Revista Missão 360 - Missão Adventista - Vol 8 No 3

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PRODUZIDO PELO DEPARTAMENTO DE MISSÃO ADVENTISTA VOLUME 8 NÚMERO 3

6 Camboja em Chamas 10 Algo em que Vale a Pena Investir 14 17.500 Vezes Mais 28 Encontrada na Tradução 30 Hospitalidade em Hora Certa

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EDITORIAL

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nfrentamos hoje em dia um enorme desafio de missão que se esconde à plena vista. Trata-se de um desafio que tem aumentado continuamente há mais de 100 anos. Se olharmos para trás, para o ano de 1900, veremos que a igreja tinha todos os seus 75.000 membros sentados em suas fileiras. E, apesar de se tratar de um pequeno número, eram incentivados por uma franca mensageira de Deus a alcançarem as grandes cidades de seus dias. Em 1990 já existiam no mundo 15 cidades com mais de um milhão de habitantes cada, sendo que somente a cidade de Nova Iorque tinha uma população de quase 3.5 milhões. A tarefa pode ter parecido impossível para esse pequeno grupo, mas, com o passar do tempo, a mensageira se tornava cada vez mais enfática. Por que essa questão foi tão importante? Imagine por um instante se a igreja de 1900 tivesse traçado um mapa das cidades do mundo que continham um milhão ou mais de habitantes, e o entregasse aos membros como um lembrete para que orassem. Se pareceria algo como este? É evidente que a igreja daquela época ainda não possuía as divisões representadas pelas abreviaturas indicadas nesse mapa, mas isso nos dá uma ideia de quantas grandes cidades estavam localizadas em cada uma de nossas divisões atuais. Agora, se ainda não o fez, dê uma olhada no pôster do Mapa de Oração Urbano de 2020 inserido nesta edição, e verá que o desafio aumentou drasticamente! Hoje, são mais de 580 cidades contendo um milhão ou mais de habitantes em todo o mundo, sendo que 37 delas têm mais de 10 milhões de habitantes cada, e 5 têm mais de 30 milhões! De fato, Deus previu isso há mais de 100 anos e, através da mensageira, nos instou a avançar rapidamente. Ele também nos deixou este pensamento: “Quando as cidades forem trabalhadas como Deus deseja, o resultado será o pôr-se em operação um poderoso movimento.” 1 Não ansiamos todos por este poderoso movimento? Iremos, juntos, atender a este chamado? Poderia você juntar-se a nós difundindo o mapa de oração encontrado nas páginas 16 e 17, e orando por uma cidade a cada dia? Em dias de pandemia, talvez você não possa embarcar em um avião, mas ainda poderá dizer: “Eu irei!”, e fazer com que sua oração dê a volta ao redor do mundo! Exponha o mapa de oração em sua casa e ore por uma cidade a cada dia, marcando-os à medida que avança. Em seguida, divulgue-o em sua igreja ou escola e convide outros a se juntarem a você em oração pelas cidades do mundo! Ao unirem-se orando por cada cidade, é possível que sua igreja ou escola ore por todo o mundo em apenas alguns meses. 2

Cidades de ≥ 1 milhão de habitantes, ano de 1990 Paris Chicago

EUD

NAD

TED

Manchester

Londres

Viena

Moscou Berlim

Filadélfia

ESD

São Petersburgo

Tóquio

Nova Iorque

NSD

SUD

EUD ESD CHUM NAD NSD SSD SUD TED

SSD

Divisão Inter-Europeia Divisão Euro-Asiática

Pequim

Calcutá

União Missão Chinesa Divisão Norte-Americana

CHUM Ayutthaya

Divisão Norte-Asiática do Pacífico

Xangai

Divisão Sul-Asiática do Pacífico Divisão Pacífico Sul Divisão Transeuropeia

As maiores vitórias do mundo começaram em oração. Suas orações contam! Orará você conosco pedindo a Deus que nos ajude alcançar as maiores cidades do mundo? 1. WHITE, Ellen G. “Ministério Para as Cidades”. Tatuí, SP: Casa Publicadora Brasileira, 2012, pág. 10.

Karen Suvankham, especialista de Comunicação para o Centros de Missão Global e Missão Urbana.

FONTE – MAPA DE 1990 CHANDLER, Tertius. “Four Thousand Years of Urban Growth: An Historical Census”. Lewiston, NY: Edwin Mellen Press, 1987. ROSENBERG, Matt. “Largest Cities Throughout History”. ThoughtCo., atualizado em 4 de Novembro de 2019. Disponível em: <https:// www.thoughtco.com/largest-cities-throughout-history-4068071>. U.S. Bureau of the Census. “Table 13. Population of the 100 Largest Urban Places: 1900.” Disponível em: <https://www.census.gov/ population/www/documentation/twps0027/tab13.txt>. Acesso em: 10 de maio de 2020.

Encontre materiais adicionais no site www.MissiontotheCities.org:

• Arquivos do mapa, disponível em vários tamanhos, para impressão de cópias adicionais.

• Arquivos para impressão de pôsteres contendo citações de Ellen G. White impelindo-nos ao alcance de cidades.

• Cópia grátis do livro Ministério para as Cidades para impressão. • Histórias de escolas em que seus alunos se juntaram em oração pelas cidades do mundo.

• Ideias práticas para o alcance da sua cidade.


CONTEÚDO Produzido pelo Departamento de Missão Adventista

4 A Chama da Fidelidade 6 Camboja em Chamas 10 Algo em que Vale a Pena Investir

Responsável Geral: G. T. Ng Editor Responsável: Gary Krause Editor Associado: Laurie Falvo Editores-contribuentes: Cheryl Doss, Kayla Ewert, Rick Kajiura, Elbert Kuhn, Andrew McChesney, Hensley Moorooven, Teen Nielsen, Ricky Oliveras, Karen J. Porter,

12 A Missão nos Mudou

Claude Richli, Jeff Scoggins, Gerson Santos, Karen Suvankham, David Trim Conselheiros Editoriais: Petras Bahadur,

14 17.500 Vezes Mais

Paolo Benini, Edison Choque, Jose Cortes Jr., Daniel Duda, Richard Elofer, Audrey Folkenberg, Kleber Gonçalves, Johnson

18 Observando um Tentmaker 22 Os Caminhos Misteriosos de Deus 24 Orando por Nossas Cidades

Jacob, MinHo Joo, Zakari Kassoule, Wayne Krause, Silas Muabsa, Paul Muasya, Umesh Nag, Denis Sand, Clifmond Shameerudeen, Wesley Szamko, Samuel Telemaque, Doug Venn, Gregory Whitsett, Dmitry Zubkov Projeto Gráfico: 316 Creative Produção e Mídia Digital: Donna Rodill Missão 360º é uma revista trimestral produzida

26 O Presente de Lualinda 28 Encontrada na Tradução

pela sede mundial da Igreja Adventista do Sétimo Dia®. Todos os direitos reservados. É proibida a reprodução parcial ou total deste conteúdo sem a autorização prévia por escrito da publicadora. 12501 Old Columbia Pike

30 Hospitalidade em Hora Certa

Silver Spring, MD 20904-6601, USA Telefone: (301) 680-6005 Perguntas? Comentários? Envie por e-mail para Questions@adventistmission.org.

VOLUME 8, NÚMERO 3 Adventista® e Adventista do Sétimo Dia® são marcas registradas da Associação Geral dos

SOB R E A FOTO DA C APA ... FOTO POR LAURIE FALVO

Os lindos olhos castanhos e o tímido sorriso dessa garotinha conquistaram meu coração no instante em que a vi! Eu a conheci em um Centro de Influência Urbano da Missão Global que fornece serviço de creche às crianças. Este é um dos muitos “Projetos Velados” que você apoia do qual não podemos divulgar dada à sensibilidade de se realizar trabalho missionário naquele local. Por favor, ore por todos os nossos “Projetos Velados” ao redor do mundo enquanto alcançam os não alcançáveis para Jesus.

Adventistas do Sétimo Dia.®. Os textos bíblicos citados nesta edição são da versão Almeida Revista e Atualizada, salvo se o contrário for indicado.

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PA Í S V E L A D O

A CHAMA da FIDELIDADE Missão 360º está agora disponível no aplicativo issuu. É o jeito perfeito de passar uma tarde de sábado!

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Michael Ryan atuou como diretor de Missão Global e vice-presidente da Associação Geral. Como aposentado, serve como assistente do presidente da Associação Geral.


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stávamos a menos de 160 quilômetros da linha do Equador cercados por estradas de terra e pontes destruídas, na linha de frente da missão. Um pequeno ar-condicionado sobrecarregado chiava e chacoalhava, enquanto produzia uma fraca corrente de ar frio, que corria pela apertada e escura sala de reuniões, repleta de 22 pioneiros da Missão Global. Eu pude perceber de forma clara o entusiasmo das pessoas reunidas naquele lugar. O perigo pairava como pano de fundo. Pela primeira vez na história da igreja, 23 grupos de crentes estavam sendo estabelecidos neste restrito território pertencente a uma das maiores religiões não cristãs do mundo. Lágrimas de alegria e pesar regavam os relatos miraculosos sobre a condução de Deus. Grandes emoções e humildes orações acentuaram a profunda e enraizada convicção dos 22 embaixadores da missão de Deus. Em dado momento, como um pesadelo em câmera lenta, o líder da Missão Global começou a revelar o motivo pelo qual apenas 22 pioneiros da Missão Global estavam presentes, ao invés de 23. Era exatamente o que todos temiam ouvir. Eu observava cuidadosamente o grupo. Ninguém falava, se movia ou desviava o olhar. O líder falou devagar e com articulação precisa. Pelo que me lembro, ele disse: “Existem 17 pessoas que agora estudam a palavra de Deus e oram a Jesus como seu Salvador por causa de nosso irmão que não está presente hoje. Os fundamentalistas radicais descobriram seu trabalho e o espancaram severamente. A fé agora prospera nesta grande cidade do norte. No entanto, enquanto falamos, nosso irmão se encontra em uma Unidade de Terapia Intensiva (UTI) com uma lesão cerebral, ossos quebrados e dezenas de pontos cirúrgicos. Eu o visitei há dois dias e, embora esteja fraco, sua fé está forte. Repetidamente, ele me fazia uma pergunta: ‘Quem irá até lá manter a chama?’” Poucas vezes ouvi orações tão fervorosas como as daquele dia: “Não permita que o mal tenha a vitória. Humildemente pedimos pela vida de Teu servo, e que a chama continue a queimar. Quem irá?” Na manhã seguinte, após o culto em grupo, a equipe foi surpreendida quando um jovem quieto, vestido em uma velha camisa verde desbotada, se levantou. Lembrei-me de seu impressionante relatório. Levantando os olhos do chão, ele sussurrou roucamente: “Eu irei.” Parecia que o ar havia sido sugado para fora da sala. Nenhuma pessoa tinha sequer uma pergunta acerca dos riscos. Imediatamente, todos se ajoelharam ao redor do jovem para orar. A única coisa da qual me lembro sobre aquela sessão de oração é de como minhas orações de repente se pareceram superficiais em comparação àquela. A reunião terminou ao meio-dia. Despedidas e partidas enchiam o ar. Experiências em relação ao tempo, ao poder e à proteção de Deus foram

solenemente compartilhadas entre esses amigos e embaixadores do reino. Foi então que avistei aquele jovem com a velha camisa verde desbotada trabalhando sozinho sob a sombra de uma pequena árvore. Observei-o com atenção. Utilizando tiras da câmara interna do pneu, ele prendia uma surrada caixa de papelão em sua cansada e velha bicicleta. Enquanto ele terminava de executar sua tarefa, fui falar com ele: “Suponho que você irá voltar para pegar suas coisas antes de se dirigir ao norte, certo?” “Não, isso é tudo que possuo”, respondeu gentilmente. Aquilo mexeu um pouco com a minha consciência. Continuei desajeitadamente minha próxima parte da conversa: “Bem, saiba que estarei orando por sua segurança e sucesso.” Ao ouvir isso, ele fez uma pausa olhando demoradamente para a velha tira de borracha com a qual havia dado o último puxão a fim de prender a caixa, levantou-se lentamente, virou-se para mim, limpou sua garganta e, com suave gentileza, pronunciou estas palavras, das quais nunca mais me esqueci: “Pastor, devo sempre ter em mente que o Senhor não me pediu para ter sucesso; Ele me pediu para ser fiel.” Minha “respeitável” fé, baseada em um diploma de doutorado e cargo na Associação Geral, encolheu instantaneamente como um balão que foi estourado. Ali estava eu diante de um jovem rapaz que, com sua velha e desbotada camisa verde e roupas que não combinavam, seria dado como inapropriado na maioria das igrejas. Apesar disso, com uma Bíblia gasta e toda marcada e utilizando uma pequena lousa, ele havia estabelecido uma igreja na cova dos leões. Naquele momento, com seus sapatos contendo buracos nas pontas, estava prestes a partir e a pedalar sua cansada e velha bicicleta por muitos quilômetros para levar o nome do precioso Senhor Jesus à outra cova de leões. A chama da fidelidade! Que Deus a encontre em minha alma!

PAÍS VELADO Aqui na Missão Global, nossa prioridade é iniciar novos grupos de crentes entre os grupos de pessoas que ainda não foram alcançadas. Frequentemente isso significa que os pioneiros da Missão Global, tentmakers e Centros de Influência Urbano operam em locais desafiadores. Quando compartilhamos histórias de uma dessas áreas sensíveis, você deve identificá-la com a descrição “País Velado” ou “Cidade Velada”. Por favor, ore por esses projetos especiais e apoie-os visitando o site Global-Mission.org/giving e selecionando “Veiled Projects, FUND GM5040”.

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C A M B OJA

Camboja em Chamas

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m 1973, o Pastor Ng e sua esposa eram apenas dois jovens recém formados pela faculdade que chegavam à cidade de Phnom Penh, no Camboja, para servirem como missionários. Esse seria o campo de trabalho deles pelos próximos cinco anos; ou, pelo menos, era isso que acreditavam. O que aconteceu após superou seus piores pesadelos, pois a guerra civil já começava a dividir o país. No entanto, Deus jamais os deixou sozinhos. No ano passado, o casal 1 aceitou um pedido da Adventist Mission para filmar sua história naquele local. “Esta foi minha primeira viagem de volta a Phnom Penh desde que deixamos o Camboja em 1975, pouco antes de cair no regime do Khmer Vermelho”, relata a Sra. Ng. “Meu esposo já havia retornado uma vez para atender a algumas reuniões, mas esta foi a primeira vez que, de fato, revisitou lugares familiares. Palavras não podem expressar o quão entusiasmada eu estava, mas, ao mesmo tempo, nosso retorno trouxe de volta memórias terríveis da guerra que se aproximava da nossa cidade.” Enquanto o casal viajava de um local significativo para outro, mergulhavam em um tsunami de memórias, especialmente ao visitarem o antigo prédio que os havia servido como o Centro de

Essa história é baseada nos vídeos “Cambodia Under Fire” e “Missionary Memories” por Rick Kaijura, diretor de comunicação da Adventist Mission. Para assisti-los, acesse o site: m360.tv/s1934 e m360.tv/s1935.

Sendo originais de Singapura, o Pastor e a Sra. Ng já serviram como missionários no Camboja, Tailândia, Malásia, Filipinas e Estados Unidos. O Pastor Ng é o secretário executivo da Associação Geral da Igreja Adventista do Sétimo Dia, e a Sra. Ng é a coordenadora da Hope Channel para os canais asiáticos. 6

Língua Inglesa da Igreja Adventista do Sétimo Dia (IASD), onde trabalharam. Ao subirem as escadas, o Pastor Ng descrevia com detalhes como era o centro de idiomas. “No primeiro andar era onde ficava a maioria das salas de aula, e o segundo andar era uma pequena igreja que havia sido iniciada por meio do ministério do centro de idiomas.” O casal veio ao Camboja para pastorear essa igreja. “Muitas pessoas em Phnom Penh queriam aprender inglês”, continuou o pastor. “Nosso centro era um dos maiores da cidade com mais de 450 alunos. Aqui”, continuou ele ao parar no terceiro andar, “é onde viviam os cinco estudantes missionários vindos dos Estados Unidos para ensinar inglês.” Quando chegaram ao quarto e último andar, o Pastor e a Sra. Ng apontaram para o pequeno apartamento onde haviam morado. Era cercado por uma grande varanda aberta protegida por uma cerca. Acima do apartamento havia um pequeno terraço com acesso através de uma escada. “Este quarto andar guarda para nós as mais vivas memórias”, compartilhou o Pastor Ng enquanto ele e sua esposa olhavam para a cidade. “Passamos muito tempo nesta varanda orando durante os frequentes apagões.” Sua voz era calma, a oposto do caos que assolou seus arredores


quando os caças F-111 e B-52s fizeram chover bombas e foguetes sobre a cidade, matando milhares. “Por mil vezes, poderíamos ter morrido”, disse o pastor Ng com um olhar distante. “Todos os dias estávamos preparados para morrer. Muitas vezes imploramos pela proteção de Deus nesta varanda e, em Sua misericórdia, Ele poupou nossas vidas.” O Pastor e a Sra. Ng se lembraram de uma noite particularmente angustiante, quando ouviram dezenas de foguetes atingirem a cidade. “Corremos até a varanda e vimos todos os arredores da cidade imersos em chamas. Pensamos: ‘É agora! É agora!’, para qualquer direção que olhássemos, havia fogo.” No entanto, Deus blindou o pequeno grupo de missionários. “Eu podia ver a poderosa mão de Deus por todos os lados, protegendo-nos durante esses tempos perigosos”, disse a Sra. Ng. “As preciosas promessas do Salmo 91 nunca foram tão queridas ao meu coração como quando reivindicamos Sua viva Palavra enquanto mísseis e foguetes voavam ao nosso redor.” O Pastor Ng e a Sra. Ng foram retirados de lá e enviados ao Vietnã, país vizinho, e foram salvos mais duas vezes no futuro. No entanto, a cada vez que eles escaparam da carnificina da guerra, o casal voltava para continuar compartilhando o amor de Deus. 2 Durante seus dois anos de serviço, o casal passou muito tempo estudando a Bíblia com os alunos de idiomas. Praticamente não havia crentes no Camboja antes da chegada dos Ngs, mas, em pouco tempo, 33 fiéis já se uniam a eles todos os sábados para adorarem a Deus. Ainda durante sua visita ao Camboja no ano passado, o Pastor e a Sra. Ng também visitaram um grande hotel que os trouxe muitas memórias. O hotel serviu como um centro de refugiados durante a guerra, e o casal de missionários foi fundamental para ajudar a atender às necessidades dos refugiados. “Frequentemente visitávamos os refugiados em seus quartos”, relembrou o pastor Ng. “Os quartos estavam totalmente escuros porque não havia eletricidade no hotel, e aproximadamente 17 pessoas, entre homens, mulheres e crianças, eram amontoadas em um quarto.” A situação na cidade era terrível. O Khmer Vermelho, regime ditatorial comunista, cortou os suprimentos advindos do 3

exterior ao bloquear o rio Mekong e as rodovias. A eletricidade na cidade era escassa e o combustível racionado. Os missionários faziam o possível para fornecer aos refugiados roupas e arroz, mas a situação continuava a piorar. Nessa época, dois estudantes missionários já haviam deixado o país e restaram cinco servindo na cidade sitiada. Todo sábado após o pôr-do-sol, um deles ia de bicicleta até a agência central dos correios para buscar correspondência. Numa noite

