Financeiro
A revista do crédito ano 5 nº 48 out-nov/2007
Cobrança em debate
TIRAGEM DESTA EDIÇÃO: 20.000 EXEMPLARES
©iStockPhoto.com/Christos Georghiou
Especialistas avaliam evolução do segmento em evento da Acrefi
Momento econômico
Tendência
Política e consolidação do crédito ao consumidor
Infra-estrutura e logística no Brasil
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editorial
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DIRETORIA Presidente Érico Sodré Quirino Ferreira Vice-Presidentes Aquiles Leonardo Diniz, Gilberto Caldart, José Arthur Lemos de Assunção, Marco Ambrógio Crespi Bonomi, Odílio Figueiredo Neto, Paulo Eduardo D’Ávila Isola, Paulo Henrique Pentagna Guimarães e Wilson Masao Kuzuhara Secretário José Dante Zanaga Neto Tesoureiros Aristeu Zanúncio e Sergio Marra Capella Diretores Regionais Carlos Alberto Samogim (SP-Interior), Dirceu da Assumpção Variz (SP-Capital), Elcio Antônio de Azevedo (MG), Felícitas Renner (RS), Félix Archanjo Bordin (PR), Paulo R. Tabaquim (Montadoras) e Tiziana Dadalto (ES) Diretores Adalberto Savioli, Álvaro Augusto Vidigal, Enílson Espínola de Souza, Ivan Svitek, Marcos Antonio Waideman, Rubens Bution e Sergio Antônio Cipovicci Diretores Conselheiros Jerônimo Varalla Neto, Luiz Antônio Viana, Luiz Fonseca de Souza Meirelles Filho, Ricardo Annes Guimarães e Rodrigo Bacellar Conselho Consultivo Membros Natos: Alkindar de Toledo Ramos e Manoel de Oliveira Franco. Membros: Alencar Burti (ACSP), Elcio Aníbal de Lucca (SERASA), João Elísio Ferraz de Campos (FENASEG), Luiz Horácio da Silva Montenegro (ANEF), Miguel de Oliveira (ANEFAC), Jackson Schneider (ANFAVEA), Sergio Reze (FENABRAVE) e Walter Machado de Barros (IBEF SP) Conselho Fiscal Efetivos: Alberto Borges Matias, Domingos Spina e Roy Martelanc. Suplentes: Abílio Abreu Neto, Massimo Tagliavini e Matias Nazari Puga Neto Presidente Honorário João Uchôa Borges (In memoriam) Diretor Superintendente Antônio Augusto de Almeida Leite (Pancho)
Érico Sodré Quirino Ferreira, Presidente da ACREFI
O correspondente bancário é o ovo de Colombo da expansão do crédito nos tempos atuais, uma nova fronteira e um importante canal dos serviços fi nanceiros no País. Cerca de 90% das contas abertas a cada ano, a partir de 2004, têm tido origem nesses pontos de atendimento, que funcionam em agências dos Correios, lotéricas e lojas de varejo. Entre os canais de acesso para serviços de pagamentos, o correspondente bancário vem se consolidando como o mais representativo, com 33% das transações de pagamentos. Com custos menores por transação em relação às operações tradicionais, os correspondentes tomaram impulso ao abrir seu leque de serviços, que começa nas contas de serviços públicos e se estende à aplicação em poupança, crédito e seguro. O grande crescimento do consignado nos últimos três anos, por exemplo, deveu-se, em grande parte, ao trabalho dos agentes bancários.
Esse trabalho engloba o conceito do posto de atendimento avançado, com horário de funcionamento e jornada de trabalho preestabelecida, que já forma um contingente expressivo, hoje, no Brasil. É um batalhão voltado à oferta de crédito, que chega até as cidades mais isoladas do País: segundo dados do Banco Central de 2006, são de mais 76 mil correspondentes operando atualmente no Brasil. A experiência tem sido tão bem-sucedida que países como Vietnã, Líbano e República Dominicana têm enviado missões ao País para conhecê-la melhor. O mesmo ocorre com a Índia, nação de forte tradição no campo do microcrédito, de olho nas ferramentas para levar serviços bancários à população de baixa renda de forma massificada, com custos operacionais mais aceitáveis. Mais do que aumentar a capilaridade da rede de oferta de crédito, o correspondente bancário leva novos serviços, indica novas oportunidades e atua como um contato supersensível das variações desse mercado.
Conselheiro Econômico Prof. Istvan Kasznar
Nesta edição 4 Debate Acrefi
Financeiro ISSN 1809-8843 Conselho Editorial : Érico Sodré Quirino Ferreira, Prof. Istvan Kasznar, Antônio A. A. Leite (Pancho) e Sérgio Tamer; Coordenação Editorial : Tamer Comunicação Empresarial; Jornalista Responsável: Eliana Nigro (MTB 15.005); Editoração e Produção Gráfi ca: EDF (www.edf.com.br); Pré-impressão e Impressão: Fabracor; Periodicidade: bimestral Tiragem: 20.000 exemplares As opiniões emitidas nos artigos assinados não refletem necessariamente as posições da ACREFI e são de exclusiva responsabilidade dos autores. A reprodução total ou parcial do conteúdo da publicação depende de autorização por escrito.
Acrefi promove seminário para discutir novos mecanismos de cobrança
7 Inovação Sistema de Identificação Automática de Veículos gera segurança e informação
8 Momento econômico A política socioeconômica na rota certa e a consolidação do crédito ao consumidor
12 Tendência Infra-estrutura e logística
14 Política tributária O dilema brasileiro: aumento de carga e perda de PIB
20 Artigo A regulação como instrumento de fomento à concorrência no sistema financeiro
22 Análise econômica Os custos fiscais da menor exposição cambial
24 Artigo Sustentabilidade do crescimento do mercado de capitais
26 Análise setorial Os grandes bancos nacionais em 2007
27 Banco de dados
Andrea Felizolla
Associação Nacional das Instituições de Crédito, Financiamento e Investimento
Correspondente bancário: mais e mais crédito
debate Acrefi
Acrefi promove seminário para discutir novos mecanismos de cobrança “Cobrança é a única cota de que não temos certeza no momento das operações, e qualquer erro nesse sentido pode acarretar em uma posição entre o céu e o inferno”, enfatizou Érico Ferreira, presidente da Acrefi Fotos: Mario Miranda
Com o aprimoramento do varejo, usando estratégias inovadoras, vendendo mais, as instituições financeiras do País passaram a utilizar a cobrança qualificada como um sistema de precaução. Discutir essa mudança com propriedade foi o desafio da Associação Nacional das Instituições de Crédito, Financiamento e Investimento (Acrefi) e da Serasa durante seminário intitulado “Cobrança em Debate”, no dia 27 de setembro, no auditório da Serasa. Fatores como análise dos executivos da área de cobrança diante dos desafios de expansão de crédito, a inadimplência e a queda dos juros, além da avaliação de soluções de apoio, foram trabalhados em painéis interativos envolvendo a presença de um público seleto da área financeira. O presidente da Acrefi, Érico Sodré Quirino Ferreira, abriu o encontro dando ênfase à transmissão de conhecimento proporcionada pela discussão do tema. “Cobrança é a única cota de que não temos certeza no momento das operações, e qualquer erro nesse sentido pode acarretar em
Marcos Vanderlei Belini Ferreira: nova concepção de cobrança
José Carmo Gomes Guimarães: conhecimento do histórico dos consumidores
uma posição entre o céu e o inferno”, enfatizou. Segundo ele, outro assunto em ascensão no mercado são as tarifas. “Em uma pró-
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xima oportunidade, devemos aprofundar esse tema, pois precisamos pensar no dia de amanhã com relação às tarifas praticadas.”
FINANCEIRO
Adalberto Savioli: em busca de fidelização
Augusto César de Farias Mello: grande apelo de consumo
Américo da Costa Martins: empréstimo consignado
“O mercado deverá se organizar para uma nova base de dados em termos de análise de cobrança, monitoramento e modelo de collection scoring, definindo os métodos mais eficientes para cada caso” José Carmo Gomes Guimarães
Para José Carmo Gomes Guimarães, da diretoria de produtos de pessoa física da Serasa, cobrança é o resultado do crédito, e concedê-lo de maneira correta é uma decisão de sucesso com base na percepção da realidade. “O mercado deverá se organizar para uma nova base de dados em termos de análise de cobrança, monitoramento e modelo de collection scoring, definindo quais são os métodos mais eficientes para cada caso”, pontuou. De acordo com Guimarães, no ciclo de crédito com foco em pros-
como abono natalino, vai injetar R$ 60,9 bilhões na economia até o final do ano, segundo estimativa do Departamento Intersindical de Estatística e Estudos Socioeconômicos (Dieese). “O apelo do consumo será grande. Temos de preparar uma política de cobrança eficiente, melhorando as condições para o sucesso em cada negociação.” O especialista mostrou um report especialmente desenhado para analisar a evolução da cobrança, facilitando a análise e a comparação de resultados com o passar dos anos. Parametrização na distribuição de contas,
“As empresas de cobrança precisam de um sistema cadastral bem estruturado e, a cada dia que passa, melhores ferramentas estão sendo utilizadas nesse sentido” Adalberto Savioli
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ACREFI
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pecção com aprovação, dois terços pagam suas parcelas em dia e um terço, normalmente, atrasa. “Precisamos conhecer o histórico dos consumidores”, disse o membro da diretoria de produtos de pessoa física da Serasa, avaliando o birô positivo como forma de expansão de crédito: “Teremos o Cadastro Positivo em breve, e levá-los aos grandes bancos implica uma mudança conceitual de análise de dados.” O diretor de crédito e cobrança do Banco Itaucred Financiamentos S.A., Marcos Vanderlei Belini Ferreira, disse que não dá para fazer cobrança da forma aplicada usualmente. “Precisamos ir além do convencional. No caso do Itaú, trabalhamos com uma nova concepção de cobrança, com maior previsibilidade”, destacou. Augusto César de Farias Mello, collection manager do HSBC Bank Brasil Banco Múltipo S.A., lembrou que o 13º salário, também conhecido
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debate Acrefi “Em relação à cobrança, precisamos ser sempre criativos, pois, hoje, a arrecadação passou a ser foco em resultados” Américo da Costa Martins
envio de cartas, plano de envio de voice message/SMS, capacity planning dos sites e atenção no receptivo são meios utilizados, hoje, para agilizar cobranças. “Precisamos trabalhar amigável e profissionalmente a cobrança por meio dessas ferramentas qualificadas”, afirmou Mello. Para Adalberto Savioli, diretor de administração e risco do Banco PanAmericano e mediador do evento, as instituições financeiras aumentam suas ofertas de produtos em busca de fidelização. “As empresas de cobrança precisam de um sistema cadastral bem estruturado e, a cada dia que passa, melhores ferramentas estão sendo utilizadas nesse sentido.” Savioli apontou pesquisa realizada pela Acrefi em 2006 que indica que 55% dos clientes em atraso possuíam um cartão de crédito em outra instituição; 65% dos clientes tinham renda até R$ 1.500; 20% dos clientes em dia possuíam restrição de mercado; 79% estavam dispostos a pagar suas dívidas desde que houvesse acordo; e 24% não reconheciam seus débitos. “Precisamos saber interpretar esse universo e focar campanhas eficientes na área de cobrança”, destacou. O diretor de administração e risco do Banco PanAmericano disse, ainda, que a Acrefi está trabalhando uma nova amostragem sobre o perfil dos consumidores, mapeando as seguintes vertentes: prioridade do cliente, como retornam às compras, campanhas que mais atraem a clientela, de que forma o tomador de crédito decide a quem pagar e novas tendências desse mercado. Américo da Costa Martins, executivo do ABN AMRO – Aymoré Finan-
Profissionais das áreas de crédito e cobrança lotaram o auditório da Serasa
ciamentos, disse que um dos principais setores que alavancaram o crescimento recente do crédito foi o mecanismo de empréstimo consignado em folha de pagamento, que apresenta um custo menor para o tomador de crédito do que as demais opções. “Em relação à
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cobrança, precisamos ser sempre criativos, pois, hoje, a arrecadação passou a ser foco em resultados.” O evento foi transmitido via web TV com interatividade, e os internautas participaram com diversas perguntas.
