que permite recurso diante de situações que a empresa autuada considera injustas ou irregulares. Ele também garantiu apoio para a discussão de normas e regras que, na visão do empresariado, possam atrapalhar a geração de empregos e o desenvolvimento econômico. FOTOS DIVULGAÇÃO

Empresários pedem medidas para reduzir a insegurança jurídica A Facisc reivindica melhorias na NR 12, a norma regulamentadora de segurança no trabalho em máquinas, como também nas regras para o trabalho do menor aprendiz e nas cotas para pessoas com deficiência. Também protesta contra a excessiva rigidez na fiscalização dos auditores fiscais do trabalho, que ocorreria mesmo diante de situações dúbias. Em relação ao intervalo intrajornada, que é outro pleito do setor, o ministro afirmou que o novo presidente do Tribunal Superior do Trabalho (TST) seria favorável à redução, no modelo praticado anteriormente, porque haveria consenso entre empresas e trabalhadores. “O quadro de insegurança jurídica afeta diretamente a competitividade das empresas, além de criar um passivo oculto que é imensurável”, avalia a assessora jurídica da Acij, Juliana Silva. “Espera-se que, desta vez, os temas andem, porque promessas o ministro já fez muitas.”

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PM NO PERINI

Parceria para mais segurança A segurança pública, preocupação recorrente dos joinvilenses, ganha reforço com a iniciativa do Perini Business Park de investir na instalação de uma base da Polícia Militar naquela região. Em evento que marcou também os 156 anos do distrito de Pirabeiraba, foi lançada a pedra fundamental da 3ª Companhia de Polícia Militar, que vai funcionar em terreno cedido em comodato pelo Perini, que doou, ainda, as instalações, uma viatura Palio Weekend e quatro motocicletas. O investimento de R$ 1,1 milhão marca a primeira ação de participação público-privada em segurança pública. “Receberemos toda a estrutura e entraremos com o efetivo”, explica o tenente coronel Nelson Henrique Coelho, comandante do 8º Batalhão de Polícia Militar. Na visão do presidente do Perini Business Park, Marcelo Hack, as parcerias são um caminho importante para promover as melhorias de que Join­ville necessita. “Fomos tão bem recebidos por esta cidade que sentimos a obrigação de retribuir todo o sucesso que nos é permitido.” A nova base da PM vai atuar com o efetivo de cerca de 50 policiais lotados na Região Norte e abrigará também videomonitoramento. Segundo a PM, existe a previsão de instalação de cerca de 300 câmeras em Joinville. O primeiro lote vai para a Zona Leste. Na Região Norte, posteriormente serão instaladas as câmeras da 3ª Companhia, que será inaugurada em 26 de novembro.

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VAREJO

Aplicativo para campanhas promocionais Quem fez compras nos dois maiores shopping-centers de Join­ville às vésperas do Dia das Mães percebeu uma inovação bacana que reduziu filas e facilitou a vida na hora de trocar notas fiscais por cupons para as tradicionais campanhas com sorteio de prêmios alusivas à data. O Mueller instalou ilhas de Ipad nas quais o próprio cliente processava suas notas fiscais, com leitura óptica, imprimindo o comprovante. No Garten Shopping, a novidade foi um aplicativo gratuito, para smartphones e tablets com sistemas Android ou iOS, em que dava para antecipar o

cadastro pessoal e das notas, para participar da campanha. Depois, era só trocar por cupons nos pontos instalados no shopping. “Usamos a tecnologia como aliada para tornar ainda mais interativa e positiva a experiência dos nossos clientes”, diz Henrique Hassi, gerente de Marketing Digital e Relacionamento do Grupo Almeida Junior, que administra o Garten. “Além da mídia tradicional, trabalhamos com as mídias sociais e, nesse ambiente tecnológico, o app é mais uma forte ferramenta de comunicação com os clientes”, reitera Hassi.

O Grupo Almeida Junior, que tem cinco shoppings em operação no Estado, em Joinville, Blumenau e Balneário Camboriú, foi o primeiro a utilizar o sistema digital de marcação de vagas nos estacionamentos e QR Code. Os shoppings também dispõem de apps próprios com informações completas sobre cada empreendimento.

FOTOS DIVULGAÇÃO

CERVEJARIA

Raffael Del Olmo e Felipe Mazon têm muito a comemorar neste primeiro aniversário do empreendimento que deu vazão ao sonho antigo de fabricar cervejas artesanais. A Cervejaria DOM Haus, com sede em Araquari, cresceu mais de dez vezes, nos últimos sete meses, produzindo hoje 14 mil litros por mês, em 16 mil garrafas de cerveja e chope. A marca existe em boa parte de Santa Catarina, em Curitiba e outros municípios do Paraná. Em Joinville, são 150 pontos de venda e os planos de expansão contemplam todo o Sul. Com diferencial na beleza das garrafas e no sabor, a DOM lança série especial limitada a mil unidades da Barley Wine, maturada em barril de carvalho francês por seis meses.

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Alunos recebem suporte multidisciplinar com formação que vai do inglês ao aikidô

QUALIFICAÇÃO

Bolshoi abre as portas do mercado artístico internacional Conhecimentos que vão além da dança. É o que a Escola de Teatro Bolshoi propõe aos bailarinos, capacitando-os para que se destaquem nacional e internacionalmen­ te. Ações nas áreas acadêmica, social e cultural são estimuladas entre os alunos e como produto de parcerias com outras instituições, como Unisociesc, Instituto Tachibana de Aikidô, Escola de Idiomas Yázigi, Studio de Dança Dois prá lá, Dois pra cá – tudo depende do interesse individual. O aprendizado em língua estrangeira se destaca, por oportunizar a ida de jovens ao exterior para estudar ou trabalhar. Para isso, claro, é necessário o aprimoramento da fluência na língua inglesa, principalmente. “O inglês ainda é o idioma principal da comunicação pelo mundo. Hoje, mais de 70% dos alunos da Escola do Teatro Bolshoi no Brasil vislum-

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bram e disputam vagas no mercado internacional”, informa Mariléia Cani, coordenadora de apoio educacional da Escola Bolshoi. Segundo ela, dos 227 bailarinos formados, 35 já atuam fora do país. A primeira turma de bailarinos bilíngues frequenta o Yázigi desde o início de 2014 e iniciou em março o segundo ano de aprendizado. Adelson Carlos, 18 anos, é um dos estudantes que souberam aproveitar a oportunidade para alçar novos voos. Em seu último ano no Bolshoi, o bailarino viajará ao Colorado, nos Estados Unidos, para estudar em uma renomada companhia de dança. “Quando estiver nos EUA, o inglês será minha base, e, se não souber me comunicar, não vou conseguir evoluir e me destacar. Já me sinto muito mais preparado, sei que poderei me sair bem”, relata o bailarino.

Ao final do curso, os estudantes são encorajados a obter certificação de proficiência internacional, qualificando-os a buscar oportunidades de trabalho e estudo em companhias de dança lá fora. Segundo a coordenadora pedagógica do Yázigi, Bárbara Domingues, a necessidade dos jovens em dominar um segundo idioma é natural. Interações positivas resultantes dessa parceria são apresentadas na própria rotina dos bailarinos. “Os alunos reportam sua evolução sempre que recebem visitantes de outros países e se sentem confortáveis e confiantes em se comunicar em inglês.” Mariléia, do Bolshoi, ressalta que o incentivo à aprendizagem em outros campos abre novos caminhos na vida pessoal e profissional dos bailarinos.

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ROGÉRIO DA SILVA/DIVULGAÇÃO

Entre 2010 e 2011, o projeto foi introduzido no ensino médio em diversas regiões do país, mas não havia chegado ao Sul. Esse foi um dos motivos para Joinville ser escolhida para a atividade do ensino fundamental. Além disso, o secretário de educação Roque Mattei é conselheiro de órgãos nacionais ligados à educação e foi informado sobre a iniciativa, solicitando que a cidade fosse uma das contempladas. A boa qualificação do município no Índice de Desenvolvimento da Educação Básica (Ideb) também ajudou. “Soubemos aproveitar a oportunidade e agora estamos entre as duas cidades brasileiras a participar desse projeto, que pode ser instituído em todo país. É um privilégio”, destaca o secretário.

Estudantes recebem material didático: ação envolve 47 escolas

PROGRAMA

Educação financeira chega às escolas municipais de Joinville De acordo com pesquisa da Boa Vista/SCPC e Serasa, o número de brasileiros que deixaram de pagar suas contas subiu 2,3% em 2014, comparado ao ano anterior. O levantamento, divulgado em janeiro, mostra que, em dezembro, quem estava no vermelho devia, em média, R$ 1.263,30. São dados que têm aumentado a preocupação com a educação financeira no Brasil. Para estimular essa atividade, o Ministério da Educação instituiu a Estratégia Nacional de Educação Financeira (Enef), em parceria com a Associação de Educação Financeira do Brasil (AEF Brasil), entidade sem fins lucrativos criada por quatro instituições representantes do mercado financeiro. No início de 2015, o projeto chegou às escolas municipais de Joinville. Além de Joinville, Manaus foi a outra cidade escolhida para o projeto-piloto. A ideia é inserir o tema da educação financeira de forma interdisciplinar e transversal no currículo do ensino fundamental. O projeto pedagógico conta com 18 livros por níveis de ensino, que serão oferecidos aos alunos e professores das escolas participantes. Silvia Morais, superintendente da AEF Brasil, explica que o projeto-piloto se desdobra nas seguintes etapas: articulação e celebração das parcerias com as secretarias municipais de educação, formação dos supervisores e gestores das escolas que aplicarão o programa, monitoramento/acompanhamento junto às instituições de ensino durante o ano letivo e aplicação, ao final do ano, de uma avaliação de impacto para verificar os resultados alcançados pelo programa.

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Em Joinville, 47 escolas municipais foram selecionadas por sorteio para integrar a primeira fase do projeto, que já teve início. Mais de 50 supervisores e diretores foram preparados para disseminar a cultura de planejamento, prevenção, poupança, investimento e consumo consciente entre crianças e adolescentes. A Secretaria de Educação calcula que aproximadamente 20 mil estudantes (dos terceiros, quintos, sétimos e nonos anos) sejam envolvidos. A meta é estender as atividades para as demais instituições de ensino, alcançando as 83 unidades da rede. Para a equipe, é uma oportunidade de formar cidadãos mais responsáveis com os recursos financeiros, resultando numa sociedade que saiba gerenciar de forma séria a renda familiar, evitando perdas financeiras que possam causar problemas maiores, e, por fim, criando um ciclo financeiro virtuoso que se reflita para o bem de toda a comunidade.


A consciência da economia Um mercadinho onde a criançada aprende a fazer compras. Esse é o cenário montado no Colégio Bom Jesus, na unidade do bairro Saguaçu. Lá, os alunos recebem, no início de cada semana, R$ 50 para “gastar” e administrar no local. O valor deve durar a semana inteira, mas entre os estudantes há quem gaste tudo no mesmo dia e aqueles que economizam. “A partir daí, a professora trabalha a consciência da economia, da habilidade de lidar e planejar para não faltar, para que todos tenham a competência de lidar com o dinheiro em seu dia a dia. Queremos desenvolver a consciência para que, no futuro, os estudantes tenham menos problemas

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financeiros, menos estresse e mais qualidade de vida”, explica Gislene Valim, coordenadora das 1ª as 3ª séries da escola. Há cinco anos, a unidade, onde funcionam do berçário até a terceira série, implantou a pedagogia de “Projetos Ecoformadores”, englobando diversos temas – inclusive a educação financeira. Na educação infantil, as famílias são envolvidas em temas que conscientizam para o desperdício e o consumismo. Além do mercadinho, os estudantes são estimulados a observar as contas de energia da casa, propondo condições de pagamento e construindo histórias matemáticas a partir dessas vivências.

A professora do Bom Jesus ressalta a importância do trabalho transversal, com o conteúdo interdisciplinar, abordando o consumo consciente e ambientalmente sustentável. Assim, as lições de economia transcendem para o cuidado com os próprios brinquedos e o material escolar, apagar a luz ao sair das salas e fechar a torneira enquanto se escova os dentes. “Além do impacto que o aprendizado pode ter na vida das crianças, a orientação que recebem na escola pode fazer a diferença em casa, em um processo cíclico no qual família e escola ganham, tornando-os cidadãos conscientes”, enfatiza.

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DIVULGAÇÃO

NA PROGRAMAÇÃO Design participativo: coletivos criativos Voltada para projetos que representam legados tangíveis e intangíveis para a cidade de Florianópolis. Local: Museu da Escola Catarinense (Mesc/Udesc) 23 de maio a 12 de julho

Projeto da Design Inverso: presença joinvilense na Bienal

BIENAL

Design acessível a todos Florianópolis respira design, com a Bienal Brasileira de Design 2015. Com o tema “Design para todos”, o evento prossegue até 12 de julho, ocupando diversos espaços e objetivando socializar as funções dos produtos e serviços, a partir de propostas de uso que atendam as mais diversas camadas sociais. Para Freddy Van Camp, curador da bienal, no Brasil persiste a ideia de que o design é para poucos: “Queremos desmistificar isso e mostrar que o design faz parte de praticamente todas as áreas da cultura material. Está na hora de as pessoas reconhecerem melhor esse trabalho”. Marcos Sebben, da joinvilense Design Inverso, diz que a vinda do evento para o Estado contou com o apoio da Associação Brasileira de Empresas de Design (Abedesign), da qual é diretor. “É um momento para consolidar Santa Catarina como produtor de inteligência competitiva na área do design. As indústrias daqui já perceberam a importância de explorar o design com profundidade em seus produtos”, afirma. Além de mostrar o design como ferramenta estratégica, Marcos afirma que a bienal fortalece Santa Catarina como celeiro de profissionais qualificados e comprometidos, que exporta mão de obra para outros Estados. A Bienal é composta por seis exposições, um seminário internacional, ações educativas e atividades paralelas, como workshops e oficinas. Locais como o Museu de Arte de SC, o Museu da Imagem e do Som, o Museu Histórico de Santa Catarina e a Fiesc foram os espaços escolhidos para abrigar as ações. Santa Catarina já conta com 41 cursos de design e uma indústria que se fortalece cada vez mais. Freddy Van Camp afirma que esse diálogo é importante para estudantes e professores, pois orienta os rumos do ensino e faz com que os alunos se reconheçam e se situem. A Bienal Brasileira de Design 2015 é uma iniciativa do Ministério do Desenvolvimento e do Movimento Brasil Competitivo.

