Financeiro
A revista do crédito
Fotos: Andrea Felizolla
TIRAGEM DESTA EDIÇÃO: 20.000 EXEMPLARES
ano 4 nº 40 out/2006
Com ênfase em Educação, encontro da Acrefi reúne Albert Fishlow, Raul Velloso, Sérgio Renault e Pierpaolo Bottini Tendência Sinal de alerta no setor automobilístico
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Artigo O destino dos impostos e a reforma necessária
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Associação Nacional das Instituições de Crédito, Financiamento e Investimento
Flávio Roberto Guarnieri
Rua Libero Badaró, 425 - 28º andar - São Paulo - SP Tel.: (11) 3107-7177 Fax: (11) 3106-6082 - www.acrefi.org.br
DIRETORIA Presidente Érico Sodré Quirino Ferreira Vice-Presidentes Aquiles Leonardo Diniz, Gilberto Caldart, José Arthur Lemos de Assunção, Marco Ambrógio Crespi Bonomi, Odílio Figueiredo Neto, Paulo Eduardo D’Ávila Isola, Paulo Henrique Pentagna Guimarães, Ricardo Malcon, Ronaldo Amaral de Carvalho Pinto e Wilson Masao Kuzuhara Secretários Daniel Capelo Pinheiro e José Dante Zanaga Neto Tesoureiros Aristeu Zanúncio e Sergio Marra Capella Diretores Regionais Carlos Alberto Samogim (SP-Interior), Elcio Antônio de Azevedo (MG), Evanir Coutinho Ussier (SP-Capital), Félix Archanjo Bordin (PR), Leonel Dias de Andrade Neto (RJ), Paulo Aguiar (Montadoras), Renato Malcon (RS), Sergio Faria Lemos da Fonseca Junior (DF e GO) e Tiziana Dadalto (ES) Diretores Adalberto Savioli, Álvaro Augusto Vidigal, Enílson Espínola de Souza, Felícitas Renner, Ivan Svitek, João Ayres Rabelo Filho, José Antônio Rigobello, Marcos Antonio Waideman, Moisés dos Santos Jardim e Sergio Antônio Cipovicci Diretores Conselheiros Humberto Casagrande Neto, Jerônimo Varalla Neto, Luiz Antônio Viana, Luiz Fonseca de Souza Meirelles Filho, Marcio Ronconi, Ricardo Annes Guimarães e Rodrigo Bacellar Conselho Consultivo Membros Natos: Alkindar de Toledo Ramos e Manoel de Oliveira Franco. Membros: Elcio Aníbal de Lucca (SERASA), Guilherme Afif Domingos (ACSP), João Elísio Ferraz de Campos (FENASEG), Luiz Horácio da Silva Montenegro (ANEF), Miguel de Oliveira (ANEFAC), Rogelio Golfarb (ANFAVEA), Sergio Reze (FENABRAVE) e Walter Machado de Barros (IBEF SP) Conselho Fiscal Efetivos: Alberto Borges Matias, Domingos Spina e Roy Martelanc. Suplentes: Abílio Abreu Neto, Massimo Tagliavini e Matias Nazari Puga Neto Presidente Honorário João Uchôa Borges (In memoriam) Diretor Superintendente Antônio Augusto de Almeida Leite (Pancho)
A Educação foi o foco do 1º Seminário Internacional de Crescimento Sustentável da Associação Nacional das Instituições de Crédito, Financiamento e Investimento (Acrefi), realizado em 4 de setembro e patrocinado pelas instituições Associação Comercial de São Paulo, Banco Itaú e Federação Nacional das Empresas de Seguros Privados e de Capitalização (Fenaseg), com apoio da Reuters (institucional), do Banco Fibra, da GE Money, da GetNet, da Omni Financeira e da Partner Conhecimento. O evento teve início com um vídeo sobre a Acrefi, entidade fundada há 48 anos para congregar instituições de crédito ao consumidor, fortalecendo-as e intensificando suas atividades. Hoje, a associação conta com mais de 60 empresas associadas, entre bancos múltiplos e financeiras, que atuam em todos os segmentos de concessão de crédito a pessoas físicas e jurídicas, em especial CDC – pessoal e lojista –, consignado e veículos. A entidade, localizada no centro de São Paulo, oferece ampla infraestrutura de suporte a seus associados, com reuniões mensais de suas diversas comissões de debate e acompanhamento, site, revista Financeiro – que já se tornou uma referência no setor com 20 mil exemplares mensais gratuitos –, parcerias (Fundação Getulio Vargas, Fundação Instituto de Administração da Universidade de São Paulo e Instituto de Pesquisa e Ensino em Administração de Ribeirão Preto-SP), palestras, pleitos judiciais, cursos e seminários. No vídeo, o presidente da Acrefi ressaltou que a associação é “a casa do crédito ao consumidor” e ponto de encontro de idéias e conhecimentos, sendo que o setor de crédito é a pedra fundamental para o crescimento econômico sustentável. Em seguida, Érico Sodré Quirino Ferreira abriu a sessão de palestras do seminário com o tema Brasil – Crescimento Sustentável, enfatizando a urgência de o País centrar esforços na Educação: “O Brasil só vai ser um país de Primeiro Mundo quando a Educação for a sua VERDADEIRA PRIORIDADE”.
Conselheiro Econômico Prof. Istvan Kasznar
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Nesta edição
ISSN 1809-8843 Conselho Editorial : Érico Sodré Quirino Ferreira, Prof. Istvan Kasznar, Antônio A. A. Leite (Pancho) e Sérgio Tamer; Coordenação Editorial : Tamer Comunicação Empresarial; Jornalista Responsável : Eliana Nigro (MTB 15.005); Editoração e Produção Gráfi ca: EDF (www.edf.com.br); Pré-impressão e Impressão: Fabracor; Periodicidade: mensal Tiragem: 20.000 exemplares As opiniões emitidas nos artigos assinados não refletem necessariamente as posições da ACREFI e são de exclusiva responsabilidade dos autores. A reprodução total ou parcial do conteúdo da publicação depende de autorização por escrito.
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4 1º Seminário Internacional de Crescimento Sustentável – Acrefi 17 Variedades Os deliciosos vinhos alemães
18 Tendência Luz amarela no setor automobilístico
20 Artigo Para onde vão nossos impostos
22 Banco de dados 30 Art by Silvio Dworecki
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encontro Acrefi
1º Seminário Internacional de C
O presidente da Acrefi abriu a sessão de palestras do 1º Seminário Internacional de Crescimento Sustentável, falando sobre o Brasil e desejando que cada um dos participantes do evento levasse, pelo menos, um novo ponto de vista para servir de partida para suas reflexões. Érico Sodré Quirino Ferreira iniciou sua explanação dividindo com a audiência o que ele próprio extraiu de duas palestras a que assistiu no mês de agosto. Da primeira, do ex-presidente do Conselho Administrativo de Defesa Econômica (Cade), Gesner de Oliveira, lembrou-se dos cinco motivos citados para se investir no Brasil: democracia consolidada, homogenei- Érico Sodré Quirino Ferreira: incentivo a reflexões sobre o Brasil dade cultural, sociedade urbana, endiReformas já vidamento externo zero e inflação sob controle. Da segunda, O presidente da Acrefi discorreu sobre cada um dos do ex-ministro da Fazenda Maílson da Nóbrega, o presidengrandes desafios do Brasil, começando pelas reformas te da Acrefi externou aos presentes as projeções que se traque se fazem necessárias. A política, porque, como consduzem em motivos para se crer no País: inflação controlada tatou em questionamento aos participantes do seminá(3%); dólar a R$ 2,20 em 2007; Produto Interno Bruto (PIB) rio, mesmo em ano eleitoral, são muito poucos os brasileiem crescimento a taxas baixas, mas constantes; juros anuais ros que se recordam em quem votaram no último pleito de 13% no próximo ano; e saldo de US$ 36 bilhões da balança para deputados federal e estadual. Érico Sodré Quirino comercial, também ao final do próximo exercício. Ferreira lembrou ainda a importância da reforma fiscal, Érico Sodré Quirino Ferreira considerou que todos uma vez que “o Brasil arrecada como um país de Primeiro esses itens são, sim, necessários, porém, insuficientes para Mundo, mas oferece serviços como uma nação de Terceiro fazer o Brasil crescer – e crescer de maneira sustentável. Mundo”. Quanto à urgência da reforma previdenciária, Para isso, concluiu que é necessário vencer uma série de o presidente da associação foi taxativo: “Estamos indo desafios: fazer efetivas reformas política, fiscal e previpara o abismo. Meias-reformas de nada adiantam e não denciária; aplicar a segurança jurídica no que se refere se pode deixar para o passar do tempo a solução do proao respeito aos contratos; investir em infra-estrutura; trablema. Pelo contrário, quanto mais se atrasam as reforbalhar pelo superávit nominal; e, ainda mais importante, mas, mais as dificuldades se agravam.” concentrar o foco dos esforços na Educação.
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O principal desafio para o Brasil está na Educação
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Em 2005, fila na estrada Curitiba–Paranagá superou 40 quilômetros
O banho ainda é de rio, mas a escola é prioridade, com alunos uniformizados
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tou: “Não vamos crescer a níveis chineses, porque nos falta a devida infra-estrutura; não temos portos nem estradas condizentes com o nosso País. Em 2005, por exemplo, havia filas de caminhões de 42 quilômetros de extensão na estrada que liga Curitiba a Paranaguá (PR). Além disso, corremos alto risco de enfrentar um novo apagão... O governo não dispõe de recursos para a infra-estrutura e, por isso, criou as Parcerias Público Privadas. Mas, como as regras do jogo mudam a todo momento, a insegurança gerada afugenta o investidor e, sem ele, não há PPP.”
Viêt Nam, Da Nang/Ruet, vilarejo de Bagan
Segurança jurídica Ao tratar da alta relevância do respeito aos contratos firmados, o presidente da Acrefi citou o espanto da platéia em palestra recente em Porto Alegre (RS) do desembargador Dorval Bráulio Marques, que, em vez de postar-se do lado da lei vigente, disse que se deve aplicar a justiça social. Ao contrário do que se espera de um magistrado, o palestrante disse, por exemplo, que os juros deveriam ser muito menores nos financiamentos e que “se emprestar dinheiro a taxa de 12% a.a. não é bom negócio, que os que se consideram insatisfeitos devem mudar de ramo”. Érico Sodré Quirino Ferreira afirmou: “Quanto a isso, senhores, sem comentários.”
Educação “Crescimento de 3% ao ano não é o que o Brasil precisa e deseja. Queremos crescimento de alto nível, o que só pode ser atingido com foco na Educação, o que não acontece hoje”, afirmou Érico Sodré Quirino Ferreira. Ele citou estudo do Sistema Nacional de Avaliação da Educação Básica (Saeb), que constatou que “50% dos alunos da 4ª série do ensino fundamental não sabem sequer ler um
Infra-estrutura O presidente da Acrefi lembrou dos países de melhor desempenho no mundo, dentre os quais, a China. E lamen-
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Superávit nominal “Superávit primário não resolve”, sentenciou o presidente da Acrefi. Segundo ele, é básico que “se gere superávit para pagar todo o juro mais parte do principal. Mas o governo Luiz Inácio Lula da Silva só prevê corte de 0,1% de gastos na Lei de Diretrizes Orçamentárias na medida provisória da primeira semana de setembro, que trata do Orçamento da União. O governo tem de entender que é preciso gerar superávit nominal para fazer os juros caírem, investir em infra-estrutura para, só então, acreditar em crescimento sustentável”.
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texto simples, quanto mais entendê-lo. Ou seja, são praticamente analfabetos”. Para exemplificar a situação deplorável da Educação no País, o presidente da Acrefi citou algumas barbaridades encontradas nas provas do último Exame Nacional do Ensino Médio (Enem): • “A natureza brasileira tem 500 anos e já está quase acabando”; • “Não se deve preservar apenas o meio-ambiente, mas todo ele”; • “Ultimamente não se fala em outra coisa, a não ser nas araras azuis sob voando”; • “Nosso rio são formados pelas bacias esferográficas”. Para Érico Sodré Quirino Ferreira, a situação dramática não é fruto nem de falta de escolas nem de dinheiro. Há hoje 90 mil escolas e 5,8 milhões de alunos matriculados: “O Brasil gasta [em % do PIB] mais em Educação do que a Argentina e o Japão, mas apenas 26% dos alunos completam o ensino médio. De acordo com o presidente da Acrefi, mesmo as iniciativas que visam à retenção do aluno na sala de aula naufragam no Brasil: “O Bolsa-Família, que nasceu como Bolsa-Escola, não controla a presença dos estudantes. É a velha mania de dar o peixe sem ensinar a pescar. O ideal seria não termos analfabetos e termos 100% de término do ensino médio, o que está longe das nossas estatísticas. Não há empenho em nenhum nível de governo para melhorar efetivamente a Educação. E o que é pior: isso gera a situação atual, em que encontramos vagas de emprego não preenchidas por falta de mão-de-obra qualificada para ocupá-las.” Érico Sodré Quirino Ferreira continuou sua explanação, afirmando que “o Brasil precisa aceitar que nossa Educação é péssima. Nos países conhecidos como Tigres Asiáticos, 75% da população passou pela faculdade; no nosso país, 75% é o índice de analfabetos funcionais!”. Depois de exibir as fotos acima, imagens mais fortes do que palavras, o presidente da Acrefi advertiu: “Assim não haverá crescimento sustentável, não teremos cidadãos. É hora de vencer a deseducação!” A seguir, insistiu em sua mensagem tradicional, a mais importante de todas: “O Brasil só será um país de Primeiro Mundo, quando a Educação for a nossa VERDADEIRA PRIORIDADE.”
