Intolerancia Religiosa no Brasil

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INTOLERANCIA RELIGIOSA NO BRASIL Autor: Adam Kowalik A Constituição Federal do Brasil consagra como direito fundamental a liberdade de religião, prescrevendo que o Brasil é um país laico. Com essa afirmação queremos dizer que a vigente Constituição Federal, o Estado deve se preocupar em proporcionar a seus cidadãos um clima de perfeita compreensão religiosa, proscrevendo a intolerância e o fanatismo. Deve existir uma divisão muito acentuada entre o Estado e a Igreja (religiões em geral), não podendo existir nenhuma religião oficial, devendo, porém, o Estado prestar proteção e garantia ao livre exercício de todas as religiões. Infelizmente temos casos recentes da intolerância religiosa. Verifica-se no Brasil das últimas duas décadas um crescimento dos ataques das igrejas neopentecostais contra as religiões afro-brasileiras, índios e contra a Igreja Católica1. Os três bispos católicos são ameaçados de morte. São religiosos que estão na linha de frente da luta pelos direitos humanos: direitos indígenas, contra os grileiros de terra, contra prostituição infantil, contra o tráfico de drogas. Irmã Dorothy, missionária americana, com 73 anos de idade, foi assassinada por liderar movimentos sociais por conflitos por terra. Esses ataques são resultado de vários fatores, entre os quais podemos destacar: a disputa por adeptos de uma mesma origem socioeconômica, o tipo de cruzada proselitista muito agressiva, adotada pelas igrejas neopentecostais2 – com grandes investimentos nos meios de comunicação de massa e o conseqüente crescimento dessas denominações. Os casos de intolerância, antes apenas episódicos e sem grandes repercussões, hoje saíram da esfera das relações cotidianas menos visíveis para ganhar visibilidade pública, conforme atestam as freqüentes notícias de jornais que os registram em inúmeros pontos o Brasil3. 1

Cf. GONÇALVES DA SILVA, V., Intolerância religiosa. Impactos do neopentecostalismo no campo religioso afro-brasileiro, São Paulo, EDUSP, 2007. 2 http://www.sobresites.com/protestantismo/pentecostais.htm 3 A FUNAI acusa Igrejas Evangélicas de destruir a cultura e a religião dos Índios Guarani no Mato Grosso do Sul. Os Índios Guarani foram donos de todas as terras do Sudeste até a Paraguai. A FUNAI e os Índios acusam as Igrejas Pentecostais de intolerância religiosa. Elas satanizaram objetos de adoração e os rituais. Por exemplo a tintura urubum, que os índios usam para ser visto por Deus. Em aldeia de Maguapiru (7 km. De Dourados), têm 36 igrejas diferentes. Mais intolerante è ”Deus è Amor”. Cinco casas de oração foram 1


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Igualmente, a reação a estes casos, antes apenas um esboço isolado e tímido de algumas vítimas, agora se faz em termos de processos criminais levados adiante por pessoas físicas ou instituições públicas, como ONGs e até mesmo a Promotoria Pública. Para que possamos entender melhor a natureza e extensão desses casos de intolerância, foram recolhidas informações sobre eles, publicadas na imprensa e na literatura acadêmica dos últimos anos. Essas informações, posteriormente, foram sistematizadas e classificadas segundo os seguintes critérios: 1) ataques feitos no âmbito dos cultos das igrejas neopentecostais e em seus meios de divulgação e proselitismo; 2) agressões físicas; 3) ataques às cerimônias religiosas realizadas em locais públicos 4) ataques a outros símbolos religiosos. A seguir apresento alguns casos representativos de cada grupo. 1) Os ataques feitos no âmbito das práticas rituais das igrejas neopentecostais e de seus meios de divulgação e proselitismo têm como ponto de partida uma teologia assentada na idéia de que a causa de grande parte dos males deste mundo pode ser atribuída à presença do demônio, que geralmente é associado aos deuses de outras denominações religiosas. O panteão afro-brasileiro é especialmente alvo deste ataque, sobretudo a linha ou categoria de Exu, que foi associada inicialmente ao diabo cristão e posteriormente aceita nessa condição por uma boa parcela do povo-de-santo, principalmente o da umbanda. No interior das igrejas neopentecostais são freqüentes as sessões de exorcismo (ou “descarrego”, conforme denominação da Igreja Universal do Reino de Deus – Iurd) dessas entidades, que são chamadas a incorporar para em seguida serem desqualificadas e expulsas como forma de libertação espiritual do fiel. Dos púlpitos, esse ataque estende-se para os programas religiosos transmitidos pela Rede Record da “Igreja Universal de Reino de Deus” e por outras emissoras que tem seus horários comprados pelas igrejas neopentecostais. criminosamente incendiadas a manda dos pastores. Os Índios são chamados demônios. Os templos pentecostais são construídos nas terras da União sem autorização do Governo Brasileiro. 2


