Financeiro 60 - Outubro 2009

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O CRESCIMENTO DO BRASIL REPOUSA NO CONSUMIDOR DE BAIXA RENDA. RESTA INVESTIR NA SEDUÇÃO

Desejo de consumo A FRAUDE FICOU MAIS SOFISTICADA. VOCÉ ESTÁ PREPARADO?

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varejo

crédito

Forte no segmento de fast-fashion, Riachuelo

O cartão torna-se um canal eficiente para

foca esforços no cartão private label para desbravar

oferecer o crédito pessoal, mas o CDC ainda

o mercado

é o preferido para adquirir bens e produtos

capa Em tempos de crise, as classes C e D surgem como potenciais consumidoras. Para as instituições financeiras, a grande tarefa é descobrir qual o melhor caminho para chegar até esse público tão desejado

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fraudes Instabilidade econômica cria ambientes propícios para as fraudes nas empresas. As corporações ainda têm dificuldade de arrancar o mal pela raiz

seções 8 Rápidas Fique por dentro as notícias que movimentam o mercado 10 Livros O melhor para sua estante

artigos 12 Sérgio Vale Universo financeiro 26 Marcel Domingos Solimeo Varejo estratégico 36 Pablo Salamone Mercado internacional 50 Gilberto Caldart Última palavra

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editorial

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Reis e nobres foram os primeiros a usar o crédito. No século 17, o dinheiro foi usado para financiar exércitos e a corte, e o que se viu a seguir foram cem anos de prosperidade econômica e cultural. No século seguinte vieram os primeiros industriais. Agora, a nova fronteira é oferecer oportunidade àqueles que mais precisam e a prosperidade irá florescer nos próximos séculos. Eles são os novos reis. Esses nobres consumidores são maioria no Brasil e essa é uma das principais razões para ainda haver tanto espaço para crescer. E não há mais desculpas. Há instrumentos, Selic em queda e até mesmo passou do momento de reclamar da economia. No final de setembro, o presidente do Banco Central, Henrique Meirelles, declarou que o crédito havia voltado ao período pré-crise. A ordem agora é se organizar para atender um público muito mais complexo, embora rico de oportunidades. Um dos recursos indispensáveis nesse processo é o Acrefi Positivo. Com ele, a instituição pode identificar e mensurar o risco de cada operação. Ao reduzir o risco, a conquista sustentável do consumidor brasileiro fica mais próxima e certa. Ganha a sociedade, em um ambiente em que o cliente pontual é valorizado, incentivado a honrar os compromissos.

Cortejo para o crescimento Contratos simplificados e padronizados, metodologias consolidadas para a gestão de contratos e todo tipo de ferramenta necessária ao planejamento. As instituições financeiras precisam desenvolver uma central de conhecimento equipada de um sistema de gestão e acesso a todas as informações. Sem ações como essas, a expansão do crédito não vai acontecer. O consumidor está lá, disposto, munido de seu desejo de compra. É preciso cortejá-lo com as ferramentas corretas e evitar a oferta do crédito não-sustentável, aquele sem política adequada e baixa probabilidade de pagamento. Dessa forma, alçaremos as classes C e D ao trono como nosso consumidor mais ativo. E eles vão liderar o Brasil para aquele futuro e expansão econômica tantas vezes prometidos. Em 2010, faça a corte ao seu nobre consumidor.

Adalberto Savioli Presidente da Acrefi 4 FINANCEIRO outubro/novembro 2009

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expediente

Rua Líbero Badaró, 425 – 28o andar – São Paulo – SP Tel: (11) 3107-7177 Fax: (11) 3106-6082 – www.acrefi.org.br Presidente Adalberto Savioli Vice-Presidentes Álvaro Augusto Vidigal, Aquiles Leonardo Diniz, Carlos Henrique Zanvettor, Érico Sodré Quirino Ferreira, José Arthur Lemos de Assunção, Luis Felix Cardamone Neto, Marco Ambrógio Crespi Bonomi, Odílio Figueiredo Neto, Paulo Eduardo D’Ávila Isola e Wilsonm Masao Kuzyhara. Secretários Cláudio Messias Ferro e Edson Ueda Tesoureiros Aristeu Zanúchio e Sergio Marra Pereira Capella Diretores Regionais Antônio Roberto Beldi (SP), Carlos Alberto Samogim (SP- Interior), Elcio Antônio de Azevedo (MG), Felicitas Renner (RS), Pedro Costa Carvalho (RJ), Sérgio Faria Lemos da Fonseca Junior (DF) e Tiziana Dadalto (ES) Diretores-Executivos Gunnar Murilo, José Renato Simão Borges, Morris Dayan, Sandro Alexandre de Almeida, Sergio Antônio Cipovicci e Sérgio Barbanti Diretores Conselheiros Leonel Dias de Andrade Neto, Marcelo Torresi, Marcio Ronconi de Oliveira, Marcos André Oliveira, Paulo Roberto Tabaquim, Paulo Sérgio Borsato, Roberto Bronzere e Rubens Bution. Conselho Consultivo Membros Natos: Alkindar de Toledo Ramos, Manoel de Oliveira Franco e Ricardo Malcon. Membros: Alencar Burti (ACSP), Francisco Valim (Serasa), Jackson Schneider (Anfavea), João Elísio Ferraz de Campos (Fenaseg), Luiz Horácio da Silva Montenegro (ANEF), Miguel de Oliveira (Anefac) e Sergio Antonio Reze (Fenabrave) Conselho Fiscal Domingos Spina e Istvan Karoly Kasznar Diretor Superintendente Antônio Augusto de Almeida Leite (Pancho) Economista-Chefe Istvan Karoly Kasznar Consultor Jurídico Cassio M.C. Penteado Jr.

Rua Novo Horizonte, 311 – Higienópolis – São Paulo – SP Telefax: (11) 3125-2244 – CEP 01244-020 – www.gpadrao.com.br Editor-executivo Rogério Godinho Editora-assistente Júlia Zillig Colaboradores Denise Sandanelli (texto), Marcel Solimeo e Sérgio Vale (artigos). Arte Editora de Arte Marina Martins Diagramadores Alexandre Braga e Érika Bernal Pré-Impressão Fábio Messias Revisora Dora Wild Publicidade Gerentes de Negócio Adriana Próspero e Fabiana Zuanon Criador de Valor Gerente – Marco Góes Facilitadoras Ana Chiesi, Fabiana Martins e Patrícia Pinheiro Marketing Gerente de Marketing Daniela de Matos Coordenadora de Marketing Sabrina Lahuerta Apóstolos do Cliente Bruno Caúmo e Katty Bovo Database Marketing Karen Reis Administração Diretora Administrativa/Financeira Lucia Maria De Bellis Mascaretti Gerente financeira Sônia Ribeiro

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EVENTO

BRASIL

O novo CFO

Forte no pós-crise

Em novembro, um seleto grupo de executivos financeiros se reúne para discutir o novo perfil do profissional no mercado. Eles nunca antes enfrentaram tantos desafios ao mesmo tempo, incluindo a obrigação do governo no SPED, a governança imposta pelos erros com derivativos, a regulamentação nos balanços com o IFRS, a busca por financiamentos para investir, entre muitos outros temas espinhosos. Além disso, hoje o diretor financeiro é consultado a cada decisão estratégica relevante nas grandes corporações. A Financeiro convida os principais CFOs do mercado brasileiro para delinear o desenho do executivo ideal para compreender e superar tantas adversidades. Confira nossa matéria especial na próxima edição com as conclusões e experiências do encontro.

Mais um ponto positivo para o Brasil em tempos de incertezas mundiais. A economia brasileira ganhou grau de investimento pela Moodys e uma avaliação positiva sobre a qualidade de sua política. O motivo? Segundo Rubens Sardenberg, da Febraban, por conta da resposta favorável do País à crise financeira internacional. “Ao colocar o Brasil entre os vencedores, mesmo entre aqueles da categoria de grau de investimento, a Moodys reconhece que o Brasil vai ocupar um papel de grande destaque no desenho da economia mundial no pós-crise”, observa o economista.

IMÓVEIS

Dinheiro para casa própria O volume de financiamento imobiliário obtido com recursos da poupança atingiu R$ 3,182 bilhões em agosto, segundo informações da Associação Brasileira das Entidades de Crédito Imobiliário e Poupança (Abecip). Apesar de ter obtido o melhor desempenho mensal de 2009, representou uma queda de 1,5% em relação ao mesmo período de 2008 (R$ 3,481 bilhões). O número de unidades financiadas no mesmo mês também caiu 14,7%, somando 29.641. A entidade ressaltou ainda que os dados mostram que o volume de contratações em 2009 deve repetir os níveis do ano passado, superando os R$ 30 bilhões anuais.

BOAS NOVAS

Paulistano confiante O consumidor paulistano com rendimentos superiores a dez salários mínimos está mais seguro para consumir. De acordo com a Fecomercio–SP, o Índice de Confiança do Consumidor para essa faixa de renda aumentou 13,5% em outubro, em comparação ao mesmo mês de 2008, registrando 165,7 pontos. A alta também foi apontada entre os consumidores de São Paulo pertencentes ao grupo de renda inferior a dez salários mínimos – 11,1% – atingindo 153,2 pontos. Com variação de zero a 200 pontos, o ICC identifica otimismo, entre cem e 200 pontos, e pessimismo, abaixo de cem pontos.

CONSUMO

Queda na oferta e procura A demanda por crédito registrou uma segunda queda consecutiva, de acordo com dados do Indicador Serasa Experian da Demanda do Consumidor por Crédito, com retração de 3,4% sobre o mês de agosto. O cenário econômico mais estável e o consumidor mais confiante não foram suficientes para reverter o quadro. A renda disponível não avançou na mesma velocidade que a oferta de crédito, diminuindo o espaço para endividamentos adicionais por parte do consumidor. A queda foi maior do que a registrada no oitavo mês do ano, quando a procura por crédito recuou 0,3% após cinco meses de alta.

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A difícil tarefa do Banco Central O Banco Central terá uma difícil tarefa no ano que vem e que passa pela decisão de subir ou não a Selic. Mas seus documentos Por Sérgio Vale mais recentes, especialmente o Relatório de Inflação (RI), dão indicação explícita da preocupação do BC com a inflação em 2010. O governo federal não pretende pisar no freio dos gastos públicos e isso parece ser uma determinação do próprio presidente Lula, que a equipe econômica está seguindo à risca. O problema é que ano que vem já haverá um elevado estímulo que virá da baixa taxa de juros deste ano. A conjugação de políticas fiscal e monetária expansionistas será sinal vermelho para o BC poder reiniciar os aumentos da Selic. E, de fato, fazia tempo que o RI não era tão contundente com suas preocupações sobre a evolução da demanda, mas especialmente pelos impactos dos gastos fiscais. Em vários boxes, o BC enfatizou o impacto no crescimento que essas medidas terão, preocupação compartilhada pela MB Associados. Já dizia um ex-presidente do Fed que a função de um Banco Central é tirar a bebida na hora que a festa começa a animar. Em 2010, a festa estará mais do que animada, com um crescimento que poderá bater 6% no terceiro trimestre do ano que vem em relação ao mesmo trimestre deste ano. Numa ação preventiva, mesmo que a inflação apenas comece a dar sinais de preocupação, o BC deverá começar a subir a Selic já em 2010, mas provavelmente apenas no segundo semestre. Como ainda mantemos a percepção de que tanto a inflação quanto a demanda devem se tornar mais fortes apenas em 2011, o BC deverá se antecipar na decisão por conta de uma política fiscal

expansionista além do esperado. Há outros fatores que jogam contra uma piora no cenário de inflação em 2010. Primeiro o mundo deverá ainda estar com capacidade ociosa ano que vem. Junto a isso a taxa de câmbio deverá ficar ao redor de R$/US$ 1,70 a 1,75, o que em termos reais significa números próximos aos da década de 90. Esses dois elementos levam à conclusão que uma eventual retomada mais forte de atividade pode acontecer via importação, com a grande diferença que dessa vez os preços de importação não estarão pressionados como no ano passado. Mas a rápida deterioração fiscal, com anuência da equipe econômica, pode exigir do BC essa resposta antecipada. É importante notar, entretanto, que o fator relevante de recuperação da economia virá do setor privado. O gasto público e os estímulos mais fortes já aconteceram e não devem adicionar muito mais ao crescimento da economia em 2010. A percepção do risco fiscal vem muito mais dos perigos que advêm de mudanças de legislação, como o fim do fator previdenciário e aumento das aposentadorias acima de um salário mínimo, do que fatores conjunturais específicos a 2010. Mas essa mudança de rota não deve trazer grandes consequências para o crédito. Mantemos a projeção de 55% de crédito/PIB para 2010, ao mesmo tempo que a inadimplência deverá manter a tendência de queda que se vê nos dados dessazonalizados desde junho deste ano. A inadimplência pessoa física ainda está em 8,3%, mas deverá voltar para a casa dos 7% ano que vem. No geral, será um ano de retomada forte para o crédito. f Sérgio Vale, economista-chefe da MB Associados

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José Antonio Rodrigues, profissional experiente, deu novos rumos ao crédito da Riachuelo

Feito para Domingo, 18 horas. A loja da rede Riachuelo no shopping Anália Franco, em São Paulo, tem um grande movimento de pessoas circulando pelo espaço com sacolas cheias de produtos, aproveitando as promoções e conferindo as novidades da moda. Até aí nenhuma novidade, já que o movimento nos shoppings nesse dia da semana é sempre intenso. No entanto mais da metade desses clientes paga suas compras com o cartão Riachuelo, a principal linha de crédito da marca oferecida aos seus clientes. O sucesso disso vem das mãos de José Anto-

nio Rodrigues, diretor de crédito e risco da rede, que está na empresa há 24 anos e traz uma experiência de quatro décadas na área de crédito, obtida em companhias como Casas Pernambucanas e Singer do Brasil. “A oferta de crédito é a principal mola propulsora das vendas, o que proporciona melhores condições de consumo e comodidade ao consumidor”. Fundada em 1947, a Riachuelo – hoje integrante do Grupo Guararapes, cujas atividades são voltadas para o setor têxtil – tem em seu cartão private label sua