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Em Patos de Minas, Brasil, exemplo de descaso com a Educação
Também na maior cidade do País, São Paulo, as escolas não são prioridade
motivos de grande alegria”: a palestra do presidente da Acrefi com foco em Educação, com o que ele disse concordar “em gênero, número e grau”, e a presença do professor Albert Fishlow, palestrante e convidado internacional do evento, que foi o orientador de sua tese de doutorado. Velloso propôs a discussão do modelo econômico do Brasil. Segundo ele, “se o modelo é o de expansão de carga tributária, então, não haverá crescimento. Nenhum outro país ousa fazer isso. Não crescemos, porque não é possível conciliar aumento de carga tributária com crescimento – nosso modelo está errado!”. Para o professor Velloso, o modelo brasileiro está errado: • Porque implica alta permanente dos gastos correntes do setor público, já que Executivo, Legislativo e Judiciário são livres para gastar; • Porque eleva o superávit primário a qualquer custo; • Porque tudo leva à ordem do governo federal, que é a de aumentar receita e, para isso, qualquer coisa serve, sem que a qualidade importe. Neste ano, por exemplo, o governo resolveu aumentar a carga tributária sobre os dividendos que lhe são pagos pelos bancos!; • Porque o governo fecha a conta cortando investimentos, ou seja, em gastos com Educação, em vez de atacar os chamados gastos discricionários, que é onde, em tese, poderiam ser feitos os ajustes. Não se trata de gastar menos, mas de gastar melhor. O Brasil gasta muito mais e muito pior do que os demais países em todas as áreas;
Ajuste fiscal e retomada do crescimento A segunda palestra do 1º Seminário Internacional de Crescimento Sustentável teve como tema Ajuste Fiscal e Retomada do Crescimento Sustentável e foi proferida pelo professor Raul Velloso, especialista em Finanças Públicas. Apresentado pelo diretor-superintendente da associação, Antônio Augusto de Almeida Leite (Pancho), Velloso iniciou sua exposição com o que ele chamou de “dois
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• Porque do jeito que o modelo se aplica, é preciso rezar para que os juros caiam sem que a inflação suba, de forma que a economia cresça mais e a razão dívida/PIB diminua, enquanto, sem estímulo algum, o setor privado continue a investir...
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pensionistas, que respondem atualmente por quase metade da folha de pagamento da União. Nesse campo, também aumenta muito a participação dos gastos com os poderes autônomos, que está chegando a 18%. O especialista em Finanças Públicas resumiu os quatro granCéu e inferno des problemas nessa área: O professor Raul Velloso recor• Há muitos beneficiários para reu a uma música de Zé Ramalho poucos contribuintes. A popuintitulada A Peleja do Diabo com o lação brasileira ainda é muito Dono do Céu para explicar o projovem, o que até hoje permiblema do Brasil. tiu perpetuar a mania nefasta De acordo com o especialista de transferir o dinheiro dos atiem Finanças Públicas, “até agora, vos para os inativos, embora os a melhoria do cenário internacioprimeiros contribuam com algo nal serviu apenas para reduzir a entre 8% e 9% de seus salários volatilidade dos juros reais. Esta e os inativos recebam 100% dos é uma peleja não resolvida, e a benefícios, numa conta em que solução não virá tão cedo, porque faltam pelo menos 91% dos o modelo adotado pelo País está recursos, que saem do bolso errado, na medida em que gera dos brasileiros em geral; superávit com aumento de impos• O salário-mínimo vem sendo Raul Velloso: modelo econômico em debate tos e corte de investimentos. Enmuito reajustado. Assim, igualquanto isso, em outros países, os juros reais caem mais do mente, também vem subindo na mesma proporção o que no Brasil – isso acontece até na Turquia!”. menor valor de benefício, o que implica inflação da Para Velloso, o ajuste fiscal, na prática, já foi feito por aposentadoria/pensão mínima, sem um piso de idade Estados e municípios – falta apenas o do governo federal. para a inatividade; Pior: os gastos correntes vão continuar subindo e a carga • Há muitos funcionários públicos nos poderes autônotributária dificilmente conseguirá acompanhá-los. “Hoje, mos – duas pessoas diferentes fazendo o mesmo trabanos gastos correntes, predominam os obrigatórios como, lho, por exemplo – e ganhando muito salário... por exemplo, os do INSS, que representam 75% deles. JusÉ nesses pontos, justamente, que é preciso cortar gastamente na Previdência Social, onde se encontram contritos públicos e, não, nos investimentos, em que só se desbuintes de menos e beneficiários de mais. Nos anos 50, essa pende hoje 0,5% do PIB, contra cinco vezes mais (cerca de relação era de 8 para 4; hoje, é de 1,4 para 1! Além disso, 2,4%) nos anos 60 e 70. 61% ganham salário-mínimo como benefício e poucos contribuíram efetivamente Leão de boca aberta com o sistema, quando O modelo de expanCresce a importância dos inativos e pensionistas estavam na ativa. O prosão de carga tributáParticipação de aposentadorias e pensões na despesa blema verdadeiro é a ria, adotado pelo Bratotal da União com pessoal e encargos mistura que se faz de sil, pode ser chamado, 50,0 coisas diferentes, de Prede acordo com o pro(%) vidência e Assistência fessor Raul Velloso, de 44,7 45,0 43,3 43,3 Social. Pior ainda é atre“modelo do Leão de 44,1 40,9 42,9 42,8 42,0 41,2 42,2 lar o menor benefício ao boca aberta”. “De 1997 40,0 40,1 salário-mínimo, o que só a 2005, por exemplo, os 35,0 acontece no Brasil. Ou impostos arrecadados 30,5 seja, no resto do mundo cresceram mais de R$ 30,0 30,3 o pessoal tem juízo.” 100 bilhões ao ano. Os 27,2 25,0 25,7 25,9 Outro problema da tributos federais estão 24,4 Previdência Social lisatingindo um teto, uma 23,9 20,0 tado por Raul Velloso linha cada vez mais difífoi o crescimento do cil – se é que é possível número de inativos e – de transpor. O Leão
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está roendo o último “Fazer mais, gasSuperávits e endividamento público osso do contribuinte, tando menos”. Para com 37,5% do PIB em ele, “vai ocorrer es60 6 2005! Nossa carga gotamento dos supe55 5 Dívida/PIB tributária, portanto, rávits entre 2007 e 50 4 está chegando a 40% 2009 e o próximo go45 3 do Produto Interno verno só terá chance Bruto, o que significa de aprovar medidas 40 2 alto risco. Na verdade, impopulares quando 35 1 os números escondem estiver começando. 30 0 que são os mais Depois, passada a Sup. Primário 25 -1 pobres os que mais fase de enlevo de iní20 -2 pagam impostos. Em cio de trabalho, nem 1996, quem ganhava pensar”. até dois salários-míniFonte: BCB. Elaboração: MF/SPE. mos pagava 28,2% de Debate impostos, contra os O professor Raul 17,9% dos que receVelloso, logo após biam mais de 30 mínimos. Em 2004, os que recebiam até sua palestra, respondeu a questionamentos formuladois mínimos passaram a pagar 48,8%, contra 26,3% dos dos por participantes do 1º Seminário Internacional de assalariados com mais de 30 mínimos. Ou seja, na década Crescimento Sustentável: de 90, os mais pobres pagavam 1,6 vezes mais impostos que • O modelo econômico do Brasil vai mudar logo? os mais ricos; em 2004, passaram a pagar 1,9 vezes mais!” Para Raul Velloso, tudo depende de quem vai ganhar a eleição para presidente do País. Se for um candidato com Corte rente ao osso uma visão clara da urgência de mudar o modelo, pode O especialista em Finanças Públicas, Raul Velloso, lemocorrer. As medidas terão de acontecer em áreas muito brou ainda que “não dá mais para cortar investimentos. complicadas, tais como a previdenciária e a de pessoal, As estradas, por exemplo, estão péssimas. Em 2003, 21% ambas via cortes, alteração em cálculos de benefícios. E eram consideradas ruins; hoje, são 45,6%. Os prometidos tudo isso vai implicar “vestir” essas reformas de forma R$ 4 bilhões em investimentos não são suficientes. E, pior, palatável. E ainda haverá outro complicador: para essas a mesma situação ocorre nos Estados e municípios”. medidas serem postas em prática, será necessário fazer Para Raul Velloso, se nada for feito, levando-se em com que o Congresso as aprove. conta o fato de que estamos sem espaço para aumentar • Planificação da economia, como na época de João ainda mais os impostos, há um grande risco de haver uma Paulo dos Reis Velloso e Delfim Netto, pode resolver o grave crise de confiança: “Não podemos nos esquecer de atual problema brasileiro? (Essa foi a pergunta de Nélson que o superávit está se esgotando e o governo vem apeAlves, fundador a Acrefi ) lando para fontes operacionais, como, por exemplo, diviO especialista em Finanças Públicas Raul Velloso não dendos do Banco do Brasil, da Caixa Econômica Federal... acredita nisso. Segundo ele, um dos motivos é o fato de Haja lucro nesses bancos!” hoje não haver restrição externa de moeda estrangeira A saída, segundo Velloso, é agir o quanto antes, com como antes, e o problema, na verdade, ser interno, no um firme programa de corte de gastos que tenha o lema próprio setor público.
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acesso ao Judiciário, a concen• As bases macroeconômicas tração de litigiosidade e a desarbrasileiras são sólidas ou não? ticulação institucional. De acordo com Raul Velloso, Diante desse mapa, acresceno modelo atual é de conivência tou Renault, ao assumir a Preda área econômica com a política. sidência da República, Luiz InáMas os fundamentos são sólidos, cio Lula da Silva quis fortalecer os superávits estão aumentando. o Poder Judiciário e criou uma Porém, a qualquer custo, ou seja, a secretaria para reformá-lo, ciente um custo social altíssimo, de forma de que o Brasil precisa de um que, por exemplo, estamos entre Judiciário que funcione melhor. os países que mais gastam com Foi daí que surgiu a necessidade saúde, mas que menos investem de se fazer esse diagnóstico, que em saúde. mostrou que os “processos demo• Que parcela de culpa têm os ram muito tempo para reconheempresários sonegadores e os emcer direitos, que o Poder Judicipresários omissos no fato de a carga ário é muito pouco transparente tributária ser de 37% do PIB? e o cidadão não entende como é Para Raul Velloso, ainda não que ele funciona, embora os juíchegou ao limite a relação carga zes sejam servidores públicos”, tributária/PIB. O problema é que emendou Renault. os serviços prestados com o que é Por outro lado, continuou, arrecadado são ruins. Além disso, o “a estrutura administrativa do tamanho da economia informal no Judiciário foi a área que menos Brasil é gigantesco. A iniqüidade do recebeu investimentos nas últisistema de impostos é muito grande Sérgio Renault: diagnóstico do Judiciário mas décadas, o que implicou e nossas representações empresasua obsolescência administrativa. riais, exceto a Acrefi, bobearam ao Existe até um joke que diz que, se tivéssemos congelado brigar pela redução de tributos e não pela diminuição dos alguém no ano 2000, poderíamos acordá-la agora que gastos, que é o que faz a carga de impostos crescer. tudo estaria bem. No Poder Judiciário, até o sistema de informática é usado de forma obsoleta, ou seja, o computador é uma mera máquina de escrever”. Outro ponto importante levantado por Renault foi o fato de que a maior parte da população nem sequer A Reforma do Judiciário foi o tema da segunda tem como acessar o Poder Judiciário, que, pior ainda, palestra do 1º Seminário Internacional de Crescimento tem uma estrutura tão complexa, com 96 tribunais Sustentável da Acrefi , em que o subchefe de Assuntos em funcionamento no Brasil, que nem mesmo eles se Jurídicos da Casa Civil da Presidência da República, Sércomunicam bem. gio Renault, fez um diagnóstico da situação atual. Outro fator de dificuldade apontado pelo subchefe de Segundo ele, a radiografia do problema mostra a Assuntos Jurídicos da Casa Civil da Presidência da República lentidão na tramitação dos processos, a pouca transpafoi a grande quantidade de processos em tramitação, um rência, a obsolescência administrativa, a difi culdade de
A Reforma do Judiciário
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encontro Acrefi evitar que essas decisões sejam tratadas como mero ritual de passagem rumo a instâncias superiores; • Mitigação das regras especiais em favor da Fazenda Pública: indica que se apliquem as mesmas regras válidas para pessoas físicas e jurídicas à Fazenda Pública em juízo; • Contenção da litigiosidade temerária: tem como meta penalizar quem usa a Justiça apenas como forma de ganhar tempo. De acordo com Sérgio Renault, o governo vem se movendo nesse sentido e, por isso, assinou um pacto em favor de um Judiciário mais rápido, em dezembro de 2004. Desde então, identifi cou, priorizou e sugeriu 24 projetos de lei para melhorar essa legislação. Cinco deles já se tornaram leis.
volume concentrado em poucos: governo federal, governos municipais, estaduais e grandes corporações. Além disso, lembrou Renault, há uma grande desarticulação institucional, ou seja, os outros poderes não se empenham na Reforma do Judiciário. Papel do Executivo Para Sérgio Renault, nessa problemática, o papel do Poder Executivo é o de melhorar a articulação institucional, que implica um grande projeto que vise projetar o Judiciário nacionalmente: “É preciso, para isso, modernizar a gestão, fazer uma reforma infraconstitucional e uma reforma constitucional.” • Modernização de gestão: foi desenvolvida uma metodologia que privilegia o modelo das best practices, de forma que seja levada a cabo pelos próprios agentes do Judiciário como, por exemplo, juízes e outros servidores da Justiça. Foi realizado, entre outras iniciativas, o Prêmio Innovare de best practices com a Companhia Vale do Rio Doce. Além disso, houve racionalização, desburocratização e padronização de procedimentos como nos programas Bacen Judiciário e Penhora On Line. Outra questão atacada foi a informatização do Judiciário e o incentivo à conduta dos governos no sentido de evitar congestionamento do Judiciário, por meio de súmulas administrativas da Advocacia Geral da União, incorporação de novas tecnologias e qualifi cação dos quadros administrativos.
