Adventist World Portugese - April 2020

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EM FAMÍLIA

CNV

SAIBA COMO EXPRESSAR EMPATIA EM SUA COMUNICAÇÃO TALITA CASTELÃO

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COLOCAR-SE NO LUGAR DO OUTRO É FUNDAMENTAL PARA DESENVOLVER VÍNCULOS DE CONFIANÇA E RELACIONAMENTOS MAIS SIGNIFICATIVOS

sapatos no seu quarto?” Às vezes, pedir algo é difícil, porque existe a possibilidade de receber uma resposta negativa. Porém, a proposta da CNV requer coragem, até porque as pessoas não vão conseguir adivinhar o que precisamos se não falarmos. Em resumo, o aspecto principal da CNV é estar aberto para permitir que os outros apliquem conosco também os quatro passos. Se quisermos estabelecer um vínculo de confiança e desfrutar de relacionamentos mais significativos, precisamos exercitar diariamente a empatia, aos nos colocar no lugar dos outros. ] TALITA CASTELÃO é psicóloga clínica, sexóloga e doutora em Ciências

R e v i s t a A d ve n t i s t a // Abril 2020

Foto: Adobe Stock

C

om certeza você já falou com alguém e teve a sensação de que não estava sendo compreendido. Ou até sentiu que a pessoa estava sendo hostil apesar de você tentar se comunicar com clareza. Isso não acontece somente com você, e existem maneiras de tornar a comunicação interpessoal mais produtiva e menos violenta. O psicólogo norte-americano Marshall Bertram Rosenberg foi o idealizador do processo de comunicação não violenta (CNV), chamado também de comunicação empática. Ele acreditava que, por trás de todo comportamento, sempre existe uma necessidade. Juntamente com uma equipe internacional, Marshall pesquisou esse tema em profundidade e enfatizou a importância de estabelecer conexões sem julgamento e autodefesa, de modo a compreender suas próprias necessidades e as dos outros. A abordagem da CNV pode ser dividida em quatro passos: 1. Observação. Consiste em realmente notar o que está acontecendo na situação, atentando para as ações e palavras da outra pessoa. O objetivo desse exercício não é julgar nem rotular esse comportamento, mas apenas dizer o que agrada ou não nessa atitude. É muito importante que a observação leve em conta apenas os fatos e não a mera interpretação deles. 2. Sentimento. É quando identificamos quais sentimentos determinada situação gerou em nós, seja medo, raiva, frustração, mágoa ou alegria, etc. Nesse momento é importante dar nome para o que está sentindo, pois dizer que está com raiva é diferente de falar apenas que alguém está provocando você. Logo, se estão provocando você, o que de fato sente? A questão não é minimizar a responsabilidade do outro no conflito, mas aumentar as chances de ser escutado quando for expor o que sente. 3. Necessidades. Essa etapa visa compartilhar suas necessidades de modo claro e se responsabilizando por elas em vez de culpar os outros. Você pode dizer ao seu filho adolescente, por exemplo: “Quando vejo seus sapatos jogados no meio da sala, fico irritada porque preciso de mais ordem no espaço que compartilhamos.” Isso tem um efeito melhor do que simplesmente dizer: “Não aguento mais essa bagunça! Você sempre deixa os sapatos no meio da sala.” A estratégia aqui é reforçar o conceito de cooperação. Portanto, para uma convivência satisfatória, vocês precisam conversar sobre acordos de funcionamento da casa. 4. Pedido. O último passo tem que ver com um pedido específico que atenda sua necessidade. Por exemplo: “Você poderia colocar seus


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