4 minute read

Portucale Ventures avança para compra de ativos imobiliários em Espanha

Portucale Ventures avança para a compra de ativos imobiliários em Espanha

A Portucale Ventures-Imobiliária, holding de investimentos em ativos imobiliários, está a intensificar a sua aposta no mercado espanhol, onde este ano já adquiriu quatro imóveis, concentrando-se para já na comunidade autónoma da Andaluzia.

Advertisement

Texto Clementina Fonseca cfonseca@ccile.org Fotos Sandra Marina Guerreiro sguerreiro@ccile.org

APortucale Ventures, empresa de investimentos imobiliários liderada pela família Barreira e pela família lopes, firmou, este ano, quatro contratos de aquisição de imóveis em Espanha, e tem já acordo para duas novas aquisições, projetando, assim, continuar a investir neste mercado.

Segundo Ricardo lopes (na foto), o administrador da Portucale Ventures, a empresa tem vindo a adquirir alguns imóveis, especialmente na comunidade autónoma da Andaluzia, como estratégia complementar da expansão geográfica de uma das suas participadas, a Empirepuzzle investment club, da qual é também presidente e cEO.

A Empirepuzzle, uma startup que conta com três anos de existência no mercado português, detém um modelo de investimento diferenciado, onde congrega um clube privado de investidores (mais de 300 membros), com entrada só por convite, e uma plataforma digital, onde disponibiliza e partilha os investimentos imobiliários.

Assim, após a compra de cada ativo em Espanha– que “é sempre efetuada com recurso a capitais próprios”–, a Portucale Ventures coloca uma parte dos mesmos na plataforma da Empirepuzzle, possibilitando a partilha do investimento com os membros do clube que queiram investir– estes são, genericamente, investidores particulares, não institucionais. “Na nossa ótica, o investimento (em ativos imobiliários) irá cada vez mais ser suportado na partilha e estará muito assente na digitalização de processos”, refere Ricardo lopes. “A nova realidade passa por criar modelos de partilha segmentados, do ponto de vista financeiro, e dando voz ativa aos participantes na escolha direta do investimento”, conclui. Neste âmbito, o especialista antecipa que este tipo de investimentos se irão fazer mais “projeto a projeto e menos por cabazes de produtos”, estando o “investidor mais consciente e alerta”. Este exigirá, por isso, “transparência da performance e rentabilidade de cada projeto per si”, e não tanto partilhando resultados de um conjunto de ativos, onde “os prejuízos de uns podem ser escondidos pelos benefícios obtidos por outros” ativos. O próximo passo da Portucale Ventures será a constituição e abertura de casas do clube Empirepuzzle nas regiões de Espanha, “tendo já iniciado contactos com parceiros locais para a Andaluzia e comunidade de Valência”, permitindo o crescimento do número de membros do clube, projetos a partilhar e uma gestão localizada, refere o mesmo responsável.

“Rentabilidades médias anuais em torno de 12%”

Os projetos adquiridos e partilhados ficam em carteira entre 12 e 24 meses, até à sua alienação, gerando “rentabilidades médias anuais em torno dos 12%”, sublinha Ricardo lopes.

A Portucale Ventures, criada em 2007, tem vindo a investir sobretudo em ativos imobiliários, estando, todavia, também desperta para investir em empresas de base tecnológica (como foi o caso da Empirepuzzle), e tendo ainda outras participações em empresas complemen-

tares à sua atividade.

Ricardo lopes frisa que o facto de a empresa recorrer só a capitais próprios “obriga a uma rotação de capital muito cautelosa e de risco controlado”, ou seja, equacionar bem o investimento face ao potencial de alienação nos prazos previstos. Neste sentido, são privilegiados ativos com determinadas características mais “vendáveis” ou em “localizações-chave e de forte procura”, como por exemplo, zonas junto ao litoral. “A pandemia fez aumentar a exigência por imóveis diferentes, que tenham nomeadamente varandas e/ou espaços exteriores”, sublinha Ricardo lopes. deste modo, face ao aumento da procura de ativos com espaços exteriores, também o preço dos terrenos nas periferias “dispararam”.

A subida de preços está relacionada ainda com o défice de construção que existe na Grande lisboa e, em termos gerais, no litoral, considera.

O volume global de investimentos da Portucale Ventures em ativos ronda atualmente os dois milhões de euros e o volume de vendas anuais situa-se em torno de um milhão de euros.

Por sua vez, a Empirepuzzle, que detém três veículos de investimento, atualmente tem ativos imobiliários de investimento partilhado de 3,5 milhões de euros, de um total investido de 7,5 milhões de euros.

O grupo de empresas liderado por Ricardo lopes conta com 14 funcionários, operando também em articulação com empresas de consultoria, advocacia, gestão e contabilidade.

Por outro lado, Ricardo lopes comenta que uma das tendências atuais– o teletrabalho– veio mesmo para ficar e que cada vez mais as pessoas irão privilegiar a possibilidade de trabalhar à distância, a partir de qualquer parte do mundo, desde que conectados à internet para comunicar com a entidade empregadora– são os chamados nómadas digitais. Assim, o setor imobiliário deverá ter isso também em conta, pelo que será de “esperar um crescimento da tendência de procura de locais mais periféricos, mais aprazíveis para viver e trabalhar do que os grandes centros das cidades”. 

PUB

This article is from: