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NOVA GERAÇÃO
Oclima extremamente quente foi o assunto principal das conversas o dia todo. Fosse em português ou em espanhol (em sete sotaques diferentes), todos reclamávamos da mesma coisa enquanto caminhávamos entre as barracas. Foi no banho, hora aguardada no acampamento, que me encontrei com cinco garotas ensaboadas e, de repente, descobri uma história para contar.
“Quantas horas você viajou?”, perguntaram as meninas em português, certas de que eu compreendia seu idioma. “Trinta e seis”, respondi, sentindo-me um pouco arrogante. “E vocês?”, perguntei num português pobre. “Viajamos mais de 80 horas. Três dias de barco, dois de avião e muitas horas em um ônibus”, responderam as garotas com entusiasmo.
Quando perceberam meu espanto, elas se animaram a me contar mais. “Tivemos que trabalhar muito duro por dois anos. Vendemos mel, sandálias e muitas outras coisas. Quando uma de nós alcançava o valor necessário, ajudávamos as outras a fazer o mesmo.”
O QUE APRENDI COM ALGUMAS GAROTAS DA REGIÃO AMAZÔNICA QUE SE ESFORÇARAM MUITO PARA PARTICIPAR DO CAMPORI SUL-AMERICANO
CAROLINA RAMOS
Eu fiquei impressionada com a história delas. Emocionadas, elas então desfrutavam do resultado de seu esforço. Conversamos um pouco mais e logo um grupo se formou com desbravadoras de vários países. Éramos parte dos 50 mil participantes do 5º Campori Sul-Americano, realizado em Barretos (SP), no mês de janeiro. Pensei um pouco que não importava de onde tínhamos vindo, todas ali precisávamos de água e de um bom banho. No fim das contas, como seres humanos, tínhamos as mesmas necessidades. Olhar para o que temos em comum nos ajuda a cruzar as barreiras que nos separam, fazendo com que ouçamos as histórias de outros a quem Jesus veio salvar.
No fundo, não importa a distância de nossa viagem, o importante é embarcarmos nela. Sempre haverá dificuldades e obstáculos. Pode parecer que outros atingem mais rapidamente seu alvo ou precisam fazer menos para obter o mesmo resultado. Tudo bem! Nosso Deus é um Salvador pessoal. Ele não está preocupado com as comparações que fazemos, porque é capaz de prover tudo de que individualmente precisamos (Fl 4:19).
Manter o foco em Jesus nos ajuda a caminhar na mesma direção, olhar para o mesmo ponto fixo quando oramos, estudar Sua palavra em submissão, observar Suas digitais na natureza e nos comprometer em conduzir outros até Ele.
A salvação é uma questão de fé, mas devemos nos lembrar de que nossas ações e testemunho podem ser uma bênção para outros, mesmo que isso signifique vender mel e sandálias para participar de um grande acampamento. Por isso, devemos perseverar, a fim de receber o que Deus prometeu. “Pois em breve, muito em breve Aquele que vem virá, e não demorará” (Hb 10:35-39, NVI). ]
CAROLINA RAMOS é estudante de tradução, inglês e educação musical na Universidade Adventista del Plata, na Argentina