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de sábado, um dos professores voltou com um telegrama de Bangkok, capital da Tailândia, que dizia: “Todos os cinco saiam daí imediatamente”. O telegrama havia sido enviado por Milton Thorman, diretor de educação da União Missão do Sudeste da Ásia. “O pastor Thorman visitava Bangkok naqueles dias e se sentiu impressionado durante todo o sábado de que algo deveria ser feito pelos missionários em Phnom Penh”, explicou o pastor Ng. “Então ele enviou um telegrama ordenando que nos retirássemos imediatamente. Ele fez isso por conta própria, sem autorização da comissão.” Os missionários pegaram seus poucos pertences e apressaram-se para o aeroporto. “O aeroporto estava sob constante ataque para isolar 8

a cidade de sua última ligação com o mundo exterior”, disse o pastor Ng. “Quando chegamos, vimos fumaça preta saindo dos ataques de foguetes, ouvimos o barulho das sirenes e podíamos sentir os abalos das tremendas explosões. Quando embarcamos no avião, sabíamos que a cidade estava condenada.” Duas semanas depois, o Khmer Vermelho invadiu e assumiu o controle de Phnom Penh e do resto do Camboja. “Quase todos os membros de nossa igreja morreram durante o genocídio do Camboja 4 que se seguiu”, completou o pastor Ng. “Alguns caminharam até a fronteira com a Tailândia e sobreviveram. Estima-se que dois milhões de cambojanos foram mortos por aquele regime brutal.” Vários meses após a queda do Camboja, o Pastor e a Sra. Ng receberam uma carta de um dos membros da igreja que havia conseguido escapar de Phnom Penh. Nela, seu amigo escreveu: “Estou orando dia e noite, não pedindo a Deus que me conceda qualquer pedido egoísta, mas simplesmente implorando a Ele para que, de alguma forma, cada membro do Camboja possa se reunir novamente”. “Infelizmente, a oração do meu amigo não foi atendida nesta terra”, disse o pastor Ng. “Mas logo será, e que dia de 5 felicidade viveremos quando Jesus retornar! Poderemos reencontrar todos os 33 membros que foram batizados e permaneceram fiéis ao Senhor até o fim.” Após o fim da guerra, um grande projeto de estabelecimento de igrejas patrocinado pela Missão Global ajudou a reconstruir a igreja no Camboja. Hoje temos cerca de 3.000 membros, sete igrejas, uma escola missionária e um novo Centro de Influência Urbano que você ajudou a financiar com suas doações à Missão Global. No entanto, ainda há muito a ser feito para compartilhar a mensagem do amor e do breve retorno de Jesus com o povo do Camboja e de todo o Sudeste da Ásia. Por favor, continue a orar e a apoiar o trabalho missionário adventista nesta região do mundo.


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Pastor e Sra. Ng em Phnom Penh, em 1974.

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Pastor e Sra. Ng estiveram na varanda do antigo Centro de Língua Inglesa onde repetidas vezes imploraram para que Deus poupasse suas vidas durante a guerra.

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Pastor Ng, à esquerda, e Helton Fisher, presidente do Distrito do Camboja localizado em Saigon, que ajudaram a descarregar fardos de roupas doadas pelo Serviço Mundial Adventista (SAWS), o precursor da Agência Adventista de Desenvolvimento e Recursos Assistenciais (ADRA).

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Revisitando memórias após 45 anos!

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Pastor Ng, à extrema esquerda, distribuindo arroz e peixe para refugiados deslocados pelas forças do Khmer Vermelho.

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“Esta foto é memorável”, disse o Pastor Ng. “Um dia, a cidade estava sitiada sofrendo fortes bombardeios, e vimos os limites da cidade em chamas. Pensamos que o fim estava próximo e decidimos passar a noite no andar térreo com os outros missionários.” A Sra. Ng está sentada à extrema esquerda, e o pastor Ng está ao seu lado.

População:

16,926,984

AS NECESSIDADES DO CAMBOJA Budistas (oficial): 97.9% Muçulmanos 1.1% Cristãos 0.5% Outros 0.6%

Fonte: WORLD Factbook. “East Asia/Southeast Asia: Cambodia”. Disponível em: <https://www.cia. gov/library/publications/the-world-factbook/geos/cb.html>. Acesso em: 11 de junho de 2020.

Como Você Pode Ajudar

Por favor, continue o trabalho missionário adventista no Camboja e sudeste da Ásia através de suas ofertas missionárias (adventistmission. org/donate) e apoiando os pioneiros da Missão Global e Centros de Influência Urbano da Janela 10/40 (Global-Mission.org/giving).

Curiosidades sobre o Camboja • 1930: O primeiro missionário adventista adentra o país. • 1962: O primeiro edifício da Igreja Adventista é inaugurado. • 1975 a 1979: O regime do Khmer Vermelho governa sob o ditador marxista Pol Pot.

• 1992: Os missionários adventistas reingressam. • 1993: A igreja cambojana recebe reconhecimento oficial do governo.

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LÍBANO

Algo em que Vale a Pena Investir

M

eus alunos estão realmente me ouvindo? O que eu digo realmente faz diferença? Talvez faça de mais maneiras do que eu possa imaginar. Eu olhava o dever de casa de Rami, fazendo algumas pequenas edições antes de enviá-lo de volta para que ele o pudesse corrigir. Na realidade, eu estava dando mais atenção à gramática e ortografia da redação do que ao seu conteúdo, até que meu olho captou uma frase e meus pensamentos se interromperam imediatamente. “Espere um minuto”, pensei, “é da minha aula que ele está falando! Isso é algo que eu disse. Ele estava realmente me ouvindo!” Cada vez que vou ensinar uma aula, eu a inicio com um culto. Na maior parte dos semestres tenho tido a “alegria” de lecionar às classes das 8 horas da manhã. Não sou uma pessoa matutina, então este tem sido um verdadeiro desafio para mim. Neste semestre, no entanto, consegui negociar para começar mais tarde. Fiquei muito grata, mas logo me dei conta: “Ó não, eu não poderei fazer o culto pois os alunos já o terão feito na aula anterior a minha!” Olhei para a grade novamente e dei um suspiro de alívio: minha aula seria a primeira aula deles.

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O novo semestre começou. Nos reuníamos às terças e quintas-feiras e, desta vez, ao invés de colocar os alunos para comandarem os cultos em troca de um ponto extra, como fazia no passado, decidi que agora seria eu quem lideraria. Iniciei compartilhando algumas das principais crenças de nossa igreja juntamente com algumas descobertas interessantes extraídas das minhas devoções pessoais. E então, observava a forma com que o culto se desenrolava em algo diferente do que eu imaginara. Certa manhã, entreguei pequenos quadrados de papel a cada aluno e pedi que escrevessem quaisquer perguntas que gostariam de fazer sobre a vida ou a Bíblia. Recolhi os quadrados dobrados e guardei-os para ler mais tarde. Prometi que responderia àquelas perguntas durante os próximos cultos. As perguntas variavam de: “Deus existe?”, para: “Como faço para começar a ler a Bíblia?”, passando por: “Por que não temos profetas mulheres?”, e até: “Como você vive uma vida emocional equilibrada?”. Eles eram pensadores e estavam fazendo perguntas difíceis. Semana após semana trabalhávamos em cima das perguntas. Meu formato era simples: encontrava


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Maria, à extrema direita, com um grupo de estudantes do Instituto de Língua Inglesa em Byblos, Líbano.

versículos sobre o assunto para eles lerem, resumia a resposta e discutíamos sobre como poderíamos tornar o que aprendemos em algo prático. Certo dia, enquanto corrigia o dever de casa de Ben, notei alguns rabiscos no canto de seu livro. Olhei a página mais de perto e percebi que ele havia escrito versos bíblicos de uma das nossas últimas discussões do culto. Senti-me grata ao perceber que alguém estava realmente prestando atenção na aula e queria lembrar os versículos para referência futura. Perto do final do semestre veio a pergunta: “O que é casamento?”. Como a maior parte dos meus alunos era solteira, decidi abordar o assunto dessa perspectiva. Revisamos em Provérbios 31 e 1 Timóteo 3 quais qualidades devemos procurar em um cônjuge. Na seção “Tornando Prático”, os lembrei de orarem três vezes ao dia, de pedirem conselhos a conselheiros sábios e de procurarem como par alguém que compartilhasse de hábitos e objetivos de vida semelhantes. Enfatizei que o amor é um princípio e não um sentimento ao estilo de Hollywood. Cinco dias depois, o dever de casa de Rami estava à minha frente, e esta frase chamou minha atenção: “Aprendi na minha aula de inglês que o amor é uma ação que praticamos, e provavelmente

Maria Shajiei é missionária voluntária no Líbano e atua como secretária executiva do presidente da Middle East University, onde também leciona no Instituto de Língua Inglesa. Ela cresceu em campo missionário e tem a habilidade de mudar sua identidade baseado em seu estado de espírito, uma vez que é holandesa-mauriciana por etnia, britânica por nacionalidade, americana e do oriente médio por cultura e africana de nascimento.

uma decisão que tomamos, o que significa que é algo que decidimos.” Ele estava elaborando um pensamento que seria utilizado em um culto no seu dormitório, um dos projetos de redação para a aula de Escrita Avançada, a qual eu ensinava. Ele incorporou em sua palestra o que havia aprendido em suas aulas de inglês, em minha classe, durante a nossa hora de culto. No semestre passado, eu me encontrei debatendo com os desafios da nova vida após a chegada do coronavírus e com a incerteza sobre meu papel como esposa-missionária. Meu marido estava ocupado estudando teologia e dando estudos bíblicos todos os dias e eu conseguia enxergar os resultados visíveis do seu ministério em sua vida. Embora eu gostasse de dar uma aula no instituto de línguas a cada semestre, o resto do meu tempo era preenchido com tarefas banais, como imprimir cartas e marcar compromissos. Eu não sabia se estava fazendo diferença significativa na vida de outra pessoa. Foi quando me deparei com o dever de casa de Rami e entendi que havia algo em que valia a pena eu me agarrar. Algo em que valia a pena investir. Cada aluno que entrava na minha classe era uma vida que eu poderia influenciar. Pode ser algo aparentemente insignificante, como uma conversa de cinco minutos durante o culto, mas que talvez eu nunca saiba seu verdadeiro valor até chegar ao céu. Eu o encorajo a nunca se cansar de compartilhar Jesus de qualquer maneira e em qualquer local, porque alguém, em algum lugar, está te ouvindo, e isso vale muito a pena.