Reforma Constitucional Em dezembro de 2004, foi aprovada a Emenda Constitucional nº 45, que tramitava então no Congresso havia 12 anos e que visa criar órgãos de Controle e Planejamento Externo do Judiciário, fortalecer o Supremo Tribunal Federal, tornar federais tratados internacionais de Direitos Humanos, aumentar as defensorias públicas e a Justiça itinerante e descentralizar a Justiça para dar mais acesso ao Judiciário, além de estabelecer concursos públicos, quarentena e férias coletivas (direitos, deveres e garantias para juízes) e de democratizar interna e externamente os órgãos especiais e decisões administrativas públicas, via aumento de transparência do sistema.
Perspectivas Reforma Infraconstitucional Para Sérgio Renault, ainda há muito a ser feito. A gesA Secretaria de Reforma do Judiciário identifi cou, tão tem de ser mais modernizada, o que deve ser consesegundo Renault, que a falta de atualização dos códiguido via projetos de lei já em andamento nesse sentido. gos de Processo Civil, Penal e da legislação trabalhista é Por outro lado, o Congresso deve aprovar os demais responsável por grande parte da lentidão dos trâmites 19 projetos de lei que o governo lhe enviou para dos processos no Brasil. Por isso, estabeleceram-se os análise, entre os quais, seguintes princípios: por exemplo, o PLC • Tratamento efi51/2006, PL 4725/04, PL ciente para ações Reforma Infraconstitucional 4108 /04, PL 13/06 e PL repetitivas: com um 136/04, que tratam da projeto de lei, visa-se Projetos de lei aprovados execução de títulos a que ações seme• Execução de Títulos Judiciais extrajudiciais e simplilhantes tenham a (Lei 11.232/05, em vigor a partir de 23/06/06) ficação de procedimenmesma sentença; tos cíveis de partilhas • Simplifi cação do • Limitação dos agravos de instrumento de bens e inventários, sistema recursal: (Lei 11.187/05, em vigor a partir de 18/01/06) entre outros temas. objetiva manter os • Súmula Impeditiva Quanto à Reforma recursos, mas de Constitucional, Renault forma mais racio(Lei 11.276/06, em vigor a partir de 09/05/06) acredita que ainda presnal, para que não • Prazo para pedido de vista nos Tribunais cinda de legitimação e sejam usados como (Lei 11.280/06, em vigor a partir de 18/05/06) consolidação do Consemodo de protelar lho Nacional de Justiça decisões; • Racionalização do julgamento de processos repetitivos e do Conselho Nacional • Valorização das (Lei 11.277/06, em vigor a partir de 09/05/06) do Ministério Público. sentenças de 1º grau: Também é necessário, tem como escopo
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segundo ele, regulamentar as disposições da Emenda 45 (especialmente a Súmula Vinculante), além de tratar de obter repercussão geral e tornar federais os crimes contra os Direitos Humanos. Outro ponto a ser conquistado seria a aprovação da Emenda Constitucional 358/05, contra o nepotismo e a favor da Súmula Impeditiva de Recursos Inadequados ao Supremo Tribunal Federal e Superior Tribunal de Justiça.
Em análise, a relação crescimento econômico e Poder Judiciário
Andrea Felizolla
O secretário da Reforma do Judiciário, Pierpaolo Bottini, proDebate feriu palestra em que analisou de Os temas tratados pelo subforma crítica a relação entre o creschefe de Assuntos Jurídicos cimento econômico e o Poder Judida Casa Civil da Presidência ciário, partindo da Constituição de da República, Sérgio Renault, 1988, “quando a sociedade passou foram muito discutidos após a discutir a Reforma do Judiciário sua palestra: junto com os círculos do Direito, do • Qual será o futuro da governo e da economia”. Súmula Vinculante? Desde então, segundo Bottini, Segundo Renault, trata-se de estuda-se essa relação, mas quase uma alteração constitucional Pierpaolo Bottini: diálogo de surdos sempre se estabelece um “diálogo aprovada em dezembro de 2004 de surdos, em que os juristas não que determina que a administraabrem mão de seu sistema e os economistas pressionam ção pública, além de juízes e tribunais, tem de seguir pelo funcionamento mais objetivo dos negócios no Brasil”. todas as diretrizes emanadas do Supremo Tribunal FedeEnquanto isso, o funcionamento do Judiciário impacta, ral via súmulas. Porém, desde então, o STF não definiu nesim, sobre o crescimento econômico, num grau que nhuma Súmula Vinculante, que reduziria a liberdade dos depende da área estudada. juízes na hora de decidir, impedindo-os de fazê-lo apenas conforme suas convicções, mas logo isso pode ocorrer, Os impactos desde que a magnitude do assunto seja compatível com Segundo Pierpaolo Bottini, o funcionamento do sistema uma medida desse porte. judicial tem reflexos importantes sobre o desenvolvimento • Qual a sua opinião sobre os mediadores profissionais? dos negócios do País, em especial nas seguintes situações: De acordo com Sérgio Renault, a mediação, hoje, é • Confiança de empresas e investidores nas aplicações uma necessidade. Um dos projetos de lei que encabeno Brasil, em medida difícil de estabelecer, uma vez que çam a lista dos mais importantes do governo trata jusvai depender do setor em questão; tamente de arbitragem e mediação, como o passo ante• No mercado de crédito, o impacto maior é na disporior à primeira instância judicial.
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encontro Acrefi uma decisão política para o campo judicial; ou seja, falta um sistema simples e rápido de vinculações e consolidação de jurisprudências. Mais: o Poder Judiciário tem cada vez mais consciência de que a decisão do juiz não se limita a fazer justiça entre as partes, mas tem fortes conseqüências econômicas sobre os setores atingidos. Por exemplo, no mercado de seguro de vida, uma decisão de um tribunal superior exigiu o pagamento de uma indenização à família de um suicida. Isso maculou o mercado e fez com que as seguradoras incorporassem esse novo risco a seus custos, gerando impacto sobre todo o mercado. Outro exemplo é o dos contratos de leasing com base na flutuação cambial, situação em que o STF decidiu que as empresas desse segmento teriam de suportar as perdas com a desvalorização do real diante do dólar, o que reduziu sobremaneira esse negócio. Há ainda outra situação comum na área de crédito, que versa sobre o depósito de valores incontroversos. Para se discutir R$ 10 de R$ 100 que estão sendo cobrados, nada se paga até a decisão judicial final, embora o devedor não negue que deve R$ 90. Isso ocorre, embora exista uma decisão, que vigora para todo o setor e não em apenas um processo em especial, de que o valor incontroverso tem, sim, de ser pago, para pôr em discussão apenas o restante.” 3 – Devido à morosidade do Judiciário: “A morosidade do Judiciário, na verdade, reflete toda a lentidão do processo decisório do Estado burocrático. Aliada à imprevisibilidade da decisão judicial, a questão se agrava, principalmente porque é preciso manter a isonomia de direitos. Ou seja, é mais importante a existência de um sistema ágil de consolidação de jurisprudências, decisões e orientações do que propriamente de vinculações.”
nibilidade de recursos para emprestar. De acordo com dados do Banco Central citados por Bottini, na fase extrajudicial de cobrança, a perda de 17% dos créditos concedidos; na etapa judicial, de 39% e, na de execução, de mais 20%, o que implica perda de 76%, que é o verdadeiro impacto no custo dos financiamentos. Ou seja, o custo de recuperação dos créditos via judicial é alto, o que reflete num custo proporcionalmente maior dos financiamentos no País. Bottini exemplificou: “Em janeiro de 2004, antes da regulamentação do crédito consignado, o crédito pessoal tinha custo de 7% ao mês. Com o advento do desconto em folha de pagamento, o crédito pessoal cresceu 34% e seu custo caiu para 2%. Isso ocorreu porque, antes do consignado, era preciso recorrer ao sistema judicial, com todos os seus custos inerentes, para receber parte dos créditos concedidos e não pagos. Depois dele, faz-se a execução de ‘mão própria’.” As razões O Poder Judiciário e seu funcionamento têm impacto significativo no mercado de crédito e no crescimento econômico, segundo Pierpaolo Bottini, por três motivos principais: 1 – Devido ao nosso processo de criação legislativa: “Numa democracia, a tomada de decisões é do Congresso, ou seja, trata-se de um processo cheio de conflitos. O resultado natural disso é que dele emerge um texto legal que não é claro nem conciso nem preciso, muito pelo contrário – costuma ser confuso e genérico, de forma a abranger todas as correntes. Um bom exemplo é a discussão sobre o descanso semanal remunerado do trabalhador. Houve um debate enorme sobre se a folga deveria ser ‘aos domingos’ ou ‘conforme o dissídio da categoria profissional’. Para pacificar e contentar a todos, a lei diz que o ‘descanso semanal remunerado deve ocorrer preferencialmente aos domingos’, o que diz tudo e não diz nada. Ou seja, o Legislativo, conscientemente, joga para o Judiciário esse tipo de questão.” 2 – Devido à qualidade das decisões dos juízes: “Quase sempre as decisões dos juízes são pró-devedor e inconsistentes. Porém, não existe demonstração empírica de que haja correlação entre más decisões judiciais e insegurança econômica. Em quase todos os países do mundo, na prática, isso é verdade. Não há uma relação direta entre investimentos e previsibilidade jurídica, o que dificulta saber em que grau a qualidade das sentenças reflete no desenvolvimento econômico. Mesmo assim, continua sendo necessário estabelecer formas de decisão um pouco mais estáveis. É claro que há um certo tipo de investimento que é atraído por países com insegurança jurídica, mas isso não se aplica ao mercado de crédito. Além disso, a falta de previsibilidade nas decisões dos juízes se deve ao fato de o Legislativo ter transferido
Soluções Segundo Pierpaolo Bottini, há pelo menos três projetos fundamentais para que haja maior agilidade no Judiciário e se tenha um ambiente mais propício aos negócios no Brasil. Em primeiro lugar, a solução passa pela redução do input de grandes empresas e do Poder Público no Judiciário, o que depende de maturidade e responsabilidade na hora de impetrar recursos judiciais, para diminuir a litigiosidade. Existe, inclusive, um estudo do governo em parceria com o Banco Mundial nesse sentido, lembrou Bottini. Em segundo lugar, é fundamental tornar obrigatória a tentativa de arbitragem antes de dar início a processos judiciais, agilizando assim o Judiciário. Em terceiro, vem uma nova forma de gestão do Poder Judiciário, que passa por temas como a retirada da alçada judicial dos divórcios, das partilhas de bens e separações em que não há conflitos, além das execuções fiscais incontroversas.
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Para Pierpaolo Bottini, também é de grande relevância tratar ações de massa como se fossem uma ação única, como é o caso da recente discussão sobre a cobrança da assinatura dos serviços de telefonia fixa. Outro ponto: é necessário mudar a legislação processual para permitir que o Judiciário ande mais rápido e dar-lhe instrumentos e incutir-lhe mais racionalização, propiciando uma melhor gestão, o que passa pela criação do Conselho Nacional de Justiça e por ferramentas como a da penhora on-line, que em breve deve ser estendida aos financiamentos de veículos. Na prática, explicou Bottini, “cada vez mais o mundo jurídico se preocupa em entender o mundo econômico e vice-versa”.
