Relatório de Análise do Questionário Pedagógico – "Adaptação do Ensino e Avaliação à Distância"

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RELATÓRIO DE ANÁLISE - ADAPTAÇÃO DO ENSINO E AVALIAÇÃO À DISTÂNCIA

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Índice Introdução ..................................................................................................................................... 3 Formato do Questionário .............................................................................................................. 5 Análise dos Resultados .................................................................................................................. 7 1.

Ano de Frequência dos Alunos ...................................................................................... 7

2.

Regime de Frequência dos Alunos................................................................................. 8

3.

Nível de Dificuldade Sentido.......................................................................................... 9

4.

Principais Dificuldades Sentidas .................................................................................. 10

5.

Avaliação no Semestre Passado .................................................................................. 13

6.

Preferências nos Meios de Avaliação .......................................................................... 14

7.

Dificuldades na Avaliação ............................................................................................ 15

8.

Avaliação Presencial .................................................................................................... 17

9.

UC’s Prioritárias na Avaliação ...................................................................................... 17

10.

Aulas no Semestre Passado......................................................................................... 18

11.

Importância da Gravação de Aulas ............................................................................. 19

12.

Plataformas Preferenciais ........................................................................................... 20

13.

Pontos Positivos das Aulas Digitais ............................................................................. 21

14.

Pontos Negativos das Aulas Digitais............................................................................ 22

15.

Regime Preferencial .................................................................................................... 24

16.

Regime Prioritário na Lecionação ............................................................................... 25

17.

Tipo de Aulas Prioritário na Lecionação ...................................................................... 26

18.

UC’s Prioritárias na Lecionação ................................................................................... 27

19.

Atividades Extracurriculares........................................................................................ 29

20.

Deslocações e Habitação ............................................................................................. 30

21.

Abandono Escolar e Congelamento ............................................................................ 31

22.

Atuação da Associação de Estudantes ........................................................................ 32

23.

Atuação da Escola de Direito....................................................................................... 33

24.

Opiniões e Considerações Finais ................................................................................. 34

Recomendações .......................................................................................................................... 37 Conclusão e Mensagem .............................................................................................................. 39

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Introdução A pandemia de Covid-19 mudou as nossas vidas, surgindo repentinamente e forçando todos os setores da sociedade a adaptarem-se a uma realidade de distanciamento e desconfiança para a qual nenhum de nós estava preparado. Devido à situação, a comunidade académica viu-se subitamente deparada com a necessidade de adaptar o ensino e as avaliações para a sua realização à distância, via ferramentas digitais, na procura de evitar uma paralisação completa do sistema educativo. Tendo como finalidade auscultar os estudantes da Licenciatura em Direito e dos Mestrados da Escola de Direito da Universidade do Minho sobre as dificuldades sentidas ao longo deste semestre atípico, bem como auscultar estes mesmo estudantes quanto às principais prioridades a definir no próximo ano letivo, a AEDUM - Associação de Estudantes de Direito da Universidade do Minho lançou no dia 17 de Julho de 2020 um inquérito intitulado “Questionário Pedagógico – Adaptação do Ensino e Avaliação à Distância”, no sentido de averiguar aquelas que foram as condições e consequências pedagógicas do semestre que termina e perceber a opinião dos alunos quanto às condições que estes consideram essenciais para o semestre seguinte. Este inquérito manteve-se aberto a resposta durante aproximadamente uma semana, tendo sido fechadas as respostas no dia 26 de Julho de 2020, de modo a permitir que a análise dos resultados deste inquérito fosse feita a tempo de ser útil no planeamento do próximo ano letivo. A AEDUM tem vindo a desenvolver vários esforços para perceber as necessidades dos alunos e reivindicar soluções através da exposição de dados recolhidos e trabalho com as autoridades académicas, tendo sido já lançado um inquérito similar no período inicial de encerramento dos espaços físicos da Academia, em Março de 2020. Este visou principalmente as necessidades imediatas dos alunos, num momento de particular confusão e fragilidade, e surtiu efeitos positivos naquilo que foi a resposta das instituições. No entanto, a posição de vulnerabilidade apresentada pelos estudantes e a noção de que a pandemia não estará solucionada em breve, tornando-se antes uma presença constante nas nossas vidas, exigiu assim um 3


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novo momento de auscultação, procurando compreender os erros do passado e com eles melhor preparar o futuro. Justifica-se assim a preocupação na realização deste segundo momento de auscultação. Este inquérito tem como prioridade basilar a recolha de dados que permitam uma melhor adaptação dos alunos, docentes, funcionários e instituições às particularidades do ensino à distância, procurando uma melhoria e readaptação dos mecanismos a que o ensino superior teve de recorrer neste semestre, transmitindo assim o apoio e atenção aos quais a AEDUM, a Escola de Direito e outras instituições se comprometeram. Estando a AEDUM comprometida em apoiar os estudantes na procura de um ensino superior de qualidade, procuramos assim auxiliar na obtenção de soluções que o potenciem, apesar da nossa posição de defesa de um ensino na sua versão presencial, sem a qual não existe efetivamente uma conceção de Universidade aceitável que promova a ligação entre indivíduos, a construção do aluno como cidadão e profissional, assim como a equidade entre alunos e a justiça no seu tratamento e avaliação. Pretendemos que até ao momento que os estudantes consigam tirar as suas máscaras e respirar o ar da Academia, sem medo de infeção, estas informações e reflexões contribuam para diminuir quaisquer consequências negativas do aparentemente inevitável modelo híbrido que será adotado, com a imposição de uma nova realidade na esfera dos alunos, docentes e funcionários. Desta forma, através de vinte e quatro questões, destinadas apenas aos alunos da EDUM, pretendeu-se abordar em concreto o grau de satisfação e adaptação do ensino à distância, as principais dificuldades sentidas, as preferências nos moldes digitais tanto em termos de aulas como de avaliações, e até a prestação das instituições na abordagem a todos os entraves e desafios que foram apresentados. Assim, e com os principais objetivos claros para o leitor, procederemos à exposição dos resultados deste inquérito, seguidos da sua análise detalhada, de modo a que as conclusões que possam ser tiradas de tal trabalho possam beneficiar de algum modo todos os membros da comunidade académica, e contribuir para um ano letivo bem-sucedido, mesmo na face da pandemia.

