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ARTIGO – Como construir uma startup e entrar com o pé direito no mundo da inovação?
@cykloagritech_oficial
Foto: Arquivo pessoal
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COMO CONSTRUIR UMA STARTUP E ENTRAR COM O PÉ DIREITO NO MUNDO DA INOVAÇÃO?
A CYKLO REVELA COMO DESENVOLVER EMPRESAS INOVADORAS DO ZERO ATÉ O “SUCESSO”
Texto: Pompeo Scola
A Cyklo Agritech está completando 3 anos de vida na região Oeste e conseguindo ótimos resultados no desenvolvimento das startups do agronegócio. A aceleradora funciona como uma escola de empreendedorismo onde se constrói do zero empresas mais jovens e inovadoras (startups) do Brasil e do exterior, que são orientadas a olhar e explorar oportunidades de negócio não convencionais dentro de um determinado mercado, que nesse caso, é o Agro.
A construção de uma startup é cheia de etapas, sempre pautadas na cultura de inovação e no desenvolvimento humano, inclusive com a implementação de HUBs e Aceleradoras em outras geografias. Os programas têm como objetivo promover o desenvolvimento na área da criatividade e inovação para explorar oportunidades latentes de crescimento e abrir a cabeça dos novos empresários.
CONHEÇA AS ETAPAS
IDEAÇÃO BRAINSTORM
PROBLEMA VALIDADO
Uma etapa fundamental do processo de abrir a mente. Nesta etapa ocorrem sessões de treinamento e vivências para descongelar o pensamento e enxergar fora da caixa. É preciso olhar para o mundo que vivemos como uma MATRIX, e enxergar atrás e através dos códigos préestabelecidos. Treinar os olhos para ver onde não vemos hoje, enxergar as lacunas e entender o mundo e as empresas como ecossistemas econômicos e sociais. Aqui a Neurociência e as técnicas projetivas são ferramentas essenciais para ajudar a revelar aquilo que ali está, mas parece invisível no dia a dia. Por fim, aglutinar estatisticamente as ideias em um ideal, buscando consenso ou prioridades com o grupo de pessoas envolvidas com a ideação. Nesta etapa a ideia escolhida é desenvolvida pelo grupo até que seja formatado um problema ou oportunidade que poderia ser explorada e originar um negócio (startup). Aqui são utilizadas sessões de trabalho, pesquisa, defesa de pontos de vista e analogias. Enfim, estratégias de comunicação que ajudem o grupo a analisar todo o material gerado e discutir de maneira exploratória todos os pontos de vista dos participantes. O Brain Storm vai exigir também pesquisa para explorar e validar alguns dos conteúdos que forem apresentados nas sessões (portanto precisará de vários encontros para ser concluído).
É o resultado da etapa anterior sumarizado em um formato que inclui a descrição do problema, números (que devem traduzir sua abrangência) e efeitos gerados na sociedade (perdas ou desperdícios). Vale destacar que neste ponto nada se sabe ou foi pensado ainda sobre como este problema pode ser resolvido. A beleza desse método reside no fato que devemos separar o problema da solução para garantir uma startup bem-sucedida.
BRAINSTORM DA SOLUÇÃO
Através de encontros e dinâmicas de comunicação e pesquisa, o grupo de trabalho acaba desenhando possíveis soluções para o problema que foi validado. As soluções listadas e priorizadas devem ser validadas através dos mais diversos caminhos de testagem, podendo desenvolver atividades como ligar para potenciais consumidores, entrevistas presenciais, enquetes pela internet e visitar pontos de vendas, por exemplo. A validação da solução implica sempre em ir a campo investigar se aquela ideia de solução tem viabilidade ou não na prática (antes de construir a startup e os produtos e serviços).
SOLUÇÃO VALIDADA
Com a solução tendo sido validada através de pesquisa de campo e visitas, o grupo pode começar finalmente a sonhar com sua startup (embora ainda existam perguntas a responder). Nesta etapa é importante documentar as lições aprendidas e criar um histórico consistente do processo de construção do problema e da solução. Essa base de dados pode ser útil no futuro se for necessário repensar o caminho (pivotar o projeto).
CONSEGUIR + USUÁRIOS POTENCIAIS
O trabalho de pesquisa de campo feito na fase de validação da solução deve agora ser ampliado buscando conseguir uma base maior de usuários potenciais da solução validada. Isso ainda é feito de forma rudimentar. O objetivo é garantir que existe um mercado significativo para o trabalho da startup e diminuir as dúvidas em relação ao projeto, pois agora vem a fase de investimento significativo de tempo e dinheiro, que é a própria construção da startup no seu nível mais básico de entrega (MVP).
