NASCIMENTO DE JESUS O filho de Deus vem à terra Solitário no Natal? 5 dicas para vencer a tristeza Encontrando Jesus Uma história de amor MUDE SUA VIDA. MUDE O MUNDO.
O
Contato pessoal Jesus e o sapateiro
Uma das minhas histórias natalinas favoritas é a de um sapateiro idoso que na véspera de Natal sonhou que Je sus o visitaria no dia seguinte.1 O sonho foi tão real que o homem se convenceu de que se tornaria realidade. Então, na manhã seguinte, levantou-se, decorou a loja e se sentou para esperá-lO.
As horas passaram e Jesus não veio. Mas um senhor de idade entrou para se abrigar do frio do inverno. Enquanto conversavam, o sapateiro notou os buracos nos sapatos do visitante. Então, antes do velho sair, o sapateiro o presenteou com um novo par de calçados que pegou da prateleira.
O sapateiro ainda esperava o ilustre visitante quando uma mulher bateu à porta, explicou não haver comido naquele dia e pediu algo para sua família. O sapateiro lhe deu o almoço que preparara para si e continuou à espera de Jesus.
Passado algum tempo, outra necessidade surgiu: um menino que havia se perdido de seus pais chorava em frente à sapataria. Como na época não existiam telefones, o homem vestiu o casaco, trancou a loja e levou o garoto ao seu endereço, a alguns quarteirões de distância.
Naquela noite, o sapateiro refletiu sobre seu dia com uma pontada de tristeza por seu sonho não ter se tornado realidade. Oh, Jesus, por que não veio?
Então ouviu uma voz dizendo: Fui três vezes. Eu era o homem com os pés enregelados, a mulher que você alimentou e a criança perdida.
Jesus o visitara. E o sapateiro cuidou dEle sem saber.2 ***
Um dos paradoxos do mundo moderno é que a maioria das pessoas que cele bram o Natal de uma forma ou de outra nunca ouviu a verdadeira história do nasci mento do Cristo. Mesmo muitos daqueles que viram presépios, anúncios ou clipes de filmes de Natal e podem identificar os personagens–Maria, José, Menino Jesus, pastores, sábios e anjos–não sabem realmente o que aconteceu ou por que importa.
Isso não é necessariamente culpa das pessoas. O ecossistema de Natal foi entupido com interesses comerciais que depreciam sua mensagem. Por isso, para resgatar o sentido da celebração, esta edição da Contato traz um artigo especial de quatro páginas (pg. 4–7) para recontar essa história em detalhes. Que você e os seus tenham um feliz e maravilhoso Natal!
1. Esta versão foi adaptada e abreviada do conto de Leo Tolstoy “Onde existe amor, Deus aí está”.
2. Veja Mateus 25:37–40.
Contamos com uma grande variedade de livros, além de CDs, DVDs e outros recursos para alimentar sua alma, enlevar seu espírito, fortalecer seus laços familiares e proporcionar divertidos momentos de aprendizagem para os seus filhos.
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Editor executivo: Ronan Keane
Editor: Mário Sant'Ana Design: Gentian Suçi
© 2022 Activated. Todos os direitos reservados. Impresso no Brasil. Tradução: Mário Sant'Ana e Hebe Rondon.
A menos que indicado o contrário, todas as referências às Escrituras na Contato foram extraídas da “Bíblia Sagrada”–Tradução de João Ferreira de Almeida–Edição Contemporânea, Copyright © 1990, por Editora Vida.
Volume 23, Número
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A ÚLTIMA BOTINHA
Por G.L. Ellens
Todos os anos, no Natal, minha amiga, Ira, e eu nos reunimos para montar botinhas de Natal para as crianças de dois orfanatos que ficam em nossa vizinhança. Isso é para nós motivo de muita felicidade, pois passamos o Natal longe de nossos familiares.
Havíamos organizado uma pequena linha de montagem na minha sala de estar e acabado de colocar vários itens de higiene pessoal, uma toalha de mão, doces de Natal etc., na última das botinhas–uma para cada órfão.
Olhando em volta, percebemos que havia sobrado um item de cada tipo.
“Fique com o que restou” — disse minha amiga.
“Eu não!” —respondi rindo. “Não preciso de nada disso.”
Assim, os materiais extras foram deixados em uma pequena pilha na mesa de centro.
Colocamos as botinhas em caixas no carro de Ira para ela entregá-las nos orfanatos.
“Com certeza as crianças vão ficar felizes com os presentes” — comentei, sorrindo, quando nos despedimos.
Naquela noite, depois que todas as botinhas foram entregues, um funcionário de um dos orfanatos me
enviou uma mensagem: “Apenas informando que recebemos um menino novo desde a última vez que você esteve aqui”.