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Formato do Questionário O formulário foi criado e respondido utilizando a plataforma “Google Forms”, associada a uma conta oficial da Associação. Este foi dividido em sete secções de forma a uma melhor organização no tratamento de dados. Podemos resumir a informação recolhida nas seguintes áreas: 

Pedagogia e Avaliação no Semestre Passado;

Pedagogia e Avaliação no Próximo Semestre;

Atitudes, Considerações e Opiniões Gerais;

Vários tipos de questões estiveram presentes. Em algumas das questões os alunos expressaram o seu grau de satisfação com uma frase numa escala de 1 a 5, sendo um o fator mais negativo e cinco o fator mais positivo. Noutras, foram dadas várias opções de escolha aos alunos. Finalmente, foram também pedidas opções ou opiniões sobre a forma de texto. Foram recolhidas cerca de 216 respostas ao questionário, totalizando um número relativamente reduzido, mas suficiente para tomar algumas considerações e para validar a natureza estatística da análise ao questionário. Deste modo, as questões apresentadas foram as seguintes, colocadas na ordem que foram apresentadas aos alunos:

1. “Indica o ano que frequentas.” 2. “Que regime frequentas?” 3. “Atendendo à adaptação ao ensino neste segundo semestre, quão prejudicado te sentiste?” 4. “Quais foram as principais dificuldades que sentiste?” 5. “O que achaste da avaliação online neste segundo semestre?” 6. “Pela tua experiência ao longo deste segundo semestre, quais os meios de avaliação que preferiste?” 7. “Durante a realização das avaliações, qual foi a maior dificuldade que sentiste?” 8. “Consideras que a avaliação é algo que deve ser priorizado presencialmente?” 5


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9. “Indica as Unidades Curriculares em que consideras essencial que a avaliação seja presencial.” 10. “Como classificas a tua experiência com as aulas síncronas à distância?” 11. “Consideras importante existirem gravações das aulas, para além das aulas síncronas?” 12. “Qual a plataforma das aulas online síncronas (em direto) que achas mais funcional?” 13. “Quais consideras que foram os principais Pontos Positivos das aulas online?” 14. “Quais consideras que foram os principais Pontos Negativos das aulas online?” 15. “Que regime de aulas consideras preferível?” 16. “Quais as Unidades Curriculares que consideras que devem ter prioridade para lecionação presencial?” 17. “Que tipo de aulas consideras que devem ter prioridade para lecionação presencial?” 18. “Indica as Unidades Curriculares que consideras ser essencial que sejam lecionadas presencialmente.” 19. “Consideras importante para a experiência académica as atividades extracurriculares presenciais?” 20. “Se no próximo ano letivo algumas aulas continuarem a ser lecionadas em regime online, como irás proceder?” 21. “Se no próximo ano letivo o ensino e a avaliação se mantiverem à distância, parcial ou integralmente, considerarias abandonar o ensino superior ou congelar a matrícula?” 22. “Avalia a atuação e adaptação da AEDUM face às dificuldades que se apresentaram neste segundo semestre.” 23. “Avalia a atuação e adaptação da EDUM face às dificuldades que se apresentaram neste segundo semestre.” 24. “Tens mais alguma opinião ou recomendação que gostasses de expressar?”

As questões foram elaboradas pela XXIV Direção da AEDUM, em colaboração com vários órgãos e representantes da Escola de Direito, aos quais foram pedidas contribuições e opiniões quanto ao conteúdo e formato do questionário. 6


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Análise dos Resultados De seguida, apresentam-se as questões presentes no inquérito, seguidas da apresentação dos seus resultados individuais e da nossa análise dos mesmos, de modo a proporcionar uma melhor compreensão dos dados obtidos. Todas as questões tiveram tratamento individual, de modo a permitir uma visão mais específica de cada uma e portanto uma noção singular, sendo estas depois introduzidas numa análise final de resultados generalizada.

1. Ano de Frequência dos Alunos

Esta primeira pergunta, “Indica o ano que frequentas”, cinge-se a saber quantos alunos de cada ano responderam a este inquérito, sendo que apenas os alunos da Escola de Direito da Universidade do Minho é que tiveram oportunidade de o preencher. Apesar de apenas 216 respostas a este inquérito, é de notar que já é suficiente para que sejam olhados, analisados e debatidos e consideravelmente tidos em conta aquando decisões futuras, visto os principais visados e interessados estarem bem representados. Podemos observar que as respostas dadas estão bastante equitativas quanto aos alunos dos vários anos, com a exceção de alunos de Mestrado, sendo que responderam 7


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apenas 11 alunos de 1º ano de Mestrado, não tendo respondido nenhum aluno de 2º ano. Nos restantes observamos que responderam ao inquérito 60 alunos de 1º Ano, 68 alunos de 2º Ano, 46 alunos de 3º Ano e 21 alunos de 4º Ano. De ressalvar que tudo indica que os alunos de Mestrado e do 4º ano de Licenciatura responderam a este inquérito de modo a ajudar e defender os modos de ensino e de avaliação para as gerações futuras e não propriamente para um benefício próprio, visto que se encontram agora perante uma transição para o mercado de trabalho e/ou para uma nova etapa de estudos. Deste modo, podemos comprovar a importância deste inquérito e o quanto os alunos se mostram disponíveis em ajudar e dar a sua opinião. Para além disso, o facto de as percentagens de resposta serem tão aproximadas demonstra a preocupação dos alunos como um todo e, consequentemente, permite também uma melhor gestão de resultados na adaptação de cada ano às suas próprias exigências de um modo mais aprofundado, eficiente e representativo.

2. Regime de Frequência dos Alunos

A questão seguinte, “Que regime frequentas?”, foi relativa ao regime que o aluno frequenta. A preocupação desta pergunta não se cinge no facto de se fazer uma

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distinção clara entre os regimes, apesar dos diferentes problemas que possam apresentar, mas de mostrar a variedade de respostas que se obtiveram com este inquérito, de modo a verificar qual a principal incidência dos dados recolhidos e portanto das recomendações efetuadas com base nesses dados. Cerca de 171 alunos frequentam o regime diurno, sendo que os restantes 45 alunos frequentam regime pós-laboral. Tipicamente, os alunos do regime de póslaboral apresentam a preocupação de conciliar o emprego e os estudos, sendo que, devido a horários, gestão familiar, tiveram e terão outras necessidades e adaptações diferentes de um aluno de diurno. Apesar de o número de alunos de pós-laboral não ser muito elevado, parece ser suficiente para relevar as conclusões do estudo a ambos os regimes, e não apenas ao regime diurno, que apresenta um maior número de respostas.