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Em muitos desses programas são exibidas “reconstituições de casos reais” ou dramatizações nas quais símbolos e elementos das religiões afrobrasileiras são retratados como meios espirituais para a obtenção unicamente de malefícios: morte de inimigos, disseminação de doenças, separação de casais ou amarração amorosa, desavença na família etc. São comuns nesses programas os testemunhos de conversão dados por pessoas que se apresentam como antigos freqüentadores de terreiros, que são entrevistados pelo pastor e “confessam” os malefícios que teriam sido feitos com ajuda das entidades afro-brasileiras (chamadas de “encostos”). Os testemunhos mais explorados são os dos que se apresentam como ex-sacerdotes das religiões afro-brasileiras, chamados de “ex-pais-de-encosto” que explicam detalhadamente como faziam os despachos e sua intenção malévola. A vasta rede de comunicação dessas igrejas inclui ainda programas de rádio, sites na Internet e material de divulgação religiosa (livros, jornais, revistas e folhetos), como a Folha Universal e a revista Plenitude, ambas da Iurd, e os livros best-sellers Orixás, Caboclos & Guias; Deuses ou Demônios?, do bispo Edir Macedo (Iurd), e Espiritismo. A Magia do Engano, do missionário R. R. Soares (Igreja Internacional da Graça de Deus). 2) Os membros das igrejas neopentecostais muitas vezes invadem terreiros visando a destruir altares, a quebrar imagens e a “exorcizar” seus freqüentadores, o que geralmente termina em agressão física. ۞ No Rio de Janeiro, umbandistas foram agredidos com pedradas pelos freqüentadores de uma Iurd4. Uma adepta da Tenda Espírita, foi mantida por dois dias em cárcere privado numa igreja evangélica, com o objetivo de que esta renunciasse à sua crença e se convertesse ao evangelismo . ۞ Em Salvador, tida como a “capital da macumbaria” ou a “Sodoma e Gamorra da magia negra” pelos neopentecostais, uma iniciada no candomblé teve sua casa, invadida por trinta adeptos da Igreja Internacional da Graça de Deus, que jogaram sal grosso e enxofre na direção das pessoas ali reunidas durante uma cerimônia religiosa5. ۞ Em São Luis, alguns fiéis da Assembléia de Deus acusaram os chefes do Terreiro do Justino, de seqüestro de um bebê, filho de um casal de 4

O Globo, 7.7.1989. Muitas fontes jornalísticas citadas aqui foram utilizadas inicialmente por Ricardo Mariano em Neopentecostais. Sociologia do Novo Pentecostalismo no Brasil, São Paulo, Loyola, 1999. 5 A Tarde, 16.4.2003. 3


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freqüentadores da igreja que residia na vizinhança. Acreditavam que o bebê teria sido raptado para ser sacrificado nos ritos do terreiro. Para demonstrar sua força, as igrejas evangélicas organizaram uma passeata para intimidar os seguidores dos “demônios” naquele bairro. Em resposta, o povo-de-santo saiu às ruas vestindo roupas brancas, cor associada à paz e a Oxalá, o orixá da criação, segundo o candomblé. 3) Quando as atividades religiosas (festas, oferendas, procissões etc.) são feitas em lugares públicos (praias, matas, cachoeiras, ruas, largos e ginásios), os adeptos ficam mais expostos a ataques, que englobam desde a simples distribuição aos presentes de panfletos com propaganda contra esses cultos até a tentativa de interrupção forçada dos rituais. ۞ Durante uma festa de Iemanjá ocorrida na praia do Leme, Rio de Janeiro, neopentecostais pregaram contra a cerimônia com auxílio de altofalantes e destruíram os presentes ofertados à entidade, associada ao mar. Símbolos das religiões afro-brasileiras colocados em espaços públicos também podem ser atacados. ۞A revitalização do Dique do Tororó, que incluiu a instalação de esculturas dos orixás pela prefeitura de Salvador, rendeu uma série de críticas das igrejas evangélicas, que condenaram esse ato de “enaltecimento de uma religião diabólica”, “associada ao mal”, que precisaria ser “exorcizada”, segundo sua óptica, e não homenageada pelo poder público. Argumentando que as imagens dos orixás, mais do que símbolos religiosos específicos, fazem parte da cultura baiana, o poder público assim justificou sua ação. ۞ Em São Paulo, agressões à estátua de Iemanjá, na Praia Grande, como tentativa de depredação, têm sido registradas. A intolerância religiosa pode se manifestar inclusive no compartilhamento de locais ou transportes públicos, como no caso de uma mulher que por trajar um turbante branco, típico dessas religiões, foi expulsa do ônibus em que viajava na zona norte da cidade carioca. 4) Símbolos da herança africana no Brasil, mesmo que não sejam exatamente religiosos, mas de alguma forma aludam às religiões afrobrasileiras, também são estigmatizados e combatidos.

