MUDE SUA VIDA.
UM CORAÇÃO CHEIO DE ALEGRIA Beba da fonte
“Segunda-feira, não demore!” Dá para dizer isso?
Hora do chá Prazeres simples
MUDE O MUNDO.
Volume 15, Número 7
C O N TATO P E S S OA L em busca da felicidade
“Quer ser feliz?”. Estampada na capa de uma revista, a pergunta me pareceu uma piada. Oxente! Todo mundo quer ser feliz. É por isso que ao longo dos milênios, filósofos e teólogos vêm se debruçando sobre a questão — sem falar nos incontáveis livros e artigos de autoajuda publicados todos os anos. É de se esperar que já tivessem descoberto a fórmula da felicidade! Abd-ar-Rahman III, califa de Córdoba no século 10, disse: “Já reinei mais de 50 anos, em vitória ou em paz, sou amado pelos meus súditos, temido pelos meus inimigos e respeitado pelos meus aliados. Riquezas, honras, poder e diversão estão sempre ao meu dispor. Nenhum bem da terra falta ao meu prazer. Assim sendo, contei diligentemente os dias de minha vida em que senti felicidade pura e genuína. A soma foi 14.” Só 14?! Se esse cara não teve uma vida feliz, que chances tem o restante da humanidade? Por algum motivo, quanto mais buscamos a felicidade, mais ela se esquiva de nós, escapa-nos das mãos quando estamos prestes a agarrá-la e se coloca bem ali, a centímetros do nosso alcance. Deus espera que os que nEle creem sejam felizes. “Como é feliz o povo cujo Deus é o Senhor!”1. Essa proclamação do rei Davi às vezes me incomodava, especialmente quando não me sentia lá tão feliz. Acho que meu problema era a tendência de ver a felicidade como um objetivo que eu deveria perseguir, algo construído por metas atingidas, filhos com vidas resolvidas e ver que aqueles que amo estão bem. Entretanto, uma lição que tenho aprendido sempre e cada vez mais é que a felicidade não é um destino, mas um meio de transporte. Não é algo que posso construir, mas um subproduto de uma vida fundamentada no bom relacionamento com Deus e com meus semelhantes.
Contamos com uma grande variedade de livros, além de CDs, DVDs e outros recursos para alimentar sua alma, enlevar seu espírito, fortalecer seus laços familiares e proporcionar divertidos momentos de aprendizagem para os seus filhos. Para adquirir nossos produtos, obter mais informações, ou se tornar um assinante da Revista Contato, visite nossos sites ou escreva-nos. Assinaturas, informações e produtos: www.activated.org/br www.contato.org www.lojacontato.com.br E-mail: revista@contato.org
Editor Mário Sant'Ana Design Gentian Suçi Diagramação Angela Hernandez Produção Samuel Keating
© 2014 Aurora Production AG. www.auroraproduction.com Todos os direitos reservados. Impresso no Brasil. Tradução: Mário Sant'Ana e Tiago Sant'Ana A menos que esteja indicado o contrário, todas as referências
Mário Sant’Ana Editor
1. Salmo 144:15 2
às Escrituras na Contato foram extraídas da “Bíblia Sagrada” — Tradução de João Ferreira de Almeida — Edição Contemporânea, Copyright © 1990, por Editora Vida.
Hora do chá Curtis Peter Van Gorder
Algo que me impressionou nos anos que passei no Japão foi como os japoneses
gostam de tornar as atividades cotidianas em formas de arte. Tarefas rotineiras como preparar chá, arranjar flores e rastelar pedras se transformam em experiências culturais e espirituais. Admiro como preservam e valorizam a beleza dos simples afazeres da vida. Dizem que a cerimônia do chá é a culminação de todas as artes. Na cidade em que eu morava, havia um evento público desse tipo, realizado em um castelo construído para esse propósito. É uma experiência fascinante que vou tentar descrever. Ao adentrarmos o silencioso ambiente e tirarmos os sapatos, uma mulher em um quimono tradicional nos dá as boas-vindas. Sua tranquilidade, movimentos graciosos e a ausência de adornos excessivos no ambiente produzem
um efeito calmante. O tatame de junco suavemente massageia nossos pés. Na sala do chá, grandes portas de papel de arroz se abrem para revelar um viçoso jardim com uma fonte, cujo murmúrio relaxa nervos e músculos. Na parede, um poema exalta a beleza da magnólia, posicionado sobre um arranjo de flores que conjuga simplicidade e beleza. O ângulo em que cada flor é disposta obedece a rigores matemáticos e tem significado próprio. Juntas ilustram a relação entre o Céu e a Terra. Nossa anfitriã prepara o chá com a destreza de uma bailarina. Nada é aleatório. A forma como o lenço é arrumado no enorme cinto, o som do batedor para preparar o chá, a rotação da bebida quente na taça e tudo mais segue uma coreografia cuidadosa, refinada ao longo dos últimos mil anos pelos mestres do chá. Todo esse ritual a mulher à nossa frente ensaia desde menina.