Cenário internacional e perspectivas para o Brasil
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O convidado internacional do 1º Seminário Internacional de Crescimento Sustentável da Acrefi, Albert Fishlow, professor da Universidade de Colúmbia e presidente do Instituto de Estudos Brasileiros da instituição, iniciou sua explanação aos participantes do evento dizendo que há uma relação cada vez mais próxima entre a economia mundial e a brasileira. Sendo assim, traçou o cenário internacional, indicando que o mundo passa por um período especial, com taxas de crescimento diferentes das dos últimos 30 anos, Debate Albert Fishlow: crescimento das transações fi nanceiras entre 4,5% e 5%, semelhantes às Nas discussões que se seguido início da década de 70, porram à palestra de Pierpaolo Bottanto. Atualmente, segundo Fishlow, “temos um período tini, alguns temas surgiram como expoentes: muito melhor em face da globalização que se intensifica: • Onde estaria o controle da efi ciência dos juízes? no começo dos anos 70, a relação entre crescimento interEssa é uma questão administrativa e uma discussão nacional e PIB era de 2,0, chegou a zero e, atualmente, complexa, embora fundamental. É o Conselho Nacioexiste novamente: é de 1,8 quando se contrapõem o cresnal de Justiça que estabelece as políticas judiciais, a cimento do comércio mundial e o PIB global, ou seja, é gerência dos tribunais, gestão de cartórios e juízes. 20% maior, está cinco pontos percentuais acima do pataTudo isso pode ser feito por administradores, aplicanmar da década passada”. do-se um sistema de controle de metas, mas também O professor da Universidade de Colúmbia continuou: de controle jurídico. Há, entretanto, resistências corpo“Hoje, os exportadores são os países de periferia como rativas como, por exemplo, na hora de medir a produtiChina, Coréia do Sul e outras nações da Ásia, além do vidade dos juízes, mesmo que se leve em conta a comMéxico, enquanto as desenvolvidas se tornaram importaplexidade diversa de cada processo. doras desses produtos, o que se traduz numa mudança • Por que não se simplifi ca de uma vez o Judiciário? fundamental. Daí ressaltarmos tanto a importância, por Existe o temor de que a simplificação demasiada exemplo, do agribusiness para o Brasil.” do Judiciário e do processo judicial implique inefiOutro ponto de destaque na análise do professor cácia. Há que se reconhecer, porém, que, do modo Albert Fishlow foi “a alta velocidade do grande crescomo é hoje, o sistema permite até que se lucre com a cimento do volume de transações fi nanceiras, o que postergação de pagamentos por meio da impetração implica maior investimento estrangeiro direto, com de recursos inadequados no Judiciário, enquanto os transferência de tecnologia de comunicação, resultando recursos efetivamente devidos são aplicados no mermuito mais integração no mundo. Na América Latina e cado financeiro. no Brasil, em especial, é essencial lembrar que esse pro• Como deverá ser a penhora on-line no financiacesso deve ter continuidade. Os Estados Unidos, a China mento de veículos? e outras nações da Ásia crescem a taxas maiores do que A penhora on-line já se aplica hoje no segmento de as dos países latino-americanos. Cerca de 35% do crescontas-correntes. O funcionário que carimbava a papecimento mundial tem como origem a expansão das ecolada passou a enviar avisos on-line. No segmento de nomias norte-americana e chinesa, mas outros se junveículos, podemos solicitar que o juiz envie ao Denatam a esse grupo, como é o caso de países da União tran um gravame, por meio de um processo cujo protóEuropéia e Japão, sem falar nos da Europa Oriental”. tipo deve estar concluído até o final deste ano.
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encontro Acrefi Dúvidas e advertências Tudo isso gera desemprego, O professor Albert um problema que “político The World Economy Fishlow advertiu que nem nenhum do mundo quer Will globalization survive even such a “soft” tudo é positivo no mundo explicar ao povo”. landing, not to mention a less well structured atual: “Antigamente não Essas dificuldades se reperealignment? havia, por exemplo, a Rodatem nas demais nações, mas da de Doha, que implicou pouco se fala sobre isso Is there now sufficient global diversification crescimento de elementos abertamente, empurra-se o – and sufficient leadership – for a new Plaza de protecionismo. A Europa problema para mais tarde, Accord? recentemente começou a disse Fishlow. Porém, segunlimitar a entrada de prodo ele, é preciso verificar And what about Brazil? dutos manufaturados da que, se os Estados Unidos China. E passou a direciopararem de crescer, as consenar o foco para os ganhos qüências serão sentidas glonacionais e individuais; ou seja, não há disputa apenas balmente. O que aconteceria se a China parasse de comsobre tarifas, mas também sobre taxas de câmbio, principrar títulos da dívida norte-americana? Os juros aumentapalmente no que se refere à China, que tem cerca de US$ 1 riam demais, afirmou o professor de Colúmbia. trilhão em reservas.” Por isso, ele enfatizou a necessidade de um ajuste comOutra dificuldade apontada pelo professor da Universipatível com os interesses internacionais globais, embora dade de Colúmbia é o fato de a economia norte-americana tenha dúvidas de que haja atualmente liderança e diversifiestar dando sinais de desaceleração e possível recessão, de cação suficientes para se estabelecer um pacto desse tipo, modo que as taxas de juros e a inflação têm aumentado. como se fez, por exemplo, no Acordo de Plaza. Problemas nos EUA Os principais problemas dos Estados Unidos hoje, segundo Albert Fishlow, são: • Redução dramática das vendas de imóveis residenciais, um setor que na última década teve grande importância no crescimento dos EUA. Em 2005, os preços foram bastante majorados, elevando as riquezas individuais, já que, nos Estados Unidos, 67% das famílias têm casa própria; • O preço do petróleo no mercado internacional aumentou muito; e a dependência de importações dos Estados Unidos nesse setor chega a 70%. Neste ano, a alta foi de 25%, o que se reflete muito e diretamente no índice de preços norte-americano, ainda mais quando se adota, como é o caso, um sistema de metas de inflação. Por isso já temos elevação de juros. Por outro lado, o país mantém-se atento a acordos internacionais nesse setor, em especial os firmados com a Venezuela e a Bolívia, por exemplo. O xisto a US$ 70, agora, está sendo estudado como energia alternativa, dado o preço atual do petróleo; • Surgem os déficits gêmeos: problema fiscal dos EUA somado a um sistema previdenciário no vermelho. O problema fiscal apareceu rapidamente, a partir do ano 2000, e se mantém, embora as taxas de curto prazo estejam, temporariamente, em queda. O défi cit na conta-corrente previdenciária norte-americana está hoje em torno de 6,5%, mas não se sabe se vai se estabilizar nesse patamar. A solução é o ajuste, que implica crescimento menor, aumento de impostos, redução de consumo, maior poupança interna (atualmente em 13% do PIB), desvalorização cambial para fazer crescer a concorrência internacional...
O Brasil Boas notícias – O presidente do Instituto de Estudos Brasileiros da Universidade de Colúmbia comentou que “o Brasil estabilizou sua economia com o Plano Real, em 1994, e passou ao sistema de metas de inflação, tendo hoje uma taxa de 4% ao ano, que poderia ser menor. Além disso, começou a gerar grande superávit primário em 1999 de forma contínua e elevou extraordinariamente as taxas de exportação nos últimos cinco anos, produzindo, inclusive, um superávit de 2% em conta-corrente. Atualmente, as exportações atingem entre 17% e 18% do PIB, ou seja, representam 1,1% do comércio mundial, o que ainda é muito pouco e pode crescer muito, muito mais”. Más notícias – Por outro lado, explicou Albert Fishlow, a taxa de crescimento do Brasil continua baixa, descontínua e aquém da verificada nos demais países latino-americanos: “Agora, o mundo todo está crescendo, e a falta de maior pujança no crescimento do Brasil não é culpa só do Banco Central. Atualmente, um terço dos investimentos é financiado pelo BNDES a menos de 5% reais, todas as multinacionais têm acesso ao mercado internacional para captar recursos e houve forte expansão do crédito consignado nos últimos dois anos. Portanto, a culpa não deve recair apenas na Selic, que, é claro, influencia o crescimento brasileiro, mas não é o problema básico.” O que fazer A melhoria da performance do Brasil passa por um ajuste fiscal que permita a redução de juros e de gastos públicos ao mínimo, com elevação do consumo por parte do governo, além de uma nova reforma previdenciária cujo resultado não mescle previdência com assistência social, afirmou Fishlow.
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Segundo ele, também é necessária uma taxa de investimento de pelo menos 25% para o País crescer entre 4,5% e 5% ao ano, absorvendo o desemprego e permitindo a diminuição da carga tributária, um maior estímulo aos investimentos do setor privado e elevação da taxa de investimentos por parte do setor público. “A única política disponível no Brasil para desencorajar os gastos é a monetária; ou seja, aumentar a Selic para não deixar a inflação subir”, disse o professor Albert Fishlow aos presentes ao 1º Seminário Internacional de Crescimento Sustentável, realizado pela Acrefi. De acordo com ele, neste momento, a situação deveria ser outra no Brasil, “o País não poderia mais depender de taxas superiores a 1% ou 2% de investimentos estrangeiros; depender de algo em torno de 5% é perigoso demais, no caso de haver uma saída abrupta de recursos. Por isso, o Brasil precisa de mais poupança interna, o que poderia permitir aumento de importações e redução unilateral do protecionismo, facilitando a entrada de capitais e intermediação de bens”.
sistema político funcional; ou seja, uma reforma política que leve a uma democracia funcional. Também é preciso, de acordo com o especialista, alterar a política brasileira em relação ao Mercosul, que ele considera “errada”, uma vez que, em sua concepção, a alternativa do Brasil não é nem a Argentina nem a Venezuela, mas o mundo. Educação é outro item para o qual Albert Fishlow chamou a atenção, afirmando que é essencial concentrar esforços no sistema educacional, que também deveria ser reformado, uma vez que o Brasil não conseguirá atingir o nível dos países desenvolvidos com a Educação que tem hoje. Ele sugeriu acabar com as grandes diferenças regionais nessa área, implementar mensalidades nas universidades públicas para os alunos que podem arcar com elas, compensando assim as dos que não podem pagá-las. De acordo com Fishlow, Educação de qualidade não visa apenas melhorar a capacidade de concorrer com outros países, mas também e principalmente obter uma melhor distribuição de renda no País.
Reforma geral Outra advertência do professor Fishlow foi a de que é necessário fazer, de imediato, reformas institucionais que garantam maior segurança jurídica, em especial do sistema de regulamentos do País, além da criação de um
Projeção “Só com a combinação de todas essas políticas, o Brasil poderá crescer de forma acelerada, ser efetivamente um dos BRICs e, mesmo em caso de recessão nos EUA em 2006/2007, ter como se desenvolver de forma mais justa e igualitária.” (Albert Fishlow)
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encontro Acrefi a cargo do presidente da entidade, Érico Sodré Quirino Ferreira. Segundo ele, como a bonança mundial não deve mesmo perdurar, a solução é simples: “Basta seguir o Pacote do Fishlow!” Além disso, o presidente da Acrefi lembrou que precisamos rezar para que a chamada “bolha imobiliária” dos Estados Unidos não estoure, já que o Brasil não está preparado para essa eventualidade. Para ele, o Brasil, que “deveria agir como a formiga, adota a postura da cigarra”. Érico Sodré Quirino Ferreira enfatizou ainda que o governo federal tem trabalhado pela melhoria da situação econômica, visando à redução do impacto jurídico na economia. E exemplificou: “Em Estados como o Rio Grande do Sul, em que há maior incidência de ações revisionais, nas Câmaras em que não é obrigatório o depósito do incontroverso, o tomador de empréstimo acha que vai discutir juros e não paga multas de trânsito, IPVA, pede acesso à Justiça gratuita e ainda não quer pagar nada!” Como sempre, e mantendo a tônica de todas as palestras do evento, o presidente da Acrefi salientou a importância da Educação: “Tenho convicção de que um povo culto e educado demandará economia de gastos públicos, o que nos levará ao tão sonhando crescimento sustentado.”
