CAMINHANDO NO AMOR DE CRISTO
Ver o amor em ação
Um texto inesperado
O valor das pequenas coisas
Aproveite o momento
Um surpreendente ato de bondade
Volume 26, Número 2
CONTATO PESSOAL
vamos construir pontes
Em nossos relacionamentos, temos a escolha de construir muros ou pontes. Nossos maiores desafios muitas vezes giram em torno de como amar o próximo como a nós mesmos (Mateus 22:39). Conectar-se aos outros exige esforço. Jesus nos ensinou que é fácil demonstrar interesse por aqueles que nos amam, mas que a verdadeira prova acontece quando precisamos lidar com alguém que achamos difícil de amar (Lucas 6:32–34). Talvez exista uma razão por trás do semblante carrancudo do vizinho ou do mau humor do operador de caixa. No entanto, um simples sorriso, algumas palavras de ânimo ou um gesto de bondade podem ser o suficiente para ajudar essas pessoas a deixarem a rabugice de lado e se sentirem melhor.
Muitas pessoas que estão magoadas por dentro se revestem de uma dureza exterior como forma de proteção. Pode ser necessário um interesse genuíno, oração e paciência para derrubar essas defesas e construir uma ponte de amizade. Com o tempo, podemos conquistar um amigo ou até mesmo um irmão. Que aceitemos o desafio de construir pontes hoje. O poeta Edwin Markham expressou isso com beleza: “Ele desenhou um círculo que me excluía — herege, rebelde, desprezível. Mas o amor e eu tivemos a sabedoria de vencer: desenhamos um círculo e o incluímos!”
Neste mês, quando muitos celebram o amor e a amizade, os artigos desta edição trazem formas práticas de viver o amor no dia a dia. Você encontrará relatos de experiências tanto de quem oferece quanto de quem recebe gestos de bondade. São histórias de pessoas enfrentando desafios, apoiando-se mutuamente, aproveitando os benefícios da orientação, superando mal-entendidos e ajudando os outros sem hesitação. Nosso artigo principal deste mês é um estudo bíblico aprofundado sobre as diversas facetas do amor, destacando, desde o início, que o amor é a própria essência de Deus (1 João 4:8).
Lembre-se de que o amor que você oferece nunca é em vão. Os desafios nas suas interações com os outros são insignificantes diante do imenso poder do amor de Deus. Que o amor seja sua guia, sua luz e sua força, não apenas neste mês, mas em todos os momentos da sua vida.
Gabriel e Sally García
Equipe Editorial da Contato
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APROVEITE
O MOMENTO
O desejo de fazer o bem, a diferença e de encontrar propósito na vida é como uma bússola natural para muitos. No entanto, é fácil subestimar o poder dos pequenos atos de bondade que podem transformar profundamente a vida de alguém. Sentimentos de impotência podem prejudicar nossa capacidade de agir em resposta ao chamado de Deus e desperdiçar a oportunidade de fazer o bem.
Uma amiga me contou sobre um encontro extraordinário que teve recentemente. Ela havia ido rapidamente a uma loja e, ao sair alguns minutos depois, ficou horrorizada ao perceber que seu carro havia desaparecido! Ela estacionou sem acionar o freio de mão, e o carro estava rolando lentamente pela rua em direção a um cruzamento movimentado. Então, algo incrível aconteceu. Um maltrapilho correu atrás do carro e, usando toda a sua força, conseguiu direcioná-lo até a guia da calçada, onde ele parou. Por um momento, ela ficou ali sem palavras, agradecendo silenciosamente a Deus por uma intervenção tão surpreendente de alguém tão inesperado.
ser uma bênção para os outros, desde que não hesitemos em agir quando a oportunidade surgir.
A experiência da minha amiga me inspirou a ficar mais atenta às oportunidades de fazer a diferença. Afinal, todos enfrentamos desafios difíceis em algum momento, e um gesto de gentileza pode aliviar o fardo de alguém e trazer um raio de esperança para sua vida. É fundamental sermos empáticos e gentis com os outros, especialmente em um mundo onde tantas pessoas estão sofrendo. A bondade tem o poder de abrir portas tanto para os outros quanto para nós mesmos, assim como o homem que, com seu ato de generosidade, salvou o dia e acabou sendo recompensado por isso.
Ela percebeu que qualquer pessoa pode fazer uma diferença significativa e salvar o dia ao aproveitar o momento e agir quando necessário. Não apenas aquele homem evitou que seu carro causasse danos, mas o incidente também a fez compreender que todos podemos
Nenhum ato de bondade, por menor que seja, é em vão.