CONSTRUINDO A STARTUP E SEU MVP
O Produto Viável Mínimo é a versão 1.0 do que queremos entregar com nossa solução. O MVP caracteriza a primeira entrega completa da startup ao mercado. A solução ainda será muito simples, mas já deve entregar valor ao ponto em que o usuário/cliente se anime em usar e pagar por ela. O MVP não é parte de uma entrega completa e possível de utilizar, porém ainda muito simples se comparada ao potencial da solução. Neste momento cabe a construção do Deck ou Pitch (material que caracteriza o projeto da startup). Ele será o principal instrumento utilizado para buscar apoio, patrocínio, mentoria ou apenas para se comunicar com os demais colegas e networking sobre o que é o projeto.
O PITCH / DECK DO PROJETO
É o material que se produz após as fases anteriores mencionadas, e este sim já retrata a startup e seu projeto. Os capítulos ou slides fundamentais são 9 e precisam ser claros e precisos, ao mesmo tempo muito visuais e com pouco texto. Um desafio para quem gosta de explicar muito. Neste ponto, vale dizer que uma boa startup é um bom projeto e um bom time. Não existe startup sem time. No mínimo é preciso ter uma pessoa que conheça bem do negócio a ser trabalhado para facilitar as decisões relacionadas ao negócio em questão, uma pessoa que seja verticalizada em tecnologia para gerir as necessidades de TI e uma pessoa voltada ao mercado e experiência do usuário para trabalhar e validar a oferta. Por fim, os slides do Pitch devem dizer o que vai ser feito. Veja como produzir:
01) O PROBLEMA Caracterizar o problema que existe e que a startup pretende resolver.
02) O TAMANHO DESTE MERCADO Mostrar através de números (estatísticas, mencionando a fonte) que esse mercado é um oceano azul, ou seja, tem muito espaço para atuação da startup.
03) SOLUÇÃO PROPOSTA Caracterizar a oferta da startup (o que ela vai oferecer para tratar o problema).
04) COMO VAMOS MONETIZAR Como a startup vai ganhar dinheiro? Como ela vai cobrar? De quem ela vai cobrar?
05) QUEM SÃO OS NOSSOS PRINCIPAIS CONCORRENTES Quais outras soluções hoje são oferecidas para atender esse problema, preço, escopo.
06) NOSSO DIFERENCIAL Porque nossa solução será a opção do cliente e não a do concorrente, como vamos nos diferenciar no mercado para que sejamos a principal escolha dos nossos clientes.
07) O TIME DO PROJETO (NOSSO TIME) Quem são as pessoas que atuam nessa startup, quais são sócias do negócio, que papel tem no projeto, atuam tempo integral ou não na startup, onde estudaram e trabalharam, qual sua história profissional e formação.
08) ROAD MAP (O CAMINHO QUE VAMOS SEGUIR) E AS PROJEÇÕES DE CRESCIMENTO Qual é nossa estratégia de Go to Market (de ir para o mercado), que passos vamos dar agora e em que ritmo pretendemos crescer e ocupar espaço, se teremos um cliente âncora para apoiar nossa jornada, ou se estaremos focalizando em uma certa geografia, etc.
09)O QUE ESTAMOS BUSCANDO AGORA (dinheiro, mentoria, clientes, aceleração...) Em que fase a startup está neste momento? Já finalizou a versão 1 do produto? Está buscando mentoria, aceleração, dinheiro, clientes? O que ela precisa e procura neste momento?
A BUSCA POR PARCEIROS E INVESTIDORES
Com o Pitch pronto, agora é começar a cutucar o ecossistema de startups no Brasil. No mapa abaixo vamos encontrar um visual organizado por investidor, por fase de desenvolvimento da startup e por valor também. É hora de botar o “bloco na rua”, mandar material para aqueles que estiverem mais relacionados com as necessidades (vale pesquisar o website de cada um deles). Vale acompanhar os eventos e atividades do ecossistema, inclusive a nível regional. É preciso colocar o pé na estrada e começar.
Foto: Arquivo pessoal
Pompeo Scola (@ptscola), é Founder e CEO (Chief Executive Officer) na CYKLO Agritech Aceleradora de Startups, psicólogo, administrador, tecnólogo, consultor de inovação e há 40 anos ajuda no desenvolvimento de empresas e pessoas.