FINANCEIRO
inovação
Sistema de Identificação Automática de Veículos gera segurança e informação Arquivo ACREFI
O Siniav é ferramenta poderosa para a redução das perdas operacionais das instituições financeiras e seguradoras com fraudes, inadimplência e outras situações
O Conselho Nacional de Trânsito (Contran), por meio da Resolução nº 212, de 13/11/2006, ao criar o Sistema de Identificação Automática de Veículos, determinou a instalação de placas eletrônicas (chips) em todos os veículos registrados no País, previsto no art. 114 do Código do Trânsito Brasileiro (CTB) e na Lei Complementar nº 121, de 09/02/2007, que instituiu o Sistema Nacional de Prevenção, Fiscalização e Repressão ao Furto e Roubo de Veículos e Cargas, estabelecendo que o processo de implantação dos chips deverá ser iniciado dentro do prazo de 18 meses, a contar da publicação da Resolução nº 212 e finalizado em até 42 meses após, ou seja, de maio de 2008 a abril de 2010. A Resolução nº 212 prevê que deverão ser implantados chips em todos os veículos, que serão monitorados
ACREFI
HORACIO L. N. CATA PRETA, DIRETOR DE PROJETOS E SERVIÇOS DA FENASEG
por antenas dentro das cidades, nas estradas e nas fronteiras do País, visando conhecer melhor o trânsito nas cidades e nas estradas, assim como a identificação de veículos com algum tipo de irregularidade, sejam multas atrasadas, licenciamento anual não realizado, inadimplência do IPVA e do seguro obrigatório DPVAT, roubo e furto, gravames, restrições administrativas e judiciais, mandados de busca e apreensão e quaisquer outras que possam ser incluídas no cadastro de veículos do Departamento Estadual de Trânsito. Uma vez implantados os chips, os agentes de trânsito e policiais terão uma poderosa ferramenta para executar suas tarefas e poderão organizar blitz mais eficazes, pois somente os veículos irregulares serão parados para verificação, reduzindo o incô-
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modo para os motoristas e passageiros. As autoridades responsáveis pelo trânsito poderão contar com informações estatísticas para o planejamento de ações relacionadas com o tráfego de veículo e direcionar os esforços e recursos para os pontos críticos. A Prefeitura de São Paulo já dispõe de um plano para implantar os chips a partir de 2008, tornando-se o primeiro município a realizar tal inspeção, embora não ainda tenha sido estabelecida a forma de financiamento do sistema. Para as instituições que financiam veículos, essa nova ferramenta de controle poderá ser de grande ajuda para a recuperação de veículos com mandados de busca e apreensão, assim como para as seguradoras, nos casos de roubo e furto. (catapreta@fenaseg.org.br)
momento econômico
Mudanças socioeconômicas hão de dirigir-se para a melhoria e o bem-estar geral da população. Esta quer e precisa auferir maior renda real para viver com qualidade e satisfação crescentes. E muito embora desafios, desequilíbrios e desigualdades não faltem ao Brasil, a acreditar-se no retrato numérico que emergiu da mais recente PNAD, elaborada com afinco pelo IBGE, baseada no ano de 2006, mostra-se uma realidade que vai na direção desejável e saudável. A PNAD, ou Pesquisa Nacional de Amostra de Domicílios, levanta e investiga dados referentes ao perfil socioeconômico e profissiográfico dos brasileiros, ao penetrar no mercado de trabalho, na educação, no acesso a serviços públicos domiciliares e na divisão de renda por tipos de bens de consumo, entre outros. Ampla e extensa, a PNAD de 2006
PROF. ISTVAN KASZNAR, Ph.D., CONSELHEIRO ECONÔMICO DA ACREFI
A taxa de desemprego finalmente vergou, descendo de 9,3% para 8,4% da população economicamente ativa
pesquisou o perfil e os hábitos de 410.241 pessoas e de 145.547 domicílios. Pela sua dimensão, ela oferece com bastante precisão o quadro das mudanças vividas pelos brasileiros em várias das áreas mais marcantes de suas vidas. Nesse sentido, os dados mostram que o rendimento dos trabalhadores atuantes no mercado formal cresceu 7,2%, a maior alta desde 1995, alcançando R$ 888,41, com valorização de 12,1% acima da inflação entre 2004 e 2006. Isto é,
ocorreu uma firme recuperação do poder de compra do trabalhador. O trabalho infantil diminuiu, mas está longe de ser um modelo a ser mantido. Em 2005, trabalhavam 5,4 milhões de crianças entre 5 e 17 anos. Ano passado, o contingente caiu em 300 mil infantes, para 5,1 milhões. Essas crianças advêm de famílias cujo rendimento médio mensal mal alcança R$ 280 per capita. São trabalhadores precoces, majoritariamente urbanos, em 59,1%, e 19% não freqüenta a escola. Ademais, a taxa de desemprego finalmente vergou, descendo de 9,3% para 8,4% da população economicamente ativa (PEA). Nas escolas, registraram-se mais estudantes, crianças e jovens presentes. Está estabelecida a universalização do ensino. A escolarização inclui 84,6% das crianças de 5 a 6 anos. A taxa de analfabetismo dos maiores de
EDF
Renato Fogal
A política socioeconômica na rota certa e a consolidação do crédito ao consumidor
10 anos caiu de 16,4% em 1992 para 9,4% em 2006, conforme mostra o gráfico I. E para crianças entre 10 e 14 anos, a taxa caiu mais ainda, de 12,4% para 2,9%, um avanço e tanto para as novas gerações. Dos 173 milhões de brasileiros acima de 5 anos, 55 milhões eram estudantes. Nas habitações, ocorreu uma febril invasão de microcomputadores. A informatização dos lares chegou a 22% em 2006, bem acima dos 13% de 2001. O suprimento de energia elétrica praticamente atende a todos. Em 2006, 97,7% das casas eram supridas. Isso significa que o brasileiro tem acesso quase pleno à luz elétrica, à televisão e à geladeira – se puder e se quiser. O atendimento domiciliar de água subiu para 83,2% dos lares. Contudo, a distribuição regional desse benefício é por demais desigual. Na Região Norte, apenas 56,1% dos domicílios são atendidos, contra 54,6% em 2005, algo bem diferente dos 94,2% da Região Sudeste. A desigualdade econômica retraiu-se de leve. Lentamente. Algo de bem insuficiente para um país que possui, há 25 anos seguidos, uma das cinco piores distribuições de renda do mundo, segundo o Banco Mundial. Em compensação, infelizmente evoluíram fracamente as obras que atendem ao acesso ao saneamento por meio de rede de esgotos. Apenas 70,6% dos lares tinham esgoto satisfatório. Ou seja, há ainda 29,4% de lares com esgoto a céu aberto, disseminando doenças e elevando os índices de mortalidade infantil, sobretu-
Quadro I
EVOLUÇÃO DAS TAXAS DE ANALFABETISMO NO BRASIL
ANO
TAXA DE ANALFABETISMO – em % 10 anos ou mais 10 a 14 anos
1992
16,4
12,4
1993
15,6
11,3
1994
14,7
9,9
1995
13,7
8,3
1996
13,9
8,7
1997
12,9
6,9
1998
12,3
5,5
1999
11,4
4,2
2000
10,9
3,8
2001
10,6
3,5
2002
10,4
3,6
2003
10,3
3,5
2004
10,2
3,4
2005
10,1
3,2
2006
9,4
2,9
Fonte: Banco Central do Brasil.
do em localidades como zonas favelizadas. Por rede coletora, o acesso é bem menor, 48,5% são os agraciados. As melhorias são evidentes. Contudo há um mundo gigantesco de rendas, produtos e serviços e benefícios sociais por conquistar. As boas notícias são obliteradas e chamuscadas pela magnitude dos avanços exigidos para definir-se o País como efetivamente voltado ao desenvolvimento, à justiça socioeconômica e ao acerto das inequívocas lambanças que permanecem em seu corpo legislativo, jurídico, burocrático, ético e produtivo. Sob essa ótica, merece atenção o fato de que o crescimento recente da renda real do brasileiro e de seus
gastos, registrado no PIB, espelha a demanda ainda super-reprimida da camada mais pobre da população. A compra se registra em bens essenciais, como alimentos, vestuário, bebida, transporte, aluguéis e medicamentos. E a má distribuição de renda implica um consumo segmentado, diferenciado, por classes de renda, impedindo que o consumo de massa se engrandeça, e o varejo comercial – como deveria acontecer – se expanda. Enquanto na maior potência econômica do mundo, os Estados Unidos, a renda anual média per capita disponível chega a US$ 44.260, no Brasil ela alcança os US$ 8.802, ou 19,88%, um quinto do poder de
momento econômico Quadro II
PODER DE COMPRA EM PAÍSES SELECIONADOS Em US$ 1
PODER DE COMPRA PER CAPITA
PAÍS Estados Unidos
44.260
Reino Unido
35.690
Argentina
15.390
África do Sul
11.710
Chile
11.260
Brasil
8.800
Quadro III
CRÉDITO DISPONÍVEL O tomador de crédito, para cada US$ 100, financia:
PAÍS Estados Unidos
FINANCIAMENTO 25,4
Reino Unido
30,08
Argentina
29,73
África do Sul
24,8
Chile
25,69
Brasil
17,25
compra americano em 2006. Vide os quadros II e III, sobre poder de compra e crédito em países selecionados. Mesmo que os gastos das famílias tenham crescido 6% no primeiro semestre do ano, e a metade desse crescimento tenha vindo da classe C, à qual se acrescentaram 435 mil famílias, a incorporação de mais brasileiros com renda crescente ao parque de consumo se faz fundamental. O Brasil necessi-
tará crescer à taxa de 6% ao ano, em termos reais, durante 20 anos seguidos para diminuir o abissal hiato que o separa dos países desenvolvidos. Ademais, é importante perceber que os gargalos e as ineficiências de suprimento de bens e serviços públicos inibem o desenvolvimento. E a oferta de crédito barato e de longo prazo é fundamental para excitar o consumo e assegurar o investimento. No caso da educação, a PNAD revela que o ensino público retraiuse em 0,7% em 2006. Não foi por conta da expansão do ensino privado ou da queda de demanda das famílias, por recuperarem fragilmente sua baixa renda ou a formarem. Indicações mostram que a crise de verbas, a falta de professores e as greves foram danosas nessa área. Apenas 53,5% dos jovens concluem o ensino fundamental e seu nível de aprendizado é baixo. Portanto, o desafio não é apenas manter a criançada estudando. É preciso aparelhar as escolas; remunerar melhor os professores; educar os mestres com cursos regulares; doar e instalar computadores com internet aos professores e nas escolas e universidades; enviar grandes números de excelentes estudantes ao exterior, para graduações, mestrados e doutorados, com o compromisso de também ingressarem como docentes na volta ao País; e atrair os acadêmicos estrangeiros para criar a interação estratégica do ensino bem globalizado. Não é suficiente gabar-se com os dados da PNAD, relativos a 2005, que mostram 97,3% das crianças na
pré-escola e no ensino fundamental e médio. A metade dos estudantes não conclui o curso, e a péssima qualidade de ensino não gera o aprendizado com conhecimento. O analfabetismo funcional e a ignorância infelizmente crassam. O fato é que há mais a oferecer aos pupilos do que quatro paredes e professores desmotivados, destreinados e mal pagos. O orçamento público para educação é mal distribuído, administrado e subutilizado. Isso não é de hoje, nem de um governo ou de uma esfera de poder. É um problema assentado e tradicional, afeito à manutenção de grupos no poder, sem interesses em mudar o estamento que criaram. Faltam estratégias racionais, voltadas à efetivação da capacidade de suprimento, aliadas à conscientização das reais demandas da clientela a ser ensinada, num contexto de otimização da governabilidade acadêmica e dos gestores. E fatores culturais, educacionais, de formação de famílias e socioeconômicos também definem, constroem ou desmontam a educação. É usual no País fazer pilhéria dos bons estudantes e de o ensino superior ser visto como “luxo” ou não prioritário. Enquanto não se prestigiam com vigor a educação de qualidade, os melhores alunos, o ensino especializado e técnico e o alongamento do prazo de aprendizado, o verdadeiro desenvolvimento será uma miragem e manteremos a caricatura desenvolvimentista. No que tange ao saneamento, suas carências aumentam a incidên-
cia de doenças e canalizam os recursos públicos ao atendimento da saúde pública e dos farmacêuticos curativos. A verba escoa para atender doentes e some na conta útil da infra-estrutura. Isso é particularmente verdadeiro nas regiões de baixa renda, onde os investimentos minguam, como no populoso Nordeste e no Norte. Em relação ao mercado de crédito, o atual governo trabalhista fez uma política monetária contencionista exemplar, que controlou e desmontou a inflação; e alinhou, na prática, a modernização do mercado de crédito, democratizando o acesso do consignado a todos os trabalhadores. Como efeito, a relação empréstimos/PIB saltou de 32% em 2000 para 38% em junho de 2007, um movimento salutar bem balizado na perspectiva de crescente estabilização macroeconômica. Contudo, o mercado de crédito está minado pela gula do giro da dívida pública, que na relação dívida interna/PIB monta a 48%. O Estado criou uma poupança forçada e direcionada a seu favor, deixando um mercado livre de crédito por demais pequeno para a fome de consumo dos brasileiros e de suas famílias. Nos EUA, na Dinamarca, na Itália e no Japão, entre muitos países, o volume de crédito livre chegou a suplantar os 65% do PIB em junho de 2007. Sociedades afluentes usam o crédito como forma de alavancar o consumo e aquecer as suas indústrias. Eis por que está surgindo com vigor a modalidade do crédito direto de loja, para o financiamento de pro-
dutos. Especialmente verifica-se que o consumo das classes de renda C (que auferem na média R$ 1.050) e D (R$ 560) aumentou em 18,93% em 18 meses, até junho deste ano, com o crédito do varejo. As lojas emitem cartões de crédito e fazem parcerias com financeiras, pensando e colaborando com esse público. O volume de negócios é ótimo, pois os gastos no comércio das classes C e D de renda montarão – estima-se – a R$ 473 bilhões em 2007, um pulo de 58,5% em relação a 2002 e o equivalente a 22,45% do PIB do Brasil. Estima-se que, em dezembro 2007, os cartões de loja responderão por R$ 29,6 bilhões em compras de varejo, com 127 milhões de unidades. E o movimento dos cartões se acelerará e agigantará, pois o Brasil entrou na era da informática e da internet dos incluídos domiciliares, como comprova a PNAD anteriormente detalhado. O cartão expande a capacidade de compra das pessoas e faculta a aquisição de bens cujo preço unitário é mais alto. A facilidade dada pelo cartão de varejo e as financeiras ao público são deveras dignas de nota. Entre os elementos e as vantagens que se destacam com o uso do cartão, mencionem-se: a necessidade de ter apenas uma renda mínima de R$ 300 ao mês, o que já é uma realidade para mais de 81,5% da população; o limite médio dos gastos é aumentado e foi de R$ 175 em agosto de 2007; surge a possibilidade de aumentar o tíquete médio, a dita compra média por cliente, em
até quatro vezes, partindo da base de R$ 8,50; os clientes são mais bem fidelizados; aumentam as opções de pagamento; a fatura é feita no setor de crediário da loja, o que convida o consumidor a visitá-la com regularidade; o acompanhamento dos clientes pelos lojistas repete-se mais amiúde e permite conhecer melhor sua situação financeira e novas necessidades; lojas e redes podem oferecer preços promocionais, descontos especiais e taxas de juros menores; e os encargos podem cair, como prêmio ao comprador contumaz. Enfim, a retomada do crescimento econômico é auspiciosa e necessária. Ela se faz sentir nos lares brasileiros, conforme comprova a PNAD de 2006. As pessoas traduzem renda maior em mais consumo e maior acesso ao crédito. Aliada a uma fase de estabilização de preços, promove-se a qualidade de vida dos brasileiros. Com essa dinâmica, benefi ciam-se todas as classes de renda e eleva-se a motivação para manter-se a rota na busca do desenvolvimento auto-sustentável e tão almejado. Fontes bibliográficas: World Bank – Anual Report , 2005 e 2006. Acrefi – Revista Financeiro . Associação Brasileira de Empresas de Cartões de Crédito e Serviços (Abecs). PNAD, 2006. Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). Institutional Business Consultoria Internacional (IBCI) – Banco de dados. Revista Conjuntura Econômica – Fundação Getulio Vargas (FGV). Secretaria de Planejamento e Investimentos Estratégicos do Ministério do Planejamento. Organização Internacional do Trabalho (OIT).