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Com a recente decisão do Ministério da Educação pela inclusão da temática “História e Cultura Afro-brasileira” no currículo oficial da rede de ensino, livros didáticos abordando o assunto começam a ser produzidos6. Uma coordenadora pedagógica evangélica no Rio de Janeiro, protestou junto à editora alegando que o livro fazia apologia das religiões afro-brasileiras e que não seria adotado em sua escola, onde a maioria dos alunos e professores, segundo ela, era evangélica. A mesma coleção também gerou protesto na Câmara da cidade de Pato Branco, Paraná, onde um vereador e pastor evangélico denominou a obra de “livro do demônio” e pediu a cassação da coleção. Vale lembrar que o referido material didático foi avaliado e obteve parecer muito favorável, sendo recomendado pelo Guia do Plano Nacional do Livro Didático (PNLD-2004)20. 5) Como se vê neste último caso, com a crescente eleição de candidatos evangélicos ou de aliados a tais igrejas, a batalha contra outras denominações religiosas também se reflete ou se ampara no campo da representação política. 6) O fundador da Igreja Universal, Edir Macedo foi processado pelo Conselho Nacional Deliberativo da Umbanda e dos Cultos Afro-brasileiros por vilipêndio a culto religioso, calúnia e difamação, o que ocasionou uma breve contenção na intensidade dos ataques nesse período. A trégua durou pouco, pois em meados dos anos de 1990 a agressão a uma imagemde Nossa Senhora Aparecida, feita por um bispo da Iurd durante um programa televisivo, fato que ficou conhecido como o “chute na santa”, motivou uma reação de vários segmentos da sociedade brasileira, colocando essa igreja neopentecostal numa situação difícil7. A Bahia é o Estado onde existe atualmente um número maior de casos registrados de reação. Segundo levantamentos publicados por um jornal, nos últimos sete anos foram registrados quase duzentas reclamações e processos, os quais englobam, entre outras, ações por difamação contra sacerdotes evangélicos e seus seguidores (e também contra alguns padres) por afirmarem publicamente serem as religiões afro-brasileiras demoníacas, apresentarem programas na televisão vilipendiando símbolos dessas religiões ou atacarem terreiros e seus membros. 6

Lei 10.639, sancionada em 9.1.2003, que altera a Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional (LDB). Maiores informações em: http://www.mec.gov.br/cne/pdf/003.pdf 7 Cf. http://www.acemprol.com/viewtopic.php?f=704&t=5757&view=next 5


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Nesses processos, o Ministério Público tem tido uma atuação importante, embora a lentidão das varas judiciais criminais, para onde os processos são enviados, desestimule uma ação sistemática por parte das vítimas. Além disso, estas, em geral, não possuem conhecimento suficiente dos mecanismos de funcionamento do poder judiciário para neles atuarem de forma mais incisiva. Considerando tais dificuldades e na tentativa de criar fóruns de debate e rotinas mais ágeis para o encaminhamento desses processos, entidades de defesa dos direitos civis estão propondo inclusive a criação de uma vara específica para os casos de discriminação racial e religiosa. Apesar das dificuldades, essas ações jurídicas começam a dar resultados favoráveis aos adeptos das religiões afro-brasileiras. As igrejas evangélicas responsáveis pelos programas considerados ofensivos às religiões afrobrasileiras, e as redes de televisão que os exibem, estão sendo notificadas. Na Bahia há inúmeros processos em andamento, alguns deles com sentenças outorgadas. O programa “Ponto de Luz”, da Igreja Universal do Reino de Deus, teve seu horário de exibição alterado (reclassificação etária), ficando proibidas as referências pejorativas às religiões afro-brasileiras. ۞ Em São Paulo, as redes de televisão (Record, Rede Mulher e outras) que apresentam programas ofensivos (“Sessão Descarrego”, “Mistérios” etc.) foram condenadas a exibir em sua programação o direito de resposta dos representantes das religiões afro-brasileiras. ۞ O caso mais emblemático de reação é o da mãe Gilda (Gildásia dos Santos e Santos), do Axé Abassá de Ogum, em Itapuã, Bahia, que em 1992 participou em Brasília de um protesto contra o governo Collor, tendo sido fotografada pela revista Veja ao lado de um despacho. Posteriormente, essa imagem foi usada numa edição de 1999 da Folha Universal ao lado da manchete “Macumbeiros Charlatões Lesam a Bolsa e a Vida dos Clientes – O Mercado da Enganação Cresce no Brasil, mas o Procon Está de Olho”8.