Oh não! pensei. Faltou uma botinha! Tadinho!
Então vi os itens que sobraram na mesa. Rapidamente montei mais uma bota e mandei para o orfanato.
Isso é incrível! pensei. Jesus sabia o tempo todo sobre o novo menino. Estava apenas esperando nós descobrirmos!
Deus estava atento à necessidade daquela criança que perdera os pais havia pouco tempo e não permitiu que ela fosse esquecida no Natal. — E Ele ama tanto cada um de nós que enviou Seu único Filho para nos salvar.
No Natal, o principal não é os presentes ou as festividades, ou mesmo o que podemos fazer pelos outros. A essência do Natal é o amor de Deus, um amor tão pessoal que ninguém é esquecido, nem mesmo um órfão.
G.L. Ellens foi missionária e professora no Sudeste Asiático por mais de 25 anos. Embora aposentada, ela continua ativa no trabalho voluntário, além de perseguir seu interesse pela escrita. ■
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O NASCIMENTO
DE JESUS
A biografia de Jesus começa com o relato de Seu nascimento feito pelos evangelistas. Nos Evangelhos, lemos sobre o cumprimento das predições registradas no Antigo Testamento sobre a vida, morte e ressurreição de Jesus, o Salvador do mundo.
Apesar de, em linhas gerais, os relatos de Mateus e Lucas do nascimento de Jesus coincidirem, trazem-nos aspectos e eventos diferentes em torno desse grande momento, todos muito significativos. Mateus se concentra em José e seu papel, enquanto Lucas conta a história sob a perspectiva de Maria.
Mateus descreve o pai terreno de Jesus como um homem “justo”, um judeu praticante que seguia as leis de Deus. Desposara uma jovem chamada Maria que, “antes que coabitassem, achou-se grávida pelo Espírito Santo.”1 Na Palestina do primeiro século, o casal desposado já era considerado marido e mulher, embora o casamento não tivesse sido consumado e os dois não estivessem vivendo juntos. Foi nesse período que Maria engravidou.
O Evangelho segundo Lucas nos diz que o anjo Gabriel foi enviado para dizer a Maria que ela havia achado graça diante de Deus:
Entrando o anjo onde ela estava, disse: Salve, agraciada! O Senhor é contigo. Bendita és tu entre as mulheres. ... Maria, não temas, achaste graça diante de Deus. Conceberás e darás à luz um filho, e pôr-lhe-ás o nome
1. Mateus 1:18
2. Lucas 1:28, 30–35
3. Lucas 1:38
4. Fulton J. Sheen, Life of Christ (New York: Doubleday, 1958), 9–10
de Jesus. Este será grande, e será chamado Filho do Altíssimo… Ele reinará eternamente. Disse Maria ao anjo: Como se fará isto, visto que não tenho relação com homem algum? Respondeu-lhe o anjo: Descerá sobre ti o Espírito Santo, e o poder do Altíssimo te cobrirá com a sua sombra. Por isso o ente santo que de ti há de nascer, será chamado Filho de Deus.2
Foi uma concepção inédita na História. Maria engravidou pela intervenção direta de Deus. Não nos é dito exatamente como esse ato criativo ocorreu, assim como não sabemos os detalhes de como Deus criou o mundo. Tudo que temos é que Ele falou e tudo se fez.
Maria dá seu consentimento quando diz: “Eu sou a serva do Senhor. Cumpra-se em mim segundo a tua palavra.”3 Fulton Sheen descreve lindamente a situação assim:
O que é chamado de Anunciação foi, na verdade, Deus pedindo o livre consentimento de uma criatura para ajudá-lo a ser incorporado à humanidade. […] O que Ele fez, portanto, foi pedir a uma mulher, representando a humanidade, que livremente Lhe desse uma natureza humana.4
Como um sinal de que tudo aquilo se concretizaria, o anjo disse à Maria que sua parente, Isabel, já idosa
Por Peter Amsterdam
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na época, também estava grávida. Maria tratou logo de visitar Isabel, que vivia em uma região montanhosa de Judá, e viu que, como Gabriel dissera, havia concebido por milagre, pois já havia passado da idade de ter filhos.5 Depois de ficar com a prima por aproximadamente três meses, Maria volta para casa, em Nazaré.