3. Nível de Dificuldade Sentido

Relativamente à adaptação para o ensino à distância e atendendo à opinião do dos alunos no decorrer deste segundo semestre a questão em causa, “Atendendo à adaptação ao ensino neste segundo semestre, quão prejudicado te sentiste?”, teve como finalidade avaliar o quão prejudicados se sentiram os alunos da Escola de Direito. Das três opções possíveis de escolha, nomeadamente “Muito”, “Pouco” ou “Nada”, cerca de 95 alunos, ou seja 44%, afirmaram que se sentiram pouco 9


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prejudicados com a necessária e repentina adaptação para o ensino à distância. Os alunos que consideraram que se sentiram muito prejudicados foram 99, correspondendo a 45,8% do total. Ainda assim 22 alunos, ou seja 10,2%, não se sentiram prejudicados com a adaptação para o ensino à distância. Destes valores conseguimos concluir que uma maioria significativa dos alunos se sentiu prejudicada com a adaptação ao ensino à distância, sendo que metade afirma que se sentiu efetivamente muito prejudicado. Isto implica que existem de facto mudanças e aprendizagens a serem feitas, não sendo estas respostas algo com que a comunidade deve ficar satisfeita. Ainda assim, conseguimos verificar que os alunos da Escola de Direito foram capazes de se adaptar às circunstâncias impostas ao ensino superior, em certos casos sem se sentirem prejudicados.

4. Principais Dificuldades Sentidas

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Ao alterar o método de ensino surgem sempre dificuldades de adaptação, sendo que decidimos assim inquirir “Quais foram as principais dificuldades que sentiste?”, fornecendo algumas opções e pedindo opções novas caso o aluno achasse necessário. Há que notar que na imagem apresentada várias das opções não aparecem indicadas, apesar de as barras correspondentes estarem presentes. Iremos indicar primeiro as opções com grandes níveis de resposta. A falta de ambiente para atividades pedagógicas foi apontada por 125 alunos (57,9%) como principal dificuldade, algo expectável quando os alunos necessitam de um espaço onde assistir e intervir nas atividades pedagógicas que deles são exigidas. Depreendemos que este é o problema principal, e um dos maiores indicadores das diferenças sociais e económicas entre estudantes naturalmente expostas por este método de ensino. De seguida, a segunda maior dificuldade sentida por 103 alunos (47,7%) na adaptação para o ensino à distância foi a falta de materiais de estudo, em especial a consulta aos manuais indicados na bibliografia. A dificuldade de interação com o docente foi a principal dificuldade para 85 alunos (39,4%). O excesso de trabalho foi uma das principais dificuldades para 67 alunos (31%) na adaptação ao ensino à distância. Cerca de 66 alunos (30,6%) demonstraram inquietação devido à falta de meios tecnológicos eficientes, nomeadamente a boa conexão à internet, acesso ao computador, câmara, entre outros. Para o acesso às aulas online obrigatórias no ensino à distância foi indicado por 23 alunos (10,6%) os problemas financeiros, algo novamente expectável devido às necessidades materiais que acarreta, assim como devido à crise económica vigente. No entanto, 10 alunos (4,6%) escolheram como única opção aquela que indica que não tiveram nenhuma dificuldade em se adaptar neste segundo semestre. Denotamos uma resposta extra, que indica que “não tive nenhuma dificuldade de adaptação, até porque, diante das circunstâncias, seria a única opção possível e a Universidade do Minho foi bastante ágil na disponibilização da alternativa. Houve uma compreensão por parte dos docentes para com a realidade que estava posta. Eu tive dificuldades sim, mas de ordem pessoal, sem nenhuma relação com a Universidade”. Passemos assim para as respostas com menor relevo, agregadas por impacto semelhante, sendo que a maioria destas representa apenas uma resposta (0,5%). Para 1 aluno (0,5%) a motivação não é a mesma e houve dificuldade em prestar atenção, 11


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porque não foi capaz de emular o ambiente de sala de aula ao assistir às aulas online, sendo que alguns outros expressaram respostas semelhantes por não se terem visto inundados de ansiedade e stress. O facto de terem sido usadas diferentes plataformas para as aulas online em diferentes unidades curriculares dificultou o acesso às mesmas, segundo respostas de alguns alunos. Outros alunos queixaram-se da falta de cumprimento do tempo previsto da duração das aulas, não tendo sido respeitado o intervalo entre as aulas das diferentes unidades curriculares. Foi referido por um outro aluno (0,5%) a falta de preparação dos docentes e o desleixo por parte dos alunos como uma dificuldade na adaptação para o ensino à distância, tendo sido também apontado o facto de as provas de avaliação serem demasiado extensas para o tempo de realização previsto. Do mesmo modo foi realçado que alguns docentes condicionaram os critérios de avaliação de forma excessiva e apenas contra-argumentaram com a prevenção do plágio entre alunos e o facto de serem avaliados em “casa”, o que levou alguns alunos a considerar alguns métodos de avaliação injustos. Foi ainda apontado por alguns alunos individuais a falta de preparação dos docentes, o que levou à demora nas respostas aos emails enviados pelos alunos e à falta de cumprimento dos prazos e datas indicados para a emissão das pautas, sendo esta última consequência particularmente gravosa. Em particular, 2 alunas (0,9%) do regime de pós-laboral apontaram a existência de uma grande dificuldade em conciliar atividades de mãe e do lar com a adaptação para o ensino à distância, o que indica que é necessária maior compreensão pelos deveres de paternidade ou maternidade daqueles que em casa não encontram um refúgio académico mas um local com deveres e necessidades familiares específicas. Por fim, 3 alunos (1,4%) consideraram que sentiram uma grande dificuldade acompanhar as aulas online em direto porque os docentes não falavam de forma tão pausada quanto o necessário para acompanhar a aula, pelo que sugeriram que seria uma mais-valia para os alunos a gravação das aulas e a sua disponibilização. Deste modo, e apesar de algumas respostas dispersas, conseguimos ver as principais dificuldades com suficiente clareza, assim como vários tipos de situações concretas que as proporcionaram, devido principalmente à situação económica, familiar ou social dos estudantes, que influencia diretamente o seu acesso. 12


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5. Avaliação no Semestre Passado