Iris Richard é conselheira no Quênia, onde realiza trabalhos comunitários e voluntários desde 1995. ■
CAMINHANDO NO AMOR DE CRISTO
Por Peter Amsterdam
No livro de 1 João, lemos a breve, mas profunda afirmação de que “Deus é amor” (1 João 4:8). João continua explicando: “Foi assim que Deus manifestou o seu amor entre nós: enviou o seu Filho Unigênito ao mundo, para que pudéssemos viver por meio dEle” (1 João 4:9).
Embora a expressão
“Deus é amor” não apareça explicitamente no Antigo Testamento, Deus é retratado, desde Gênesis a Malaquias, como Aquele que ama fiel e eternamente. Ao longo do Antigo Testamento, vemos repetidas demonstrações do amor constante de Deus. Sabemos que Ele “mantém a aliança e a bondade por mil gerações” e podemos contar com “Seu amor eterno” (Deuteronômio 7:9; Salmo 103:17).
No Novo Testamento, Jesus é a manifestação definitiva desse amor divino pela humanidade. Instruiu Seus seguidores a permanecerem em Seu amor e o refletirem aos outros (João 15:9–10). Para nos capacitar a viver neste amor, Jesus nos enviou o Espírito Santo, que tudo nos ensina e nos lembra de tudo que nos ensinou ( João 14:26). A presença do Espírito Santo em nossas vidas se manifesta em amor, bondade e amabilidade para com os outros (Gálatas 5:22).
O Novo Testamento em grego traz quatro palavras que são traduzidas como “amor,” cada uma com significados específicos. A mais recorrente dessas, “ágape”, aparece nas passagens que descrevem o amor de Deus por nós, como, por exemplo, em 1 João 4:8, que afirma que "Deus é amor”. Tudo que Deus faz é motivado pelo amor que dEle emana.
Esse amor ágape é também o que devemos ter e demonstrar por Deus e uns pelos outros, conforme os
dois maiores mandamentos (Marcos 12:30–31). Jesus nos diz: “Um novo mandamento dou a vocês: Amem-se uns aos outros. Como eu os amei, vocês devem amar-se uns aos outros” ( João 13:34). Este é o amor que Jesus demonstrou em tudo que fez quando esteve entre nós e ao dar Sua vida por nós, para que pudéssemos viver com Ele para sempre.
Enquanto seguidores de Cristo, somos chamados a imitar esse amor abnegado. Paulo nos exorta: “Sejam imitadores de Deus, como filhos amados, e vivam em amor, como também
e agem de maneira diferente de nós, e até mesmo aos nossos inimigos, conforme Jesus nos ensinou.
O capítulo 13 de 1 Coríntios é amplamente conhecido como o “capítulo do amor”. Nele, Paulo define o que o amor é e como se manifesta: “O amor é paciente, o amor é bondoso. Não inveja, não se vangloria, não se orgulha. Não maltrata, não procura seus interesses, não se ira facilmente, não guarda rancor. O amor não se alegra com a injustiça, mas se alegra com a verdade. Tudo sofre, tudo crê, tudo espera, tudo suporta” (1 Coríntios 13:4–7).
Cristo nos amou e se entregou por nós como oferta e sacrifício de aroma agradável a Deus” (Efésios 5:1–2) Nos Evangelhos e nas Epístolas, vemos o amor ágape em ação, pois coloca o bem-estar dos outros acima do nosso, aceitando sacrifícios e inconveniências por amor ao próximo. É um amor que se expressa em bondade e compromisso com o bem alheio, sem esperar nada em troca.
Em várias traduções da Bíblia, ágape é muitas vezes traduzido como “caridade”, o que reforça a ideia de doação por meio de ações concretas. Atender ao chamado de imitar o amor de Jesus significa demonstrar essa bondade, compaixão e amor não apenas àqueles com quem estamos confortáveis, mas também aos que pensam
Diferentes traduções da Bíblia podem ampliar nossa compreensão dessas palavras, mas a essência permanece. Em uma lemos que o amor “tudo sofre, tudo crê, tudo espera, tudo suporta” (1 Coríntios 13:7 ACF). Outra ensina que o amor “não é grosseiro nem egoísta; não fica irritado, nem guarda mágoas. Quem ama não fica alegre quando alguém faz uma coisa errada, mas se alegra quando alguém faz o que é certo. Quem ama nunca desiste, porém suporta tudo com fé, esperança e paciência” (1 Coríntios 13:5–7 NTLH).
Esse padrão alto é um bom ponto de referência para nós, que buscamos viver no amor de Cristo e refletir Seu amor, compaixão e bondade para os outros por meio de nossas vidas, palavras e ações.
Jesus deu alguns exemplos de como podemos demonstrar esse amor em nosso cotidiano: “Dê a todo aquele que pedir, e se alguém tirar o que pertence a você, não lhe exija que o devolva.