Seguramos as taças produzidas à mão intencionalmente ásperas e fazemos os habituais comentários corteses sobre sua beleza. As peças têm frente, verso e devem ser giradas em uma direção específica com gestos predefinidos. Bolos são servidos sobre folhas. Falamos de amenidades com nossa anfitriã até deixarmos o local, na mesma quietude e reverência com que entramos. Por algum motivo, sentíamo-nos diferentes de quando chegamos. O que os mestres do chá no Japão e várias outras pessoas descobriram é que as tarefas simples podem se transformar em ocasiões prazerosas e cheias de significado. Curtis Peter van Gorder é roteirista e mímico (http://elixirmime.com/) em Mumbai, Índia, e membro da Família Internacional. ■ 3
O INESPERADO Iris Richard
Nosso jeep ia aos solavancos pela trilha acidentada que nos levaria para a estrada principal de
volta para Nairóbi, onde morávamos. Voltávamos de uma área rural remota do Quênia onde realizamos um projeto de auxílio humanitário com excelentes resultados. Meus pensamentos já se envolviam na movimentada semana que teríamos pela frente. A data para o próximo projeto já estava marcada, toda a ação precisava ser planejada, organizada e os dias pareciam curtos para tudo que havia para ser feito. As dores no joelho, que me incomodavam fazia alguns dias, estavam aumentando. Até aquele momento estava dando para aguentar, mas eu sabia que logo teria de consultar um médico para ver o que estava acontecendo. O problema era quando isso aconteceria. Cheguei em casa e tratei de ir para a cama cedo. Estava exausta. À noite, acordada por uma dor medonha, vi que o joelho estava inchado. Tomei uns analgésicos e tentei dormir um pouco mais. Pela manhã, o desconforto se intensificou. Liguei para meu médico que disse que eu fosse ao seu consultório imediatamente. As radiografias e um exame de sangue confirmaram o que a avaliação clínica havia indicado: uma infecção na perna, que ameaçava se espalhar. 4
O médico franziu a testa quando analisou o resultado: “Você precisa ser hospitalizada imediatamente.” Tentei contra-argumentar: “Tenho compromissos marcados e muito trabalho para esta semana.” “Seu trabalho terá de esperar!” — disse taxativo. “Essa infecção tem de ser detida, ou você poderá perder a perna!” Convencida, fui com dificuldades para o hospital naquela mesma quadra para me internar. Uma enfermeira me recepcionou com uma cadeira de rodas e me levou até uma pequena sala. Ali, sozinha, cercada pelo silêncio, comecei a entender o confinamento que me esperava. O lugar era esterilizado e quase totalmente branco. Uma cortina de flores pendia em uma janela que se abria para uma alameda ladeada de árvores. Além disso, havia um pequeno aparelho de televisão preso à parede, uma pia, um espelho e uma cama com estrutura metálica. Sob as cobertas, senti crescer em mim angústia e preocupação. Não demorou, a enfermeira voltou e me preparou para começar a receber soro. “Não se preocupe, querida, você vai ficar boazinha logo” — disse com tom reconfortante, sorriu e se foi. Fiquei sozinha outra vez. Vi que tinha duas escolhas. Uma era me deixar abater e detestar cada minuto naquele lugar. A outra era procurar
SORRIA! O coração alegre aformoseia o rosto. — Provérbios 15:13 O mundo é como um espelho. Quem fizer cara feia, verá outra; quem sorrir, sorrisos. — Herbert Samuels (1879–1963) A maioria dos sorrisos é fruto de outro sorriso. — Frank A. Clark (1911–1990)
o lado positivo que deveria estar em algum lugar atrás da nuvem escura que pairava sobre mim. Decidi pela segunda e pedi a Deus que me ajudasse a encontrar alegria naquela reviravolta potencialmente deprimente. Uma batida à porta me trouxe de volta de meus devaneios. Era uma colega trazendo flores. Não tardou para começarem os telefonemas de pessoas amadas desejando-me melhoras e uma rápida recuperação. Comecei a ficar mais animada. À tarde, fui brindada com uma bandeja de chá e bolo na hora do lanche. Fazia tempo que não era servida na cama! Em seguida, descansei, li e assisti a um filme. Era ótimo simplesmente relaxar e me permitir desfrutar daquela folga inesperada e muito necessária. Em alguns dias, o joelho melhorou e pude voltar para casa. Nesse meio tempo, os outros tocaram o projeto muito bem sem mim. Ainda bem que escolhi a alegria, que me trouxe paz e me ajudou a ficar curada mais rápido. Iris Richard é conselheira no Quênia, onde é ativa em trabalhos comunitários e voluntários desde 1995. ■