Em seu retorno, Maria teve de lidar com o problema óbvio de estar no terceiro mês da gravidez de um filho de quem José sabia não ser o pai. Podemos apenas imaginar a mágoa, a dor, a tristeza, o sentimento de ter sido traído e a raiva que José deve ter sentido “enquanto ponderava nestas coisas”.6
Se José acusasse Maria de adultério, a lei mosaica declarava que ela poderia morrer por apedrejamento.7 Mas, “não querendo difamá-la, resolveu deixá-la secretamente”.8
Não era possível ter um divórcio totalmente secreto, pois o documento ou certidão de divórcio tinha de ser entregue na presença de duas testemunhas
5. Veja Lucas 1:39.
6. Mateus 1:20 RA
7. Veja Deuteronômio 22:20–21.
8. Mateus 1:19
9. Mateus 1:20–21, 24–25 RA
e, independentemente do que José alegasse, todos concluiriam que o adultério havia sido o verdadeiro motivo. Ao afirmar que José resolveu se divorciar dela discretamente, Mateus quis dizer que José não pretendia acusar Maria de adultério publicamente. Para José, um homem justo que observava as leis de Deus, divorciarse de Maria era a coisa certa a fazer, mas, movido por misericórdia, decidiu não acusá-la de adultério.
Enquanto ponderava nestas coisas, eis que lhe apareceu, em sonho, um anjo do Senhor, dizendo: José, filho de Davi, não temas receber Maria, tua mulher, porque o que nela foi gerado é do Espírito Santo. Ela dará à luz um filho e lhe porás o nome de Jesus, porque ele salvará o seu povo dos pecados deles. Contudo, não a conheceu, enquanto ela não deu à luz um filho, a quem pôs o nome de Jesus.9
A mensagem pôs fim aos pensamentos de divórcio. O anjo lhe disse que a criança fora concebida pelo Espírito Santo e, portanto, ele não estaria violando a lei de Deus ao se casar com Maria, pois nenhum adultério fora cometido. José então cumpre o segundo passo do casamento ao receber Maria em sua casa como sua esposa, assumindo assim a responsabilidade por ela e tornando-se o pai legal da criança que estava por nascer.
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Alguns meses depois de voltar de sua visita a Isabel, Maria viajou com José para Belém. Conforme as Escrituras, o motivo dessa viagem foi que César Augusto decretara a realização de um censo e o costume judaico exigia que José viajasse para Belém, sua cidade ancestral, pois era da casa e linhagem do rei Davi.
Lucas descreve como José viajou de Nazaré, província da Galileia, para Belém, uma vila na Judeia, cerca de dez quilômetros de Jerusalém, para ser registrado, e Maria o acompanhou. Enquanto estavam em Belém, chegou a hora de ela dar à luz. “Estando eles ali, cumpriram-se os dias em que ela havia de dar à luz, e ela deu à luz a seu filho primogênito, envolveu-o em panos, e o deitou numa manjedoura, porque não havia lugar para eles na hospedaria.”10
Nos campos ao redor de Belém, havia pastores cuidando de suas ovelhas.
Apareceu-lhes um anjo do Senhor, e a glória do Senhor os cercou de resplendor, e foram tomados de grande temor. O anjo lhes disse: Não temais. Eu vos trago
10. Lucas 2:6–7 11. Lucas 2:9–12 12. Lucas 2:13–14
novas de grande alegria, que o será para todo o povo. Na cidade de Davi vos nasceu hoje o Salvador, que é Cristo, o Senhor. Isto vos servirá de sinal: Achareis o menino envolto em panos, e deitado numa manjedoura.11
Foi a terceira vez em que um anjo apareceu para anunciar o que Deus estava fazendo ao trazer Jesus ao mundo. A primeira foi para Maria, depois para José e, então, para os pastores. Neste caso, a glória do Senhor – o esplendor de Deus na forma de uma luz brilhante –resplandeceu ao redor dos pastores.
Lemos que: “No mesmo instante apareceu com o anjo uma multidão dos exércitos celestiais, louvando a Deus, e dizendo: Glória a Deus nas maiores alturas, paz na terra entre os homens, a quem ele quer bem”.12
Ao fazer uma oferenda no templo, quando Jesus tinha cerca de um mês de idade, José e Maria encontraram Simeão, um homem justo e devoto que “esperava a consolação de Israel, e o Espírito Santo estava sobre ele. Quando os pais trouxeram o menino Jesus para com ele procederem segundo o que a lei ordenava, ele então o tomou nos braços, e louvou a Deus, dizendo … pois os meus olhos já viram a Tua salvação, a qual preparaste perante a face de todos os povos, luz para iluminar os gentios, e para glória do Teu 6
povo Israel”.13 José e Maria ficaram maravilhados, ou chocados, com as palavras que Simeão falou sobre seu Filho.14
Mateus descreve outros aspectos do nascimento de Jesus, incluindo a visita dos magos: “Vieram uns magos do Oriente a Jerusalém, e perguntavam: Onde está aquele que é nascido rei dos judeus? Vimos a sua estrela no Oriente, e viemos adorá-lo”.15
Não se sabe especificamente de onde os sábios eram, mas o fato mais importante é que vieram de fora de Israel. Mateus ilustra como Deus estava fazendo uma coisa nova ao destacar o fato de que, com o nascimento de Jesus, os gentios são atraídos pela luz do Filho de Deus.