(istvan@acrefi.org.br)
tendência
Flávio Roberto Guarnieri
Infra-estrutura e logística
TEREZA MARIA FERNANDEZ DIAS DA SILVA, SÓCIA DA MB ASSOCIADOS
O acidente com o avião da TAM no mês de julho passado reacendeu a preocupação com a infra-estrutura brasileira e com os gargalos provocados pela ausência de investimentos no setor, um dos fatores impeditivos ao crescimento sustentado do Brasil. As dificuldades para agilização dos investimentos são várias e passam por áreas distintas. Além da ausência de um planejamento de longo prazo, os modelos para os vários segmentos não estão claramente desenhados, afastando investidores privados, e o governo federal e os Estados não dispõem dos recursos necessários para a ampliação e conservação desses sistemas. Gargalos burocráticos1, de caráter jurídico2, além dos custos trabalhista tributário etc., só aumentaram o risco nos últimos anos, fazendo com que o sistema de transporte brasileiro esteja se aproximando de um “apagão”3 geral, com o custo atingindo patamares superiores ao mercado internacional, dificultando a logística e ampliando o círculo vicioso de ausência de novos investimentos (gráfico 1). A ausência de planejamento amplifi ca os nossos problemas. O Brasil é o único país do mundo com grande extensão que prioriza o transporte rodoviário, cujo custo é elevado quando comparado com
Responsável por aproximadamente 60% do volume de carga transportado, o transporte rodoviário enfrenta problemas que geram ineficiência no setor e implicam alto custo de frete
outros modais – trem e cabotagem, por exemplo –, se estes tivessem condições de operacionalização e escala. Responsável por aproximadamente 60% do volume de carga transportado no Brasil, o transporte rodoviário enfrenta problemas que geram inefi ciência no setor e implicam alto custo de frete – malha rodoviária deteriorada, frota de caminhões com idade média superior a 17 anos, roubo de carga 4 , informalidade, entre outros. Apesar dos problemas, ainda não existe no Brasil nenhum modal que substitua o rodoviário. A malha ferroviária, mesmo tendo aumentado sua participação na matriz de transporte – de 20% em 1997 passou a 26% em 2006 –, ainda é insuficiente e apresenta problemas regulatórios que inviabilizam o avanço rápido no seu crescimento, principalmente nas linhas de trans-
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porte. O mesmo ocorre com o sistema de transporte marítimo e fluvial, com os portos, com as linhas de transporte de dutos etc. Acreditamos que os problemas são amplamente conhecidos e já foram exaustivamente debatidos. A questão que se coloca é da possibilidade e/ou viabilidade de que esses problemas sejam sanados antes que acontecimentos parecidos ao do setor aeroviário se repitam e que as soluções sejam encaminhadas sempre de maneira emergencial. As atitudes do governo mostram que ele tem consciência dos problemas que o País vem enfrentando, e dos seus custos para as empresas e cidadãos. Tanto assim, que no começo do ano anunciou o Plano de Aceleração do Crescimento (PAC), que, independentemente de ser realizado, tem o mérito de apontar onde estão os problemas e quanto seria necessário investir para eliminá-los. O programa estima gastos de R$ 27 bilhões nas várias regiões do País em investimentos nos diversos setores de transporte. Além disso, foi anunciado recentemente o Plano Nacional de Logística e Transporte (PNLT), programa ambicioso de longo prazo (2008/2023) que estima investimentos de R$ 172 bilhões, dos quais R$ 101 bilhões seriam
FINANCEIRO
15/10/2007, 11:15
Gráfico 1
Custo logístico – Brasil – em % do PIB
O nosso ceticismo em relação ao timing de execução dos
14
12,6
12
programas e a nossa preocupação quanto ao
Nos EUA, o custo logístico é de 8,3% do PIB
10
crescimento do País nos 7,5
8
parecem muito justificados
6 3,9
4 2
0,7
0,5
Armazenagem
Administrativo
0 Transporte
Estoque
Total
Fonte: Coppead. Elaboração: MB Associados.
Tabela 1
Investimentos do governo – execução orçamentária por área no primeiro semestre de 2007
Transportes Cidades Integração Defesa Energia Bacias Hidrográficas Ciência e Tecnologia Total
Previsão orçamentária
Gasto efetivo
Taxa de execução
(R$ milhões)
(R$ milhões)
(%)
5.611,1
871,2
15,5
782,8 641,7 350,0 101,2 40,1 8,5
166,5 0,5 0,0 2,0 0,0 0,0
21,3 0,1 0,0 2,0 0,0 0,0
7.535,4
1.040,2
13,8
Fonte: ONG Contas Abertas, Banco Central, Ministério do Planejamento e IBGE.
investidos até 2015 com a redução do modal rodoviário para 33%, e o compromisso de que apenas 3% das estradas estejam em condições ruins de trânsito já em 2010. Prevê, ainda, a ampliação do modal ferroviário para 32% e do modal hidroviário, dos atuais 13%, para 29%. Ainda de acordo com o PNLT, as rodovias receberão R$ 74,2 bilhões; as ferrovias, R$ 50,6 bilhões; as hidrovias, R$ 12,8 bilhões; os portos, R$ 25,1 bilhões; e os aeroportos, R$ 9,7 bilhões. A grande dúvida está relacionada à capacidade de operacionalização do governo desses planos
ACREFI
divulgados. A difi culdade do atual governo em sinalizar a sua convicção de que os avanços são necessários e que o Estado não tem condições de avançar em todos os fronts fi ca clara quando os recuos aparecem. Um dos exemplos, dos mais recentes, é a decisão, depois de muitas idas e vindas, de se privatizar sete estradas federais pelo sistema de concessão e não tentar mais avançar em um modelo Parceria Público-Privada (PPP), totalmente inadequado para esse caso. Com quase dois anos de atraso, está sendo publicado o Edital de Licitação para o mês de outubro de 2007.
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Além das demoras, pelas dificuldades de decisão do governo, as obras também atrasam por problemas que vão desde a burocracia até entraves jurídicos e problemas operacionais enormes, que ficam claros quando analisamos a tabela 1. A dimensão dos atrasos é dada também pelas irregularidades que permeiam muitos dos programas. Recentemente, o Tribunal de Contas da União incluiu 29 empreendimentos do Programa de Aceleração do Crescimento (PAC) no relatório de obras públicas com indícios de irregularidades 5 graves, que justificam a paralisação dessas obras. Com isso, os recursos devem ser bloqueados até que as irregularidades sejam sanadas, ou seja, mais atrasos. O nosso ceticismo em relação ao timing de execução desses programas e a nossa preocupação quanto ao crescimento do País nos parecem, portanto, muito justificados.
1 Demora na aprovação de licenças ambientais e outros entraves (desapropriação, p.e.). 2 Riscos de alterações nas regras contratuais e, com isso, suspensão de projetos e concessões, mudanças no papel das agências reguladoras, aperfeiçoamento na Lei de Licitações etc. 3 O termo “apagão” tem sido usado de maneira bastante ampla no Brasil. Neste texto, a conceituação desse termo abrange dois conceitos: i) apagão físico: sistema colapsa (racionamento energia elétrica – 2001; aviação – 2007; portos – Paranaguá. ii) apagão econômico: evita-se o racionamento físico pela elevação dos preços e conseqüente queda da demanda. 4 No Brasil, ocorrem cerca de 12 mil roubos de cargas por ano, 80% nas estradas do Sudeste do País. 5 Na sua maioria, os problemas encontrados pelo TCU tratam de irregularidades na execução dos convênios, superfaturamento de preços, alterações indevidas de projetos e problemas em processos licitatórios, entre outros.
política tributária
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O dilema brasileiro: aumento de carga e perda de PIB
A recorrente resposta dos últimos governos à crônica falta de recursos para atividades ditas “essenciais” – como saúde e assistência social – tem sido monotonamente a mesma: sobretaxar a sociedade. Assim tem ocorrido nos últimos 20 anos, desde o advento da Constituição de 1988, que estabeleceu novos “direitos”, sem fonte nem cobertura, e centralizou a carga tributária em Brasília. Não procede, portanto, o argumento de que a carga tributária atual deve ser aceita de modo conformista, só porque a prioridade da política econômica tem sido a de continuar dando cobertura a gastos correntes sociais às expensas dos que produzem, investem ou consomem. Esse dilema entre “não taxar” ou “não investir no social” revela-se equivocado e falacioso, como veremos. 1. A carga de hoje contrata a perda de PIB amanhã A elevação contínua da carga de tributos, que cresce, como tem crescido, à base de 1 ponto percentual adicional de PIB por ano, para cobrir os gastos públicos, em constante explosão, cria um efeito deletério sobre a evolução do mesmo PIB, pois uma parte significativa dos investimentos que se realizariam no setor privado, anualmente, é desviada para os cofres públicos, gerando uma perda de produtividade de cada real devolvido, em
PAULO RABELLO DE CASTRO, PRESIDENTE DO CONSELHO DE PLANEJAMENTO ESTRATÉGICO (FECOMÉRCIO-SP) E VICE-PRESIDENTE EXECUTIVO DO INSTITUTO ATLÂNTICO COLABOROU O DEPARTAMENTO DE PESQUISAS DA RC CONSULTORES
seguida, à circulação econômica. Em termos bastante simples, o aumento da carga tributária, hoje, contrata a redução permanente da taxa de crescimento do PIB, amanhã. A tal fenômeno chamamos de “cruz tributária”, quando a curva ascendente da carga de tributos corta a outra curva, esta descendente, da variação anual do PIB, como temos verificado desde o fim da década de 1980. Matematicamente, o efeito destrutivo da expansão da carga tributária torna-se mais claro, ao se usar o conceito de “carga marginal” ou, equivalentemente, de “carga incremental”. Calcula-se a carga incremental de tributos mediante a estimativa do tamanho do desvio de renda, do setor privado para governo, decorrente de se impor à sociedade saltos continuados, da ordem de 1 ponto percentual do PIB, como se vem fazendo.
2. Exercício da carga incremental de tributos e o seu efeito Supondo que a renda cresça 2% ao ano, e a carga tributária esteja no nível de 35%. O governo pretende abocanhar mais carga, fazendo-a passar para 36% no ano seguinte. Fazendo as contas, o acréscimo do PIB será de 2 unidades, supondo, em índice, que cresça de 100 para 102; o governo quer apropriar 1 ponto de percentagem adicional do PIB (de 35% para 36%); assim, terá que abocanhar 1,72 do PIB gerado a mais (a diferença entre 36,72 e 35,00). Conclusão: 1,72 unidade corresponde a 86% do aumento de 2 unidades na produção total. Logo, acrescentada, a carga marginal tributária será de 86% da renda nacional! A esse fenômeno se dá o nome técnico de “crowding out” (expulsão, em português). Abocanha-se praticamente todo o acréscimo da renda pro-
Tabela 1 DANO CAUSADO PELO AUMENTO DA CARGA AUMENTO DA CARGA TRIBUTÁRIA em p.p. PIB
PERDA DE PIB PRIVADO % ao ano
PERDA DE PIB TOTAL % ao ano
VALOR DA PERDA % ao ano
1
0,44
0,29
6,7
2
0,88
0,57
13,4
3
1,32
0,86
20,0
4
1,76
1,14
26,7
5
2,20
1,43
33,4
Fonte: RC Consultores.
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FINANCEIRO
duzida na sociedade. Se o mesmo exercício tivesse sido feito com um crescimento anual de 4%, a carga tributária “incremental” seria de 61%, mesmo assim extremamente elevada. Portanto, não é totalmente correto se dizer que a carga no Brasil é de apenas 35%. Seriam 35% se a carga tributária não se elevasse ano a ano. Como tem se elevado todos os anos, por mais de dez anos, essa carga “adicional”, ou “incremental”, tem sido de, pelo menos, o dobro da carga média. O governo se apropria de mais de dois terços de todo o esforço de crescimento do País. Em seguida, usa o dinheiro em gastos de baixa produtividade, ou simplesmente, improdutivos! 3. Prorrogar a CPMF é prorrogar a improdutividade É neste contexto que deve ser discutida a prorrogação da CPMF, apenas para se concluir por sua extinção. A CPMF tem contribuído para elevar a carga tributária e, assim, “encomendar” menos riqueza no futuro. Cálculo econométrico realizado pela RC Consultores (ver anexo) conseguiu mostrar em quanto a elevação de tributos no Brasil tem impacto de contrair o PIB futuro. Por outro lado, cada real de redução na carga, se admitido, conseguiria fazer retornar essa renúncia fiscal imediata, em apenas seis anos, em termos de elevação permanente do crescimento nacional. Reduzir a carga tributária, portanto, mais do que qualquer outro investimento, é a forma mais rápida e mais segura de se aumentar a taxa de crescimento do País.