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Design tecnológico – Os “makers” e a materialização digital O design baseado em tecnologias digitais propõe uma nova revolução de usos, adaptados a características quase individuais dos usuários, como a impressão 3D. Local: Centro Integrado de Cultura (CIC), Espaço Lindolf Bell 22 de maio a 12 de julho Design holandês no Palácio do Povo Mostra que vem da Holanda, inspirada no local de exibição: o Museu Cruz e Souza, antigo palácio onde os governadores trabalhavam e residiam. Apresenta um contraponto mais atual ao interior tradicional do palácio, em torno de uma ideia central: o uso cotidiano de uma casa e a mudança de seu papel nos últimos tempos. Local: Museu Histórico de Santa Catarina 16 de maio a 12 de julho Design para todos? Fruto de uma experiência vivida na Bienal de 2010, em Curitiba, apresenta um conjunto de cartazes sobre a acessibilidade, desenvolvidos para a Bienal por 20 artistas gráficos convidados. A mostra será distribuída em três locais de exibição: Parque de Coqueiros, Jurerê Open Shopping e Calçadão do Mercado Público. 17 de maio a 12 de julho


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EM NÚMEROS

45%

AM 44,2

O peso do PIB industrial nos Estados brasileiros

40%

39,2

Em “Perfil da Indústria nos Estados 2014”, estudo divulgado em fevereiro de 2015, a Confederação Nacional da Indústria mostra a evolução da participação percentual do PIB industrial em relação ao PIB total de cada Estado, entre 2002 e 2012. O gráfico ao lado mostra em que Estados a participação da indústria cresceu (em azul). Santa Catarina está entre eles, mas uma quase estagnação fez o Estado perder duas posições no ranking: era o segundo com maior participação da indústria no PIB estadual em 2002 e caiu para a quarta posição em 2012. Apresentaram excelente desempenho a indústria do Espírito Santo – aparece em primeiro no ranking de 2012, era quarto em 2002 –, Pará e Rio de Janeiro.

37,5 36,7 35%

SC 33,3

32,2 ES 31,8

17

30%

SP 30,2 PA 29,9 RS 28,0

Quantos Estados melhoraram, quantos pioraram 12

33,6

RJ 24,3

25,2 25,0

Entre os que apresentaram queda de desempenho, chama a atenção São Paulo, Estado com a indústria mais robusta do Brasil: estava em quinto lugar em 2002 e caiu para 12o em 2012. Amazonas, cuja atividade industrial representava 44,2% de todo o PIB estadual, perdeu 7,5 pontos percentuais no período analisado.

25%

20%

No mapa Centro-Oeste, Norte e parte do Nordeste tiveram desempenho positivo. O desempenho do Sul foi trágico: apenas SC teve crescimento, mas insatisfatório.

15%

10%

DF 5,7

26%

5,4

5%

foi a participação da indústria brasileira no PIB do Brasil em 2012 0%

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5 TOQUES

FÁBIO ABREU

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Planeje-se. É importante pensar em todas as suas ações e as consequências em longo prazo. Considere os prazos e o tempo de retorno dos investimentos. Faça uma simulação com três cenários: um muito ruim, um conservador e um muito bom. Calcule quanto tempo você vai conseguir se manter em cada um deles.

2

Saiba investir. Pesquise antes de qualquer aquisição. E, quando encontrar o fornecedor ideal, negocie. Comprar o mais caro ou em grandes quantidades pode não ser uma boa ideia. O produto muito caro vai reduzir sua rentabilidade e a quantidade excessiva acabará com seu capital de giro.

3

Conheça seu cliente. Não conhecer quem compra seus produtos e serviços pode ser fatal para os negócios. Registre os hábitos dos consumidores em programas de planilhas básicas ou softwares de baixo custo.

NOVOS EMPREENDEDORES

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Caminhos para evitar erros

Fique de olho na concorrência. Saiba quais são as peculiaridades do mercado onde atua. Acompanhe as novidades do seu segmento por meio de jornais e relatórios de entidades como a Acij.

Segundo a Pesquisa de Sobrevivência e Mortalidade das Empresas Brasileiras, realizada em 2013 pelo Serviço Brasileiro de Apoio às Micro e Pequenas Empresas de Santa Catarina (Sebrae), 31% dos novos negócios abertos no país fecham antes de completar um ano. O maior culpado desse índice? A falta de planejamento e boa gestão. Com auxílio do e-book “Os 10 principais erros do empreendedor”, da Sustentare, a Revista 21 listou cinco dicas para que os novos empresários administrem seus negócios de forma a aperfeiçoar esforços e conquistar melhores resultados.

Tenha comprometimento. Não adianta alinhar todas as práticas citadas acima se você tem medo de colocar a mão na massa. Colocar alguém para tocar o negócio e não acompanhar pode dificultar a vida da sua empresa.

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COMPETITIVIDADE

O caminho das pedras (e as pedras no caminho) Por Mayara Pabst e Karoline Lopes Pistas, orientações, análises, desafios e uma direção. O Mapa Estratégico da Indústria 2013-2022 aponta os caminhos que o Brasil deve percorrer até a próxima década para alcançar o desenvolvimento pleno, elevar o grau de competitividade e crescer como nação. O levantamento, preparado pela Confederação Nacional da Indústria (CNI), é produto de debates entre empresários, executivos, acadêmicos e presidentes de entidades corporativas e identifica dez fatores-chave para aumentar os níveis de produtividade e eficiência do país. A educação é apresentada na base da pirâmide para o desenvolvimento e inovação, destacando a importância de investimentos e avanços na educação básica, profissional e técnica. Na sequência, elementos ligados à atuação da indústria: ambiente macroeconômico, eficiência do Estado, segurança jurídica e desenvolvimento de mercados. O terceiro grupo, composto pelos tópicos tributação, financiamento, relações de trabalho e infraestrutura, impacta diretamente os custos de produção e investimentos. Por fim, o fator inovação e produtividade fecha o ciclo ligado às competências da indústria. O Mapa Estratégico aponta os desafios e oportunidades direcionados à indústria pelas novas tendências mundiais e avalia as transformações do país para traçar metas. Cada fator apresenta um indicador cuja evolução elucidará se o país está no rumo da competitividade sustentável. O Brasil ainda tem um longo caminho a percorrer para alcançar as metas definidas e as mudanças podem ser alicerçadas pela consistência de estruturas governamentais regionalizadas, como Estados e municípios. Como Joinville se situa nesse cenário? O município tem feito esforços para evidenciar seu espaço no mercado nacional e internacional? A Revista 21 procurou respostas a essas questões e avaliou como cidade e região se enquadram na busca pelos parâmetros exemplares propostos pelo Mapa Estratégico da Indústria. O caminho para uma economia mais competitiva e justa está aberto.

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DIVULGAÇÃO E SARA PINNOW

Nas primeiras séries, Joinville é destaque nacional na oferta de ensino qualificado

EDUCAÇÃO Base para o desenvolvimento de qualquer pessoa, a educação é apresentada como prioridade no Mapa Estratégico da CNI. Profissionais capacitados aprimoram o desempenho de empresas e instituições, criam desafios e soluções, elevam a competitividade. Para melhorar os índices da educação básica, profissional e técnica, o levantamento prescreve que os brasileiros devem aumentar a nota média no Pisa (Programme for International Student Assessment), um programa internacional que avalia o desempenho de estudantes de 67 países. A meta do Brasil é alcançar 435 pontos em 2015 e 480 pontos em 2021. O Pisa é aplicado a estudantes na faixa dos 15 anos. As avalições ocorrem a cada três anos e abrangem as áreas de leitura, matemática e ciências. Na última prova, em 2012, a média do Pisa brasileiro em leitura foi de 410 pontos. Em ciências, ficou em 405 e na matemática, 391, desempenho inferior à média da Organização para Cooperação e Desenvolvimento Econômico (OCDE). Em Joinville, a aplicação do Pisa é feita pela Gerência Regional de Educação

(Gered). Em 2015, unidades selecionadas pelo Ministério da Educação representarão o município na avaliação. De acordo com a Gered, em Santa Catarina, são desenvolvidos programas federais voltados para o ensino médio que contribuem para o desenvolvimento estudantil. Mas ainda é necessário corrigir a retenção escolar entre 15 e 17 anos. Nesse sentido, a Secretaria Estadual de Educação tem promovido iniciativas como o Programa Estadual de Novas Oportunidades e Aprendizagem (Penoa). O desempenho exemplar de alunos no ensino médio, por sua vez, depende de ensino de qualidade desde as primeiras séries. Nisso, Joinville é destaque nacional. Em 2013, as notas no Ideb (Índice de Desenvolvimento da Educação Básica) ficaram acima da média nacional. Nas séries iniciais (1º ao 5º ano), as escolas joinvilenses obtiveram média de 6,8, sendo que quatro unidades de ensino computaram índice acima de oito pontos. Nas finais (6º ao 9º ano), a média nacional foi de 4,2 pontos, enquanto Joinville atingiu a média de 5,4.

A maior oferta de trabalhadores capacitados depende, em seu último patamar, da qualidade do ensino superior e técnico. Joinville é sede de 13 instituições de ensino superior presencial e, de acordo com Rafael Thomazi Bratti, presidente do Núcleo de Educação Superior da Acij, a ampla oferta de capacitações contribui para aprimorar o cenário de desenvolvimento local. A maioria dos cursos locais apresenta conceito 3 no Enade (desempenho satisfatório). Já no Índice Geral de Cursos (IGC), algumas instituições, como a UFSC, destacam-se ao apresentar índices 4 ou 5 (maiores pontuações). “O cenário é muito positivo e as instituições de ensino superior têm cumprido sua função, mas sem dúvida há espaço para aprimoramentos. Joinville merece ter sua própria universidade federal, o município poderia receber um hospital universitário e ainda falta apoio para a criação e manutenção de cursos de mestrado e doutorado. Por fim, existe um movimento das instituições para que seja criada uma rede de pesquisa metropolitana na cidade, com a interconexão dos campi das instituições via fibra óptica. Essa rede constituirá a base para o desenvolvimento de novas pesquisas”, projeta Thomazi.

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EFICIÊNCIA DO ESTADO De acordo com a versão 2012-2013 do Relatório Global de Competitividade, editado pelo Fórum Econômico Mundial (WEF), em parceria no Brasil com a Fundação Dom Cabral (FDC), e o Movimento Brasil Competitivo (MBC), o país figura na 111ª posição em termos de eficiência de governo e na 135ª com relação à qualidade do gasto público, superando apenas a Argentina (136o lugar) e a Venezuela (143o) na América do Sul. A deterioração nas condições macroeconômicas e a falta de FOTOS DIVULGAÇÃO

avanços significativos nos investimentos em infraestrutura foram os principais fatores que fizeram o Brasil perder posições no ranking mundial, regressando ao 56º lugar – o mesmo ocupado em 2009. Na visão de um dos líderes do Movimento Brasil Eficiente, o empresário Carlos Rodolfo Schneider, o princípio básico da eficiência fiscal é não gastar mais do que se ganha, procurando manter uma reserva para enfrentar imprevistos e momentos adversos. No caso do poder público, é essencial não aumentar despesas que venham requerer aumento de impostos. Para encarar esse cenário em Santa Catarina, uma das sugestões do MBE é a criação de uma lei de eficiência que institua um conjunto de diretrizes a ser observadas na gestão fiscal e financeira do Estado, cuja implementação caberá ao Tribunal de Contas, assessorado por uma Comissão de Gestão Fiscal e Financeira. A criação dessa comissão daria suporte técnico, temático e operacional ao Tribunal de Contas, facilitando a análise da gestão eficiente do Estado. Há também a sugestão do fundo de previdência complementar dos servidores estaduais, a exemplo do que já fizeram alguns Estados como São Paulo, Minas Gerais e Pernambuco. São duas providências práticas, que podem contribuir para a maior eficiência do Estado.

Na esfera nacional, na opinião de Carlos Rodolfo Schneider, é fundamental a regulamentação do artigo 67 da Lei de Responsabilidade Fiscal, que prevê a criação do Conselho de Gestão Fiscal. Também é necessário revisar a lei que dispõe sobre o regime jurídico dos servidores públicos civis da União, das autarquias e das fundações públicas federais. No diagnóstico do Mapa Estratégico, o país deve alcançar uma melhor composição do gasto público, com aumento da participação do investimento nas despesas primárias do governo para 8% em 2022. Estudos do MBE diagnosticam: por mais que haja excesso de gastos, no longo prazo não é necessário reduzi-los para restabelecer a saúde fiscal. É imprescindível, no entanto, que a taxa de crescimento seja menor que a expansão do PIB. “Se o país quiser crescer 5% ao ano, deve investir no mínimo 25% do PIB. Hoje, investimos entre 17% e 18%, porque os gastos correntes consomem recursos. Enquanto essas despesas não param de crescer a uma velocidade insustentável, os investimentos são sacrificados”, explica Schneider.

Carlos Rodolfo Schneider, do Movimento Brasil Eficiente: despesas crescem e sacrificam investimentos

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DIVULGAÇÃO E SARA PINNOW

O município apresenta PIB, emprego e renda superiores à média nacional: números podem atrair investimentos

AMBIENTE MACROECONÔMICO Um ambiente propício aos negócios que conquiste a confiança dos investidores está entre as principais metas de um país que planeja expandir investimentos. Na edição 2012-2013 do Relatório Global de Competitividade, o Brasil encontra-se em 62º lugar nesse quesito – abaixo de sua posição no cômputo geral (48º). O levantamento lista cinco indicadores. O país está pior em três: poupança (78º), inflação (97º) e dívida bruta (109º). Para o economista e professor Fabiano Dantas, da Sociesc, os indicadores de dívida bruta e poupança estão relacionados, pois o governo, ampliando sua dívida, precisa de fundos para financiar esse crescimento – o que, segundo a teoria macroeconômica, faria com que “disputasse” recursos com a iniciativa privada. Já a inflação pode causar distorções na economia, relacionadas principalmente à distribuição de renda e às expectativas. Para contrapor esse cenário, o Mapa Estratégico da Indústria elege a elevação da taxa de investimentos no país como principal meta, criando um ambiente capaz de aumentar a taxa de investimentos na economia brasileira para 24% do PIB. Segundo Dantas, da Sociesc, considerando que o ambiente nacional impacta substancialmente qualquer tomada de decisão local, é importante que a situação do país seja positiva para que as ações alcancem melhor re-

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sultado. Frente a esse cenário, contudo, Joinville tem se destacado nos últimos anos como uma cidade que apresenta taxas de crescimento do PIB e no emprego e renda superiores à média nacional. A divulgação desses dados e a transparência nas regras que são geridas pelo município podem ser trunfos importantes para a elevação da taxa de investimentos, diminuindo a incerteza e contribuindo para a criação de um ambiente mais propenso aos negócios.

