Suplemento do Jornal Unesp Junho 2018
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Os conflitos comerciais entre China e Estados Unidos, suas causas e consequências
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A complexa relação China–Estados Unidos Thaís Caroline Lacerda Mattos
Luís Antonio Paulino
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Ascensão dos nacionalismos
Rodrigo Duarte Fernandes dos Passos
Entrevista com Marcos Cordeiro Pires
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FÓRUM
TENSÕES PLANETÁRIAS Entre as diversas questões presentes no cenário mundial contemporâneo, esta edição do caderno Fórum destaca as complexas relações estabelecidas entre os Estados Unidos e a China. Elas ganham crescente importância para a definição dos rumos da economia e da políti-
ca internacional e ganharam novos contornos com a posse do polêmico presidente norte-americano Donald Trump, que está promovendo significativas transformações nas ações externas de seu país, que surpreendem inclusive antigos aliados e se refletem até mesmo nas exporta-
ções brasileiras de aço e alumínio. A eleição de Trump também coloca em foco um outro desafio contemporâneo: a ascensão em várias partes do planeta – da Europa ao Brasil – de lideranças nacionalistas com um perfil marcado por xenofobia, racismo e autoritarismo.
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Fórum
Junho 2018
A ESTRATÉGIA INTERNACIONAL DO GOVERNO TRUMP
OS CONFLITOS COMERCIAIS ENTRE CHINA E ESTADOS UNIDOS, SUAS CAUSAS E CONSEQUÊNCIAS
MARCOS CORDEIRO PIRES Por André Louzas 123RF
Luís Antonio Paulino
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em nos cenários mais mirabolantes alguém poderia imaginar há cinco ou dez anos que viveríamos para ver um presidente dos Estados Unidos atacar o livre-comércio e um presidente da China defendê-lo, como fez o presidente Xi Jinping em seu discurso no Fórum Mundial de Davos, em abril de 2018. Sinal dos tempos. Não que o protecionismo seja algo propriamente novo na política comercial americana ou que a China fosse totalmente contra o livre-comércio, pelo menos depois de 1978, quando adotou uma estratégia de crescimento orientada para as exportações. Mas o fato é que, seja por razões ideológicas ou por pragmatismo puro, tanto os Estados Unidos procuravam, pelo menos depois que se tornaram a potência hegemônica, se apresentar para o mundo como um baluarte inexpugnável do livre mercado, quanto os chineses sempre resistiram veementemente a vestir a carapuça do livre-cambismo ocidental em seu ingente esforço de estreitar o fosso que os separava das nações chamadas “desenvolvidas”. O que mudou para que ocorresse essa inversão de papéis, ou pelo menos de discursos? Por que, de repente, as empresas americanas que sempre utilizaram a ideologia do livre-comércio como um pé-de-cabra para abrir mercados se viram na contingência de defender o “comércio justo” e as empresas chinesas viram na globalização e no livre-comércio o caminho para se juntar ao pelotão de frente da maratona mundial da inovação tecnológica? A resposta a essa questão não é tão simples, mesmo porque uma coisa é o discurso e outra a prática. Nem os Estados Unidos estão querendo fechar mercados para suas gigantes globais, nem a China está disposta a abrir mão se suas políticas industriais para atingir a fronteira tecnológica. Mas um fato é certo: a China “encostou” nos Estados Unidos, que está sentindo sua hegemonia ameaçada. E reage. Obviamente, nem a decadência americana começou só em 2018, como também a China está ainda longe de superar os Estados Unidos, não apenas em termos de capacidade de produção total de riqueza, mas, sobretudo, em capacidade de inovação. Mas não há como negar que a distância entre os dois está diminuindo a olhos vistos. [...] Vejamos alguns números: em 1976, o PIB da China era de US$ 153 bilhões, o que correspondia a apenas 2,2% do total mundial. Em 2016, o PIB da China já havia alcançado US$ 11,2 trilhões, segun-