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Em 1999, a edição nº 39 da Folha Universal (26 de setembro a 2 de outubro) traz uma matéria com o título “Macumbeiros Charlatões lesam o bolso e a vida dos clientes”. A reportagem traz uma reprodução de uma imagem de Gildásia dos Santos e Santos, a Mãe Gilda, ialorixá do terreiro Axé Abassá de Ogum. A foto havia sido publicada pela revista Veja em 1992, numa matéria sobre as manifestações a favor do impeachment do então presidente Collor de Mello. A imagem da Folha Universal trazia uma taxa preta sob os olhos de Mãe Gilda. Em 21 de janeiro de 2000, um dia após assinar a procuração para que os advogados acionassem a Igreja Universal por danos morais e à imagem, Mãe Gilda morre devido a um infarto fulminante. O processo é levado à frente por sua filha e sucessora no comando do terreiro, a ialorixá Jaciara Ribeiro. Em 13 de janeiro de 2004, o juiz Clésio Rômulo Carrilho Rosa assina sentença determinando que a Igreja Universal e a editora da Folha Universal, a Editora Gráfica Universal, pague indenização à família de Mãe Gilda no valor de R$ 1.372.000,00 (Um milhão, trezentos e setenta e dois mil reais), além de publicar a sentença na capa e encarte do jornal por duas tiragens consecutivas. A decisão ainda cabe recurso.

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Este fato e a invasão de seu terreiro por membros da Igreja Deus é Amor, que tentaram “exorcizá-la”, levaram a mãe-de-santo a decidir pela ação judicial contra seus agressores e difamadores. Mãe Gilda faleceu em seguida, aos 65 anos, de um infarto fulminante, em conseqüência, segundo sua família, desses acontecimentos, que a abalaram profundamente. Em 2004, a Justiça condenou a Igreja Universal e sua gráfica a indenizar a família da ialorixá em 1,372 milhões de Reais pelo uso indevido de sua imagem (um Real por cada exemplar do jornal publicado com a matéria). O caráter emblemático deste caso levou nesse mesmo ano a Câmara de Vereadores de Salvador a transformar a data de falecimento da ialorixá, 21.1.2000, em “Dia Municipal de Combate à Intolerância Religiosa”. ۞ O livro Orixás, Caboclos & Guias – Deuses ou Demônios? é outra publicação que vem sendo questionada na Justiça. Na Bahia, a Procuradoria Estadual enviou à Procuradoria da República um pedido para retirar de circulação o livro considerando seu caráter ofensivo às religiões afrobrasileiras. ۞No Rio de Janeiro, a Justiça condenou em 2004 a Iurd e a Editora Gráfica Universal, responsável pela publicação do livro, a pagar 120 mil Reais pelo uso indevido da imagem do adolescente Ricardo Navarro, que aparece numa foto, na época com quatro anos de idade, tocando atabaque no terreiro de sua avó, a ialorixá Palmira de Iansã, em Mesquita. Segundo a legenda da foto: “Essas crianças, por terem sido envolvidas com os orixás, certamente não terão boas notas na escola e serão filhos ‘problemas’ na adolescência”. A ialorixá já havia processado a editora há 10 anos pelo uso da imagem de três crianças em seu terreiro, que aparece no livro e no jornal Folha Universal para ilustrar uma matéria intitulada “Filhos do Demônio”. A gráfica foi condenada a pagar vinte salários mínimos para as famílias das três crianças. Uma dessas crianças, hoje adolescente, lembra que na época foi alvo de chacota na escola: “Eu fui chamada de macumbeira, que vivia em religião de demônio”. ۞ Na Bahia, o Movimento Contra a Intolerância Religiosa, iniciado em 2000, teve como articuladores vários desses agentes, como a Federação Baiana de Culto Afro, o Centro de Estudos Afro-Orientais (da Universidade Federal da Bahia), e a Comissão de Assuntos Religiosos Afrodescendentes também têm buscado articular a comunidade religiosa, organizando passeatas e atos de protesto contra a descriminação religiosa e alertando sobre a necessidade de eleger políticos comprometidos com a causa religiosa afrobrasileira. 7


