Junho 2018

Panorama

+PERNAMBUCO Edição N

FENEARTE 2018 RECEBE INCENTIVO DA LEI ROUANET

º 09 | Junho 2018 | Ano IV

Expediente PUBLICAÇÃO

TRIMESTRAL

ECONÔMICO

DE

DA

AGÊNCIA

PERNAMBUCO

-

AD

DE

DESENVOLVIMENTO

DIPER

Governador de Pernambuco Paulo Henrique Saraiva Câmara Vice-governador de Pernambuco

Edição e Reportagem Flávio Adriano (DRT-PE 2525) Danilo Martins Débora Oliveira Yasmim DiCastro

Raul Jean Louis Henry Júnior Secretário de Desenvolvimento Econômico André Gustavo Carneiro Leão Diretor-Presidente da AD Diper Leonardo Cerquinho Chefe de Gabinete Guttierrez Lima

www.addiper.pe.gov.br/ @ad_diper @addiper facebook.com/addiper/ linkedin.com/company/addiper

Diretor de Suporte Estratégico José André de Lima Freitas da Silva Gerência de Inteligência do Mercado Hugo Borba Assessor de Inteligência de Mercado Carol Beltrão Foto de Capa Adrey Lucas

ENDEREÇO AVENIDA AFLITOS

CONSELHEIRO -

RECIFE

TELEFONE: (081)

3181

-

7500

ROSA

E

SILVA,

347

Bússola POR LEONARDO CERQUINHO

ESTAMOS NO CAMINHO CERTO Bosh e Unilever vão ampliar as operações aqui em Pernambuco. Esta informação foi um dos atrativos da 101

ª reunião do Conselho Estadual de Políticas Industrial, Comercial e de Serviços (Condic).

O Centro de Distribuição da Bosch, localizado na cidade de Cabo de Santo Agostinho, no Grande Recife, passará a contar também com uma linha de produção para montagem final de furadeiras, serra mármore e esmerilhadeira. Já a Unilever, em Ipojuca, fará investimentos na planta de detergentes líquidos, em Ipojuca.

Nesta reunião do Condic, foram aprovados 28 projetos, sendo 21 de indústrias (8 no interior), 5 de importadoras e 2 de centrais de distribuição. O Governo do Estado conseguiu atrair investimentos em indústrias na ordem de R$ 99,5 milhões, sendo R$ 64,5 milhões destinados à RMR e R$ 35 milhões para o interior, com geração de 510 empregos.

Como resultado deste encontro, queremos transformar as operações de distribuição e até mesmo de importação em operações industriais, com a finalização da produção mais próxima do consumidor, acarretando assim ganhos fiscais, logísticos e financeiros para as marcas envolvidas e para o Estado.

Ou seja, estamos no caminho certo...

Curtas

POR DÉBORA OLIVEIRA

AD DIPER É DIGITAL Com o lançamento do Sistema Eletrônico de Informações (SEI), agregado ao Target e Sankhya, a AD Diper dá mais um passo em direção ao futuro. A ideia é que, com a inserção desses novos sistemas, o uso de papel seja significativamente reduzido e os processos naveguem de forma mais segura entre os departamentos.

SOFIA: NOVA INTEGRANTE DA AD DIPER Com o objetivo de implantar uma nova forma de falar sobre economia, a AD Diper lança Sofia, gerente de planejamento estratégico virtual e responsável pelo seu próprio newsletter, que irá divulgar dados referentes a pesquisas como: pesquisa industrial mensal, pesquisa mensal de comércio, pesquisa mensal de serviços e pesquisa nacional por amostra de domicílios contínua mensal.

Inovando no modelo de divulgação das pesquisas, o intuito é que Sofia aproxime a agência de novos parceiros e de um público mais jovem. Embora Sofia ainda não seja interativa, seu informativo será bem dinâmico, composto principalmente por infográficos. Moderno e objetivo, o informativo deve ser uma maneira rápida de acessar as principais informações sobre economia.

GIRO AD DIPER DE VOLTA O jornal interno dos colaboradores voltou para a AD Diper. Agora ele é divulgado quinzenalmente com tópicos rotativos que condizem com as principais novidades e histórias voltadas para os colaboradores da agência.

Sofia: colaboradora virtual

A primeira edição conta com informações sobre o balanço semestral, a divulgação da comissão de integração, os resultados da primeira pesquisa de clima realizada pelo grupo e a história de um colaborador da casa.

A PARTIR DE AGORA A FENEARTE RECEBE INCENTIVO DA LEI ROUANET Essa será a primeira edição da Feira a receber recursos por meio da Lei Federal de Incentivo à Cultura e garante muitos benefícios aos realizadores do projeto, artesãos envolvidos e ao público consumidor

A 19ª edição da Feira Nacional de Negócios do Artesanato – Fenearte – chega em 2018 com uma grande novidade: foi autorizada a conseguir captação total dos recursos através da Lei Rouanet, Lei Federal de Incentivo à Cultura. Considerada a maior feira de artesanato da América Latina, o evento realizará, por mais um ano, a promoção cultural do Estado e a consolidação do artesanato como atividade econômica viável para artesãos pernambucanos e das demais unidades federativas, proporcionando um contato direto do produtor com o público consumidor.

Além disso, a feira também possui um forte viés social e sustentável, por meio de duas ações: FENEARTE SUSTENTÁVEL - Todo o material reciclável produzido pelo evento será coletado, separado e doado à Cooperativa de Catadores de Materiais Recicláveis (COOCENCIPE), responsável pela destinação adequada dos materiais, comercializando-os para indústrias recicladoras. O óleo de cozinha utilizado na Praça de Alimentação também terá destinação correta. Uma parceria entre a Fenearte e o Instituto Agronômico Pernambucano (IPA) promoverá a distribuição gratuita de mudas de espécies da Mata Atlântica no espaço Fenearte Sustentável, localizado na área externa da Feira.

FENEARTE SOCIAL: A Feira possui um espaço destinado ao desenvolvimento social com o foco na prevenção, promoção e garantia de direitos das crianças e adolescentes em situação de vulnerabilidade.

O espaço desenvolve atividades lúdicas, motoras, cognitivas e criativas sob a ótica infantil, como também insere os menores nas questões culturais.

A Fenearte é uma realização do Governo do Estado em conjunto com a Agência de Desenvolvimento de Pernambuco (AD Diper) e Secretaria de Desenvolvimento Econômico do Estado (SDEC), através do Programa do Artesanato de Pernambuco (PAPE). Também estão envolvidas a Empresa Pernambucana de Turismo (Empetur), Secretaria Estadual de Turismo, Fundação do Patrimônio Histórico e Artístico de Pernambuco (Fundarpe), Secretaria Estadual de Cultura e Recife Convention&Visitors Bureau (RCVB).

Termômetro Econômico

POR CAROL BELTRÃO

PERNAMBUCO RETOMA CRESCIMENTO ACIMA DO BRASIL E FECHA 2017 COM PIB DE 2% Alcançando R$ 172,3 bilhões em

Além destas mudanças, o Boletim da

impactos da seca que

valores correntes, o PIB

Agência Condepe/Fidem ressalta o

contribuiu negativamente nos

pernambucano demonstrou uma

incremento nas

indicadores do estado.

recuperação mais rápida do que a

exportações pernambucanas em

Quanto às expectativas para 2018, é

economia brasileira no último ano

38,4%, com mudança na pauta

possível identificar tendência de

(crescimento de 1,0%). O

exportadora. Antes com

crescimento na

movimento do estado pode ser

predominância dos derivados da

economia estadual, com expectativa

percebido pelo comportamento

cana de açúcar, o estado passou a

de aumento de 3,00% no PIB do

agregado dos seus três grandes

contabilizar os produtos

estado. No âmbito

setores: Agropecuária (19,0%),

provenientes do Polo Automotivo do

nacional o crescimento previsto para

Indústria (-1,1%) e Serviços (1,9%).

