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SUMMIT JURÍDICO Tecnologia a serviço da Justiça
Jurídico tecnológico
Jurimetria, análise de dados, ferramentas, modelos e processos. Bem-vindo ao mundo hiperconectado e humanizado do “advogado 4.0”
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Ficou no passado o estereótipo do advogado de filme clássico de Hollywood, cercado por grandes pilhas de papéis. Em tempos de avanços tecnológicos, esse profissional ganhou ares modernos e novas habilidades, inclusive comportamentais, que vêm transformando os escritórios de advocacia e os departamentos jurídicos das empresas.
Esse foi o tema debatido no 7º Summit Jurídico realizado pela Acrefi, com participação dos especialistas Raphael Cordeiro, coordenador da Comissão de Assuntos Jurídicos da Associação; Sílvia Gomes Piva, fundadora da Nau d’Dês, sócia do GHBP Advogados e pesquisadora do IEA/USP; Christiano Xavier, sócio-fundador da Future Law, da Future Law Studio, da Legal Service Designer e da Account Law; e Vanessa Vilarino Louzada, CEO da Lawtech Deep Legal Analytics, cofundadora da Rede Tear e investidora anjo.
Cintia Falcão, consultora Jurídica da Acrefi e mediadora do evento virtual, comentou que atualmente fica bem difícil a atuação de um advogado que não tenha uma veia de gestor e que não consiga entender todas essas novas diretrizes exigidas pelas organizações. No entanto, ela ressaltou, que somente a partir deste ano foram incluídas matérias, como direito digital e formas consensuais de soluções de conflitos nas
grades curriculares do curso de Direito. “Coisas que usamos há muito tempo não estavam no radar da graduação”, afirmou.
O papel da jurimetria
Para Raphael Cordeiro, quem precisa lidar com contenciosos em grandes volumes, por exemplo, deve entender o papel relevante da jurimetria, pois a aplicação de modelos estatísticos na advocacia, hoje em dia, tornou-se muito importante na hora de analisar e definir estratégias.
“Os desafios não são novos, mas continuam sendo grandes. Em um país como o nosso, com dimensões continentais, a lei é aplicada de diferentes formas, dependendo da região. Como estruturar tudo, tomar as decisões mais assertivas e ter as melhores estratégias para cuidar desse contencioso e oferecer uma boa experiência para o nosso cliente?”, questionou.
Além do Direito
Sílvia Gomes Piva avaliou que há um grande desafio na carreira jurídica, que vai além de avanços tecnológicos, escolhas individuais e movimentos geracionais. “O profissional jurídico tem de lidar com a confiança do cliente e, para tanto, precisa estar antenado a todas as coisas que acontecem ao seu redor. É algo muito maior do que simplesmente o Direito. Estamos falando de todos os segmentos de negócios, de toda a complexidade que envolve a nossa existência, porque diz respeito à nossa forma de pensar. Se o profissional não estiver atento a isso, ele corre um grande risco de não acrescentar valor ao trabalho que entrega", afirmou.
A pesquisadora acrescentou que, com habilidades digitais, o profissional jurídico pode pensar em diferentes possibilidades e soluções para um problema, dentro do universo no qual está inserido no momento. “Apesar de o mundo estar cada vez mais híbrido, não temos um lado só. Estamos ‘on-life’, somos tecnodependentes e precisamos dessa interface. Essa é a nossa vida hoje”.
RAPHAEL CORDEIRO
Coordenador da Comissão de Assuntos Jurídicos da Associação
SÍLVIA GOMES PIVA
Fundadora da Nau d’Dês, sócia do GHBP Advogados e pesquisadora do IEA/USP
CHRISTIANO XAVIER
Sócio-fundador da Future Law, da Future Law Studio, da Legal Service Designer e da Account Law
VANESSA VILARINO LOUZADA
CEO da Lawtech Deep Legal Analytics, cofundadora da Rede Tear
CINTIA FALCÃO
Consultora Jurídica da Acrefi
Sílvia Gomes Piva Startups como escolha
Ao analisar os avanços das inovações tecnológicas nos departamentos jurídicos em grandes empresas, nas quais há projetos em crescimento acelerado, Christiano Xavier foi categórico ao afirmar que não se trata apenas de uma mudança no departamento jurídico: “Há uma necessidade, uma tendência global de se fazer mais com menos. Isso inclui a busca e a retenção de talentos, até porque as novas gerações estão preferindo trabalhar em startups, que têm uma hierarquia mais fluida, funcionam de maneira mais orgânica e apostam no novo e em uma cultura de diversidade. Percebemos esse movimento e o jurídico está sendo forçado a ir nessa direção”.
Christiano Xavier De olho nos dados
Para Vanessa Vilarino Louzada, a análise estruturada de dados é fundamental para a área jurídica, em meio a um mercado financeiro que enfrenta o contencioso massificado e volumoso.
“O fato é que a tecnologia instalou-se em nossos escritórios e departamentos jurídicos e, com isso, caminhamos para uma advocacia muito mais analítica, orientada por dados (data driven). Temos sorte de estar vivendo esse período aberto para a inovação tecnológica e de metodologias. Quando pensamos na influência empírica do direito e a inteligência artificial, por exemplo, impulsionando processos de forma geral, temos um campo muito fértil pela frente", previu.
Ela acredita que não há como o profissional da área jurídica fugir do desenvolvimento do data driven e da necessidade de um posicionamento mais analítico, o que significa entender e analisar os dados em todo o seu ciclo. “É entender o que os dados entregam; analisar, questionar e passar as informações para o cliente de forma estruturada e estratégica. É isso que vai gerar mais rendimento, que é o desejado pelo cliente. Com nossas análises baseadas em dados, direcionadas ao negócio, conseguimos ser muito mais assertivos, passar confiança e conquistar o respeito como autoridade no assunto”, finalizou.
Acesse o link e assista o evento completo: https://bit.ly/3fwP62z f