Manter a carga tributária como está, ou pior ainda, pretender manter tributos em elevação, só produz mais miséria e contrata a estagnação do País. Nas tabelas abaixo, a RC Consultores calculou o impacto de cada ponto adicional da carga tributária, em termos do PIB. Com o aumento de 5 pontos acumulados de carga, por exemplo, o PIB “privado” (isto é, sem governo) perde 2,2 pontos percentuais em ritmo de crescimento (ou seja, se fosse de 4,2% ao ano, cairia para 2% apenas), e o PIB total cairia 1,4 ponto ao ano (no exemplo, cairia de 4,2% para 2,8%). Uma conclusão trágica, mas que não deixa de ser curiosa, mostrada na tabela 1, é que, após a elevação de carga tributária em 5 pontos, o PIB total é “engolido” em R$ 33 bilhões todos os anos, ou seja, perde-se riqueza igual a uma arrecadação de CPMF! 4. Reduzir a carga é essencial para crescer mais Em compensação, na tabela 2, o cálculo econométrico realizado retrata o que é intuitivo para todos: que a redução da carga tributária, hoje, “contrata” mais PIB amanhã. Mas de quanto? Suponhamos que a renúncia fiscal de arrecadação da CPMF seja total (R$ 35 bilhões). Concluímos que, sendo a extinção da CPMF integral, a arrecadação perdida hoje estaria totalmente recuperada, porém sem qualquer elevação da carga tributária em, no máximo, seis anos; a partir do ano 6, toda arrecadação extra ultrapassaria o total dos R$ 35 bilhões renunciados hoje.
Tabela 2 VANTAGEM EM PIB DA RENÚNCIA À CPMF RENÚNCIA FISCAL R$ bi
AUMENTO DE PIB Impacto direto Impacto indireto R$ bi/ano R$ bi/ano
35
10,0
3,3
18
5,1
1,7
9
2,5
0,8
3
0,9
0,3
Nº de exercícios fiscais para zerar a renúncia: 6 Fonte: RC Consultores.
ACREFI
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A conclusão é inequívoca: com o atual nível de carga, o melhor negócio do País, em termos de investimento público, é cortar tributos, especialmente os mais danosos ao processo produtivo, como a CPMF. O pior negócio do País, e o mais tolo do ponto de vista da boa técnica de planejamento econômico, é insistir que a carga tributária atual é irrenunciável “porque o País precisa crescer”... Pelo contrário, a carga da CPMF só contrata mais estagnação e miséria. 5. Trabalhador brasileiro: a maior vítima da avalanche tributária Longe de serem os ricos os que mais pagam, são os trabalhadores as maiores vítimas de tributos como a CPMF. Não só por pagarem seu custo nos produtos consumidos e no crédito. O efeito mais danoso é o indireto, por matar empregos e a produtividade geral da economia. A associação entre o gigantismo da carga tributária, ligada ao Estado assistencialista, e o resultado da estagnação da renda per capita nas últimas duas décadas, salta aos olhos pelas estatísticas econômicas do comportamento da produtividade nos últimos anos. De 1980 até 2005, a Organização Internacional do Trabalho (OIT) registrou um recuo dramático da produtividade (relativa) do trabalho no Brasil. Enquanto isso, a China, cujo trabalhador tinha apenas 5% da produtividade do americano, saltou para 12%. E a do coreano passou de 28% para 68%, um sucesso “escandaloso”. Nós, brasileiros, contratamos, de fato, a estagnação da produtividade total dos fatores, como demonstrado por sucessivas pesquisas (Samuel Pessoa e outros), (ver tabela anexa). Na base dessa destruição generalizada de renda e de valor, está o “crowding out” tributário, com o Estado expulsando os investimentos privados para financiar as transferências assistencialistas, a avalanche de juros sobre juros e as aposentadorias milionárias de uma minoria. Por menos carga tributária, maior crescimento e mais cidadania! Brasília, 5 de setembro de 2007.
política tributária Anexo Estatístico A RC Consultores buscou capturar os efeitos da carga tributária sobre a evolução do PIB. Para isso, realizamos quatro exercícios econométricos nos quais o valor do PIB “privado” brasileiro (montante real, em milhões de reais, a preços de 2006) foi a variável a ser explicada pelo modelo. Como variáveis explicativas, usou-se: (1) a carga tributária, e (2) a população economicamente ativa, calculada pelo IBGE na Pesquisa Nacional por Amostra Domiciliar (PNAD). O exercício buscou estabelecer as relações na seguinte equação: Ln Q* = Ln A +
(Ln T - Ln Q) + ß Ln L
Sendo: Q* = PIB “privado” (PIB total menos o PIB de serviços de administração, saúde e educação públicas, e o consumo do governo), a preços de 2006 A = constante T = valor real total arrecadado, em milhões de reais, a preço de 2006 Q = PIB total, em milhões de reais, a preços de 2006 L = população economicamente ativa (PEA)
Exercício 1: No primeiro exercício, em vez de se trabalhar com o conceito de PIB “privado” bruto (Q*), buscou-se estimar os efeitos das variáveis explicativas sobre a participação do PIB “privado” sobre o PIB total, de forma que a variável explicada foi “Ln Q* - Ln Q”.
RESUMO DOS RESULTADOS
Com um razoável poder de explicação do exercício, o efeito da elasticidade da carga tributária (variável X1) sobre o PIB “privado” é de -0,178.
Regressão Resíduo Total
Exercício 2: O segundo exercício manteve todas as premissas do primeiro, menos uma: a constante foi zero.
RESUMO DOS RESULTADOS
Apresentando um melhor poder de explicação no exercício, o efeito da elasticidade da carga tributária (variável X1) sobre o PIB “privado” é de -0,168.
Estatística de regressão R múltiplo R-Quadrado R-quadrado ajustado Erro padrão Observações
0,984 0,968 0,963 0,029 17
ANOVA
Interseção Variável X 1 - (Ln T - Ln Q) Variável X 2 - Ln L
gl
SQ
MQ
F
F de significação
2 14 16
0,368 0,012 0,381
0,184 0,001
211,637
3,44845E-11
Coeficientes
Erro padrão
Stat t
valor-P
95% inferiores
-0,181 -0,178 1,404
2,470 0,150 0,129
-0,073 -1,186 10,898
0,943 0,255 0,000
-5,478 -0,500 1,128
Estatística de regressão R múltiplo R-Quadrado R-quadrado ajustado Erro padrão Observações
0,984 0,968 0,899 0,029 17
ANOVA Regressão Resíduo Total
Interseção Variável X 1 - (Ln T - Ln Q) Variável X 2 - Ln L
16
gl
SQ
MQ
F
F de significação
2 15 17
0,368 0,012 0,381
0,184 0,001
226,664
2,16545E-11
Coeficientes
Erro padrão
Stat t
valor-P
95% inferiores
0,000 -0,168 1,395
#N/D 0,065 0,004
#N/D -2,586 314,495
#N/D 0,021 0,000
#N/D -0,307 1,385
FINANCEIRO
Exercício 3: No terceiro exercício, passou-se a trabalhar com o poder de explicação sobre o PIB “privado” bruto (Q*). Neste exercício, com constante. Com um regular poder de explicação do exercício, o efeito da elasticidade da carga tributária (variável X1) sobre o PIB “privado” é de -0,215.
RESUMO DOS RESULTADOS Estatística de regressão R múltiplo R-Quadrado R-quadrado ajustado Erro padrão Observações
0,982 0,965 0,960 0,026 17
ANOVA Regressão Resíduo Total
Interseção Variável X 1 - (Ln T - Ln Q) Variável X 2 - Ln L
Exercício 4: No quarto exercício, se mantiveram todas as premissas do terceiro exercício, menos uma: a constante foi zero. Com um bom poder de explicação do exercício, o efeito da elasticidade da carga tributária (variável X1) sobre o PIB “privado” é de -0,154.
MQ
F
F de significação
0,255 0,009 0,264
0,127 0,001
192,338
6,58499E-11
Coeficientes
Erro padrão
Stat t
valor-P
95% inferiores
-1,127 -0,215 1,216
2,154 0,131 0,112
-0,523 -1,646 10,824
0,609 0,122 0,000
-5,747 -0,496 0,975
Estatística de regressão R múltiplo R-Quadrado R-quadrado ajustado Erro padrão Observações
0,982 0,964 0,895 0,025 17
ANOVA
Interseção Variável X 1 - (Ln T - Ln Q) Variável X 2 - Ln L
ACREFI
SQ
2 14 16
RESUMO DOS RESULTADOS
Regressão Resíduo Total
Conclusão do exercício econométrico: Os quatro exercícios apontaram um alto poder de explicação total e um efeito da carga tributária sobre o PIB “privado”, variando (com efeito negativo) num intervalo entre 0,154 e 0,215. Isso aponta o quão próximos os exercícios estiveram de capturar a exata correlação entre as variáveis analisadas. Optamos por utilizar a elasticidade mais comportada (0,154) para estimar as projeções apresentadas no texto. Aplicamos esse parâmetro sobre a equação econométrica, de forma a medir o efeito de variação de 1 ponto percentual da carga tributária sobre o PIB “privado”, chegando ao resultado apresentado na Tabela 1.
gl
gl
SQ
MQ
F
F de significação
2 15 17
0,254 0,009 0,264
0,127 0,001
201,977
4,73151E-11
Coeficientes
Erro padrão
0,000 -0,154 1,157
#N/D 0,057 0,004
Stat t #N/D -2,693 296,434
valor-P
95% inferiores
#N/D 0,017 0,000
#N/D -0,276 1,149
Decomposição logarítmica de crescimento do produto total (Brasil)
Getúlio Vargas e Café Filho
Taxa de Crescimento Contribuição do Fator Período Oficial Período Y Y anual N L/N PTF K/L H 31/01/51 a 31/01/56 1950-55 38% 6,5% 3,0% -0,1% 2,0% 1,4% 0,2%
Juscelino Kubitschek
31/01/56 a 31/01/61 1955-60
47%
7,8% 4,6%
39%
-3%
Jânio Quadros e João Goulart
31/01/61 a 15/04/64 1960-63
16%
5,1%
2,9%
0,7%
2,1%
57%
13%
5,8%
2,8%
1,0%
3,4%
46%
-2%
3,0% -0,2%
31% 43% 11%
42%
2,9%
49%
16%
Emílio Garrastazú Médice
30/10/69 a 15/03/74 1969-73
57% 11,2%
2,9%
3,0%
8,2%
25%
27%
Ernesto Geisel
15/03/74 a 15/03/79 1973-78
38%
6,5%
2,7%
2,3%
3,7%
41%
35%
João Baptista Figueiredo
15/03/79 a 15/03/85 1978-84
15%
2,4%
2,2%
0,7%
0,1%
94%
29%
-107%
4,3%
1,8%
1,7%
-0,3%
2,4%
43%
41%
-7%
15/03/85 a 15/03/90 1984-89
24%
Collor e Itamar Franco
15/03/90 a 01/01/95 1989-94
7%
-0,2%
114%
-36%
Fernando Henrique Cardoso
01/01/95 a 01/01/03 1994-02
20%
2,3%
1,3%
0,1%
0,9%
60%
6%
1950-02 1229%
5,0%
2,3%
0,8%
Período Todo
1,3%
1,5% -0,5%
3%
18%
3%
0,5% 0,8% 0,2%
Castello Branco e Costa e Silva 15/04/64 a 31/08/69 1963-69
José Sarney
22%
3,4% 1,4% 0,2% 15%
4%
0,6% 0,9% 0,5% 10%
15%
9%
4,8% 0,9% -0,3% 42%
8%
-3%
-0,4% 2,0% -0,1% -6%
31%
-2%
-2,5% 1,4% 0,6% 60%
24%
0,1% 0,9% 2%
22%
-0,9% 0,5% 0,8% -70%
35%
57%
-0,3% 0,4% 0,7% -14%
19%
30%
0,5% 1,0% 0,4%
2,6% 47% 16% 10% 19% 8% Obs: Os resultados em negrito são percentuais e correspondem a fração do crescimento do produto por trabalhador atribuído ao fator em questão. Para a coluna Y anual os resultados em negrito correspondem à taxa de crescimento do produto per capita. Y - Produto total • N - População • L/N - Coeficiente de Participação (PEA/N). Fonte: Samuel Pessoa, Fernando Veloso e Victor Gomes. Evolução da Produtividade Total dos Fatores na Economia Brasileira: Uma Análise Comparativa. EPGE-FGV, novembro de 2003.