Em 2016, comércio da China alcançou total de US$ 3,66 trilhões, superando os EUA do maior PIB do mundo, atrás apenas dos Estados Unidos e correspondendo a 14,8% do PIB mundial. Ou seja, no intervalo de apenas uma geração o PIB da China cresceu cerca de 7.200%. Em 1976, as reservas internacionais da China eram de US$ 1,25 bilhão, menores que as de países como Haiti, Nepal e Papua Nova Guiné. Em 2016, correspondiam a US$ 3,01 trilhões, as maiores do mundo. Em 1976, o total de importação e exportação de mercadorias da China era de US$ 13,4 bilhões, o que correspondia a apenas 5% do total dos Estados Unidos. Em 2016, a corrente total de comércio da China alcançou US$ 3,66 trilhões, superando os Estados Unidos. A captação de investimento direto da China, em 2016, foi US$ 133,7 bilhões, a terceira maior do mundo. O investimento direto chinês no exterior foi de US$ 183,1 bilhões, segundo lugar no planeta. Portanto, quando o presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, anuncia o plano de impor tarifas de 25% sobre as exportações chinesas para os Estados Unidos, e de impedir a exportação de insumos para as empresas de alta tecnologia da China, como a ZTE, obviamente ele está tentando impedir o progresso tecnológico da China, que os Estados Unidos consideram “competidor estratégico”. Isso pode certamente criar problemas para os chineses, cujo PIB, no caso extremo de total proibição de importações da China, poderia sofrer uma queda de 3,2%. Mas a China tem capacidade de retaliar e poderia impor perdas aos Estados Unidos da ordem de 1% do seu PIB, o que não é pouco para uma economia com tantos problemas como a americana. Mesmo que cheguem a algum consenso para contornar a crise atual, ninguém se iluda que isso vá parar por aí. É só aguardar o próximo episódio. Luís Antonio Paulino é professor do Câmpus da Unesp de Marília e diretor do Instituto Confúcio na Unesp. A íntegra deste artigo está disponível no Portal Unesp, no endereço: <https://bit.ly/2KwWiKj>.
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s várias frentes de atuação de Donald Trump na presidência da maior potência do planeta são o tema desta entrevista com Marcos Cordeiro Pires, professor da Faculdade de Filosofia e Ciências (FFC), Câmpus da Unesp de Marília. Pires é autor, entre outros livros, de Economia Brasileira – da colônia ao governo Lula. Atualmente, pesquisa a economia e a política da República Popular da China. É cocoordenador do Grupo de Pesquisa dos BRICs na FFC e membro da diretoria do Instituto Confúcio na Unesp e do Instituto de Estudos Econômicos e Internacionais. Caderno Fórum: Trump é acusado de ter recebido apoio do governo de Vladimir Putin para se eleger. Depois de eleito, teve confrontos com a Rússia, principalmente na guerra da Síria. Como o senhor analisa essa relação? Marcos Cordeiro Pires: Se os russos apoiaram Donald Trump, em 2016, para melhorar sua interlocução com Washington, o tiro saiu pela culatra. O discurso de campanha que pregava a não intervenção no exterior e a normalização das relações com o governo de Vladimir Putin caiu por terra diante do peso da burocracia vinculada à área de defesa e ao escândalo relacionado ao favorecimento russo na eleição de Trump. De fato, a abordagem de seu governo para com a Rússia segue a linha de Obama, seja pela continuidade das sanções relativas à anexação da Crimeia, seja pela menção à Rússia, ao lado da China, como ameaças de acordo com a “Estratégia Nacional de Defesa – 2018” e, também, pelas ações diretas dos EUA e seus aliados contra o