Debate Os participantes do 1º Seminário Internacional de Crescimento Sustentável, realizado pela Acrefi, questionaram o posicionamento de Albert Fishlow quanto ao Mercosul: • O Brasil não teria maior poder de negociação num bloco como o Mercosul? O Mercosul tem menos transações comerciais hoje do que há dez anos e não tem sido fonte de crescimento para o Brasil. Negociação em bloco? A Argentina, ano a ano, impõe mais e mais barreiras alfandegárias aos produtos brasileiros. Além disso, a Venezuela não será uma área de grande demanda de produtos do Brasil, porque seu crescimento tem ocorrido continuamente nos últimos cinco anos, mas apenas com base na alta dos preços do petróleo. No futuro, esses preços tendem a se estabilizar, devido às energias alternativas que estão em estudo e que passam a ser economicamente viáveis com o barril do petróleo no patamar dos US$ 70. Assim, a demanda por petróleo da Venezuela não deve crescer mais na mesma proporção dos últimos anos. Por isso, não há vantagem para o Brasil ao dar preferência à Argentina e à Venezuela. Por que não optar por China e Índia? Receita Fishlow, orações e, claro, EDUCAÇÃO! O encerramento do 1º Seminário Internacional de Crescimento Sustentável, realizado em setembro pela Acrefi, ficou
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variedades
Os deliciosos vinhos alemães Pode fazer um frio de gelar os ossos na linda Alemanha. O inverno deixa os campos brancos de neve e andar com ventos é para pingüim nenhum botar defeito. Por esta razão, o limite mais ao norte para o plantio de vinhedos europeus é alcançado na Alemanha, na mesma latitude de Newfoundland, no Canadá. É admirável neste sentido o trabalho dos viticultores germanos, que fazem alguns dos melhores vinhos brancos do mundo, numa área de apenas 438 km2 e nas condições viticulturais mais difíceis e desafiadoras. Os custos de seus vinhedos são considerados os mais altos do mundo. As áreas de vinhedos se situam ao longo de vales do Rio Reno, em localidades como Rheingau, Rheinhessen, Rheinpfalz, e seus afluentes, como o Mosel, o Saar, o Nahe, o Ruwer e também nos distritos de Baden Wurttenberg e Franconia. Foram os romanos aqueles que plantaram os primeiros vinhedos organizados. A seguir, a Igreja e seus monastérios da Idade Média aperfeiçoaram os vinhos. Foi o bispo Fulda quem descobriu a técnica de fazer vinhos finos doces com cachos supermaduros e atingidos pela podridão nobre dada pela Botritis cinérea. Em vez de jogar-se tudo fora, como outrora, passou-se a produzir um dos néctares mais demandados no mundo. Nos tempos modernos, de 1946 em diante, numerosos pequenos vinhedos foram sendo unificados, criando-se maior volume de produção e uma melhoria tecnológica de ponta. Entre os bons vinhos, merecem atenção aqueles que são produzidos com uvas de qualidade. Vale a pena experimentar o riesling alemão, aristocrático, majestoso, suave e adocicado, produzido no Mosel,
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no Saar e em Ruwer. O vinho que provém da variedade sylvaner é rico e mais produtivo, e se aprecia em Rheinhessen e Rhein-Pfalz. O Gewürztraminer ou Traminer simplesmente tem um bouquet que evolui em especiarias e se oferece em Pfalz, contudo é difícil de produzir. Já o Müller - Thürgau, que é uma hibridação entre o riesling e o sylvaner, gera vinhos claros, simples e de excelente aceitação comercial. Uma boa dica é descer o Rio Reno de barco, ou pelas estradas dirigir um carro, parando nas pequenas cidades de suas beiradas, em plena primavera ou verão, para entrar nas lojas de vinhos e embutidos. Sair com duas garrafas, alguns salsichões, um pão preto e subir uma montanha para entrar num castelo medieval é uma aventura maravilhosa. Estende-se à base de um piquenique uma bela toalha e com os acepipes apronta-se uma mesa improvisada. Não devem faltar os vinhos de Rheingau, que considero dos mais finos do mundo, e que são defendidos pelas montanhas Taunus, cheias de florestas. Naturalmente, para os que gostam de uma vida mais regrada, as empresas de turismo oferecem tours interessantes, em que se visitam porões, casarões e ótimos restaurantes. Um einsbein, um joelho de porco defumado e bastante chucrute com batata rösti não podem faltar. Em Rheingau, vale a pena visitar alguns vinhedos famosos, como Schloss
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tendência
Flávio Roberto Guarnieri
Luz amarela no setor automobilístico TEREZA MARIA FERNANDEZ DIAS DA SILVA, SÓCIA DA MB ASSOCIADOS
Nas exportações, os números começam a ficar negativos. Queda de 5,4% nos segmentos não-agrícolas
Gráfico I – Vendas totais em unidades – mercado interno 1.050.000 Crescimento Anual
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2001 2002 2003 2004 2005 2006
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+12% -1% +2% +8,7% +9,9% +13,9%
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Projeção Realizado Projeção Anterior
450.000 350.000
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Fonte: FENABRAVE. Elaboração e projeção: MB Associados.
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é dramática. Depois de perder em volume (22% em 2005), neste ano acumula, até o mês de agosto, uma queda de 32% (entre tratores, colheitadeiras etc.). Apesar do bom desempenho do mercado interno em 2006, e que se espera continuar em 2007, como apontado no gráfico I, o setor é preocupante no médio prazo, principalmente em relação à sua produtividade diante da de outros países. Isso é mais verdadeiro em relação às montadoras do ABC, que são mais antigas e estão tentando diminuir custos e provar que são produtivas para escapar do “efeito VW”
22,6 mil unidades (7% acima do mesmo período de 2005). É por esse motivo que a única das cinco fábricas da VW excluídas do processo de reestruturação é a unidade de Resende (RJ), que produz caminhões e ônibus. A situação das exportações de máquinas agrícolas
I.9
A indústria automobilística segue apresentando bom desempenho em 2006, embora abaixo do ano passado. Até o mês de agosto, a produção de veículos cresceu 4,6% segundo a Associação Nacional dos Fabricantes de Automóveis (Anfavea), atingindo aproximadamente 1,8 milhão de unidades. O segmento de máquinas agrícolas, que não está considerado na estatística anterior, continuou com fraco desempenho, com queda de 20% (o segmento já tinha perdido 24% no seu volume de produção no ano de 2005). No mercado interno, as vendas estão aquecidas. Segundo dados da Federação Nacional de Distribuição de Veículos Automotores (Fenabrave), até o mês de agosto, as vendas cresceram 9,6% (sem considerar as vendas de motos), com destaque para o segmento de ônibus, que acumula no período um incremento de 24,4%. O mercado de motos se superou, com vendas de 820,2 mil motos (+22,4% em relação a igual período do ano passado). Nas exportações, os números começam a fi car negativos. Em unidades, os números até o mês de agosto apontam para uma queda de 5,4% quando somamos todos os segmentos não-agrícolas. Aumento se observa apenas em caminhões,
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DEBATE Gráfico II – Quantum de exportação e importação de automóveis – crescimento acumulado em 12 meses % 60
51,6 40 20
10,3 0
PERSPECTIVAS DO CRÉDITO PARA 2007 27/11/2006
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quantum de exportação quantum de importação
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I.0 6
05 III.
5 I.0
III. 04
III.
I.0 4
03
3 I.0
III. 02
I.0 2
01 III.
1 I.0
III. 00
I.0 0
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Local: Auditório da Serasa Alameda dos Quinimuras, 187 São Paulo, SP
Fonte: Funcex. Elaboração: MB Associados.
(fechamento). Um bom exemplo dessa preocupação é a recente decisão da VW de decretar o fim das exportações do Fox para a Europa. A montadora está substituindo o Fox Europa (fabricado na unidade do ABC) pelo Pólo, que será fabricado na Rússia a partir de 2009. No plano original, deveriam ser exportadas 100 mil unidades /ano do Fox para vários países da Europa. Agora, deverão ser embarcadas 60 mil unidades em 2006, 30 mil em 2008 e as últimas 7 mil em 2009. Na mesma direção, estão as recentes perdas de contratos da GM para a Coréia (25 mil Corsas e Astras que seriam vendidos na Venezuela, no Equador e na Colômbia) e as 12 mil Merivas que serão fornecidas pela Espanha. No Brasil, o custo do trabalho é mais que o dobro do que na maioria dos países asiáticos, em especial China e Índia. Com o real valorizado, a tarefa de exportar se torna cada vez mais difícil. Além disso, os impostos atingem 30% do valor do carro. Isso tudo, aliado a um crescimento aquém do esperado da demanda interna, tem feito com que novos investimentos no setor estejam cada vez mais escassos. Segundo o presidente da General Motors do Mercosul, Ray Young, o mercado interno necessário para trazer novos investimentos para o Brasil, seria
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Realização
Apoio Institucional
Apoio
• BICUDO • CHECKAUTO • COMLINK • COMPULETRA • EDF • FABRACOR • LOGISTECH • PARTNER • SISCOM • TAMER
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Esses números desconsideram os comerciais leves.
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necessária uma expansão de demanda interna de, pelo menos, 2 milhões de automóveis1 por ano, até 2010, o que signifi caria um crescimento de 5% a.a. Visto de hoje, como isso parece pouco provável, o Brasil passará a ter uma menor participação no mercado automobilístico. Esse recuo de investimentos implicará, principalmente, a nãoutilização tecnológica e a diminuição da produção de novos modelos em solo brasileiro, com impacto direto na balança comercial. Na verdade, em termos de velocidade de crescimento de exportações e importações, isso já vem ocorrendo, como aponta o gráfico II. Quando os carros chineses começarem a chegar, com preços inferiores ao Fiat Mille (o mais barato no mercado brasileiro), esse movimento poderá se acelerar. O que poderia minimizar esse efeito é o nosso diferencial na engenharia e no crescimento da exportação de tecnologia de automóveis, em particular na tecnologia de biocombustível, mas também no desenvolvimento e na adaptações de projetos a partir dessa tecnologia. O grande desafio do setor continua sem ser superado: novos investimentos.
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artigo
Para onde vão nossos impostos JOSÉ MÁRCIO CAMARGO, SÓCIO DA TENDÊNCIAS CONSULTORIA INTEGRADA
Para reduzir a carga tributária, é indispensável uma drástica reforma do sistema de Previdência e assistência social, que diminua os gastos como proporção do PIB, senão no presente, pelo menos no futuro
“O Brasil tem carga tributária de Primeiro Mundo e serviços sociais de Terceiro Mundo.” Essa frase tem sido dita e repetida sistematicamente por empresários, analistas, políticos, candidatos a diferentes cargos legislativos e executivos, profissionais liberais etc. e está se tornando lugarcomum na imprensa falada, escrita e televisiva do País. Não há dúvida de que a carga tributária brasileira é extremamente elevada, 37% do PIB, e cresceu substancialmente nos últimos oito anos. Nesse sentido, a frase que inicia este artigo é correta. A carga tributária no Brasil é comparável à carga tributária de países ricos do Primeiro Mundo. Entretanto, será que o complemento da frase, “e serviços sociais de Terceiro Mundo”, está correta? E caso a resposta a essa pergunta seja afirmativa, para onde vai o dinheiro arrecadado? Comecemos pela segunda pergunta, para onde vai o dinheiro arrecadado pelo Estado com tributos. O governo brasileiro gasta 13% do PIB com aposentadorias e pensões, gasta 4,5% do PIB em educação e 7,5% do PIB em saúde. Ou seja, somando os gastos com esses três serviços sociais, chegamos a um total de gastos correspondente a 25% do PIB do País, o que significa 68% do
O governo gasta 13% do PIB com aposentadorias e pensões, 4,5% em educação e 7,5% em saúde total de impostos arrecadados. Se acrescentarmos mais 5% do PIB de pagamento de juros da dívida pública e 4,25% correspondente ao superávit primário do setor público necessário para diminuir a dívida e, portanto, os juros no futuro, chegamos ao total de 34,25% do PIB. Sobraram 3% do PIB para os demais gastos, infra-estrutura, segurança, agricultura, ciência e tecnologia etc. Como esse dinheiro é considerado muito pouco para as necessidades desses setores, o governo brasileiro tem um déficit anual, ou seja, gasta mais do que arrecada de tributos, de aproximadamente 4% do PIB. Portanto, para todos os outros setores, mais a manutenção do Estado, são destinados 7% do PIB a cada ano (os 3% que sobraram mais o déficit nominal de 4% do PIB). De todas as rubricas de gastos descritas alguns dirão que o total de recursos destinado ao pagamento de juros está excessivamente elevado e poderia ser reduzido. Entre-
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tanto, ainda que fosse possível cortar a taxa de juros real à metade, ou seja, em 5 pontos porcentuais, sem gerar pressão adicional sobre a taxa de inflação, algo que parece difícil de acreditar, a economia de recursos seria da ordem de 2,5% do PIB. Um valor significativo, mas insuficiente até mesmo para eliminar totalmente o déficit nominal do setor público. Algo adicional teria que ser feito para viabilizar uma redução da carga tributária sem gerar aumento do déficit público e, portanto, sem risco de volta da inflação. Dos itens descritos, as proporções dos gastos com saúde e educação estão basicamente dentro da média internacional. Entretanto, os gastos com aposentadoria e pensões estão totalmente fora do padrão. O Brasil tem 6,5% de sua população composta de idosos, pessoas com 65 anos ou mais. Países com essa porcentagem de idosos na população gastam, em média, 6% de seus respectivos PIBs com essa rubrica. Ou seja, gastamos o dobro da média internacional. Estamos nos mesmos níveis de países europeus velhos, como França, Portugal, Holanda etc., que têm mais de três vezes a proporção de idosos na população do que o Brasil. Países FINANCEIRO
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asiáticos, como China e Índia, os quais nossos analistas gostam de citar como sendo exemplos a serem seguidos pelo Brasil, ou não têm qualquer sistema de Previdência Social (Índia) ou gastam menos de 2% do PIB com essa rubrica (China e Coréia do Sul). Suponha que o Brasil gastasse a média internacional com Previdência e assistência social. Ou seja, 6% de seu PIB. Nesse caso, o total de gastos com os setores sociais (Previdência, assistência, saúde e educação) seria de 19% do PIB e o total dos gastos públicos, excluindo o pagamento dos juros da dívida, atingiria 26% do PIB. Se mantivéssemos os gastos com os demais setores em 7% do PIB, teríamos um superávit nominal de 4% do PIB. O resultado seria uma queda dramática dos juros da dívida pública e uma redução ainda maior nos gastos totais, incluindo juros. Com isso, a carga tributária poderia ser reduzida sem qualquer risco de volta da inflação. Suponha que, diante desse cenário, os juros possam cair à metade, o que economizaria mais 2,5% do PIB e o superávit nominal seria de 6% do PIB. Nesse cenário, o governo poderia reduzir a carga tributária em 3 pontos porcentuais do PIB e, ao mesmo tempo, aumentar os investimentos em infra-estrutura, segurança, educação etc. e investimentos em geral em mais 3 pontos porcentuais do PIB, ainda assim, preservando o equilíbrio das contas públicas. Suponha, finalmente,
idosos. Sobra pouco para a educação, infra-estrutura e segurança
que da queda de 3 pontos porcentuais do PIB da carga tributária, 1 ponto porcentual seja convertido em investimentos pelo setor privado. Nesse caso, teríamos um aumento da taxa de investimento da ordem de 4 pontos porcentuais do PIB, o que elevaria a taxa de investimento total de 21% para 25% do PIB do País, o que permitiria à economia crescer sustentavelmente a taxas acima de 5% ao ano. Podemos agora responder à primeira questão colocada no primeiro parágrafo deste artigo. Ao contrário do que a afirmativa sugere, nosso sistema de aposentadoria e assistência social é muito mais generoso do que o de qualquer país do Primeiro Mundo. O resultado é que gastamos muito com nossos idosos e, como resultado, sobra pouco para ser gasto com a educação de nossas crianças, com segurança, infra-estrutura e com investimentos em geral. O governo brasileiro gasta 15 vezes mais per capita com as aposentadorias e pensões de nossos idosos do que com a educação de nossas crianças. Talvez por essa razão, os outros serviços sociais oferecidos pelo governo, saúde e educação, por exemplo, sejam de
Terceiro Mundo, como sugere a afirmativa. O presidente Luiz Inácio Lula da Silva, em recente entrevista a uma emissora de rádio, foi muito feliz ao afirmar que esta foi uma escolha da sociedade, implementada pela Constituição de 1988. A lição é simples: para reduzir a carga tributária é indispensável uma drástica reforma do sistema de Previdência e assistência social que diminua esses gastos como proporção do PIB, senão no presente, pelo menos no futuro. Como o atual sistema previdenciário e assistencial foi uma escolha da sociedade, devemos perguntar se ela está disposta a mudar essa escolha. Porém, nenhum candidato, inclusive os que defendem menos impostos, parece disposto a enfrentar esse problema de forma clara e transparente ao longo da campanha. E, sendo incapazes de enfrentar e discutir o problema ao longo de suas campanhas, os políticos que defendem redução da carga tributária, quando eleitos, não têm a legitimidade necessária para propor uma reforma realmente profunda do sistema de Previdência e assistência social e não encontram outra solução senão aumentar os impostos e, com isso, evitar que o desequilíbrio fiscal resulte em volta da inflação. O resultado final é que pagamos cada vez mais impostos e crescemos cada vez menos.