Para o presidente da Ordem dos Economistas de Santa Catarina (Oesc), Luiz Henrique Belloni Faria, quando se fala em ambiente favorável à competitividade, imediatamente vem à mente a “análise de mercado” – e, neste caso, intimamente relacionada à disponibilidade financeira dos consumidores, com o alto endividamento das famílias. “Nessa linha, é passível esperar ações dos governantes, voltadas à educação financeira familiar dos catarinenses. Medidas importantes, apesar de os resultados virem a médio e longo prazo”, pondera o economista.


SEGURANÇA JURÍDICA E BUROCRÁTICA Menos burocracia e mais agilidade em processos pode ser o abre-alas que faltava para alguns investidores olharem mais atentamente as chances de investimentos no Brasil e, particularmente, em Santa Catarina. No relatório Doing Business 2015, o Brasil ficou na 120ª posição, atrás de nações como Honduras, Filipinas, Guatemala, Gana e outras tantas. O levantamento, elaborado pelo Banco Mundial, mede as regulamentações que estimulam e restringem os negócios, apresentando indicadores quantitativos sobre a legislação e a proteção dos direitos de propriedade. Em comparação com o ano anterior, o Brasil subiu três pontos, mas ainda há muito o que aprimorar. Com esse objetivo em mente, aumentar a segurança jurídica e reduzir a burocracia estão entre as metas do Mapa Estratégico da Indústria. Para o presidente da Associação Empresarial de Jaraguá do Sul (Acijs), Paulo Luiz Mattos, o sistema político-administrativo, no que diz respeito às legislações que regulam projetos de abertura de empresas ou mesmo na ampliação de empreendimentos, muitas vezes é fundamentado em ótica antiquada. A proposta da indústria é que o Brasil avance no ranking do relatório Doing Businesss, alcançando a 98ª posição em 2017 e a 80ª em 2022. Nesse caso, mudanças conceituais e estruturais precisam ser colocadas em prática. “Se considerarmos que a burocracia é algo que está internalizado, este é um trabalho que envolve variadas e complexas decisões. Em linhas gerais, o que deve ser buscado é a maior flexibilização e racionalidade nos prazos e exigências. A partir da redefinição de protocolos e do estabelecimento de confiança, podemos ter condições favoráveis de segurança jurídica aos investidores”, detalha Mattos. Em Joinville, ações simples e estruturais contribuíram para a redução da burocracia. Em 2014, a adoção de práticas para melhoria das rotinas de trabalho encurtou em 73% o tempo médio das análises de projetos na Secretaria de Infraestrutura Urbana. Já em 2015, o tempo médio para emissão de licenças ambientais para implantação ou ampliação de indústrias caiu de um ano para três meses, depois da criação da Secretaria do Meio Ambiente (estruturada após a implantação de uma reforma administrativa). A principal ação para a redução dos prazos foi a concentração das equipes de análise técnica em um mesmo ambiente.

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Para a advogada Juliana Cristina Martinelli, vivemos uma era de excessos burocráticos que atravancam todo o sistema e, por isso, precisam ser reestruturados. “A burocracia é necessária para a manutenção da ordem pública, seu excesso é que macula o sistema. Recentemente, a BMW, em sua cerimônia de inauguração, apresentou 137 documentos necessários para colocar a fábrica em funcionamento. Para um estrangeiro, é quase irreal. Em termos práticos, processos mais ágeis nos órgãos governamentais, bem como uma menor interferência estatal no teor dos contratos sociais e nas operações societárias em geral, podem aliviar o cenário burocrático”, explica. SECOM

Tempo médio para obtenção de licenças, como as ambientais, vem diminuindo com ações simples

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Planta da BMW em Araquari: esforço do Estado em atrair e estimular novos segmentos de negócio

DESENVOLVIMENTO DE MERCADOS A participação brasileira no mercado mundial tem forte impacto sobre o incremento da inovação, o desenvolvimento da qualidade de produtos e a criação de novos campos de trabalho. Em concorrência com outras nações, o Brasil busca fôlego para aumentar índices de competitividade. Por essa razão, o Mapa Estratégico mira no aumento da participação brasileira na produção mundial de manufaturados. De acordo com dados do IBGE, em 2014, a atividade da indústria no país recuou 3,2%, um reflexo do desempenho econômico nos Estados. Entre novembro e dezembro, por exemplo, a redução de ritmo na produção catarinense ficou em 5,9% – um dos recuos mais acentuados do país. De acordo com a Secretaria de Estado para Assuntos Internacionais, com atenção às dificuldades que a economia brasileira enfrenta em 2015, a ampliação do comércio internacional para os produtos catarinenses foi eleita como prioridade. Em parceria com entidades empresariais como a Fiesc, a secretaria está colocando

em prática uma extensa agenda de contatos com governos e entidades estrangeiras, para ampliar o leque de cooperações internacionais e atrair investimentos. Além do mercado já consolidado, via parcerias com Alemanha e Rússia, o Estado está investindo em regiões como Japão e Coreia do Sul. A proposta da Confederação Nacional da Indústria é que o país aumente sua participação na produção mundial de manufaturados para 2,2%, até 2022. Ações práticas devem ser realizadas para estimular a inovação e aumentar a qualidade dos produtos. “O governo de Santa Catarina tem tomado medidas efetivas para estimular a economia, com ênfase no desenvolvimento de novos setores. Um exemplo é a atração de empresas automotivas, como a BMW, LsMtron e Sinotruck, que inserem uma nova cadeia de produção na região. Esses investimentos tornam Santa Catarina um importante polo de tecnologia e conhecimento”, relata Carlos Adauto Vieira, secretário de Assuntos Internacionais. Na mesma linha, recente diagnóstico assinado pelo Sebrae analisa o “efeito BMW” na economia regional, identificando nada menos que 108 segmentos com potencial a ser desenvolvido a partir da instalação da montadora.

O Conselho Municipal de Ciência, Tecnologia e Inovação (Comciti) cumpre importante papel no estímulo e disseminação da inovação em Joinville, formalizando o elo entre diferentes parceiros para o fomento às descobertas. De acordo com o secretário de Desenvolvimento Econômico, Jalmei Duarte, a realização de eventos como o Prêmio de Inovação de Joinville e a atuação do Comciti, somadas ao espírito inovador das empresas regionais, tornam o município referência em qualidade e produtividade. “O município sedia empresas que mantêm operações nos cinco continentes. Conta também com empresas que enxergam, em Joinville, mão de obra qualificada e características que convergem para o desenvolvimento dos negócios. O incentivo à instalação de um porto seco é uma das ações reais de estímulo ao comércio internacional, atendendo não só às demandas das empresas aqui instaladas, mas do Estado e do Brasil.”

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RELAÇÕES DE TRABALHO No ambiente corporativo, as relações de trabalho são aspectos cruciais para o bom funcionamento das empresas. Pensando nisso, o Mapa Estratégico da Indústria 2013-2022 destacou a modernização da dinâmica entre empregados e empregadores como uma das questões que devem ser aprimoradas. O indicador utilizado pelo estudo é o Relatório Global de Competitividade 2012-2013, ferramenta utilizada por investidores estrangeiros quando pretendem ter acesso a informações sobre um determinado país. Segundo a Confederação Nacional da Indústria, a produtividade média do trabalhador brasileiro por hora de trabalho de 2002 a 2012 foi a menor entre 12 economias. “A maioria das empresas contrata por competências técnicas, mas demite por competências comportamentais

como postura, comunicação e trabalho em equipe, aspectos subjetivos quando avaliados em uma entrevista tradicional”, afirma Cícero Gabriel Ferreira Filho, da Pertencer Soluções Empresariais. Para o consultor, um item que influencia as regras salariais e as práticas de contratação e demissão é o fato de não existir um programa de cargos alinhado ao mercado: “Isso ocorre muitas vezes por falta de opção. Sofremos dificuldades na contratação e manutenção de talentos. Esses ‘diamantes’ são concorridos, dado o baixo nível de qualificação da mão de obra”. No quesito “eficiência no mercado de trabalho”, os dados apontam que o Brasil está entre os piores colocados no que se refere a práticas de contratações e flexibilidade de determinação dos salários. Também são observadas dificuldades na hora da contratação e demissão de funcionários. FOTOS DIVULGAÇÃO

Profissionais de talento são muito concorridos pelas empresas, comparados por consultor a “diamantes”

FINANCIAMENTO Segundo o Ministério do Trabalho e Emprego, Joinville tem cerca de 3,2 mil indústrias, a maioria (36%) ligada ao setor da construção civil. O município também se destaca na fabricação de produtos de metal (15%), vestuário (9%) e fabricação de máquinas e equipamentos (5%). Praticamente 70% do total da riqueza gerada pela indústria, ou R$ 6 bilhões, é contabilizado por quatro atividades: máquinas, aparelhos e materiais elétricos (20%), fabricação de máquinas e equipamentos (17%), além de metalurgia e produtos de borracha e de material plástico (16% cada). Glauco José Côrte, presidente da Fiesc, ressalta que os investimentos programados pela indústria catarinense para o ano de 2015, na ordem de R$ 2,1 bilhões, são inferiores aos R$ 2,3 bilhões realizados em 2014. “Esses

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números nos dão a medida das limitações atuais, mas nos levam a pensar que a indústria de Santa Catarina está mobilizada para transpor as dificuldades conjunturais”, assegura. Uma das metas relacionadas pelo Mapa Estratégico da Indústria 2013-2022 é ampliar a capacidade de investimento das empresas.

Na região, existem ações do governo estadual que auxiliam os empresários. O Prodec, por exemplo, concede incentivos à implantação ou expansão de empreendimentos industriais e agroindustriais. Dois bancos públicos atendem às necessidades dos empreendedores, Badesc e BRDE. Para as micro e pequenas empresas, o Sebrae/SC é um parceiro. Anualmente, a instituição investe cerca de R$ 50 milhões em projetos e ações de apoio e desenvolvimento da atividade econômica.

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Proximidade de Joinville com quatro portos é um dos atrativos para investidores potenciais

INFRAESTRUTURA O desenvolvimento econômico de uma região não depende apenas da situação econômica ou de investimentos. A infraestrutura que cerca o local, como portos, rodovias, ferrovias e aeroportos, também influencia o potencial dos negócios. Uma das metas do Mapa Estratégico da Indústria 2013-2022 é que a participação do investimento nesse quesito passe de 2% do PIB,

em 2011, para 5% em 2022. Atualmente, o país apresenta classificações muito ruins em temas com forte impacto na competitividade da indústria, como a qualidade dos portos (135º), aeroportos (134º), rodovias (123º) e ferrovias (100º). O mesmo relatório coloca o Brasil na 68ª posição no item qualidade do fornecimento de energia elétrica. Para abrir novas vias de investimento, o prefeito Udo Döhler participou recentemente de um encontro com 70 executivos na Embaixada do Brasil, em Berlim. Ele afirmou que Joinville apresenta excelentes condições para atender a demanda de quem quiser investir no município. O prefeito enalteceu a facilidade logística da cidade, com destaque para o acesso à BR-101 e a proximidade com portos (Itapoá, Itajaí, Navegantes e São Francisco do Sul), além da mão de obra qualificada e os excelentes níveis educacionais.

Segundo Jalmei José Duarte, secretário municipal de Desenvolvimento Econômico, dentre os investimentos recebidos por Join­ ville e região, sobressaem-se os portos: “Itapoá foi reconhecido como o terminal portuário com melhor desempenho em pesquisa. Também temos um dos aeroportos mais modernos do país, que alia conforto, agilidade e segurança”. Ele indica que a duplicação das avenidas Santos Dumont e Dona Francisca estão entre os próximos desafios. “São rotas importantes para o desenvolvimento da cidade. Não só para o conforto dos usuários, mas para maior competitividade das nossas empresas”, reitera. O Plano de Mobilidade (planMOB) é um avanço na área. O documento busca medidas para a melhoria do sistema viário, infraestrutura e aspectos da gestão da mobilidade.

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INOVAÇÃO E PRODUTIVIDADE A produtividade é um dos fatores mais relevantes da competitividade do mercado. Para obter ganhos maiores, as empresas precisam investir cada vez mais em inovações. “Empresa que não inova pode ficar para trás, desaparece e perde competitividade. Você pode se tornar mais atraente com a tecnologia, ganhar apelo diferenciado no produto, como também inovar e ganhar produtividade. Com inovação, pode não vender mais, mas tem redução de custo”, sustenta Edimilson José Corrêa, presidente da OpenTech Software e Rastreamento.

De acordo com o Mapa Estratégico da Indústria 2013-2022, o Brasil ocupa a 33ª posição, considerando o gasto privado em pesquisa e desenvolvimento, e a 34ª colocação em termos de capacidade de inovar, em uma lista de 144 países. “Neste ano, especialmente, a economia está em recessão, por consequência, acaba-se investindo menos. Mas, em geral, as empresas de Joinville estão investindo. Prova disso é a evolução das startups e as incubadoras da Univille”, afirma Corrêa, da OpenTech.