Você gostaria de ajudar a causar um impacto positivo na vida de outras pessoas? Se sim, considere o voluntariado por meio do Serviço Voluntário Adventista, programa que viabiliza o serviço voluntário dos membros da igreja em todo o mundo. Voluntários com idades entre 18 e 80 anos podem servir como pastores, professores, profissionais médicos, técnicos de informática, funcionários de orfanatos, fazendeiros e muito mais. Para mais informações, visite AdventistVolunteers.org.

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ALBÂNIA

A Missão nos Mudou

Q Ricky Oliveras, departamento da Adventist Mission

uando Deus chamou Delmar, Nati e Clara, de três anos, para servirem na Albânia, a família missionária fez as malas e se preparou para uma nova aventura! “Nós dois somos do Brasil”, disse Nati, “e acho que Deus colocou o desejo em nossos corações de servir em um lugar diferente. Um lugar onde não estaríamos confortáveis, algum lugar que desafiasse os nossos ministérios.” Delmar e Nati logo se deram conta que surgiriam muitos desafios ao compartilharem o evangelho neste país da Janela 10/40. Por anos, a Albânia foi um território comunista, banindo a religião e se declarando o primeiro e único Estado ateu do mundo. O comunismo entrou em colapso em 1990, mas, mesmo hoje, a religião

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não parece ser uma prioridade para a maioria das pessoas. Delmar, Nati e Clara foram designados para servir na cidade de Korce, na primeira Igreja Adventista do Sétimo Dia construída no país em 1994. Seu primeiro ano foi especialmente difícil. Apesar de seus esforços, não houve um único batismo ou mesmo alguém interessado em receber estudos bíblicos. “Fiquei muito desanimado”, afirmou Delmar. “Eu não conseguia ver nada de grande acontecendo na igreja. Eu nem mesmo conseguia ver algo mudando na igreja. Associamos grandes coisas à grandes números. ... Eu estava tentando fazer o meu melhor, fazer algo grande ou importante, da forma como eu entendia.” No auge de sua frustração, Delmar recebeu um chamado para pastorear uma grande igreja no Brasil. A oferta parecia chegar no momento perfeito. Delmar disse à esposa: “Recebemos um telefonema para voltar ao Brasil. Não estamos realizando nada aqui mesmo. Então, por que simplesmente não vamos embora?” “Você acha que fizemos tudo o que podíamos na Albânia?” ela respondeu. “Você realmente acha que é hora de partirmos? Na minha opinião, creio que devemos ficar. O Senhor tem algo preparado para nós aqui. Talvez Ele queira nos ensinar algo e ainda queira nos usar.” Delmar e Nati decidiram recusar a oportunidade no Brasil. Em vez disso, eles oraram sobre como Deus poderia usá-los nesta parte desafiadora do mundo. Foi então que eles notaram que havia muitas crianças na vizinhança. Talvez este fosse um bom lugar para começar! O casal preparou um local para jogar vôlei e convidou as crianças para brincar. “Isso aconteceu naturalmente”, explicou Delmar. “Elas começaram a vir duas vezes por semana. Em poucas semanas, todas me conheciam como pastor, conheciam a Nati e conheciam a Clara muito bem. Então as crianças passaram a ir à igreja. Ficamos muito animados, pois a igreja estava cheia!” Angela, um dos membros da igreja, levava seu amigo Fatjon à igreja com ela vez ou outra, e dentro de pouco tempo, Fatjon e Delmar se


tornaram amigos. Eles começaram a falar sobre Deus e a estudar a Bíblia juntos, e logo Delmar o convidou para fazer parte do grupo. “Ele estava realmente empolgado e engajado conosco”, lembra Delmar. “Ele me disse: ‘Quero ajudar essas crianças, quero servir a esta comunidade’.” Em apenas algumas semanas, Fatjon estava ajudando Delmar e Nati com as crianças, e as crianças o adoravam. “Todas essas atividades nos uniram e tive o privilégio de batizar Fatjon em meu primeiro batismo na Albânia”, relatou Delmar. “Fiquei muito feliz em ver o Senhor respondendo às nossas orações!” O amor de Jesus tocou o coração de Fatjon e agora ele O compartilha com outras pessoas. “Quando seguimos o método de Cristo, outros podem ver”, observou Fatjon. “Oro para que os corações das pessoas na comunidade se aqueçam e para que elas sigam a Jesus.” Atualmente, os membros da igreja de Korce estão fazendo conexões em sua comunidade por meio de um Centro de Influência Urbano da Missão Global. Nati dá aulas de música enquanto outros ensinam idiomas. Possuem até mesmo um clube de saúde. Tudo isso tem resultado em novos rostos presentes na igreja aos sábados pela manhã. “Quando você tenta algo novo e vê que funciona, te dá esperança”, disse Nati. “Isso nos motivou a tentar coisas diferentes.” As coisas estão mudando em Korce, e não apenas na igreja. “Quando fomos chamados para vir como missionários, pensei que estava pronto para mudar o mundo”, disse Delmar. “Mas demorei talvez um ano para perceber que, antes de realizar qualquer outra coisa, o Senhor estava tentando me mudar”. Por favor, ore para que este ministério continue a crescer e a se integrar na comunidade. E ore pelas famílias de missionários como Delmar, Nati e Clara, que estão servindo na linha de frente da missão. Obrigado por apoiar a missão da Igreja Adventista do Sétimo Dia! 4

A Necessidade Albânia se encontra na Janela 10/40, uma região no mundo onde a maior parte das pessoas jamais ouviu falar no nome de Jesus.

Curiosidades da Janela 10/40 • Estende-se do Norte da África até o Oriente Médio e Ásia. • É onde vivem dois terços da população mundial. • É de onde se origina a maior parte das principais religiões do mundo.

• Possui as maiores cidades do mundo e as populações mais pobres.

• É composta por mais de 5.800 grupos de pessoas não alcançadas entre cerca de 3 bilhões de habitantes.

Como você pode ajudar? Por favor, ore e apoie os missionários por meio de suas ofertas missionárias, ou online através do site adventistmission.org/donate. Por favor, ore por nossos pioneiros da Missão Global e Centros de Influência Urbano, e apoie-os em Global-Mission.org/giving.

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Missionários Delmar, Nati e Clara

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Jovens jogando volêi na quadra que Delmar e Nati criaram

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Nati dando aulas de violino no Centro de Influência Urbano que ela e Delmar iniciaram

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Angela e seu amigo Fatjon

5

Delmar estudando a Bíblia com Fatjon

5

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17.500 Vezes Mais Hora do teste!

Veja se você consegue responder a estas perguntas: 1 Qual era o nome do local que Deus chamou de “grande cidade”? 2 Qual era a população dessa cidade? 3 Qual é a população da maior cidade do mundo hoje? (Observação: há dicas no gráfico à direita e no mapa de oração encontrado nas páginas 16 e 17. As respostas estão na parte inferior da página.)

Agora que você passou no teste, certamente você já fez a matemática mental e está pensando sobre o fato de que a maior cidade do mundo em 2020 é – surpreendentemente—337 vezes maior que a Nínive de Jonas. Tóquio1 é tão grande que no ano passado apenas o aumento de sua população chegou a 148.783 pessoas2, o que seria equivalente a transportar toda a cidade de Nínive, e alguns de seus vizinhos, para a capital do Japão! Hoje, enquanto este artigo é escrito, 585 cidades ao redor do mundo possuem um milhão ou mais de habitantes.3,4 Confira o pôster do Mapa de Oração encontrado nas páginas 16 e 17. Juntas, essas cidades correspondem a 17.500 vezes o tamanho de Nínive!5 E, mesmo assim, foi apenas uma Nínive que chamou a atenção de Deus. Jonas 4:11 nos diz que Deus se compadeceu6 de Nínive. Seu coração estava voltado para aquela cidade, e o que Deus fez? Falou com um profeta e o chamou para a ação. Teria ainda Deus Seu coração voltado para as cidades hoje como teve para Nínive? Dê uma olhada, à direita, há apenas alguns dos chamados à ação que vieram por meio de sua mensageira Ellen White, há não muito tempo atrás. Deus chamou Jonas para alcançar aquela grande cidade de Nínive. Todos nós sabemos como ele respondeu. Hoje, 17.500 vezes mais, o chamado é nosso.

Karen Suvankham, especialista de Comunicação para o Centros de Missão Global e Missão Urbana.

Faça o download destas citações e do Mapa de Oração acessando MissionToTheCities.org/resources.