(josecamargo@tendencias.com.br)
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Gastamos muito com nossos
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banco de dados por INEPAD TAXAS MÉDIAS GERAL DATA
Aplicações % a.a.
Var. p.p.
Captações % a.a.
Var. p.p.
Spread % p.p.
Var. p.p.
ago/05 set/05 out/05 nov/05 dez/05 jan/06 fev/06 mar/06 abr/06 mai/06 jun/06 jul/06 ago/06
47,4 48,1 48,2 47,1 45,9 46,1 46,2 45,7 45 43,8 43,2 42,2 41,8
0,2 0,7 0,1 -1,1 -1,2 0,2 0,1 -0,5 -0,7 -1,2 -0,6 -1,0 -0,4
18,9 18,7 18,4 17,7 17,1 16,4 16,0 15,5 15,3 15,3 15,2 14,7 14,3
-0,1 -0,2 -0,3 -0,7 -0,6 -0,7 -0,4 -0,5 -0,2 0 -0,1 -0,5 -0,4
28,5 29,4 29,8 29,4 28,8 29,7 30,2 30,2 29,7 28,5 28 27,5 27,5
0,3 0,9 0,4 -0,4 -0,6 0,9 0,5 0,0 -0,5 -1,2 -0,5 -0,5 0
Variação ago-ago
-5,6
-4,6
-1,0
Fonte: Banco Central do Brasil/INEPAD
PESSOA FÍSICA DATA
Aplicações % a.a.
Var. p.p.
Captações % a.a.
Var. p.p.
Spread % p.p.
Var. p.p.
ago/05 set/05 out/05 nov/05 dez/05 jan/06 fev/06 mar/06 abr/06 mai/06 jun/06 jul/06 ago/06
61,1 62,1 61,7 60,4 59,3 59,7 59,2 59,0 57,8 56,1 55,8 54,3 53,9
-0,2 1,0 -0,4 -1,3 -1,1 0,4 -0,5 -0,2 -1,2 -1,7 -0,3 -1,5 -0,4
18,2 18,0 17,8 17,2 16,5 16,0 15,5 15,0 14,9 15,0 15,2 14,6 14,3
0,0 -0,2 -0,2 -0,6 -0,7 -0,5 -0,5 -0,5 -0,1 0,1 0,2 -0,6 -0,3
42,9 44,1 43,9 43,2 42,8 43,7 43,7 44,0 42,9 41,1 40,6 39,7 39,6
-0,2 1,2 -0,2 -0,7 -0,4 0,9 0,0 0,3 -1,1 -1,8 -0,5 -0,9 -0,1
Variação ago-ago
-7,2
-3,9
-3,3
Fonte: Banco Central do Brasil/INEPAD
PESSOA JURÍDICA DATA
Aplicações % a.a.
Var. p.p.
Captações % a.a.
Var. p.p.
Spread % p.p.
Var. p.p.
ago/05 set/05 out/05 nov/05 dez/05 jan/06 fev/06 mar/06 abr/06 mai/06 jun/06 jul/06 ago/06
33,2 33,3 33,4 32,4 31,7 31,3 31,6 30,7 30,6 29,7 28,8 28,3 27,9
0,2 0,1 0,1 -1,0 -0,7 -0,4 0,3 -0,9 -0,1 -0,9 -0,9 -0,5 -0,4
19,5 19,2 18,9 18,2 17,7 16,8 16,5 16,0 15,8 15,7 15,3 14,9 14,4
-0,1 -0,3 -0,3 -0,7 -0,5 -0,9 -0,3 -0,5 -0,2 -0,1 -0,4 -0,4 -0,5
13,7 14,1 14,5 14,2 14,0 14,5 15,1 14,7 14,8 14,0 13,5 13,4 13,5
0,3 0,4 0,4 -0,3 -0,2 0,5 0,6 -0,4 0,1 -0,8 -0,5 -0,1 0,1
Variação ago-ago
-5,3
-5,1
-0,2
Fonte: Banco Central do Brasil/INEPAD
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SPREAD FINANCEIRO
CRÉDITO PESSOA FÍSICA CRÉDITO PESSOAL
53,0
Volum e R$ Milhões
Taxa de Juros
80.000
73,00
48,0
75.000
71,00
43,0
70.000
38,0
65.000
SPREAD FINANCEIRO
33,0 28,0
60.000
67,00
55.000
65,00
50.000
63,00 61,00 59,00
30.000
ago/06
jul/06
jun/06
mai/06
abr/06
mar/06
fev/06
jan/06
dez/05
13,0
35.000 nov/05
40.000
out/05
18,0
set/05
45.000
ago/05
23,0
Aplicação
69,00
57,00
ago set out nov dez jan fev mar abr mai jun jul ago 05 05 05 05 05 06 06 06 06 06 06 06 06
Captação
Volume
Taxa de Juros
Fonte: Banco Central do Brasil/INEPAD
VOLUME DE OPERAÇÕES DE CRÉDITO - PESSOA FÍSICA - PREFIXADOS
(R$ milhões)
MÊS / ANO
CHEQUE ESPECIAL
VARIAÇÃO EM %
CRÉDITO PESSOAL
VARIAÇÃO EM %
FINANCIAMENTO IMOBILIÁRIO
VARIAÇÃO EM %
CARTÃO DE CRÉDITO
VARIAÇÃO EM %
ago/05 set/05 out/05 nov/05 dez/05 jan/06 fev/06 mar/06 abr/06 mai/06 jun/06 jul/06 ago/06
12 265 12 297 12 509 12 527 10 974 12 232 11 790 12 825 12 905 13 302 13 223 12 934 13 129
5,31% 0,26% 1,73% 0,15% -12,40% 11,46% -3,62% 8,78% 0,62% 3,08% -0,59% -2,19% 1,50%
59 015 60 531 61 650 63 255 63 444 65 010 66 658 68 391 70 675 71 794 72 973 74 571 75 934
3,05% 2,57% 1,85% 2,60% 0,30% 2,47% 2,53% 2,60% 3,34% 1,58% 1,64% 2,19% 1,83%
1 037 948 947 947 956 900 842 869 886 919 954 994 1 033
0,83% -8,53% -0,08% -0,03% 0,95% -5,91% -6,42% 3,20% 2,02% 3,67% 3,87% 4,15% 3,94%
10 687 11 211 11 495 11 774 11 260 11 882 12 657 12 492 12 916 13 117 13 082 12 839 12 883
1,67% 4,90% 2,53% 2,43% -4,37% 5,53% 6,53% -1,30% 3,39% 1,56% -0,27% -1,85% 0,34%
Fonte: Banco Central do Brasil/INEPAD
VOLUME DE OPERAÇÕES DE CRÉDITO - PESSOA FÍSICA - Prefixados/continuação (R$ milhões) AQUISIÇÃO MÊS / ANO ago/05 set/05 out/05 nov/05 dez/05 jan/06 fev/06 mar/06 abr/06 mai/06 jun/06 jul/06 ago/06
VEÍCULOS
VARIAÇÃO EM %
OUTROS
VARIAÇÃO EM %
TOTAL
VARIAÇÃO EM %
OUTROS
VARIAÇÃO EM %
TOTAL
VARIAÇÃO EM %
45 044 46 218 47 406 48 935 50 685 51 938 53 154 54 306 55 248 56 441 57 141 58 978 60 323
3,23% 2,61% 2,57% 3,23% 3,57% 2,47% 2,34% 2,17% 1,74% 2,16% 1,24% 3,21% 2,28%
9 416 9 471 9 621 10 031 10 229 10 241 10 161 10 115 9 965 10 136 10 102 10 139 10 161
6,71% 0,58% 1,59% 4,26% 1,98% 0,12% -0,79% -0,45% -1,48% 1,71% -0,33% 0,37% 0,21%
54 460 55 689 57 027 58 966 60 914 62 179 63 315 64 421 65 213 66 577 67 243 69 117 70 484
3,81% 2,26% 2,40% 3,40% 3,30% 2,08% 1,83% 1,75% 1,23% 2,09% 1,00% 2,79% 1,98%
7 702 8 016 8 144 8 414 7 643 8 386 8 545 9 102 9 380 9 791 9 707 10 005 10 420
4,79% 4,09% 1,59% 3,32% -9,17% 9,73% 1,90% 6,52% 3,05% 4,38% -0,86% 3,07% 4,15%
145 166 148 692 151 773 155 884 155 190 160 589 163 806 168 100 171 976 175 500 177 182 180 461 183 884
3,49% 2,43% 2,07% 2,71% -0,44% 3,48% 2,00% 2,62% 2,31% 2,05% 0,96% 1,85% 1,90%
Fonte: Banco Central do Brasil/INEPAD
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banco de dados por INEPAD VOLUME DE OPERAÇÕES DE CRÉDITO - CRÉDITO CONSIGNADO CRÉDITO PESSOAL*
MÊS / ANO ago/05 set/05 out/05 nov/05 dez/05 jan/06 fev/06 mar/06 abr/06 mai/06 jun/06 jul/06 ago/06 Var. ago-ago
59.015 60.531 61.650 63.255 63.444 65.010 66.658 68.391 70.675 71.794 72.973 74.571 75.934 28,7%
CONSIGNADO Públicos
Privados
Total
Amostra**
25.301 26.239 26.961 27.663 28.332 29.570 30.793 31.931 33.315 34.542 35.710 37.271 38.625
3.840 4.070 4.200 4.284 3.988 4.136 4.334 4.532 4.760 4.866 5.232 5.515 5.687
29.141 30.309 31.160 31.947 32.320 33.705 35.127 36.463 38.075 39.408 40.942 42.786 44.313 52,1%
20.773 21.488 22.076 22.829 22.981 23.916 24.381 25.236 26.524 27.647 28.483 29.467 30.666 47,6%
(R$ milhões)
Concentração Taxa de Juros %aa do Consignado % Consignado*** Estimativa INEPAD Consignado Pessoal Diferença 49,4% 50,1% 50,5% 50,5% 50,9% 51,8% 52,7% 53,3% 53,9% 54,9% 56,1% 57,4% 58,4%
71,3% 70,9% 70,8% 71,5% 71,1% 71,0% 69,4% 69,2% 69,7% 70,2% 69,6% 68,9% 69,2% -2,9%
37,2% 37,0% 37,2% 36,8% 36,4% 37,3% 36,6% 36,9% 36,1% 36,5% 35,7% 35,1% 34,9%
69,5% 70,6% 70,3% 68,7% 67,3% 68,9% 68,6% 67,8% 65,3% 62,3% 62,2% 59,8% 59,1%
32,3% 33,7% 33,1% 31,9% 30,9% 31,6% 32,0% 30,9% 29,2% 25,8% 26,5% 24,7% 24,2%
FONTE: INEPAD / BC * Inclui empréstimos realizados pelas cooperativas de crédito. ** Pesquisa com treze das maiores instituições que operam com crédito pessoal. *** Total consignado sobre o total de crédito pessoal.