Feirão do Imposto, iniciativa que nasceu em Joinville e hoje é realizada em vários Estados

TRIBUTAÇÃO Conforme aponta o relatório “Santa Catarina: Oportunidades & Negócios”, que traça o panorama da sociedade atual, a indústria de transformação catarinense é a quinta maior do país em número de empresas (43 mil) e de trabalhadores (476 mil). Isso em um Estado que ocupa apenas 1,1% do território nacional. Existem mais de 100 mil trabalhadores atuando em outros setores, como agricultura, pecuária, pesca, construção e produção e distribuição de eletricidade, gás e água. Aqui, atividade econômica é caracterizada pela divisão em polos: agroindustrial (Oeste), eletrometalmecânico (Norte), madeireiro (Planalto e Serra), têxtil (Vale do Itajaí), mineral (Sul), tecnológico (Capital) e turístico (praticamente todo o Estado). O levantamento do Mapa Estratégico da Indústria 2013-2022 revela que o desafio do Brasil é alcançar equilíbrio entre a necessidade de arrecadação do Estado e a manutenção de um bom ambiente de negócios, evitando a imposição de custos excessivos. Com estrutura tributária mais simples e transparente, seria possível turbinar a competitividade das indústrias.

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Iniciativas como a do Movimento Brasil Eficiente (MBE), que tem o joinvilense Carlos Rodolfo Schneider na liderança, buscam a simplificação e a racionalização da estrutura tributária, reduzindo a quantidade e os custos de sua administração para o contribuinte. Entre as dificuldades enfrentadas, está o fato de o atual sistema tributário ser um dos mais complexos do mundo: são mais de 80 tributos, inúmeras normas e 27 legislações distintas somente para o ICMS. Ou seja, para as empresas brasileiras, o ato de calcular, contabilizar e pagar os impostos consome 2.600 horas por ano. Para o contribuinte, esse custo é refletido no preço final dos produtos.

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CONJUNTURA

O recado de Levy Na Acij, ministro da Fazenda diz que o tempo é de arrumar a casa, para voltar a crescer em 2016 Pouco mais de 100 empresários, executivos e autoridades de Joinville tiveram a oportunidade de acompanhar uma explanação do ministro da Fazenda Joaquim Levy, durante reunião-almoço organizada pela Acij, no sábado, 16 de maio. O homem que ocupa uma das principais posições do governo federal sintetizou em meia hora as medidas que vêm sendo adotadas para ajeitar a economia brasileira. São três frentes: a retomada do equilíbrio fiscal (e aqui entram remédios amargos para o empresariado, como o fim da desoneração da folha de pagamento), o realinhamento de preços públicos (começando pela energia) e a ampliação dos investimentos em infraestrutura, especialmente a partir de concessões em áreas como rodovias e aeroportos. “Se seguirmos esse plano, com apoio dos Estados e do setor privado, passaremos pela fase de ajustes para entrar em um período de crescimento”, pregou o ministro, que passou o dia em Santa Catarina, entre palestras e visitas a empresas. A plateia entendeu o recado e saudou a transparência do palestrante. “Ele tem uma agenda clara, algo que o Brasil precisa muito, e me pareceu otimista sobre 2016. Oxalá esse otimismo se materialize”, avaliou o presidente da Tupy, Luiz Tarquínio Sardinha Ferro, surpreso com a informação

EQUILÍBRIO FISCAL

O primeiro dos ajustes que estamos promovendo visa chegar a um equilíbrio fiscal. As medidas que enviamos ao Congresso buscam corrigir distorções – como no caso do seguro-desemprego, que levava a uma maior rotatividade no emprego, ponto que atrapalha a produtividade. É difícil ter produtividade se o empregado não fica ou se as empresas não têm segurança para investir no seu desenvolvimento. No Brasil, o desemprego vinha caindo, mas as despesas aumentavam significativamente. Ao mesmo tempo, via-se uma rotatividade substancial – e o custo de uma demissão acabava sendo maior do que o salário de quem estava saindo. Desonerações foram feitas num momento em que talvez o Brasil tivesse mais recursos, e estavam saindo caro. A desoneração da folha de paga-

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de que o governo tem promovido cortes nas despesas correntes: “Um sacrifício do governo promove confiança e um desejo genuíno dos outros agentes econômicos também agirem assim”. Já Marcelo Hack, presidente do Perini Business Park, elogiou a “preparação técnica” demonstrada por Levy, o que reduziria maiores surpresas em sua gestão. Dado positivo, para Hack, foi a perspectiva de simplificação da cobrança e crédito dos impostos anunciada pelo ministro. “No entanto, ele enfatizou que, para isso, é preciso resolver, entre outras questões, o descompasso entre Executivo e Legislativo. E deixou nas entrelinhas a má notícia de que os cortes no orçamento do governo, para atender às metas do ajuste fiscal, serão realizados em investimentos”. Nestas duas páginas, um apanhado das principais declarações de Levy em sua exposição na Acij.

mento foi inspirada em uma experiência análoga de Portugal, que não funcionou lá. Custa R$ 25 bilhões ao governo federal. Meio por cento do PIB. Duas vezes o que se gasta com o Minha Casa, Minha Vida. Não era o caso de eliminar o programa, mas ajustar as alíquotas, de forma que pudéssemos reverter a perda sobre a arrecadação. O programa até se justificou em certo momento, mas hoje traz um ônus que o governo não tem como suportar.

guns casos cortando na carne – principalmente em custeio, com alguns investimentos. A redução é significativa: só na parte de empenho, chegou a 30% até agora. O governo toma essas medidas com muito cuidado. As despesas com o funcionalismo, por exemplo, são determinadas pelo Congresso e, da parte do governo, têm se mantido disciplinadas na proporção com o PIB. Até agora, não criamos nenhum imposto, apenas revertemos as desonerações.

CORTE NA CARNE

REALINHAMENTO

Temos feito esforço para que o Congresso não crie novas fontes de despesas. Precisamos evitar o risco de uma armadilha fiscal, principalmente no caso de despesas nas quais não há fonte de receita evidente. Ao mesmo tempo, estamos trabalhando para a redução dos gastos públicos, em al-

O realinhamento de preços envolveu inicialmente a energia. Também em subsídios para empréstimos concedidos a taxas muito inferiores às de mercado. A própria redução da desoneração da folha tem valor de sinalização e faz parte do realinhamento que a economia determina. Precisa-


NÃO À GUERRA FISCAL

MAX SCHWOELK

mos de maior realismo na economia e de preços que reflitam a realidade, que não sejam escamoteados por meio de subsídios. Isso nem sempre é agradável. O conceito da desoneração não é sustentável fiscalmente. Importante a vigilância do Banco Central para que esse realinhamento não alimente a inflação. Tanto é que as previsões de inflação para 2016 vêm caindo. Essa convergência da inflação na direção da meta é fundamental para se criar um ambiente realmente saudável para os negócios.

INFRAESTRUTURA

A agenda de infraestrutura, principalmente na parte de concessões, abriu enorme demanda para investimentos que vão baixar custos e aumentar a produtividade. Nossas exportações dobraram, mas começamos a ver muito menos fila de

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caminhão junto aos portos. Merece destaque a experiência da concessão de portos e terminais privados, com a mudança na legislação. Até então, o operador precisava ter carga própria. Agora foi liberado: você pede uma autorização e pode ser de carga de terceiros. O número de terminais privados para saída de grãos no Norte quadruplicou, são quase 50 em fase de solicitação ou já em construção. E a presidente Dilma tem dado ênfase na velocidade da análise dos pedidos, buscando formas de encurtar etapas. Em Santa Catarina, além do aeroporto de Florianópolis, caso óbvio de sucesso que se pode conseguir por meio de concessão, também há inúmeras estradas que podem baixar o custo no transporte da produção, para ganhar toda a vantagem e eficiência que já se tem nos portos.

O ICMS hoje é uma grande confusão. A guerra fiscal destruiu riquezas, criou incertezas jurídicas e está lá, pronta para levar uma machadada do STF. Nosso trabalho de convergência para alíquotas mais concentradas no destino é fundamental para essa nova fase da economia brasileira. O ICMS mais no destino tem um tremendo impacto também nas exportações, por reduzir os créditos acumulados pelo exportador. Um Estado como Santa Catarina tem alguns dos melhores portos do Brasil, além de empresas com inclinação exportadora. Produtos de outros Estados vão querer vir para cá, ser processados e exportados daqui. A mudança do ICMS favorece esse tipo de processo. Uma questão fundamental para destravar os investimentos. Hoje tem empresa que não investe porque não sabe o que vai ocorrer com o ICMS. A gente não pode mais esperar. Tem que se antecipar para que, passado este ano, as empresas estejam prontas para investir. Mas elas só vão investir se puderem começar a pensar com segurança agora. É agora que a gente decide o crescimento de 2016. Outro exemplo de infraestrutura institucional para o governo se envolver é a reforma do PIS-Cofins. Nosso objetivo é simplificar e adotar o chamado crédito financeiro para que o crédito destacado na nota de compra já possa valer automaticamente.

VOLTA DO CRESCIMENTO

Se seguirmos este plano, e com apoio dos Estados e do setor privado, vamos ter sucesso, e passar por esta fase de ajustes para entrar em um período de crescimento. Um ano à frente não vai ser igual a um ano atrás. Como disse o ministro das finanças da Austrália, a gente não deve tentar restaurar o passado, a gente precisa é facilitar o futuro, que pode ser extremamente vencedor.

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PERFORMANCE

Happy-hour da vaidade Barbearias se reinventam e qualificam serviços para atrair e fidelizar clientela Por Mayara Pabst. Tradição aliada à sofisticação, inovação aliada à praticidade. Para atrair consumidores, o setor de serviços de beleza se reinventa e aposta em ambientes que aliam comodidade com exclusividade. Nesse segmento, voltadas para o público masculino, as barbearias ga-

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nham terreno ao resgatar uma antiga tradição. Já o formato de negócio traz à tona o conceito de descontração e familiaridade somado ao momento do cuidado pessoal, que pode se transformar no happy-hour com os amigos ou numa agradável pausa na correria do dia a dia.

A ideia de criar um ambiente particular que oferecesse serviços de qualidade, identidade única e atendimento personalizado foi o que levou o empresário Paulo Cesar Silva a montar a Barbearia Confraria, em Joinville. O negócio começou pequeno, com atendimento a amigos e familiares, mas a sacada inovadora já nasceu grande e foi tomando proporções de um rentável empreendimento. A base do ofício, Silva aprendeu com o avô, barbeiro de tradição. Em 2004, ele participou do primeiro curso para cabeleireiros, onde conheceu me-


O ambiente retrô da Barbearia Confraria chama atenção de quem passa na rua e cativa a clientela já do lado de fora. Paulo César Silva explica que, quando começou o negócio, havia apenas uma cadeira e um espelho, mas o conceito foi sendo estabelecido logo no início das atividades, tendo logo criado um manual de identidade visual para a marca. As cores, a decoração com referências a carros e pin-ups, o som ambiente, a disposição dos móveis e o modelo de atendimento foram concebidos para conquistar o consumidor. “Quando o cliente entra e consome nosso produto, eu sei que ele volta, porque temos qualidade, mas antes de entrar a pessoa já precisa ser atraída pelo estabelecimento. Aqui, ela é mergulhada em um novo conceito, com referências que a hipnotizam. Cortar o cabelo é o nosso carro-chefe, mas o cliente não vem só para cortar o cabelo. Por isso, percebemos a necessidade de criar uma embalagem para nosso produto”, explica Silva.

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Barbearia Confraria, que tem duas unidades em Joinville, buscou inspiração em empreendimentos de outras capitais brasileiras

lhor o manuseio das máquinas e alguns novos cortes. Formado em administração de empresas, ele se especializou na área comercial, atuando como gerente e bancário, mas, quando procurava salões de beleza para cortar o cabelo, só encontrava estabelecimentos com

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preços mais salgados ou que não atendiam suas expectativas em qualidade e higiene. Em 2009, o sonho de montar uma barbearia saiu do papel, associando a vontade de empreender à chance de oferecer um serviço diferenciado. Para dar forma ao conceito, o barbeiro visitou capitais como Florianópolis, Curitiba, São Paulo e Rio de Janeiro, e buscou referências em elementos europeus e americanos que pudessem compor o astral do estabelecimento, adaptando o que viu ao gosto do consumidor local. Para Silva, o cliente é seduzido

pelo ambiente, mas conquistado pelo serviço de qualidade – por isso, além dos perceptíveis investimentos na ambientação, o lugar apresenta o cuidado e a preocupação com o bom atendimento em primeiro lugar na lista de prioridades. O corte de cabelo é feito de forma simples e eficaz, enquanto a barba remete à tradição do ofício, com a utilização da navalha, lâminas, o uso de toalhas quentes e massagem. O clima de “parceria” integrado ao cuidado pessoal é coroado ao som de rock e apreciado com o cardápio de cervejas, disponível para quem deseja tornar o momento ainda mais informal. Adicionados os elementos que a barbearia fornece ao consumidor, o principal caminho para a fideliza-

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ção de clientes passa pela propaganda que acaba sendo feita pelo cliente que conhece o espaço. Segundo Silva, quem consome o serviço acaba indicando o local para amigos e familiares, na linha do boca a boca, e dessa maneira a rede de contatos se expandiu de tal forma que a Confraria precisou abrir uma segunda e está prestes a inaugurar uma terceira unidade, para dar conta da demanda. A nova barbearia, localizada no Centro de Joinville, deve atender fregueses de toda a cidade e dá ainda mais exposição para o negócio que sobrevive da vaidade masculina. “A vaidade vai desde comprar um sapato novo a cuidar do carro, cuidar do cabelo etc. O homem sempre foi vaidoso e sempre consumiu – só que, em vez de entrar pela porta da frente, entrava pela área de serviço. O que está ocorrendo agora é que o mercado percebeu que esse público busca por serviços e produtos exclusivos. Daí que trouxemos a demanda para a vitrine e atraímos o público”, explica.

A percepção do empreendedor é reafirmada por pesquisas que comprovam o promissor mercado consumidor masculino. De acordo com dados da Associação Brasileira de Higiene Pessoal, Perfumaria e Cosméticos (Abihpec), o faturamento do setor mais que dobrou nos últimos cinco anos, atingindo R$ 9,7 bilhões em 2013, e a expectativa de crescimento para os próximos quatro anos fica em torno de 80%.