17
artigo
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A regulação como instrumento de fomento à concorrência no sistema financeiro
Independentemente de qualquer discussão sobre a legitimidade e conveniência das políticas públicas adotadas, é inegável a influência do Poder Público na determinação do nível de concorrência
LEOPOLDO UBIRATAN CARREIRO PAGOTTO, ADVOGADO DE XAVIER, BERNARDES, BRAGANÇA, SOCIEDADE DE ADVOGADOS
A polêmica entre o Conselho Administrativo de Defesa Econômica (Cade) e o Banco Central sobre que repartição pública seria competente para regular a concorrência no sistema financeiro teve, pelo menos, o mérito de chamar atenção para um tema da maior relevância – a concorrência entre instituições financeiras. Porém, a complexidade do tema obriga que todos os interessados se distanciem da mera análise formal do problema e investiguem como, efetivamente, uma política pública pode ser voltada para o setor. Nessa direção, a atuação antitruste do Cade, tal como tradicionalmente implementada, tende a ser pontual e notadamente reativa em relação aos problemas que lhe são trazidos. Veja-se a discussão sobre a definição do mercado relevante. A dimensão geográfica do mercado relevante seria local, traçando-se um raio em torno de cada agência bancária, ou este deveria ser nacional, uma vez que as principais instituições financeiras competem em todo o território nacional? Seria possível segmentar os mercados financeiros conforme o perfil e porte dos clientes? Do mesmo modo, na dimensão produto, “serviços bancários” forneceriam um retrato fiel da realidade ou ignorariam a diferenciação básica entre depósito e concessão de crédito? Empresas não reguladas pelo Banco Central, como as faturiza-
20
doras, podem ser consideradas concorrentes de bancos, uma vez que, em realidade, acabam fornecendo crédito? Em que medida as grandes empresas podem usar o mercado de capitais como substituto para obtenção dos recursos por meio dos bancos? Dentre todas essas dúvidas, fica claro que a preocupação do Cade tende a específica e pontual, ignorando aspectos sistemáticos e globais. Por essa razão, o Cade deverá tomar cuidado, caso venha a regular a concorrência no SFN, uma vez que análises precipitadas podem conduzir a equívocos. Vejam-se dois exemplos: a) Análises feitas por ocasião da entrada de grandes instituições financeiras estrangeiras no mercado brasileiro sustentavam que elas poderiam reduzir o spread, ao introduzir novo padrão de concorrência no SFN. Passados dez anos da entrada desses novos players, tais efeitos ainda não se fizeram sentir no mercado financeiro. Tropicalizados ou não, os bancos estrangeiros rapidamente se adaptaram ao mercado brasileiro, seguindo as práticas aqui estabelecidas. b) Igualmente, a mera constatação de que o número de instituições financeiras tem diminuído em virtude de aquisições não é suficiente para afirmar que o nível de concorrência diminuiu. Como se sabe, a rivalidade no mercado não guarda relação com o número de agentes – por vezes,
FINANCEIRO
uma estrutura de mercado oligopolista pode conduzir a acirrada competição entre os agentes. Todas as principais transformações acima descritas foram fomentadas, em parte, pela evolução natural dos mercados financeiros. Contudo, há outro fato que não pode ser ignorado: independentemente de qualquer discussão sobre a legitimidade e conveniência das políticas públicas adotadas, é inegável a influência do Poder Público na determinação do nível de concorrência. Por isso, ações regulatórias implementadas pelo Banco Central tendem a possuir maior eficácia no fomento ou desincentivo à concorrência. Assim, o dirigismo de certas linhas de crédito privilegia certos setores da economia em detrimento de outros e, conseqüentemente, favorece instituições posicionadas para atender a essas demandas. O depósito compulsório limita recursos dos bancos para a concessão de empréstimos, desviando a concorrência do fornecimento de crédito para a prestação de serviços não-financeiros. A necessidade de financiar o déficit estatal faz do Poder Público o principal tomador de recursos do País, impondo ao Banco Central o “dever de refletir” sobre o impacto fiscal de determinada regra regulatória – afinal, uma queda acentuada na taxa de juros terá reflexos sobre a arrecadação tributária. Em particular nos mercados financeiros regulados fortemente conforme o interesse do Poder Público – notadamente os interesses do erário –, ações regu-
latórias revestidas de caráter indutivo tendem a ter reflexos mais concretos sobre a concorrência entre as instituições financeiras. Nesse contexto, cogitar do impacto concorrencial de normas aparentemente só regulatórias pode trazer benefícios consideráveis sobre a competição no SFN. Muito mais do que a atenção no controle de estruturas ou na repressão a condutas anticoncorrenciais, aspectos sobre os quais a defesa da concorrência tradicionalmente tem se apoiado, a advocacia da concorrência pode apresentar melhores resultados caso se volte para a proposição de medidas regulatórias pró-competitivas. No Reino Unido, por exemplo, as normas do órgão regulador do sistema financeiro se submetem à análise pela autoridade concorrencial, a qual pode sugerir sua alteração para minimizar os efeitos anticompetitivos. No Brasil, o diálogo institucional entre as autoridades de concorrência e Banco Central tem ocorrido e pode apresentar resultados. Portanto, sob determinadas circunstâncias, a identificação de mudanças regulatórias – muitas vezes simples, como o cadastro positivo, e até mesmo a indução de debates sobre temas considerados tabus, vide a dicotomia entre a estabilidade e a concorrência no SFN – pode favorecer o desenvolvimento de um ambiente de livre concorrência saudável, sem que haja a necessidade de recurso tão freqüente às ferramentas tradicionais do antitruste.
No Brasil, o diálogo institucional entre as autoridades de concorrência e Banco Central tem ocorrido e pode apresentar resultados
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análise econômica
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Os custos fiscais da menor exposição cambial CARLOS THADEU DE FREITAS GOMES, CHEFE DA DIVISÃO ECONÔMICA DA CNC E EX-DIRETOR DO BANCO CENTRAL
Arquivo Acrefi
MARIANNE LORENA HANSON, ECONOMISTA DA CONFEDERAÇÃO NACIONAL DO COMÉRCIO
Os títulos da dívida interna apresentam taxa de rentabilidade maior, principalmente tendo em vista a concomitante valorização do câmbio
A atual política fi scal vigente tem como foco principal a obtenção de superávits primários elevados para a redução da dívida líquida do setor público em relação ao PIB, o indicador mais usado para medir o endividamento do governo. De fato, desde 2003, obteve-se êxito na diminuição gradual da DLSP/PIB, embora a trajetória de queda tenha se desacelerado recentemente. Mantendo os esforços para redução do défi cit nominal por meio da manutenção de saldos primários elevados, fundamentados em elevações sucessivas da carga tributária, medidas adicionais foram tomadas a partir de 2005 para reduzir a vulnerabilidade da dívida pública. Condições econômicas muito favoráveis, como liquidez externa abundante, baixa percepção de risco e perspectivas de estabilidade de preços e câmbio, permitiram promover algumas mudanças signifi cativas na administração da dívida. Em primeiro lugar, sua composição foi alterada, sendo a exposição cambial revertida, em termos líquidos, em posição credora, além da redução dos títulos indexados à Selic e aumento da parcela dos prefi xados. Outra melhora foi em relação aos prazos, com redução da dívida de curto prazo e sucesso na colocação de títulos de longo prazo.
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Contudo, essa reestruturação da dívida pública provocou custos fiscais. No primeiro semestre de 2007, apesar da elevação do saldo primário para níveis recordes, a relação dívida líquida/PIB caiu pouco, como ilustra o quadro da página seguinte. O último dado para a DLSP/PIB, para julho de 2007, é de 44,38%, praticamente estável em relação aos 44,27% do mês de junho e ligeiramente inferior aos 44,91% de dezembro de 2006 e 46,45% em dezembro de 2005. As causas principais dessa desaceleração são, em primeiro lugar, justamente o custo da troca da dívida externa pela interna, que impacta na dívida por meio de juros e de ajustes patrimoniais, e, em segundo lugar, as operações do Banco Central no mercado de derivativos (swaps reversos). Ao trocar obrigações externas por títulos internos, ocorreu um aumento dos juros nominais. Os títulos da dívida interna apresentam taxa de rentabilidade maior, principalmente tendo em vista a concomitante valorização do câmbio, implicando a troca de uma dívida “barata” por outra mais “cara”. Quando esse movimento de troca se intensifi cou, em 2004 e 2005, os juros nominais cresceram substancialmente, mesmo tendo a Selic, o principal indexador da dívida, entrado em trajetória de queda.
FINANCEIRO
em % PIB
Fatores Condicionantes da Dívida
2003
2004
2005
2006
jan-jul 07
NFSP
4,95
2,54
2,95
2,94
0,54
Primário
-4,14
-4,37
-4,33
3,79
-3,20
Juros nominais
9,09
6,92
7,28
6,73
3,73
-4,03
-0,87
-0,84
-0,21
0,67
Ajuste cambial Dívida interna indexada ao câmbio
-1,42
-0,18
-0,21
-0,09
-0,07
Dívida externa - metodológico
-2,60
-0,69
-0,63
-0,11
0,74
Dívida externa - outros ajustes
1,05
0,38
-0,10
0,10
0,30
Reconhecimento de dívidas
0,04
0,35
0,15
-0,02
0,05
Privatizações
0,00
-0,04
-0,04
-0,09
-0,05
Efeito crescimento PIB - dívida
-0,32
-7,95
-2,64
-4,27
-2,04
Dívida líquida - var. ac. ano
1,68
-5,58
-0,53
-1,54
-0,54
Dívida/PIB
57,18
51,60
46,45
44,91
44,38
Valores negativos = Redução/Positivos = Aumentos Fonte: Banco Central do Brasil.
No acumulado ao ano até julho, os juros nominais caíram de 7,31% do PIB em 2006 para 6,52% em 2007, e o défi cit nominal 2,49% para 0,94%. Contudo, o aumento da dívida mobiliária interna como contrapartida da redução da externa eleva a resistência à queda dos juros nominais, sobretudo com a mudança de seu perfil. O aumento do peso dos títulos prefi xados e a menor importância dos indexados à taxa Selic fazem com que as quedas da taxa de juros promovidas pelo Banco Central tenham menos efeito sobre o custo da dívida. A segunda implicação da troca consiste na diminuição da grandeza do efeito do câmbio sobre a dívida
ACREFI
e sua recente reversão. A valorização cambial a partir de 2003 provocou um efeito patrimonial direto de redução do estoque da dívida externa. A partir da diminuição da participação do câmbio na dívida pública, os impactos da queda do dólar foram se reduzindo. Hoje, a posição externa das contas públicas é credora, ou seja, uma valorização cambial leva a ajustes de aumento da dívida. Apesar das turbulências recentes, o real apresenta alta no acumulado ao ano, e o ajuste cambial teve efeito de aumento sobre a dívida no período (vide tabela). A atuação do Banco Central no mercado cambial tem implicado custos fiscais adicionais. A posição cre-
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dora da dívida interna atual, por meio das operações com swaps cambiais reversos, causa aumento dos juros nominais, devido ao diferencial entre juros e câmbio desfavorável ao emissor, que são apropriados mensalmente. Além disso, as operações com reservas do Banco Central levam ao aumento da dívida, pois, ao comprar dólares para o acúmulo de divisas estrangeiras, o Banco Central injeta moeda no mercado que tem de ser enxugada com emissão de títulos com rendimentos ainda elevados. Mesmo com a queda do custo da dívida, as taxas de juros ainda podem ser consideradas elevadas, especialmente se comparadas ao baixo rendimento das reservas, descontada a perda em seu valor denominado em reais, devido à valorização cambial. Assim, apesar da melhora do perfil da dívida pública e da diminuição da vulnerabilidade externa da economia, tornando o País menos suscetível a uma eventual crise externa, o custo dessa estratégia tem sido intensificado pela valorização cambial. Dessa forma, o esforço fiscal representado por um superávit primário da ordem de 5,58% do PIB no acumulado em julho tem sido afetado pela atual superexposição credora em moeda estrangeira, reduzindo o ritmo de queda da trajetória DLSP/PIB. Tendo em conta a tendência de estabilidade do dólar, a trajetória da dívida líquida em 2008 estará mais condicionada ao saldo primário, ao crescimento esperado do PIB e ao comportamento da taxa de juros Selic.
artigo
Divulgação
Sustentabilidade do crescimento do mercado de capitais CARLOS ANTONIO ROCCA, PROFESSOR DOUTOR DA FEA-USP; CONSULTOR TÉCNICO DO IBMEC; SÓCIO DIRETOR DA CONSULTORIA RISK OFFICE
O I Fórum de Mercado de Capitais, realizado no último dia 5 de setembro por iniciativa do Instituto Brasileiro do Mercado de Capitais (IBMEC), teve por objetivo avaliar o desempenho do mercado de capitais brasileiro, em especial quanto ao seu crescimento, funcionalidade e sustentabilidade, levando em conta, inclusive, a recente turbulência internacional. Participaram do fórum alguns dos melhores especialistas e profissionais brasileiros, além de economistas seniores do Banco Mundial. Os trabalhos apresentados levam à conclusão de que o forte crescimento do mercado de capitais brasileiro nos últimos anos não se limita a uma dinamização do mercado secundário de ações, mas tem cumprido sua missão de financiar a economia real. Essa funcionalidade se manifesta por um aumento significativo de sua participação na mobilização de recursos de poupança e seu direcionamento para o financiamento da economia brasileira, este por meio de emissões primárias de ações, de títulos de dívida e de quotas de fundos de investimento. O volume de recursos mobilizados pelos veículos do mercado de capitais, tais como fundos de investimento, fundos de pensão, planos de previdência
Estima-se que 30% do total dos recursos de dívida que financiam as empresas brasileiras vêm do mercado de capitais
aberta e companhias de seguros, e aqueles captados diretamente por instrumentos de mercado (ações, debêntures etc.) representam atualmente mais de 80% dos saldos de poupança financeira, cabendo aos depósitos bancários o saldo remanescente. Do outro lado, estima-se que 30% do total dos recursos de dívida que financiam as empresas brasileiras vêm do mercado de capitais, enquanto os outros 70% se originam de recursos livres do sistema bancário, do BNDES, crédito rural e do exterior. A sustentabilidade do crescimento recente tem por base o grande avanço no ambiente institucional do mercado de capitais, seja pela dinamização da atividade dos órgãos reguladores e iniciativas de autoregulação de entidades privadas, seja no salto de qualidade observa-
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do no posicionamento e na atuação das companhias de capital aberto, dos agentes e demais participantes do mercado. Dentre as muitas inovações implementadas por iniciativas de auto-regulação no período, destacam-se a criação do Novo Mercado da Bovespa, do Bovespa FIX, os novos sistemas da Cetip, e dos códigos de emissões primárias da Anbid. No campo da regulação, destacam-se a criação dos Fundos de Investimento em Direitos Creditórios (FIDCs), a regulamentação dos Fundos de Investimento em Participações (venture capital e private equity), a centralização na CVM da regulação de todos os fundos de investimento, além da adoção de medidas voltadas à preservação da solvência e aperfeiçoamento da gestão de riscos de Fundos de Pensão e Planos de Previdência Aberta, adotadas pelo CMN, Secretaria de Previdência Complementar e Susep. O avanço da securitização de recebíveis originados de crédito ao consumidor bem como de financiamento habitacional (CRIs) representa a inovação de maior impacto nesse segmento, introduzindo, inclusive, maior competição nesse mercado. Ao mesmo tempo, foram reduzidos consideravelmente os obstáculos de natureza tributária ao desenvolvimento do mercado, des-
FINANCEIRO
tacando-se com a eliminação da incidência da CPMF nas transações da Bolsa, a criação das contas de investimento e os ajustes na tributação dos impostos de renda nas operações dos fundos de pensão e no favorecimento de operações de prazo mais longo, além da moderação do “come quotas”. Deve-se registrar que esse avanço institucional tem sido acompanhado por mudanças qualitativas de grande importância nas práticas do mercado. Por exemplo, a grande maioria das dezenas de empresas que abriram seu capital (IPO) optou por se ajustar no nível mais elevado de governança corporativa do Novo Mercado. Dentre outras razões, esse movimento tem uma razão econômica que garante também sua permanência, na medida em que o mercado valoriza mais as empresas com padrões mais elevados de governança, como, aliás, demonstram vários estudos acadêmicos realizados recentemente. É evidente que o cenário macroeconômico contribuiu de modo significativo para o crescimento do mercado, seja pelo controle da inflação, a queda das taxas de juros ou a aceleração do crescimento, observados nos últimos anos na economia brasileira, beneficiada também pela conjuntura externa de crescimento acelerado, alta liquidez e baixos índices de inflação. Entretanto, desde que seja mantido pelo menos um quadro macroeconômico
de estabilização e taxas de juros “civilizadas”, os principais fatores que podem assegurar a sustentabilidade do crescimento do mercado de capitais e sua funcionalidade estão ligados ao quadro institucional: transparência, respeito a contratos e baixos custos de transação. Desse modo, pode-se concluir que se avançou nos últimos anos exatamente na criação dessas condições. O Plano Diretor do Mercado de Capitais, que está completando agora cinco anos (é de 2002), tinha cerca de 50 ações recomendadas e cerca de três quartos delas já foram executados, com elevado nível de cooperação entre o setor público e o setor privado, que foi, inclusive, elogiado por Patrick Conroy, diretor e assessor sênior do Banco Mundial presente ao fórum. A recente turbulência que atingiu o mercado financeiro internacional encontrou a economia brasileira em condições muito melhores do que em outras crises anteriores, especialmente pela solidez das contas externas, e não representa ameaça ao crescimento de médio e longo prazo do mercado. A sustentação do crescimento do mercado de capitais brasileiro está condicionada, na verdade, à manutenção dos esforços, visando ao aperfeiçoamento do quadro institucional, com adequada proteção aos investidores, tarefa que será perseguida, inclusive, com a continuidade de atualização e imple-
A sustentação do crescimento do mercado de capitais está condicionada à manutenção dos esforços, visando ao aperfeiçoamento do quadro institucional, com adequada proteção aos investidores
mentação do Plano Diretor do Mercado de Capitais, ao lado da criação de condições para a manutenção da estabilidade e do crescimento sustentado da economia brasileira. Dentre essas, é indispensável promover as reformas que assegurem a elevação dos investimentos públicos e privados, o que requer o ajuste fi scal de longo prazo, com a reversão, em caráter definitivo, do crescimento das despesas públicas correntes acima do próprio crescimento do PIB, além de se prover a segurança jurídica para os investimentos privados em infra-estrutura. Trata-se também da condição necessária para a progressiva redução da carga tributária, cuja exacerbação é o principal indutor da economia informal, que, por suas características, constitui uma das principais limitações ao crescimento do mercado de capitais brasileiro.