O sorriso é o sistema de iluminação do rosto e aquecimento do coração. — Barbara Johnson (1947–2009) Sorrindo, você vai ganhar amigos; fazendo carranca, vai acumular rugas. Para que vivemos, senão para tornar o mundo menos difícil uns para os outros? — George Eliot (1819–1890) Sorria. É terapia grátis. — Doug Horton (1891–1968) Verá que a vida vale a pena, se tão somente sorrir. — Charles Chaplin (1889–1977) Um sorriso vale mil palavras. — Autor anônimo As rugas deveriam apenas indicar onde houve sorrisos. — Mark Twain (1835–1910) Sorriam uns para os outros. Sorria para sua esposa. Sorria para seu marido. Sorria para o seu filho. Sorriam uns para os outros não importa quem sejam. Isso aumentará o seu amor uns pelos outros. — Madre Teresa (1910–1998) Existem centenas de idiomas no mundo, mas o sorriso fala todos. — Autor anônimo ■ 5
O Amor DAS CorEs Anna Perlini
Um dos primeiros presentes que lembro receber
foi um pequeno jogo de tinta têmpera. Tempos depois, ganhei tintas a óleo, um cavalete e algumas telas. Recordo-me da “obra-prima” que pintei aos 11 anos, durante as férias de verão. Depois de dias de dedicação o resultado não era nada extraordinário; mas o senso de realização, imenso. Minha adolescência foi marcada pelo caos gerado pelo encontro de hobbies, arte, música, política e meia dúzia de outras coisas. Quando casei e comecei a viajar, carregar tinta de um lado para o outro passou a ser uma inconveniência. E quem tem tempo para pintar? Minha última tela foi o pôr-do-sol na Sicília, quando esperava meu primeiro filho. E ficou por isso por muitos e longos anos. Incentivava meus filhos a pintar e a desenhar. Mark mostrou ter 6
inclinação para isso e se tornou cartunista. Volta e meia me perguntava: “Mãe, por que não volta a desenhar e pintar?” Certa vez, ao fim de uma visita, pediu-me que pintasse algo para ele. Concordei. Imagine só. Fazia eras que havia pintado o ocaso siciliano e enferrujado é pouco para descrever o estado de minhas habilidades de pintora então. Mal conseguia manusear o pincel e demorei para lembrar as técnicas mais básicas. Terminei o quadro mais para agradar meu filho e pretendia guardar as coisas de pintura, mas, dois meses depois, uns amigos me pediram para pintar um mural de seis por oito metros. O projeto intimidava e, além disso, eu tinha de trabalhar de pé sobre uma grua! A reação foi positiva e isso deu início a um novo hobby: pintar murais em escolas, hospitais, centros para jovens e até em residências.
Agora gosto de transformar qualquer lugar cinza e sem vida em uma celebração de cores com imagens felizes. Uma vez, um idoso hospitalizado confidenciou que como aquelas crianças felizes na parede “estavam sempre sorrindo” para ele, não se sentia solitário mais. As “crianças felizes” foram criadas pelos nossos pincéis. Acredito que todo mundo tem alguma paixão esquecida, enterrada em algum lugar, esperando para ressurgir. Observar as reações das pessoas quando seus espaços são transformados certamente despertou em mim uma velha paixão pela arte e agora minhas tintas estão sempre prontas para a próxima parede cinza. Anna Perlini é cofundadora da organização humanitária Per un Mondo Migliore (www. perunmondomigliore.org), com atuação na região da antiga Iugoslávia, desde 1995. ■
Dividir é multiplicar Keith Phillips
Segundo o profeta Neemias, ela é a fonte da verdadeira força.1 Davi, o
salmista, encontrou-a na presença de Deus e a devolveu a Ele em oferta, como um presente de amor.2 Jeremias a descobriu na Palavra de Deus.3 O rei Salomão declarou ser uma das recompensas dos Céus para quem vive corretamente.4 Jesus a prometeu aos Seus seguidores e a condicionou à fé e à obediência às Suas palavras.5 Paulo, o apóstolo, relacionou-a entre os frutos do Espírito Santo e entre as características dos que têm dentro de si o Reino do Céu.6 Ele sabia do que estava falando, pois foi o que lhe permitiu suportar encarceramentos, perseguições e muitos outros perigos.7 O apóstolo Pedro a descreveu como algo “cheio de glória” impossível de se traduzir em palavras.8 1. Ver Neemias 8:10. 2. Ver Salmo 16:11.