Foto: Marcelo Spatafora

Por Júlia Zillig

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aposta de crescimento. É um setor que vem crescendo expressivamente em 2009, de acordo com a Associação Brasileira das Empresas de Cartões de Crédito e Serviços (Abecs). No período de janeiro a maio deste ano foram emitidos oito milhões de cartões de loja no Brasil. Somente a Riachuelo conta com uma carteira de 14 milhões de associados que frequentam as 104 lojas da marca distribuídas em 21 Estados brasileiros, incluindo o Distrito Federal. Atualmente ele responde por 60% do faturamento da rede e registra um ticket médio em torno de R$ 100, motivo de orgulho para Rodrigues. Para trazer novos clientes ao seu cartão private label, a Riachuelo cria ações sedutoras ao consumidor. Oferece descontos na primeira utilização do cartão, desenvolve ações de marketing direto em eventos, faz promoções

escolha para pagamento das faturas impulsionam o consumidor a utilizar essa forma de crédito. Além disso, inclui-se também a política de taxas de juros. O cliente pode pagar suas compras em até cinco vezes sem juros ou em oito parcelas, com juros de 5,9% ao mês. “Procuramos trabalhar com taxas e preços competitivos e tratamos o assunto com o cliente de forma explícita e transparente”, diz o diretor.

a ganhar agressivas de preços e ofertas especiais direcionadas para quem já é cliente. Para Rodrigues, é uma ação que dá certo, aliada à disponibilização de mercadorias de qualidade e prestação de serviço diferenciado. Focada no conceito fast-fashion (ou moda rápida) para a baixa renda – que hoje movimenta mais de R$ 500 bilhões por ano no País –, a Riachuelo trabalha com um produto de crédito competitivo, pois fabrica seus produtos e faz pesquisas constantes nos principais centros de moda da Europa e dos Estados Unidos. A estratégia de verticalização permite que a rede mantenha seus preços com baixo custo e adequados ao bolso do consumidor. Na visão do executivo, diferenciais como atendimento direto nos caixas, promoções constantes e livre

Rede Riachuelo aposta em cartão private label para alavancar seus negócios e conquistar clientes

Perfil

Apesar de investir em uma política de preços arrojada, a Riachuelo mantém um perfil conservador quando o assunto é crédito. A rede evita trabalhar com linhas de crédito específicas para diferentes tipos de público, no entanto se apoia no conceito de credit score para aprimorar sua política de liberação de crédito. Hoje consegue aprovar mais, reduzir o risco e trazer para sua carteira clientes que estão enquadrados em atividades informais, mas possuem ganhos. Além disso, usa e abusa da tecnologia para, inclusive, acompanhar o comportamento de compras de seu consumidor. O índice de inadimplência da rede recuou no primeiro trimestre desse ano, chegando a 8,6%. outubro/novembro 2009 FINANCEIRO 15

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Expansão

Outra grande aposta do cartão Riachuelo é a diversificação de produtos oferecidos ao consumidor. Saque Fácil, crédito pessoal, seguros de várias modalidades – emprego, residência, vida, entre outros – assistência domiciliar e de veículos, proteção de perda e roubo, são alguns dos serviços agregados. Para a Riachuelo, a fórmula do private label deu tão certo que a empresa quer expandir seus horizontes. A partir de 2010, vai se tornar emissora também de cartões das bandeiras Visa e Mastercard, com todos os processos concentrados na própria rede. Para Rodrigues, é uma grande vitória que vai engordar o faturamento da empresa. E, para o consumidor, mais uma oportunidade de incrementar suas compras. f

Base total de cartões Riachuelo Cartão de terceiros 19%

À vista 24,3%

Cartão Riachuelo 19%

Foto: Divulgação

Um consumidor pode se tornar um cliente do cartão Riachuelo caso responda positivamente a condições como ser maior de idade, comprovar identidade e fonte de renda, e não ter restrições crédito no mercado. “A partir daí, o cadastro é submetido Distribuição de às nossas modelagens vendas – Riachuelo de score e definimos (1º trimestre de 2009) se podemos ou não conceder um cartão ao 14,8 14,5 14,2 14,5 13,4 13,8 consumidor”, explica o diretor. A rede investe fortemente em mecanismos de recuperação de crédito, com a criação de um call center próprio 2008 1T 2T 3T 4T 1T09 e a aplicação da ferraT = Trimestre menta collection score, Fonte: Relatório Guararapes-Riachuelo – 1T09 que auxilia na retomada dos valores devidos. O risco nas operações de crédito da Riachuelo é compartilhado pela própria empresa e também por financeiras terceirizadas. “A partir de determinados números, os investimentos em recuperação tornamse maiores e mais complexos, compensando a terceirização”, diz o executivo.

Fonte: Relatório Guararapes-Riachuelo –1T09

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Elas querem consumir Aumenta o poder de compra das classes C e D. Mercado se vê diante do grande desafio de expandir a oferta de crédito para esse público

Foto: StockXpert/ Douglas Luccena

Por Denise Sandanelli De todas as lições que a maior crise econômica internacional em oito décadas trouxe uma em especial deve ficar na mente das instituições financeiras brasileiras. Não, ela não trata de alavancagem nem de gerenciamento de riscos ou de supervisão e fiscalização. As turbulências chamaram a atenção, isso sim, para uma parcela importantíssima do mercado consumidor do País que até muito pouco tempo atrás estava sendo completamente negligenciado: as classes C e D. Segundo um estudo realizado pela Universidade de Loughborough, do Reino Unido, dar crédito às camadas mais pobres não é apenas uma questão de crescimento e, sim, de viabilidade econômica para os países da América Latina. Nesse ponto, pode-se dizer que o Brasil está em uma situação melhor do que a de muitos dos seus vizinhos, mas a importância de munir as faixas mais baixas

de meios para que consumam é vital da mesma forma. Quando, em 2007, a classe C se transformou na maior fração da população brasileira, os estudiosos temeram que essa transformação da sociedade com a ascensão de cerca de 80 milhões de pessoas pudesse ser apenas temporária. Entretanto o teste a que a economia brasileira foi submetida entre o final de 2008 e o início de 2009 provou que essa possibilidade é bastante remota. O consumo dessa camada e da que vem logo abaixo na pirâmide de renda do país não apenas impulsionaram o PIB (Produto Interno Bruto) nos últimos anos como deram sustentação à atividade no País em um momento de turbulências e grande incerteza. “Sempre brigo com os economistas quando uma crise começa e eles dizem que é preciso parar de gastar. Essa atitude diminui as vendas, gera mais desemprego e piora a

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Ana Maria da Silva Gomes Guarda-roupa parcelado, mas de olho nas taxas de juros

situação”, diz Renato Meirelles, sócio-diretor da Data Popular, um instituto de pesquisas especializado nas classes média e baixa. “Para quem já tem DVD em casa é fácil falar para os outros deixarem de comprar.” Bom para o País que os trabalhadores de renda menor tenham preferido ouvir o presidente Luiz Inácio Lula da Silva e continuaram gastando. “Até porque uma boa parte da renda dessas pessoas vem de programas de assistência social; não é afetada, em princípio, por fatores externos”, acrescenta Meirelles. O efeito inércia no que diz respeito a essa parcela da população não deve ser subestimado: é muito difícil, para essas pessoas, abrir mão das melhorias de vida conquistadas com tanto suor. Uma vez que as pessoas provam o gosto do consumo, fazem de tudo para mantê-lo, o que inclusive tem consequências políticas extremamente relevantes. Não é à toa que o governo federal usou todas as armas que tinha ao seu alcance

para impedir que os progressos econômicos feitos nos últimos cinco anos fossem perdidos. Por que não?

A relevância dessas classes como consumidoras agora está escancarada. Antes, porém, o mercado financeiro não tinha se dado conta de tamanho potencial. Nem há estatísticas disponíveis sobre qual o volume de financiamentos destinados a esse público -entre os estudiosos, a estimativa é de que seja da ordem de apenas 10% do total. “A lógica bancária convencional diz às instituições comerciais que esse tipo de crédito é arriscado e frágil. O custo operacional também é elevado – é mais caro fazer cem operações de R$ 1 mil do que uma de R$ 100 mil. E as microfinanças requerem um trabalho mais humano para lidar com os clientes, suas necessidades e demandas”, afirma Silvana Parente, presidente do IADH (Instituto de

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Assessoria para o Desenvolvimento Humano), especialista com mestrado em Harvard e autora de vários estudos sobre o relacionamento do mercado com a população de baixa renda. Mas vale muito a pena subverter tal raciocínio e desbravar esse segmento, garantem os pioneiros e quem entende do assunto. Para isso, é necessário, primeiro, desafiar os preconceitos, olhando além do que diz o senso comum, e buscar conhecer ao máximo as características desses possíveis clientes. A questão da falta de planejamento e poupança para emergências, por exemplo, não é exclusiva das classes média e média baixa. Esse é um problema com o qual as instituições que concedem crédito estão sempre às voltas, pois, embora goste de fazer uso do crédito, a população brasileira em geral tem dificuldades em administrá-lo especialmente se algum imprevisto ocorre.

No que diz respeito especificamente aos consumidores das faixas de renda menor, mais sujeitos à desestabilização que uma doença ou perda de emprego provoca, as empresas do segmento de varejo, seja de eletroeletrônicos ou de vestuário, que possuem maior experiência no trato com esse público, encontraram um bom paliativo: o seguro de crédito. Apólices de valores que correspondem a uma pequena porcentagem da compra feita são oferecidas a cada carnezinho novo aberto ou divisão de pagamento nos cartões. São poucos os brasileiros que contratam a proteção, porém as seguradoras veem potencial para um crescimento a um ritmo de 100% por ano ao sabor do avanço da economia. Do lado das empresas financeiras, ainda há o temor de que aconteça no País o que houve nos EUA: a abundância de crédito levou a um descontrole na concessão e, assim, surgiu uma camada de renda abaixo de todas as

Lícia Maria Novaes Matos Desemprego adiou o sonho da geladeira nova

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outras, a chamada “subprime”. Esse risco é quase nulo no Brasil, avaliam especialistas. Primeiro porque o endividamento das famílias corresponde somente a 40% do PIB enquanto nos países desenvolvidos se aproxima de 100% - uma taxa considerada saudável que dá a exata medida da oportunidade no País. Nos EUA, em que os débitos são excessivos, o porcentual chega a 160%.

Dar crédito para as classes mais baixas não é apenas uma questão de crescimento, mas, sim, de viabilidade econômica para a América Latina O exemplo americano assusta, porém, para que se consiga a ampliação dos financiamentos às classes C e D, não é necessário afrouxar os controles – ao contrário, é preciso aprimorá-los. E investir em educação para mostrar à população que, para gastar sempre, é fundamental gastar bem. Detalhes nem tão pequenos

Adequar atendimento e os produtos de crédito ao novo público exige conhecimento profundo das particularidades dessa parcela da população. Nas classes média e média baixa, os limites de crédito não devem ser concedidos tendo em vista rendas individuais, mas, sim, a renda familiar. É nesse montante total que as despesas se encaixam, porque existe um compartilhamento maior do que nas classes A e B. Outro fator importante a levar em conta é a participação do jovem no orçamento. Se no topo da pirâmide o salário dos integrantes mais novos do núcleo corresponde a apenas 10% dos vencimentos do chefe da família (um estagiário universitário ganha R$ 1 mil, enquanto seu pai, executivo, recebe R$ 10 mil por mês), nas famílias mais pobres o porcentual é bem maior, o que dá um peso grande à opinião desse membro nas decisões de gastos que serão tomadas. Outro

aspecto que chama a atenção é a participação das mulheres nos rendimentos: 40% nas classes C e D, contra 25% nas que ficam acima. “Para fazer negócio com os consumidores das classes mais baixas, as instituições financeiras precisam adaptar as modelagens de avaliação de possibilidades de pagamento dos clientes à realidade de cada um. Essa forma de atendimento personalizada e na base do ‘olho no olho’, aliás, tem bastante apelo junto a esses consumidores”, diz Celso Grisi, diretor do Instituto de Pesquisa Fractal. Como muitos não possuem emprego fixo, a análise da renda também deve ser mais flexível. E os profissionais dos bancos precisam ter um conhecimento aprofundado do ramo em que aquele trabalhador atua. Eletricistas, pedreiros, encanadores e outros prestadores de serviço autônomos costumam ter rendimentos bons e constantes. Para aferir a sua situação financeira, uma medida razoavelmente segura é verificar extratos bancários de alguns meses, prestando atenção às entradas e saídas, e deixar o trabalhador explicá-las. Até o endereço dessas pessoas pode ser informal, dependendo de onde vivem. Um erro comum de empresas de crédito é considerar que C e D são a mesma coisa. Não, as duas faixas da população têm perfis bem diferentes. No segundo grupo, o trabalho informal e por conta própria é muito maior. Tome-se o caso de um vendedor de cachorro-quente de rua. Ele não considera que possui uma renda mensal. Na verdade, seus rendimentos são diários e é tendo essa periodização em mente que organiza seu fluxo de caixa tanto como pequeno empreendedor como quanto provedor da casa. Por isso, para esse trabalhador, não funciona muito bem ter contas que vencem mensalmente. Se ele tomar um crédito, melhor seria encontrar uma maneira de fixar os vencimentos das prestações quinzenal ou semanalmente. Nenhuma instituição conseguiu fazê-lo ainda, no entanto. As diferentes ocupações precisam, então, ser estudadas e classificadas pelas instituições financeiras.

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Renato Meirelles, do Data Popular Falta de consumo piora a situação em tempos de crise

O crescimento dos ativos da pessoa ao longo do tempo também é um fator importante a considerar. “Possuir casa própria confere muitos pontos ao consumidor, pois mostra que ele está estabelecido na sua vida. Quem tem residência fixa exerce um papel social no seu bairro e zela pela sua imagem na comunidade”, diz Grisi. Outro engano dos executivos das instituições financeiras é pensar as estratégias para as classes mais baixas tendo como referencial a sua própria situação. Mas os desejos e objetivos da população de baixa renda são bem outros (Ver box nesta matéria). Entender toda essa diversidade implica pensar em formas de comunicação diferentes com cada alvo e treinar os seus funcionários em cada um dos tópicos citados. “É preciso que toda informação seja passada de maneira didática, visual. Lembremo-nos de que ainda existe bastante analfabetismo no País, e mesmo quem sabe ler pode não entender com total correção o que lhe é dito”, comenta Boanerges Ramos Freire, presidente da consultoria em varejo financeiro Boanerges & Cia.