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Serviços incluem até manicure e podologia Percebendo o novo nicho de mercado, o proprietário da Barbearia Ministro, Oseias Vicente de Souza, investe na vaidade masculina com uma extensa cartela de serviços que vão desde o corte de cabelo e barba à manicure, podologia, sobrancelha e tonalização. O cabelo, aliado ao conceito de visagismo, é o carro-chefe da barbearia que busca uma abordagem particular na hora de definir o visual. Segundo Souza, quando o cliente chega com a proposta de mudar o padrão de corte, vários aspectos são considerados, como a fisionomia e o círculo social no qual a pessoa convive. Dessa maneira é possível entender um pouco da personalidade do cliente. “A maior parte dos homens vem pela primeira vez à barbearia pensando em renovar a imagem e ficar prontos para o mercado de trabalho. Sabemos que a estética fala muito alto, e, se a primeira impressão é


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Barbearia Ministro, na foto maior e ao lado: antes de definir o corte, o barbeiro analisa o estilo do cliente; abaixo, a Confraria

a que fica, eles vêm com a intenção de melhorar a imagem e a gente atende a essa expectativa”, explica o empresário. A Barbearia Ministro foi criada há dois anos e a ambientação do estabelecimento também é considerada um ponto forte para conquistar a clientela. Logo na recepção, o consumidor depara com um minibar, onde pode esperar para cortar o cabelo tomando uma cervejinha ou até mesmo passando um tempo com amigos. O ambiente, com decoração que remete a super-heróis e grafite estilizado,

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é repaginado de maneira a transmitir a imagem de sofisticação e familiaridade. De acordo com o proprietário, a especialização dos profissionais é um diferencial que conquista os clientes. Os barbeiros que atuam na Ministro participam de constantes treinamentos, mas a base do ofício e os padrões seguidos são formados dentro da própria barbearia. A dificuldade em encontrar mão de obra especializada, segundo o empresário, leva muitos estabelecimentos a contratar pessoas sem grande experiência na área, que acabam

aprendendo a arte de barbear no dia a dia de trabalho. “Tenho sentido muita alegria em formar profissionais e oferecer oportunidades, resgatando o espaço exclusivo para o homem, a partir da releitura do que era oferecido nos anos 60 e 70, mas com a proposta de trazer algo moderno. Praticamente toda a equipe que trabalha hoje comigo foi formada aqui. Eles participam de um curso básico e iniciam o treinamento comigo, lado a lado. Depois de preparados, ingressam em um plano de carreira que prospecta o crescimento deles”, explica Souza. A tendência de apostar em modelos de atendimento exclusivos, especializados e diferenciados tem crescido e vem para atender uma demanda de clientes cada vez mais exigentes. Oseias de Souza relata que, logo que foi inaugurada, a Barbearia Ministro teve uma ótima aceitação e tem se fortalecido cada vez mais. Nas novas barbearias elegantes da cidade, o atendimento personalizado e descontraído e o cuidado com as preferências do consumidor conquistam o público masculino. “Às vezes, o estabelecimento diversifica tanto o serviço que acaba fazendo muitas coisas, mas poucas são bem feitas, e você vai ser apenas mais um no mercado. Daí a importância em apostar num público alvo específico e em uma tendência específica de mercado”, opina Paulo Cesar Silva, da Barbearia Confraria.

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VITAE

Empreendedor de família Dono da rede Hipermais aprendeu com pai e mãe as artes da gestão Por Karoline Lopes. A veia empreendedora de Ewaldo Rieper Jr. é herança de família. Seus pais, Ewaldo Rieper e Hilda Rischebeck, montaram o primeiro negócio, uma venda com um bar, em um endereço de 60 metros quadrados na Rua Jaraguá, em Joinville. Cinco anos depois, o casal inaugurou uma nova loja com 200 metros quadrados. O Supermercado Rieper enfrentaria períodos de incertezas, potencializados pelo falecimento de Ewaldo. “Aos 14 anos, perdi meu pai. Na época, a empresa tinha muitas dívidas e meus irmãos preferiram seguir caminhos diferentes. Mas eu e minha mãe continuamos ali”, lembra Ewaldo. A determinação surgiu das dificuldades. Para dar conta do negócio da família, ele ia até Curitiba, em busca de mercadorias, dirigindo o caminhão. As contas do mercadinho duraram mais alguns anos. Débitos quitados, investiram na Rede de Supermercados Joinville.

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Com o incremento das vendas, alimentado por varejistas da região, foi construído um anexo para manter estoque estratégico. A sacada: em vez de concorrer com outros mercados, que tal oferecer produtos a eles? Nasceu assim o Atacado Joinville. Formado em administração há 35 anos pela Univille, o empresário quase desistiu da carreira para perseguir outro sonho, o da medicina: “Sempre quis ser médico, mas hoje não me vejo de jaleco. Tenho muito sucesso no que faço. Minha mãe cuidava do financeiro e meu pai, da parte comercial. Daí, consegui aprender as duas coisas”. Hoje, ele administra a rede Hipermais, que abriu nova loja no Vila Nova em maio, e a Disjoi – Distribuição e Logística, que tem filial em Cachoeirinha, no Rio Grande do Sul. Um dos desafios de Ewaldo é comandar 1.350 empregados. “Todo mundo se assusta quando dou esses números”, diz Ewaldo, que gasta entre oito e nove horas diárias com assuntos profissionais e garante que não leva trabalho para casa. “Tenho dificuldades de me desligar, mas consigo fazer isso nos finais de semana.” Para relaxar, dois destinos favoritos: a praia e a fazenda. “Crio cavalos crioulos há quase 20 anos. Sempre que posso, vou a Campo Alegre, ali tenho gado de cria e cavalos”, conta. No apartamento que mantém em Balneário Camboriú, gosta de preparar jantares e sair para dançar. “Adoro cozinhar. Sou especialista em rabada e peixe, bacalhau principalmente. Sempre cozinho para a família”, revela.


PENINHA MACHADO

Gerenciamento de crises A situação econômica brasileira anda mais do que turbulenta para o mundo dos negócios, com o fantasma da recessão assombrando o governo federal e produzindo incertezas nos mais variados segmentos. Mesmo assim, Ewaldo Rieper não perde o otimismo e segue empreendendo. Em maio, inaugurou mais uma loja do Hipermais em Joinville, no bairro Vila Nova. “Estamos investindo na marca. A nova loja é muito mais bonita”, anuncia o empresário. São 5.500 metros quadrados de área construída, que custaram R$ 15 milhões. Segundo ele, os momentos de adversidade não são obstáculos, e sim oportunidades. “Cresço com problemas, isso não me assusta. Quem precisa fazer a coisa acontecer sou eu. Então, tenho muita facilidade em sair de crises. Não sento à mesa reclamando, vou buscando alternativas para driblá-la”, analisa.

Ewaldo Rieper comanda atacado e distribuidora com 1.350 funcionários: “Tenho dificuldades de me desligar, só consigo nos finais de semana”

Novas gerações O gosto pelos negócios contagiou os três filhos de Ewaldo Rieper. São dois veterinários e uma advogada. “Mas estão todos comigo. Resolveram trabalhar com a família”, orgulha-se. Para a filha Isabella, a motivação surgiu do exemplo dado pelo pai: “Como gostava do ramo, não poderia optar por outro ramo, se não ao lado dele. Eu me orgulho de fazer parte desse grupo empresarial e dos ótimos resultados que temos”. Na empresa, o cumprimento das normas e o profissionalismo são

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características da relação entre os dois. “Não é porque sou filha que as regras serão diferentes. Ele tenta me transmitir da melhor maneira a visão de empreendedor, visando ao meu crescimento profissional”, conta. Isabella diz que ambos sabem diferenciar o ambiente familiar do profissional. “Compartilhar suas experiências de vida e seu conhecimento é o que mais deixa meu pai feliz. Procuro chegar muito próximo do que ele sempre foi e me espelhar em suas suas virtudes.”

Para os donos de grandes empresas, a dica de Ewaldo Rieper é: cortar despesas. “Digo no sentido de apagar a luz, desligar o ar condicionado, rever as contas etc. Se ficar reclamando que vai quebrar, é isso que vai acontecer. Tem que acordar pensando em dar jeito no seu próprio negócio, sempre estar com pensamento positivo”, aconselha. Ao atuar também como fornecedor, com o Atacado Joinville, Ewaldo conhece a realidade dos pequenos estabelecimentos. “Eles precisam arrumar o negócio, trazer novidades e utilizar as associações empresariais”, orienta.

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Empreendimento da Incorporadora Abramar, de Balneário Camboriú, que é pioneira em urbanismo social

SUSTENTABILIDADE

Plano B como melhor alternativa

Movimento propõe uma nova filosofia de gestão empresarial, com o foco na transformação social Não a melhor empresa do mundo, mas uma empresa melhor para o mundo. Essa é a principal meta de companhias cada vez mais engajadas na transformação social, conscientização ambiental, fomento ao desenvolvimento e busca por ações que façam a diferença. Assumidas legalmente como empreendimentos que querem mudar o planeta, as “Empresas B” despontam pelo Brasil munidas de uma filosofia de negócios que encara o sistema econômico a partir de um novo olhar. Rendimentos financeiros e lucro são ferramentas indispensáveis para o alcance dos objetivos, mas não ca-

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racterizam sua principal razão de ser. “Esses empreendimentos utilizam mecanismos de mercado para resolver problemas sociais e ambientais. O Estado e representantes da sociedade não conseguem fazer a diferença sozinhos. Por isso, essas empresas se tornaram motores de bem-estar”, explica Greta Salvi, representante do Movimento B no Brasil. O conceito das Empresas B (B Corps) foi criado nos Estados Unidos, em 2006, depois de uma experiência empresarial frustrada. Os sócios Jay Cohen, Andrew Kassoy e Bart Houlahan gerenciavam uma companhia especializada em acessórios para

basquete e implantaram uma série de práticas para ampliar a função social do negócio. O empreendimento foi vendido e o cenário propício ao desenvolvimento social sustentável foi desarticulado. Os investidores, então, decidiram redefinir o caminho para o sucesso. A Empresa B atua com altos padrões sociais, ambientais, de gestão e transparência, gerando impacto positivo na sociedade. Ao longo de quase dez anos, a iniciativa já reuniu mais de 700 empresas nos Estados Unidos. Passam de 1.200 pelo mundo e, no Brasil, existem 42 representantes certificados, um deles em Balneário Camboriú. A Incorporadora Abramar foi uma das quatro empresas fundadoras do Movimento B no Brasil e, por meio de palestras, atua no incentivo para novos empreendimentos aderirem ao conceito. É inovadora em tecnologia, design, gestão e pioneira em urbanismo social. Nasceu em 1992, como empreendimento familiar de investimento imobiliário, e, após sua reinvenção em 2008, tornou-se uma


incorporadora em franca expansão e a primeira com a certificação B-Corp na América Latina. De acordo com Chad Pittman, gerente de investimentos da Abramar, como muitas organizações atuais, a incorporadora sempre foi uma empresa B, com missão socioambiental evidente, só não era certificada como tal. “O Movimento B é fundamental para uma empresa como a nossa, possa ter reconhecimento internacional, mostrar excelência em gestão e governança e elucidar o valor social agregado a benefícios ambientais em nossos empreendimentos”, explica. A Abramar atua a partir de um modelo de desenvolvimento urbano, focado no programa Minha Casa, Minha Vida, mas que vai além da oferta de moradias. A partir da construção de condomínios-bairro, que combinam área residencial, serviços, lazer e segurança, a empresa contribui para o crescimento urbano sustentável, maximizando valor para investidores. Na percepção das lideranças do Movimento B, qualquer empresário pode obter a certificação B-Corp. Para tanto, o empreendimento precisa ter no mínimo 12 meses de operação e adotar práticas conscientes em relação ao serviço ou produto. O primeiro passo é preencher um questionário online que avalia o empreendimento em cinco áreas: governança, modelo de negócios, impacto ambiental, práticas laborais e relações com a comunidade. Se aprovadas na primeira etapa, as empresas são auditadas e recebem a certificação. Nesse processo, assinam uma decla-

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Inspirados pelo conceito de Empresa B, “condomínios-bairro” combinam área residencial, serviços, lazer e segurança, agregando valor ao investidor

ração de interdependência que reconhece a organização como parte de uma cadeia de valores interligada. Esse documento reafirma o compromisso de geração de lucro para toda a cadeia, assim como reitera as externalidades em seu modelo de negócio, considerando impactos sociais e ambientais. Além disso, são incluídas cláusulas no contrato comercial que ditam a preocupação com questões sociais e ambientais, protegendo a missão da Empresa B. Depois de certificados, os empreendimentos passam a contar com a ferramenta “B Impact Assessment”, que estimula a melhoria de práticas, permitindo às corporações fazer uma espécie de radiografia de si mesmas.

O Movimento B planeja atuar no fortalecimento da comunidade brasileira, na elaboração de um panorama das políticas públicas em legislação no país e na definição da estrutura de governança para o Sistema B. O número de corporações certificadas vem aumentando e o Brasil já se tornou destaque mundial, como sede da maior Empresa B do mundo. Recentemente, a Natura obteve sua certificação, caracterizando-se como a primeira empresa de capital aberto a aderir ao movimento. “O conceito está virando tendência. É um novo panorama, que registrou crescimento estável nos últimos anos. O movimento crescerá de maneira exponencial, até que se torne uma necessidade para todas as empresas no médio prazo”, posiciona-se o investidor Chad Pittman.

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EMPRESAS

Incubadores da inovação e da competitividade Investimentos em novos centros de pesquisa e desenvolvimento no país fomentam aprimoramento de processos e produtos em Santa Catarina A pesquisa pode ser encarada como alavanca da inovação e cenário ideal para a competitividade. Investimentos em Centros de Pesquisa e Desenvolvimento (P&D) têm mobilizado grandes empresas em todo o mundo. No mês de abril, o Grupo ArcelorMittal anunciou a implantação de um Centro P&D no Brasil, o 12º do grupo no mundo. Instalada na ArcelorMittal Tubarão (ES), a nova estrutura terá como objetivo atender às demandas das unidades da América do Sul, com investimentos em inovação em desenvolvimento de produtos, processos e atendimento a clientes. A ArcelorMittal Vega, localizada em São Francisco do Sul, será uma das unida-

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des beneficiadas. Com capacidade de produção de 880 mil toneladas de aço por ano entre laminados a frio e galvanizados, a empresa destina sua produção principalmente às indústrias de automóveis e eletrodomésticos e à construção civil, principais polos de inovação do Centro de Pesquisa e Desenvolvimento. O desenvolvimento de produtos de alto valor agregado para a indústria automotiva é o foco dos investimentos em São Francisco do Sul. Assim, a ArcelorMittal Vega tem desenvolvido um trabalho de otimização e melhoria em mais de 40 peças veiculares, com soluções em aço que podem ser usadas para reduzir o peso e o custo dos veículos, ao mesmo tempo em que aumenta a resistência deles.