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O Superior Órgão de Umbanda do Estado de São Paulo e a União das Tendas de Umbanda e Candomblé do Brasil também vem atuando por meio de processos judiciais contra pastores evangélicos. Outra estratégia de resistência dos afro-brasileiros tem sido buscar apoio no movimento ecumênico, considerando que o ataque neopentecostal também se dirige a outras religiões, principalmente ao catolicismo. Além do já comentado episódio do “chute na santa”, manifestações públicas de fé católica também têm sido alvo de ataques, como os tumultos provocados por fiéis neopentecostais durante as procissões católicas, como a do Senhor Morto, na Sexta-feira da Paixão no Rio de Janeiro, ou nas romarias populares, como a de Padre Cícero, em Juazeiro do Norte. Sem contar que o próprio papa tem sido visto como “o representante do demônio na terra” padres e bispos geralmente são apontados como praticantes de pedofilia e homoerotismo. Por meio desse movimento ecumênico, os cultos afro-brasileiros podem, inclusive, encontrar a solidariedade de igrejas evangélicas que discordam e condenam os ataques realizados pelas denominações neopentecostais mais intolerantes. Enfim, o desenvolvimento das religiões afro-brasileiras foi marcado pela necessidade de criar estratégias de sobrevivência e diálogo frente às condições adversas. Considerando o contexto acima apresentado, este artigo é um esforço de analisar, sob vários pontos de vista, o impacto do crescimento das igrejas neopentecostais, com seus discursos e práticas de ataque e intolerância religiosa, no campo religioso afro-brasileiro e católico. A melhor contribuição que poderíamos dar, como membros de uma entidade científica, seria uma reflexão feita por especialistas do campo que pudessem, ao analisar o problema, contribuir para um debate mais amplo que envolvesse a sociedade civil na garantia dos direitos universais de liberdade de culto e respeito à diversidade cultural.

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ANEXO ________________________________________________________________ Publicada em 15/03/2008 às 19:36

Bandidos proíbem manifestações de umbanda, candomblé e expulsam donos de terreiros dos morros

Adriana Diniz - Expresso RIO - A Constituição Federal garante liberdade religiosa a todo cidadão brasileiro. Isso inclui o direito de escolher a religião que deseja e o de expressar as tradições e ritos da crença escolhida. Mas, nas comunidades do Rio dominadas pelo tráfico de drogas, bandidos impõem suas próprias leis. E liberdade religiosa definitivamente não está entre elas. Traficantes de diversas favelas estão proibindo manifestações de umbanda, candomblé e expulsando donos de terreiros. A intolerância religiosa está ligada à expansão de igrejas independentes - que nada têm a ver com as tradicionais igrejas evangélicas - nas comunidades. Seus líderes se intitulam pastores e exigem muito pouco da conversão: os bandidos podem continuar no crime e, mesmo assim, ostentar o título de "convertidos por Jesus". Em troca, expulsam a "concorrência" de seus territórios. Durante um mês, a reportagem do EXTRA percorreu diversas favelas e ouviu relatos impressionantes de moradores, líderes comunitários e religiosos sobre o fim da liberdade religiosa nas comunidades carentes do Rio.

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Assassinato de Dorothy Stang: uma morte anunciada e um governo hipócrita O assassinato de irmã Dorothy, no Pará, é mais um exemplo de como as políticas de Lula estimulam a impunidade na mesma proporção em que beneficiam o latifúndio

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CMI

• No sábado, 12 de fevereiro, a freira Dorothy Stang foi brutalmente assassinada com seis tiros disparados à queima-roupa por pistoleiros, a mando de grileiros e madeireiros da região de Anapu, no Pará. Conhecida internacionalmente por sua atuação em projetos de desenvolvimento sustentável e na luta pelos direitos humanos, irmã Dorothy (de 73 anos, 40 deles vividos no Brasil, onde ela havia se naturalizado) é mais uma vítima da luta pela terra e da impunidade que cerca os assassinos de lutadores. Uma impunidade da qual Lula e todo o seu governo são criminosamente cúmplices. Assassinato a luz do dia Em uma clara demonstração da facilidade com que atuam, os pistoleiros assassinaram a freira em plena luz do dia e na presença de parte da população. Isso depois de terem feito ameaças durante anos. Fato que foi amplamente denunciado por Dorothy Stang, inclusive ao ministro Nilmário Miranda, dos Direitos Humanos, e em rede nacional, menos de uma semana antes do crime. Uma situação que não só aumentou a indignação de todos, como fez com que muitos identificassem o governo e sua política como os responsáveis que se encontram por trás dos pistoleiros e dos mandantes. Algo que o governo tentou negar, enviando para a área alguns policiais e um pelotão de políticos e ministros (dentre eles Marina Silva, do Meio Ambiente, e o próprio Nilmário), chegando a declarar que a freira não tinha proteção por não a ter requisitado. Uma hipocrisia que a poucos engana. Como a advogada da Comissão Pastoral da Terra, Rosilene Silva, declarou à imprensa, “por várias vezes, irmã Dorothy denunciou que estava sendo ameaçada e nada foi feito; agora, depois que ela foi assassinada de forma covarde, todas as autoridades da segurança pública resolveram se reunir em Anapu”.