INADIMPLÊNCIA - OPERAÇÕES PREFIXADAS CRÉDITO PESSOAL (R$ mil)
Mês/Ano
Saldo sem atraso
Com atraso de 15 a 30 dias
% sobre Saldo da Carteira
Com atraso de 31 a 90 dias
% sobre Saldo da Carteira
Com atraso maior que 90 dias
% sobre Saldo da Carteira
Saldo total CarteiraBrasil
Variação em %
ago/05 set/05 out/05 nov/05 dez/05 jan/06 fev/06 mar/06 abr/06 mai/06 jun/06 jul/06 ago/06
52.427.636 53.827.919 54.713.121 55.990.494 56.136.655 57.103.577 58.527.677 59.660.482 61.932.644 63.062.362 64.474.611 65.812.042 66.947.382
1.322.628 1.353.921 1.362.100 1.455.906 1.224.611 1.486.653 1.250.243 1.620.295 1.600.424 1.594.681 1.552.548 1.688.134 1.651.035
2,24% 2,24% 2,21% 2,30% 1,93% 2,29% 1,88% 2,37% 2,26% 2,22% 2,13% 2,26% 2,17%
1.528.370 1.558.238 1.690.157 1.748.058 1.642.233 1.748.341 1.800.971 1.895.815 1.956.325 1.856.410 1.888.060 1.902.490 2.024.202
2,59% 2,57% 2,74% 2,76% 2,59% 2,69% 2,70% 2,77% 2,77% 2,59% 2,59% 2,55% 2,67%
3.288.510 3.397.809 3.547.908 3.723.372 3.782.350 4.011.591 4.406.296 4.532.764 4.498.935 4.590.579 4.400.917 4.576.685 4.692.989
5,57% 5,61% 5,75% 5,89% 5,96% 6,17% 6,61% 6,63% 6,37% 6,39% 6,03% 6,14% 6,18%
59.015.306 60.531.439 61.650.256 63.254.734 63.443.780 65.010.067 66.657.810 68.390.518 70.675.076 71.794.140 72.973.265 74.571.386 75.934.475
3,05% 2,57% 1,85% 2,60% 0,30% 2,47% 2,53% 2,60% 3,34% 1,58% 1,64% 2,19% 1,83%
Fonte: Banco Central do Brasil/INEPAD
AQUISIÇÃO DE BENS - VEÍCULOS (R$ mil)
Mês/Ano
ago/05 set/05 out/05 nov/05 dez/05 jan/06 fev/06 mar/06 abr/06 mai/06 jun/06 jul/06 ago/06
Saldo
Com atraso
sem atraso
de 15 a 30 dias
41.251.555 42.259.001 42.968.220 44.340.233 46.288.603 47.112.849 48.294.307 48.895.358 49.487.651 50.457.496 51.319.627 52.249.884 53.482.938
1.544.357 1.510.645 1.733.980 1.697.635 1.613.661 1.777.919 1.638.047 1.908.730 1.896.390 2.001.947 1.941.002 2.231.678 2.225.134
% sobre Saldo da Carteira
Com atraso de 31 a 90 dias
% sobre Saldo da Carteira
Com atraso maior que 90 dias
% sobre Saldo da Carteira
Saldo total CarteiraBrasil
Variação em %
3,43% 3,27% 3,66% 3,47% 3,18% 3,42% 3,08% 3,51% 3,43% 3,55% 3,40% 3,78% 3,69%
1.458.118 1.522.771 1.719.567 1.839.634 1.653.627 1.829.639 1.911.682 2.077.261 2.265.550 2.249.168 2.226.487 2.440.866 2.368.438
3,24% 3,29% 3,63% 3,76% 3,26% 3,52% 3,60% 3,83% 4,10% 3,98% 3,90% 4,14% 3,93%
783.591 917.115 974.016 1.046.108 1.115.317 1.214.632 1.307.080 1.421.339 1.595.453 1.729.468 1.824.950 2.052.774 2.046.170
1,74% 1,98% 2,05% 2,14% 2,20% 2,34% 2,46% 2,62% 2,89% 3,06% 3,19% 3,48% 3,39%
45.043.780 46.218.118 47.406.012 48.935.289 50.684.709 51.938.053 53.154.236 54.305.631 55.247.939 56.440.924 57.141.184 58.977.847 60.323.124
3,23% 2,61% 2,57% 3,23% 3,57% 2,47% 2,34% 2,17% 1,74% 2,16% 1,24% 3,21% 2,28%
Fonte: Banco Central do Brasil/INEPAD
24
Financeiro 40.indd
24
FINANCEIRO
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INADIMPLÊNCIA - OPERAÇÕES PREFIXADAS AQUISIÇÃO DE BENS - OUTROS (R$ mil)
Mê s/Ano
Saldo sem atraso
Com atraso de 15 a 30 dias
% sobre Saldo da Carteira
Com atraso de 31 a 90 dias
% sobre Saldo da Carteira
Com atraso maior que 90 dias
% sobre Saldo da Carteira
Saldo total CarteiraBrasil
Variação em %
ago/05 set/05 out/05 nov/05 dez/05 jan/06 fev/06 mar/06 abr/06 mai/06 jun/06 jul/06 ago/06
7.699.456 7.790.947 7.837.518 8.165.263 8.457.452 8.380.429 8.252.626 8.078.490 7.831.351 8.004.662 7.981.938 8.012.491 8.035.036
424.811 369.647 394.773 389.994 334.255 425.157 408.173 453.516 467.766 443.851 448.652 442.746 432.370
4,51% 3,90% 4,10% 3,89% 3,27% 4,15% 4,02% 4,48% 4,69% 4,38% 4,44% 4,37% 4,26%
414.857 424.936 446.640 461.045 398.093 407.308 477.311 553.878 562.063 518.331 505.674 481.681 462.663
4,41% 4,49% 4,64% 4,60% 3,89% 3,98% 4,70% 5,48% 5,64% 5,11% 5,01% 4,75% 4,55%
865.811 873.070 928.949 986.686 1.003.506 1.004.743 999.178 1.005.323 1.080.104 1.144.281 1.140.948 1.178.248 1.197.654
9,19% 9,22% 9,66% 9,84% 9,81% 9,81% 9,83% 9,94% 10,84% 11,29% 11,29% 11,62% 11,79%
9.416.143 9.470.618 9.621.180 10.030.622 10.229.173 10.241.441 10.160.748 10.115.085 9.965.038 10.135.589 10.101.677 10.139.316 10.160.744
6,71% 0,58% 1,59% 4,26% 1,98% 0,12% -0,79% -0,45% -1,48% 1,71% -0,33% 0,37% 0,21%
Fonte: Banco Central do Brasil/INEPAD
INADIMPLÊNCIA - CRÉDITO PESSOAL - PREFIXADO Agosto/2006 (em R$ mil) 19,7% Atraso de mais de 90 dias 4.692.989
56,1%
24,2%
INADIMPLÊNCIA - AQUISIÇÃO DE VEÍCULOS - PREFIXADO Agosto/2006 (em R$ mil)
Atraso de 15 a 30 dias 1.651.035
Atraso de 31 a 90 dias 2.368.438
Atraso de 31 a 90 dias 2.024.202
33,5%
20,7% 57,2%
22,1%
Atraso de 15 a 30 dias 2.225.134
INADIMPLÊNCIA - OUTRAS OPERAÇÕES - PREFIXADO Agosto/2006 (em R$ mil) Atraso de
INADIMPLÊNCIA - AQUISIÇÃO OUTROS BENS - PREFIXADO Agosto/2006 (em R$ mil)
Atraso de mais de 90 dias 1.197.654
30,8%
35,7%
Atraso de mais de 90 dias 2.046.170
15 a 30 dias 402.681
Atraso de 15 a 30 dias 432.370
15,1% Atraso de mais de 90 dias 1.582.657
59,5%
25,4%
Atraso de 31 a 90 dias 462.663
Atraso de 31 a 90 dias 674.904
OUTRAS OPERAÇÕES (R$ mil)
Mê s/Ano
Saldo sem atraso
Com atraso de 15 a 30 dias
% sobre Saldo da Carteira
Com atraso de 31 a 90 dias
% sobre Saldo da Carteira
Com atraso maior que 90 dias
% sobre Saldo da Carteira
Saldo total CarteiraBrasil
Variação em %
ago/05 set/05 out/05 nov/05 dez/05 jan/06 fev/06 mar/06 abr/06 mai/06 jun/06 jul/06 ago/06
4.985.299 5.167.569 5.499.261 5.282.296 4.943.790 5.329.091 5.368.580 5.670.983 5.811.421 5.961.662 6.242.220 6.414.071 6.600.227
291.463 303.992 272.133 302.903 234.582 378.295 327.634 371.268 366.071 386.166 374.071 366.966 402.681
3,78% 3,79% 3,34% 3,60% 3,07% 4,51% 3,83% 4,08% 3,90% 3,94% 3,85% 3,67% 3,86%
522.083 510.861 484.888 570.142 470.671 528.368 602.266 654.249 662.153 636.771 670.479 689.085 674.904
6,78% 6,37% 5,95% 6,78% 6,16% 6,30% 7,05% 7,19% 7,06% 6,50% 6,91% 6,89% 6,48%
1.143.252 1.261.199 1.069.336 1.381.167 1.003.931 1.171.200 1.259.094 1.338.727 1.512.407 1.707.468 1.343.707 1.416.895 1.582.657
14,84% 15,73% 13,13% 16,42% 13,14% 13,97% 14,73% 14,71% 16,12% 17,44% 13,84% 14,16% 15,19%
7.701.548 8.016.385 8.143.922 8.413.988 7.642.768 8.386.089 8.545.025 9.102.409 9.380.074 9.791.110 9.706.886 10.005.297 10.420.155
4,79% 4,09% 1,59% 3,32% -9,17% 9,73% 1,90% 6,52% 3,05% 4,38% -0,86% 3,07% 4,15%
Fonte: Banco Central do Brasil/INEPAD
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ACREFI
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banco de dados por INEPAD DESEMPREGO TAXA DE DESEMPREGO (%) DATA
Brasil
Var. p.p.
SP
ago/05 set/05 out/05 nov/05 dez/05 jan/06 fev/06 mar/06 abr/06 mai/06 jun/06 jul/06 ago/06
9,40 9,60 9,60 9,60 8,30 9,20 10,10 10,40 10,40 10,20 10,40 10,70 10,60
0,00 0,20 0,00 0,00 -1,30 0,90 0,90 0,30 0,00 -0,20 0,20 0,30 -0,10
9,40 9,70 9,60 9,70 7,80 9,20 10,50 10,60 10,70 10,50 10,90 11,30 11,60
TAXA DE DESEMPREGO Taxa (%)
Var. p.p. -0,50 0,30 -0,10 0,10 -1,90 1,40 1,30 0,10 0,10 -0,20 0,40 0,40 0,30
Fonte: IBGE/INEPAD
ago/05 set/05 out/05 nov/05 dez/05 jan/06 fev/06 mar/06 abr/06 mai/06 jun/06 jul/06 ago/06
1,00
11,5 0,50
11,0 10,5
0,00
10,0 9,5
-0,50
9,0 8,5
-1,00
8,0 -1,50
7,5
ago 05
set 05
out 05
nov 05
Brasil
dez 05
jan 06
fev 06
SP
mar 06
abr 06
mai 06
jun 06
jul 06
ago 06
Var. p.p. mensal Brasil
Fonte: IBGE/INEPAD
RENDIMENTO MÉDIO REAL HABITUALMENTE RECEBIDO (R$)
RENDIMENTO MÉDIO REAL HABITUALMENTE RECEBIDO (R$) DATA
Variação (p.p.)