ANDRÉ KOPSCH/DIVULGAÇÃO

Planta da ArcelorMittal em São Francisco do Sul: desenvolvimento de produtos de alto valor agregado

Esse programa da ArcelorMittal é chamado de S-in Motion. “Prevemos um aumento dos atuais 6% para 25% de utilização de aços de alta resistência nos veículos brasileiros até 2025, acompanhando a tendência da indústria automotiva global”, projeta Charles Abreu, gerente do Centro de Pesquisas para a América Latina. Apesar de ocupar somente 1,1% do território brasileiro, Santa Catarina é considerada a sexta maior economia do país e apresenta um cenário favorável à inovação e investimentos em centros de P&D.

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Um ativo mercado interno, o Estado é uma plataforma de exportações, referência para a criação e lançamento de novos produtos a nível local e internacional. De acordo com uma publicação elaborada por funcionários do Departamento de Indústria Química da Área de Insumos Básicos do BNDES, alguns fatores que incentivam a internacionalização de atividades de P&D têm relação com a intensificação da concorrência mundial, a globalização dos processos de manufatura, o desenvolvimento de crescentes e sofisticados mercados em países emergentes, os avanços em tecnologias de comunicação e o envelhecimento da população nos países desenvolvidos, o que causa a escassez de cientistas e engenheiros. Os autores Martim

Francisco de Oliveira e Silva, Letícia Magalhães da Costa e Felipe dos Santos Pereira apontam também fatores primordiais para a definição da localização dos centros de P&D, questões como ambiente de negócios, capacidade de antecipação de tendências globais, dinamismo do sistema nacional de inovação do país anfitrião, existência de parques tecnológicos, acesso a talentos e apoio governamental às atividades de inovação. Para fomentar esse cenário, em 2014, o governo do Estado lançou o Programa Catarinense de Inovação (PCI), baseado em três eixos: capacitar pessoas e empreendedores para desafios, atrair novos investidores e criar habitats de inovação. Em parceria com a Fiesc, foi desenvolvido o projeto da agência de atração de investimentos Inova SC, que identifica oportunidades e as apresenta a potenciais investidores, buscando a atração de empresas, centros de P&D e investimentos nacionais e internacionais. O treinamento de empreendedores é realizado junto com o Sebrae e cabe também ao PCI a implantação de centros de inovação em diferentes regiões do Estado.

Em Joinville, há um comitê de implantação mobilizado para a construção da unidade que ficará localizada em uma área do Parque de Inovação Tecnológica de Joinville e Região (Inovaparq). De acordo com a coordenadora do Núcleo de Projetos Estratégicos da Secretaria da Casa Civil, Lúcia Delagnello, esses locais possibilitarão o trabalho entre polos interligados que levarão Santa Catarina a se tornar referência nacional em inovação.

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Segundo Roberta Meyer, “o Masj quer avançar nas pesquisas sobre a dispersão humana do homem na América do Sul e continuar sendo uma das instituições de referência no país em educação patrimonial”. O futuro do museu depende do diá­logo com entidades e comunidade. “A discussão sobre o futuro do Masj, sobre a ampliação e uma possível mudança de local precisam envolver as equipes técnicas da FCJ, do Masj e do Iphan [Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional]. Mas é importantíssimo que a comunidade participe do diá­logo sobre o futuro do museu e sobre a relevância desse patrimônio arqueológico internacional”, frisa.

Peças expostas no Masj: pesquisas sobre a dispersão do homem na América

CULTURA

O endereço da história joinvilense Após enchente, Museu do Sambaqui reabre as portas, mas precisa de ajuda financeira para melhorias em infraestrutura e avanço de pesquisas Por Marcela Güther. Mudanças na estrutura física e investimentos para continuação de estudos e pesquisas. São as principais necessidades do Museu Arqueológico do Sambaqui (Masj). A primeira surgiu após a enchente registrada em março. O prédio, que fica às margens do Rio Cachoeira, foi invadido por 55 centímetros de água que chegaram a comprometer o acervo arqueológico – mas, ainda bem, não houve perdas. O material atingido foi higienizado e recondicionado. “A equipe técnica do museu tem trabalhado nos últimos meses na recuperação dos ambientes da sede e, especialmente, no salvamento do acervo”, informa a coordenadora Roberta Meyer. O museu, que está de portas fechadas desde março, deve reabrir em breve. Os trabalhos de salvamento foram comandados pela equipe técnica do Masj, com apoio de outros profissionais da Fundação Cultural de Joinville (FCJ) e do Centro de Preservação de Bens Culturais. “Infelizmente, a localização do museu, ao lado do Rio Cachoeira, torna-o vulnerável. Não é a primeira enchente que o Masj sofreu e, em função desse histórico, a equipe técnica sempre tomou precauções. O material mais atingido foi o lítico, que são peças e fragmentos arqueológicos feitos de pedra”, explica

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Roberta. Além da necessidade de melhorias estruturais, a prioridade é retomar o atendimento no sistema expositivo e dar continuidade aos projetos educativos e de pesquisa. A coordenadora detalha os projetos atuais, que estão tendo continuidade após o período de recuperação, como a retomada da programação científica com a realização, em parceria com a Universidade de Joinville (Univille), do Pastfoof – Sabores Sambaquianos. “O objetivo é discutir a dieta alimentar dos grupos sambaquianos e recriar alguns preparos de alimentos consumidos do passado”, esclarece.


ROGÉRIO DA SILVA/SECOM

Instalado na beira do Cachoeira, museu discute possível mudança de local

NO MAPA Cada círculo representa cada um dos 41 sítios na região de Joinville. O Cubatão 1 (ao lado) teve pesquisa custeada pelo CNPq na década passada

Canal do Cubatão

Baía da Babitonga

JOINVILLE

SÃO FRANCISCO

3 km

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Apoio à pesquisa arqueológica Joinville é uma das cidades com maior concentração de sítios arqueológicos de sambaquis no mundo. Construídos por grupos de pré-históricos pescadores-caçadores-coletores, os sambaquis registram a ocupação humana no Norte catarinense há mais de 5 mil anos. São 41 sambaquis preservados que já despertaram interesse de arqueólogas alemães e franceses. O sambaqui Cubatão 1, localizado na foz do Rio Cubatão, tem sido um dos sítios mais estudados na região. Nas escavações realizadas em 2007, 2008 e 2009, os estudos trouxeram descobertas raras no mundo e revelaram mais sobre a complexidade desses grupos pré-históricos. “O sítio vem sendo monitorado pelo Masj desde o final da década de 1990, quando foram identificados, na base da parede nordeste, trançados e nós feitos de fibras vegetais e estacas de madeiras preservados encharcados. Um tipo de material raríssimo, sendo o sítio um dos poucos em que foi encontrado. Essa porção do sambaqui vem desmoronando devido à força das águas do Rio Cubatão e maré, pois está situado na margem erosiva do rio, e pelos movimentos provocados pelas embarcações”, explica Dione Bandeira, arqueóloga que atua no museu. Devido à raridade do material e ao acelerado processo erosivo, a pesquisa no Cubatão 1 foi considerada prioridade institucional. O museu teve apoio do Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico (CNPq) e Fundação de Amparo à Pesquisa e Inovação do Estado de Santa Catarina para pesquisa no sítio entre

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2006 e 2007 – período em que, de acordo com a arqueóloga, foram realizados estudos do perfil exposto. Em 2007, o Masj firmou parceria com o Museu de Arqueologia e Etnologia da USP, a Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz) e o Centro Nacional de Pesquisa Científica da França para escavação do sítio. Com recursos da Fundação de Amparo à Pesquisa de São Paulo (Fapesp), a pesquisa teve continuidade em 2008 e 2009, período em que se escavaram 150 centímetros do sítio, contando do topo. “Desde então, o Masj tem buscado novos recursos. Submeteu ao CNPq e ao edital da Sociedade de Arqueologia Brasileira e Petrobras, sem sucesso. Aguarda a aprovação no Ministério da Cultura (via Programa Nacional de Apoio à Cultura) e captação de recursos com a iniciativa privada”, informa Dione. As pesquisas até então realizadas revelaram informações sobre o sítio e a população que o construiu. O sítio arqueológico remonta a cerca de 2.500 anos. O processo de construção se deu por meio de, pelo menos, duas técnicas distintas que formam, atualmente, dois estratos/blocos: um composto pelas camadas da base com o emprego de materiais mineral (fragmentos de rochas angulosas) e vegetal (estacas e amarrações com madeiras e fibras); e outro composto pelo acréscimo de diferentes camadas, com predominância de material faunístico (restos de moluscos) e sedimentos. Entre outras descobertas, os dados indicam uma área com concentração de sepultamento e outra sem, tendo presença de fogueiras. “Foram 21 sepultamentos (23 indivíduos), todos primários, 18 simples e dois duplos (dois adultos e duas crianças, um indeterminado), 11 infantis e 11 adultos (seis homens e cinco mulheres).

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Todos com ocre (corante avermelhado); só os infantis com acompanhamento (colar com 800 contas feitas de concha, pingentes, entre outros), a maioria com pernas encolhidas, sendo o decúbito lateral (de costas virado para o lado) a posição preferencial”, detalha Dione. “O estudo dos restos faunísticos constatou que o peixe mais consumido foi o bagre, seguido do baiacu e corvina.” O trabalho precisa ter continuidade, pois o processo erosivo prossegue e já destruiu grande parte do sítio. “Se nada for feito, todo o sítio será perdido sem que saibamos mais sobre as raras peças nele encontradas e sobre o povo que o construiu. Os sambaquis são patrimônio nacional e estão relacionados a uma das mais antigas ocupações do litoral brasileiro. Existem sítios similares no mundo todo, nos cinco continentes, sendo a construção de montes de conchas uma prática identificada há 300 mil anos no Mediterrâneo, o que nos permite pensar que eles estão, de alguma forma, relacionados aos primeiros caçadores-coletores que tiveram origem e dispersão a partir da África”, informa a arqueóloga. “O projeto prevê a continuação


ROGÉRIO DA SILVA/SECOM

Joinville é uma das cidades com maior número de sítios arqueológicos

da escavação a partir do topo do sítio, tendo em vista responder questões sobre paleodemografia e a relação com as condições de saúde, principalmente sobre doenças infecciosas, sobre as preferências alimentares e o manejo de recursos e o processo de construção do sítio e da estrutura e peças identificadas nas camadas da base”, explicita.

O objetivo do museu é continuar a escavação até atingir a base. Além da escavação, deverão ser feitas datações para identificar os diferentes momentos de construção/ ocupação do sítio. O material coletado (ossos humanos e animais, restos vegetais, artefatos feitos com ossos, rochas, vegetais e conchas e sedimentos) deve ser analisado em laboratório. “Os projetos realizados até o momento produziram materiais que estão sendo objeto de pesquisas de iniciação científica e de monografias da especialização em Arqueologia da Univille. Estão em desenvolvimento projetos com os restos faunísticos, fibras e madeiras e vídeos educativos produzidos sobre as pesquisas”, revela a arqueóloga.

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Como ajudar o Museu Empresas e comunidade podem ajudar a melhorar a estrutura física e no desenvolvimento de pesquisas arqueológicas do Masj. É possível apoiar projetos aprovados pelo mecenato cultural, via Lei Rouanet, além de adotar um dos sambaquis localizados na área urbana, contribuindo para limpeza e segurança destes espaços. “A comunidade também pode apoiar o museu se associando à Associação dos Amigos de Museu de Sambaqui de Joinville (Amaj)”, sugere a coordenadora Roberta Meyer. O projeto de pesquisa para dar continuidade às escavações, de aproximadamente R$ 150 mil, foi aprovado pela Lei Rouanet. Empresas que apresentarem lucro real podem fazer doação de parte do valor ou o valor total, com dedução fiscal ou por meio de recursos próprios. O sistema de doação e parceria é o mesmo feito para o Festival de Dança, por exemplo. Via parceria, a empresa pode ter retorno de mídia. “Se apenas uma empresa se interessar doar o valor total, temos que fazer uma licitação para verificar se há outra empresa interessada”, esclarece Agnes Schwartz Teixeira, coordenadora de captação de recursos da Fundação Cultural de Joinville (FCJ). A empresa pode também oferecer suporte em infraestrutura, por exemplo. “Construtoras e metalúrgicas, por exemplo, podem contribuir com itens como cobertura na escavação, colocação de andaime etc, desde que sejam elementos que tenham condições de ser removidos”, esclarece a coordenadora, que está à disposição na FCJ para atender interessados em contribuir. Informações pelo (47) 3433-2190.

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DIÁRIO DE VIAGEM

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Rep Tcheca

Joinville

Litografias contam história de Santa Catarina Quando o fotógrafo Peninha Machado recebeu uma caixa com pertences de um tio-bisavô que morava na República Tcheca, ele não imaginava que transformaria as litografias que ali se encontravam na exposição “As colônias alemãs no Norte do Estado de Santa Catarina”. O fotógrafo resolveu desengavetar as imagens de 1898 para resgatar um pouco da história de Joinville, da Colônia Hansa, da publicidade e das artes gráficas. O painel também trouxe aspectos de cidades como Blumenau, Corupá e São Francisco do Sul. Agora, após passar pelo Arquivo Histórico de Joinville, Peninha planeja levar a exposição para outros municípios.

Ponte na Colônia Hansa, em Corupá, sobre o Rio Novo

A litografia é uma técnica de gravura que envolve a criação de marcas (ou desenhos) sobre uma matriz (pedra calcária) com o auxílio de um lápis gorduroso. Foi a primeira tecnologia de impressão que permitia que um artista tradicional trabalhasse usando técnicas convencionais e criasse impressões que poderiam competir com uma pintura original em termos de detalhes e variação de cores.