Norte da RMR, como os dois

o PIB é de 2,18%. Esse movimento

De acordo com o Relatório de

principais produtos

positivo no ano foi

Cojuntura Econômica do Banco

exportados: Veículos Comerciais

corroborado pelos indicadores de

Central, no que se refere à

Leves a Diesel e Automóveis.

expectativa dos empresários medidos

dinâmica da atividade econômica, o

O informativo do Banco Central

no primeiro trismestre

período 2009-2017 pode ser

aponta também que “a recuperação

de 2018, que resultaram em com

segmentado em três fases: (i)

mais vigorosa da

melhoria significativa nos Índices de

2009-2014 quando a economia do

economia pernambucana está

Confiança Empresarial

estado cresceu acima da média do

condicionada à manutenção de

país e da região; (ii)

trajetória favorável do consumo

(10,7% quando comparado com o

2015-2016: retração intensa no

das famílias, que cresceu em 2017,

mesmo período do ano anterior), da

desempenho pernambucano e

estimulado pelo incremento da

Indústria (11,9%), dos

brasileiro; (iii) a partir de 2017:

massa real de rendimentos,

Serviços (9,3%), bem como no Índice

recuperação moderada.

em ambiente de inflação baixa, e

de Confiança do Consumidor (7,7%).

A primeira fase pernambucana teve

pela liberação de recursos de contas

Importante ressaltar, que a Crise dos

significativo impacto das políticas

inativas do Fundo de

Combustíveis, deflagrada pela greve

públicas de aumento da

Garantia do Tempo de Serviço

dos caminhoneiros

renda: transferência assistencial e

(FGTS) – e à retomada dos

impactará negativamente na

aumento real do salário mínimo,

investimentos”. Na segunda fase, o

economia brasileira e estadual.

gerando efeitos no

Relatório destaca queda acentuada

Contudo, permanece a

comércio varejista, no mercado de

dos investimentos a nível nacional,

expectativa positiva no agregado

crédito e no setor de serviços, em

com impactos expressivos sobre a

anual, com base na retomada da

geral. Além destas

economia pernambucana, sentido em

dinâmica econômica.

políticas, o período contou com

todos os setores e

novos empreendimentos

gerando grandes desligamentos no

estruturadores em Pernambuco.

mercado de trabalho, além dos

BALANÇO PRODEPE PRIMEIRO TRIMESTRE DE 2018 O Conselho Estadual de Políticas Industrial, Comercial e de Serviços (Condic) aprovou 21 projetos no primeiro trimestre de 2018.

Mais de 40,0% dos projetos aprovados tratam de novas indústrias a serem implantadas em Pernambuco.

O total de investimentos aprovados preveem um aporte de R$ 125,6 milhões no Estado, com cerca de 50,0% destinados à Região Metropolitana do Recife. A Mata Norte também contou com um significativo volume de investimentos (34,1%). Entre os setores de atividades observados, o de alimentos correspondeu à maior parcela 36,7%, seguidos pelo de minerais não-metálicos.

Cabe ressaltar que esses investimentos gerarão 510 empregos diretos, de acordo com os projetos apresentados, com cerca de 37,4% previstos para o setor de alimentos.

OPORTUNIDADE

DADA A LARGADA PARA O DESAFIO AD DIPER Empresas Juniores vinculadas à Federação de Empresas Juniores de Pernambuco participaram de ação que visa o fortalecimento dos APLs do Estado POR DANILO MARTINS

O Desafio AD Diper, ação da Agência de

além de analisar as áreas de

Os três melhores projetos foram

Desenvolvimento Econômico de

desenvolvimento empresarial e

apresentados por seus representantes

Pernambuco (AD Diper) em conjunto com

internacionalização de Pernambuco,

no dia 21 de maio e avaliados pela

a Federação de Empresas Juniores de

para que assim possa ser fomentada

curadoria da AD Diper.