A questão seguinte foi direcionada à avaliação, formulada como “O que achaste da avaliação online neste segundo semestre?”. Esta tinha como objetivo obter, numa escala numérica, uma avaliação rápida por parte dos alunos quanto ao funcionamento na sua generalidade dos períodos de avaliação à distância. Numa escala de 1 a 5, sendo 1 correspondente a “Péssimo” e 5 correspondente a “Muito Bom”, as respostas repartiram-se principalmente pelos valores centrais da escala, evitando uma grande polarização mas ficando efetivamente mais colocados do lado de desagrado do que contentamento. Cerca de 84 alunos deram um valor de 3, sendo este o valor de “Aceitável”, com 64 alunos a darem o valor de 2, ou “Mau”, com 18 alunos a responderem 1 ou “Péssimo”. Cerca de 40 alunos responderam 4, equivalente a “Bom”, e 10 alunos responderam 5, ou “Muito Bom”. É de realçar que mais de 70% dos alunos inquiridos atribuiu uma cotação razoável ou negativa, ou seja 3 ou abaixo, à avaliação digital neste passado semestre. Estes valores não são surpreendentes devido à novidade da questão e aos inúmeros problemas enfrentados pelos estudantes e docentes, provando a necessidade de melhorar os processos utilizados, tendo em conta que é essencial confiança na avaliação. No entanto, estes valores também demonstram que a transição foi razoavelmente bem-sucedida apesar dos seus problemas, tendo em conta de que de

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outro modo a maioria de valores estaria decididamente abaixo de 3, o que não se verifica, indicando que os esforços realizados foram na sua maioria recompensados.

6. Preferências nos Meios de Avaliação

Sendo essencial adotar um método de avaliação com o qual os alunos se sintam confortáveis e com confiança na equidade do processo, a questão “Pela tua experiência ao longo deste segundo semestre, quais os métodos de avaliação que preferiste?” tem como objetivo delinear uma orientação para o ano letivo que se aproxima. Um aluno que sabe com antecedência em que circunstâncias será avaliado, terá maior motivação, capacidade de trabalho, e portanto um melhor desempenho académico. Nesta questão os alunos inquiridos poderiam selecionar apenas uma das opções ou várias, fazendo combinações. Assim, a opção mais votada, por 157 alunos, foi a de testes em documento de texto e envio por email ou submissão pela Blackboard. Trata-se de um método em que os alunos têm mais autonomia, visto que conseguem organizar o seu tempo consoante a extensão de cada pergunta. Para além disso, sendo o teste disponibilizado na íntegra, o aluno sente-se mais seguro, visto que tem a possibilidade de iniciar o seu teste pela pergunta ou grupo que lhe convier, podendo completar as suas respostas no final do teste, se necessitar. Cerca de 89 alunos pronunciaram-se pela 14


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realização de trabalhos ou projetos escritos, sendo que cerca de 63 alunos optam preferencialmente por testes realizados integralmente na ferramenta Blackboard. Daqui advém a observação de que os alunos parecem favorecer métodos de avaliação à distância onde possam ter o controlo do método como respondem, assim como do tempo de dispõem para o fazer, parecendo estar contra métodos mais intrusivos de vigilância. É também de notar que as avaliações orais foram a opção menos votada, por cerca de 41 alunos, com exceção de uma única resposta no sentido de apresentações de trabalhos. Várias podem ser as justificações para tal, sendo provavelmente o mais importante a falta de treino dos alunos para efetuar este género de avaliações. Fazer uma avaliação oral requer preparação, um à vontade a discursar em frente de outros, particularmente através de um dispositivo. Estando os alunos habituados a realizar testes em salas de aulas, é inadequado que a avaliação a certas Unidades Curriculares seja efetuada apenas por avaliação oral, quando estes não foram preparados para tal. Recomenda-se sessões de preparação da parte dos docentes.

7. Dificuldades na Avaliação

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Esta questão, formulada como “Durante a realização das avaliações, qual foi a maior dificuldade que sentiste?”, surge como complemento à questão número 5, na qual a maioria dos alunos avaliou de forma negativa ou medíocre as avaliações online, de modo a perceber quais os maiores entraves que os alunos encontraram no decorrer das avaliações e a permitir que esses mesmos entraves sejam ultrapassados no futuro. Há que notar que nem todas as respostas de texto estão visíveis no gráfico apresentado. Com votos de cerca de 168 alunos para a falta de tempo e de cerca de 128 alunos para a impossibilidade de recuar nas perguntas, podemos afirmar que estes constituem dois dos maiores fatores que causam insegurança e inquietação no decorrer das provas, sendo as opções mais votadas nesta questão. De seguida encontram-se as dificuldades técnicas, seja pela conexão da internet, pela câmara ou microfone nos testes vigiados, com votos de cerca de 66 alunos, ou até pela dificuldade e falta de prática em escrever no computador, indicada por 61 alunos. Têm ainda destaque as respostas de falta de ambiente de sala de aula, de 76 alunos, e a falta de conhecimento atempado do modelo e condições da avaliação, por 68 alunos. Apesar deste aspetos, cerca de 9 alunos responderam que não tiveram dificuldade alguma na realização de avaliações. Para além das opções apresentadas no inquérito, foram adicionadas pelos alunos algumas outras dificuldades, através de respostas maioritariamente individuais. Estas foram o ruído devido a microfones ligados, indicada por 3 alunos, a falta de espaço para resolver os testes na Blackboard, indicada por 2 alunos, dificuldade de obtenção de material bibliográfico para a realização de trabalhos escritos, indicada por 2 alunos, as interrupções da parte dos docentes durante as provas, o horário de realização de algumas provas, a maior exigência e risco de fraude, a avaliação exclusivamente oral, e finalmente problemas de ansiedade criados pela avaliação online. Apesar de minoritárias, estas respostas vão de acordo às respostas dadas em questões anteriores, e merecem ser consideradas adequadamente. Comprovamos assim que o ambiente familiar, a localização geográfica e as condições económicas são fatores relevantes que podem contribuir para maiores dificuldades e um desempenho mais fraco em avaliações online. Sendo condições difíceis de colmatar, o aluno deve ter a oportunidade de realizar os testes nas melhores condições possíveis e não pode ser prejudicado caso haja algum problema técnico. 16


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8. Avaliação Presencial

O momento de avaliação é decisivo na vida de um estudante, sendo que foi colocada a questão “Consideras que a avaliação é algo que deve ser priorizado presencialmente?”. Cerca de 160 alunos responderam que “Sim”, e os restantes 56 alunos que “Não”. No seguimento da pergunta anterior, podemos concluir que nem todos os alunos têm condições favoráveis à realização de avaliações online na sua casa, não sendo efetivamente possível assegurar equidade e evitar fraude, por mais ferramentas de deteção e controlo de fraude que sejam utilizadas. Deste modo, aproximadamente três quartos dos inquiridos considerou que deve ser priorizada a realização presencial das avaliações, num cenário em que apenas parte das atividades pedagógicas se possam realizar em pessoa, não restando dúvidas da opinião da maioria dos estudantes quanto ao valor destes momentos.