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Registro da Igreja Católica, em Blumenau. A construção continua no mesmo local, na atual Rua 15 de Novembro


Acima, imagem de uma cabana na Colônia Hansa, em Corupá. Abaixo, o porto de Joinville e um dos painéis expostos

Na litografia da esquerda, o Hotel Beckmann, em Joinville. À direita, um registro de São Francisco do Sul

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FEITO EM JOINVILLE

SAÚDE DOS PÉS

Um passo à frente Equipamento da Siemens é inovação do Centro Médico

CMDI

Tecnologia a favor da saúde O Centro Médico Diagnósticos por Imagem (CMDI) acaba de colocar em funcionamento o equipamento Magneton Essenza de 1,5 Tesla. O objetivo é oferecer mais qualidade, conforto e precisão nos diagnósticos. O aparelho, primeiro feito pela unidade da empresa alemã Siemens em Joinville, tem a tecnologia mais moderna do mundo para exames de ressonância magnética nas mais variadas especialidades. Aliado à alta definição de imagens, o Magneton Essenza de 1,5 Tesla realiza exames de corpo inteiro, possibilitando a identificação de diversas patologias. O menor comprimento do equipamento proporciona mais conforto aos pacientes, principalmente aos que sofrem de claustrofobia. Isso porque permite que, em vários exames, a pessoa fique com a cabeça para fora do “túnel”. Outra vantagem é o fato de que 90% dos materiais utilizados na sua fabricação podem ser reciclados. O CDMI atende especialidades de radiologia digital, mamografia digital, ultrassonografia 3D e 4D, densitometria óssea digital, tomografia computadorizada multidetectores 3D e ressonância magnética de 1,5 tesla. www.cmdi.med.br. Rua Marinho Lobo, 80 Centro, (47) 3433-1133

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Cuidar da aparência dos pés, fazer as unhas, lixá-los e hidratá-los são cuidados importantes. Também é preciso conhecer qual é o seu tipo de pé e de pisada na hora de comprar um sapato, por exemplo. Essa noção ajuda a evitar problemas ortopédicos e musculares. Em Joinville, a Clínica Saúde dos Pés é pioneira em tratamentos para idosos e diabéticos. A proprietária Rosangela Schwarz é enfermeira com especialização em podiatria. “Trabalhamos com o tratamento de unhas encravadas, com deformidades, fungos, pele dos pés seca, fissuras, calosidades, bolhas, verrugas, frieiras e outros problemas. Somos o único local da região que usa laser de baixa potência, auxiliando na cicatrização de feridas”, anuncia. A clínica tem parceria com a Associação dos Diabéticos de Joinville (Adijo). Entre os planos, está a criação de um curso para enfermeiros: “Queremos capacitá-los em nossa área de atuação, para o cuidado correto com os pacientes”. Os clientes são das mais variadas faixas etárias. “Atendemos desde bebês que nascem com a unha encravada até idosos. Outros médicos também encaminham pessoas para a clínica”, diz. Há pouco mais de um ano, a empresa se associou à Acij. O convite surgiu de amigos que falaram sobre a rede de contatos que criaram dentro da entidade. “É um troca de experiências, ampliamos a visão de mercado e geramos aprendizados e negócios”, ressalta. www.rosangelaschwarzpodologia.com.br Rua Porto União, 574 , Anita Garibaldi, (47) 3023-6928

FOTOS DIVULGAÇÃO

Rosangela Schwarz, proprietária da clínica, é especialista em podiatria


KS Metal Experts Líder na fabricação de soluções de artefatos metálicos para a indústria de fundição. Rua Santa Catarina, 6000 – Profipo Joinville (47) 3121-6001 info@ksmetalexperts.com Labore Saúde Ocupacional Prestadora de serviços em medicina e segurança do trabalho. Rua Jacob Eisenhuth, 85 – Atiradores Joinville (47) 3433-1839 falecom@laboresaude.com.br

Josiane e o sócio Jefferson Alves: a maior rede de auditoria e revisão tributária

STUDIO FISCAL

Consultoria empresarial Desde 2009, a Studio Fiscal oferece soluções completas e integradas em auditoria fiscal e planejamento tributário. Segundo Josiane Borba Rodrigues, sócia-diretora, a ideia de abrir uma unidade no município surgiu dada a importância da cidade no cenário nacional, buscando melhor atender o Norte de Santa Catarina. “Somos a maior rede em auditoria e revisão tributária no Brasil. Contamos com 110 unidades distribuídas pelas principais cidades do país. Nosso quadro operacional é composto por 50 auditores fiscais contratados. Mais de 300 pessoas envolvidas em todo território nacional”, afirma. A empresa oferece serviços estruturados com base no constante investimento em capacitação e pesquisa. Os projetos são desenvolvidos

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por uma equipe multidisciplinar, com formação nas áreas de administração de empresas, contabilidade e economia, com foco na esfera administrativa, sem envolvimento em questões jurídicas, como processos judiciais e teses tributárias. “Buscamos agregar parceiros de renome, como forma de aproximação com clientes. Por isso nos associamos à Acij”, revela Josiane. “Participamos ativamente de reu­ niões dos núcleos e dos grupos de gestão compartilhada. Recentemente, firmamos compromisso com a Rede de Vantagens como a única empresa de consultoria tributária e auditoria fiscal com benefícios exclusivos para associados”, finaliza. e-mail sc.diretoria@studiofiscal.com.br, (47) 9933-3690

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CONTRAPONTO

Caminhos para a excelência e a competividade FÁBIO ABREU

MARCO AURÉLIO GONÇALVES

Podemos criar o futuro Ao estabelecer uma meta de longo prazo, o líder deve garantir que as ações estejam alinhadas com esse objetivo e que não haja dispersão de recursos. Metas de curto prazo devem ser monitoradas, pois garantirão o resultado futuro. Para atingir o orçamento do ano, deve se atingir o orçamento de cada mês, e assim sucessivamente. Na economia, convivemos com incertezas. Ciclos de expansão são sucedidos por ciclos de contração, e vice-versa. O que não sabemos é quando ocorrerão e qual será a extensão. Nos ciclos de expansão, existe a falsa ideia de que o período de bonança durará para sempre, levando a um relaxamento nos controles

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da gestão. E é justamente esse relaxamento que propicia a formação de um novo ciclo de contração. Ao identificar uma nova “crise”, temas antes relegados ao ostracismo viram prioridades. Agora é hora de cortar custos. Melhorar o fluxo de caixa. Produtividade vira palavra de ordem. No entanto, muitas vezes, a capacidade de reação está fragilizada porque as ações de curto prazo, que deveriam garantir o futuro sustentável, não foram adotadas. Instalou-se na organização uma cultura de leniência e permissividade devido à fartura até então reinante. Uma vez estabelecida, a visão de futuro deve ser compromisso de todos e condições devem ser criadas

para tornar esse futuro possível. No livro “Vendedoras por Opção”, Jim Collins e Morten T. Hansen afirmam: “Não podemos prever o futuro. Mas podemos criá-lo”. É no momento de bonança que encontramos as melhores condições para planejar e criar o futuro desejado. Pode parecer paranoica a discussão de custos e produtividade quando a empresa atinge recordes de resultados. Há uma resistência inercial que precisa ser quebrada. Para tanto, foco, método e disciplina na execução são essenciais. Exige persistência, leva tempo, é necessário capacitação de todo o time e gestão de consequências. Marco Aurélio Gonçalves é diretor administrativo e financeiro da Docol


PEDRO MACHADO

Remar contra a maré O que leva empresas a se tornar referência no mercado? Um produto ou serviço inovador? Uma equipe talentosa? Atendimento eficaz ao cliente? Há inúmeras respostas. Mas, por trás delas, costuma existir um ingrediente a mais. Explico. Nos últimos oito anos, dediquei minha carreira de jornalista à cobertura das áreas de economia e negócios. Nesse período, tive a oportunidade de entrevistar executivos de ponta e conhecer várias empresas líderes em seus segmentos. Sempre que deparo com alguém que se destaca positivamente em meio à concorrência, constato algo em comum: a excelência, seja em algum processo específico, seja na operação do negócio como um todo.

Não precisa ser um grande especialista para listar conceitos básicos de excelência em gestão. Planejamento estratégico bem definido, processos estruturados e alinhados entre os diversos setores do negócio, transparência nas ações (internas e externas), valorização dos colaboradores e respeito aos diversos públicos atendidos são alguns deles, fundamentais para o sucesso organizacional e indispensáveis para a própria competitividade das empresas, ainda mais em um ano de turbulência econômica como este. Empresas admiradas e respeitadas – e, consequentemente, íderes de mercado – não buscam excelência porque ela, a excelência, já não é uma

CELSO DE CAMARGO CAMPOS

O segredo é a equipe O mercado exige e as empresas têm buscado preparar os seus executivos, com treinamentos, cursos, palestras, programas que visam exatamente alcançar a excelência. Profissionais de renome são contratados para tal, palestras de gurus internacionais são frequentadas e seus livros são lidos e debatidos. As conversas entre empresários e seus executivos giram em torno de como melhorar a gestão, uma vez que o domínio dos processos produtivos, a operação em si, é mais que conhecido. Logicamente sempre há o que se trabalhar para melhorar ou buscar alguma nova tecnologia que diferencie a empresa dos concorrentes. Mas há, sim, a necessidade de se ter excelência da gestão

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no que se refere aos profissionais, a “massa pensante”. Como disse várias vezes em palestras e livros o maior CEO do século 20, Jack Welch, 75% do meu tempo eu passo cuidando e conhecendo os meus executivos, buscando seus pontos fortes e trabalhando os pontos a desenvolver. Não precisamos ir longe para ter uma lição de excelência na gestão: temos também o nosso guru, Eggon João da Silva, com quem sempre gostei de conversar em minhas visitas à WEG. Uma das máximas de “seu Eggon” era: “Máquinas eu compro, tecnologia eu mando buscar, mas gente, profissionais, nós temos que ter os melhores”. Os melhores profissionais são

meta. Trata-se de algo que faz parte da sua essência corporativa e que dita a maneira como organização e funcionários atuam – e que, sim, apesar de já estar em seu DNA, precisa de constante aprimoramento. Em todo o Norte de SC sobram exemplos positivos disso. Uma rápida consulta à memória me faz listar dezenas de companhias aqui instaladas que atingiram esse nível de gestão. E, se vivemos tempos de águas revoltas, são essas empresas que servem de inspiração para remar contra a maré. Afinal, reagir com excelência é a melhor resposta que se pode dar ao mercado em momentos críticos. Pedro Machado é jornalista e editor de economia e negócios do jornal A Notícia

os que aliam competências comportamentais à técnica, à formação. Os profissionais precisam ter consciência de que devem mostrar essa competência para só depois buscar crescer na empresa. Outro dia, o presidente de uma grande empresa me confidenciou que um jovem trainee havia pedido a conta em menos de um mês. Explicação do rapaz: “Já estou aqui há quase um mês e ainda não fui promovido”. Ora, não podemos esquecer que precisamos fazer a diferença, fazer diferente e ser diferentes. Que tal darmos uma analisada em nosso comportamento como gestores?

Celso de Camargo Campos é diretor da Apex Executive Search

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CABECEIRA DIVULGAÇÃO

MARCELO HARGER

Das incongruências da lei Livro de advogado joinvilense disseca a improbidade administrativa “Não há nada pior do que acusar de improbo um homem de bem”, diz o advogado Marcelo Harger, doutor em Direito do Estado, que lança seu terceiro livro individual, “Improbidade Administrativa: Comentário à lei nº 8.429/92”. Em 232 páginas, o jurista busca um viés diferente do tema, muito explorado por outros autores sob a perspectiva de que a lei “é boa”. “E por isso se criaram teorias buscando uma aplicação ampliativa da lei, o que faz com que muitas pessoas de bem sejam processadas por improbidade quando cometem equívocos no exercício de uma função pública”, explica Harger, que,

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como diz o prefácio do renomado jurista Adilson Abreu Dallari, faz um “exame crítico, bastante abrangente e aprofundado, que merece leitura e reflexão por parte de todos quantos estejam preocupados com a moralidade administrativa, com a dignidade do exercício das funções públicas, com a defesa do erário e do patrimônio público, com a efetiva realização dos interesses públicos – em síntese, com a probidade administrativa”. Marcelo Harger trabalha com o tema há vários anos e confessa suas dificuldades em encontrar material criticando a lei, que ele considera bastante ruim, justamente por sua amplitude. “Ela é tão ampla que basta que um motorista de um órgão público passe em um sinal vermelho para fazer incidir a lei da improbidade, pois este é um erro no exercício da função e uma afronta à lei”, exemplifica. O advogado reflete sobre as consequências dos processos sobre a vida de pessoas honestas envolvidas em longos e ruidosos processos de improbidade. “A portas fechadas, algumas pessoas, apesar de nada ter feito de desonesto, confessam a seus advogados que o resultado não mais importa. ‘É melhor um fim horrível, do que um horror sem fim’.” A simples menção à palavra improbidade, pondera o autor, já coloca na testa do acusado a pecha de desonesto. “Conhecendo a realidade de algumas dessas pessoas – e por causa delas –, escrevi esta obra, na tentativa de fazer um contraponto à doutrina existente”, explica Marcelo Harger. Ao ressaltar que a corrupção certamente é um mal que precisa ser combatido, ele adverte, no entanto, que isso não deve e nem pode ser feito a qualquer custo. “Em um estado de direito, os meios são tão importantes quanto os fins.”


TEMA INQUIETANTE

Já pretendia escrever a minha tese de doutoramento sobre improbidade administrativa. Isso significa dizer que o tema me inquietava há muitos anos. Acabei por escolher outro tema para concluir o doutorado, mas a vontade continuou. Paralelamente a esse fato, diversos clientes surgiram com problemas nessa área. Em virtude disso, acabei por escrever o livro, que foi entregue para editora em dezembro de 2013. Durante o processo de editoração, houve uma modificação na lei de improbidade e precisei atualizá-lo antes mesmo de publicá-lo. Isso fez com que o processo de editoração se estendesse.