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Mario Miranda/Agência Foto
análise setorial
O
s grandes bancos brasileiros vêm apresentando evolução significativa em seus resultados nos últimos cinco anos. O crescimento do resultado líquido dos cinco maiores bancos múltiplos desde 2003 foi da ordem de 191%, sendo o crescimento real de 137%, influenciado, principalmente, pelo aumento das receitas com prestação de serviço e receitas de crédito. Os ativos totais desses bancos somaram R$ 1,16 trilhão em junho de 2007, um crescimento de 103% em comparação ao mesmo período de 2003. As receitas de serviço apresentaram crescimento de 102% nos últimos cinco anos, aumentando sua participação em 4% dentro da receita total, e ganhando cada vez mais importância no contexto bancário brasileiro. O conceito de cobertura com serviços, que mede a relação entre as receitas de serviços e as despesas estruturais, passou de 53% em 2003 para 71% em 2007, indicando um ganho operacional para os bancos, visto que suas despesas administrativas e com pessoal estão crescendo a taxas menores do que as receitas com serviços. Além disso, o aumento das tarifas cobradas pelos bancos tem contribuído para o crescimento das receitas com serviços. Com relação às receitas com operações de crédito, elas são sustentadas, principalmente, pelas altas taxas
Os grandes bancos nacionais em 2007 PROF. DR. ALBERTO BORGES MATIAS, PRESIDENTE DO INEPAD – INSTITUTO DE ENSINO E PESQUISA EM ADMINISTRAÇÃO
de juros e spread dos bancos. O que se tem observado recentemente é uma expansão na concessão de crédito no mercado, com crescimento de 25% nos últimos 12 meses, e expansão de 114% nos últimos cinco anos, puxada, principalmente, pelo aumento das carteiras de crédito consignado, crédito habitacional e crédito para aquisição de veículos, que aumentaram, respectivamente, 337%, 71% e 169% nos últimos cinco anos. Esse movimento pode trazer um ganho de escala para os bancos nacionais, incentivando o ganho pelo volume em detrimento do ganho pelas taxas. A recente melhoria dos indicadores econômicos brasileiros contribui significativamente para o cenário de atuação dos bancos nacionais. A redução da taxa básica de juros, aliada a uma redução do spread bancário em
O crescimento do resultado líquido dos cinco maiores bancos múltiplos desde 2003 foi de 191%, sendo o crescimento real de 137%
3% nos últimos 12 meses, potencializa a redução das taxas ao consumidor final, o que incentiva a tomada de empréstimos. Além disso, com a Selic mais baixa, os títulos se tornam menos atraentes, estimulando a expansão das carteiras de crédito dos bancos. Com a sustentabilidade do atual cenário econômico nacional, poderemos ver futuramente um novo perfil para as instituições fi nanceiras nacionais. Colaborou a analista financeira Ariadne Aranha Arnosti
Composição da Receita dos Bancos Brasileiros em 2007
13%
Crédito
42%
17%
Seg., Previd. e Cap. Outros Tesouraria
5% 22%
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Serviços
FINANCEIRO
banco de dados por INEPAD TAXAS MÉDIAS GERAL DATA
Aplicações % a.a.
Var. p.p.
Captações % a.a.
Var. p.p.
Spread % p.p.
Var. p.p.
ago/06 set/06 out/06 nov/06 dez/06 jan/07 fev/07 mar/07 abr/07 mai/07 jun/07 jul/07 ago/07
41,9 41,5 41,4 41,0 39,8 39,9 39,3 38,5 38,1 37,4 36,7 35,9 35,7
-0,3 -0,4 -0,1 -0,4 -1,2 0,1 -0,6 -0,8 -0,4 -0,7 -0,7 -0,8 -0,2
14,4 13,7 13,4 13,1 12,6 12,5 12,1 12,0 11,7 11,2 10,9 10,8 11,0
-0,3 -0,7 -0,3 -0,3 -0,5 -0,1 -0,4 -0,1 -0,3 -0,5 -0,3 -0,1 0,2
27,5 27,8 28,0 27,9 27,2 27,4 27,2 26,5 26,4 26,2 25,8 25,1 24,7
0,0 0,3 0,2 -0,1 -0,7 0,2 -0,2 -0,7 -0,1 -0,2 -0,4 -0,7 -0,4
Variação ago-ago
-6,2
-3,4
-2,8
Fonte: Banco Central do Brasil/INEPAD
PESSOA FÍSICA DATA
Aplicações % a.a.
Var. p.p.
Captações % a.a.
Var. p.p.
Spread % p.p.
Var. p.p.
ago/06 set/06 out/06 nov/06 dez/06 jan/07 fev/07 mar/07 abr/07 mai/07 jun/07 jul/07 ago/07
53,9 53,8 53,5 53,6 52,1 52,3 50,8 49,9 49,1 48,6 47,8 47,0 46,6
-0,4 -0,1 -0,3 0,1 -1,5 0,2 -1,5 -0,9 -0,8 -0,5 -0,8 -0,8 -0,4
14,3 13,7 13,2 12,9 12,5 12,3 12,1 11,9 11,5 10,9 10,7 10,7 11,3
-0,3 -0,6 -0,5 -0,3 -0,4 -0,2 -0,2 -0,2 -0,4 -0,6 -0,2 0,0 0,6
39,6 40,1 40,3 40,7 39,6 40,0 38,7 38,0 37,6 37,7 37,1 36,3 35,3
-0,1 0,5 0,2 0,4 -1,1 0,4 -1,3 -0,7 -0,4 0,1 -0,6 -0,8 -1,0
Variação ago-ago
-7,3
-3,0
-4,3
Fonte: Banco Central do Brasil/INEPAD
PESSOA JURÍDICA DATA
Aplicações % a.a.
Var. p.p.
Captações % a.a.
Var. p.p.
Spread % p.p.
Var. p.p.
ago/06 set/06 out/06 nov/06 dez/06 jan/07 fev/07 mar/07 abr/07 mai/07 jun/07 jul/07 ago/07
27,9 27,3 27,4 26,6 26,2 26,2 26,0 25,4 25,3 24,3 23,7 23,0 23,1
-0,4 -0,6 0,1 -0,8 -0,4 0,0 -0,2 -0,6 -0,1 -1,0 -0,6 -0,7 0,1
14,5 13,8 13,6 13,2 12,8 12,6 12,2 12,0 12,0 11,5 11,1 10,9 10,7
-0,4 -0,7 -0,2 -0,4 -0,4 -0,2 -0,4 -0,2 0,0 -0,5 -0,4 -0,2 -0,2
13,4 13,5 13,8 13,4 13,4 13,6 13,8 13,4 13,3 12,8 12,6 12,1 12,4
0,0 0,1 0,3 -0,4 0,0 0,2 0,2 -0,4 -0,1 -0,5 -0,2 -0,5 0,3
Variação ago-ago
-4,8
-3,8
Fonte: Banco Central do Brasil/INEPAD
ACREFI
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-1,0
banco de dados por INEPAD SPREAD FINANCEIRO
CRÉDITO PESSOA FÍSICA CRÉDITO PESSOAL Volum e R$ Milhões
45,0
100.000
40,0
95.000
35,0
90.000
30,0
Taxa de Juros 80,00 75,00 70,00
85.000
SPREAD FINANCEIRO
65,00
80.000
25,0
75.000
20,0
60,00
70.000 15,0
55,00
65.000
Aplicação
60.000
ago/07
jul/07
jun/07
mai/07
abr/07
mar/07
fev/07
jan/07
dez/06
nov/06
out/06
set/06
ago/06
10,0
50,00
ago set out nov dez jan fev mar abr mai jun jul ago 06 06 06 06 06 07 07 07 07 07 07 07 07
Captação
Volume
Taxa de Juros
Fonte: Banco Central do Brasil/INEPAD
VOLUME DE OPERAÇÕES DE CRÉDITO - PESSOA FÍSICA - Prefixados - Recursos Livres (R$ milhões) MÊS / ANO
CHEQUE ESPECIAL
VARIAÇÃO EM %
CRÉDITO PESSOAL
VARIAÇÃO EM %
FINANCIAMENTO IMOBILIÁRIO
VARIAÇÃO EM %
CARTÃO DE CRÉDITO
VARIAÇÃO EM %
ago/06 set/06 out/06 nov/06 dez/06 jan/07 fev/07 mar/07 abr/07 mai/07 jun/07 jul/07 ago/07
13.080 12.768 13.348 13.194 11.738 13.287 13.794 13.771 14.218 14.195 13.906 14.155 14.066
1,3% -2,4% 4,5% -1,2% -11,0% 13,2% 3,8% -0,2% 3,3% -0,2% -2,0% 1,8% -0,6%
75.432 76.513 77.693 79.148 78.950 80.464 82.408 84.783 86.625 89.398 90.516 93.095 94.551
2,0% 1,4% 1,5% 1,9% -0,3% 1,9% 2,4% 2,9% 2,2% 3,2% 1,3% 2,8% 1,6%
219 221 227 233 236 237 244 223 39 262 277 260 279
2,2% 0,9% 3,0% 2,3% 1,3% 0,6% 3,2% -8,7% -82,6% 576,9% 5,5% -5,9% 7,1%
13.274 13.293 13.511 13.838 13.418 14.135 14.973 14.974 15.627 15.677 15.873 16.140 16.446
3,4% 0,1% 1,6% 2,4% -3,0% 5,3% 5,9% 0,0% 4,4% 0,3% 1,2% 1,7% 1,9%
Fonte: Banco Central do Brasil/INEPAD
VOLUME DE OPERAÇÕES DE CRÉDITO - PESSOA FÍSICA - Prefixados/continuação Recursos Livres (R$ milhões) AQUISIÇÃO MÊS / ANO ago/06 set/06 out/06 nov/06 dez/06 jan/07 fev/07 mar/07 abr/07 mai/07 jun/07 jul/07 ago/07
VEÍCULOS
VARIAÇÃO EM %
OUTROS
VARIAÇÃO EM %
TOTAL
VARIAÇÃO EM %
OUTROS
VARIAÇÃO EM %
TOTAL
VARIAÇÃO EM %
60.241 61.384 61.519 62.726 63.472 64.463 65.291 66.977 68.283 69.853 71.052 72.195 74.198
2,1% 1,9% 0,2% 2,0% 1,2% 1,6% 1,3% 2,6% 2,0% 2,3% 1,7% 1,6% 2,8%
10.089 9.956 10.133 10.231 10.752 10.864 10.705 10.648 10.620 10.934 10.994 11.185 11.454
-0,3% -1,3% 1,8% 1,0% 5,1% 1,0% -1,5% -0,5% -0,3% 3,0% 0,6% 1,7% 2,4%
70.331 71.340 71.652 72.957 74.225 75.327 75.996 77.624 78.903 80.786 82.045 83.381 85.652
1,8% 1,4% 0,4% 1,8% 1,7% 1,5% 0,9% 2,1% 1,6% 2,4% 1,6% 1,6% 2,7%
9.261 9.813 9.766 9.624 9.646 9.835 9.931 9.893 10.432 11.113 11.121 11.456 11.701
4,2% 6,0% -0,5% -1,4% 0,2% 2,0% 1,0% -0,4% 5,4% 6,5% 0,1% 3,0% 2,1%
181.597 183.947 186.197 188.993 188.213 193.285 197.346 201.269 205.844 211.432 213.737 218.487 222.694
2,1% 1,3% 1,2% 1,5% -0,4% 2,7% 2,1% 2,0% 2,3% 2,7% 1,1% 2,2% 1,9%
Fonte: Banco Central do Brasil/INEPAD
28
FINANCEIRO
VOLUME DE OPERAÇÕES DE CRÉDITO - CRÉDITO CONSIGNADO MÊS / ANO
CRÉDITO PESSOAL*
ago/06 84.247 set/06 85.446 out/06 86.707 nov/06 88.383 dez/06 88.709 jan/07 90.417 fev/07 92.665 mar/07 95.204 abr/07 97.339 mai/07 100.829 jun/07 101.876 jul/07 104.311 ago/07 106.287 Var. ago-ago 26,16%
CONSIGNADO Públicos
Privados
Total
Amostra**
38.103 39.119 40.304 41.406 42.069 43.595 44.923 46.206 47.625 49.274 49.970 51.088 52.151
5.355 5.542 5.730 5.889 6.016 5.982 6.283 6.638 6.869 7.145 7.331 7.502 7.678
43.458 44.660 46.034 47.295 48.086 49.578 51.206 52.845 54.494 56.419 57.301 58.590 59.829 37,67%
29.671 30.442 31.171 31.727 32.318 33.216 34.106 35.186 36.316 37.495 38.248 39.184 40.246 35,64%
% Consignado***
(R$ milhões)
Concentração Taxa de Juros %aa do Consignado Estimativa INEPAD Consignado Pessoal Diferença
51,6% 52,3% 53,1% 53,5% 54,2% 54,8% 55,3% 55,5% 56,0% 56,0% 56,2% 56,2% 56,3%
68,3% 68,2% 67,7% 67,1% 67,2% 67,0% 66,6% 66,6% 66,6% 66,5% 66,7% 66,9% 67,3% -1,47%
34,9% 34,7% 34,4% 33,5% 33,3% 33,0% 32,4% 32,3% 32,2% 32,1% 31,5% 30,9% 30,7%
59,1% 58,9% 58,6% 58,6% 57,2% 74,5% 70,7% 68,1% 67,5% 65,2% 64,7% 65,3% 64,1%
24,2% 24,2% 24,2% 25,1% 23,9% 41,6% 38,4% 35,8% 35,3% 33,1% 33,1% 34,4% 33,4%
FONTE: INEPAD / BC * Inclui empréstimos realizados pelas cooperativas de crédito. ** Pesquisa com treze das maiores instituições que operam com crédito pessoal. *** Total consignado sobre o total de crédito pessoal.