Quando os magos chegaram a Belém, “entrando na casa, viram o menino com Maria, Sua mãe e, prostrandose, O adoraram. Então, abrindo os seus tesouros, Lhe apresentaram suas dádivas: ouro, incenso e mirra”.16 Não é informado quantos magos havia, embora a tradição
13. Lucas 2:25, 27–28, 30–32
14. Veja Lucas 2:33.
15. Mateus 2:1–2
16. Mateus 2:11
sustente que fossem três, com base nos três presentes listados.
Ao chegarmos ao fim da história do nascimento de Jesus, podemos ver o início do cumprimento da promessa de Deus de enviar um Messias para redimir a humanidade. Como Sua promessa deveria ser cumprida no mundo físico, Deus escolheu entrar no tempo e na fisicalidade do mundo. Para isso, enviou Seu Filho aos cuidados de dois crentes fiéis, cumpriu as profecias do Antigo Testamento sobre a vinda do Salvador e preparou o cenário para a prometida salvação.
A vinda de Deus ao mundo para viver em meio à Sua criação para reconciliar a humanidade Consigo mesmo por meio da morte e ressurreição de Seu Filho é o evento mais significativo da história humana. Os Evangelhos nos contam como a vida de Jesus, desde o nascimento até a morte e além, cumpre as promessas de Deus e mostra Seu grande amor pela humanidade, tornando possível que nos tornemos Seus filhos.
Peter Amsterdam e sua esposa, Maria Fontaine, são diretores da Família Internacional, uma comunidade cristã de fé. Adaptado do artigo original. ■
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Surpreendida, valorizada e reflexiva
Por Sally García
Depois de ouvirem o anúncio angélico sobre o nascimento do Cristo, “[Os pastores] correram para lá e encontraram Maria, José e o bebê deitado na manjedoura. Depois de o verem, contaram a todos o que lhes fora dito a respeito daquele menino e todos que os ouviram ficaram admirados. Maria, porém, guardava todas essas coisas e sobre elas refletia em seu coração1
Todos que ouviram o relato dos pastores ficaram maravilhados – a história de anjos na encosta de uma colina, cantando e guiando-os ao bebê recém-nascido de um casal visitante de Nazaré. “Você vai encontrá-los hospedados em um estábulo.”
Enquanto isso, Maria descansava tranquilamente, contemplando o rosto sereno do menino Jesus. Pensava em tudo que acontecera nos últimos nove meses. Guardava e ponderava cada lembrança no coração. A bela sincronização, os detalhes — tantas cenas convergindo para o clímax, o evento singular — a chegada do Messias, o Salvador — que ali estava, deitado em uma manjedoura. Maria se lembrou da visita angelical, dos sonhos de José, da reação de sua prima Isabel, da dura viagem a Belém em seus últimos momentos de gravidez.
Não parecia que as coisas estavam dando errado quando eles não conseguiram encontrar um lugar para ficar e ela estava tão cansada? Nas circunstâncias mais incomuns, a criança nasceu. Talvez ela tenha se perguntado se Deus Se lembrava de Suas promessas a respeito desse bebê.
Mas quando os pastores contaram sua história do coro celestial e instruções divinas, ela sabia que Deus Se lembrava e que o céu estava se regozijando! E Maria, reconhecendo o valor de tudo aquilo, ponderava em seu coração.
O que me surpreende na bela história do Primeiro Natal? O que prezo quando reflito nesse relato atemporal do nascimento de meu Salvador? Como Maria, penso em como o Espírito de Deus estava trabalhando em cada detalhe, do transcendente ao mais insignificante – pessoas, lugares, horários. Deus adora trabalhar nesses vários níveis.
Vejo então como minha vida se entrelaçou com tantas pessoas preciosas e como os eventos em nossas existências separadas se desdobraram para se encontrarem em grandes momentos de conexão. Fico maravilhada quando vejo os fios tecidos na tapeçaria da minha história, e guardo com carinho cada lembrança e muitas vezes pondero sobre elas em meu coração.
1.
Lucas 2:16-19 – NVI ênfase adicionada
8
Sally García é educadora, missionária e membro da Família Internacional no Chile. ■
Encontrando o propósito do NATAL
Depois de uma sequência de alguns natais discretos, devido às restrições de saúde provocadas pela pandemia, muitos de nós adaptamos nossas comemorações em celebrações mais simples e privadas. Isso nos trouxe de volta ao verdadeiro significado do Natal: mostrar gratidão e apreço pelo presente de Deus, Seu Filho naquela noite e expressar esse apreço em atos de amor a nossos semelhantes.