Respostas:

14

1. Nínive

2. 120.000

3. 40.400.000

1. Existem diversas maneiras de classificar o tamanho de uma cidade. Enquanto Guangzhou é relatada por Brinkhoff (veja abaixo) como a maior aglomeração do mundo, a maioria das fontes considera Tóquio como sendo a maior cidade ou área metropolitana. 2. CAPITAL Gains: People Across Japan Keep Moving to Tokyo. Disponível em: <https://www.nippon.com/en/japan-data/h00643/capital-gains-people-acrossjapan-keep-moving-to-tokyo.html>. Acesso em: 16 de julho de 2020. 3. BRINKHOFF, T. “Major Agglomerations of the World”. Disponível em: <https://www. citypopulation.de/en/world/agglomerations/>. Acesso em: 16 de julho de 2020. 4. Diversas cidades hoje cresceram muito além de seus limites originais, e, contagens de população como as relatadas por Brinkhoff, geralmente compreendem a área metropolitana mais ampla incluindo cidades menores vizinhas. 5. O total das 585 populações de aglomeração listadas por Brinkhoff chega a 2.100.015.000. Dividindo isso pela população de Nínive, de 120.000, chegamos a 17.500. 6. Versão Almeida Revista e Atualizada


15


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Este mapa é baseado em dados compilados por Thomas Brinkhoff (www.citypopulation.de) e outras fontes. A lista Brinkhoff foca em aglomerações, logo, cidades menores localizadas nos arredores de cidades maiores são absorvidas pela população total dessas últimas, mesmo nos casos em que a cidade menor possui uma população de mais de um milhão de habitantes. Por esta razão, os dados de Brinkhoff para as 117 aglomerações de CHUM representam mais de 300 cidades de ≥ 1 milhão de habitantes naquela região. (Fonte: BRINKHOFF; Thomas. “Major Agglomerations of the World”. Disponível em: <https://www.citypopulation.de/world/Agglomerations.html> Acesso em: setembro de 2019.)

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Por gentileza, compartilhe conosco fotos suas, da sua igreja ou escola orando por essas cidades, assim como sua foto com o mapa completado! Entre em contato através do e-mail: missiontothecities@adventistmission.org

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Escaneie o código e encontre formas nas quais você poderá orar pelas cidades!

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MissionToTheCities.org

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Cidades contendo ≥ 30 milhões

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Cidades contendo ≥ 20 milhões

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Cidades contendo ≥ 10 milhões

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Cidades contendo ≥ 1 milhão

REGIÕES DA IGREJA ADVENTISTA

Nanyang Wenzhou Zaozhuang

Salt Lake City

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Zhenjiang

Harrisburgo

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Existem mais de 580 cidades no mundo contendo 1 milhão de habitantes ou mais. Elas foram dispostas aqui como num mapa do sistema de metrô. As linhas de cores diferentes representam as diversas regiões da igreja no mundo. As paradas — ou pontos — em cada linha são as cidades com 1 milhão, ou mais, em cada região. Por favor, ore por uma cidade a cada dia e vá marcando conforme for avançando.

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Faça com que sua oração dê a volta ao mundo!

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UNIÃO MISSÃO DO ORIENTE MÉDIO E NORTE DA ÁFRICA

A Missão Global tem em vista alcançar os não alcançados para Jesus. Fazemos isso de várias maneiras, incluindo o ministério dos pioneiros da Missão Global, os Centros de Influência Urbano, o programa Estudantes Valdenses e os Tentmakers. A seguinte história foi escrita pela esposa de um tentmaker, enquanto ele trabalhava na região do Oriente Médio e Norte da África. Retivemos suas identidades em sigilo com o fim de protegê-los, assim como o de resguardar a obra adventista naquele local.

Observando um Tentmaker

A

mo observar como Deus tem usado meu marido de maneiras incríveis como um tentmaker. Acredito que vivo para Deus, assim como vive meu marido. Contudo, não sou eu o professor “lá fora”, orientando alunos pacientemente, procurando constantemente por pontes de conexão e interagindo cuidadosamente com colegas em um ambiente multicultural durante todo o dia, todos os dias. Não fui eu quem fez a primeira declaração surpreendente: “Eu quero ser um tentmaker!” Não precisei escrever um currículo ou pesquisar pela internet por empregos de professor na região do Oriente Médio e Norte da África, onde nos sentimos chamados para servir. Mas, eu orei enquanto ele escrevia uma carta de apresentação para suas aplicações de trabalho afirmando que, como criacionista, ele precisava de liberdade para poder ensinar design inteligente em suas aulas. Eu sabia que isso limitaria imensamente nossas oportunidades. Por muitas semanas eu o observei enquanto seus pedidos não recebiam respostas e me perguntei se essa era a vontade de Deus para nós. Orávamos repetidamente pela direção de Deus, até que Ele abriu duas portas no mesmo país. A

18

primeira era em uma escola que oferecia um salário generoso que impressionou a nós dois; poderíamos viajar, economizar e viver bem com aquela renda. No entanto, as exigências eram enervantes: ele seria obrigado a ensinar a evolução como um fato científico. A segunda oportunidade era numa escola que parecia perfeitamente confortável—e até mesmo satisfeita—com seu desejo de ensinar sobre a criação. Eles dariam a ele a liberdade de apresentar Deus como o Criador de nosso mundo, porém, com um terço do salário proposto pela outra escola. Percebi como ele tomou a decisão rapidamente. Atualmente, meu marido está feliz ensinando design inteligente em suas aulas de ciências e, ainda ontem, Deus me deu a oportunidade de observá-lo em seu ambiente de trabalho. Tive que esperar em sua escola a maior parte do dia, pois nosso carro estava com problemas. Percebi então que ele tinha um motivo específico para se tornar um tentmaker: compartilhar esperança e encorajamento. Os alunos entraram em sua classe com uma onda de histórias após um longo fim de semana. Ele ouviu cada um, totalmente envolvido com o que estava acontecendo em suas vidas. Uma reunião de pais e mestres com uma mãe e um enérgico aluno do sétimo ano que estava


lutando com suas notas trouxe de volta histórias que meu próprio marido vivenciou durante seu conturbado período neste mesmo ano. Ao final da reunião, ele olhou diretamente para o garoto desanimado e garantiu-lhe que Deus poderia ajudá-lo a concentrar sua abundante energia em uma direção positiva. Poucos minutos depois, um estudante estagiário entrou na sala de aula. Depois de ouvir alguns dos desafios que o estagiário estava enfrentando, ouvi enquanto meu marido o incentivava ao dizer que Deus o ajudaria. Em seguida, houve uma conversa tranquila em que um jovem colega, professor, foi lembrado de que Deus tem planos especiais e cheios de esperança para a vida dele. Antes de o dia terminar, outro colega apareceu para pedir conselhos. Ele saiu com a certeza de que alguém estava orando por ele. E enquanto uma pilha de papeis estava sendo enfiada em uma mochila já lotada, notei planilhas para o currículo de saúde NEWSTART que tinha sido adaptado para seu enérgico grupo de alunos do oitavo ano. Mas essa coisa de ser um tentmaker não para na porta da escola. Vai para a horta orgânica atrás de nossa casa, onde espinafre e outros produtos estão frutificando. Vizinhos, jardineiros contratados e colegas recebem sacos cheios de deliciosas verduras. Claro, eu os ouço fazendo perguntas sobre saúde ao longo do caminho. E o velho fazendeiro, colhendo seu trigo sozinho ao fim da rua, fica feliz em receber a ajuda e a companhia do plantador de espinafre. Ser um tentmaker envolve abraçar tudo o que se vê acontecendo ao seu redor. O professor de violão árabe precisa de incentivo para seus tratamentos de diálise e aprende mais maneiras de lutar contra a diabetes. O guarda que administra a propriedade que alugamos é incentivado a deixar as tarefas domésticas para outro dia, porque o sábado é um belo momento de descanso. E o colega que nos traz a mensagem de que nosso carro consertado estará pronto na noite de sexta-feira, volta ao mecânico com uma explicação sobre nosso dia de sábado. O carro fica pronto na sexta à tarde. O mensageiro discretamente pergunta se poderíamos visitá-lo e explicar a ele sobre o sábado. Não consigo ver todas as maneiras pelas quais Deus têm usado meu marido, especialmente aquelas mais importantes que Deus está realizando no coração das pessoas. Mas o que posso ver me faz lembrar que, por meio do Espírito Santo, o testemunho do meu marido tentmaker pode ser contínuo, com propósito e genuíno. Posso não ser uma tentmaker, mas minha vida foi profundamente enriquecida enquanto observava um.

Tentmakers

Nossa igreja enfrenta enormes desafios para levar Jesus aos países inacessíveis, países que fecharam suas fronteiras às igrejas organizadas e aos missionários tradicionais. Porém, um tentmaker pode transpor essas barreiras! Dedicação Total é o programa dos tentmakers da Missão Global. Tentmaker é um profissional adventista que escolhe seguir o exemplo do apóstolo Paulo. Ele mantinha seu ministério com o ofício de fazer tendas, e enquanto conversava com seus clientes, buscava oportunidades para ouvir, atender a uma necessidade e compartilhar as boas novas do evangelho. Assim como Paulo, os tentmakers se misturam com as pessoas em locais de trabalho seculares enquanto se envolvem em ação missionária intencional e pessoal. Eles estabelecem relacionamentos duradouros que lhes permitem tocar os corações para Cristo por meios que não seriam possíveis se fossem obreiros oficiais da igreja. Suas doações para a Missão Global ajudam a incentivar e a equipar os tentmakers ao prover-lhes instrução, treinamento e apoio espiritual tão necessários. Os tentmakers estão fazendo a diferença para Jesus, mas necessitam de sua ajuda. Por favor, apoie esse ministério através de suas orações e doações.