Crédito para o consumo e para os negócios Mais do que no topo da pirâmide de renda, nas classes C e D é difícil separar as pessoas físicas das jurídicas. Isso acontece porque, na falta de empregos formais, uma boa parte da população da faixa de renda menor tem o seu micronegócio ou é autônomo. Ou, ainda, mesmo tendo um trabalho fixo, possui uma ocupação própria paralela. Então, no momento em que pedem crédito, frequentemente o objetivo do cliente é comprar equipamentos que o ajudem a desempenhar melhor os serviços que presta ou incrementar a sua banquinha comercial. Esse é um ponto ao qual as instituições financeiras também precisam prestar muita atenção no seu planejamento para servir a tal público. Aí ainda reside uma outra questão de capital importância no médio e longo prazo para o setor, pois o financiamento aos microempreendedores é tão importante para a economia de um país que está embalando no desenvolvimento quanto os empréstimos direcionados ao consumo. É um ciclo. Os pequenos empresários comandam esta-

belecimentos de varejo ou até indústrias que empregam uma grande parte dos trabalhadores das classes C e D. Uma parte considerável desses negócios permanece na informalidade, porém existem esforços de diversas esferas de governo para que eles comecem a se regularizar, o que ajuda um pouco na hora em que os empreendedores vão buscar empréstimos para ampliar a sua atividade. Se geralmente eles só encontram as portas abertas de prestamistas igualmente informais – os quais cobram juros quase inviáveis –, virar uma empresa legalizada lhes dá acesso às instituições financeiras que operam de acordo com as diretrizes do Banco Central. E isso significa juros menores. O apoio a esse segmento dá ótimos frutos, conforme se pode perceber a partir da experiência do Grameen Bank, em Bangladesh, e o do Banco Sol, na Bolívia. Além de injetar dinheiro na economia e contribuir para movimentá-la, ajuda uma parcela da população a ascender socialmente, o que quer dizer mais clientes para as instituições financeiras.

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No tratamento direto com o cliente os cuidados precisam ser redobrados – nada de ignorar quem usa chinelo e não sapato, portanto. Na classe D, a preocupação maior no caso de um empréstimo é com o tamanho da parcela, porém, conforme se sobe na pirâmide os consumidores prestam mais atenção aos encargos financeiros sobre os financiamentos. Ana Maria da Silva Gomes, 34, faxineira, não toma mais crédito porque acha os juros muito elevados. Ela vive com o marido, auxiliar de manutenção de equipamentos hospitalares, e um filho de 17 anos no Jardim Camargo Novo, na zona leste de São Paulo. Mas Ana Maria, de formas diferentes, usa algum modelo de financiamento. “Acabei de comprar um guarda-roupa parcelado sem juros no cartão da loja.” Assim, boa parte dos trabalhadores prefere recorrer às ferramentas informais,

como o fiado da padaria, da mercearia e da lojinha do bairro, os empréstimos tomados de familiares e os adiantamentos solicitados aos seus empregadores. Do senso comum sobre essa camada da população, a única verdade é aquela ideia de que evita ao máximo deixar de honrar seus compromissos porque o nome limpo é seu patrimônio mais valioso. E aí há um ponto curioso a ser observado, sublinham os economistas. Quanto mais próxima e pessoal a relação do cliente com o estabelecimento comercial ou financeiro, mais ainda o consumidor luta para defender a sua reputação diante dele. É por esse motivo que a copeira Lícia Maria Novaes Matos, 59, está adiando a compra de uma geladeira e de um fogão novos. Como perdeu o emprego recentemente, prefere esperar até obter uma nova colocação a fazer

Muito prazer, classes C e D A classe C é, hoje, toda desejo de consumo. Não que nas últimas décadas faltasse a essa faixa da população vontade de ter um padrão de vida melhor – a diferença é que, agora, muitos dos bens que as classes A e B possuem e que sempre povoaram a sua imaginação estão mais perto. Então, os sonhos tomam formas concretas: um automóvel, uma TV de LCD, um

Pirâmide de renda no Brasil Classe Faixa de renda mensal Porcentagem da população

As prioridades de consumo da classe C casa/apartamento

automóvel

AB

mais de 10 salários mínimos 15,5%

C

de 6 a 10 salários mínimos 52%

D

de 3 a 5 salários mínimos 23%

E

computador. Os seus membros se preocupam, ainda, em usar itens que dão status, como roupas de marca, tênis, celulares e tocadores de MP3 modernos. A classe D também quer mais conforto. No seu caso, entretanto, o grande objetivo é equipar a casa com itens que representam pequenos luxos, como a máquina de lavar roupa.

querem comprar querem trocar

42% 12%

16% 15%

Fonte: FGV (Fundação Getúlio Vargas) e especialistas consultados

7%

querem comprar querem trocar

10% 34%

As prioridades de consumo da classe D e E casa/apartamento automóvel querem comprar querem trocar

36% 2%

querem comprar querem trocar

querem comprar querem trocar

33% 9%

móveis para casa

celular até 2 salários mínimos 9,5%

32%

móveis para casa

celular querem comprar querem trocar

querem comprar querem trocar

35% 8%

querem comprar querem trocar

23% 33%

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mos retornos. Além da emissão de cartões que podem ser usados não só nos seus estabelecimentos como em todo tipo de loja, o carnezinho de compras parceladas é um instrumento que criaram e popularizaram com bastante sucesso. As Casas Bahia são o maior exemplo dessa tática. A diretoria do seu departamento de crédito fica na matriz, porém há escritórios regionais e atendimento telefônico, numa estrutura que engloba cerca de 3.400 funcionários. A análise de crédito do cliente é feita não somente com base no seu CPF (Cadastro de Pessoas Físicas), mas da sua ocupação. Estudos sobre os ramos de atividade são utilizados no decurso da avaliação. E todas as informações são arquivadas para compras posteriores. Objetivos e desejos=oportunidades

Compreender o que está por trás dos pedidos de empréstimo é essencial. Bons motivos para dar crédito podem ser, por exemplo, a vontade de o consumidor aumentar o seu patrimônio – quando ele quer comprar uma casa – e a de diminuir os seus custos fixos – adquirindo um carro para levar os filhos à escola e a mulher ao trabalho, o que lhe poupa o Boanerges dinheiro da condução de todos, ou Ramos Freire, da um freezer para guardar sobras de Boanerges & Cia É preciso entender refeições e reaproveitá-los posteriora baixa renda para mente. “As instituições devem ajudar oferecer crédito esse cliente a ter uma vida melhor e para esse público mais equilibrada”, frisa Boanerges. alguma dívida que não tenha condições de honrar. O O especialista acredita que os bancos públicos – como instrumento de crédito do qual ela mais faz uso é o cartão o Banco do Brasil e a Caixa Econômica Federal, em nível emitido por uma financeira ligada a uma grande rede de nacional, e a Nossa Caixa e o BNB (Banco do Nordeste do varejo de vestuário. “É muito prático especialmente para Brasil) devem continuar ampliando o crédito às classes C e as despesas que fogem do planejamento, como um remé- D. Essa é uma das grandes tendências do mercado. dio”, ensina Lícia, que pertence à classe D e mora na zona Os números não mentem. Deixar de dar crédito para sul da capital paulista. as classes C e D é abdicar de participar do crescimento do As varejistas, aliás, têm muito o que ensinar às com- País nos próximos anos, que promete ser ainda melhor panhias do sistema bancário e financeiro, pois descobri- do que o visto entre 2007 e 2008. “Nenhuma instituição ram há mais tempo que investir nesse público dá óti- financeira vai querer ficar de fora”, frisa Grisi. f

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artigovarejoestratégico

Boas perspectivas para 2010 Os principais fatores que contribuíram para o bom desempenho do varejo até setembro do ano passado – o crédito abunPor Marcel Domingos Solimeo dante e fácil, os prazos longos dos financiamentos, o emprego e a renda – sofreram forte impacto com a crise que atingiu o sistema financeiro internacional. Embora alguns tenham considerado que a crise no Brasil seria apenas “uma marolinha“, a realidade foi muito mais contundente, com a produção industrial registrando queda superior a 20% em dezembro. O crédito sofreu forte contração, em um momento em que a demanda das grandes empresas foi deslocada do mercado externo e de capitais para o financiamento bancário. Com a quase paralisação das operações dos bancos de menor porte e das financeiras, o varejo de bens duráveis e semiduráveis foi seriamente afetado, especialmente as empresas menores, que perderam o acesso ao crédito. As medidas adotadas pelo Banco Central permitiram a retomada gradativa dos financiamentos, tanto para as empresas como para as pessoas físicas, o que, combinado com medidas fiscais, permitiram a retomada do consumo dos bens de maior valor. A indústria desses bens vem reagindo, tendo recuperado parte importante das perdas ocorridas a partir de setembro, mas apresentando ainda queda da ordem de 10%. O crédito para as pessoas físicas registrou crescimento de 9,1% neste ano e para as pessoas jurídicas a expansão foi de 4,5% no mesmo período. Deve-se notar, contudo, que o financiamento para as empresas ainda não é uniforme, pois os créditos acima de R$ 10 milhões destinados aos empreen-

dimentos de maior porte apresentaram crescimento de 11,2%, mas as pequenas e médias empresas ainda enfrentam alguma dificuldade. Cabe assinalar, porém, que até agosto a maior expansão do crédito se deu no consignado, para os veículos e no cartão de crédito, esperando-se para os próximos meses maior crescimento do financiamento dos bens duráveis que, a exceção da linha branca beneficiada pela redução do IPI, ainda não apresentam desempenho satisfatório de vendas. Com relação ao emprego, se observa forte recuperação nos últimos meses, com o número de trabalhadores com carteira assinada registrando aumento de 2,8% em agosto, sobre igual mês de 2008. A massa de rendimento real efetivo da população ocupada cresceu, segundo o IBGE, 2,4%, o que assegura o aumento da demanda também dos bens não-duráveis. Esses dados permitem projetar um cenário bastante favorável para o varejo para o último trimestre de 2009 e para o próximo ano. Como a partir de outubro do ano passado as vendas sofreram alguma desaceleração, afetando a base de comparação, pode-se esperar um resultado positivo nas vendas de bens duráveis, além dos veículos, no último trimestre do ano. Como o consumo doméstico tem sido o principal fator de crescimento do PIB, e as perspectivas são de um crescimento do superior a 4% do Produto Interno Bruto em 2010, isso significa que o comércio poderá apresentar aumento de vendas na casa dos 6 a 7% no ano que vem, alavancado pelo crédito e pela expansão da massa salarial. f Marcel Domingos Solimeo, economista-chefe da Associação Comercial de São Paulo

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empresasfraudes empresasfraudes

Vilã dos lucros Por Júlia Zilig

O mercado de fraudes se sofistica paralelamente com a evolução da tecnologia da informação. A saída para as empresas? Investimentos em tecnologia e em mão de obra para ter ciência das irregularidades antes que o estrago seja grande

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Nacional das Instituições de Crédito, Financiamento e Investimento (Acrefi). A clonagem de cartões magnéticos está ficando cada vez mais avançada e mais difícil de ser percebida. Quando é descoberta, os estragos já foram feitos no orçamento da empresa. “Ninguém percebe, mas o fraudador vende os dados obtidos na máquina para outros fraudadores”, disse Eduardo Daghum, especialista da Associação Comercial de São Paulo (ACSP) durante a apresentação de um vídeo mostrando o avanço da clonagem de cartões no 4º Seminário Internacional “A crise mundial e seus impactos na fraude”. “Com a tecnologia da informação cada vez mais avançada, em minutos o cartão pode ser clonado do outro lado do mundo.”

Consultoria Empresarial, diz que a recessão global é uma oportunidade para as fraudes. “Em tempos difíceis, há uma redução das defesas e uma ansiedade por resultados. A crise cria um clima mais propenso para fraudar.” Segundo dados da KPMG, 23% das fraudes acontecem com a emissão de notas frias, 27% na falsificação de cheques e documentos. Mas o grande alvo tem sido o cartão de crédito. No Brasil, a fraude de cartões de crédito, ao ser comparada ao faturamento das empresas, se alastra com uma velocidade ímpar. Seu volume praticamente triplicou nos últimos quatro anos, passando de 0,06% em 2004 para 0,15% em 2009, de acordo com informações da Associação

Para ele, as fraudes estão acontecendo com grande frequência nos meios de pagamentos eletrônicos porque as portas estão abertas. “Temos portas nos caixas eletrônicos, nas máquinas das lojas, na forma de transmissão de dados entre o varejo e a matriz.” E Daghum conclui: “Não adianta ter uma tecnologia de última geração se o processo não está adequado.” Para as pequenas e médias empresas brasileiras é uma má notícia, já que cada vez mais utilizam o cartão de crédito como meio de pagamento, cuja operação cresce 25% ao ano. “Os bancos estão investindo em empresas terceirizadas, mas é preciso que a prevenção comece dentro das instituições financeiras”, diz Adalberto Savioli, presidente da Acrefi.