É a “alegria do Senhor”. E a boa notícia é que não é exclusividade dos profetas, salmistas, reis e apóstolos, mas algo que milhões de pessoas com fé em Jesus em todas as eras têm vivenciado e tido como esteio em suas vidas. Está acessível a todos, inclusive a você. Só vai saber o que é alegria de verdade se conhecer a que o Senhor pode dar! É grátis e você pode recebê-la agora mesmo, fazendo uma simples oração para pedir a Jesus para lhe dar o “gozo inefável” do Espírito Santo. Ele prometeu: “Pedi, e dar-se-vos-á. Se vós [...] sabeis dar boas dádivas aos vossos filhos, quanto mais dará o Pai celestial o Espírito Santo àqueles que pedirem?”9 E não se surpreenda se você passar a se sentir mais feliz do que nunca, ou perceber que a sua alegria vai contagiar os outros. Como todas as outras melhores coisas da vida, a alegria do Senhor deve ser dividida com os outros.
3. Ver Jeremias 15:16. 4. Ver Eclesiastes 2:26. 5. Ver João 15:11. 6. Ver Gálatas 5:22; Romanos 14:17. 7. Ver 2 Coríntios 11:23; Atos 20:24. 8. 1 Pedro 1:8 9. Lucas 11:9,13
Keith Phillips foi editor da Activated (versão em inglês da Contato) por 14 anos (de 1999 a 2013). Atualmente, ele e sua esposa, Caryn, trabalham atendendo pessoas sem teto, nos EUA. ■
Meu Deus, fonte de meus prazeres Vida de meus deleites Glória dos dias de belo sol E consolo de minhas noites Em trevas profundas Se revela Trazendo consigo a aurora De minh’alma é a estrela da manhã Meu sol nasce e me consola — Isaac Watts (1674–1748) Faze-me ouvir júbilo e alegria. Cria em mim, ó Deus, um coração puro, e renova em mim um espírito reto. Torna a dar-me a alegria da tua salvação, e sustém-me com um espírito voluntário. — Salmo 51:8,10,12 7
UM CORAÇÃO CHEIO
DE ALEGRIA Maria Fontaine
A alegria do Senhor não se baseia em coisas efêmeras que vêm e vão, nem em circunstâncias. A alegria do Senhor se fundamenta em um futuro feliz, no que virá a ser, no potencial de cada situação. Sua alegria tem por base coisas eternas, o amor, o desfrutar da felicidade de Suas criações e de todos os outros prazeres saudáveis e eternos que o dinheiro não pode comprar. É aí que está a verdadeira alegria. Deus torna a felicidade possível mesmo quando as coisas não estão perfeitas, porque Ele é maior que elas. Promete que as coisas vão dar certo no futuro e que Ele o fortalecerá no presente. Deus quer ajudá-lo a ser feliz, mesmo se as circunstâncias físicas não forem as ideais. Sua alegria lhe permite ser feliz, louvar 8
e despreocupar-se, mesmo quando estiver cercado de muitos afazeres, porque Sua alegria vem do céu, que está muito além desses problemas terrenos. Jesus é nossa ponte e nossa porta para esse mundo de felicidade. Deus nos ama mesmo quando não nos comportamos bem, somos lentos para aprender, pecamos, não amamos como deveríamos e até decepcionamos. Nunca deixa de nos amar e, principalmente, sempre acredita na nossa vitória. Sua fé em cada um de nós pode nos tornar alegres, mesmo quando as coisas parecerem bem ruins, porque podemos confiar que o melhor ainda está por vir. Para ter esta alegria, é essencial alimentar a visão do eterno, sem deixar que as coisas pequenas que acontecem aqui e agora tenham tanta influência na nossa felicidade e paz.