governo de Bashar Al Assad, apoiado por Moscou. O peso do establishment de Washington tem se mostrado mais poderoso do que o voluntarismo do hóspede da Casa Branca. CF: Qual é sua avaliação sobre a decisão de mudar a embaixada norte-americana em Israel para Jerusalém? Pires: Ao transferir a embaixada dos Estados Unidos de Tel Aviv para Jerusalém, Donald Trump cumpriu sua promessa de campanha e buscou manter unida a frente que o levou ao poder, como o Tea Party, os grupos ortodoxos judaicos, dos quais a família de seu genro Jared Kushner faz parte, e as igrejas protestantes mais conservadoras. Essa medida confronta resoluções da ONU e também os aliados europeus, que defendem o estabelecimento de um Estado Palestino, ao lado de Israel, com sua capital localizada na parte oriental de Jerusalém. Em 14 de maio, uma manifestação na fronteira entre a Faixa de Gaza e Israel foi duramente reprimida pelo exército israelense e resultou na morte de dezenas de palestinos. CF: O governo dos EUA está promovendo uma surpreendente aproximação com a Coreia do Norte. Essa iniciativa pode ser bem-sucedida? Pires: A questão da desnuclearização da Península da Coreia é um tema complexo, pois não implica apenas a contenção do programa nuclear
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Fórum
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A COMPLEXA RELAÇÃO CHINA–ESTADOS UNIDOS Divulgação
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Thaís Caroline Lacerda Mattos
Para Trump, América Latina não é região prioritária, exceto na questão de acesso a recursos naturais da Coreia do Norte, mas também a retirada das tropas e dos arsenais dos Estados Unidos da Coreia do Sul. Aliás, a reunião de cúpula prevista entre Trump e Kim Jong-un foi cancelada em consequência de uma declaração do conselheiro Nacional de Segurança, John Bolton, de que a solução para a Coreia do Norte deveria ser similar àquela dada à Líbia de Muammar al-Gaddafi, ou seja, a desmilitarização e depois a troca de regime. O governo de Pyongyang reagiu com indignação e não dá sinais de que aceitará um destino similar ao da Líbia. Esse é um quebra-cabeça daqueles bem complicados... CF: Como o senhor avalia as relações promovidas pelo atual presidente norte-americano com a América Latina e, em especial, com o Brasil? Pires: Trump não foi eleito com o chamado voto “latino”. Sua campanha foi baseada no insulto contra os imigrantes, na humilhação do México e na promessa da construção de um muro em sua fronteira meridional. Já no poder, Trump manteve suas posições. Neste momento, está prestes a extraditar até 800 mil filhos de imigrantes ilegais, além de 200 mil salvadorenhos que receberam o status de residência temporária após o terremoto que abalou El Salvador em 2001. Está revendo os termos do Tratado de Livre Comércio da América do Norte (TLCAN) e ainda criou barreiras à importação de aço e alumínio, cujo principal prejudicado na região é o Brasil. Para o governo Trump, a América Latina não é uma região prioritária, a não ser pelas questões do acesso a recursos naturais, como o petróleo (o nosso pré-sal), e a destituição do governo de Nicolás Maduro na Venezuela.
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ascensão da China é um fato marcante neste começo do século XXI. Desde 1978, o país tem crescido a taxas anuais impressionantes, o que tem proporcionado à China um renovado protagonismo político, notadamente no leste asiático, a região com maior dinamismo econômico no mundo. [...] Daí surge uma nova competição entre China e Estados Unidos pela influência no contexto da Ásia-Pacífico que pode extrapolar para outras regiões, como a África e a América Latina. Entretanto, até aqui, não se trata da emergência de uma nova guerra fria, pois as relações