Como doar: ONLINE Faça uma doação segura e rápida através do site Global-Mission.org/giving CORRESPONDÊNCIA Nos Estados Unidos: Global Mission, General Conference 12501 Old Columbia Pike Silver Spring, MD 20904-6601 No Canadá: Global Mission SDA Church in Canada 1148 King Street East Oshawa, ON L1H 1H8

Deus está te chamando para ser um tentmaker?

Centenas de profissionais adventistas, de todas as áreas, são necessários. Para saber mais, visite: TotalEmployment.org.

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É D E S TAQ U E N O

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Associação Geral dos Adventistas do Sétimo Dia • 12502 Old Columbia Pike, Silver Spring, MD 20904, EUA



BRASIL

Escola em Brusque.

Os Caminhos Misteriosos de Deus

U

m dos primeiros conversos ao adventismo no Brasil aceitou a verdade do sábado por meio das ações de um criminoso e de um bêbado. A história se inicia na Europa. Enquanto estudava a Bíblia em sua juventude, Guilherme Belz, um alemão luterano, descobriu que Deus santificou apenas o sétimo dia. Esta descoberta o surpreendeu, pois sua família observava o domingo. Guilherme perguntou à sua mãe a este respeito, e ela o levou a um pastor luterano. Todavia, sua resposta de que Cristo havia mudado o dia de descanso não lhe foi muito convincente.1 Guilherme decidiu deixar o assunto de lado. No entanto, anos depois em uma terra distante, ele teve um novo encontro com o ensino da Bíblia sobre o sábado.2 No final do século 19, Guilherme emigrou da Pomerânia (região da atual Alemanha e Polônia) para o Brasil. Estabeleceu-se na colônia alemã, hoje chamada de Gaspar Alto, localizada perto de Brusque,3 onde se casou com Johanna, com quem teve seis filhos.4 Foi ali que a curiosa história de sua conversão se desenrolou. Por volta de 1878, um homem chamado Borchardt cometeu um crime. Ele fugiu de Brusque e começou a trabalhar em um navio que navegava entre a Europa e a América do Sul. Em suas viagens, Borchardt conheceu missionários adventistas que lhe pediram um endereço para que pudessem

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lhe enviar publicações.5 Ele, então, deu a eles o endereço de Carlos Dreefke, seu padrasto, que residia em Brusque.6 Em 1880, um pacote contendo 10 cópias de Stimme der Wahrheit (“O Arauto da Verdade”), endereçado a Carlos Dreefke, chegou ao mercado de Davi Hort, onde toda a correspondência era entregue.7 No início, Dreefke não queria sua correspondência pois acreditava que teria que pagar por aquilo. No entanto, Hort o encorajou a abri-la para ver do que se tratava. Encontrando as revistas na embalagem, Dreefke as distribuiu para nove pessoas que se interessavam pelo assunto, e elas receberam cada nova edição que aparecia. Em pouco tempo, Dreefke desejou parar de receber essas entregas. Contudo, um professor chamado Chikiwidowsky assumiu a responsabilidade pelas revistas e por quaisquer custos que viriam com elas. Mais tarde, Chikiwidowsky passou a responsabilidade para Dressler, um bêbado da região. Este homem, buscando formas de comprar bebidas, pediu mais publicações.8 Dressler vendeu parte delas para comerciantes, que usaram suas páginas para embrulhar mercadorias. E foi assim que as publicações adventistas chegaram até Guilherme Belz. Depois de fazer compras em Brusque, Guilherme percebeu que os papéis de embrulho das mercadorias compradas traziam impressão alemã. Ele as leu e ponderou a informação por várias semanas. Depois de um tempo, encontrou o livro Gedanken über das Buch Daniel, uma tradução alemã do livro de Uriah Smith “Pensamentos sobre Daniel”, que tratava do mesmo assunto do papel de embrulho. O título de um capítulo em especial chamou a atenção de Guilherme: “O Papado Muda o Dia de Descanso”. Comparando o conteúdo dos materiais com a Bíblia, ele concluiu que a observância do domingo era uma tradição humana e o sétimo dia era o sábado de Deus.9 No sábado seguinte à sua constatação, Guilherme não pôde tomar seu café da manhã porque não se sentia confortável para ir trabalhar naquele dia. Quando Johanna lhe perguntou o que havia de errado, Guilherme a explicou sobre o sábado. Ele decidiu não ir trabalhar e convidou sua esposa e seus filhos mais novos para se juntarem a ele em honra a Deus. Embora não tenham aceitado ao convite de imediato por não haverem entendido o assunto por completo, observariam seu primeiro sábado logo depois, por volta do ano de 1890. Seus filhos mais velhos casados ​​não aceitaram facilmente. Emília, a mais velha, nunca aceitou a mensagem adventista. No entanto, a comunidade adventista registra a família Belz como a primeira


observadora do sábado no Brasil—antes mesmo da chegada de qualquer missionário adventista!10 Por meio do testemunho da família Belz, seus vizinhos passaram a guardar o sábado.11 Por volta de 1894, esses observadores do sábado foram descobertos por Albert Bachmeyer, um colportor. Albert compartilhou sua descoberta com o missionário W. H. Thurston, recém-chegado ao Rio de Janeiro. Thurston contatou Frank Westphal, o primeiro pastor ordenado designado para trabalhar na América do Sul, que por aquele tempo, atuava na Argentina. Westphal chegou a Brusque em 30 de maio de 1895 e batizou os conversos, que formaram a primeira Igreja Adventista do Sétimo Dia no Brasil. 12 Deus tem Suas maneiras de conduzir aquele que busca a verdade. Através de instrumentos incomuns, Ele providenciou meios para que o evangelho chegasse aos corações que ansiavam por mais luz.

A nova Enciclopédia Adventista do Sétimo Dia (ESDA) online está agora disponível através do site encyclopedia.adventist.org. Lançada em 1º de julho deste ano pela Associação Geral da Igreja Adventista do Sétimo Dia, a ESDA apresenta mais de 2.100 artigos sobre a história, estrutura, cultura, teologia e muito mais da Igreja Adventista em todo o mundo. O conteúdo inclui mais de 3.600 fotografias e outros documentos históricos significativos. Centenas de novos artigos e fotografias serão adicionados à enciclopédia nas próximas semanas, meses e anos. O ESDA conta com a experiência de centenas de autores e editores

Este artigo foi preparado para a nova Enciclopédia Adventista do Sétimo Dia (ESDA, na sigla em inglês) online pelo Centro White do Brasil - UNASP, por uma equipe de professores e alunos do Centro de Pesquisa Ellen G. White da Universidade Adventista de São Paulo, Brasil. A equipe foi supervisionada pelos Doutores Adolfo Semo Suárez, Renato Stencel e Carlos Flávio Teixeira.

em todo o mundo, provenientes de diferentes culturas

1. BORGES, Michelson. A Chegada do Adventismo ao Brasil. Tatuí, SP: Casa Publicadora Brasileira, 2000, pág. 59.

artigo mais extenso contido na enciclopédia.

e etnias. É uma ótima ferramenta não apenas para aqueles que buscam aprender mais sobre a Igreja Adventista, mas também para aqueles que desejam testemunhar a outros. Essa história é baseada em um

2. WESTPHAL, Henry Francisco. Pionero en Sudamérica. Libertador San Martín, ER: Universidad Adventista del Plata, 1997, pág. 23. 3. BORGES, Michelson. “O pioneiro do Brasil”, Revista Adventista, 9 de Novembro de 2005. 4. BORGES, Michelson. A chegada do Adventismo ao Brasil, págs. 59–61. 5. STREITHORST, Germano. “O Início de nossa Obra”, Revista Adventista, Março de 1958, pág. 29 e 30; E. H. Meyers, “Uma Recapitulação dos Começos na América do Sul”, Revista Mensal, Outubro de 1928, págs. 4-5. 6. MEYERS, E. H. “Uma Recapitulação dos Começos na América do Sul”, págs. 4-5; GREENLEAF, Floyd. Terra de Esperança: O Crescimento da Igreja Adventista na América do Sul. Tatuí, SP: Casa Publicadora Brasileira, 2011, pág. 25. 7. MEYERS, “Uma Recapitulação dos Começos na América do Sul,” págs. 4-5. 8. Ibid. 9. OLSON, L. H. “Progressos da Obra na América do Sul”, Revista Adventista, Setembro de 1956, págs. 3-4; STREITHORST, G. “Santa Catharina”, Revista Adventista, Dezembro de 1924, pág. 10; GREENLEAF, “Terra de Esperança”, pág. 25; BORGES, “A chegada do Adventismo ao Brasil”, págs. 59–61. 10. BORGES, “A chegada do Adventismo ao Brasil”, págs. 59–61; WESTPHAL, Henry Francisco. “Pionero en Sudamérica”. Libertador San Martín, ER: Universidad Adventista del Plata, 1997, pág 23. 11. WALDVOGEL, Isolina A. “História da Nossa Igreja”. Tatuí, SP: Casa Publicadora Brasileira, 1965, pág. 308. 12. MEYERS, “Uma Recapitulação dos Começos na América do Sul”, págs. 4-5; LESSA, Rubens S. “Nossa Trajetória”, Revista Adventista, Agosto de 2009, pág. 23.

More than 2,200 articles and 4,000 photographs featuring Adventist missionaries, evangelists, institutions, events, and beliefs.

encyclopedia.adventist.org 23


E S TA D OS U N I D OS Para mais informações sobre Hillside, visite wausauwi.adventistschoolconnect.org.

Orando por Nossas Cidades

V Charlyn Marsh lecionou e foi voluntária na Hillside Christian School por 30 anos.