Pernambuco (Fejepe). É uma iniciativa

uma maior capacidade de inovação e

para estimular universitários que formam

produtividade.

Empresas Juniores Federadas (EJ) a pensarem em soluções práticas e

Como parâmetro de sucesso para os

inovadoras para os APLs.

projetos, as empresas juniores necessitam entender o funcionamento

Um dos maiores objetivos do desafio é

dos APLs, como são os processamentos

aumentar a competitividade e

e suas dificuldades, para que, desse

produtividade das empresas que

modo, identifiquem as possíveis

integram os Arranjos Produtivos Locais de

melhorias que sejam viáveis para os

Pernambuco através do desenvolvimento

empreendedores locais.

das soluções apresentadas pelas Empresas juniores. A operação busca

Para o Desafio AD Diper, as EJs

promover ações para capitalizar as

precisaram elaborar um projeto com

economias de aglomeração territorial e

diagnóstico e solução para algum dos

setorial e superar falhas de mercado

sete principais APLs pernambucanos e

através das soluções que serão

entregar até o dia 07 de maio deste

apontadas pelas EJs,

ano.

A Citi, empresa júnior do Centro de Informática da Universidade Federal de Pernambuco, foi a campeã da primeira edição do Desafio AD Diper.

Com a sugestão para área têxtil, a empresa júnior recebeu o valor de R$ 5 mil e um capítulo exclusivo no livro da Agência sobre os Arranjos Produtivos Locais (APL).

O projeto apresentado consistia em uma plataforma que se aproxima do marketplace para a área Têxtil voltando-se para a venda no atacado por meio da tecnologia PWA (Progressive Web APP).

PROJETO INCENTIVA A PRODUÇÃO DA FARINHA DE MANDIOCA EM PERNAMBUCO Com o investimentos de R$ 330 mil, pareceria entre AD Diper, Sebrae e Prefeitura de Feira Nova vai beneficiar toda a cadeia produtiva da região Foto: Ascom AD Diper

A Agência de Desenvolvimento Econômico de Pernambuco (AD Diper) lançou agora em junho, em parceria com o Sebrae, um projeto de reestruturação da produção de Farinha de Mandioca no Município de Feira Nova, localizado no Agreste Setentrional Pernambucano. Os investimentos totais da iniciativa chegam ao montante de R$ 330 mil. O lançamento aconteceu na quadra da Escola João Murilo, no centro do município, e contou com a presença do diretor-presidente da AD Diper, Leonardo Cerquinho, e do prefeito Danilson Gonzaga.

O intuito do projeto é trabalhar todos os agentes envolvidos na cadeia produtiva da farinha, do produtor rural por meio da reestruturação das casas de farinha e montagem de uma cooperativa entre os principais produtores da região; até das raspadeiras que receberão cursos de segurança no trabalho e na manipulação de alimentos. Em paralelo, a prefeitura do município também auxiliará no projeto por meio da entrega de equipamentos API e a implementação do Reniva, que consiste na rede de multiplicação e transferência de materiais propagativos de mandioca com qualidade genética e fitossanitária para a plantação.

A partir da parceria da agência com o Sebrae ocorrerão treinamentos e acesso a consultoria nas áreas de: socioativismo, empreendedorismo, financeiro, contábil, fiscal, tributária, administrativo, negociação, comercialização, estoque, marketing e qualidade. Além disso também será realizada uma oficina para a produção de farinha saborizada.