O Natal é, em última análise, uma celebração do amor de Deus por nós. A melhor maneira de celebrar a data é dando a Jesus nosso amor e gratidão. É também um momento em que podemos lembrar daqueles que muitas vezes são esquecidos e estender a mão para ajudar os necessitados.
Essas coisas não apenas deixam Deus feliz, mas também nos ajudam a encontrar profunda satisfação. O Natal não se torna especial por presentes, decorações e festas, mas pelo que damos a Jesus e aos outros. Um coração generoso demonstra verdadeiro apreço por tudo o que Deus nos deu. ■
ORAÇÃO PARA O NATAL
Jesus, você é Deus e homem, Rei e servo de todos. Você deixou o Seu trono eterno no céu e assumiu a mortalidade. Você Se tornou um de nós para que pudesse nos salvar. Fico emocionado quando penso em como Você humildemente veio ao nosso mundo e o mudou para sempre.
Ao nascer entre nós, trouxe-nos os maiores presentes possíveis — salvação, vida eterna, paz, esperança, amor. Quem diria que essas coisas viriam na forma de um bebezinho, nascido de pessoas comuns, envolto em trapos e colocado para dormir em um cocho?
Por causa do Natal, nunca estou só. Obrigado por isso. Seja ou não abençoado com a companhia de família e amigos, nos momentos bons ou difíceis, sempre conto com Você e Seu amor, pois tenho Você em meu coração. Obrigado por escolher vivenciar as alegrias e as tristezas da Terra. Obrigado por suportar as lágrimas, a dor, a frustração, a solidão, a exaustão e a morte para que Você pudesse realmente nos entender. Nunca houve amor mais perfeito do que o Seu!
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SOLITÁRIO
Por Curtis Peter van Gorder
NO NATAL
Se você está se sentindo só neste Natal, não é o único. As canções tristes de Natal são populares porque calam fundo no coração de muita gente.
Para muitos, o Natal deste ano será marcado pela perda recente de um ente querido ou companheiro. Enfeitar a árvore e todas as tradições natalinas não são a mesma coisa quando você está só enquanto todos os outros estão desfrutando de sua família e amigos. Como diz a clássica canção “Blue Christmas” (Natal Triste): “Não será a mesma coisa, querida, se você não estiver aqui comigo”.
Mas quão generalizada é a solidão nesta época festiva do ano? Segundo a organização Age UK, somente no Reino Unido, quase 450 mil idosos estarão sozinhos no Natal. Outra ONG, denominada Campaign to End Loneliness (Campanha para pôr fim à solidão, tradução livre) afirma que, na Inglaterra, 800 mil pessoas são “cronicamente solitárias” quase três milhões se sentem só e cinco milhões consideram a televisão sua principal companhia.
A solidão crônica vai além de estar só. Significa que você se sente isolado sem o apoio de outros por longos períodos. Podemos estar rodeados de pessoas e, mesmo assim, continuar solitários. Esse isolamento pode ser por decisão própria devido a inibições ou falta de habilidades de comunicação. Alguns ficam restritos à casa por causa
de deficiências físicas, mas independentemente das causas, o isolamento pode causar sentimentos de baixa autoestima, depressão ou estresse.
“Todas as pessoas solitárias, de onde elas vêm?” canta Paul McCartney em sua canção “Eleanor Rigby”. A canção foi inspirada nas experiências de Paul na juventude: “Quando eu era bem pequeno, morava em um conjunto habitacional onde havia muitas senhoras idosas. Eu gostava de me sentar com elas porque elas tinham ótimas histórias sobre a Segunda Guerra Mundial. Eu costumava visitar uma delas e fazer as compras para ela—sabe, ela não podia sair de casa. Então eu tinha essa imagem em minha mente de uma senhora solitária. Ao longo dos anos, conheci algumas outras, e talvez a solidão delas tenha despertado a minha empatia. Então comecei essa canção sobre a idosa solitária que recolhe o arroz nos casamentos na igreja e que nunca consegue realizar seus sonhos.”1
Algo que as experiências do compositor mostram é como os mais velhos gostam de estar perto dos jovens e lhes contar suas histórias. A geração mais velha tem muito que pode passar para a seguinte. A geração mais
1. Paul McCartney 2018 em entrevista para GQ.
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NATAL?
jovem pode se beneficiar muitíssimo daqueles que já percorreram um grande trecho da longa estrada da vida.