Dorothy Stang

Quando fechávamos esta edição, auxiliados pelo descaramento dos pistoleiros, o governo começava a apresentar as pistas que poderiam levar aos suspeitos e prometia “punição exemplar”. Mas, enquanto isso, há outros 30 sindicalistas ameaçados de morte na região (sendo que apenas um deles está sob proteção policial). Justiça só virá com a luta Dentre as demonstrações mais asquerosas da hipocrisia governista estão as declarações da senadora Ana Júlia (PT/PA). Na tentativa de isentar o governo Lula, ela afirmou que os únicos responsáveis são o governo estadual, sua polícia e os grileiros, todos eles orquestrados para “desmoralizar o governo federal”, diante de suas “ações efetivas” em relação à questão agrária. A verdade é bem outra. A morte da freira é mais um lamentável capítulo em uma história que inclui Chico Mendes, os sem-terra de Corumbiara e Eldorado dos Carajás e milhares de outros que foram vitimados pela combinação de concentração latifundiária, impunidade e negligência criminosa dos sucessivos governos e de todo o aparato do Estado. Uma história que Lula já demonstrou não estar disposto a mudar. Algo que só poderá acontecer através da organização e luta de todos que querem terra e justiça. O que, já não há dúvidas, só pode ser feito em aberta oposição ao governo Lula, que escolheu como aliados aqueles se ordenaram os disparos que provocaram a morte de irmã Dorothy e tantos outros.

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10/04/2008

CNBB EXIGE PROTEÇÃO A BISPOS AMEAÇADOS DE MORTE AGENCIA ESTADO

Os aproximadamente 300 bispos e arcebispos que participam da 46ª Assembléia Geral da Conferência Nacional dos Bispos do Brasil, em Indaiatuba, no interior paulista, divulgaram hoje uma nota de solidariedade a três colegas que alegam sofrer perseguição e ameaças de morte pelo trabalho missionário: d. Erwin Kräutler, da Prelazia do Xingu (MT); d. José Luiz Azcona Hermoso, da Prelazia do Marajó (PA); e d. Flávio Giovenale, da Diocese de Abaetetuba (PA). No comunicado, os bispos exigem das autoridades competentes investigações sérias e proteção para os ameaçados. A nota vai ao encontro de um dos principais pontos da conferência episcopal: fortalecer o espírito missionário de seus líderes. "Não podemos parar diante de um desafio, somos discípulos do Senhor. Não podemos anular nossa atuação por causa da perseguição e ameaça. Não podem frear nosso empenho. Perseguiram o Senhor. Somos servos e seremos perseguidos também", afirmou d. Erwin, que anda 24 horas acompanhado por seguranças da Polícia Militar (PM) no Estado do Pará. A missão continental, proposta na 5ª Conferência do Episcopado Latino-Americano realizada em Aparecida, também no interior de São Paulo, em maio do ano passado, tem sido um dos pontos altos de discussão na CNBB este ano. "A igreja precisa motivar, incentivar e ser criativa para transformar o jeito de conservação pastoral para uma igreja que saia em missão", afirmou o bispo de Ponta Grossa, Paraná, d. Sérgio Braschi.

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IGREJAS PENTECOSTAIS E NEOPENTECOSTAIS NO BRASIL

Convenção Geral das Assembléias de Deus no Brasil Assembléia de Deus, uma das mais tradicionais igrejas pentecostais do Brasil. Igreja Renascer em Cristo Uma das maiores igrejas neopentecostais do Brasil, com forte presença no estado de São Paulo. Igreja Pentecostal Deus é Amor Tradicional igreja pentecostal fundada pelo Missionário David Miranda. Exército da Salvação Tradicional igreja cristã voltada para o anúncio do Evangelho e para a assistência social. Igreja Internacional da Graça de Deus A igreja fundada pelo missionário R. R. Soares. Igreja Universal do Reino de Deus Site oficial da polêmica igreja fundada pelo Bispo Edir Macedo. Igreja Sara a Nossa Terra Um das igrejas neopentecostais que mais crescem no Brasil. Igreja do Evangelho Quadrangular Tradicional igreja pentecostal, de origem norte-americana. Igreja Missionária Evangélica Maranata Tradicional igreja neopentecostal. Igreja Pentecostal de Nova Vida Tradicional igreja pentecostal fundada por Roberto McAlister. Igreja Pentecostal de Nova Vida de São Paulo Importante igreja de Nova Vida em São Paulo Igreja Pentecostal de Nova Vida – Ministério Tijuca Importante filial da Igreja de Nova Vida. Projeto Vida Nova Expressiva igreja neopentecostal.