A estimativa é que, entre o público beneficiado, estejam cerca de 100 produtores rurais, 200 raspadeiras e 10 casas de farinha. O acompanhamento ocorrerá por cerca de um ano, e espera-se que ao final seja montada uma cooperativa entre algumas casas de farinha. Para a cooperativa será criada uma marca coletiva, identidade visual, registro e patente, rotulagem e código de barras para os seus produtos, gestão de resíduos sólidos das cooperativas e construção de um site.

HISTÓRICO O município de Feira Nova deixou de ser um grande produtor da mandioca e reduziu a cadeira produtiva apenas para a produção de farinha e o empacotamento da mesma, que é realizado de forma terceirizada causando dependência entre as empacotadoras e os produtores e aumentando o preço dos produtos. As casas de farinha funcionam de forma familiar, com pouco poder de barganha, pouca estrutura e dificuldades na gestão. A mandioca deixou de ser interessante para os agricultores devido a problemas de solo e doenças como podridão da raiz.

“NOSSA PRINCIPAL MATÉRIA-PRIMA É A NOSSA GENTE” A concessão de benefícios fiscais para as empresas já tem data para acabar no Brasil. Mas o diretor Geral de Política Tributária da Secretaria da Fazenda de Pernambuco, Roberto de Abreu, demonstra tranquilidade quando questionado sobre o assunto. Para ele, além de saber que a guerra fiscal está longe de terminar, o Estado hoje é uma referência no País em relação ao equilíbrio fiscal, à gestão profissional e à capacitação de mão de obra. Leia a entrevista concedida por email ao jornalista Flávio Adriano.

PINGPONG Como Pernambuco está se preparando para o fim da guerra fiscal?

Apesar de entendermos que a guerra fiscal está longe de terminar, o Governo do Estado tem empreendido uma série de ações e políticas públicas para garantir maior competitividade quando este momento chegar. Dentre elas podemos citar os maciços investimentos em educação e capacitação profissional, pois a qualidade da mão de obra é fundamental para atração de investimentos. Também são desenvolvidos projetos na área de infraestrutura, seja rodoviária como também portuária, além da questão da disponibilidade de água em regiões importantes do Estado como o Polo de Confecções do Agreste. Importante ressaltar também medidas de desburocratização adotadas por várias áreas do Governo, incluindo a SEFAZ. Estas medidas ajudam a melhorar o ambiente de negócios do Estado e com isso garantir padrões próximos ao Sudeste do país.

O PRAZO FINAL É DAQUI A QUANTO TEMPO? Se nada mudar até lá o prazo final é 2032. Esta data foi estipulada pela Lei Complementar Federal Nº 160/2017 com limite para concessões de incentivos fiscais para indústrias.

Esperamos que até lá uma política federal de redução das desigualdades regionais possa ser implementada e apresente resultados palpáveis, incluindo nesta política uma Reforma Tributária. Caso contrário, penso que deveremos lutar pela prorrogação deste prazo.

O que mudou na prática com a regulamentação do Programa de Estímulo à Indústria (Proind)?

Temos agora para atividade industrial um instrumento semelhante ao Prodepe em termos de percentuais de incentivos fiscais, porém com um nível de simplicidade muito acima do Prodepe. A partir do Proind todo o processo de concessão e utilização dos incentivos é realizado de forma muito rápida, simples e desburocratizada. É uma excelente alternativa ao Prodepe que deve se consolidar e atrair cada vez mais empresas, inclusive migrando do Prodepe.

Quais são os requisitos para que a empresa participe do Proind?

Estar regular perante os fiscos estadual e federal. Também deve informar os valores de investimentos e geração de empregos. No caso das empresas que migrem do Prodepe será exigido uma valor de ICMS mínimo, que nada mais é do que a manutenção dos mesmos patamares de arrecadação em relação aos 12 meses anteriores à migração. Importante salientar que, ao contrário do Prodepe, que prevê o incentivo fiscal por empresa e por produto, o Proind é concedido unicamente por empresa, o que significa dizer que todos as mercadorias produzidas pela empresa estarão beneficiadas e que a empresa poderá mudar o rol de produtos ou até mesmo a atividade sem a necessidade de obter uma nova autorização do uso do incentivo.