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ocê sabia que existem 580 cidades no mundo com uma população de mais de um milhão de pessoas? Você sabia que em 45 dessas cidades há menos de 10 adventistas? Você sabia que 43 dessas cidades não têm congregações adventistas? Claramente, há um grande trabalho a ser feito, e os alunos da Hillside Christian School em Wausau, Wisconsin, estão fazendo sua parte. Todas as manhãs, os alunos de Hillside oram por uma cidade da Divisão Norte-Americana que possua um milhão ou mais de habitantes. Tudo começou quando Paula Sachse, membro da Igreja Adventista de Shepherd’s House, conversou com Charlyn Marsh, uma professora da Hillside Christian School, a respeito de um programa sobre o qual ela havia ouvido falar em um acampamento em Wisconsin, chamado “Mapa de Oração da Missão Urbana”. Paula estava animada! Ela explicou a Charlyn que o programa fazia parte da iniciativa "Reach the World", da Associação Geral. Paula então perguntou a Charlyn se ela e sua escola estariam interessados a participar. Ela se mostrou interessada, então Paula se ofereceu para ir a escola e explicar o projeto aos alunos. O núcleo do programa se baseia em um mapa que se parece com uma figura do sistema de metrô. Nele, cada linha representa uma divisão mundial da igreja adventista. As estações em cada linha são as cidades daquela divisão que possuem uma população de mais de um milhão de habitantes. O objetivo é fazer com que voluntários orem pelas cidades contidas no mapa. Paula deu um mapa a cada aluno, e eles ficaram animados quando viram. “Este mapa parece ser muito legal! O que é?” “Existem tantas cidades grandes assim no mundo?!” “Meus pais vão amar ver isso!” “Podemos pegar mapas extras para levar aos nossos familiares?” No início do ano, os alunos e a professora discutiram por qual linha começar. Eles votaram para começar a orar pelas cidades na linha da Divisão Norte-Americana (NAD, na sigla em inglês). “Estamos quase terminando a linha da Divisão

Para mais informações sobre o Mapa de Oração de Missão Urbana, visite MissionToTheCities.org/resources.

Norte-Americana”, disse Carson Sajdak, aluno do sétimo ano. “Mal posso esperar para começar uma nova linha.” O mapa causou muito entusiasmo e curiosidade. No momento da oração todas as manhãs, era possível ouvir os alunos comentando: “Qual será a cidade pela qual vamos orar hoje?”, enquanto tiravam ansiosamente seus mapas de suas mesas. “Melbourne é a próxima estação da linha”, disse um aluno. “Melbourne não está no NAD. É na Austrália. Todo mundo sabe disso!” “Deve haver outro Melbourne. Vamos descobrir onde fica “, respondeu Charlyn ao conduzi-los a uma discussão sobre onde fica a cidade e o que eles sabem sobre ela. Em seguida, os alunos procuraram descobrir sua distância de Wausau e aprender mais sobre aquela cidade. “É um ótimo início de discussão”, disse Charlyn. “Há muitas cidades grandes na América do Norte das quais eu nunca tinha ouvido falar”, disse Carlos Torres, do sétimo ano. As perguntas no verso do mapa incentivaram os alunos a se manterem focados ao orarem por outros, e enriqueceram a hora da oração na escola. Em vez de cada aluno orar alguma variação de: “Abençoe o povo de Indianápolis”, cada aluno ora por um aspecto diferente da cidade naquele dia. Um aluno orará especificamente pelos seus líderes. Outro, por seus missionários. Outro, por suas famílias e casamentos. Outro, pela saúde de seus moradores. Outro, por sua educação. Outro, pelos moradores de rua. E outro, ora para que todos naquela cidade conheçam Jesus. “É bom ter algo específico para orar”, disse o aluno do quarto ano Ayden Martinez-Sanchez. “Gosto que todos oramos por coisas diferentes, mas pelo mesmo lugar”, disse a aluna do sétimo ano Emy Ruehl. Este ministério de oração tem ajudado os alunos de Hillside a olharem além de seu pequeno mundo. Pode ser muito chocante para um aluno do ensino fundamental em uma pequena cidade, em sua maioria cristã, descobrir que há bilhões de pessoas no mundo que precisam ainda conhecer Jesus. “Eu não tinha ideia de que havia tantas pessoas que não tinham ouvido falar de Jesus”,


Fotos por Jamie Fisher.

disse a aluna do segundo ano Riley Fisher. Quando oram pelos desabrigados e pelos casamentos e famílias da cidade, eles percebem o quanto são abençoados por terem um lar e uma família. “Sou grata por meus pais e por tudo que eles fazem por mim”, disse Grace Hixon, aluna do sétimo ano. A Hillside Christian School é uma escola de uma sala só, que tem servido Wausau, Wisconsin, há quase 70 anos. Sua missão é gerar líderes hoje que caminharão com Jesus até a eternidade. O Mapa de Oração de Missão Urbana ajudou Hillside a implementar sua missão, auxiliando os alunos a enxergarem as necessidades dos outros e a desenvolverem uma experiência de oração mais focada e uma vida de oração mais profunda.

Adaptado com a devida permissão da revista Lake Union Herald.

Você já conferiu o aplicativo issuu? Encontre edições anteriores da revista Missão 360º lá.

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NICARÁGUA

O PRESENTE DE LUALINDA

A Jasiel Ordóñez é natural do Panamá e formada em enfermagem pela Southwestern Adventist University. Foi voluntária médicomissionária em Nicarágua.

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primeira vez que a vi, ela caminhava pela aldeia sob o sol escaldante do meio-dia. Seu corpo se encurvava para a direita para equilibrar o fardo que carregava em seu lado esquerdo. Enquanto caminhava, irradiava um senso de determinação e responsabilidade que a faziam parecer mais uma adulta do que uma criança. Ela levava um garoto no quadril esquerdo e um registro de vacinação na mão direita. Estava descalça. A única peça de roupa que o menino usava era uma pequena camiseta que mal cobria seu inchado abdômen infestado por parasitas. Ela era apenas uma garotinha que não aparentava ter mais de nove anos. Seu nome era Lualinda. Contudo, o que mais me chamou a atenção naquela pequena garota de Miskito foi seu sorriso. Enquanto caminhava apressadamente pela aldeia, ela frequentemente se virava e sorria para mim. Então, eu sorria de volta até que a alcancei. Quando cheguei mais perto, notei que seus dentes inferiores estavam cheios de manchas e cáries, mas isso não impedia Lualinda de sorrir. Eu havia recém chegado para cumprir minha função missionária na Missão Adventista de Tasba Raya, localizada na pequena comunidade Miskito de Francia Sirpi, na costa do Norte do Atlântico em Nicarágua. Era semana de vacinação e Lualinda estava levando ela mesma e o irmão mais novo à clínica para tomarem as vacinas. Nós duas estávamos indo em direção a clínica, ela como paciente e eu como enfermeira.

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Lualinda não falava espanhol e eu sabia muito poucas palavras em Miskito, mas isso não a impediu de me fazer sentir bem-vinda. Enquanto caminhávamos em silêncio uma 2


ao lado da outra, minha mente se demorou na história de João capítulo 6, do menino com os dois peixes e os cinco pães. Como ele, Lualinda não tinha muito a oferecer. No entanto, assim como ele, ela não hesitou em oferecer o que tinha: seu sorriso e sua amizade. É exatamente por isso que Jesus disse que para entrar no reino dos céus, todos devemos ser como crianças: puros em nossas intenções, sempre prontos a perdoar e nunca hesitantes em dar. A vida de Lualinda é difícil, assim como é a vida de outras crianças que frequentam a Escola Adventista de Tasba Raya. A maioria deles batalha muito para conseguir ter sapatos, roupas, cuidados de saúde adequados, alimentação balanceada e material escolar. Com Lualinda, aprendi que não importa o quanto você tem, mas o que você escolhe fazer com o que tem. Seja tempo, recursos ou talentos, todos nós temos algo a oferecer a outros. Nenhuma contribuição para o bem-estar de outra pessoa é pequena ou insignificante. Lembre-se de que mesmo dois peixes e cinco pães podem percorrer um longo caminho quando colocados nas mãos do Mestre.

Se você está interessado em se tornar um voluntário, visite AdventistVolunteers.org.

Assista vídeos de histórias dos missionários do Serviço Voluntário Adventista acessando m360.tv/avs.

1 Lualinda, à direita, e seus irmãos na escola 2

Lualinda e seu irmão em sua casa

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Missão Adventista de Tasba Raya

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Visita neonatal

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PA Í S V E L A D O Curta Missão 360º aonde estiver com o aplicativo issuu!