Como vocês querem que os outros lhes façam, façam também vocês a eles” (Lucas 6:30–31).
Também nos diz:
“Amem, porém, os seus inimigos, façam-lhes o bem e emprestem a eles, sem esperar receber nada de volta. Então, a recompensa que terão será grande e vocês serão filhos do Altíssimo, porque ele é bondoso para com os ingratos e maus. Sejam misericordiosos, assim como o Pai de vocês é misericordioso... Deem e será dado a vocês” (Lucas 6:35–38).
A Primeira Epístola de João nos lembra da importância de colocar o amor em ação:
“Filhinhos, não amemos de palavra nem de boca, mas em ação e em verdade” (1 João 3:18). Tiago nos dá exemplos práticos de como Seu amor pode ser expresso em nossa vida cotidiana: “Se um irmão ou irmã estiver necessitando de roupas e do alimento de cada dia e um de vocês lhe disser: ‘Vá em paz, aqueça-se e alimente-se até satisfazer-se’, sem porém lhe dar nada, de que adianta isso? Assim também a fé, por si só, se não for acompanhada de obras, está morta” (Tiago 2:15–18).
Manifestar o amor de Cristo em nossas vidas diárias, ações e interações com os outros é fundamental em uma vida que reflete Jesus para os outros e atrai as pessoas a Ele. Decidir desenvolver um caráter cristão é uma expressão de amor. Para isso, Paulo nos instruiu a nos despojarmos do velho “eu” e nos revestirmos do novo em Cristo (Efésios 4:20–24). As virtudes cristãs, tais como o amor, a compaixão, a bondade, a gentileza e a paciência, têm suas raízes no amor de Cristo, que nos impulsiona (2 Coríntios 5:14).
Nós O amamos porque Ele nos amou primeiro (1 João 4:19 ACF). E é por esse amor que buscamos nos assemelharmos a Ele, refletir Sua imagem e Seu amor aos outros— mesmo que de maneira imperfeita. Contudo, mesmo o mais tênue reflexo do amor de Cristo pode brilhar na escuridão deste mundo e glorificar a Deus, que nos criou, nos ama, nos redimiu e com quem passaremos a eternidade (Mateus 5:16). Que possamos crescer continuamente em semelhança a Cristo, refletindo Seu amor e bondade a todos que encontramos.
Peter Amsterdam e sua esposa, Maria Fontaine, são diretores da Família Internacional, uma comunidade cristã. Adaptado do artigo original. ■
RELAÇÕES DE SUCESSO
Por Keith Phillips
A família Jones se mudou para a casa ao lado da família Smith no mesmo dia em que um cachorro de rua passou a frequentar aquela vizinhança. O animal imediatamente começou a causar estragos, remexendo as lixeiras e destruindo canteiros de flores em ambos os jardins. Os Smiths ficaram irritados, achando que os Jones haviam trazido uma perturbação para o bairro, enquanto os Jones consideravam inaceitável que os Smiths não tentassem controlar seu animal. Por várias semanas, nenhum dos casais falou com o outro, enquanto os ressentimentos aumentavam de ambos os lados. Finalmente, a Sra. Smith não aguentou mais e desabafou com a Sra. Jones. “Oh,” respondeu a Sra. Jones, “pensávamos que o cachorro era de vocês!”
O canino dessa história simboliza o que muitas vezes azeda os relacionamentos: mal-entendidos ou erros que provocam irritações que crescem desproporcionalmente. Muitas vezes, a resposta é melhorar a comunicação. Para isso, alguém precisa fazer o que nem sempre é fácil: dar o primeiro passo. Quando os envolvidos estão convencidos
de que estão certos ou relutam em admitir seus erros, as chances de uma solução diminuem, barreiras se levantam, os relacionamentos se deterioram e todos sofrem.
Onde encontrar a humildade para admitir nossos erros, ou o amor e a graça para perdoar e deixar para trás quando somos feridos? Onde buscar a sabedoria para transformar um beco sem saída em uma oportunidade para todos, a força para vencer nossa teimosia, ou a coragem para dar o primeiro passo? A Bíblia nos assegura que o poder divino de Deus já nos concedeu tudo o que precisamos para uma vida plena e piedosa, pelo nosso conhecimento dEle (2 Pedro 1:3). Jesus disse, “Peçam, e será dado” (Mateus 7:7). Como acontece às melhores coisas da vida, os relacionamentos mais duradouros e gratificantes começam com o mais essencial de todos— uma comunhão verdadeira com “Deus, que de tudo nos
Keith Phillips foi o editor-chefe da Contato de 1999 a 2013. Ele e sua esposa, Caryn, agora trabalham com moradores de rua nos EUA. ■
Querido Jesus, eu creio que Você é o Filho de Deus. Obrigado por ter morrido por mim para que eu possa viver perto de Você agora e com Você para sempre no céu. Por favor, entre no meu coração, perdoe os meus pecados e encha-me com Seu Espírito Santo. Obrigado! provê ricamente, para a nossa satisfação” (1 Timóteo 6:17).