9. UC’s Prioritárias na Avaliação Foi pedido aos alunos que indicassem quais as unidades curriculares em que consideram essencial que a avaliação seja presencial, com a questão “Indica as Unidades Curriculares em que consideras essencial que a avaliação seja presencial.”. Esta questão era opcional, tendo sido registadas apenas 92 respostas. 17


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A resposta mais obtida foi a de que todas as unidades curriculares deviam ser alvo de avaliação presencial, sendo que também foram mencionadas várias unidades curriculares que os alunos consideram como prioritárias na avaliação presencial. Há que notar que entre as várias respostas, as unidades curriculares mais mencionadas foram do primeiro e segundo ano do primeiro ciclo da Licenciatura em Direito, principalmente as anuais, sendo superiores em número às restantes cadeiras de outros anos. No que ao primeiro ano diz respeito, “Direito Constitucional”, “Introdução ao Estudo do Direito”, “Direito Comparado” e “Finanças Públicas” foram as mais referidas como sendo as unidades curriculares em que urge haver avaliação presencial. Já no que concerne ao segundo ano, “Teoria Geral do Direito Civil”, “Direito Administrativo”, “Direitos Fundamentais”, “Direito da União Europeia” e “Direito Fiscal I” foram as mais mencionadas. “Direito Processual Civil Declaratório”, “Direito das Obrigações” e “Direito Penal I” foram as cadeiras mais referidas pelos alunos do terceiro ano, sendo que “Direito Internacional Privado”, “Direito da Família e das Sucessões” e “Direito Processual Penal” foram as unidades curriculares em que os alunos de quarto ano consideram que é essencial que a sua avaliação seja presencial. Não obstante as menções destas unidades curriculares, uma pequena amostra dos alunos referiu que não considera que seja essencial que haja avaliação presencial a qualquer cadeira.

10. Aulas no Semestre Passado

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Foi pedido aos alunos que classificassem a sua experiência pessoal relativamente às aulas síncronas à distância, através da questão “Como classificas a tua experiência com as aulas síncronas à distância?”. Numa escala de um a cinco, 38.4% ou 83

alunos avaliou com nota três esta experiência, indicando que foi razoável. No geral um total de 64 alunos deram avaliação negativa à mesma, cerca de 29,6% (5,1% avaliaram com 1 e 24.5% com 2). Por outro lado, um total de 69 alunos, ou 32.0%, avaliaram positivamente a experiência (25.5% com 4 e 6.5% com 5). Em suma, os alunos fizeram uma avaliação maioritariamente positiva ou razoável das aulas síncronas à distância, já que 70.4% fez uma avaliação entre 3 e 5 da experiência referida anteriormente. Com isto podemos concluir que apesar das dificuldades a adaptação foi eficiente, produzindo resultados que a maioria dos alunos considera satisfatórios, apesar de o número de alunos dessatisfeitos ainda se encontrar mais elevado do que é efetivamente desejável ou razoável.

11. Importância da Gravação de Aulas

Os alunos foram de seguida questionados quanto à importância da existência de gravações das aulas, para além das aulas síncronas, através da questão “Consideras importante existirem gravações das aulas, para além das aulas síncronas?”. Esta questão apresentava novamente uma natureza binária, de resposta ou afirmativa ou negativa, de modo a assegurar a opinião exata nesta matéria.

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Sendo uma questão de resposta simples, 97.2% dos alunos, correspondendo a 210 alunos inquiridos, respondeu afirmativamente à questão, considerando que é importante a gravação das aulas a par da lecionação das aulas síncronas. Cerca de 6 alunos responderam negativamente, o que nos permite concluir que a esmagadora maioria dos estudantes sente que seria beneficiado se as aulas digitais fossem gravadas e disponibilizadas, apesar dos inconvenientes que daí possam surgir.

12. Plataformas Preferenciais

Os alunos foram de seguida questionados quanto à sua visão no que toca a plataforma mais funcional para a realização das aulas síncronas, com a questão “Qual a plataforma das aulas online síncronas (em direto) que achas mais funcional?” .

Nesta questão os alunos podiam selecionar qual a plataforma mais funcional de entre várias opções ou indicar ainda uma outra opção por texto não nomeada. Metade ou 50% dos alunos, com cerca de 108 respostas, selecionaram a plataforma “Colibri Zoom”, sendo que 29.6% ou 64 alunos considera que a “Blackboard Colaborate Ultra” é a mais funcional. Cerca de 19% ou 41 alunos consideram indiferente a plataforma utilizada. Finalmente, 1.4% ou 3 alunos responderam com outra opção, nomeadamente Google, Teams ou nenhuma plataforma. Esta questão, apesar de meramente técnica, pode ser útil para a escolha futura dos docentes. 20


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13. Pontos Positivos das Aulas Digitais

Foi inquirido de seguida quais foram os principais pontos positivos das aulas online do ensino à distância neste segundo semestre, com a questão “Quais consideras que foram os principais Pontos Positivos das aulas online?” e várias opções de resposta, incluindo resposta aberta . Há que notar que nem todas as

respostas de texto estão visíveis no gráfico apresentado. Podemos afirmar que a maioria das respostas, correspondendo a 105 alunos ou 48,6%, respondeu a disponibilização de aulas gravadas, determinando este como o como o principal aspeto positivo das aulas online neste segundo semestre. De seguida, 68 alunos, ou seja, 31,5% consideraram a facilidade de acesso à aula em múltiplos ambientes (bibliotecas, casa, entre outros) como um aspeto positivo, permitindo-lhes acompanhar a aula no ambiente que consideram ser o mais favorável. A utilização de documentos de apresentação foi a escolha de 66 alunos, ou seja, 30,6%, o que permite concluir que logo a seguir à disponibilização das aulas gravadas este foi um dos métodos mais eficazes para os alunos. Além disso, 56 alunos, ou 25,9%, escolheram o uso de plataformas para colocar as dúvidas (chat, email, fórum, entre outros) e 48 alunos, ou 22,2%, consideraram positivo a possibilidade de esclarecer dúvidas em tempo real. A compreensão dos docentes para as dificuldades técnicas e pessoais dos alunos foi considerado um aspeto positivo por 45 alunos, ou seja, 20,8%. Cerca de 45 alunos, também 20,8%, consideram 21