Quando nossa família vivia no Japão, formamos um grupo de cantores com nossos filhos e seus amigos para visitar um lar para idosos na época do Natal. O ponto alto do programa era que, após a apresentação, eles conversavam com os idosos, os abraçavam e lhes davam uma lembrancinha. Alguns dos idosos comentaram que, como íamos todo Natal, eles passavam o ano aguardando a nossa chegada. Parece que estávamos entre as poucas visitas que alguns deles recebiam.
O que podemos fazer para aliviar a solidão dos outros ou mesmo a nossa própria solidão neste Natal? Aqui estão algumas dicas que talvez lhe sejam úteis:
1. Estenda a mão às pessoas ao seu redor. Talvez você tenha um vizinho sem a família por perto ou um amigo que adoraria convidá-lo se soubesse que você estava se sentindo tão só. Dê o primeiro passo para estar com os outros, estendendo a mão para eles. Dê a si mesmo uma oportunidade de estar com as pessoas em segurança e ser um presente para os outros nesta época.
2. Esta lista foi adaptada da Billy Graham Evangelistic Association: https://billygraham.org/story/ are-you-lonely-this-christmas
2. Ajude os necessitados. Há muitas maneiras de ajudar as pessoas de sua comunidade nesta época do ano. Quer seja voluntariamente em um projeto de distribuição de alimentos ou enviando cartões de Natal, procure uma atividade pela qual você seja apaixonado e participe.
3. Deixe a presença de Jesus preencher o seu coração. Aproveite este tempo de menos distração com atividades sociais para conhecer ainda mais o seu Salvador. Leia a Sua Palavra na Bíblia e esteja receptivo ao que Ele quer ensinar.
4. Ore pelos outros. Se souber que alguém está passando por um momento difícil, pare e ore pela pessoa. E não tema pedir oração por si mesmo.
5. Saia de casa se for possível. Há todo tipo de atividades natalinas das quais desfrutar nesta época do ano—concertos, cultos à luz de velas, shows de luzes de Natal. Participe das festividades em adoração ao nascimento do nosso Salvador. 2
Curtis Peter van Gorder é roteirista e mímico. Dedicou-se por 47 anos a atividades missionárias em dez países. Ele e sua esposa, Pauline, vivem atualmente na Alemanha. ■
SOLITÁRIO
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OPORTUNIDADE DE AMAR
Por Maria Fontaine
Para muitos de nós, o Natal sempre foi um momento especial de celebrar o nascimento de Jesus, dar e receber presentes, passar tempo com a família e amigos. Entretanto, além de desfrutar dessas bênçãos, a data é também a maior oportunidade do ano para falar ao mundo sobre o nosso precioso Salvador. Provavelmente, é o dia em que as pessoas mais pensam sobre o milagre que está na essência de Natal: Deus enviou Seu próprio Filho amado para nosso mundo, para nos levar de volta para Ele. Mesmo em culturas não cristãs, as pessoas estão interessadas em aprender o verdadeiro significado do Natal.
Nós, que vivenciamos o amor de Deus em Jesus, temos a chance de dar o melhor presente neste Natal, não só para aqueles que conhecemos bem e são importantes para nós, mas também para vizinhos e desconhecidos com os quais de alguma forma compartilhamos nosso mundo. Há aqueles que nos rodeiam cujos corações estão tristes e cansados, que precisam de conforto, que anseiam por um Salvador. Alguns são tomados por medos e incertezas; outros vivem em desesperança por lhes faltar metas e sentido na vida. Há os que andam sobrecarregados pelos fardos do rancor e da culpa, ou estão presos no vazio, ou atormentados pela dor, ou de outra maneira envolvidos em problemas grandes demais para resolverem sozinhos.
Jesus os ama e quer tomá-los em Seus braços. Mas, Aque le que é onipotente, onisciente e totalmente amoroso precisa de nossa ajuda! Somos Seus olhos para procurá-los, Seus ouvidos para ouvir seus clamores, Sua voz para responder suas perguntas e confortá-los, Seus braços para abraçá-los.
Você pode fazer a diferença neste Natal. Mesmo a mais humilde tentativa de compartilhar ainda que apenas um pouco, pode reluzir como uma luz muito brilhante na vida dos outros, um raio de esperança para penetrar a escuridão que os envolve.1
Estenda a mão aos outros. Diga-lhes como Jesus veio à Terra para amá-los, como morreu para salvá-los e como ressuscitou para os levar para um mundo novo e maravilhoso, o qual eles podem vivenciar agora na Terra 1. Veja Mateus 5:14–16.
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e desfrutar para sempre no Céu. Proclame que comemoramos o aniversário de um Salvador vivo que é a única resposta às suas necessidades mais profundas.