Se ainda não experimentou o relacionamento mais essencial com o Deus vivo, pode fazê-lo agora, por meio desta simples oração:
UM AMOR DIFERENTE
Por Marie Knight
Na minha infância, “amor” era uma das minhas palavras favoritas. Eu sempre terminava qualquer carta com a frase: “Eu te amo tanto, tanto, tanto!” Sentia-me amada pela minha família, amigos e pela nossa igreja. Para mim, amor significava segurança e cuidado. Conforme fui crescendo, descobri um tipo diferente de amor, o descrito em Provérbios 27:6: “Quem fere por amor mostra lealdade”. Aprendi que o amor também envolve ajudar as pessoas a reconhecerem suas falhas. Durante a adolescência, desenvolvi o mau hábito de xingar. Chegou a ponto de as palavras escaparem da minha boca quase sem eu perceber, especialmente na presença dos meus amigos. Um dia, um amigo próximo me chamou para conversar e disse que achava que eu estava xingando demais e que aquilo se tornara desagradável. No início, fiquei surpresa e na defensiva, mas, no fundo, não pude deixar de reconhecer que ele tinha razão. Sabia que ele me disse aquilo porque se importava comigo e queria o meu bem, não para me fazer sentir mal. Queria mesmo me ajudar a ser uma pessoa melhor.
Então, com o incentivo e o apoio desse rapaz, comecei a estudar o que a Bíblia diz sobre o poder das nossas palavras. “A língua tem poder sobre a vida e sobre a
morte” (Provérbios 18:21). “Porque a sua boca fala do que está cheio o coração” (Lucas 6:45). “Se alguém se considera religioso, mas não refreia a sua língua, engana-se a si mesmo. Sua religião não tem valor algum!” (Tiago 1:26).
Com o tempo, aprendi a controlar minhas palavras e passei a expressar surpresa ou decepção de maneira mais positiva. Hoje, sou profundamente grata por meu amigo não ter hesitado em ser sincero, mesmo sabendo que não deve ter sido fácil para ele. Desde então, muitas vezes fui corrigida por minha família e amigos. Embora não seja uma sensação agradável, reconheço que o fazem porque se importam comigo.
Ser corrigido fere nosso orgulho, mas, se pedirmos ao Senhor sabedoria e nos esforçarmos para melhorar, a correção se torna uma bênção para nosso próprio crescimento. “Nenhuma disciplina parece ser motivo de alegria no momento, mas sim de tristeza. Mais tarde, porém, produz fruto de justiça e paz para aqueles que por ela foram exercitados” (Hebreus 12:11).
Marie Knight é missionária voluntária em tempo integral nos EUA. ■
APRENDA A RECEBER AMOR
Por Sally García
A Bíblia nos ensina a amar o próximo como a nós mesmos. Mas e quanto a permitir que o próximo nos ame da mesma forma que ama a si próprio?
Para muitos, isso é desafiador. Procuramos aprender a dar generosamente, mas sabemos receber da mesma forma? Percebemos que reconhecer nossas limitações e estar receptivos a um ato de bondade também é uma forma de amar? O que nos impede de aceitar a ajuda dos outros? Talvez seja falsa humildade. Pode ser que, no fundo, tenhamos orgulho da nossa independência ou medo de nos sentirmos endividados com alguém. Ou, quem sabe, acreditamos não ser dignos da consideração demonstrada por meio de um gesto bondoso.
que a outra pessoa também se sinta bem por nos fazer felizes. É uma situação em que todos ganham.
Certa vez, enquanto aprendia a costurar patchwork, criei um padrão em um pedaço de tecido e queria transformá-lo em uma bolsa. Pedi a uma amiga costureira que a fizesse para mim e o resultado foi lindo. Que gesto generoso! Continuei insistindo em saber quanto lhe devia, mas ela recusava repetidamente qualquer pagamento. Depois de talvez a quinta tentativa, ela, demonstrando uma dose de frustração, disse: “Você não consegue deixar alguém fazer algo bom por você?” Foi então que percebi que ainda não havia aprendido a aceitar a ajuda dos outros.
É bom receber elogios, mas nem sempre é fácil aceitá-los com elegância, sem tentar desmerecê-los com um “Não foi nada demais!” Isso só leva a pessoa a insistir em nos reconhecer, prolongando o desconforto. Em vez disso, podemos optar por alternativas sinceras, tais como “Obrigado! Fico feliz em ajudar” ou “Obrigado, é muito gentil da sua parte dizer isso”. Dessa forma, permitimos
A maioria das pessoas gosta de se sentir útil e valorizada. Quando dizem: “O que posso fazer para ajudar?”, normalmente estão falando com sinceridade. É uma expressão de confiança quando a amizade é verdadeira e contribui para a construção de uma comunidade.