INADIMPLÊNCIA - OPERAÇÕES PREFIXADAS CRÉDITO PESSOAL (R$ mil)
Mês/Ano
Saldo sem atraso
Com atraso de 15 a 30 dias
% sobre Saldo da Carteira
Com atraso de 31 a 90 dias
% sobre Saldo da Carteira
Com atraso maior que 90 dias
% sobre Saldo da Carteira
Saldo total CarteiraBrasil
Variação em %
ago/06 set/06 out/06 nov/06 dez/06 jan/07 fev/07 mar/07 abr/07 mai/07 jun/07 jul/07 ago/07
67.054.399 68.197.101 69.000.361 70.336.983 70.448.643 71.854.490 73.570.737 75.724.397 77.477.719 80.753.893 81.617.798 83.998.607 85.277.502
1.648.722 1.728.112 1.905.877 1.880.683 1.555.472 1.924.553 1.947.444 1.965.245 2.104.310 1.799.396 1.753.380 2.069.028 2.111.582
2,19% 2,26% 2,45% 2,38% 1,97% 2,39% 2,36% 2,32% 2,43% 2,01% 1,94% 2,22% 2,23%
2.036.725 1.854.593 2.074.095 2.105.536 1.997.449 2.025.346 2.178.932 2.224.387 2.349.275 2.057.019 2.134.484 2.088.671 2.079.734
2,70% 2,42% 2,67% 2,66% 2,53% 2,52% 2,64% 2,62% 2,71% 2,30% 2,36% 2,24% 2,20%
4.692.313 4.732.732 4.712.214 4.824.837 4.948.546 4.659.338 4.711.130 4.869.072 4.693.467 4.787.649 5.009.886 4.938.496 5.081.711
6,22% 6,19% 6,07% 6,10% 6,27% 5,79% 5,72% 5,74% 5,42% 5,36% 5,53% 5,30% 5,37%
75.432.159 76.512.538 77.692.547 79.148.039 78.950.110 80.463.727 82.408.243 84.783.100 86.624.771 89.397.957 90.515.548 93.094.802 94.550.530
1,96% 1,43% 1,54% 1,87% -0,25% 1,92% 2,42% 2,88% 2,17% 3,20% 1,25% 2,85% 1,56%
Fonte: Banco Central do Brasil/INEPAD
AQUISIÇÃO DE BENS - VEÍCULOS (R$ mil)
Mês/Ano
ago/06 set/06 out/06 nov/06 dez/06 jan/07 fev/07 mar/07 abr/07 mai/07 jun/07 jul/07 ago/07
Saldo
Com atraso
sem atraso
de 15 a 30 dias
53.553.141 54.649.627 54.889.283 56.153.133 57.051.982 57.821.270 58.321.834 59.775.228 60.950.697 62.462.921 63.765.089 64.702.492 66.776.348
2.248.030 2.127.183 2.187.755 2.084.382 2.083.888 2.155.433 2.186.406 2.411.754 2.297.945 2.389.587 2.283.022 2.467.511 2.438.224
% sobre Saldo da Carteira
Com atraso de 31 a 90 dias
% sobre Saldo da Carteira
Com atraso maior que 90 dias
% sobre Saldo da Carteira
Saldo total CarteiraBrasil
Variação em %
3,73% 3,47% 3,56% 3,32% 3,28% 3,34% 3,35% 3,60% 3,37% 3,42% 3,21% 3,42% 3,29%
2.387.357 2.468.754 2.413.166 2.436.630 2.257.921 2.397.753 2.638.787 2.586.281 2.818.775 2.680.328 2.705.644 2.701.213 2.617.192
3,96% 4,02% 3,92% 3,88% 3,56% 3,72% 4,04% 3,86% 4,13% 3,84% 3,81% 3,74% 3,53%
2.052.942 2.138.638 2.029.110 2.051.880 2.078.322 2.088.318 2.143.955 2.203.488 2.215.581 2.319.711 2.297.783 2.324.273 2.365.934
3,41% 3,48% 3,30% 3,27% 3,27% 3,24% 3,28% 3,29% 3,24% 3,32% 3,23% 3,22% 3,19%
60.241.470 61.384.202 61.519.314 62.726.025 63.472.113 64.462.774 65.290.982 66.976.751 68.282.998 69.852.547 71.051.538 72.195.489 74.197.698
2,15% 1,90% 0,22% 1,96% 1,19% 1,56% 1,28% 2,58% 1,95% 2,30% 1,72% 1,61% 2,77%
Fonte: Banco Central do Brasil/INEPAD
ACREFI
29
banco de dados por INEPAD INADIMPLÊNCIA - OPERAÇÕES PREFIXADAS AQUISIÇÃO DE BENS - OUTROS (R$ mil)
Mê s/Ano
Saldo sem atraso
Com atraso de 15 a 30 dias
% sobre Saldo da Carteira
Com atraso de 31 a 90 dias
% sobre Saldo da Carteira
Com atraso maior que 90 dias
% sobre Saldo da Carteira
Saldo total CarteiraBrasil
Variação em %
ago/06 set/06 out/06 nov/06 dez/06 jan/07 fev/07 mar/07 abr/07 mai/07 jun/07 jul/07 ago/07
8.003.197 7.951.506 8.026.888 8.059.766 8.687.035 8.694.031 8.397.077 8.235.034 8.143.789 8.460.771 8.507.756 8.638.250 8.889.211
429.802 393.093 433.439 439.183 403.893 489.754 510.540 548.495 529.358 511.452 501.282 511.622 513.630
4,26% 3,95% 4,28% 4,29% 3,76% 4,51% 4,77% 5,15% 4,98% 4,68% 4,56% 4,57% 4,48%
460.141 435.990 465.070 485.090 447.832 480.312 606.859 665.478 663.180 604.950 603.150 592.191 580.934
4,56% 4,38% 4,59% 4,74% 4,16% 4,42% 5,67% 6,25% 6,24% 5,53% 5,49% 5,29% 5,07%
1.196.300 1.175.506 1.207.138 1.246.811 1.213.636 1.199.728 1.190.552 1.198.493 1.284.037 1.356.536 1.381.682 1.443.056 1.470.300
11,86% 11,81% 11,91% 12,19% 11,29% 11,04% 11,12% 11,26% 12,09% 12,41% 12,57% 12,90% 12,84%
10.089.440 9.956.095 10.132.535 10.230.850 10.752.396 10.863.825 10.705.028 10.647.500 10.620.364 10.933.709 10.993.870 11.185.119 11.454.075
-0,25% -1,32% 1,77% 0,97% 5,10% 1,04% -1,46% -0,54% -0,25% 2,95% 0,55% 1,74% 2,40%
Fonte: Banco Central do Brasil/INEPAD
INADIMPLÊNCIA - CRÉDITO PESSOAL - PREFIXADO Agosto/2007 (em R$ mil) 22% Atraso de mais de 90 dias 5.081.711
INADIMPLÊNCIA - AQUISIÇÃO DE VEÍCULOS - PREFIXADO Agosto/2007 (em R$ mil)
Atraso de 31 a 90 dias 2.079.734
Atraso de 31 a 90 dias 2.617.192
55% 23%
Atraso de 15 a 30 dias 2.111.582
20% 57%
23%
32%
33%
Atraso de 15 a 30 dias 2.438.224
INADIMPLÊNCIA - OUTRAS OPERAÇÕES - PREFIXADO Agosto/2007 (em R$ mil) Atraso de
INADIMPLÊNCIA - AQUISIÇÃO OUTROS BENS - PREFIXADO Agosto/2007 (em R$ mil)
Atraso de mais de 90 dias 1.470.300
35%
Atraso de mais de 90 dias 2.365.934
15 a 30 dias 421.044
Atraso de 15 a 30 dias 513.630
13% Atraso de mais de 90 dias 1.973.360
63%
24%
Atraso de 31 a 90 dias 580.934
Atraso de 31 a 90 dias 770.271
OUTRAS OPERAÇÕES (R$ mil)
Mê s/Ano
Saldo sem atraso
Com atraso de 15 a 30 dias
% sobre Saldo da Carteira
Com atraso de 31 a 90 dias
% sobre Saldo da Carteira
Com atraso maior que 90 dias
% sobre Saldo da Carteira
Saldo total CarteiraBrasil
Variação em %
ago/06 set/06 out/06 nov/06 dez/06 jan/07 fev/07 mar/07 abr/07 mai/07 jun/07 jul/07 ago/07
6.601.054 6.802.995 6.870.515 6.709.696 6.942.319 7.011.923 7.056.329 7.295.110 7.623.602 8.067.248 8.246.036 8.423.342 8.536.007
402.593 408.868 436.865 336.144 343.725 413.678 389.162 393.142 403.470 420.605 428.272 437.103 421.044
4,35% 4,17% 4,47% 3,49% 3,56% 4,21% 3,92% 3,97% 3,87% 3,78% 3,85% 3,82% 3,60%
674.757 761.583 737.893 727.844 719.019 687.315 698.976 743.079 750.283 740.604 773.675 778.089 770.271
7,29% 7,76% 7,56% 7,56% 7,45% 6,99% 7,04% 7,51% 7,19% 6,66% 6,96% 6,79% 6,58%
1.582.312 1.839.889 1.720.506 1.850.678 1.640.746 1.722.427 1.786.746 1.462.019 1.654.375 1.884.705 1.672.696 1.817.103 1.973.360
17,09% 18,75% 17,62% 19,23% 17,01% 17,51% 17,99% 14,78% 15,86% 16,96% 15,04% 15,86% 16,87%
9.260.716 9.813.335 9.765.779 9.624.362 9.645.809 9.835.343 9.931.213 9.893.350 10.431.730 11.113.162 11.120.679 11.455.638 11.700.682
4,20% 5,97% -0,48% -1,45% 0,22% 1,96% 0,97% -0,38% 5,44% 6,53% 0,07% 3,01% 2,14%
Fonte: Banco Central do Brasil/INEPAD
30
FINANCEIRO
DESEMPREGO TAXA DE DESEMPREGO (%) DATA
Brasil
Var. p.p.
SP
ago/06 set/06 out/06 nov/06 dez/06 jan/07 fev/07 mar/07 abr/07 mai/07 jun/07 jul/07 ago/07
10,60 10,00 9,80 9,50 8,40 9,30 9,90 10,10 10,10 10,10 9,70 9,50 9,50
-0,10 -0,60 -0,20 -0,30 -1,10 0,90 0,60 0,20 0,00 0,00 -0,40 -0,20 0,00
11,60 11,10 10,50 10,30 9,00 10,10 10,60 11,50 11,60 11,20 10,20 10,30 10,10
TAXA DE DESEMPREGO Taxa (%)
Var. p.p. 0,30 -0,50 -0,60 -0,20 -1,30 1,10 0,50 0,90 0,10 -0,40 -1,00 0,10 -0,20
Fonte: IBGE/INEPAD
Variação (p.p.)