Na perspectiva eterna, tudo está bem! Por isso, espere o futuro com fé e isso tornará o seu presente melhor também. Às vezes, sentimos que para sermos felizes temos de nos livrar de nossos problemas. No minuto que algo negativo surge, ficamos abalados e sentimos que nossa alegria se foi. Mas a alegria espiritual de Deus tem uma base muito mais ampla. Podemos ficar felizes durante as tempestades da vida porque sabemos que acima das nuvens brilha o sol. Esteja atento às coisas que cada dia lhe traz para fazê-lo feliz, para lhe proporcionar prazer, alegria, satisfação ou contentamento. Há coisas grandes também, mas concentre-se nas pequenas. Deus quer vê-lo desfrutar essas dádivas e a ter prazer em cada bênção que Ele lhe concede, mas também quer lhe ensinar mais sobre uma alegria
Se ainda não vivenciou a alegria do Senhor, pode fazê-lo agora mesmo por meio da seguinte oração: Querido Jesus, obrigado por me dar a vida eterna pelo Seu sacrifício. Por favor, perdoe-me pelas coisas erradas que fiz, entre no meu coração e me preencha com Sua alegria. No Seu nome, eu peço. Amém.
A FELICIDADE QUE DEUS DÁ E S TÁ D I S P O N Í V E L M E S M O N A S HORAS DE DIFICULDADE permanente, uma felicidade duradoura que não depende das coisas da Terra. A felicidade que Deus dá se baseia na fé. Vê além do momento e revela a natureza eterna do Seu amor. Você pode ser feliz e pode ter esperança para o futuro, mesmo que tenha bagunçado seu presente. Pode acreditar que Deus ama você, inclusive quando você O decepciona. Ame sem economia, porque o amor não acaba. Divirta-se e relaxe, porque essas coisas são boas, saudáveis e Deus quer que você as desfrute também. Deus quer que você seja feliz. E sua felicidade pode começar já, nas circunstâncias em que você se encontra hoje. Basta receber a alegria, o alívio e o encorajamento que Ele quer lhe dar, aceitar Suas promessas, exigir que Ele as cumpra e mudar a maneira como vê a vida. E isso pode acontecer instantaneamente, basta você estender a mão de fé e acreditar. Maria Fontaine e seu marido, Peter Amsterdam, são diretores da Família Internacional, uma comunidade cristã. ■
Transbordo de gozo em todas as nossas tribulações. — 2 Coríntios 7:4 Portanto, eu me gloriarei ainda mais alegremente em minhas fraquezas, para que o poder de Cristo repouse em mim. Por isso, por amor de Cristo, regozijo-me nas fraquezas, nos insultos, nas necessidades, nas perseguições, nas angústias . — 2 Coríntios 12:9–10 NVI Amados, não estranheis a ardente prova que vem sobre vós. […] Mas alegrai-vos no fato de serdes participantes das aflições de Cristo, para que também na revelação da sua glória vos regozijeis e alegreis. — 1 Pedro 4:12–13 Quando estiver passando por uma provação, pode se lembrar das vitórias conquistadas e contar suas bênçãos, na certeza de que hão de vir bênçãos maiores se você guardar a fé. —Ezra Taft Benson (1899–1994) ■ 9
Eu amo a vida! Evelyn Sichrovsky
As paredes do quarto se iluminam com o amanhecer. Esfrego os olhos,
espreguiço-me e bocejo, deixando os pensamentos vagar pela estrada da memória, revisitando as voltas e reviravoltas da vida. Fiz uma descoberta. Não fui a primeira, mas aprendi o que traz felicidade e que eu também posso ser feliz.
1. Ver Salmo 118:24. 10
Por muitos anos, pensei que ser feliz fosse principalmente desfrutar ótima saúde e não sentir dores, uma meta difícil para mim na juventude, pois cresci com asma e outros problemas de saúde. Com o tempo, entretanto, o que eu antes acreditava ser meu principal inimigo foi o que mais me ensinou sobre a arte de ser feliz. Aos 16 anos, fui submetida a uma operação de emergência para
remover um cisto supurado e passei o ano-novo internada. Quando pude me levantar da cadeira de rodas e andar pela primeira vez desde a operação, mal pude conter minha alegria! Aqueles passos lentos e inseguros foram o melhor presente que podia imaginar. E assim entendi que a alegria pode vir de algo tão simples quanto ser capaz de caminhar.