Meu vizinho cria galinhas e sempre me oferece ovos quando passo por sua casa. Ele se sente um pouco solitário e, provavelmente, aquele é seu jeito de puxar conversa. Seu rosto se ilumina quando aceito e lhe agradeço.
Jesus ensinou que é mais bem-aventurado dar do que receber (Atos 20:35). Mas para que alguém possa dar, alguém tem de receber. Precisamos aprender a fazer ambas as coisas.
Sally García é educadora, escritora, tradutora, missionária e mentora. Vive no Chile com seu marido, Gabriel, e é membro da Família Internacional. ■
Um texto inesperado
Por Julie Vasquez
Às vezes, somos colocados em uma posição que nos permite ser uma bênção para os outros, servindo aqueles em necessidade e compartilhando o Evangelho. Talvez você esteja envolvido em uma missão que traz benefícios à sua comunidade e é bem acolhido por todos.
Mas em outros momentos, deparamo-nos com situações em que parece haver pouco que possamos fazer. Recentemente, vivi algo assim. Minha vida estava muitíssimo ocupada: um trabalho exigente, os estudos para um diploma, as responsabilidades familiares e todas as demais demandas do dia a dia. A maior parte das minhas interações humanas ocorria no trabalho, onde eu me esforçava para ser uma boa ouvinte, oferecendo ânimo, conselhos e orações sempre que podia. No entanto, parecia que, além de ser uma amiga e apoiar quem estava à minha volta, não havia muito mais que eu pudesse fazer.
Alguns anos depois, em um país diferente, comecei a refletir e a orar sobre meus próximos passos, buscando um novo emprego. Perguntava-me se o tempo que passei no emprego anterior havia deixado algum legado duradouro. Foi uma experiência estressante e às vezes
me questionava se deveria ter saído antes. Teria havido um propósito maior, além de receber um salário? Minha principal motivação era construir relacionamentos com meus colegas de trabalho, mas naquele momento de introspecção, perguntava-me se realmente havia feito alguma diferença.
Na manhã seguinte, acordei com uma mensagem de texto de uma ex-colega de trabalho com quem não falava havia meses. Vou chamá-la de Carla. Eu a havia contratado para uma posição de nível básico e sua história me marcou profundamente. Ela enfrentava dificuldades em praticamente todas as áreas de sua vida: problemas financeiros, problemas com o ex-marido, conflitos de custódia dos filhos, falta de educação formal e muito mais. Seu futuro parecia incerto e desanimador.
Durante cinco anos, orientei Carla em sua jornada profissional, ajudando-a a construir uma carreira técnica. Voltou a estudar, obteve as certificações necessárias com muito esforço, conquistou uma posição respeitável e passou a ver um futuro promissor. Houve desafios, lágrimas e muitas provações ao longo do caminho, mas ela não desistiu. Tentei estar ao seu lado nos momentos difíceis, oferecendo apoio e fortalecendo sua fé no Senhor.
Na mensagem que me enviou naquela manhã, Carla dizia: “Quero lhe agradecer por tudo. Você me ajudou a ser quem sou hoje. Agradeço por tudo o que fez por mim. Tudo isso é graças a você. Obrigada.”
Fiquei surpresa. Eu havia acabado de questionar se teria realmente feito alguma diferença e ali estava minha resposta. Carla compartilhou que seus filhos estão indo bem, que relacionamentos rompidos foram restaurados e que ela ama o trabalho que faz. Finalmente, está em um relacionamento feliz e traçando uma nova trajetória em sua vida.
Foi uma alegria imensa ser lembrada de que as pequenas ações — o encorajamento, a oração, o cuidado e a atenção — podem, de fato, fazer a diferença. Claro, sei que Jesus esteve profundamente envolvido em cada detalhe. Foi pela Sua graça que pude oferecer apoio, motivação e orientação. Certamente, foi, em última análise, a intervenção de Deus, mas é profundamente gratificante saber que de alguma forma participei na transformação da vida de uma pessoa. Isso me lembra o quanto o Senhor nos ama individualmente e Se preocupa com cada aspecto
das nossas vidas. Ele é paciente e disposto a investir o tempo necessário para nos conduzir a uma boa situação. Às vezes, quando somos chamados a servir em lugares inusitados ou sob condições desafiadoras, podemos sentir que estamos tendo pouco impacto. No entanto, podemos ter certeza de que, onde quer que o Senhor nos tenha colocado, ainda há trabalho significativo a ser feito, mesmo que pareça comum ou insignificante. Nenhum ato de amor, bondade ou generosidade é pequeno demais para que Deus o use, e cada vida transformada, cada família redirecionada a um novo caminho é algo belo a ser celebrado e muito gratificante.