Como Seu Pai O mandou, assim Ele nos envia.2 Seja as mãos de Jesus. Seja Seus pés. Seja Seus olhos. Seja Seus lábios. Cure os quebrantados de coração. Liberte os cativos. Ressuscite aqueles que estão mortos em transgressões e pecados. Acolha os rejeitados, os marginalizados, os excluídos.3 Pregue o Evangelho aos pobres. Solte as ligaduras da impiedade. Desfaça os fardos pesados. Liberte os oprimidos.4 “Dê-lhes ornamento em vez cinzas, o óleo da alegria em vez de pranto e as vestes de louvor em vez de espírito angustiado. De graça recebestes, de graça dai.”5
E não nos limitemos ao Natal! Vamos continuar compartilhando, doando e amando durante todo o próximo ano. Vamos fazer de cada dia uma celebração do nascimento de Jesus, que trouxe a promessa de nova vida para todos.
Maria Fontaine e seu marido, Peter Amsterdam, são diretores da Família Internacional, uma comunidade cristã de fé. Adaptado do artigo original. ■
2. Veja João 20:21.
3. Veja Isaías 61:1,3.
4. Veja Mateus 11:5; Isaías 58:6.
5. Isaías 61:3; Mateus 10:8
Para pensar A
RAZÃO DAS FESTIVIDADES
O que é o Natal? É ternura pelo passado, coragem pelo presente, esperança pelo futuro. É um desejo fervoroso de que cada cálice transborde de bênçãos ricas e eternas, e que cada caminho leve à paz.—Agnes M. Pahro
É o Natal no coração que coloca o Natal no ar. —W. T. Ellis (1845–1925)
Enquanto desfruta de todas as bênçãos da vida neste Natal, pense sobre a carência física em que Jesus nasceu. Ele tinha tanto, mas Se tornou tão pouco. Tudo o que temos, devemos a Ele.—Maria Fontaine
É Natal toda vez que você deixa Deus amar os outros através de você. Sim, é Natal toda vez que você sorri para seu irmão e lhe oferece a mão.— Madre Teresa (1910–1997)
O NASCER DO SOL INVICTO
Não há nenhuma evidência da data do nascimento de Jesus. Sua natividade começou a ser celebrada em 25 de dezembro em Roma durante a primeira parte do século IV (336 d.C.) como o equivalente cristão de um festival pagão, popular entre os adoradores de Mitra, chamado Sol Invictus, o Sol Invicto. No exato momento em que, no Hemisfério Norte, os dias são mais curtos e a escuridão parece ter conquistado a luz, o sol passa do seu nadir, seu ponto mais baixo. Os dias ficam mais longos e, embora o frio continue se intensificando por algum tempo, a conquista final do inverno é certa. Esse processo astronômico é uma parábola da jornada do Deus Encarnado. No momento em que a história é mais sombria, no lugar menos esperado e óbvio, o Filho de Deus nasce.—Joe Pennel Jr.
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ENCONTRANDO JESUS
E quando chega o Natal e você está triste, de luto ou só – ou quando, em vez de ficar na expectativa positiva pela data, você tem ansiedade e um sentimento de perda? Sabe que essa deveria ser a época mais feliz do ano, mas simplesmente não está na vibe. É compreensível. Você não precisa resolver sua dor, tristeza ou perda. Isso sequer é possível.
Não acho que os pastores que cuidavam das ovelhas naquele primeiro Natal imaginavam que aquela noite seria de alguma forma especial. Era apenas mais uma noite fria em Belém. A cidade fora invadida por visitantes para o censo, um lembrete da opressão romana. Nada parecia especialmente esperançoso.
Mas os anjos encheram o céu com a mensagem de que não precisavam temer; seu Salvador havia nascido naquela noite em sua cidade. Então, tudo mudou e a esperança surgiu. O Redentor havia chegado!
Se você não está desfrutando de todas as festividades da temporada, tente se concentrar na Esperança que a data representa. Jesus veio, e por Ele, nossa redenção dos pecados, do sofrimento e o fim da separação de Deus.
Se você ainda não conhece nem recebeu Jesus como seu Salvador, pode Lhe pedir para entrar em seu coração com Seu amor, vida, liberdade, verdade, paz, abundância e felicidade aqui, agora e para sempre. Simplesmente ore: Querido Jesus, obrigado por dar a vida por mim. Por favor, perdoe-me pelos meus pecados, entre no meu coração, conceda-me a dádiva da vida eterna e encha-me com o Seu Espírito Santo. Amém.
Por Marie Alvero
Essa reflexão não precisa de árvore, decorações, presentes e enfeites. Mesmo que sozinho, você, salvo por Jesus, faz festa.