Foto: Andrea Felizolla

As fraudes ficam mais fortes na crise. É quando as empresas diminuem os investimentos em contratação de pessoal, segurança da informação e outros. Nessa hora, aumenta a clonagem de cartões de crédito, a falsificação de cheques e de documentos. “O fraudador comete a mesma fraude feita há 50 anos, só que agora utiliza a tecnologia como facilitadora. Antigamente, fraudava papéis; hoje, altera registros de um computador”, diz Anselmo Bonservizzi, sócio da área de consultoria em gestão de riscos empresariais da Deloitte. As empresas só descobrem o fato quando o processo já está em estágio avançado e muitas vezes não dá para salvar o barco. George Millard, delegado e diretor da Performance

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pode sepultar um legado de atividades no mercado e manchar a imagem da empresa no mercado. A reputação é um ativo tão importante quanto o capital”, diz George Millard. Brechas para “roubar”

Adalberto Savioli, presidente da Acrefi A prevenção de fraudes deve começar dentro das instituições financeiras

George Millard, da Performance Consultoria Empresarial Em tempos de crise, a ansiedade por resultados facilita a ocorrência de fraudes

Nos Estados Unidos, o cenário assusta. O montante de fraudes que envolvem cartões de crédito ou débito chegou a US$ 22 bilhões em 2008. Um terço das companhias americanas é vítima de fraude e um em cada seis bancos reporta lavagem de dinheiro. “O mercado está investindo em tecnologia para minimizar o impacto das fraudes, mas o setor de cartões de crédito está muito avançado na eficiência dessas fraudes”, diz o presidente da Acrefi, Adalberto Savioli. Para se ter uma idéia, empresas chegaram até contratar hackers para conter as fraudes. “De hackers tornaram-se crackers.” Cerca de 50% das grandes companhias nos Estados Unidos foram vítimas de fraudes, segundo o levantamento da ACFE (Association of Certified Fraud Examiners), a fraude foi responsável por 20% de todas as falências de empresas no país. Um dado alarmante, principalmente quando se avalia os “focos” nos quais se concentram esses movimentos. De acordo com a ACFE, as fraudes externas são causadas por prestadores (21%), clientes (17%) e fornecedores (10%). Dados deste ano da Forensic Integrity Survey mostram que desvio de dinheiro, apropriação indevida de capital e propriedade intelectual representam 35% das fraudes no mundo corporativo. Já ações antiéticas como suborno, corrupção, manipulação de mercado chega a 31%. “É fundamental para as empresas buscarem mecanismos de controle e priorizar esse fato, pois uma fraude

Além dos gaps gerados pela falta de investimento em segurança, outro caminho aberto para as fraudes está na própria legislação brasileira. Tabajara Nobazzi, coordenador geral dos grupos de estudos avançados da Acadepol – Academia de Polícia Civil do Estado de São Paulo, ressalta que os fraudadores se beneficiam dos erros contidos no conjunto de leis do País. “A legislação brasileira que reprime crimes econômicos está cheia de gaps. A intenção foi reprimir o crime, mas não foram levados em conta os princípios jurídicos, e isso acabou favorecendo os réus.” Segundo Nobazzi, existem entraves nas leis do colarinho branco, lavagem de dinheiro e até mesmo no próprio Código de Defesa do Consumidor, documento mais recente e que trouxe um novo panorama para as relações

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entre empresas e consumidores. “Hoje em dia é muito mais fácil uma pessoa ser presa porque roubou uma gaiola do que outra causou um rombo de um trilhão de reais nos cofres de uma empresa.” Gestão

A sofisticação das fraudes acompanha a evolução da tecnologia. No entanto, a grande maioria das empresas só consegue identificar a fraude após sua ocorrência. “Existe a preocupação de saber onde foi clonado o cartão de crédito, mas não há informações gerenciais atualizadas para tentar descobrir o histórico da fraude”, analisa Daghum. As empresas não conhecem a “cara” da fraude. “Elas sabem que acontece, mas não sabem como. “É necessário ter noção se a tecnologia de segurança da informação empregada está de acordo com o perfil do negócio da empresa. “Muitas vezes, a arma que você utiliza pode ser mais potente do que você precisa”, avalia. Para o sócio da Deloitte, a causa da não-prevenção de fraudes está no fato de esse tipo de crime não ser tratado como um risco. “Existem muitas empresas que não tratam esse tipo de assunto de uma maneira efetiva. Sempre é possível ocorrer fraudes, pois os fraudadores são criativos. Enquanto você cria os controles, tem gente olhando para checar onde estão as suas vulnerabilidades. É muito comum casos de funcionários fraudadores que têm 20 anos de casa. Você confia tanto na pessoa que acha que não há necessidade de adquirir qualquer tipo de processo de controle.” Para Anselmo, a gestão de riscos não é “suspeitar de tudo”. “É importante avaliar o processo e não a pessoa que está atrás dele. Tornar o processo cada vez mais independente de pessoas é fundamental para evitar fraudes. A gestão de riscos é contínua, e se a empresa adota controles preventivos e detectivos, a possibilidade de fraudes se torna menor. Se o fraudador percebe que há controles nesse sentido, dificilmente leva a fraude em frente.”

Atualização

As fraudes evoluem e novos modelos e oportunidades de ação aparecem a cada dia. “As modalidades de fraude mudam quase que diariamente, o que já não acontece com os equipamentos”, afirma Tabajara Novazzi Pinto, especialista e autor do livro “Direito Penal Econômico – Erros Técnicos na Legislação Vigente”. Até o crédito consignado já foi alvo de fraudes. Para se ter uma idéia, cerca de 3% do faturamento das empresas que trabalham com esse tipo de produto é comprometido com crimes como a falsificação de documentos.

Eduardo Daghum, especialista da ACSP As empresas não sabem qual é a “cara” da fraude

Nos autos O mercado de veículos também tem um forte histórico de fraudes, principalmente quando falamos até a década de 90, quando as entidades responsáveis como Detrans, Denatrans etc. trabalhavam de forma independente. “Nessa época, a indústria de fraudes crescia a todo vapor no setor de veículos. Não existiam informações precisas sobre financiamento de carros e os agentes financeiros não tinham proteção financeira para suas garantias”, explica Mauro

Negrete, diretor de operações da Gravames. Com o advento da internet, as empresas do setor começaram a trabalhar em sistema de colaboração para evitar fraudes. Uniram-se para fazer a gestão de contratos e oferecer suporte necessário para a operação financeira. “As informações ganharam velocidade de propagação, houve mudança na forma de buscar essas informações, que hoje são mais profundas e assertivas, e a padronização de processos”, diz Negrete.

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empresasfraudes Anselmo Bonservizzi, da Deloitte As empresas precisam tratar a fraude como risco

Contribuição humana

Tabajara Nobazzi, delegado e especialista em fraudes Gaps na legislação favorecem as fraudes

Uma boa tecnologia de prevenção de fraudes não funciona sozinha. As lacunas para esse tipo de crime podem ser geradas pelos próprios colaboradores, prestadores de serviços e fornecedores de uma empresa. Estima-se que mais de 60% das fraudes empresariais são realizadas por seus clientes internos. “É fundamental implementar uma cultura voltada para a ética e integridade dentro de uma empresa e treinar seus colaboradores – auditores, pessoal da segurança, gerentes etc. – para que eles mesmos também ajudem na fiscalização de terceiros, ou seja, fornecedores e prestadores de serviços. A crise traz cortes também no quadro de pessoas de uma empresa. E isso também pode ser um fator facilitador da fraude. “Quando você reduz quadro de pessoal, o que inclui postos-chave, começa a concentrar poder nas mãos de pessoas sem segregação de funções e que podem se aproveitar das vulnerabilidades”, diz Anselmo, da Deloitte. Hoje em dia, as fraudes mais comuns acontecem devido ao acesso indevido aos sistemas de informação.

“Existem vários usuários pendurados em um determinado sistema, com acesso para fazer operações financeiras. Ele pode alterar os dados de entrega e desviar o pagamento. Muitas vezes a conciliação de informações não é clara”, afirma o executivo da Deloitte. Estabelecer um filtro na contratação de pessoas também auxilia nesse processo. “Conhecer seu cliente, seu prestador de serviço e seu colaborador, pois muitas vezes, na ânsia de produzir, acabam fazendo alguma besteira.” No entanto, os riscos, tanto de crédito quanto de obter prejuízos, fazem parte de qualquer negócio. “As empresas não devem adotar ações de ‘policiamento’, mas, sim, adotar as melhores práticas”, diz Tabajara. Um colaborador que detém o conhecimento da tecnologia, mas não foi treinado pode ser aliciado para cometer uma fraude. “Por uma questão cultural, os funcionários de uma empresa não trocam informações com seus superiores – e vice-versa – que possam ajudar a evitar as fraudes. O grande medo é de vazar a informação para a concorrência. A própria empresa pode estar sendo vítima de fraude e se prejudicar pela falta de dados”, afirma Eduardo Daghum. Dados ok?

Mickey Mouse, telefone 3333–3333. Dados como esse são frequentemente colocados em documentos de solicitação de crédito. E o pior? São aprovados sem uma análise mais aprofundada. “Dados simples e inconsistentes não são checados quando o fraudador pede crédito”,

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Ambiente favorável

explica Daghum. A falsidade ideológica é outro tipo de fraude praticado frequentemente nas empresas. “É um dos modelos mais comuns, mas que também vem crescendo e se aperfeiçoando”, afirma o executivo, que destaca o montante de US$ 1,33 bilhão de reais de prejuízo por conta de ações como composição ilegal de capital de giro, aprovação de crédito sem averiguação eficiente dos dados do requerente, fornecimento de dados falsos, entre outras. Além de nomes absurdos como o citado acima e telefones com números irreais, é comum o fraudador fornecer também números de telefones públicos e endereços que não existem. “Não é feita uma conferência positiva dos dados e nenhum sinal de alerta é dado caso alguma informação esteja em desconformidade.” A falsidade ideológica acontece com grande frequência nos pequenos comércios. O fraudador se beneficia ainda pelo fato da dificuldade de troca de informações entre o agente concessor de crédito e seu representante. “O atendente tem dificuldade de conseguir contato ou retorno do back office da empresa e acaba liberando o crédito para o fraudador. Infelizmente a política de venda não está alinhada à de prevenção de fraudes. Não há um cuidado em como se planejar para evitar esse tipo de problema.” Na visão do especialista, as empresas não se preocupam em ter um modelo estatístico de fraude. Para Daghum, é preciso conhecer o comportamento de seu fraudador. “Há empresas que são fraudadas pela mesma pessoa várias vezes em diferentes pontos de venda. Ela sabe onde estão os pontos fracos e como atacá-los. Essa falta de comunicação pode custar muito caro aos empresários.” “Cara digital”

Algumas empresas detentoras de soluções trabalham para melhorar a eficiência dessa comunicação e barrar a fraude. Os livros e notas fiscais já entraram para o mundo

O cenário econômico atual acaba sendo o pano de fundo para a expansão das fraudes. As expectativas sobre o crescimento do PIB brasileiro estão aquém do esperado, o spread bancário – considerado um dos cinco maiores do mundo – ainda está em alta, apesar do leve declínio registrado nos últimos meses. De acordo com Istvan Kasznar, economista-chefe da Acrefi, a baixa arrecadação faz o governo se endividar menos, mas aumenta a concorrência das empresas e a tomada de crédito, abrindo brechas para as fraudes. “A velocidade das fraudes pode se tornar ainda maior”, diz. Exemplos de fraudes não faltam – elas existem desde as origens da economia, há milhares de anos. O código de Hammurabi (1750 a.C.), um dos mais antigos conjuntos de leis já encontrados, define vários casos de fraudes e suas punições. Antigos egípcios, por volta de 500 A.C., fraudavam ricos e nobres vendendo falsos animais sagrados embalsamados para suas cerimônias fúnebres. Na década de 20, surgiu o Esquema Ponzi, conhecido tam-

bém como Pirâmide, cujo modelo foi seguido por Bernard Madoff, que fraudou Wall Street em US$ 50 milhões. No Brasil, quem não se lembra do caso do Banco Nacional, em 2002, com um rombo de US$ 9 bilhões causados por seu ex-controlador Marcos Magalhães Pinto. Um dos mais emblemáticos aconteceu no Banco Noroeste, no final dos anos 90, em São Paulo, sob o comando de Nelson Sakagushi, acusado de desviar mais de US$ 242 milhões. A empresa acabou sendo vendida para o banco Santander por US$ 500 milhões. Após os escândalos corporativos de manipulação de dados contábeis que se revelou um tanto quanto “comum” em empresas como Enron, Tyco e WorldCom, o governo americano editou a Lei SarbanesOxley, uma reformulação na legislação de mercado de capitais implantada na década de 30, logo após a crise de 29. A intenção da lei é dar maior transparência e confiabilidade aos resultados das empresas, punindo severamente as fraudes empresariais.

eletrônico. Para se ter uma idéia, o maior índice de fraudes no governo está na sonegação de impostos. Um dos caminhos encontrados é a digitalização de documentos. Segundo Diego Torres, sócio-diretor da Acesso Digital, esse processo permite uma análise prévia dos documentos e envio on-line. “O back office checa a autenticidade desses documentos e pode enviar uma resposta em até 15 minutos.” No passado, quando se falava nesse tipo de solução, o custo logo batia no bolso das empresas. Mas com a popularização da internet e o aumento do uso dos equipamentos multifuncionais – que tem entre suas funções a digitalização de imagens – os investimentos se tornaram viáveis. “A internet se tornou um motoboy eletrônico”, diz Diego.

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empresasfraudes Istvan Kasznar, economista-chefe da Acrefi A fraude se esconde nos índices de inadimplência, altos em termos de crise

Para ele, a tendência de documentos 100% digitais vai tomar força nos próximos anos. “Existem muitas fraudes em documentos no mundo analógico. A conferência online e a autenticidade dos dados vão ajudar as empresas inclusive a centralizar a gestão de seus documentos.”

Inadimplência em alta Um dos efeitos da crise é refletido na elevação dos índices de inadimplência, atualmente na casa dos 8%. Segundo dados do Banco Central, a inadimplência atingiu em maio desse ano um dos patamares mais altos desde 2000 – no pagamento de empréstimos bancários na forma de cheque especial, crédito pessoal, desconto de duplicatas etc. – por conta da freada nas fontes de financiamento. 10,8% das operações tinham atraso de pelo menos 90 dias. Os bancos se tornaram mais seletivos na concessão de recursos, as taxas de juros ficaram menos atrativas e o próprio consumidor passou a priorizar o pagamento de algumas dívidas, o que gerou a inadimplência. A fraude acaba se “escondendo” nos índices de inadimplência. “É necessário tangibilizar a fraude”, diz Eduardo Daghum. “Apesar do spread bancário registrar leves quedas, ainda é alto e não estamos afastados das fraudes por conta do alto grau de inadimplência”, afirma Rasznar. O segmento de financiamento de veículos também obteve uma alta histórica no que diz respeito à inadimplência. De acordo com o BC, no fim de maio deste ano os brasileiros tinham parcelas atrasadas que somavam

R$ 4,4 bilhões. Os índices nessa categoria vêm crescendo gradualmente desde o final de 2007. Desde setembro do ano passado – também de acordo com o Banco Central – os bancos privados respondem por 75% do aumento da inadimplência, quando teve início a fase mais complicada da crise. Nos últimos dez meses, o total de empréstimos com pagamentos atrasados por mais de 180 dias subiu para R$ 24 bilhões, sendo que, desse valor, R$ 18 bilhões estão na carteira de instituições privadas e R$ 6 bilhões na das públicas. Segundo informações do BC, a trajetória de alta na inadimplência tem sido puxada pelos calotes financeiros nos financiamentos a empresas, que ainda enfrentam dificuldades para encontrar crédito no mercado. Além disso, apesar do retorno da concessão de crédito, da queda nos juros, as empresas ainda esbarram em falta de recursos para financiar investimentos ou pagar suas dívidas. Conforme dados da pesquisa feita pelo Serasa Experian, a taxa de inadimplência da pessoa jurídica subiu 26,3% em julho, na comparação com o mesmo mês de 2008. No acumulado de janeiro a julho, o índice de atraso nos pagamentos chega a 29,7%.