12,0
1,00
11,5 0,50
11,0 10,5
0,00
10,0 9,5
-0,50
9,0 8,5
-1,00
8,0 7,5
-1,50
ago 06
set 06
out 06
nov 06
dez 06
Brasil
jan 07
fev 07
SP
mar 07
abr 07
mai 07
jun 07
jul 07
ago 07
Var. p.p. mensal Brasil
Fonte: IBGE/INEPAD
RENDIMENTO MÉDIO REAL HABITUALMENTE RECEBIDO (R$)
RENDIMENTO MÉDIO REAL HABITUALMENTE RECEBIDO (R$) DATA
Brasil
Var. %
SP
Var. %
ago/06 set/06 out/06 nov/06 dez/06 jan/07 fev/07 mar/07 abr/07 mai/07 jun/07 jul/07 ago/07
1.096,31 1.085,69 1.104,89 1.106,78 1.118,42 1.106,52 1.127,78 1.127,40 1.130,33 1.133,66 1.128,12 1.114,63 1.109,40
0,9% -1,0% 1,8% 0,2% 1,1% -1,1% 1,9% 0,0% 0,3% 0,3% -0,5% -1,2% -0,5%
1.237,30 1.211,29 1.229,21 1.255,96 1.271,93 1.244,74 1.297,79 1.279,44 1.271,07 1.274,93 1.252,51 1.224,92 1.226,70
0,4% -2,1% 1,5% 2,2% 1,3% -2,1% 4,3% -1,4% -0,7% 0,3% -1,8% -2,2% 0,1%
Fonte: IBGE/INEPAD
1.350 1.300 1.250 1.200 1.150 1.100 1.050 1.000 950 900 850 800 750 700
2,5% 2,0% 1,5% 1,0% 0,5% 0,0% -0,5% -1,0% -1,5%
ago 06
set 06
out 06
nov 06
dez 06
Brasil
SP
jan 07
fev 07
mar 07
abr 07
mai 07
jun 07
jul 07
ago 07
Var. % mensal Brasil
Fonte: IBGE/INEPAD
COMÉRCIO VAREJISTA VOLUME DE VENDAS
VOLUME DE VENDAS Data
Hipermercados e Veículos,Motos, Índice Var. % Var. % Var. % Geral Supermercados Partes e Peças 180,00
jul/06 ago/06 set/06 out/06 nov/06 dez/06 jan/07 fev/07 mar/07 abr/07 mai/07 jun/07 jul/07 Variação jul-jul
117,19 120,91 120,20 123,48 125,29 171,78 121,49 112,06 127,93 124,62 133,33 127,48 127,94 9,2%
2,4% 3,2% -0,6% 2,7% 1,5% 37,1% -29,3% -7,8% 14,2% -2,6% 7,0% -4,4% 0,4%
116,42 117,07 118,79 120,22 119,69 154,43 115,91 112,46 127,14 125,21 122,27 121,80 121,58 4,4%
3,6% 0,6% 1,5% 1,2% -0,4% 29,0% -24,9% -3,0% 13,1% -1,5% -2,3% -0,4% -0,2%
130,53 141,61 130,76 141,17 145,42 149,82 135,15 119,95 153,96 144,42 156,83 149,63 160,30
15,7% 8,5% -7,7% 8,0% 3,0% 3,0% -9,8% -11,2% 28,4% -6,2% 8,6% -4,6% 7,1%
170,00 160,00 150,00 140,00 130,00 120,00 110,00 100,00 90,00 80,00
jul 06
set 06
Índice Geral
22,8%
Fonte: IBGE/INEPAD
ACREFI
ago 06
31
out nov dez 06 06 06
jan 07
fev mar abr mai jun 07 07 07 07 07
Hipermercados e Supermercados
jul 07
Veículos, Motos, Partes e Peças
banco de dados por INEPAD PREVISÕES ECONÔMICAS Ano de 2007
PIB Total % a.a.
PIB Agropecuário % a.a.
PIB Indústria % a.a.
PIB Serviço % a.a.
Produção Industrial % a.a.
3,44 4,71 4,73 4,74
3,52 4,78 3,69 3,69
4,09 4,46 4,73 4,71
3,09 4,38 4,52 4,50
4,18 5,02 5,08 5,04
Selic Taxa anual
IGP-DI % a.a.
IPCA % a.a.
Taxa de Câmbio R$/US$
Saldo Comercial US$ bilhões
11,72 10,81 11,04 11,05
4,18 3,97 5,26 5,34
4,02 3,89 4,02 4,01
2,23 1,89 1,89 1,87
38,16 42,78 42,25 42,07
Previsão 02/01/2007 4 semanas antes 1 semana antes Previsão 28/09/2007
Ano de 2007 Previsão 02/01/2007 4 semanas antes 1 semana antes Previsão 28/09/2007 Fonte: BC-Focus/INEPAD
ATIVIDADE ECONÔMICA DATA
Taxa da Utilização da Capacidade Instalada
Var. p.p.
DATA
Índice de Produção Física Média Móvel Trimestral
Var. %
jun/06
82,41
-0,38
jun/06
114,34
-0,15%
jul/06
81,85
-0,56
jul/06
114,64
0,26%
ago/06
82,88
1,03
ago/06
114,77
0,11%
set/06
82,55
-0,33
set/06
115,27
0,44%
out/06
82,75
0,20
out/06
115,51
0,21%
nov/06
82,68
-0,07
nov/06
115,77
0,23%
dez/06
80,08
-2,60
dez/06
116,46
0,60%
jan/07
79,90
-0,18
jan/07
116,86
0,34% 0,32%
fev/07
80,30
0,40
fev/07
117,23
mar/07
82,30
2,00
mar/07
118,02
0,67%
abr/07
81,60
-0,70
abr/07
118,79
0,65%
mai/07
83,3
1,70
mai/07
119,79
0,84%
jun/07
82,50
-0,80
jun/07
120,75
0,80%
Variação jun-jun
0,11%
Variação jun-jun
Fonte: CNI/INEPAD
5,61%
Fonte: IBGE/INEPAD
PRODUÇÃO (ÍNDICE) X CAPACIDADE (%) Capacidade (%)
Produção - Índice
84,0 83,5 83,0
122
82,5 82,0
118
81,5 81,0 80,5
116
120
114
80,0 79,5 79,0
112
Fonte: INEPAD
Taxa da Utilização da Capacidade Instalada
jun/07
mai/07
abr/07
mar/07
fev/07
jan/07
dez/06
nov/06
out/06
set/06
ago/06
jul/06
jun/06
110
Índice de Produção Física Média Móvel Trim estral
32
FINANCEIRO
INDÚSTRIA AUTOMOBILÍSTICA - AUTOMÓVEIS DE PASSAGEIROS, MISTOS, VEÍCULOS COMERCIAIS LEVES E PESADOS PRODUÇÃO
PRODUÇÃO
(em unidades)
Data
Produção
ago/06 set/06 out/06 nov/06 dez/06 jan/07 fev/07 mar/07 abr/07 mai/07 jun/07 jul/07 ago/07
243.737 204.104 227.351 222.001 185.330 203.703 203.450 246.475 223.304 258.911 246.404 266.044 279.730
Média Trim. Var. Mensal Var. Mensal (%)
230.512 223.589 225.064 217.819 211.561 203.678 197.494 217.876 224.410 242.897 242.873 257.120 264.059
20.812 -39.633 23.247 -5.350 -36.671 18.373 -253 43.025 -23.171 35.607 -12.507 19.640 13.686
Variação ago-06/ago-07
9,3% -16,3% 11,4% -2,4% -16,5% 9,9% -0,1% 21,1% -9,4% 15,9% -4,8% 8,0% 5,1%
(em unidades)
300.000 280.000 260.000 240.000 220.000 200.000 180.000
ago 06
set 06
out 06
nov 06
dez 06
jan 07
Produção
14,8%
fev 07
mar 07
abr 07
mai 07
jun 07
jul 07
ago 07
jun 07
jul 07
ago 07
jun 07
jul 07
ago 07
Média trimestral
Fonte: Anfavea/INEPAD
VENDAS INTERNAS NO ATACADO DE NACIONAIS
VENDAS INTERNAS NO ATACADO DE NACIONAIS
(em unidades)
Data
Vendas
Média Trim.
Variação
Variação(%)
ago/06 set/06 out/06 nov/06 dez/06 jan/07 fev/07 mar/07 abr/07 mai/07 jun/07 jul/07 ago/07
175.060 163.449 170.911 180.800 176.202 149.348 150.636 200.475 186.647 208.663 207.635 217.377 239.564
163.853 166.572 169.807 171.720 175.971 168.783 158.729 166.820 179.253 198.595 200.982 211.225 221.525
13.854 -11.611 7.462 9.889 -4.598 -26.854 1.288 49.839 -13.828 22.016 -1.028 9.742 22.187
8,6% -6,6% 4,6% 5,8% -2,5% -15,2% 0,9% 33,1% -6,9% 11,8% -0,5% 4,7% 10,2%
Variação ago-06/ago-07
(em unidades)
225.000 215.000 205.000 195.000 185.000 175.000 165.000 155.000 145.000
ago 06
set 06
out 06
nov 06
dez 06
jan 07
Vendas
36,8%
fev 07
mar 07
abr 07
mai 07
Média trimestral
Fonte: Anfavea/INEPAD
EXPORTAÇÃO TOTAL
EXPORTAÇÃO TOTAL
(em unidades) (em unidades)
Data
ago/06 set/06 out/06 nov/06 dez/06 jan/07 fev/07 mar/07 abr/07 mai/07 jun/07 jul/07 ago/07
Exportações Média Trim.
73.134 71.929 72.497 61.294 66.159 47.751 64.233 68.239 59.128 70.979 63.740 83.161 67.980
74.247 74.416 72.520 68.573 66.650 58.401 59.381 60.074 63.867 66.115 64.616 72.627 71.627
Variação ago-06/ago-07
Variação
Variação(%)
-5.050 -1.205 568 -11.203 4.865 -18.408 16.482 4.006 -9.111 11.851 -7.239 19.421 -15.181
-6,5% -1,6% 0,8% -15,5% 7,9% -27,8% 34,5% 6,2% -13,4% 20,0% -10,2% 30,5% -18,3%
85.000 80.000 75.000 70.000 65.000 60.000 55.000 50.000 45.000
ago 06
out 06
nov 06
Exportações
-7,0%
Fonte: Anfavea/INEPAD
ACREFI
set 06
33
dez 06
jan 07
fev 07
mar 07
abr 07
mai 07
Média trimestral
banco de dados por INEPAD INDÚSTRIA AUTOMOBILÍSTICA LICENCIAMENTO DE AUTOMÓVEIS NACIONAIS E IMPORTADOS (em unidades) Data
Vendas
1000cc
% no Total
1000cc a 2000cc
% no total
>2000cc
% no total
ago/06 set/06 out/06 nov/06 dez/06 jan/07 fev/07 mar/07 abr/07 mai/07 jun/07 jul/07 ago/07
144.167 128.637 141.497 148.613 168.431 123.269 118.693 155.536 143.987 171.096 161.076 175.349 187.803
81.785 74.003 79.788 82.096 92.838 70.208 66.981 86.989 80.228 95.241 88.985 98.055 102.133
56,7% 57,5% 56,4% 55,2% 55,1% 57,0% 56,4% 55,9% 55,7% 55,7% 55,2% 55,9% 54,4%
60.018 53.061 59.849 64.341 73.335 51.103 50.145 66.340 61.459 73.373 69.776 75.162 83.617
41,6% 41,2% 42,3% 43,3% 43,5% 41,5% 42,2% 42,7% 42,7% 42,9% 43,3% 42,9% 44,5%
2.364 1.573 1.860 2.176 2.258 1.958 1.567 2.207 2.300 2.482 2.315 2.132 2.053
1,6% 1,2% 1,3% 1,5% 1,3% 1,6% 1,3% 1,4% 1,6% 1,5% 1,4% 1,2% 1,1%
Fonte: Anfavea/INEPAD
LICENCIAMENTO POR CATEGORIA - AUTOMÓVEIS
90.000 80.000 70.000 60.000 50.000 40.000 30.000 ago 06
set 06
out 06
nov 06
dez 06
jan 07
fev 07
mar 07
TAXAS DE JUROS PREFIXADOS - PESSOA FÍSICA
SALDO TOTAL
TAXAS DE JUROS
SALDO TOTAL
75.432 76.513 77.693 79.148 78.950 80.464 82.408 84.783 86.625 89.398 90.516 93.095 94.551
3,95 3,93 3,92 3,92 3,84 4,75 4,56 4,42 4,39 4,27 4,24 4,28 4,21
-0,04 -0,01 -0,02 0,00 -0,08 0,91 -0,19 -0,14 -0,03 -0,12 -0,03 0,03 -0,06
59,10 58,90 58,60 58,60 57,20 74,54 70,75 68,06 67,53 65,20 64,66 65,29 64,07
-0,70 -0,20 -0,30 0,00 -1,40 17,34 -3,79 -2,69 -0,53 -2,33 -0,54 0,63 -1,22
R$ milhões 60.241 61.384 61.519 62.726 63.472 64.463 65.291 66.977 68.283 69.853 71.052 72.195 74.198
jun 07
jul 07
ago 07
(R$ milhões)
AQUISIÇÃO DE BENS - VEÍCULOS
% Variação % Variação MÊS/ANO R$ milhões a.m. p.p a.a. p.p ago/06 set/06 out/06 nov/06 dez/06 jan/07 fev/07 mar/07 abr/07 mai/07 jun/07 jul/07 ago/07
mai 07
1000 cc a 2000 cc
1000 cc
CRÉDITO PESSOAL
abr 07
TAXAS DE JUROS % Variação a.m. p.p 2,40 2,40 2,40 2,41 2,36 2,39 2,34 2,29 2,24 2,20 2,17 2,12 2,12
0,02 0,01 0,00 0,01 -0,05 0,03 -0,05 -0,05 -0,05 -0,05 -0,03 -0,05 0,00
SALDO TOTAL
% Variação a.a. p.p 32,90 33,00 33,00 33,10 32,30 32,70 32,00 31,20 30,50 29,80 29,40 28,70 28,70
AQUISIÇÃO DE BENS - OUTROS
0,30 0,10 0,00 0,10 -0,80 0,40 -0,70 -0,80 -0,70 -0,70 -0,40 -0,70 0,00
R$ milhões 10.089 9.956 10.133 10.231 10.752 10.864 10.705 10.648 10.620 10.934 10.994 11.185 11.454
TAXAS DE JUROS % Variação a.m. p.p 3,96 4,05 3,94 3,94 4,05 3,96 3,88 3,74 3,76 3,76 3,74 3,70 3,73
-0,01 0,09 -0,11 0,00 0,11 -0,09 -0,07 -0,14 0,02 -0,01 -0,02 -0,03 0,03
% a.a.
Variação p.p
59,40 61,00 59,00 59,00 61,00 59,30 57,94 55,40 55,80 55,64 55,30 54,70 55,20
-0,20 1,60 -2,00 0,00 2,00 -1,70 -1,36 -2,54 0,40 -0,16 -0,34 -0,60 0,50
Fonte: Banco Central do Brasil/INEPAD
34
FINANCEIRO
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