12,0
Brasil
Var. %
999,65 999,59 985,58 989,26 1.006,78 0,00 995,88 1.006,70 1.012,10 1.016,19 1.029,78 1.036,31 1.029,22
0,7% 0,0% -1,4% 0,4% 1,8% 0,0% -1,1% 1,1% 0,5% 0,4% 1,3% 0,6% -0,7%
SP 1.134,39 1.120,89 1.090,45 1.114,56 1.141,07 0,00 1.121,89 1.156,88 1.155,57 1.172,69 1.191,30 1.195,27 1.171,13
Var. % -0,3% -1,2% -2,7% 2,2% 2,4% 0,0% -1,7% 3,1% -0,1% 1,5% 1,6% 0,3% -2,0%
Fonte: IBGE/INEPAD
1.200
0,02
1.150
0,015
1.100 0,01 1.050 0,005
1.000 950
0
900
-0,005
850 -0,01 800 -0,015
750 700
-0,02
ago 05
set 05
out 05
Brasil
nov 05
dez 05
SP
jan 06
fev 06
mar 06
abr 06
mai 06
jun 06
jul 06
ago 06
Var. % mensal Brasil
Fonte: IBGE/INEPAD
COMÉRCIO VAREJISTA VOLUME DE VENDAS
VOLUME DE VENDAS Data
Hipermercados e Veículos,Motos, Índice Var. % Var. % Var. % Geral Supermercados Partes e Peças 170
jul/05 ago/05 set/05 out/05 nov/05 dez/05 jan/06 fev/06 mar/06 abr/06 mai/06 jun/06 jul/06 Variação jul-jul
114,61 113,75 109,29 115,46 114,98 162,59 112,02 102,68 114,67 115,79 120,59 114,49 117,24 2,29%
4,1% -0,8% -3,9% 5,6% -0,4% 41,4% -31,1% -8,3% 11,7% 1,0% 4,1% -5,1% 2,4%
110,16 108,46 106,62 112,73 109,12 144,00 110,23 103,61 114,24 119,93 112,63 11233,0% 11600,0%
7,0% -1,5% -1,7% 5,7% -3,2% 32,0% -23,5% -6,0% 10,3% 5,0% -6,1% -0,3% 3,3%
5,30%
112,82 128,55 118,91 119,61 129,54 138,57 119,14 100,16 130,11 107,65 130,31 112,83 130,52
-3,9% 13,9% -7,5% 0,6% 8,3% 7,0% -14,0% -15,9% 29,9% -17,3% 21,0% -13,4% 15,7%
160 150 140 130 120 110 100 90 80
jul 05
ago set 05 05
Índice Geral
15,69%
out nov dez jan 05 05 05 06
fev mar abr mai jun 06 06 06 06 06
Hipermercados e Supermercados
jul 06
Veículos, Motos, Partes e Peças
Fonte: IBGE/INEPAD
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FINANCEIRO
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PREVISÕES ECONÔMICAS Ano de 2006
PIB Total % a.a.
PIB Agropecuário % a.a.
PIB Indústria % a.a.
PIB Serviço % a.a.
Produção Industrial % a.a.
3,50 3,26 3,13 3,12
3,69 2,39 2,44 2,45
4,15 3,77 3,61 3,64
2,79 2,80 2,77 2,78
4,10 3,92 3,73 3,67
Selic Taxa anual
IGP-DI % a.a.
IPCA % a.a.
Taxa de Câmbio R$/US$
Saldo Comercial US$ bilhões
15,00 13,95 13,69 13,59
4,55 3,44 3,43 3,19
4,58 3,61 3,23 3,05
2,40 2,18 2,18 2,18
38,00 42,09 42,55 42,72
Taxa da Utilização da Capacidade Instalada
Var. p.p.
DATA
Índice de Produção Física Média Móvel Trimestral
Previsão 13/01/2006 4 semanas antes 1 semana antes Previsão 22/09
Ano de 2006 Previsão 13/01/2006 4 semanas antes 1 semana antes Previsão 22/09 Fonte: BC-Focus/INEPAD
ATIVIDADE ECONÔMICA DATA
Var. %
jul/05
81,56
-0,91
jul/05
112,58
0,2%
ago/05
82,20
0,64
ago/05
112,81
0,2%
set/05
81,50
-0,70
set/05
111,69
-1,0%
out/05
81,97
0,47
out/05
111,44
-0,2%
nov/05
82,14
0,17
nov/05
111,16
-0,3%
dez/05
80,28
-1,86
dez/05
112,59
1,3%
jan/06
80,15
-0,13
jan/06
113,31
0,6%
fev/06
80,56
0,41
fev/06
113,33
0,0%
mar/06
82,12
1,56
mar/06
114,13
0,7%
abr/06
80,31
-1,81
abr/06
113,86
-0,2%
mai/06
82,86
2,55
mai/06
114,10
0,2%
jun/06
82,41
-0,45
jun/06
114,50
0,4%
jul/06
81,57
-0,84
jul/06
114,53
0,0%
Variação jul-jul
0,01%
Variação jul-jul
Fonte: CNI/INEPAD
1,73%
Fonte: IBGE/INEPAD
PRODUÇÃO (ÍNDICE) X CAPACIDADE (%) Capacidade (%)
Produção - Índice
83,5 83,0
115 115
82,5
114 114
82,0
113
81,5
113
81,0
112
80,5
112
80,0
Fonte: INEPAD
jul/06
jun/06
mai/06
abr/06
mar/06
fev/06
jan/06
dez/05
nov/05
Taxa da Utilização da Capacidade Instalada
Índice de Produção Física Média Móvel Trim estral
27
ACREFI
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out/05
110 set/05
79,0 ago/05
111 111 jul/05
79,5
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banco de dados por INEPAD INDÚSTRIA AUTOMOBILÍSTICA - AUTOMÓVEIS DE PASSAGEIROS, MISTOS, VEÍCULOS COMERCIAIS LEVES E PESADOS PRODUÇÃO
PRODUÇÃO
(em unidades) (em unidades)
Data
Produção
ago/05 set/05 out/05 nov/05 dez/05 jan/06 fev/06 mar/06 abr/06 mai/06 jun/06 jul/06 ago/06
220.469 207.428 190.651 213.119 200.332 195.439 205.586 229.457 204.069 241.565 224.873 222.810 243.595
Média Trim. Var. Mensal Var. Mensal (%)
215.130 211.182 206.183 203.733 201.367 202.963 200.452 210.161 213.037 225.030 223.502 229.749 230.426
14.821 -13.041 -16.777 22.468 -12.787 -4.893 10.147 23.871 -25.388 37.496 -16.692 -2.063 20.785
Variação ago-05/ago-06
7,2% -5,9% -8,1% 11,8% -6,0% -2,4% 5,2% 11,6% -11,1% 18,4% -6,9% -0,9% 9,3%
245.000 235.000 225.000 215.000 205.000 195.000 185.000
ago 05
set 05
out 05
nov 05
dez 05
jan 06
Produção
10,5%
fev 06
mar 06
abr 06
mai 06
jun 06
jul 06
ago 06
jul 06
ago 06
Média trimestral
Fonte: Anfavea/INEPAD
VENDAS INTERNAS NO ATACADO DE NACIONAIS
VENDAS INTERNAS NO ATACADO DE NACIONAIS
(em unidades)
Data
Vendas
Média Trim.
Variação
Variação(%)
ago/05 set/05 out/05 nov/05 dez/05 jan/06 fev/06 mar/06 abr/06 mai/06 jun/06 jul/06 ago/06
147.553 138.873 131.588 145.900 152.111 129.215 134.822 166.141 145.706 167.042 155.294 161.206 175.060
140.512 140.125 139.338 138.787 143.200 142.409 138.716 143.393 148.890 159.630 156.014 161.181 163.853
13.605 -8.680 -7.285 14.312 6.211 -22.896 5.607 31.319 -20.435 21.336 -11.748 5.912 13.854
10,2% -5,9% -5,2% 10,9% 4,3% -15,1% 4,3% 23,2% -12,3% 14,6% -7,0% 3,8% 8,6%
Variação ago-05/ago-06
(em unidades)
185.000 175.000 165.000 155.000 145.000 135.000 125.000
ago 05
set 05
out 05
nov 05
dez 05
jan 06
Vendas
18,6%
fev 06
mar 06
abr 06
mai 06
jun 06
Média trimestral
Fonte: Anfavea/INEPAD
EXPORTAÇÃO TOTAL
EXPORTAÇÃO TOTAL
(em unidades) (em unidades)
Data
ago/05 set/05 out/05 nov/05 dez/05 jan/06 fev/06 mar/06 abr/06 mai/06 jun/06 jul/06 ago/06
Exportações Média Trim.
71.811 74.057 61.827 66.078 68.704 57.844 70.996 72.397 71.446 77.376 71.424 77.770 72.994
74.547 73.366 69.232 67.321 65.536 64.209 65.848 67.079 71.613 73.740 73.415 75.523 74.063
Variação
Variação(%)
-2.418 2.246 -12.230 4.251 2626 -10860 13152 1401 -951 5930 -5952 6346 -4776
-3,3% 3,1% -16,5% 6,9% 4,0% -15,8% 22,7% 2,0% -1,3% 8,3% -7,7% 8,9% -6,1%
Variação ago-05/ago-06
80.000 75.000 70.000 65.000 60.000 55.000
ago 05
set 05
out 05
nov 05
Exportações
1,6%
dez 05
jan 06
fev 06
mar 06
abr 06
mai 06
jun 06
jul 06
ago 06
Média trimestral
Fonte: Anfavea/INEPAD
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FINANCEIRO
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INDÚSTRIA AUTOMOBILÍSTICA LICENCIAMENTO DE AUTOMÓVEIS NACIONAIS E IMPORTADOS (em unidades) Data
Vendas
1000cc
% no Total
1000cc a 2000cc
% no total
>2000cc
% no total
ago/05 set/05 out/05 nov/05 dez/05 jan/06 fev/06 mar/06 abr/06 mai/06 jun/06 jul/06 ago/06
120.586 115.297 111.001 129.274 149.113 107.085 103.485 125.092 104.340 131.326 118.815 134.732 144.167
66.726 63.759 63.584 73.190 83.361 60.215 57.587 70.405 56.043 72.534 68.001 79.212 81.785
55,3% 55,3% 57,3% 56,6% 55,9% 56,2% 55,6% 56,3% 53,7% 55,2% 57,2% 58,8% 56,7%
53.354 50.993 46.959 54.860 63.866 45.262 44.424 53.108 46.844 57.281 49.163 53.136 60.018
44,2% 44,2% 42,3% 42,4% 42,8% 42,3% 42,9% 42,5% 44,9% 43,6% 41,4% 39,4% 41,6%
506 545 458 1.224 1.886 1.608 1.474 1.579 1.453 1.511 1.651 2.384 2.364
0,4% 0,5% 0,4% 0,9% 1,3% 1,5% 1,4% 1,3% 1,4% 1,2% 1,4% 1,8% 1,6%
Fonte: Anfavea/INEPAD
LICENCIAMENTO POR CATEGORIA - AUTOMÓVEIS
80.000 70.000 60.000 50.000 40.000 30.000
ago 05
set 05
out 05
nov 05
dez 05
jan 06
fev 06
mar 06
TAXAS DE JUROS PREFIXADOS - PESSOA FÍSICA
SALDO TOTAL
TAXAS DE JUROS
SALDO TOTAL
% Variação % Variação a.m. p.p a.a. p.p
ago/05 set/05 out/05 nov/05 dez/05 jan/06 fev/06 mar/06 abr/06 mai/06 jun/06 jul/06 ago/06
4,50 4,55 4,54 4,45 4,38 4,46 4,45 4,41 4,28 4,12 4,11 3,98 3,95
0,01 0,06 -0,02 -0,08 -0,07 0,08 -0,02 -0,04 -0,13 -0,16 -0,01 -0,13 -0,04
69,50 70,60 70,30 68,70 67,30 68,90 68,60 67,80 65,30 62,30 62,20 59,80 59,10
0,10 1,10 -0,30 -1,60 -1,40 1,60 -0,30 -0,80 -2,50 -3,00 -0,10 -2,40 -0,70
R$ milhões 45.044 46.218 47.406 48.935 50.685 51.938 53.154 54.306 55.248 56.441 57.141 58.978 60.323
jun 06
jul 06
ago 06
(R$ milhões)
AQUISIÇÃO DE BENS - VEÍCULOS
MÊS/ANO R$ milhões
59.015 60.531 61.650 63.255 63.444 65.010 66.658 68.391 70.675 71.794 72.973 74.571 75.934
mai 06
1000 cc a 2000 cc
1000 cc
CRÉDITO PESSOAL
abr 06
TAXAS DE JUROS % Variação a.m. p.p 2,58 2,59 2,57 2,53 2,52 2,55 2,55 2,49 2,48 2,42 2,42 2,38 2,40
-0,03 0,01 -0,02 -0,04 -0,01 0,03 -0,01 -0,05 -0,02 -0,05 0,00 -0,04 0,02
SALDO TOTAL
% Variação a.a. p.p 35,70 35,90 35,60 34,90 34,80 35,30 35,20 34,40 34,10 33,30 33,30 32,60 32,90
AQUISIÇÃO DE BENS - OUTROS
-0,40 0,20 -0,30 -0,70 -0,10 0,50 -0,10 -0,80 -0,30 -0,80 0,00 -0,70 0,30
R$ milhões 9.416 9.471 9.621 10.031 10.229 10.241 10.161 10.115 9.965 10.136 10.102 10.139 10.161
TAXAS DE JUROS % Variação a.m. p.p 3,65 3,99 3,95 3,80 4,27 3,92 3,69 3,82 3,96 3,89 3,86 3,97 3,96
-0,06 0,34 -0,04 -0,15 0,47 -0,35 -0,23 0,14 0,14 -0,07 -0,03 0,11 -0,01
% a.a.
Variação p.p
53,70 59,90 59,10 56,40 65,20 58,60 54,40 56,90 59,40 58,10 57,50 59,60 59,40
-1,00 6,20 -0,80 -2,70 8,80 -6,60 -4,20 2,50 2,50 -1,30 -0,60 2,10 -0,20
Fonte: Banco Central do Brasil/INEPAD
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ACREFI
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Seu evento no coração de São Paulo Lgo São Bento
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