Recuperar é preciso

Apesar de o cenário econômico ser favorável para o Brasil, ainda há muita lição de casa a ser feita, de acordo com Istvan Kasznar, economista-chefe da Acrefi. “Não estamos preparados para um crescimento ordenado, e isso inclui a própria prevenção de fraudes.” De acordo com um estudo do Fundo Monetário Internacional comandado por Rodrigo Hato, na década de 80 o Brasil tinha um “mercado negro” que era responsável por 55% do PIB oficial. “Hoje a economia já está mais estável e esse porcentual caiu para 42%”, afirma Kasznar. Com um mercado de crédito retomando seus níveis de evolução – segundo dados do BC, nos últimos 12 meses a expansão do volume de operações de crédito foi de 20,8% no último ano – o ambiente volta a se tornar favorável para as fraudes financeiras. No entanto, isso pode ter um novo panorama caso as empresas consigam detectar as fraudes em tempo real e, consequentemente, reduzirem suas perdas. “É fundamental identificar, especificar, conhecer e adaptar-se às mais refinadas práticas fraudulentas”, diz o economista-chefe. Estimular a análise de software antifraudes com tecnologia da informação avançada e criar um sistema de memória de fraudes vão auxiliar as empresas a não serem pegas de surpresa por estragos milionários. “Podemos nos sentir bem no ninho, mas temos deveres a fazer, pois a fraude vem de todas as maneiras e formas. Qualquer ambiente está sujeito a sofrer danos de métodos fraudulentos.” A sua empresa está segura? f

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artigomercadointernacional

México e Brasil: parecidos, mas diferentes O Brasil e México são as duas grandes economias da América Latina. Ambas têm muitos pontos em comum, bem como alguPor Pablo Salamone mas diferenças, criando desafios e oportunidades específicas. A economia brasileira, nesse último trimestre, começou a se recuperar com perspectivas promissoras, após o escorregão do primeiro semestre. No México, o contexto é outro, com a pior caída desde a crise do “Tequila” há 14 anos. O Banco Central do México projetou, em final de julho, uma queda de cerca de 7,0% do PIB, uma deterioração da estimativa anterior, que era de 4,3%. Com a atividade econômica em retração, a arrecadação tributária está diminuindo fortemente. Os impostos oriundos do petróleo, sempre uma contribuição importante para a economia mexicana, estão na contramão, já que sua extração sofreu uma redução de 40% do estimado no orçamento. Mas uma condição determinante para essa crise foi a fragilidade que representa a dependência da economia americana. Apesar de os bancos mexicanos não terem seus balanços de ativos vinculados ao mercado hipotecário norte-americano – os denominados ativos tóxicos – ao contrário do grande número dos bancos com sede nos Estados Unidos ou na Europa, a economia real mexicana está diretamente relacionada à americana. Por isso, no caso do México, a contaminação foi feita por meio do setor real. A redução do ritmo da atividade econômica mundial e a diminuição dos preços das matérias-primas deram lugar a uma deterioração nos termos de troca. As características específicas da economia causaram efeitos negativos.

O México é uma economia aberta, com políticas econômicas responsáveis, com grau de investimento, disciplina fiscal e monetária, e uma exposição financeira reduzida. Tem um sistema bancário abrangente, com margens de intermediação consistentes e lucrativas, em razão de uma boa gestão, e com capacidade para absorver a deterioração na qualidade de suas carteiras. Outro ponto positivo é que em 2010 a dependência da economia americana será uma ajuda para a economia mexicana. No médio e longo prazo vai expandir sua capacidade de crescimento. No Brasil, quando a mudança de expectativas das condições da economia global começou a melhorar, ajudado pelos programas implementados pelo governo, a confiança voltou rapidamente, com forte entrada de capitais e a apreciação do real. Hoje se percebe o otimismo e uma interessante recuperação com grandes oportunidades na trilha do crescimento do País. A situação do Brasil e México é bem diferente e anda em velocidades distintas. Por um lado o Brasil foi afetado pela crise econômica internacional, mas de forma transitória e leve, com uma recuperação forte e muito mais simples. Por outro, a mudança da economia mexicana, além de ter de superar problemas de liquidez, teve de lidar com fortes problemas da economia real e estruturais que levam um tempo maior para serem superados. Em médio prazo, as diferenças devem diminuir e as duas grandes economias latino-americanas devem apresentar um crescimento vigoroso. f Pablo Salamone, presidente da CMS Credit Management Solution

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créditopessoal

Apetite duplo O crédito pessoal torna-se um dos serviços mais utilizados no cartão de crédito quando o consumidor precisa de dinheiro rápido e fácil para saldar uma dívida. No entanto ainda é no CDC que ele consegue financiar a aquisição de bens de consumo

O mercado de cartões de crédito cresceu muito nos últimos anos e o crédito pessoal dentro do cartão é justamente um dos serviços que conquistam cada vez mais novos adeptos. Sem burocracias para aprovar, saque fácil, pagamento em várias parcelas fi xas, a tendência chamou a atenção do mercado de Crédito Direto ao Consumidor (CDC), também em rota de crescimento, principalmente no financiamento de bens duráveis, como veículos, material de construção, ou até mesmo serviços, como viagens. O consumidor procura no cartão mais facilidade ainda, ou seja, um saque com menos burocracias até do que a linha de CDC; assim, a opção pelo crédito pessoal em geral tem o objetivo de saldar uma dívida ou

até mesmo de adquirir algo. Os fatores limitadores são os próprios valores oferecidos pelos cartões de crédito, ainda pequenos perto dos financiados por um CDC. Mas, para ilustrar esse cenário, vamos aos números. Em 2008, o setor fechou o ano com um volume de R$ 388,7 bilhões, incluindo todos os meios plásticos de pagamento – crédito, débito, loja e rede. Esse montante foi 24% maior do que o registrado em 2007. Para 2009, a previsão é de fechar os 12 meses do ano com um aumento de até 18% nesse montante. No mercado de CDC a realidade é também de expansão, mas puxada pela retomada do consumo

Foto: StockXpert / Divulgação

Por Júlia Zillig

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de bens como veículos, aparelhos eletrônicos, material de construção, pacotes de viagens, entre outros. Segundo dados da Anef (Associação Nacional da Empresas Financeiras das Montadoras), a carteira de CDC cresceu 2,1% em agosto deste ano, totalizando R$ 85,3 bilhões, impulsionwada pelo aumento de financiamentos de veículos novos, isentos de IPI. Hoje representa, juntamente com o leasing, 5% do PIB e 32,4% do total do crédito disponibilizado no mercado para pessoas físicas. Os varejos de construção civil e eletroeletrônicos também voltaram a crescer no início do segundo semestre, depois de um período de recuo no movimento, por conta também da utilização

do crédito para o consumidor financiar suas compras. Com a taxa Selic já abaixo dos 9%, os juros ainda são altos para essa modalidade de crédito, variando entre 40% a mais de 100% ao ano, dependendo do emprestador. Mudança

Quando se fala em crédito pessoal, logo se lembra das lojas de financeiras espalhadas em vários locais da cidade, oferecendo crédito sem comprovação de renda, sem burocracias, mas com taxas de juros maiores. A evolução desse tipo de modalidade de crédito hoje apresenta um universo mais favorável para o consumidor, com taxas de juros atrativas, outubro/novembro 2009 FINANCEIRO 39

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créditopessoal

prestações que cabem no bolso e facilidade para pagar. Segundo Márcio Ronconi, vice-presidente executivo de negócios de varejo do Banco Fibra, o amadurecimento do crédito pessoal impulsionou o crescimento da oferta de linhas consignadas, com desconto em folha de pagamento, tanto para empresas públicas como privadas, reduzindo o risco para as instituições financeiras, e também a inadimplência. No cartão de crédito, a linha de crédito pessoal vem como uma evolução do próprio meio eletrônico. Os valores oferecidos são fixados de acordo com o perfil de risco de cada consumidor, mas no geral os valores não são tão expressivos, caracterizandose como um produto para acesso rápido. “Hoje os cartões de crédito se tornaram mais complexos em termos de subprodutos. Quanto mais opções de serviços, proporcionalmente o cliente utiliza para pagar compras, contas ou até mesmo sacar dinheiro”, explica Elinton Bobrik, diretor de cartões de crédito do Banco Panamericano. Com mais de 2,4 milhões de cartões na praça, o Banco Panamericano oferece uma linha de crédito pessoal para seus clientes, que pode ser sacada nas lojas da marca, em terminais do banco 24 horas ou via call center do banco. Seu pagamento pode ser feito em até 18 vezes fi xas, cobradas na fatura do cartão de crédito do cliente. Para Consentino, a necessidade de crédito sempre existiu no mercado. O que impulsiona a utilização desse subproduto do cartão é a falta de burocracia para a aprovação. “O cliente não fica com receio de passar por um processo de aprovação, porque esse crédito já está préaprovado. Isso muitas vezes assusta o consumidor”.

Apesar de trabalhar com uma taxa de juros maior – no Panamericano, de acordo com o histórico de crédito de cada cliente, pode variar de 4,5 a 11,5% –, o cartão de crédito se tornou o preferido dos consumidores na hora de obter um crédito pessoal. Na visão do executivo do Banco Panamericano, além de todas as vantagens descritas acima, a empresa também trabalha fortemente ações de marketing e incentivo para a utilização do serviço de saque. A taxa de juros acaba não sendo um fator impeditivo. “Os juros são oferecidos de acordo com o risco de cada cliente”, diz Bobrik. Financiamento

Apesar de ter o nome de Crédito Direto ao Consumidor, o CDC tem algumas diferenças em relação ao crédito pessoal. Além da política de taxas de juros, em grande parte o CDC é utilizado para o financiamento de bens de consumo. “O CDC é como a boneca Barbie, tem diversas variações de cabelo, roupa, acessórios, assim como a linha de crédito tem diferentes formas de Elinton Bobrik, do Banco Panamericano Simplicidade é um dos principais atrativos do crédito pessoal no cartão de crédito

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Marcio Ronconi, do Banco Fibra Consumidor precisa ter acesso rápido ao crédito pessoal

pagamento, taxas de juros, mas no final é o mesmo produto”, brinca Ronconi, do Banco Fibra. Com um crescimento em sua carteira de CDC de mais de 100% ao ano registrado nos últimos 24 meses, o Banco Fibra está perto de atingir o montante de R$ 1,3 bilhão até o final de 2009. Mas recentemente apostou suas fichas no mercado de cartão de crédito para complementar os produtos já oferecidos aos seus clientes, de segmentos do setor varejista como material de construção civil, eletroeletrônicos, turismo, entre outros. Para estimular o uso do cartão não somente nas lojas de seus clientes, o Banco Fibra criou um cartão de crédito híbrido, adequado para a realidade de cada setor varejista cliente, que pode ser usado dentro da rede ou fora pelo consumidor, e também para fazer saques. “É o consumidor quem dita a regra. Ele quer fazer

compras e pagar em várias vezes, tem de ter essa possibilidade disponível a ele, assim como com o próprio crédito pessoal. Ele precisa de R$ 1 mil? Tem que ter acesso rápido a esse valor para saldar uma dívida, por exemplo”, afirma o executivo do Banco Fibra. Como ficará o mercado de CDC versus cartão de crédito? Se depender do consumidor, que anda com um apetite voraz de consumo, ambas as modalidades terão espaço em seu bolso. f

Total

Evolução do mercado de cartões – Indicadores mensais de 2009 Jan

Fev

Mar

Abr

Mai

Jun

Jul

Ago

Set

2009*

Cartões – milhares Variação % ano anterior

519.220 14%

522.497 13%

527.326 13%

531.307 13%

535.410 12%

540.239 12%

544.318 12%

548.336 12%

552.559 11%

565.228 10%

Transações – milhares Variação % ano anterior

459.103 17%

438.725 14%

472.152 14%

472.087 17%

498.801 14%

482.769 14%

516.063 15%

522.427 14%

512.841 17%

6.140.956 15%

32.715 19%

30.340 17%

33.284 17%

33.627 20%

36.141 17%

35.339 19%

37.091 17%

37.724 18%

37.307 19%

446.783 19%

Cartões – milhares Variação % ano anterior

126.050 19%

126.194 18%

127.992 18%

128.646 16%

129.474 16%

130.586 15%

131.679 14%

132.422 13%

133.369 13%

136.212 9%

Transações – milhares Variação % ano anterior

185.671 16%

177.547 13%

198.581 13%

201.563 18%

212.745 13%

207.322 15%

216.839 15%

219.440 16%

218.343 18%

2.562.669 16%

18.537 18%

16.925 16%

19.385 18%

19.582 21%

21.138 16%

20.723 20%

21.354 17%

21.616 18%

21.742 20%

257.135 20%

Cartões – milhares Variação % ano anterior

218.122 8%

219.209 8%

220.561 8%

221.922 8%

223.291 8%

224.669 8%

225.929 7%

227.253 7%

228.577 7%

232.549 7%

Transações – milhares Variação % ano anterior

191.769 19%

173.259 16%

189.355 15%

183.861 18%

195.344 16%

187.404 13%

201.651 14%

204.328 14%

204.296 18%

2.436.087 16%

9.984 24%

8.828 20%

9.574 18%

9.504 24%

10.324 22%

10.075 21%

10.821 21%

10.917 21%

10.821 22%

130.130 21%

Cartões – milhares Variação % ano anterior

175.048 18%

177.094 18%

178.772 17%

180.739 17%

182.645 16%

184.984 16%

186.710 16%

188.661 16%

190.613 15%

196.467 14%

Transações – milhares Variação % ano anterior

81.663 14%

87.919 13%

84.215 14%

86.663 14%

90.711 14%

88.043 13%

97.573 16%

98.659 10%

90.203 10%

1.142.199 12%

4.194 12%

4.587 12%

4.325 12%

4.541 13%

4.679 13%

4.541 13%

4.916 13%

5.190 12%

4.745 12%

59.518 12%

Débito

Crédito

Faturamento – R$ milhões Variação % ano anterior

Faturamento – R$ milhões Variação % ano anterior

Rede de loja

Faturamento – R$ milhões Variação % ano anterior

Faturamento – R$ milhões Variação % ano anterior

* Estimativa

Fonte: Abecs

outubro/novembro 2009 FINANCEIRO 41

Finan01 credito pessoal.indd 41

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bancodedadosinepad Taxas Médias: Geral Data

Aplicações % a.a.