Julie Vasquez é gerente de projetos e vive no Texas, EUA. ■
Muitas vezes, podemos negligenciar pequenas oportunidades que, embora sutis, possuem um valor eterno significativo. Assim como “A jornada de mil milhas começa com um único passo”, Deus frequentemente inicia grandes obras a partir dos simples gestos de bondade de alguém. Em Mateus 10:42 somos lembrados de que até mesmo um ato tão simples quanto oferecer um copo de água fria a alguém será recompensado. Já em Mateus 25:34–40, Jesus nos fala sobre as bênçãos reservadas para aqueles que visitam os presos e oferecem comida, abrigo e roupas aos necessitados. Cada palavra gentil, cada gesto de encorajamento e cada pequeno ato de bondade pode causar um impacto profundo na vida de alguém, seja no presente ou muitos anos depois. Guy Crockroft
Oração: Deus Todo-Poderoso, muitas vezes esperamos que outra pessoa intervenha e faça a diferença. Por quê? Porque acreditamos que nossos recursos são limitados ou que nossos dons não têm grande valor. No entanto, o que é maravilhoso é que, quando entregamos nossos dons ao Seu reino, Você os toma e os utiliza de maneiras que vão além do que imaginamos. Quando nos der a oportunidade de realizar algo pequeno esta semana para expressar um grande amor, por favor, ajude-nos a abraçar essa chance com o coração aberto. Amém. — Diane Vielhuber
Ela não precisava
Por Marie Alvero
Todo ano, recebo uma carta de uma mulher com a qual convivi, há mais de uma década, por um período de apenas seis meses. Naquela época, eu sentia que minha vida estava em completa desordem. Tinha quatro filhos pequenos, havíamos acabado de nos mudar para aquela cidade, estávamos financeiramente quebrados, e nosso casamento estava sob enorme pressão por causa de todo o estresse. Para ser sincera, minha fé também estava se esvaindo. Sem amigos ou comunidade por perto, nosso futuro parecia incerto.
Foi nesse contexto que a conheci, no primeiro dia de aula dos nossos filhos. Ela era o oposto de mim! Eu me sentia como um caos ambulante, enquanto ela exalava calma e estabilidade. Sua serenidade era como a de quem não se preocupa com modismos ou tendências passageiras, levando uma vida simples e significativa.
Nossos filhos se tornaram amigos rapidamente. Em vez de manter distância de mim, uma mãe jovem e aflita, abriu as portas de sua casa e de sua vida para nós. Compartilhamos inúmeras refeições com sua família, meus filhos passavam horas brincando em seu quintal, e ela nos levava à igreja com sua família, além de planejar atividades para as crianças. Com ela aprendi a lidar com muitas coisas novas e ela investiu na minha vida de maneiras que talvez nem tenha percebido.
Por meio dela, encontrei um pequeno grupo de mães que se reuniam semanalmente para oração e estudo da
Bíblia. Ironia do destino, eu, que vinha de uma vida centrada no trabalho missionário e em compartilhar a Bíblia com os outros, encontrava-me no ponto mais frágil e vulnerável da minha fé. Aquelas mulheres me acolheram, oraram por mim durante os meses em que eu não tinha forças para pedir por mim mesma.
Quando penso nos exemplos de amor em minha vida, percebo que tenho muitos. Sempre houve alguém refletindo o amor de Cristo ao meu redor. Mas aquela mulher, em particular, se destaca. Talvez porque, naquele momento, eu precisasse desesperadamente de sua bondade, e ela não tivesse nenhuma obrigação de oferecê-la. Ela não precisava deixar sua vida tranquila ser invadida pela confusão que eu trouxe, mas ainda assim, escolheu fazê-lo.
Ainda nos correspondemos, mandando notícias e fotos. Sua bondade e amizade continuam comigo até hoje. Ela me lembra que algumas das maiores oportunidades que temos para impactar a vida de alguém surgem quando estamos disponíveis e dispostos a compartilhar um pouco de nós mesmos, em vez de manter os outros à distância.
Marie Alvero foi missionária na África e no México. Atualmente, vive uma vida feliz e ocupada com seu marido e filhos no Texas, EUA. ■
Respostas às Suas Perguntas
CONSTRUINDO AMIZADES
P: Quero me dar bem com os outros e desfrutar de amizades e relacionamentos significativos, mas muitas vezes não sei por onde começar. Como posso construir conexões fortes com as pessoas?