Aqui estão algumas coisas que você pode fazer se este não for o seu Natal mais festivo:
Leia o Evangelho segundo Lucas, capítulos 1 e 2, e deixe a esperança do nascimento de Jesus encher seu coração.
Faça parte de algo significativo — um coral, uma instituição de caridade, um clube do livro, um projeto, qualquer coisa que lhe interesse e ajude a conectá-lo a outras pessoas.
Mude de cenário. Isso nem sempre é possível, mas às vezes, ir a algum lugar novo ou fazer uma atividade diferente ajudará a mudar sua perspectiva.
Deixe o Natal passar com simplicidade. Se você não está pronto para um grande evento, haverá outros momentos para celebração.
Jesus irá encontrá-lo onde você estiver, no Natal e em todos os outros dias do ano.
Marie Alvero foi missionária na África e no México. Ela atualmente vive no Texas, EUA. ■
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Entre os feriados
Quando criança, eu odiava os dias depois do Natal. Tinha ganhado todos os meus presentes e não tinha nada para esperar. Provavelmente, era um problema de ingratidão. Muitas vezes pensava que deveria ter ganhado algo melhor ou ficado de fora de algo. Quando me tornei adulta, tive os mesmos sentimentos de insatisfação depois do Natal e aprendi a me manter ocupada para combater sentimentos de depressão. A preparação para o Natal é uma época tão ocupada com compras de presentes, planejamento de cardápios, limpeza da casa e preparação para o grande dia que mal consigo pensar em mim mesma. As pessoas estão contando comigo e preciso ser forte. Preciso ser organizada e deixar todo o mundo confortável.
Mas naqueles primeiros dias tranquilos depois do Natal, acho difícil manter toda essa positividade. Acho que superei a ingratidão da infância em relação aos meus presentes de Natal, e é mais sobre não ter tempo para ouvir meu próprio coração e me dar alguma atenção. É a exaustão me alcançando, depois de toda a energia gasta com os outros.
O Natal me lembra da minha juventude, de pessoas que amei, de lembranças doces e algumas agridoces, quando penso em perdas. Tantos Natais vieram e se foram e os anos voaram até aos dias atuais. Tantos Natais cheios de dar e receber, família e entes queridos, e relembrar o presente e o passado.
Mas então, enquanto eu amorosamente guardo meus enfeites de Natal até o próximo ano e começo a esperar pelo Ano Novo, fico animada. Escrevo listas, planejo meu ano, limpo armários, cubículos e a área de trabalho do meu computador. Jogo fora um monte de coisas e isso me ajuda a limpar a mente e me preparar para o que está por vir. Vejo as perdas com olhos de gratidão por ter vivido e amado. Agradeço a Deus por toda a mudança que o próximo ano trará. Minha tristeza pós-Natal se transforma em expectativa de Ano Novo.
Joyce Suttin é professora e escritora aposentada e mora em San Antonio, no Texas. Confira o blog dela em https:// joy4dailydevotionals.blogspot.com/ ■
Fecho os olhos para velhos fins. E abro o coração para novos começos. —Nick Frederickson
Dê um salto de fé e comece este novo ano maravilhoso acreditando.—Sarah Ban Breathnach (n. 1947)
O segredo da mudança é concentrar toda a energia, não na luta contra o velho, mas na construção do novo. —Dan Millman (n. 1946)
Amanhã é a primeira página em branco de um livro de 365 páginas. Escreva uma boa história.—Brad Paisley (n. 1972)
Por Joyce Suttin
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Com amor, Jesus
Entregue-Me seu coração
Todo mundo sabe que o dinheiro não pode com prar a felicidade, mas as pessoas ignoram esse fato com enorme facilidade durante o feriado de fim de ano. É tão fácil ser pego na corrida frenética de comprar as mais recentes engenhocas e brinquedos para seus entes queridos, em detrimento dos momentos preciosos que você poderia passar com sua família e amigos, compartilhando o maior presente do mundo: o amor em seu coração.
Eu sou a razão da época de Natal, mas as lojas não têm os presentes que desejo ganhar no Meu aniversário. O que Eu mais amo receber é o mesmo presente que não tem preço para sua família e amigos — seu amor, tempo e amizade.
O que mais desejo é um lugar em seu coração. O melhor presente que você pode Me dar é um convite para entrar em seu coração e nunca mais deixá-lo. Nunca invadi a casa de ninguém. Sempre espero um convite. Apenas bato e espero que você ouça Minha voz batendo à porta do seu coração e a abra para Me receber.1
Seu coração é um presente de valor inestimável para Mim. Outros presentes ficam velhos e quebram ou se desgastam com o tempo, mas prometo que se você Me der o seu coração de presente, Eu o preencherei com Meu eterno calor e amor.
1. Veja Apocalipse 3:20.