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SAÚDE
CORPO E MENTE
Conferência reúne 800 acadêmicos e profissionais de 90 países para discutir um tema que precisa ser mais enfatizado pela igreja: a saúde mental
MARCOS PASEGGI E SANDRA BLACKMER
erca de 800 líderes da igreja, acadêmicos e profissionais C de saúde encararam o verão quente e seco do sul da Califórnia (EUA) para participar da 3ª Conferência Global de Saúde e Estilo de Vida. O evento foi realizado nos dias 9 a 13 de julho, com representantes de 90 países, na Universidade de Loma Linda.
Segundo o médico Peter Landless, líder do Ministério de Saúde na sede mundial da igreja e coordenador do encontro, a conferência teve duplo objetivo: renovar o foco nos aspectos essenciais da mensagem adventista sobre estilo de vida saudável e enfatizar dimensões do bem-estar humano que foram negligenciadas nas últimas décadas, como a saúde mental. Nessa direção, o psiquiatra norueguês Torben Bergland, eleito no ano passado para integrar a equipe do Ministério de Saúde da igreja, tem trabalhado num programa on-line de conscientização sobre saúde emocional chamado Mindwell. A conferência destacou a conexão entre mente, corpo, espírito, emoções e os relacionamentos, e como o estilo de vida influencia todos esses elementos.
“O exercício influencia a proliferação de novos neurônios e melhora o aprendizado e a memória”, disse David Williams, professor da Universidade Harvard, na plenária de abertura. Ele justificou a declaração afirmando que a atividade física aumenta o fluxo sanguíneo no cérebro e previne a atrofia do hipocampo. Ao falar sobre indicadores de saúde pública, Williams destacou o aumento de 71% nos casos de mal de Alzheimer (2000 a 2013) e disse que, além dos remédios, o tratamento para essa doença degenerativa deve incluir exercício físico e dieta saudável.
Para David Williams, essa não deveria ser uma informação nova
Daniel Giang: o sono é um presente de Deus e fomos feitos para “desperdiçar” um terço da vida dormindo
para os adventistas, pois há muito tempo Ellen White recomendou que se praticasse exercício físico regularmente, mesmo durante o inverno. “Os adventistas deveriam ser as pessoas com a melhor condição física do mundo”, ponderou.
Outra plenária que gerou reflexão foi a de Daniel Giang, um dos responsáveis pela pós-graduação em Educação Médica na Universidade de Loma Linda. Ele disse que o sono é um presente de Deus e que fomos criados para “desperdiçar” um terço da nossa vida descansando.
“A privação do sono pode ter resultados nocivos em longo prazo, o que inclui dificuldade de aprendizado, desatenção e falta de discernimento, além de esgotamento, depressão, ansiedade, menos resiliência e falta de bemestar”, explicou o preletor, que recomendou o sono em ambientes quietos, escuros e confortáveis.
Para alguns participantes, a conferência sobre saúde se estendeu em um dia. Eles ficaram para um encontro do Ministério de Necessidades Especiais, realizado no domingo, dia 14 de julho. O propósito foi pensar em como atender e incluir na missão da igreja pessoas que tenham limitações de visão, audição, cognitivas, entre outras. “Somos um ministério que trata de possibili dades, não de deficiências”, ressaltou o pastor Larry R. Evans, líder dessa área.
Ele fez um resgate histórico das práticas sociais e legislativas que tratavam com crueldade os que eram diferentes. Segundo a OMS, 550 milhões de pessoas ao redor do mundo têm alguma deficiência. Ao falar sobre dignidade e respeito para com todos os seres humanos, Evans ressaltou: “O valor de uma pessoa não deve ter como base o que ela fez nem o que é capaz de fazer, mas o que Deus fez, está fazendo e poderia fazer por ela se tivesse uma oportunidade.” ]
MARCOS PASEGGI e SANDRA BLACKMER são editores associados da Adventist Review