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a disponibilização de elementos de apoio bibliográfico como uma mais-valia para o estudo. O funcionamento das aulas foi considerado um aspeto positivo para 22 alunos, ou 10,2%, o que revela a adaptação para o ensino à distância por parte dos alunos e ainda a possibilidade de as aulas surtirem impacto positivo nos estudantes. É de notar ainda que 34 alunos, cerca de 15,7%, consideraram não ter havido nenhum aspeto positivo das aulas digitais neste segundo semestre. Porém, outros alunos escolheram “Outra Opção”, pronunciando-se um estudante pela segurança como um aspeto positivo, tal como podemos ver em “Segurança, na minha opinião as aulas online justificam-se porque vivemos uma pandemia que não sabemos quando termina nem existe cura”. Um outro estudante considerou como um aspeto positivo “A disponibilidade dos Docentes, para conseguir com que o semestre fosse concretizado”, a pontualidade exímia que só é possível através das aulas online e a possibilidade para os alunos que residem longe não terem de se deslocar à universidade. Assim, podemos concluir que existiram vários tipos de aspetos positivos nas aulas deste semestre, sendo no entanto importante perceber que grande parte destes pontos parecem advir da utilização de plataformas pedagógicas já existentes.

14. Pontos Negativos das Aulas Digitais

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Logo após os pontos positivos, foi inquirido aos alunos quais foram os principais pontos negativos das aulas online do ensino à distância neste segundo semestre, com a questão “Quais consideras que foram os principais Pontos Negativos das aulas online?” e várias opções de resposta, incluindo resposta aberta. Há que notar que nem todas as respostas de texto estão visíveis no gráfico apresentado. Ao longo deste segundo semestre cerca de 139 alunos, aproximadamente 64,4%, consideraram como o principal aspeto negativo das aulas online a não disponibilização de aulas gravadas, reforçando as conclusões tiradas nas questões anteriores. De modo decrescente, 116 alunos, ou 53,7%, consideraram a dificuldade em acompanhar a aula o maior problema e 105 alunos, ou 48,6%, escolheram a falta de compreensão dos docentes quanto às dificuldades técnicas e pessoais dos alunos como um dos principais aspetos negativos. O ambiente desfavorável para interação no decurso da aula online enquanto aspeto negativo foi a escolha de 100 alunos, cerca de 46,3%. Nesta mesma onda de pensamento, cerca de 93 alunos, ou 43,1% dos inquiridos, consideraram negativamente a não assistência à aula em ambiente de sala de aula. Sentiram-se prejudicados com as aulas online devido à falta de elementos de apoio bibliográfico para o estudo 82 alunos, ou 38%, e 50 alunos, ou 23,1%, consideraram negativamente a falta de documentos de apresentação (powerpoints, entre outros) no decurso das aulas online. Além disso, 41 alunos, ou 19% dos inquiridos, indicaram como aspeto negativo das aulas online a inexistência de uma plataforma específica para tirar dúvidas. Alguns alunos escolheram ainda “Outra Opção” para indicar como aspetos negativos as ligações de internet dos professores que em determinadas horas não permitiam acompanhar a aula, a falha do som e o facto de não existirem elementos de apoio ao áudio, como tópicos de correção dos casos práticos. Estas respostas foram singulares e não impactaram as estatísticas substancialmente, sendo no entanto interessantes para análise. Finalmente, 4 alunos, ou cerca de 1,9% do total de alunos que preencheram o inquérito, não apontaram nenhum aspeto negativo das aulas online neste segundo semestre, indicando esta minoria uma possível preferência pelo ensino à distância. Deste modo, conseguimos concluir que os principais aspetos negativos advieram da

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natureza do meio, mas que certos pontos negativos são consequências diretas de escolhas e atitudes dos docentes, podendo portanto ser salvaguardados futuramente.

15. Regime Preferencial

Com o decorrer do segundo semestre do presente ano letivo os alunos tiveram de se adaptar à lecionação e avaliação à distância. A situação pandémica continuará a exigir que se adapte o ensino às circunstâncias atuais, procurando encontrar um equilíbrio entre as necessidades de saúde pública e as necessidades do ensino superior e da sociedade, pelo que se tornou necessário averiguar qual a pedagogia que os alunos consideram que deve ser adotada no próximo ano letivo. Ao serem inquiridos “Que regime de aulas consideras preferível?”, a maioria dos alunos, correspondente a 79,6% ou 172 respostas, consideram ser preferível o regime de aulas presencial, atendendo à dificuldade de adaptação ao ensino à distância e às necessidades de aprendizagem dos estudantes como os principais motivos da escolha pelo ensino presencial. No entanto é importante realçar que 44 estudantes, cerca de 20,4% do total, consideram que se deve adotar no próximo ano letivo o ensino à distância através de meios digitais. Apesar da vontade dos estudantes de voltar ao campus ser clara, a minoria que possui preferência pelo digital não deve ser desvalorizada, tendo em conta que as preocupações de saúde dos estudantes são 24


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legítimas, assim como as suas dificuldades de mobilidade. Deste modo a questão sobre qual o método no qual devem ser colocados os nossos esforços está respondida, deixando no entanto a ressalva de que durante o decorrer da pandemia não poderão ser abandonados os esforços digitais, de modo a servir os alunos que deles necessitam.

16. Regime Prioritário na Lecionação

A Licenciatura em Direito e os Mestrados da Escola de Direito da Universidade do Minho possuem no seu plano de estudos unidades curriculares em dois regimes, anual e semestral. Considerando que a maioria dos estudantes que responderam ao questionário pedagógico sentem a necessidade do tipo de ensino presencial, inquirimos “Quais as Unidades Curriculares que consideras que devem ter prioridade para lecionação presencial?”. Observamos que cerca de 51,4%, ou seja 111 alunos, ponderam que as unidades curriculares anuais devem ter prioridade na lecionação de aulas presenciais, e apenas 3,2%, ou seja 7 alunos, escolheram as unidades curriculares semestrais como as que devem ser lecionadas presencialmente. Além disso, 45,4%, ou 98 alunos, consideram ser indiferente dar prioridade à lecionação presencial das unidades curriculares anuais ou semestrais. Com estes resultados podemos portanto concluir que uma parte dos estudantes não considera ser necessário priorizar cadeiras específicas no que toca ao

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ensino presencial, mas é de notar que a maioria dos estudantes considera ser fundamental que as unidades curriculares anuais tenham prioridade na lecionação de aulas presenciais, provavelmente devido à sua acrescida dificuldade.