COMO FAZER COM QUE AS EMPRESAS QUE AQUI ESTÃO PERMANEÇAM INVESTINDO EM PERNAMBUCO? Mantendo nosso ritmo de crescimento econômico acima da média nacional e regional, investindo na melhoria do ambiente de negócios e buscando o adensamento das cadeias produtivas que possam atrair ou desenvolver fornecedores para estas empresas. Outro fato relevante muito comentado pelas empresas é que o Estado de Pernambuco, notadamente pelo trabalho desenvolvido pela AD Diper, permanece, após a atração das empresas, dando suporte em várias empresas recém instaladas e nas necessidades que elas enfrentam ao longo do tempo de permanência delas no Estado. Esta parceria estimula as empresas a ter longevidade e continuar investindo por aqui, principalmente em ampliações das capacidades produtivas e lançamentos de novos produtos.

E como atrair novos investimentos?

Desenvolvendo a mesma estratégia da resposta da pergunta anterior e implementando as mesmas políticas e ações da resposta à primeira pergunta. Neste contexto o desenvolvimento de Suape é fundamental, pois o complexo ainda tem muito espaço para crescer e precisa de autonomia para acelerar este processo. Quanto mais investimentos e empreendimentos nós atraímos mais cresce nossa escala e reforça nossa condição de polo de desenvolvimento regional e até mesmo nacional. As informações disseminadas por quem já está aqui, de que Pernambuco é um bom lugar para se investir, contribui muito para alavancar novos investimentos.

Pernambuco está no caminho certo?

Com certeza. Apesar de não termos uma grande extensão territorial, poucos recursos minerais e dificuldades na agropecuária, temos vocação, localização geográfica e infraestrutura para desenvolver a logística, a indústria e os serviços, principalmente de base tecnológica como Tecnologia da Informação e Comunicação, Saúde e Educação. Nossa principal matéria-prima é a nossa gente. Com recursos humanos cada vez mais preparados e políticas públicas exitosas teremos um longo caminho de desenvolvimento e prosperidade econômica e social.

INBETTA INICIA OPERAÇÃO COM 95% DE MÃO DE OBRA PERNAMBUCANA Governador Paulo Câmara participou, em abril, da inauguração do novo parque fabril do grupo gaúcho em Pernambuco, construído no município do Paulista

PAULISTA - Enquanto o Brasil caminha a passos lentos na atração de investimentos e novos negócios, Pernambuco vem se consolidando cada vez mais como um dos Estados mais preparados e confiáveis para se investir no País. E mais uma demonstração desse potencial foi registrada, na manhã do dia 17 de abril, com a inauguração da nova fábrica do Grupo InBetta no Estado, desta vez, localizada no município do Paulista, Região Metropolitana do Recife. Com um investimento de R$ 160 milhões, o parque fabril contempla 20 hectares de área total e é considerada a melhor e mais moderna fábrica do grupo gaúcho.

Dos 300 empregos oferecidos, 95% são ocupados por pernambucanos. A expectativa é que outros 1.200 postos sejam gerados indiretamente na região.

Acompanhado da diretoria da InBetta, o governador Paulo Câmara conheceu as instalações do Centro de Distribuição e aproveitou para cumprimentar os funcionários. "Essa inauguração mostra, mais uma vez, a confiança dos investidores em Pernambuco. Essa negociação começou em 2016, há 13 meses lançamos a pedra fundamental e, hoje, em tempo recorde, nós fizemos tudo acontecer. Está de parabéns a InBetta, por ter acreditado em Pernambuco. Está de parabéns também o município do Paulista, que nos ajudou a fazer com que esse empreendimento virasse realidade. A geração de empregos aqui já inicia com 300 novas vagas, mas com certeza isso será ampliado. Já ocupamos 95% dos postos de trabalho oferecidos aqui, e isso mostra a força e a qualidade da nossa mão de obra.