Var. p.p.

Captações

Var. p.p.

ago/08

40,10

0,7

13,90

0,1

26,20

0,6

set/08

40,40

0,3

14,00

0,1

26,40

0,2

out/08

43,00

2,6

14,50

0,5

28,50

2,1

nov/08

44,10

1,1

13,90

-0,6

30,20

1,7

dez/08

43,30

-0,8

12,60

-1,3

30,70

0,5

jan/09

42,40

-0,9

11,90

-0,7

30,50

-0,2

fev/09

41,30

-1,1

11,60

-0,3

29,70

-0,8

mar/09

39,20

-2,1

10,70

-0,9

28,50

-1,2

abr/09

38,60

-0,6

10,40

-0,3

28,20

-0,3

mai/09

37,90

-0,7

9,80

-0,6

28,10

-0,1

jun/09

36,60

-1,3

9,40

-0,4

27,20

-0,9

jul/09

36,00

-0,6

9,20

-0,2

26,80

-0,4

ago/09

35,40

-0,6

9,10

-0,1

26,30

-0,5

Variação ago-ago

Var. p.p.

0,1

-4,8

-4,7

Spread% p.p.

Fonte: BC/INEPAD

Taxas Médias: Pessoa Física Data

Aplicações % a.a.

Var. p.p.

Captações

Var. p.p.

Spread% p.p.

Var. p.p.

ago/08

52,10

0,7

14,50

-0,3

37,60

1,0

set/08

53,10

1,0

14,50

0,0

38,60

1,0

out/08

54,80

1,7

15,10

0,6

39,70

1,1

nov/08

58,30

3,5

15,10

0,0

43,20

3,5

dez/08

58,10

-0,2

12,90

-2,2

45,20

2,0

jan/09

55,10

-3,0

11,50

-1,4

43,60

-1,6

fev/09

52,70

-2,4

11,20

-0,3

41,50

-2,1

mar/09

50,10

-2,6

10,40

-0,8

39,70

-1,8

abr/09

48,80

-1,3

10,30

-0,1

38,50

-1,2

mai/09

47,30

-1,5

9,90

-0,4

37,40

-1,1

jun/09

45,60

-1,7

9,80

-0,1

35,80

-1,6

jul/09

44,90

-0,7

9,70

-0,1

35,20

-0,6

ago/09

44,10

-0,8

9,80

0,1

34,30

-0,9

Variação ago-ago

-3,3

-4,7

-8,0

Fonte: BC/INEPAD

Taxas Médias: Pessoa Jurídica Data

Aplicações % a.a.

Var. p.p.

Captações

Var. p.p.

Spread% p.p.

ago/08

28,30

0,7

13,40

0,4

14,90

0,4

set/08

28,30

0,0

13,60

0,2

14,70

-0,2

out/08

31,80

3,5

14,10

0,5

17,70

3,0

nov/08

31,40

-0,4

13,00

-1,1

18,40

0,7

dez/08

30,70

-0,7

12,30

-0,7

18,40

0,0

jan/09

31,00

0,3

12,20

-0,1

18,80

0,4

fev/09

30,80

-0,2

11,90

-0,3

18,90

0,1

mar/09

28,90

-1,9

10,90

-1,0

18,00

-0,9

abr/09

28,80

-0,1

10,50

-0,4

18,30

0,3

mai/09

28,50

-0,3

9,80

-0,7

18,70

0,4

jun/09

27,40

-1,1

9,20

-0,6

18,20

-0,5

jul/09

26,70

-0,7

8,80

-0,4

17,90

-0,3

ago/09

26,40

-0,3

8,60

-0,2

17,80

-0,1

Variação ago-ago

-1,9

-4,8

Var. p.p.

2,9

Fonte: BC/INEPAD

42 FINANCEIRO outubro/novembro 2009

tabelas.indd 42

19/10/09 18:26


Spread Financeiro

Crédito Pessoa Física

50.00

Volume R$ milhões

Taxa de Juros

45.00

160,000

62.00

40.00

150,000

60.00

35.00

140,000

58.00

130,000

30.00

56.00

120,000

25.00

110,000

20.00

100,000

52.00 50.00

90,000

SPREAD FINANCEIRO

15.00

54.00

Volume

Aplicação

Fonte: BC/INEPAD

VOLUME

DE

Ago/09

Jul/09

Jun/09

Mai/09

Abr/09

Mar/09

Fev/09

Jan/09

Dez/08

Nov/08

Set/08

Out/08

Ago/08

Ago/09

Jul/09

Jun/09

Abr/09

Fev/09

Dez/08

Set/08

Mai/09

44.00

Mar/09

60,000 Jan/09

46.00

5.00

Nov/08

70,000 Out/08

48.00

10.00 Ago/08

80,000

Taxa de Juros

Captação

OPERAÇÕES

DE

CRÉDITO: PESSOA FÍSICA

PREFIXADOS - RECURSOS LIVRES (R$) MÊS/ANO

CHEQUE ESPECIAL

VARIAÇÃO EM %

CRÉDITO PESSOAL

VARIAÇÃO EM %

ago/08

15.400

-0,4%

118.782

1,4%

set/08

15.803

2,6%

120.697

1,6%

out/08

17.081

8,1%

124.182

nov/08

16.638

-2,6%

dez/08

16.003

jan/09 fev/09

FINANCIAMENTO IMOBILIÁRIO

VARIAÇÃO EM %

CARTÃO DE CRÉDITO

VARIAÇÃO EM %

508

5,3%

20.807

1,8%

540

6,5%

21.161

1,7%

2,9%

575

6,4%

21.842

3,2%

125.387

1,0%

597

3,7%

22.642

3,7%

-3,8%

125.996

0,5%

619

3,8%

22.088

-2,4%

17.082

6,7%

127.410

1,1%

650

4,9%

23.018

4,2%

17.445

2,1%

128.173

0,6%

694

6,9%

24.336

5,7%

mar/09

18.001

3,2%

132.985

3,8%

732

5,4%

25.011

2,8%

abr/09

18.020

0,1%

137.102

3,1%

754

2,9%

25.391

1,5%

mai/09

17.563

-2,5%

141.096

2,9%

761

0,9%

25.335

-0,2%

jun/09

17.840

1,6%

147.804

4,8%

777

2,1%

25.386

0,2%

jul/09

17.156

-3,8%

146.452

-0,9%

799

2,9%

25.151

-0,9%

ago/09

17.475

1,9%

149.770

2,3%

821

2,8%

25.538

1,5%

Fonte: BC/INEPAD

VOLUME

DE

OPERAÇÕES

DE

CRÉDITO: PESSOA FÍSICA

PREFIXADOS/CONTINUAÇÃO - RECURSOS LIVRES (R$) AQUISIÇÃO VARIAÇÃO EM %

TOTAL

VARIAÇÃO EM %

11.483

4,3%

262.646

0,8%

11.501

0,2%

264.732

0,8%

-1,3%

7.164

-37,7%

264.616

0,0%

95.138

1,5%

7.217

0,7%

267.618

1,1%

-2,0%

93.984

-1,2%

7.427

2,9%

266.118

-0,6%

11.039

-4,5%

92.664

-1,4%

7.490

0,8%

268.313

0,8%

9.752

-11,7%

91.256

-1,5%

7.532

0,6%

269.436

0,4%

-0,1%

9.643

-1,1%

91.082

-0,2%

7.849

4,2%

275.661

2,3%

81.235

-0,3%

9.356

-3,0%

90.591

-0,5%

7.925

1,0%

279.782

1,5%

mai/09

81.777

0,7%

9.157

-2,1%

90.934

0,4%

8.570

8,1%

284.258

1,6%

jun/09

84.737

3,6%

9.011

-1,6%

93.748

3,1%

8.708

1,6%

294.264

3,5%

jul/09

84.848

0,1%

8.658

-3,9%

93.506

-0,3%

8.642

-0,8%

291.706

-0,9%

ago/09

85.284

0,5%

8.751

1,1%

94.035

0,6%

8.752

1,3%

296.391

1,6%

MÊS/ANO

VEÍCULOS

VARIAÇÃO EM %

OUTROS VARIAÇÃO EM %

TOTAL

VARIAÇÃO EM %

ago/08

83.553

-0,4%

12.114

set/08

83.334

-0,3%

11.697

0,3%

95.667

-0,4%

-3,4%

95.031

-0,7%

out/08

81.938

-1,7%

11.835

1,2%

93.772

nov/08

83.353

1,7%

11.785

-0,4%

dez/08

82.431

-1,1%

11.553

jan/09 fev/09

81.625

-1,0%

81.504

-0,1%

mar/09

81.439

abr/09

OUTROS

Fonte: BC/INEPAD

outubro/novembro 2009 FINANCEIRO 43

tabelas.indd 43

20/10/09 10:58


bancodedadosinepad VOLUME

DE

OPERAÇÕES

DE

CRÉDITO - CRÉDITO CONSIGNADO (R$)

CONSIGNADO

MÊS/ANO

CRÉDITO PESSOAL*

PÚBLICOS

ago/08

134.796

set/08

137.338

out/08

% CONSIGNADO***

CONCENTRAÇÃO DO CONSIGNADO

TAXA DE JUROS % A.A.

ESTIMATIVA INEPAD CONSIGNADO

PESSOAL DIFERENÇA

PRIVADOS

TOTAL

AMOSTRA**

64.655

10.216

74.870

49.313

55,5%

65,9%

28,5%

54,5%

26,0%

65.623

10.494

76.117

49.900

55,4%

65,6%

28,8%

56,3%

27,5%

142.150

67.260

10.722

77.982

52.833

54,9%

67,7%

29,8%

57,4%

27,6%

nov/08

144.448

67.486

10.594

78.080

53.095

54,1%

68,0%

31,0%

59,9%

28,9%

dez/08

143.687

68.201

10.689

78.890

53.758

54,9%

68,1%

30,8%

60,4%

29,6%

jan/09

145.197

68.836

10.857

79.693

54.641

54,9%

68,6%

30,8%

56,5%

25,7%

fev/09

147.326

70.079

10.942

81.021

55.105

55,0%

68,0%

29,3%

54,5%

25,2%

mar/09

151.147

71.495

11.239

82.734

56.226

54,7%

68,0%

28,7%

50,8%

22,1%

abr/09

155.388

73.920

11.724

85.644

60.061

55,1%

70,1%

28,9%

48,8%

19,9%

mai/09

159.488

76.264

12.047

88.311

61.654

55,4%

69,8%

28,6%

46,6%

18,0%

jun/09

161.726

79.418

12.408

91.826

63.274

56,8%

68,9%

27,9%

45,6%

17,7%

jul/09

164.674

82.314

12.706

95.020

65.104

57,7%

68,5%

28,0%

44,8%

16,8%

ago/09

168.703

85.041

12.936

97.977

66.979

58,1%

68,4%

27,6%

44,3%

16,7%

25,15%

31,53%

26,62%

30,86%

35,82%

4,56%

3,79%

-3,04%

Variação ago-ago

-18,72% -35,89%

Fonte: BC/INEPAD * Inclui empréstimos realizados pelas cooperativas de crédito. ** Pesquisa com 13 das maiores instituições que operam com crédito pessoal. *** Total consignado sobre o total de crédito pessoal.

INADIMPLÊNCIA - OPERAÇÕES PREFIXADAS - CRÉDITO PESSOAL (R$) MÊS/ANO

% SOBRE

COM ATRASO

2.215.523

1,87%

2.461.087

2,04%

111.686.790

2.715.201

nov/08

112.879.141

dez/08

% SOBRE

COM ATRASO

MAIOR 90 DIAS SALDO DA CARTEIRA

CARTEIRA-BRASIL

SALDO TOTAL

VARIAÇÃO EM %

2.751.547

2,32%

6.325.442

5,33%

118.782.371

1,39%

2.742.288

2,27%

6.326.601

5,24%

120.696.738

1,61%

2,19%

3.004.658

2,42%

6.774.969

5,46%

124.181.618

2,89%

2.471.143

1,97%

3.120.310

2,49%

6.916.201

5,52%

125.386.795

0,97%

113.492.571

2.546.415

2,02%

2.964.630

2,35%

6.992.548

5,55%

125.996.164

0,49%

jan/09

113.980.932

2.845.703

2,23%

3.291.165

2,58%

7.291.955

5,72%

127.409.755

1,12%

fev/09

114.514.696

2.804.329

2,19%

3.366.302

2,63%

7.487.655

5,84%

128.172.982

0,60%

mar/09

118.844.045

2.883.772

2,17%

3.529.017

2,65%

7.728.398

5,81%

132.985.232

3,75%

abr/09

122.767.978

2.934.840

2,14%

3.521.226

2,57%

7.877.464

5,75%

137.101.508

3,10%

mai/09

127.277.492

2.707.879

1,92%

3.245.280

2,30%

7.865.100

5,57%

141.095.751

2,91%

jun/09

133.753.147

2.924.807

1,98%

3.320.169

2,25%

7.806.373

5,28%

147.804.496

4,75%

jul/09

132.712.667

2.803.291

1,91%

3.065.117

2,09%

7.871.132

5,37%

146.452.207

-0,91%

ago/09

135.801.869

2.835.503

1,89%

3.096.855

2,07%t

8.035.910

5,37%

149.770.137

2,27%

COM ATRASO

SALDO SEM ATRASO

DE 15 A 30 DIAS

ago/08

107.489.859

set/08

109.166.762

out/08

SALDO DA CARTEIRA DE 31 A 90 DIAS

SALDO DA CARTEIRA

% SOBRE

Fonte: BC/INEPAD

INADIMPLÊNCIA - OPERAÇÕES PREFIXADAS - AQUISIÇÃO MÊS/ANO

SALDO SEM ATRASO

COM ATRASO

DE 15 A 30 DIAS

% SOBRE

COM ATRASO

SALDO DA CARTEIRA DE 31 A 90 DIAS

DE

BENS - VEÍCULOS (R$)

% SOBRE

COM ATRASO

MAIOR 90 DIAS SALDO DA CARTEIRA

% SOBRE

CARTEIRA-BRASIL

SALDO TOTAL

VARIAÇÃO EM %

SALDO DA CARTEIRA

ago/08

74.389.665

2.882.830

3,45%

3.133.013

3,75%

3.147.053

3,77%

83.552.561

-0,45%

set/08

73.980.851

2.971.301

3,57%

3.238.198

3,89%

3.143.326

3,77%

83.333.676

-0,26%

out/08

72.049.765

3.134.011

3,82%

3.457.833

4,22%

3.295.902

4,02%

81.937.511

-1,68%

nov/08

73.292.994

3.046.117

3,65%

3.598.744

4,32%

3.415.015

4,10%

83.352.870

1,73%

dez/08

71.844.127

3.240.330

3,93%

3.771.195

4,57%

3.575.603

4,34%

82.431.255

-1,11%

jan/09

70.833.551

3.173.943

3,89%

3.891.905

4,77%

3.725.811

4,56%

81.625.210

-0,98%

fev/09

70.069.059

3.180.127

3,90%

4.262.646

5,23%

3.992.345

4,90%

81.504.177

-0,15%

mar/09

69.590.442

3.413.835

4,19%

4.385.126

5,38%

4.050.003

4,97%

81.439.406

-0,08%

abr/09

69.541.452

3.085.189

3,80%

4.374.409

5,38%

4.234.217

5,21%

81.235.267

-0,25%

mai/09

70.173.312

3.137.999

3,84%

4.109.245

5,02%

4.356.029

5,33%

81.776.585

0,67%

jun/09

71.445.480

3.135.584

3,77%

4.106.318

4,93%

4.531.946

5,45%

83.219.328

1,76%

jul/09

72.764.044

3.109.076

3,69%

3.856.605

4,58%

4.496.687

5,34%

84.226.412

1,21%

ago/09

73.842.311

3.137.776

3,68%

3.937.566

4,62%

4.366.953

5,12%

85.284.605

1,26%

Fonte: BC/INEPAD

44 FINANCEIRO outubro/novembro 2009

tabelas.indd 44

20/10/09 10:58


INADIMPLÊNCIA - OPERAÇÕES PREFIXADAS - AQUISIÇÃO MÊS/ANO

SALDO SEM ATRASO

COM ATRASO

DE 15 A 30 DIAS

% SOBRE

SALDO DA CARTEIRA

DE

BENS - OUTROS (R$)

COM ATRASO

% SOBRE

COM ATRASO

% SOBRE

DE 31 A 90 DIAS SALDO DA CARTEIRA

SALDO TOTAL

MAIOR 90 DIAS SALDO DA CARTEIRA

VARIAÇÃO EM %

CARTEIRA-BRASIL

ago/08

9.275.580

549.895

4,54%

617.148

5,09%

1.671.757

13,80%

12.114.380

0,30%

set/08

9.047.148

509.192

4,35%

573.053

4,90%

1.567.610

13,40%

11.697.003

-3,45%

out/08

9.073.078

542.505

4,58%

621.893

5,25%

1.597.246

13,50%

11.834.722

1,18%

nov/08

8.953.218

538.079

4,57%

651.735

5,53%

1.641.852

13,93%

11.784.884

-0,42%

dez/08

8.855.844

502.912

4,35%

583.417

5,05%

1.610.860

13,94%

11.553.033

-1,97%

jan/09

8.389.707

518.212

4,69%

601.655

5,45%

1.529.065

13,85%

11.038.639

-4,45%

fev/09

7.410.243

420.737

4,31%

540.321

5,54%

1.380.641

14,16%

9.751.942

-11,66%

mar/09

7.278.836

430.175

4,46%

564.806

5,86%

1.368.748

14,19%

9.642.565

-1,12%

abr/09

7.053.429

405.174

4,33%

530.799

5,67%

1.366.409

14,60%

9.355.811

-2,97%

mai/09

6.911.637

352.811

3,85%

444.446

4,85%

1.448.411

15,82%

9.157.305

-2,12%

jun/09

6.862.981

333.656

3,70%

410.819

4,56%

1.403.866

15,58%

9.011.322

-1,59%

jul/09

6.887.234

321.999

3,59%

401.997

4,48%

1.365.508

15,21%

8.976.738

-0,38%

ago/09

6.896.475

308.714

3,47%

375.852

4,22%

1.322.786

14,86%

8.903.827

-0,81%

Fonte: BC/INEPAD

INADIMPLÊNCIA AQUISIÇÃO DE VEÍCULOS PRÉFIXADO - AGO/09 - (EM R$ MILHÕES)

INADIMPLÊNCIA AQUISIÇÃO OUTROS BENS PRÉFIXADO- AGO/09 - (EM R$ MILHÕES) 15%

ATRASO DE MAIS DE 90 DIAS: 1.322.786

ATRASO DE 15 A 30 DIAS: 308.713

28%

19% 66%

ATRASO DE MAIS DE 90 DIAS: 4.366.953

ATRASO DE 31 A 90 DIAS: 375.851

20%

ATRASO DE MAIS DE 90 DIAS: 8.035.910

58%

38% 34%

INADIMPLÊNCIA CRÉDITO PESSOAL PRÉFIXADO - AGO/09 - (EM R$ MILHÕES)

ATRASO DE 15 A 30 DIAS: 3.137.776

ATRASO DE 31 A 90 DIAS: 3.937.566

INADIMPLÊNCIA OUTRAS OPERAÇÕES PRÉFIXADO - MAR/09 - (EM R$ MILHÕES) ATRASO DE 15 A 30 DIAS: 2.835.503

11%

ATRASO DE 15 A 30 DIAS: 367.441

20%

22%

ATRASO DE MAIS DE 90 DIAS: 2.362.816

ATRASO DE 31 A 90 DIAS: 3.096.855

ATRASO DE 31 A 90 DIAS: 707.842

69%

INADIMPLÊNCIA - OPERAÇÕES PREFIXADAS - OUTRAS OPERAÇÕES (R$) MÊS/ANO

% SOBRE

% SOBRE

COM ATRASO

719.670

6,27%

1.797.996

743.294

6,46%

1.568.322

4,01%

506.834

7,07%

264.112

3,66%

516.224

296.416

3,99%

509.355

5.055.098

307.374

4,10%

fev/09

4.946.070

405.729

mar/09

5.205.220

abr/09

CARTEIRA-BRASIL

SALDO TOTAL

VARIAÇÃO EM %

15,66%

11.482.648

4,30%

13,64%

11.500.517

0,16%

1.416.093

19,77%

7.164.027

-37,71%

7,15%

1.462.718

20,27%

7.216.518

0,73%

6,86%

1.538.170

20,71%

7.426.614

2,91%

538.182

7,19%

1.588.855

21,21%

7.489.509

0,85%

5,39%

542.362

7,20%

1.638.018

21,75%

7.532.179

0,57%

352.408

4,49%

634.925

8,09%

1.656.724

21,11%

7.849.277

4,21%

5.174.972

351.158

4,43%

691.380

8,72%

1.707.916

21,55%

7.925.426

0,97%

mai/09

5.356.094

368.320

4,30%

739.968

8,63%

2.105.726

24,57%

8.570.108

8,13%

jun/09

5.448.306

319.255

3,67%

787.612

9,04%

2.152.740

24,72%

8.707.913

1,61%

jul/09

5.334.315

367.894

4,26%

740.735

8,57%

2.198.661

25,44%

8.641.605

-0,76%

ago/09

5.313.566

367.441

4,20%

707.843

8,09%

2.362.816

27,00%

8.751.666

1,27%

COM ATRASO

SALDO SEM ATRASO

DE 15 A 30 DIAS

ago/08

8.545.006

419.976

3,66%

set/08

8.771.558

417.343

3,63%

out/08

4.953.544

287.556

nov/08

4.973.464

dez/08

5.082.673

jan/09

COM ATRASO

SALDO DA CARTEIRA DE 31 A 90 DIAS

SALDO DA CARTEIRA

% SOBRE

MAIOR 90 DIAS SALDO DA CARTEIRA

Fonte: BC/INEPAD

outubro/novembro 2009 FINANCEIRO 45

tabelas.indd 45

20/10/09 10:58


bancodedadosinepad TAXA

DE

DESEMPREGO SP

VAR. %

ago/08

7,60

-0,50

8,00

-0,30

set/08

7,60

0,00

8,00

0,00

out/08

7,50

-0,10

7,70

nov/08

7,60

0,10

dez/08

6,80

jan/09

8,20

DATA

BRASIL

VAR. % - BRASIL

11.0

1.50

10.5

1.20

-0,30

10.0

0.90

8,20

0,50

9.5

0.60

-0,80

7,10

-1,10

9.0

0.30

1,40

9,40

2,30

8.5

0.00 -0.30

abr/09

8,90

-0,10

10,20

-0,30

-0.90

mai/09

8,80

-0,10

10,20

0,00

6.5

-1.20

jun/09

8,10

-0,70

9,00

-1,20

6.0

-1.50

jul/09

8,00

-0,10

8,90

-0,10

ago/09

8,10

0,10

8,10

-0,80

SP

Jul/09

Abr/09

Fev/09

Jan/09

Set/08

Brasil

Ago/09

-0.60

7.0

Jun/09

7.5

Mai/09

0,50

Mar/09

0,60

10,50

Dez/08

10,00

0,50

Nov/08

0,30

9,00

Out/08

8,50

mar/09

Ago/08

fev/09

8.0

Var. p.p. - Brasil

Fonte: BC/INEPAD

VAR. %

0,9%

1.453,09

-2,1%

dez/08

1.321,44

0,5%

1.469,64

2,3%

jan/09

1.350,33

2,2%

1.551,02

1,1%

fev/09

1.348,42

-0,1%

1.525,81

5,5%

mar/09

1.345,91

-0,2%

1.510,01

-1,6%

abr/09

1.336,15

-0,7%

1.479,99

-1,0%

mai/09

1.321,74

-1,1%

1.470,06

-2,0%

jun/09

1.317,30

-0,3%

1.464,00

-0,7%

jul/09

1.324,25

0,5%

1.436,19

-0,4%

ago/09

1.336,80

0,9%

1.454,60

-1,9%

02% 02% 01% 01% 00% -01% -01% -02%

Brasil

SP

Ago/09

1.314,59

03%

Jul/09

nov/08

1,600 1,550 1,500 1,450 1,400 1,350 1,300 1,250 1,200 1,150 1,100 1,050 1,000 950 900 850 800 750 700 Jun/09

1,1%

Mai/09

1,9%

1.420,04

Abr/09

1.450,57

-1,3%

Mar/09

0,9%

1.303,20

out/08

Fev/09

1.319,75

set/08

Jan/09

-0,4%

Dez/08

SP

1.434,49

Nov/08

VAR. % - BRASIL

2,1%

1.307,41

Out/08

BRASIL

ago/08

Set/08

DATA

(R$)

Ago/08

RENDIMENTO MÉDIO REAL HABITUALMENTE RECEBIDO

Var. % - Brasil

Fonte: BC/INEPAD

VOLUME DE VENDAS NO COMÉRCIO VAREJISTA

34,2%

143,94

-26,3%

fev/09

131,28

mar/09

143,93

abr/09 mai/09

10,8%

135,73

6,3%

169,93

-16,0%

134,75

-0,7%

141,45

-16,8%

169,19

25,6%

162,41

14,8%

134,20

-20,7%

164,10

1,0%

-8,8%

128,34

-4,4%

156,44

-4,7%

9,6%

137,03

6,8%

206,91

32,3%

145,02

0,8%

143,06

4,4%

165,53

-20,0%

152,42

5,1%

140,94

-1,5%

187,10

13,0%

jun/09

145,69

-4,4%

133,26

-5,4%

228,65

22,2%

jul/09

150,95

3,6%

140,81

5,7%

190,22

-16,8%

Variação jul-jul

5,9%

9,9%

200

150

100

50

0

Índice Geral

Hipermercados e Supermercados

Jul/09

195,20

-8,7%

202,27

Jun/09

-2,3%

182,63

-4,8%

Mai/09

4,6%

145,42

4,7%

127,63

250

Abr/09

jan/09

148,79

134,08

5,7%

Mar/09

dez/08

-2,9%

200,01

Fev/09

nov/08

2,8%

142,24

3,9%

Jan/09

out/08

146,54

VAR. %

Dez/08

set/08

128,07

VEÍCULOS, MOTOS, PARTES E PEÇAS

Nov/08

ago/08

3,3%

VAR. %

Set/08

142,50

HIPERMERCADOS E SUPERMERCADOS

Out/08

jul/08

VAR. %

Ago/08

ÍNDICE GERAL

Jul/08

DATA

Veículos, Motos, Partes e Peças

-4,9%

Fonte: BC/INEPAD

46 FINANCEIRO outubro/novembro 2009

tabelas.indd 46

19/10/09 18:27


PREVISÕES ECONÔMICAS ANO DE 2009

PIB AGROPECUÁRIO % AA

PIB TOTAL % AA

PIB INDÚSTRIA % AA

PIB SERVIÇO % AA

PRODUÇÃO INDUSTRIAL % AA

Previsão 02/01/2009

2,24

2,58

2,14

2,50

2,34

4 semanas antes 28/08

-0,24

-0,60

1,92

1,81

-6,70

1 semana antes 18/09

-0,07

-1,56

1,40

2,13

-6,98

Previsão 25/09/2009

0,04

-1,50

1,42

2,30

-7,14

SELIC TAXA ANUAL

IGP-DI % AA

ANO DE 2009

IPCA % AA

TAXA DE CÃMBIO R$ / US$

SALDO COMERCIAL US$ BILHÕES

12,08

4,77

4,91

2,27

14,29

4 semanas antes 28/08

8,75

3,41

3,96

1,85

23,07

1 semana antes 18/09

8,76

4,11

4,15

1,82

24,03

Previsão 25/09/2009

8,76

4,20

4,16

1,81

24,57

Previsão 02/01/2009

Fonte: BC/INEPAD

ATIVIDADE ECONÔMICA TAXA DA UTILIZAÇÃO DA CAPACIDADE INSTALADA

DATA

DATA

VAR. P.P.