17. Tipo de Aulas Prioritário na Lecionação

A aprendizagem na Licenciatura de Direito e Mestrados da Escola de Direito da Universidade do Minho tem definido no plano de estudos o tempo de horas de trabalho dividido em aulas teóricas e aulas teórico-práticas. Deste modo e devido à necessidade de hierarquização destes tipos de aulas quanto ao impacto da sua lecionação presencial, inquirimos “Que tipo de aulas consideras que devem ter prioridade para lecionação presencial?”. Através das respostas obtidas, podemos verificar que 49,1%, ou seja 106 alunos, consideram prioritário a lecionação presencial de aulas teórico-práticas, e unicamente 8,8%, ou seja 19 alunos, consideram que as aulas teóricas devem ter prioridade quando forem selecionadas quais devem ser lecionadas presencialmente. Ainda assim deve-se atender aos 91 alunos, ou seja 24,1% do total, que avalia ser indiferente qual o tipo de aulas que deve ter prioridade em ser lecionado presencialmente. Por conseguinte, a maioria dos alunos entende que as aulas teórico-práticas devem ter prioridade na componente presencial em detrimento das aulas teóricas, sendo essencial no entanto não desvalorizar as aulas teóricas que compõem os pilares do curso. 26


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18. UC’s Prioritárias na Lecionação No âmbito do método de ensino presencial a ser adotado no próximo ano letivo, os alunos que responderam ao presente questionário foram confrontados com a questão de indicar quais as unidades curriculares que consideram ser essenciais a componente presencial, com a questão “Indica as Unidades Curriculares que consideras ser essencial que sejam lecionadas presencialmente.”. Esta foi uma questão de resposta aberta, dando origem a múltiplos tipos de resposta e reflexão. Ao abordar a pedagogia do próximo ano letivo os alunos poderão ter de encarar a possibilidade de nem todas as unidades curriculares serem lecionadas em ambiente de sala de aula e presencialmente. A questão em causa não tem como finalidade distinguir quais as unidades curriculares que do ponto de vista dos alunos são as preferidas ou com as quais mais se identificam, mas sim de procurar perceber, com especial atenção do decorrer deste segundo semestre, quais as unidades curriculares cujo método de ensino alcançaria melhores resultados por parte dos estudantes se fossem lecionadas presencialmente. Dos resultados obtidos, a maioria dos estudantes, correspondendo a 168 estudantes, não consideram nenhuma unidade curricular particular como essencial no que toca à lecionação presencial, demonstrando em certa medida a possível adaptação ao ensino à distância, mas acima de tudo que estes alunos parecem valorizar a experiência curricular como um todo, sem hierarquização de Unidades Curriculares individuais. Como afirma um dos estudantes “No curso de Direito todas são possíveis à distância”. Nesta medida, os alunos aceitam a possibilidade de não ser exequível a lecionação das unidades curriculares presencialmente, devido às circunstâncias, desde que os docentes na sua lecionação à distância recorram à apresentação dos conteúdos e exista a “apresentação dos tópicos do exercício e a explicação da Docente”, sendo ainda necessário que “exista apresentação dos tópicos de correção, para quando o som falha termos um outro recurso”. Tendo consciência da situação pandêmica que o país enfrenta, estes alunos referiram que é possível a lecionação híbrida, apesar de preferirem o ensino presencial enormemente, e que o recurso a “aulas gravadas pelo 27


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docente e depois disponibilizadas na plataforma” assim como comportamentos dos docentes semelhantes a “no fim de cada aula dedicar uns minutos para dúvidas que os alunos possam ter” são fundamentais para o decorrer das aulas no próximo ano letivo. Foi referido que assim como é essencial a adaptação dos alunos, “É fundamental que os docentes se preocupem em adaptar a forma como lecionam, porque estar duas horas a falar de cor já não funcionava nas aulas presenciais, nas aulas à distância é apenas igualmente ineficaz. Existem dezenas de métodos que podem adotar para uma eficaz transmissão de conhecimento no ensino à distância, a minha sugestão é que se atualizem.”. No entanto, 19 estudantes consideram ser essencial que sejam lecionadas presencialmente todas as unidades curriculares. Outros 2 estudantes indicaram ser unicamente

essencial

o

ensino

presencial

de

unidades

curriculares

que

obrigatoriamente necessitam de apoio material, como é o caso dos laboratórios e salas de TIC, algo que apesar de não ser muito comum na nossa Escola deverá ser considerado. Por fim, é de realçar que ainda assim alguns estudantes pronunciaram-se quanto a Unidades Curriculares individuais. Cerca de 8 estudantes consideram ser essencial que seja lecionado presencialmente a unidade curricular “Teoria Geral do Direito Civil”, 6 estudantes no que concerne a “Direito Constitucional”, 5 estudantes relativamente a “Direito Processual Civil Declaratório”, e 3 estudantes responderam o mesmo para cada uma das seguintes unidades curriculares: “Direito Processual Administrativo”,

“Finanças

Públicas”,

“Direito

das

Obrigações”,

“Direito

Administrativo” e “Introdução ao Estudo do Direito”. Além disso, 2 estudantes consideram ser essenciais serem lecionadas presencialmente as unidades curriculares “Direito da Família e Sucessões” e “Direito Processual Penal”, sendo que cada uma das seguintes teve finalmente a referência de 1 estudante: “Direito Comercial”, “Direito Processual Civil Executivo”, “Economia Política”, “Direito Comparado”, “Metodologia do Direito”, “Direito Internacional Privado” e por último “Direito Fiscal I”. Deste modo podemos chegar à conclusão de que a maioria dos estudantes não considera que certas Unidades Curriculares deveriam ser valorizadas acima de outras devido às suas características individuais, apesar do aparente apetite por aulas

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presenciais, sendo que as indicações de UC’s específicas não parecem reunir um número de votos conclusivo, com possível exceção de “Teoria Geral do Direito Civil”.