R: Aqui estão algumas dicas para ajudar você a começar. O objetivo não é fingir ser alguém que não é, mas fazer um esforço consciente para cultivar qualidades que ajudarão as pessoas a se sentirem à vontade com você e a gostar da sua companhia.
• Seja educado e cortês. Como disse São Basílio: “Quem semeia cortesia, colhe a amizade; quem planta a bondade, colhe o amor”.
• Sorria. Um sorriso sincero pode desfazer barreiras, acalmar ânimos e encorajar os desanimados. Estabelece um tom positivo em qualquer situação.
• Seja otimista. Todos enfrentam desafios na vida, mas as pessoas são naturalmente atraídas por quem mantém uma atitude positiva e se concentra em soluções, em vez de problemas.
• Seja sociável. Se você sente timidez ao conhecer as pessoas, concentrar-se em fazer com que elas se sintam aceitas e à vontade pode, ao mesmo tempo, ajudar você a se sentir mais confortável.
• Procure o que há de bom nos outros. Todos possuem qualidades admiráveis. Em vez de ficar pensando nos defeitos dos demais, concentre-se em encontrar suas virtudes.
• Elogie as boas qualidades dos demais. Todos apreciam o reconhecimento por suas qualidades. Seja generoso, sincero e específico em seus elogios, para que sintam que realmente foram notados.
• Relaxe. Um bom senso de humor torna sua companhia mais agradável. Apenas certifique-se de que seu humor não seja à custa de outra pessoa.
• Mantenha a mente aberta. Todos têm direito a suas próprias opiniões e, muitas vezes, preservar uma amizade é mais importante do que vencer uma discussão. Aprender a concordar em discordar pode ser a chave.
• Seja humilde. Pessoas centradas em si mesmas e arrogantes são de difícil convivência. A humildade é cativante, enquanto o orgulho pode afastar os outros.
• Seja um bom ouvinte. Demonstrar interesse genuíno pelo que os outros têm a dizer é uma das melhores formas de mostrar que você se importa. Esforce-se para ser compreensivo e colocar-se no lugar do outro.
• Seja gentil quando os outros cometem erros. Todos erramos de vez em quando. Lembre-se da Regra de Ouro: “Façam aos outros o que vocês querem que eles façam a vocês” (Mateus 7:12). Ao ser gentil com os erros alheios, você abre caminho para receber a mesma gentileza quando precisar. ■
O PODER DE CURA DO AMOR
Por G.L. Ellens
Fiquei impressionada com sua intuição e generosidade. No entanto, só após o nascimento do meu bebê percebi a verdadeira profundidade de seu amor e desvelo.
Depois do parto, contraí uma infecção grave que me deixou de cama, debilitada por uma febre persistente. A alegria de ter meu novo bebê foi ofuscada pela dor e fraqueza que me dominavam. Quando Martha soube da minha condição, não hesitou em me visitar.
Conheci Martha, uma enfermeira aposentada, em um momento profundamente desafiador em sua vida. Ela havia chegado a um desespero tão intenso que estava considerando o suicídio. Conversamos sobre o amor incondicional de Deus e a convidei a colocar sua fé e confiança em Jesus, buscando nEle perdão e uma nova vida. Essa simples mensagem a sensibilizou profundamente, desencadeando uma transformação significativa em seu caráter e espírito. Nossa amizade floresceu desde então. Certo dia, Martha me trouxe roupas de bebê e outros itens essenciais para recém-nascidos. Fiquei surpresa, pois havia acabado de descobrir que estava grávida do meu segundo filho!
Com os olhos cheios de preocupação e sem pensar duas vezes, ofereceu-se para se mudar para nossa casa e cuidar de mim até que eu estivesse recuperada. Durante um mês inteiro, Martha foi minha companheira constante e cuidadora dedicada. Suas habilidades de enfermagem, desenvolvidas ao longo de anos de prática, foram inestimáveis. Mas seu cuidado ia muito além do físico. Sua presença trouxe uma paz e serenidade que foram fundamentais para a minha recuperação. Sua fé sólida e inabalável me lembrava diariamente da força que podemos encontrar no amor de Deus.
Ela também cuidou do meu recém-nascido com um carinho que só as avós amorosas têm para dar. Todo aquela compaixão era uma manifestação viva dos ensinamentos de Jesus, um testemunho claro do que significa amar o próximo como a si mesmo.
No fim daquele mês, eu estava totalmente recuperada e imensamente grata pelo amoroso cuidado daquela boa alma.