Depois da operação usei um cateter por vários dias. Quando foi retirado, fui tomada pela alegria de voltar a fazer algo a que nunca dera importância: usar o banheiro sem ajuda. Outra fonte de alegria e prazer é respirar sem restrições. Minha asma me ensinara que isso é uma bênção, mas, não faz muito tempo, passei por algo que deu novo significado a essa lição. Durante uma tomografia computadorizada abdominal, foi-me injetado um contraste. Não sabíamos que a substância pode ser muito perigosa para asmáticos e quando o líquido entrou na minha corrente sanguínea, senti uma tremenda pressão nos pulmões. Em questões de minutos, entrei em choque tóxico produzido por uma violenta reação alérgica. Fui levada às pressas para a emergência, onde enfermeiras administraram antídotos e me conectaram a um respirador. Depois de duas horas intensas, eu estava fora de perigo. Jamais me esquecerei de como me senti quando voltei para casa. Fiquei de pé perto da janela assistindo ao pôr-do-sol, respirando profundamente e pensei: Posso respirar sem dor outra vez. Estou aqui! Estou viva! As memórias indeléveis daquele dia se tornaram um marco em minha vida. Sempre que fico desanimada,
revivo aqueles momentos e sinto uma alegria renovada por entender quão abençoada sou. Aquela experiência também me encheu de gratidão pela minha visão. No auge da reação alérgica, meu rosto inchou tanto que eu mal podia abrir os olhos. Queria ver meu pai que estava ao lado de minha cama segurando minha mão, mas não podia. Via apenas seu vulto. Quando consegui abrir os olhos, não parava de olhar as coisas, cheia de fascínio. Passei a valorizar o simples fato de eu poder andar, usar o banheiro, respirar, enxergar ... Como vê, meus critérios de felicidade mudaram radicalmente. Hoje me sinto mais feliz do que jamais imaginei ser possível e aprendi que isso tem muito pouco a ver com minhas circunstâncias, mas é determinado pela minha atitude. Minha vida é cheia de dificuldades e alegrias, todas dignas de celebração! Abro os olhos e sento. Um raio de sol atravessa a janela e acha meu pé. Mexo os dedos, brinco com o sol e sorrio. É um novo dia, vou me regozijar e me alegrar nele!1 Evelyn Sichrovsky estuda Letras com especialização em Língua Inglesa e se dedica a trabalhos voluntários. Vive com sua família em Taiwan. ■
AM
A VIDA
Evelyn Sichrovsky
Seus mistérios, idas e vindas Suas voltas e reviravoltas Ensinaram-se a orar Amo a vida Os espinhos das rosas, O sol que cria arcos de cor E fura a sombra da noite cada dia Amo a vida O calor do verão, a canção dos pássaros Margaridas à beira da estrada Simples prazeres me alegram a alma Amo a vida Os picos distantes, os ventos fortes O látego da tempestade Temem a luz que nunca falha em vir Amo a vida Seus desertos e dias de silêncio Terras estéreis e inóspitas Que criam a coragem e o valor Amo a vida A aurora, o poente e o meio-dia Cada dia tocado pela beleza De um Deus que vela por mim ■
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Mal posso esperar por segunda Ingibjörg Torfadóttir
Segundo um artigo que li no jornal, vários islandeses de sucesso deram as mesmas respostas para uma série de perguntas, uma das
quais salta aos olhos: “No domingo, sempre olhe com expectativa para a próxima semana de trabalho.” Conversa fiada… pensei. Sou enfermeira-chefe em uma casa para idosos e meu ofício é bem estressante. Mesmo trabalhando em regime de escala, minha semana na clínica começa segunda de manhã. Não é raro eu ficar mal-humorada nas noites de domingo, quando penso na semana que está começando, por ter feito muito pouco no fim-de-semana e não ter descansado o suficiente. Às vezes, minha irritação começa já no domingo de manhã. Tento ser positiva e agradecer a Deus por Suas bênçãos quando me sinto dessa maneira, mas, muitas 12
vezes acabo pedindo para Ele cuidar disso e daquilo. Aí vira oração. Não que seja ruim, mas não muda meus sentimentos com respeito ao início da semana de trabalho. Certo domingo, decidi dar uma chance ao conselho islandês e comecei a repetir para mim mesma e, às vezes, em voz alta: “Mal posso esperar para ir para o trabalho.” Pensei em meus colegas e percebi que sinto falta deles. Então me lembrei de um paciente que sempre parece feliz em me ver. Toda segunda-feira, cumprimenta-me com um sorriso alegre e diz algo do tipo “Que bom vê-la. Sentimos sua falta no fim-de-semana.” Foi quando vi que não trocaria isso por nada. Esse esforço me ajudou a ver toda a situação por uma luz mais positiva e a reconhecer todas as coisas boas que aconteceram desde que comecei nesse emprego. Sempre vi a enfermagem como minha vocação e essa
experiência me ajudou a lembrar de quanto amo o que faço. Também comecei a fazer isso a caminho do emprego. É algo que me faz sorrir e me dá um rosto feliz quando saio do elevador no quarto andar do prédio em que trabalho. Meu lindo e amado departamento, como senti sua falta no fim-de-semana! Agora os fins-de-semana parecem longos demais! Meu departamento é o meu lugar! Ingibjörg Torfadóttir é membro da Família Internacional em Reiquiavique, Islândia. ■
Como a oração e a gratidão fazem diferença na sua vida profissional? Conte-nos! Escreva para revista@contato.org .