Temos um povo guerreiro e que dá conta do recado", destacou o governador.

Paulo aproveitou o momento também para agradecer ao Grupo pela confiança do investimento em Pernambuco. “Parcerias como essas são fundamentais e necessárias para o caminho que nós queremos, que é da recuperação econômica de Pernambuco. O que nós vemos aqui é um empreendimento de muita qualidade que está sendo entregue aos pernambucanos. Incentivos fiscais são dados, mas também a possibilidade de priorização nas licenças e a qualificação de mão de obra. Então, a gente têm benefícios específicos para cada região, e a inBetta escolheu investir aqui no município do Paulista pela forma como foi acolhida e por sua localização estratégica”, cravou.

A unidade irá produzir bens de consumo, higiene, material de limpeza doméstica e industrial, ferramentas e utensílios, produtos que serão distribuídos para todo o Nordeste. A primeira etapa da unidade vai ocupar uma área de 33 mil m², localizada às margens da PE-22, em Maranguape II. "A qualidade da mão de obra, com certeza, é um dos fatores que nos atraem para cá, além da maneira como o Estado sabe receber o investimento privado, com respeito e celeridade. As coisas prometidas acontecem no seu tempo, dentro da regra e da lei. O povo pernambucano tem se mostrado excelente em produtividade. Não temos nenhuma diferença na produção em relação à matriz, no Rio Grande do Sul", ressaltou o presidente do Grupo InBetta, Eduardo Bettanin.

INCENTIVOS – Para a instalação da nova fábrica, Pernambuco concedeu à empresa incentivo fiscal, denominado crédito presumido do ICMS, no percentual de 75% (Prodepe Indústria), assim como incentivos fiscais para a CD (Central de Distribuição) e operações de importação, entre outros. Além disso, foi destinado um montante de R$ 8 milhões, através do Programa de Desenvolvimento da Infraestrutura Industrial – PROINFRA, para a construção da via de acesso para tráfego pesado de carretas e veículos utilitários; rede de energia elétrica provisória e definitiva; fornecimento de gás natural através do gasoduto; terraplanagem; infraestrutura de fornecimento de água e saneamento, além da readequação do giro de retorno na PE-22, km 4,5.

"ESTAR AQUI, NA VERDADE, É VIVER UM VERDADEIRO PARADOXO. ENQUANTO TODO O PAÍS ESTÁ EM CRISE, TENTANDO SE RECUPERAR DESSE MOMENTO TÃO DIFÍCIL, NÓS ESTAMOS AQUI, NO DIA DE HOJE, JUNTO AO GOVERNADOR E AO INVESTIDOR PRIVADO, QUE ACREDITOU NO ESTADO DE PERNAMBUCO, NO PAULISTA E SE INSTALOU AQUI REALIZANDO UM INVESTIMENTO DE R$ 160 MILHÕES. INVESTIMENTO ESSE QUE ESTÁ GERANDO EMPREGO E RENDA PARA O MUNICÍPIO E, AUTOMATICAMENTE, ELEVANDO A AUTOESTIMA DA NOSSA POPULAÇÃO, COMO JÁ VEM ACONTECENDO DESDE O INÍCIO DAS OBRAS", DECLAROU O PREFEITO DE PAULISTA, JÚNIOR MATUTO.

A EMPRESA - A InBetta foi fundada em 1947 no município de Esteio, no Rio Grande do Sul. O grupo reúne seis grandes empresas (Bettanin, Atlas, Sanremo, Primafer, Ordene e Super Pro Bettanin), atuando em cinco segmentos diferentes: higiene e limpeza, organização, conservação, acabamento e linha profissional. A companhia emprega mais de 2,6 mil funcionários que produzem 4,5 mil produtos diferentes, comercializados em todo o Brasil e exportados para mais de 50 países. O faturamento anual passa de R$ 1 bilhão. A história da InBetta em Pernambuco começou em 2000, com a instalação de uma central de distribuição em Jaboatão dos Guararapes.