A LEI É RUIM

Muitas pessoas escreveram sobre improbidade administrativa. Livros sobre o assunto não faltam. A maior parte deles, contudo, segue a mesma linha. Partem do princípio de que a lei é boa e esse pensamento condiciona a interpretação que dão à lei. Eu parto do pressuposto inverso. A lei é ruim e procuro demonstrar esse fato. Um exemplo talvez facilite a compreensão. Um motorista de um órgão público ao atender o celular, enquanto dirige, causa um acidente danificando a porta do veículo. Esse motorista é improbo? A resposta intuitiva é não. De fato, em meu entendimento, essa atitude não pode ser considerada improba, embora possa dar origem ao dever de indenizar ou até mesmo acarretar alguma penalidade administrativa. O problema é que a lei prevê, em seu artigo 10, que trata dos atos que causam prejuízo ao erário, que qualquer ação culposa que enseje perda patrimonial à administração pública é improbidade. No exemplo dado, os três requisitos estão configura-

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"Procuro fazer um contraponto à doutrina existente sobre o tema da improbidade. Parto do pressuposto que a lei atual é ruim"

dos e isso significa que, ao menos em tese, de acordo com a “letra fria da lei”, o motorista poderia ser processado por improbidade. As penas aplicadas poderiam ser, a critério do juiz, as seguintes: ressarcimento integral do dano, perda da função pública, suspensão dos direitos políticos de cinco a oito anos, pagamento de multa civil de até duas vezes o valor do dano e proibição de contratar com o poder público ou receber benefícios ou incentivos fiscais ou creditícios, direta ou indiretamente, ainda que por intermédio de pessoa jurídica da qual seja sócio majoritário, pelo prazo de cinco anos. São penas excessivamente graves para um erro tão pequeno. Essa é apenas uma das muitas incongruências da lei.

LAVA-JATO

Os detalhes que conheço acerca da Operação Lava-Jato são informações de jornal. Não são, portanto, informações técnicas. O fato, contudo, é que antes de haver qualquer julgamento todos sabemos o nome dos acusados, e que eles são culpados. Esse é o grande problema. Imagine a hipótese de uma absolvição. Será que algum dia o acusado poderia se recuperar do estrago feito? Não é preciso, no entanto, que o caso seja rumoroso. Imagine o motorista do exemplo que mencionei. Vamos acrescentar mais alguns dados. Imaginemos que ele é pai de família exemplar.

Nunca chegou atrasado ao trabalho durante 30 anos em que exerce a função pública. Esse cidadão exemplar, por um descuido, é processado e chamado de desonesto, pois é ímprobo, e corre o risco de perder o cargo, que exerce exemplarmente, devido a uma porta amassada. Pode ter certeza que alguém nessa situação se sentirá indignado, ultrajado e injustiçado.

BRINCO DE PENSAR

Na verdade, sou apenas advogado. O Código de Ética e Disciplina da OAB coloca como deveres do advogado empenhar-se, permanentemente, em seu aperfeiçoamento pessoal e profissional e contribuir para o aprimoramento das instituições, do Direito e das leis. Os artigos e livros jurídicos que escrevo seguem essa linha. São a minha forma de estudar e de contribuir para o aperfeiçoamento do direito. Obviamente isso demanda algum tempo. Sacrifico alguns finais de semana e também algumas férias para poder escrever. Em breve, tirarei uma semana de férias para terminar um livro sobre a lei anticorrupção. Os artigos não jurídicos são diversão. Gosto de escrever. Rubem Alves dizia que os livros são brinquedos para o pensamento. Ao escrever, “brinco de pensar”. Cada vez mais, de mais obras: o bom e excelente acabam cruzando com a gente, com chances de se sobressair e de se tornar nossa opção.

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ANTOLOGIA

Painel de contos, crônicas e poemas Bernadéte Schatz Costa Presidente da Associação Confraria das Letras

O livro “Saganossa – Outras Histórias” é uma oportunidade para conhecer e experimentar, numa mesma obra, a leitura de contos, crônicas e poemas. Propicia ao leitor textos literários ecléticos, em que conhecerá diversos escritores de Joinville e região, além de outros nomes da literatura catarinense e nacional, que se juntaram à ideia de compor uma publicação realizada pela Associação das Letras que tem é sediada em Joinville. Impressas na obra estão algumas histórias com pitada de humor, ou-

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tras que descrevem lutas de vida, que rimam no contexto das poesias. Prosas de sentimentos profundos, incógnitos desafios, recordações familiares e da infância. Letras associadas, que mesclam ficção e realidade representando a criatividade dos autores. A antologia apresenta 24 estilos, com nomes veteranos e novos na escrita como: Ana Janete Pedri, Bernadéte Schatz Costa, David Gonçalves, Denilson Rocha, Elizabeth A. C. Mendonça Fontes, Hilton Görresen, José Klemann, José Fernandes, Juciene Paes, Maria de Fátima Joaquim, Mariane Eggert de Figueiredo, Milton Maciel, Odenilde Nogueira Martins,

Onévio Zabot, Reinoldo João Corrêa, Rita de Cássia Alves, Salvador Neto, Salustiano Souza, Silvio Vieira, Sônia Pillon, Urda Alice Klueger, Vera de Souza Oliveira, William Wollinger Brenuvida, Wilson Gelbcke. Assim, o leitor poderá apreciar textos diversos, de mentes diferentes, com um mesmo propósito: fomentar a literatura e a leitura no Brasil. Saganossa – Outras Histórias Coletânea Editora Confraria das Letras


MEMÓRIA

Uma mistura de quarenta e continuidade Aos 75 anos, o senador Luiz Henrique da Silveira (PMDB) faleceu em maio devido a uma parada cardiorrespiratória, deixando uma carreira de 45 anos na política. Mas sua atuação também se deu no campo literário, tendo já publicado dois livros: “Antena e Raízes”, um compilado de artigos, e “A Vitória que Propalavam Impossível”, que aborda os bastidores de campanhas em fotografias. No mês de falecimento, o senador pretendia lançar o livro “Quarentage” – uma compilação de artigos e crônicas com mais de mil páginas reunindo os principais

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textos publicados em dois jornais de Santa Catarina. O artista plástico Juarez Machado é responsável pela arte de capa e prefácio do livro. A edição é do jornalista Joel Gehlen, proprietário da editora Letradágua, que, junto a LHS, começou a editar “Quarentage” em julho de 2013, com previsão de lançamento para março de 2014. Porém, faltavam informações para checar e a obra ficou para este ano. O assessor parlamentar do senador, Álvaro Junqueira, ajudou na escolha dos textos e na apuração. Um pré-lançamento se realizou

num evento em Treze Tílias, em 27 de abril, ocasião em que LHS foi homenageado por fomentar a integração cultural entre Brasil e a Áustria. A festa de lançamento iria ocorrer no Instituto Juarez Machado. Os exemplares de “Quarentage” já estão disponíveis nas livrarias.

Quarentage Artigos do senador Luiz Henrique da Silveira Editora Letrad'água

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3 LIVROS

Olhares sobre marketing A seleção é do professor Silvio Simon, coordenador do curso de Publicidade e Propaganda da Univille, a convite da Revista 21. Silvio é jornalista, com especialização em Marketing Estratégico e Geração de Negócios e mestrado em Administração. Leciona também nos cursos de Administração, Gastronomia e Educação Física.

Construção de marcas

Para qualificar o atendimento

Um clássico para gestores

Questões relevantes para uma organização atuar de forma diferenciada no cotidiano da construção das marcas e da relação com os consumidores. Os autores fazem reflexões sobre a importância de as ações de marketing estarem relacionadas com a filosofia da organização, com o cotidiano dos consumidores e com o meio onde a mensagem será transmitida. O livro traz ainda uma proposta de metodologia a ser aplicada.

Fruto da experiência acumulada ao longo de sua trajetória profissional, o professor Aguiar, de Joinville, apresenta uma obra rica em exemplos e oportunidades para que as organizações possam qualificar um dos principais pontos no momento de decisão de compra por parte do consumidor: o atendimento. A abordagem do tema percorre desde aspectos operacionais até modelos de gestão de equipes.

Diria que esta é uma obra clássica para um gestor que atua com marketing, pela relevância que ela possui para a construção de marcas fortes e em sinergia com o seu público-alvo. O autor expõe como os sentidos humanos – toque, sabor, odor, visão e o som – afetam a relação do indivíduo com a marca e como as marcas podem utilizar os sentidos para se aproximar e conquistar a mente dos consumidores.

O Marketing na Era do Nexo – Novos Caminhos num Mundo de Múltiplas Opções W. Longo e Zé Luiz Tavares Editora Best-Seller

Atendimento ao Cliente – Novos Cenários, Velhos Desafios Victor Aguiar Nova Letra Gráfica & Editora

Brandsense – a Marca Multissensorial Philip Kotler e Walter Longo Editora Bookman

HISTÓRIA

O papel do doutor Sadalla na evolução da medicina de SC O Hospital de Olhos Sadalla Amin Ghanem promoveu o lançamento do livro que registra um capítulo importante da medicina catarinense. O relato tem início na década de 40 do século passado, quando o dr. Sadalla Amin Ghanem instalou sua clínica em Joinville, e termina em 2013, com a inauguração do hospital. O texto é uma produção coletiva: cada capítulo assinado com o nome de um colaborador que deu depoimento

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para o relato. As principais pessoas envolvidas com a evolução do hospital, como o filho do dr. Sadalla, Emir, e sua esposa Cleusa, contribuíram, tornando o livro envolvente e original. Marco Antonio Arantes é o autor da obra que exigiu de extensa pesquisa em cerca de 1.400 crônicas publicadas pelo dr. Sadalla. Desde os primeiros atendimentos realizados pelo dr. Sadalla Amin Ghanem, em 1942, o Hospital de Olhos não parou

de crescer, especializar-se e buscar novas áreas de atuação. Atualmente, o hospital é centro de referência na oftalmologia brasileira. Com tiragem especial, o livro não será vendido. Seus Olhos, Nosso Mundo Marco Antonio Arantes Editora Letrad‘água


DIVULGAÇÃO

DICA 21

Série revolucionária completa 25 anos “Quem matou Laura Palmer?” Com essa pergunta, David Lynch e Mark Frost ganharam a atenção do público e da crítica, no início dos anos 1990. Com apenas duas temporadas, Twin Peaks acompanha as investigações do agente do FBI Dale Cooper (Kyle MacLachlan) para descobrir quem matou a adolescente Laura Palmer (Sheryl Lee). Em um ambiente excêntrico travestido com normalidade assustadora, a série apresenta uma galeria de personagens marcantes, transita em dimensões paralelas – e é recheada de tortas, com o melhor café da ficção. Na época do lançamento, os fãs foram os primeiros a se organizar em fóruns para discutir os mistérios criados por Lynch e Foster, nos primórdios da internet.

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No segundo semestre, a editora DarkSide Books lança o livro “Twin Peaks: Arquivos e Memórias”, com histórias e curiosidades sobre a série

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3 PERGUNTAS DIVULGAÇÃO

portantes empresas alemãs, investimento de R$ 1 bilhão, junto com a BMW logicamente virão outras empresas alemãs. É uma região dinâmica e com vertente automobilística, que para nós é importante: um terço dos investimentos alemães no Brasil se volta a esse segmento, com nomes como Scania, Volkswagen e Audi. Mais de 50% da produção de caminhões e ônibus no Brasil tem ligação direta com a Alemanha. Os fornecedores da indústria automobilística alemã são os maiores do mundo. Se uma multinacional como a BMW dá um passo, chama atenção de todos. Mas claro que a BMW precisará ter certa escala para outras empresas decidirem implantar uma fábrica localmente. E também há catarinenses com exportações crescentes para a Alemanha. WEG e Tigre são excelentes exemplos. O Brasil tem praticamente 1.400 empresas com capital alemão e deve haver 50 com alguma participação de capital brasileiro na Alemanha. O desequilíbrio mostra que as brasileiras precisam se internacionalizar.

2 ECKART MICHAEL POHL

Diretor de Comunicação Social Mercosul da Câmara de Comércio e Indústria Brasil-Alemanha

Santa Catarina importa mais de US$ 600 milhões por ano em produtos da Alemanha, mas só vende em torno de metade disso para o parceiro europeu. Uma iniciativa para buscar maior equilíbrio na balança comercial é a realização, em Joinville, do 33º Encontro Econômico Brasil-Alemanha, de 20 a 22 de setembro deste ano. Mais de mil participantes são esperados para esse evento, que ocorre alternadamente no Brasil e na Alemanha, a cada ano. Nesta entrevista, saiba mais sobre o encontro.

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Qual a importância de Santa Catarina no intercâmbio comercial com a Alemanha? O Norte de SC ganhou nova dimensão com a ida da BMW para Araquari. Tanto que a Câmara, que mantém filial em Blumenau, já está checando o potencial do mercado de Joinville e redondezas para ampliar nossa atuação na região. Uma das mais im-

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O sr. afirmou à imprensa que “Joinville é um bom negócio”. Quais os pontos fortes da cidade para o estabelecimento de relações comerciais? A base industrial sólida em máquinas, bens de capital, plásticos e têxteis. Indústrias com tecnologias avançadas em nível nacional. Empresas que têm condições de firmar parcerias com os alemães. Entendemos que aí há um mercado que foi um pouco mal explorado por empresas alemãs até agora, e que chamou nossa atenção. Estamos fazendo um trabalho sistemático para pesquisar mercado e identificar chances de negócios para empresas alemãs aqui e vice-versa.

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Quais as suas expectativas com a realização do encontro em Santa Catarina? Que impacto esse tipo de evento tende a trazer para a cidade que o abriga? Observamos um movimento muito forte por parte da prefeitura de Joinville. O prefeito Udo Döhler, na frente de todo mundo, ofereceu apoio para sediar o encontro, que normalmente se realiza em capitais. Sem o esforço dele e do secretário Jalmei Duarte, isso não teria ocorrido, além do envolvimento da Fiesc. Quanto ao impacto, está confirmada a vinda de cinco delegações da Alemanha. Uma de Berlim, uma da Turíngia e mais três outras. De 150 a 200 representantes de empresas. Significa que há um forte interesse pelo Brasil. Sendo bem recebidas e observando esta como uma região produtiva para fazer negócios, o resultado será natural.


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