A terapia da gratidão Anne Spring
O inverno fora excepcionalmente longo nos Bálcãs e aguardávamos ansiosos
a chegada da primavera! Afinal, é quando as flores desabrocham, o verde retorna às árvores e a natureza se enche de vida, ao som dos louvores dos pássaros que anunciam a nova estação. Acho que todo mundo anseia por essa época para desfrutar ao máximo da linda criação de Deus, exceto aqueles que sofrem de casos mais graves de febre do feno (doença causada por reação alérgica devida à inalação do pólen de diversas plantas). Eu sofria desse mal e a estação das flores não era nada bem-vinda. O pólen, uma das maravilhas da Criação de Deus e semeador da vida, é nosso maior inimigo. Em vez de expectativa e esperança, sentia preocupação e ansiedade. Longas caminhadas pelos bosques, passeios de 1. Ver 2 Pedro 1:4.
bicicleta, perambular pelas planícies para colher flores silvestres ou até mesmo enfeitar a casa com buquês não eram opções para mim. Esse foi o meu sofrimento por muitos anos. Toda primavera eu ficava espirrando, meu nariz escorria sem parar e meus olhos ficavam de tal forma lacrimejantes e irritados que se formava uma película amarela que quase não me deixava ver. Se uma criança bem intencionada me desse um buquê de flores silvestres, eu sorria, prendia a respiração e tratava de pedir ao meu marido que se livrasse do presente da forma mais rápida e discreta possível. Mas na primavera daquele ano, decidi lutar contra essa doença com a “terapia da gratidão”. Cada vez que se iniciava um acesso de espirro ou meus olhos começavam a coçar e lacrimejar, eu fazia um esforço consciente para agradecer ao Senhor por algo. Um
dia, Ele me disse que me curaria e passei a Lhe agradecer por essa promessa, toda vez que tinha uma reação alérgica. Assim minha cura começou. Desde então, a primavera se tornou diferente para mim. Posso passear de bicicleta com meu marido, caminhar pelos campos e até cheirar as flores. Passei a partilhar da natureza1 e da cura divina. E, de quebra, adquiri o hábito da gratidão. Anne Spring é diretora de Healing Hearts Balkans [Curando Corações nos Bálcãs] (http:// healingheartsbalkans. org/), com atuação na antiga Iugoslávia desde 1995. Seu primeiro livro, “Unplugged from the Norm” (Desligada da Norma) foi lançado recentemente e pode ser adquirido na Amazon. ■ 13
O JOGO DO SORRISO Anna Theresa Koltes
Minha irmã e eu costumávamos fazer o “Jogo do Sorriso” quando éramos crianças. Sempre que saíamos para passear, fazer algo para nossa mãe, íamos ao supermercado ou o carro parava no sinal, fazíamos nossa pequena competição para ver quem conseguia encontrar mais sorrisos nos rostos de quem passava. Víamos homens de negócio andando apressados, enquanto falavam ao telefone, motoristas buzinando, mendigos de mãos estendidas, pais tentando acompanhar seus filhos energéticos, adolescentes enterrados em seu mundo cibernético. Era um pot-pourri de testas franzidas, olhares distantes, caras fechadas, carência de expressão... Os sorrisos que capturávamos eram supreendentemente poucos: um casal jovem e apaixonado dando risadinhas; 1. Ver Jeremias 29:11. 14
uma vovó encantada com as peripécias do netinho; um vendedor abordando um novo cliente... Passaram-se os anos e a brincadeira se perdeu entre as memórias da infância. Na adolescência, eu não era muito diferente daqueles rostos tensos na rua, absorta na minha música e em guerra com o mundo em geral. Aos 15 anos, de férias com minha família na praia, um amigo de meus pais nos convidou para jantar em seu restaurante. O lugar era bonito, cercado por palmeiras, recebia uma brisa fresca do mar e o pôr-do-sol estava deslumbrante. O homem era alegre, hospitaleiro e fez de tudo para que nos sentíssemos bem e relaxados. De repente, depois de alguns momentos de conversa, olhou para mim e perguntou: “Por que você não sorri? Está triste?” Pega fora de guarda, garanti-lhe que estava ótima. Mas não foi a
primeira vez que alguém me fazia aquela pergunta e isso abalou meu mundo de “revoltada”. Eu pensava que ninguém além de mim conseguia ver as nuvens pairando sobre minha cabeça, mas estava enganada. Nossas “nuvens pessoais” são, na verdade, parte do mesmo céu sob o qual todos vivem e as ruas em que caminhamos se cruzam. Ainda hoje, tenho de corrigir minha expressão de vez em quando. Afinal, Deus nos deu sentidos para desfrutarmos a vida, a natureza para admirarmos e um futuro pelo qual ansiar.1 Portanto, seja feliz! Caminhe ao sol. E nunca se sabe — você pode ser o alvo do Jogo do Sorriso de alguém. Anna Theresa Koltes é escritora freelance e globetrotter. ■
VIVA O MOMENTO MOMENTOS DE QUIETUDE Abi May
Pedro estava boquiaberto.