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22.11.2007

Luta contra preconceito religioso

Um encontro, em Salvador, está discutindo a intolerância religiosa contra praticantes de religiões de origem africana. Os participantes querem o fim do preconceito. O som das cerimônias nos terreiros já foi abafado, ouvido apenas nas senzalas. Hoje, elas são abertas e costumam atrair até turistas estrangeiros. As festas de santos e orixás também levam uma multidão às ruas de Salvador. Apesar da fila grande para receber os banhos de água de cheiro e pipoca, ainda são poucos os que se declaram praticantes de candomblé e umbanda. São 22 mil baianos, menos de 1% da população. No total, 525 mil em todo o Brasil, 0,3% da população, segundo dados do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). Um número que poderia ser maior se não fosse o medo da discriminação. “Não querem se assumir realmente. No fundo, no fundo, todos têm um pouco dessa raiz e todos são do axé”, defendeu a mãe-desanto Helenice de Brito. Foi com essa preocupação que pais e mães de santo da Bahia e de outros estados se reuniram em Salvador. Vieram à Assembléia Legislativa para discutir o respeito à liberdade religiosa. A sessão especial faz parte de uma mobilização nacional que contou com o apoio de estudiosos e representantes de entidades negras. Os adeptos do candomblé não querem ser vítimas de preconceito. “Essas intolerâncias estão em não podermos fazer nossos atos públicos, em não podermos, sequer dentro de nossos terreiros, fazermos nossas atividades e não sermos apedrejados”, disse o coordenador de entidades negras, Marcos Rezende. Eles pedem, por exemplo, o reconhecimento legal dos terreiros; a garantia do ensino da cultura negra nas escolas; o direito de usar roupas e adereços da religião, sem constrangimento e, principalmente, o respeito à Constituição. “A lei maior está sendo violada, seja pela liberdade religiosa seja pela discriminação que sofre a religião. Então, o Ministério Público Federal tem que agir. Também cabe ao governo fazer uma campanha em respeito a todas as religiões”, disse Ivanir dos Santos, do Centro de Articulação de Populações Marginalizadas.

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18/03/2008 - 08h13 - Atualizado em 18/03/2008 - 11h47

Demolição de terreiro provoca polêmica em Salvador Imagens de orixás foram destruídas e prédio será reconstruído pela prefeitura. Conselheiro da Secretaria Nacional de Direitos Humanos protestou com greve de fome. GLAUCO ARAÚJO Do G1, em São Paulo

entre em contato ALTERA O TAMANHO DA LETRA

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Edgar de Souza/G1 Terreiro demolido provoca polêmica em Salvador (Foto: Edgar de Souza/G1) O terreiro Oyá Onipó Neto, localizado há mais de 29 anos na Avenida Jorge Amado, em Salvador, foi parcialmente demolido em 27 de fevereiro, o que provocou polêmica e uma série de manifestações contra a intolerância religiosa. A responsável por autorizar a demolição, Kátia Carmelo, foi exonerada do cargo de chefia da Superintendência de Controle do Uso do Solo do Município (Sucom) e o prédio está sendo reconstruído. Veja fotos do terreiro demolido em Salvador De acordo com a prefeitura, a demolição foi ordenada por um suposto problema na escritura. Em nota, Kátia Carmelo disse que percebeu ter havido excesso na ação dos prepostos da Sucom, pediu desculpas e que "não é dada a preconceitos, muito menos religiosos." Alguns dias após a derrubada do prédio, o prefeito de Salvador, João Henrique Carneiro, pediu desculpas pelo ocorrido, em público, e anunciou que o templo seria reconstruído. Segundo a mãe-de-santo Rosalice Santos do Amor Divino, de 50 anos, uma construtora, cujo nome é mantido em sigilo, assumiu a obra.

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Edgar de Souza/G1 Escombros da demolição do terreiro em Salvador (Foto: Edgar de Souza/G1) Mãe Rosa, como é conhecida em Salvador, disse que espera poder realizar suas atividades religiosas o mais breve possível. “Não vejo a hora de poder entrar novamente no templo. Afinal de contas, estou no local há quase 30 anos. Felizmente recebemos apoio de diversos religiosos, de todos os credos possíveis. O que aconteceu não poderia ter acontecido.” Marcos Rezende, de 33 anos, conselheiro da Secretaria Nacional de Direitos Humanos, fez cinco dias de greve de fome como protesto até a solução do caso. “Só encerrei a greve de fome depois de receber a garantia de que a administração municipal pediria desculpas e reconstruiria o templo. Além disso, será preciso repensar a situação imobiliária de muitos outros templos religiosos, sejam eles de qualquer natureza.”

Castigo do céu Para Rezende, o efeito da destruição do terreiro veio dos céus logo no dia 28 de fevereiro. “Neste dia, uma chuva, como há muito tempo não se via em Salvador, provocou estragos na cidade. Foi a resposta dos orixás. Como religiosos, achamos que isso foi um clamor de Iansã e Xangô por Justiça”, disse. Segundo ele, todos os quartos dos orixás foram derrubados na ação da Sucom. “A única imagem que caiu do barracão foi o orixá da Justiça (Xangô). Iansã é o orixá das ventanias e tempestades. Xangô também é o orixá dos raios e dos trovões. Por isso, achamos que o temporal que caiu em Salvador um dia após a derrubada do terreiro foi uma resposta contra a intolerância religiosa”, afirmou.