sino-americanas são bastante complexas, situando-se entre a competição e a complementaridade, diferentemente da disputa entre dois sistemas apartados como os de EUA e URSS no século XX. Quando confrontamos a trajetória declinante dos Estados Unidos, em termos estruturais, com a trajetória ascendente da China sob o ponto de vista econômico, político e militar, verificamos que há elementos concretos que indicam uma relação potencialmente conflituosa, ainda mais quando os EUA se encontram sob a polêmica administração de Donald Trump. [...] Desde a campanha eleitoral, em 2016, o país asiático tem sido vítima de furiosos ataques, sendo acusado de manipular sua moeda, roubar propriedade intelectual e fraudar o comércio internacional. No entanto, apesar das críticas, Trump buscou normalizar a relação com a China, em março de 2017, ao receber o presidente chinês Xi Jinping em seu resort de Mar-a-Lago, na Flórida. Em novembro do mesmo ano, Xi Jinping recebeu a visita de Trump, aparentando a criação de um clima de distensão e colaboração. Mas ficou na aparência. No final de 2017, o Conselho Nacional de Segurança dos Estados Unidos lançou um documento em que colocou a China como ameaça estratégica e a acusava de roubar propriedade intelectual de suas empresas de tecnologia. A situação se agravou em março de 2018, quando o governo Trump lançou uma guerra comercial contra a China, ao impor tarifas sobre US$ 60 bilhões em produtos de tecnologia importados desse país. [...] A atual política estadunidense contradiz os pilares de sua estratégia internacional, notadamente a defesa do livre-comércio e das instituições internacionais, como a ONU ou a OMC. Em 2011, num discurso ao parlamento britânico, Obama alertava os países emergentes a não se
EUA hoje contradizem pilares de sua defesa do livre-comércio e de instituições como OMC distanciarem da Ordem Mundial liderada pelos Estados Unidos. Atualmente, o discurso de “América First” deixa seus aliados atônitos, pois já não se trata mais de defender nenhuma “ordem”, mas o interesse nacional da potência hegemônica. [...] Atualmente, já não se menciona nos documentos dos EUA a “Ásia-Pacífico”, mas a região “Indo-Pacífico”, uma nova abordagem de contenção da China que incorporou a Índia junto a outros tradicionais aliados, como Japão, Coreia do Sul e Austrália, para “reequilibrar” o jogo na Ásia. Para se defender da estratégia estadunidense de reequilíbrio para a Ásia, a China procura não somente fazer frente às políticas de contenção econômica e de encirclement militar dos Estados Unidos como também busca manter a estabilidade social interna diante dos impactos sociais do desenvolvimento acelerado. [...] As negociações ocorridas em meados de maio de 2018 para buscar alternativas à guerra comercial são um exemplo disso. Outro é a criação de um entorno estável ao criar laços de cooperação e confiança junto aos seus vizinhos por meio das novas Rotas da Seda (Belt and Road Initiative, em inglês). No entanto, é factível pensar que o projeto chinês de se alcançar a “Grande Revitalização da Nação Chinesa” e o “Sonho Chinês” enfrente cada vez mais adversidades por conta da crescente rivalidade com os Estados Unidos. Para evitar isso, torna-se necessário estabelecer um “Novo Modelo de Relacionamento entre Grandes Potências”, uma alternativa à confrontação. Infelizmente, tal proposição não encontra interlocutores nos países ditos “ocidentais” e não é bem aceita nos círculos políticos de Washington do “America First”.
Thaís Caroline Lacerda Mattos é doutoranda do Programa de Pós-Graduação em Ciências Sociais, na linha de Relações Internacionais e Desenvolvimento da Unesp, Câmpus de Marília. A íntegra deste artigo está disponível no Portal Unesp, no endereço: <https://bit.ly/2lHr8Fe>.