Em 2008, o grupo construiu uma fábrica para produzir utensílios domésticos como potes, baldes e itens de cozinha da marca Sanremo. Com a inauguração da fábrica no município do Paulista, as atividades da unidade do Jaboatão serão transferidas para o novo parque fabril.

Ponto de Vista UMA NOVA LÓGICA NOS NEGÓCIOS

por Alcides Pires, diretor da MIDIAVOX, presidente do SOFTEX Recife e Conselheiro do Porto Digital

Vivemos num tempo em que a velocidade de transformação das coisas está atingindo níveis avassaladores. As tecnologias se sucedem tornando as anteriores obsoletas e caras. Os sinais são claros. As câmeras digitais substituíram as câmeras de filme de rolo; os smartphones estão tornando as câmeras digitais dispensáveis. Os telefones celulares substituem as linhas fixas, que não são analógicas faz tempo.

A questão é que essas transformações trazidas por meio da tecnologia produzem profundas mudanças no ambiente de negócios. A tecnologia está na base da inovação que transforma as empresas e os negócios, gerando novos produtos e serviços, além de novas formas de atender a velhas e conhecidas demandas das empresas e pessoas.

Para a antiga necessidade de se transportar de um lugar a outro, por exemplo, criaram-se novas formas de atendê-la, como os aplicativos para táxi; os novos tipos de negócio, como a Uber; e maneiras de evitar o transporte, como as teleconferências e as ferramentas de compartilhamento de computadores.

A adoção de inovação pelas empresas produz movimentos de clientes e concorrentes em torno delas, com o surgimento de novos líderes de mercado e o enfraquecimento dos antigos. Tudo isso usando uma infraestrutura que cresceu até se tornar ubíqua. A internet se tornou um serviço básico sobre o qual trafegam voz, imagem e serviços pessoais, corporativos e governamentais.

Hoje há mais dispositivos conectados à internet do que seres humanos sobre a Terra. E isso impõe que pensemos sobre os nossos próprios negócios. Nem tudo pode ser substituído por algo digital, mas o digital pode transformar tudo.

Aqui há oportunidades e riscos para todas as empresas.

Nesse cenário, Pernambuco conta com forças a seu favor. A geografia lhe põe no centro do Nordeste com uma economia diversificada que agregou novas regiões de desenvolvimento puxadas por investimentos públicos e privados.

Agregue-se o fator mais decisivo nesse cenário em que inovar é viver: gente preparada. Um conjunto articulado de cientistas, professores, empreendedores e trabalhadores em tecnologia forma um ecossistema qualificado e reconhecido no nosso Estado. O Porto Digital é uma carta com a qual precisamos jogar. São centenas de empresas, startups, centros de pesquisa, universidades e instituições com variados graus de articulação e conhecimentos diversos, que estão ajudando empresas e pessoas, daqui e de outras partes do mundo, a se posicionar melhor num mundo crescentemente digital.

Os empreendedores da indústria, comércio e serviço tradicionais detêm o mais importante ativo nos negócios: o conhecimento dos problemas dos seus clientes e de como funciona a cadeia de atenção e solução. É preciso, então, juntar esse ativo precioso de conhecimento e posição de mercado com novas formas de fazer, cultivar, criar, vender, chegar, mostrar, atender, pagar, receber, informar, entender, ensinar e aprender.Internet das coisas, inteligência artificial, dados em larga escala, computação em nuvem, tudo isso está pronto para ser usado, mas não gera riqueza antes de ir para as nossas fábricas, lojas, caminhões, hospitais, governos e casas. É tempo de nossas cadeias produtivas de bens e serviços e Porto Digital se conhecerem de perto para produzir mais por Pernambuco e sua gente.