Rezende disse, ainda, que vários prédios da capital baiana têm problemas com a escritura e que isso não justificaria a ordem de demolição. Para Almiro Sena, promotor de Controle à Discriminação e Intolerância Religiosa de Salvador, a derrubada do terreiro foi um ato arbitrário e inconstitucional. “O prefeito já sinalizou a reconstrução do terreiro, mas Kátia Carmelo, responsável pela demolição do prédio, ainda pode responder por crime de intolerância religiosa. O dano religioso é irreversível”, disse o representante do Ministério Público. A Sucom informou que a responsável pela ordem de demolição foi exonerada dois dias depois do ocorrido.

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10.04.2008

Índios e bispos ameaçados Segundo um levantamento divulgado pela Conferência Nacional dos Bispos do Brasil (CNBB), o número de índios assassinados no país, no ano passado, aumentou 64% em relação a 2006. A situação mais crítica foi registrada em Mato Grosso do Sul, onde o número de homicídios quase dobrou. A CNBB também cobrou das autoridades investigação das ameaças de morte a bispos. Em Indaiatuba, São Paulo, dois dos bispos, do estado do Pará, falaram ao Jornal Nacional. Há 10 anos, o bispo de Abaetetuba Flávio Giovenali, que luta contra o tráfico de drogas do Pará, convive com ameaças dos mensageiros da morte. O último recado veio por telefone. “Foi um domingo de amanhã. Eu estava lá e peguei o telefone. Eles disseram: é da funerária. O próximo é você”, conta o bispo. Muitos bispos preferem não gravar entrevista com medo de represálias. As constantes ameaças recebidas por religiosos são discutidas na Assembléia Geral da CNBB, em Indaiatuba, no interior de São Paulo. O problema ocorre principalmente no Norte e no Centro-Oeste do país. Alguns bispos têm até escolta policial. Há dois anos, dom Erwin Krautler tem a escolta de dois PMs em Altamira, no Pará. “A gente não tem mais liberdade. Eu estou preso dentro da própria casa”, ele afirma. Ele dá continuidade ao trabalho da irmã Dorothy, a missionária americana de 73 anos que foi executada com sete tiros em Anapu, no Pará, por liderar movimentos sociais por conflitos por terra. A Igreja cobra mais ações da polícia e da Justiça no combate à impunidade. “Eu amo a minha vida. Peço a Deus todos os dias que ele me dê força e coragem. A minha vida está nas mãos de Deus”, complementa o bispo Erwin. Segundo a CNBB, o bispo dom Luís Ascona, da Ilha de Marajó, também tem recebido ameaças de políticos e empresários envolvidos com redes de exploração sexual de crianças. Em Brasília, a Secretaria de Direitos Humanos afirmou que já encaminhou ao Ministério da Justiça um pedido de investigação. Durante o encontro, a CNBB também voltou a criticar o uso de embriões humanos em pesquisas com células-tronco.

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22.11.2007

Luta contra preconceito religioso Um encontro, em Salvador, está discutindo a intolerância religiosa contra praticantes de religiões de origem africana. Os participantes querem o fim do preconceito. O som das cerimônias nos terreiros já foi abafado, ouvido apenas nas senzalas. Hoje, elas são abertas e costumam atrair até turistas estrangeiros. As festas de santos e orixás também levam uma multidão às ruas de Salvador. Apesar da fila grande para receber os banhos de água de cheiro e pipoca, ainda são poucos os que se declaram praticantes de candomblé e umbanda. São 22 mil baianos, menos de 1% da população. No total, 525 mil em todo o Brasil, 0,3% da população, segundo dados do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). Um número que poderia ser maior se não fosse o medo da discriminação. “Não querem se assumir realmente. No fundo, no fundo, todos têm um pouco dessa raiz e todos são do axé”, defendeu a mãe-de-santo Helenice de Brito. Foi com essa preocupação que pais e mães de santo da Bahia e de outros estados se reuniram em Salvador. Vieram à Assembléia Legislativa para discutir o respeito à liberdade religiosa. A sessão especial faz parte de uma mobilização nacional que contou com o apoio de estudiosos e representantes de entidades negras. Os adeptos do candomblé não querem ser vítimas de preconceito. “Essas intolerâncias estão em não podermos fazer nossos atos públicos, em não podermos, sequer dentro de nossos terreiros, fazermos nossas atividades e não sermos apedrejados”, disse o coordenador de entidades negras, Marcos Rezende. Eles pedem, por exemplo, o reconhecimento legal dos terreiros; a garantia do ensino da cultura negra nas escolas; o direito de usar roupas e adereços da religião, sem constrangimento e, principalmente, o respeito à Constituição. “A lei maior está sendo violada, seja pela liberdade religiosa seja pela discriminação que sofre a religião. Então, o Ministério Público Federal tem que agir. Também cabe ao governo fazer uma campanha em respeito a todas as religiões”, disse Ivanir dos Santos, do Centro de Articulação de Populações Marginalizadas.

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