ENCONTRADA NA TRADUÇÃO

L Duane McKey é o presidente da Adventist World Radio

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ily cresceu em um país que é até hoje, em suas próprias palavras, “um lugar obscuro de idolatria”. O cristianismo é, na melhor das hipóteses, mal tolerado, e muitos cristãos enfrentam a prisão ou a morte. Nascida em uma família não cristã, Lily tinha apenas cinco anos quando seus pais morreram. Ela e seus quatro irmãos foram criados como órfãos. Quando se tornou adolescente, ela conheceu Norbu, um homem 27 anos mais velho. Ele pagou por sua educação e eles se casaram. Seu marido tinha formação cristã, e Lily queria desesperadamente saber mais sobre a verdade bíblica. Ela implorou a Norbu que a deixasse fazer estudos bíblicos, mas ele negou seu pedido

dizendo que apenas os líderes da igreja deveriam ler a Bíblia. “Fiquei quieta e o obedeci, mas não estava satisfeita em ir à igreja aos domingos e apenas ouvir os líderes”, ela relatou. Vinte anos se passaram e Lily sentia que ainda não sabia nada sobre a Bíblia. Certo dia, ela conheceu uma mulher adventista chamada Kiba, e elas rapidamente se tornaram amigas. Kiba apresentou Lily a Tim Saxton, o contato da Adventist World Radio (“Rádio Mundial Adventista”, AWR na sigla em inglês) naquele país, que pretendia traduzir as lições bíblicas da Rádio para o idioma local. Lily aceitou o trabalho de tradução, em parte porque precisava do dinheiro para financiar os estudos de seu filho. Foi-lhe dada uma Bíblia e


uma cópia das lições. O primeiro desafio que ela enfrentou foi por não saber de que forma usar seu teclado para aquele idioma. Embora ela soubesse falar, não havia aprendido a datilografar. Contudo, uma semana depois já havia pegado a prática. O primeiro tópico que ela teve que traduzir foi “Profecias de Daniel”. E, desde o início, se sentiu em conflito. Desejava fazer um bom trabalho, mas o que estava lendo na Bíblia contradizia muitas de suas tradições religiosas. Ao continuar sua leitura, foi acometida por uma febre alta. Enquanto estava na cama, ela sentiu como se espíritos malignos estivessem sussurrando em seu ouvido dizendo: “Não abra a Bíblia, você irá morrer!” Ela não lhes deu ouvidos, em vez disso, abriu sua Bíblia para encontrar palavras que fariam os espíritos irem embora – palavras para que ela “não morresse, mas tivesse vida eterna em Cristo”. Enquanto lia, tinha a sensação de que alguém lhe dava um soco em suas costas; porém, ela não desistiu. Quatro dias depois, com sua amiga Kiba orando fervorosamente ao seu lado, sua febre cedeu. Lily continuava se sentindo confusa com o que estava aprendendo, então, a Adventist World Radio se prontificou em enviar alguém para ajudá-la com a tradução. Selma chegou logo em seguida, e juntas começaram a estudar a Bíblia. Por vezes estudavam até uma hora da manhã e Lily finalmente completou os estudos bíblicos que sempre desejou. Foi transformador. “Enquanto traduzia palavra por palavra e linha por linha, eu era convertida”, revelou Lily. Ela desejava ser batizada, mas seu marido não estava de acordo. Ele bebia até tarde da noite, e Lily passava horas orando para que ele parasse de beber e conhecesse a verdade. Por volta dessa época, um veterinário adventista chamado Ken mudou-se com sua família para a área em que a família de Lily morava e perguntou se ela poderia ensiná-los a falar o idioma local. Norbu, esposo de Lily, respeitava muito o veterinário, então Lily pediu para Ken incentivar seu marido a parar de beber e ir à igreja. Por mais que Norbu não escutasse sua esposa quando ela tentava falar-lhe sobre coisas espirituais, Lily indicava a Ken, a cada semana, qual assunto que seu marido se beneficiaria em ouvir. Aos poucos, Norbu também foi descobrindo a verdade e toda a família passou a estudar a Bíblia juntos. Em 2019, Lily, Norbu e seu filho foram batizados em um local remoto deste país fechado. Desde então, Lily tem visto uma mudança completa em seu marido. Ele não bebe mais. Ainda significa muito para ela o fato de terem

sido batizados juntos. Ela disse: “Um galho pode quebrar-se com mais facilidade, mas como somos três - três galhos - somos fortes e ninguém pode nos quebrar”. Depois que Lily decidiu se batizar, ela queimou o que restou de suas práticas espirituais anteriores.

Lily envia seus sinceros agradecimentos a todos os que apoiam os projetos da Adventist World Radio em países como o dela. Agora, o trabalho de sua vida é alcançar outras pessoas neste país velado. “Jerusalém foi alcançada. Agora quero ir para a Judéia. Depois, Samaria. Tudo o que desejo é chegar o mais longe que puder com a verdade bíblica que aprendi, a verdade que mudou minha vida!”

A Adventist Word Radio (AWR) é o ministério de rádio internacional da Igreja Adventista do Sétimo Dia. A missão da AWR é levar o evangelho às pessoas de mais difícil acesso do mundo em seus próprios idiomas. Para assistir a histórias incríveis como a de Lily, visite a Adventist World Radio através do site awr.org/video. Obrigado por apoiar a AWR por meio de suas ofertas missionárias e ofertas para o Orçamento Mundial!

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CHIPRE

HOSPITALIDADE EM HORA CERTA

S Elias Orlando e sua esposa, Melina Schimpf, são da Argentina e servem como missionários no Chipre.

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e existe algo que aprendi na vida é que se você cuidar dos negócios de Deus, Ele cuidará dos seus. Ele te sustentará e abrirá portas que você jamais imaginaria! Minha esposa Melina e eu ficamos presos em Londres com 90 quilos de bagagem. Nosso destino final era Chipre, onde serviríamos como missionários voluntários pastoreando uma pequena comunidade adventista na cidade de Larnaca. Quando iniciamos nossa jornada, ainda faltavam alguns documentos importantes que precisaríamos para entrar em Chipre. No entanto, nos garantiram que eles estariam prontos para os pegarmos em Londres. Mal imaginávamos que os documentos levariam quatro semanas para chegar. Havíamos planejado ficar apenas sete dias! Se você já esteve em Londres, sabe como as coisas lá são caras. Não conhecíamos ninguém na área e não tínhamos ideia do que fazer. Oramos muito e esperamos que Deus revelasse um plano. E Ele tinha um!

Leve a Missão 360º com você para onde for! Faça o download do aplicativo issuu.

Aprendi que, quando não entendo o que está acontecendo na minha vida, posso escolher me colocar nas mãos de Deus. Com o tempo, Ele vai decifrar o mistério para mim. Vai me conectar com pessoas que me serão uma bênção e Ele me ajudará a perceber que Seu plano foi a melhor coisa que poderia ter acontecido. E assim foi. Nessa nuvem de incertezas, o Senhor nos colocou no caminho de uma pessoa especial. Seu nome era Rocio. Nós a conhecemos na primeira sexta-feira à noite que passamos em Londres, pouco antes de pregarmos em uma igreja local. Sem nos conhecer ou saber de nossas necessidades, ela nos convidou a ficar em sua casa o tempo que fosse necessário. Incrível! Para nós, aquele gesto foi como um copo de água fria no meio do deserto! Aceitamos sua oferta com gratidão. Perguntei a Rocio por que ela fez aquilo e nunca esquecerei sua resposta. “Elias, sempre sonhei em ter um quarto para receber pessoas que precisassem de ajuda, assim como a sunamita


da Bíblia que hospedou o profeta Eliseu. Pedi um quarto a Deus, e Ele me deu um. Eu já hospedei muitas pessoas. Sou muito feliz fazendo isso, e Deus tem me abençoado.” O testemunho de Rocio me cativou. Ela me ensinou muito sobre hospitalidade e abnegação. Quando nos acomodamos no quarto em seu apartamento, notamos que não era um quarto de hóspedes, mas o quarto dela. Ela optou em dormir com a filha para que nos sentíssemos mais bem-acolhidos. Algumas semanas depois, finalmente chegamos à Larnaca. Os líderes da igreja local nos alugaram um apartamento por uma semana com o fim de nos dar tempo para procurarmos o local onde ficaríamos a longo prazo. Contudo, assim que começamos a procurar, percebemos como seria difícil encontrar algo. Por ser primavera, Chipre estava repleto de turistas. A maioria das propriedades para alugar que encontramos estavam disponíveis por apenas uma semana e eram muito caras. Logo, tínhamos apenas um dia antes que precisássemos sair do local onde estávamos ficando. Passamos a maior parte daquele dia com o pastor em busca de um lar, mas não encontramos nada. Enfrentando novamente a incerteza, optamos por confiar em Deus. Naquela tarde, recebemos uma ligação inesperada. Era de Ina, um membro da Igreja Adventista de Londres, ligando de seu apartamento nos arredores de Larnaca. Não a conhecíamos, mas ela nos pediu para irmos visitá-la. No início ficamos receosos, pois não tínhamos um minuto a perder, mas ela foi tão insistente que finalmente concordamos. Ao chegarmos, Ina nos cumprimentou com muito carinho. Após uma breve conversa, ela nos convidou para conhecer seu apartamento. Não entendíamos o porquê, mas concordamos gentilmente. Ao final do giro, ela disse: “Estou saindo em algumas horas para minha casa em Londres. Se você quiser, pode ficar aqui o tempo que precisar. A casa ficará vazia por vários meses e você não precisa me pagar nada. ” Ficamos chocados. “Isso é uma piada?”, perguntou o pastor. “Nem um pouco”, respondeu ela com um sorriso. “Por quê?”, o pastor continuou, “não seria melhor para você alugá-lo para ter uma renda?” “Talvez”, respondeu Ina, “mas Deus é muito bom para mim e sinto que ajudar a missão em Larnaca é o mínimo que posso fazer por Ele. Além disso, percebi que tudo o que dou a Deus, Ele devolve para mim com juros.” As palavras de Ina me lembraram as de Rocio. As duas mulheres tinham um coração generoso e,

como consequência, viam a mão de Deus trabalhando em suas vidas. Ficamos no apartamento de Ina por um mês e foi uma bênção incrível. Gostaria de agradecer publicamente a Ina e a Rocio por seu espírito cristão prático, por me mostrar como dar sem esperar nada em troca. Podemos confiar em Deus, que sempre provê! Rocio, à esquerda, com sua filha Carolina.

Ina e seu esposo, Igor.

Se você está interessado em se tornar um voluntário, visite AdventistVolunteers.org.

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General Conference of Seventh-day Adventists 12501 Old Columbia Pike Silver Spring, MD 20904

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