ÍNDICE DE PRODUÇÃO FÍSICA MÉDIA MÓVEL TRIMESTRAL

VAR. %

jul/08

83,50

0,20

jul/08

128,53

1,09%

ago/08

83,70

0,20

ago/08

129,71

0,92%

set/08

84,60

0,90

set/08

130,28

0,44%

out/08

84,60

0,00

out/08

129,69

-0,45%

nov/08

82,30

-2,30

nov/08

126,63

-2,36%

dez/08

77,80

-4,50

dez/08

117,88

-6,91%

jan/09

76,20

-1,60

jan/09

110,12

-6,58%

fev/09

76,50

0,30

fev/09

106,99

-2,84%

mar/09

78,40

1,90

mar/09

109,25

2,11%

abr/09

78,90

0,50

abr/09

110,87

1,48%

mai/09

80,00

1,10

mai/09

112,19

1,19%

jun/09

79,70

-0,30

jun/09

113,27

0,96%

jul/09

80,50

0,80

jul/09

114,75

1,31%

-3,59%

Variação ago-ago Fonte: BC/INEPAD

Fonte: BC/INEPAD

PRODUÇÃO

(ÍNDICE) X

CAPACIDADE

(%)

Capacidade (%)

Produção (Índice)

133 129 125 121 117 113 109

Taxa da Utilização da Capacidade Instalada

Jul.09

Jun.09

Mai.09

Abr.09

Mar.09

Fev.09

Jan.09

Dez.08

Nov.08

Out.08

Set.08

Ago.08

105 Jul.08

85.0 84.0 83.0 82.0 81.0 80.0 79.0 78.0 77.0 76.0 75.0

-10,72%

Variação ago-ago

Índice de Produção Física Média Móvel Trimestral

outubro/novembro 2009 FINANCEIRO 47

tabelas.indd 47

19/10/09 18:27


bancodedadosinepad PRODUÇÃO - AUTOMÓVEIS DE PASSAGEIROS, MISTOS, UNIDADES)

-50,4%

jan/09

185.000

158.792

88.414

91,5%

fev/09

204.400

161.995

19.400

10,5%

mar/09

274.900

221.433

70.500

34,5%

abr/09

253.700

244.333

-21.200

-7,7%

mai/09

268.900

265.833

15.200

6,0%

jun/09

284.400

269.000

15.500

5,8%

jul/09

282.000

278.433

-2.400

-0,8%

ago/09

294.400

286.933

12.400

4,4%

Produção

Ago/09

-34,4%

-98.203

Ago/09

-102.082

196.082

Jul/09

263.960

96.586

Jul/09

194.789

dez/08

Jun/09

nov/08

330,000 310,000 290,000 270,000 250,000 230,000 210,000 190,000 170,000 150,000 130,000 110,000 90,000

Jun/09

-1,1%

Mai/09

-3.349

Abr/09

302.906

Mar/09

-3,7%

296.871

out/08

Fev/09

-1,9%

-11.408

300.220

Jan/09

-6.149

309.875

311.628

set/08

Dez/08

311.063

ago/08

Nov/08

VAR. MENSAL (%)

MÉDIA TRIM.

Out/08

PESADOS (EM

PRODUÇÃO

Set/08

E

VAR. MENSAL

DATA

Ago/08

VEÍCULOS COMERCIAIS LEVES

Média trimestral

-5,5%

Variação ago-ago Fonte: BC/INEPAD

VENDAS INTERNAS NO ATACADO DE NACIONAIS - AUTOMÓVEIS DE PASSAGEIROS, MISTOS, UNIDADES)

VENDAS

MÉDIA TRIM.

VARIAÇÃO

VAR. (%)

ago/08

281.839

282.942

-5.765

-2,0%

set/08

270.660

280.034

-11.179

-4,0%

out/08

233.420

261.973

-37.240

-13,8%

300,000

nov/08

150.227

218.102

-83.193

-35,6%

280,000

dez/08

150.686

178.111

459

0,3%

260,000

jan/09

189.183

163.365

38.497

25,5%

fev/09

208.354

182.741

19.171

10,1%

mar/09

281.292

226.276

72.938

35,0%

abr/09

243.804

244.483

-37.488

-13,3%

160,000

mai/09

261.396

262.164

17.592

7,2%

140,000

jun/09

299.666

268.289

38.270

14,6%

jul/09

277.648

279.570

-22.018

-7,3%

ago/09

283.396

286.903

5.748

240,000 220,000 200,000

2,1%

Vendas

Mai/09

Abr/09

Mar/09

Fev/09

Jan/09

Dez/08

180,000

Ago/08

DATA

Nov/08

PESADOS (EM

Out/08

E

Set/08

VEÍCULOS COMERCIAIS LEVES

Média trimestral

0,92%

Variação ago-ago Fonte: BC/INEPAD

EXPORTAÇÃO TOTAL - AUTOMÓVEIS DE PASSAGEIROS, UNIDADES)

ago/08

63.778

64.380

797

1,3%

set/08

58.588

61.782

-5.190

-8,1%

out/08

65.987

62.784

7.399

12,6%

nov/08

49.156

57.910

-16.831

-25,5%

dez/08

43.580

52.908

-5.576

-11,3%

55,000

jan/09

21.820

38.185

-21.760

-49,9%

50,000

fev/09

30.500

31.967

8.680

39,8%

mar/09

34.800

29.040

4.300

14,1%

35,000

abr/09

35.012

33.437

212

0,6%

30,000

mai/09

39.200

36.337

4.188

12,0%

jun/09

39.400

37.871

200

0,5%

jul/09

37.200

38.600

-2.200

-5,6%

ago/09

45.400

40.667

8.200

22,0%

Variação ago-ago

VAR. (%)

70,000 65,000 60,000

45,000 40,000

25,000

Exportações

Ago/09

Jul/09

Jun/09

Mai/09

Abr/09

Mar/09

Fev/09

Jan/09

20,000 Dez/08

VARIAÇÃO

Nov/08

PESADOS (EM

MÉDIA TRIM.

Out/08

E

EXPORTAÇÕES

Set/08

DATA

Ago/08

MISTOS, VEÍCULOS COMERCIAIS LEVES

Média trimestral

-28,8%

Fonte: BC/INEPAD

48 FINANCEIRO outubro/novembro 2009

tabelas.indd 48

19/10/09 18:27


LICENCIAMENTO

DE

AUTOMÓVEIS NACIONAIS

% NO TOTAL

‘+2000CC

188.082

97.884

52,0%

87.229

46,4%

2.969

1,6%

set/08

208.162

106.283

51,1%

98.835

47,5%

3.044

1,5%

out/08

181.029

85.522

47,2%

92.792

51,3%

2.715

1,5%

nov/08

132.370

61.155

46,2%

69.170

52,3%

2.045

1,5%

dez/08

150.401

71.711

47,7%

76.200

50,7%

2.490

1,7%

jan/09

158.154

77.641

49,1%

77.844

49,2%

2.669

1,7%

fev/09

155.365

80.904

52,1%

71.674

46,1%

2.787

1,8%

mar/09

214.833

111.154

51,7%

99.771

46,4%

3.908

1,8%

abr/09

183.853

97.315

52,9%

84.033

45,7%

2.505

1,4%

mai/09

195.532

104.231

53,3%

88.878

45,5%

2.423

1,2%

jun/09

242.922

129.145

53,2%

111.164

45,8%

2.613

1,1%

jul/09

226.275

124.746

55,1%

98.838

43,7%

2.691

1,2%

ago/09

204.291

113.612

55,6%

87.988

43,1%

2.691

1,3%

TOTAL

% NO TOTAL

‘+1000CC A 2000CC

UNIDADES)

ago/08

DATA

1000CC

E IMPORTADOS (EM

% NO TOTAL

Fonte: BC/INEPAD

LICENCIAMENTO

POR

CATEGORIA - AUTOMÓVEIS

110,000 90,000 70,000

1000cc

TAXA

DE

SALDO TOTAL R$ MILHÕES

ago/08

118.782

3,69

set/08

120.697

3,79

out/08

124.182

nov/08

125.387

dez/08

% VARIAÇÃO A.M. P.P

Ago/09

Jul/09

Jun/09

(R$)

AQUISIÇÃO DE BENS – VEÍCULOS

TAXA DE JUROS MÊS/ ANO

Mai/09

+1000cc a 2000cc

JUROS PREFIXADOS - PESSOA FÍSICA CRÉDITO PESSOAL

Abr/09

Mar/09

Fev/09

Jan/09

Dez/08

Nov/08

Out/08

Ago/08

30,000

Set/08

50,000

AQUISIÇÃO DE BENS – OUTROS TAXA DE JUROS

TAXA DE JUROS % VARIAÇÃO A.M. P.P

% VARIAÇÃO A.A. P.P

% VARIAÇÃO A.M. P.P

% VARIAÇÃO A.A. P.P

% A.A.

VARIAÇÃO P.P

SALDO TOTAL R$ MILHÕES

0,05

54,50

0,90

83.553

2,43

-0,01

33,34

-0,12

12.114

3,95

0,07

59,15

1,26

0,10

56,30

1,80

83.334

2,41

-0,02

33,05

-0,29

11.697

3,94

0,00

59,07

-0,08

3,85

0,06

57,40

1,10

81.938

2,48

0,07

34,15

1,10

11.835

4,05

0,11

61,08

2,01

3,99

0,14

59,90

2,50

83.353

2,70

0,22

37,71

3,56

11.785

4,38

0,33

67,26

6,18

125.996

4,02

0,03

60,40

0,50

82.431

2,63

-0,07

36,51

-1,20

11.553

4,71

0,33

73,79

6,53

jan/09

127.410

3,80

-0,21

56,50

-3,90

81.625

2,51

-0,12

34,66

-1,85

11.039

4,32

-0,39

66,14

-7,65

fev/09

128.173

3,69

-0,11

54,50

-2,00

81.504

2,32

-0,19

31,75

-2,91

9.752

4,21

-0,11

63,96

-2,18

mar/09

132.985

3,48

-0,21

50,80

-3,70

81.439

2,19

-0,14

29,67

-2,08

9.643

4,20

-0,01

63,81

-0,15

abr/09

137.102

3,37

-0,12

48,78

-2,02

81.235

2,20

0,01

29,88

0,21

9.356

4,02

-0,18

60,41

-3,40

mai/09

141.096

3,24

-0,13

46,62

-2,16

81.777

2,15

-0,05

29,15

-0,73

9.157

3,77

-0,25

55,84

-4,57

jun/09

147.804

3,18

-0,06

45,64

-0,98

84.737

2,00

-0,15

26,85

-2,30

9.011

3,73

-0,03

55,25

-0,59

jul/09

146.452

3,13

-0,05

44,78

-0,86

84.848

2,01

0,00

26,92

0,07

8.658

3,66

-0,08

53,85

-1,40

ago/09

149.770

3,10

-0,03

44,29

-0,49

85.284

1,96

-0,05

26,21

-0,71

8.751

3,69

0,03

54,42

0,57

SALDO TOTAL R$ MILHÕES

Fonte: BC/INEPAD

outubro/novembro 2009 FINANCEIRO 49

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artigoúltima palavra

Baixa renda: grande potencial aliado a desafios O mercado de baixa renda cresceu muito nos últimos anos no Brasil, abrindo oportunidades para empresas de todos os setores, inclusive financeiro, para ofertar produtos e serviços desenhados exclusivamente para esse segmento. Segundo pesquisa da MasterCard Advisors, consultoria da MasterCard especializada em meios de pagamento, do total de cartões de crédito Por Gilberto Caldart emitidos no País em 2004 (incluindo todas as bandeiras), 11% estavam nas mãos da baixa renda; em 2006 esse porcentual já havia subido para 15%. O estudo mostrou ainda que 26% dos entrevistados de baixa renda pretendiam adquirir um cartão nos 12 meses subsequentes à pesquisa, enquanto no restante do mercado esse porcentual era de 19%. Para conhecer melhor esse público, aproveitar seu potencial de crescimento, a MasterCard, em conjunto com o instituto Data Popular, foi a campo em 2008 a fim de traçar um perfil etnográfico da classe C. O estudo buscava traçar um perfil de hábitos de compra, comportamento econômico e demandas do dia a dia. Essa parcela da população é formada em sua maioria por jovens, que ingressaram no mercado de trabalho há pouco tempo, e que, portanto, começam a ter contato com produtos financeiros e com o consumo. Esses jovens complementam a renda com trabalhos temporários, e essa oscilação da renda compromete a obtenção de crédito. Na análise, também chegou-se à conclusão de que essa camada da população tem as mesmas aspirações do público de maior poder aquisitivo. Entretanto, o processo de inclusão precisa ser customizado para esse público e deve ser levado em consideração o pequeno potencial de rentabilidade.

A MasterCard oferece o programa “Surpreenda. Fazer alguém feliz: não tem preço”, que gera benefícios diretos a todos os usuários de cartões da bandeira. Basta um cadastro no site para ganhar pontos com as compras pagas com os cartões da bandeira e trocá-los por vouchers. Na compra de um produto cadastrado de algum parceiro ganha-se outro igual. Falar a linguagem desse cliente, com um foco no aspecto educacional sobre o funcionamento do produto e sobre a política de preços é uma questão essencial para o sucesso neste mercado. A MasterCard investe neste conceito no Brasil, por meio do programa educacional “Consumidor Consciente”, que tem como principal objetivo ajudar a promover a melhoria da gestão financeira e dos hábitos de consumo responsáveis. Outro ponto identificado no estudo é que, apesar de muitas pessoas da baixa renda já terem acesso aos meios eletrônicos de pagamento, ainda existe uma oportunidade imensa de incremento do uso dos cartões. Isso porque no Brasil há barreiras culturais que impedem a expansão do uso de cartões, principalmente os de débito. Para alavancar o segmento, a MasterCard, em parceria com os bancos emissores e a Redecard, investe em novas soluções e promove campanhas para a comunicação dos benefícios do débito como segurança, conveniência e praticidade. Além das ações descritas acima, ainda há muito a ser feito para atender a essa classe não só em investimento contínuo para a criação de produtos e serviços financeiros que venham a suprir as necessidades, mas que também se aprofundem no entendimento da dinâmica financeira desses consumidores. f Gilberto Caldart, presidente da MasterCard Brasil

50 FINANCEIRO outubro/novembro 2009

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