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ASCENSÃO DOS NACIONALISMOS 123RF
Rodrigo Duarte Fernandes dos Passos
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ndiscutivelmente, o advento do nacionalismo é uma questão global da maior importância na atual conjuntura internacional, muito embora esteja longe de ter caráter único. Uma hipótese embrionária e geral de uma explicação internacional e holista de tal ocorrência remete às questões de hegemonia e de sua manifestação desigual e combinada. Por um lado, as diferentes manifestações nacionalistas remetem a nexos diretos e indiretos com projetos hegemônicos nacionais em disputa por parte de elites, grupos e classes e suas subdivisões, que atravessam e repercutem em maior ou menor grau no âmbito internacional. Não é possível desvencilhar tais diferenças dos desiguais e contraditórios efeitos da crise econômica mundial iniciada em 2008 e das distintas manifestações de uma hegemonia neoliberal e monetarista que pauta as políticas dos Estados em sua ampla maioria, incidindo em desemprego, queda da remuneração e eliminação de direitos dos trabalhadores. Tudo isso vem junto com distintas manifestações hegemônicas desdobradas nos novos governos, resultados eleitorais e escolhas nacionalistas que lamentavelmente expressam, por vezes, posições autoritárias, xenofobia e racismo. Dentro de tal perspectiva, a posição econômica de certos países que detêm em profusão plantas industriais de empresas internacionalizadas originadas em outros países – como a China –, as iniciativas de integração comercial e econômica e os imigrantes seriam os inimigos eleitos e “responsáveis” pela crise referida e pela ausência de empregos e de renda. Talvez as expressões mais marcantes disso remetam à gestão Trump e à crise da União Europeia (UE). O Brasil tem testemunhado sinais importantes também. No caso da UE, vários sinais apontam uma certa perspectiva nacionalista, por vezes associada a plata-
Polarização no Brasil liga nacionalismo a atitude autoritária, racista e conservadora formas mais ou menos difusas de cunho xenofóbico, autoritário e conservador. A despeito de ser celebrado como o mais bem acabado modelo de bloco econômico, por sua integração econômica de mercadorias, serviços e trânsito e trabalho de pessoas, consultas eleitorais mostraram significativos sinais contrários. A França e a Holanda rejeitaram em 2005 a adesão à Constituição Europeia, a Irlanda rechaçou a adesão do país ao Tratado de Lisboa (outro marco normativo do bloco) em 2008, a Dinamarca rejeitou a adesão à esfera da Justiça e assuntos internos em 2015 e no mesmo ano a Grécia rejeitou as condições do bloco para ajuda financeira. O ponto culminante de tudo isso certamente foi o Brexit em 2016, apesar de um resultado e antecedente não tão nacionalista em 2014, quando a Escócia optou por não se separar do Reino Unido. [...] Completam esse quadro várias pesquisas de opinião pública desfavoráveis à continuidade na UE em vários países. Por sua vez, o presidente norte-americano Trump deu voz e conteúdo a sinais anteriores preocupantes, como o de um exagerado e racista “perigo hispânico para as bases fundamentais da sociedade norte-americana”, manifestado pelo famoso e falecido cientista político Samuel Huntington. A ideia de um muro separando México e EUA, o seu discurso e políticas contrárias aos imigrantes, aos países africanos e aos muçulmanos, o
endurecimento com seus aliados da Organização do Tratado do Atlântico Norte (OTAN) e a aberta disputa comercial e econômica com a China e outros países como o receituário para reavivar a indústria e outros setores econômicos, bem como os empregos estadunidenses, suas ligações com grupos racistas e supremacistas brancos e a defesa do uso e manuseio de armas até por professores são as outras faces dessa tendência nacionalista, xenofóbica, autoritária e conservadora. No Brasil, o quadro de polarização dos debates e da defesa de muitas posturas tem, por vezes, lamentavelmente associado o nacionalismo com posturas semelhantes àquelas descritas acima, de cunho autoritário, racista e conservador. As semelhanças avançam na medida em que se observa também o desmonte de direitos, conquistas e avanços sociais em grande velocidade. Lamentavelmente, as perspectivas parecem avançar na direção de um quadro mais contundente, que combina nacionalismo com uma plataforma conservadora e autoritária, manifestada inclusive em pesquisas recentes de opinião pública. O restante de 2018 será fundamental para buscar uma melhor avaliação do alcance desse nacionalismo no Brasil e no mundo. Em termos conclusivos e sumários, não há um padrão único nesse ascenso dos nacionalismos, por mais que seja uma ocorrência quase generalizada no cenário atual. Rodrigo Duarte Fernandes dos Passos é membro do Instituto de Estudos Econômicos e Internacionais, coordenador do curso de Relações Internacionais e docente da FFC da Unesp de Marília. A íntegra deste artigo está disponível no “Debate acadêmico” do Portal Unesp, no endereço: <https://bit.ly/2Kz6r9g>.