Sua história é um exemplo poderoso do impacto transformador do amor de Jesus. Suas ações mostraram que, mesmo em meio às nossas próprias lutas, podemos ser instrumentos do amor de Deus na vida dos outros. A vida de Martha, antes marcada pelo desespero, tornou-se um canal de cura e bênção para mim e minha família. Seu exemplo me inspira a olhar além das minhas próprias circunstâncias e a estender a mão àqueles que precisam, refletindo assim o amor infinito de Deus. Seus atos de amor e bondade não foram meramente gestos momentâneos; foram a essência de viver para Jesus.
G. L. Ellens foi missionária e professora em escolas no Sudeste Asiático por mais de 25 anos. Embora aposentada, continua ativa em trabalho voluntário e segue seu interesse pela escrita. ■
Sendo um instrumento da bondade de Deus
Por Rosane Cordoba
Anos atrás, meu marido e eu éramos missionários em Foz do Iguaçu. Realizávamos apresentações de fantoches com nossos filhos em escolas e instituições, arrecadando recursos e levando o Evangelho a crianças, adolescentes e adultos de maneira criativa. Também fazíamos o que podíamos para ajudar algumas famílias pobres do nosso bairro, fornecendo frutas, legumes e frutas que conseguíamos no mercado.
Em um Natal, tivemos um pouco de dinheiro extra e decidimos compartilhá-lo com uma família necessitada como uma surpresa de fim de ano. Enquanto orávamos, pedindo a Deus direção sobre quem deveríamos ajudar, lembramos de uma grande família cristã cujo pai sofrera um acidente de trabalho. Embora ele não tivesse perdido o emprego, seu patrão não pôde pagar seu salário durante os dois meses em que ele ficaria de recuperação.
Fomos até a casa daquela família e entregamos um envelope à mãe. Ela o abriu e começou a chorar. Em seguida, correu para o quarto, nos deixando perplexos. Perguntamos à filha mais velha o que estava acontecendo, mas ela também não sabia. Logo, a mãe voltou, enxugando as lágrimas, e nos disse: “Por favor, perdoem-me e não vão embora ainda. As crianças não sabem, mas recebemos a notificação de que vão cortar nossa luz se não pagarmos a conta até amanhã. O dinheiro que
vocês trouxeram é exatamente o valor que precisávamos. Essas lágrimas são de alegria, porque esta manhã eu orei pedindo a Deus um milagre para suprir o que nos faltava, mas não sabia como isso aconteceria. Muito obrigada por serem o instrumento da misericórdia de Deus para nós!”
Algum tempo depois, quando tivemos nosso terceiro filho, passamos por dificuldades financeiras e precisávamos de um carrinho de bebê. Durante uma visita a amigos, mencionei essa necessidade, e a mulher, com um sorriso, disse: “Espere um minuto!” Ela foi até o quarto e voltou com um carrinho de bebê que havia pertencido à sua filha. Era exatamente o tipo que eu havia pedido em oração! Ela me entregou o carrinho e disse: “Agora eu entendo como Deus responde às orações. Ele toca o coração de alguém que tem algo para compartilhar, e essa pessoa doa àqueles que precisam!”
É verdade, não é? Se todos ouvissem o chamado de Deus e compartilhassem o que têm com os necessitados, tornando-se instrumentos de Sua generosidade, quão melhor este mundo seria!
Rosane Cordoba vive no Rio de Janeiro. Ela é escritora freelancer, tradutora e produtora de materiais infantis com base na fé e voltados para o desenvolvimento do caráter. ■
Com Amor, Jesus
Ame os outros como Eu os amo
Meu amor por você é tão profundo que mesmo enquanto você ainda era pecador, entreguei Minha vida por você (Romanos 5:8). Meu amor é tão grande que enxerguei além do seu pecado e angústias, e vi a beleza da Minha criação. Meu mandamento para todos que Me amam é simples: amem-se uns aos outros, assim como Eu amei vocês ( João 13:34).
Amo cada pessoa individualmente e dei a Minha vida para redimi-las, assim como amo você e por você morri na cruz. Amar os outros com o Meu amor significa ver além das falhas, deficiências e quebrantamentos das pessoas para que possa estender a mão com a Minha bondade e compaixão, e compartilhar o Meu amor e redenção com elas.
Esteja atento às oportunidades diárias para refletir o Meu amor por meio de atos de bondade, desvelo e consideração. Use palavras de encorajamento, reserve tempo para ouvir e demonstrar empatia, ajude a aliviar os fardos e mostre amor em suas ações. Ao longo do dia, faça uma pausa e pergunte a si mesmo: “Com quem eu tive contato hoje que precisa de encorajamento, oração, um abraço, alguém para conversar ou um amigo?”
Ao estender a mão com gentileza e compaixão, você descobrirá a alegria de compartilhar o Meu amor e de ajudar a transformar vidas. Assim, todos saberão que vocês são Meus discípulos, se tiverem amor uns pelos outros ( João 13:35).