Com Tiago e João, seguira Jesus montanha acima e, de repente, “Seu rosto resplandeceu como o sol, e as Suas vestes se tornaram brancas como a luz.” E isso foi só o início do espetáculo: Moisés e Elias — mortos fazia séculos— simplesmente apareceram para conversar com Jesus.1 Não surpreende que Pedro estivesse atônito, mas nem isso o impediu de falar. Sempre muito sincero e, às vezes, impulsivo, foi o seguidor de Jesus que teve a coragem de sair andando sobre a água quando o Mestre o chamou.2 Aquele homem de ação reagiu ao evento extraordinário descortinado diante dos seus olhos como se esperava dele. Não satisfeito em ouvir quieto a conversa e refletir no que era dito, decidiu interromper para dar uma ideia. 1. Baseado em Mateus 17:1–8. 2. Ver Mateus 14:27–29 3. Mateus 17:4
“Como é bom estarmos aqui, Senhor! Se o Senhor quiser, eu armarei três barracas neste lugar: uma para o Senhor, outra para Moisés e outra para Elias.”3 A intenção foi boa, mas a interrupção antecipou o fim do evento. Deus falou da nuvem, os discípulos ficaram petrificados, jogaram-se no chão e cobriram o rosto. Quando abriram os olhos, os dois visitantes já haviam partido. Às vezes, não valorizamos o presente e, quando nos damos conta, o momento passou. Uma borboleta colorida brilhante pousa delicadamente sobre uma pedra no jardim. Corremos para pegar a câmera, mas quando voltamos, vemos que ela já não está mais lá. Observamos lentamente a arquitetura da cidade que visitamos nas férias, mas não paramos para perceber a história de nossa vizinhança. Contamos os dias para as férias no campo, mas não percebemos as árvores e as flores na
praça logo ali. Encontraríamos mais realização e satisfação em nossas vidas se, em vez de apenas alimentarmos esperanças para o futuro, nos concentrássemos neste momento. Abi May é escritora freelance e educadora na Grã-Bretanha. ■
Este é o dia que o Senhor fez; regozijemo-nos e alegremo-nos nele. — Salmo 118:24 O momento presente sempre pode ser bem ou mal usado, mas nunca recuperado. — Canon Wynne (c. 1850) Os momentos dourados no rio da vida passam rápido por nós, mas apenas vemos a areia; os anjos vêm nos visitar e somente os percebemos depois que se vão. — George Eliot (1819–1890) 15
Com amor, Jesus
HOJE VAI SER UM BOM DIA Todo dia está repleto de coisas pelas quais Me louvar. Algumas são óbvias, outras discretas; existem as espetaculares, mas também as que se disfarçam de ocorrências comuns ou até de problemas. Tudo que lhe acontece deve ser recebido com louvor e graças. Como o apóstolo Paulo escreveu: “Em tudo dai graças, pois esta é a vontade de Deus.”1 Toda situação pode ser motivo de gratidão, porque posso produzir benefícios a partir de seja o que for.2 Mesmo que a perspectiva pareça sombria, você pode Me agradecer por Eu estar no controle. E porque amo você, cuido para que tudo que lhe aconteça se harmonize com Meu plano para sua vida. Quanto mais reconhecer Minha mão em tudo que acontece e Me agradecer por isso, mais inspiração, alegria e paixão pela vida você encontrará. Vão se manifestar no seu trabalho, no seu relacionamento com os outros, em como você reage às circunstâncias e eventos. Mostrará na sua atitude, decisões e ações. Você será mais positivo, mais proativo e mais produtivo. Ficará mais feliz e fará os outros mais felizes no processo. 1. 1 Tessalonicenses 5:18 2. Ver Romanos 8:28.