19. Atividades Extracurriculares

Ao longo das suas jornadas académicas, cada vez mais os alunos apostam em atividades para além do curso que os complementam não só a nível académico como pessoal. Estes procuram uma resposta mais eficaz a todas as questões e desafios que lhes possam surgir criando, cada vez mais, uma sociedade estudantil informada, exigente e realizada. Os cursos, e mais propriamente a nossa área de Direito, abarcam muitas áreas do saber e, claramente este recurso a outras ocupações proporciona uma maior diversidade de conhecimento, relações interpessoais e experiências. Consequentemente, esta maior integração, adaptação e escolha do que querem fazer permite, em regra, uma melhoria nos resultados da aprendizagem dos alunos e uma maior preparação para o futuro, enquanto profissionais mas acima de tudo cidadãos. Assim, foi colocado aos alunos a questão “Consideras importante para a experiência académica as atividades extracurriculares presenciais?”. Com isto, 77,8%, ou seja, 168 alunos consideram ser importantes que estas atividades extracurriculares sejam presenciais, sendo que apenas 22,2%, ou seja, 48 alunos consideram que não. De notar também que tal como aulas presenciais se 29


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revelaram importantes para os alunos, também as suas atividades extracurriculares o serão e afigura-se desejável, continuando a haver um comportamento responsável por parte de toda a comunidade de cumprir as regras de higiene, cuidado e distanciamento social, que estas sejam realizadas presencialmente, na medida dos possíveis.

20. Deslocações e Habitação

Assistindo às grandes mudanças sociais e económicas que ocorreram neste semestre - mencionadas não só neste inquérito como no passado - e que terão repercussões no futuro, os alunos procuram moldar a sua realidade àquela que lhes foi imposta. Assim, questionamos os estudantes “Se no próximo ano letivo algumas aulas continuarem a ser lecionadas em regime online, como irás proceder?”, uma questão com três opções relacionadas com habitação e deslocações dos alunos para o campus. Em resposta a esta pergunta, 139 alunos, ou 64,4%, consideram deslocar-se para a Universidade do Minho apenas quando necessário, ou seja, se e quando houverem aulas presenciais e se e quando houverem atividades ou motivos de força maior que necessitam da sua deslocação e presença. Cerca de 40 alunos, ou 18,5%, consideram não se deslocarem para a Universidade se este regime online se mantiver, o que mostra o afastamento total da relação aluno-estabelecimento na vida destes estudantes, eliminando também qualquer relação com a cidade, outras atividades

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extracurriculares ou relações interpessoais. Por fim, 37 alunos, ou 17,1% dos que responderam, consideram arranjar casa ou residência em Braga mostrando assim que, mesmo com a situação em que vivemos, existem fatores de interesse maior que os fazem escolher manter o seu dia-a-dia perto do seu estabelecimento de ensino.

21. Abandono Escolar e Congelamento

A aprendizagem no Ensino Superior caracteriza-se pelos resultados, comportamentos, valores e competências que são adquiridas, sendo que a motivação é o fator principal para que esta ocorra e o meio envolvente e as relações pessoais fatores que suportam este primeiro. Com o valor que é acrescentado em mente, questionamos os estudantes “Se no próximo ano letivo o ensino e a avaliação se mantiverem à distância, parcial ou integralmente, considerarias abandonar o ensino superior ou congelar a matrícula?”. Com esta questão, pretende-se verificar se a pandemia agravou o risco de abandono escolar, devido à imposição do digital sobre os alunos, à alteração do seu estado económico ou social ou qualquer outro fator que o justifique. Assim sendo, 173 alunos, ou cerca de 80,1%, não consideram abandonar o ensino superior ou congelar a matrícula se o ensino se mantiver à distância, podendo este ser parcial ou integralmente. Daqui retiramos que a comunidade é no geral

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resistente aos impactos pessoais e socias da pandemia, e não deseja abandonar o rumo traçado. No entanto, devemos ter em consideração os 19,9% dos alunos que responderam que sim, sendo esta uma percentagem demasiado elevada, apesar de a questão ser condicional quanto ao comprometimento com a resposta dada. Cerca de 40 alunos consideram esta opção se esta for concretizada integralmente, ou seja, se todas as aulas se realizarem online. Apenas 3 alunos consideram desistir se esta for parcial, uma opção mais radical e extrema em que nem consideram manter-se no ensino superior com parte de aulas presenciais, exigindo a sua realidade, necessidades e motivações que sejam totalmente presencial. É de dar principal destaque, nesta pergunta, aos alunos internacionais e os alunos deslocados. Sendo estes oriundos de regiões distantes, pagando inclusive os internacionais propinas muito acima dos nacionais, acaba por não se justificar a sua permanência para concluir o seu curso se este apenas for digital. Para além disso, um deslocamento para perto da Universidade só seria justificado com alguma atividade extracurricular que porventura seja presencial, sendo inerentes maiores gastos financeiros, o que, proporcionalmente, não se parece justificar para muitos estudantes.

22. Atuação da Associação de Estudantes

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De modo a conseguir proceder a um exercício de autoavaliação quanto ao seu papel e intervenção em prol dos estudantes durante a situação pandémica, pelo menos até ao momento do questionário, a AEDUM incluiu a questão “Avalia a atuação e adaptação da Associação face às dificuldades que se apresentaram neste segundo semestre.”, pedindo que a sua ação fosse avaliada numa escala de 1 a 5, sendo a pontuação 1 a mais negativa e a 5 a mais positiva. Deste pedido de avaliação, 193 alunos no total consideraram a atuação e adaptação da AEDUM de razoável a muito positiva (3-5 na escala) que equivale a 89,3%. Apenas 23 alunos consideraram negativa a sua avaliação equivalendo a 10,7% dos votos. Destes, 9 alunos votaram 1, cerca de 14 alunos votaram 2. Dos restantes, 69 alunos votaram 3, 67 alunos votaram 4 e finalmente 57 alunos optaram por 5. Com estas pontuações, podemos concluir que a vasta maioria de estudantes está satisfeita com a resposta dada pelos seus representantes neste momento difícil, sendo que a existência de respostas abaixo de razoável indica que muito ainda está por fazer, não podendo a AEDUM ficar conformada com a ação realizada até agora, mas devendo aspirar a mais.

23. Atuação da Escola de Direito

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A AEDUM e a EDUM têm atuado de forma cuidada e compreensiva, colaborando entre si e para os alunos para que os possam auxiliar da melhor maneira. O grau de satisfação de um aluno quanto à sua instituição de ensino consiste em grande parte na capacidade de estas conseguirem colmatar as suas expectativas quando recorrem a estas, sendo assim importante perceber qual a perceção dos alunos quanto à resposta da Escola de Direito às necessidades da situação. Assim, foi pedido aos alunos “Avalia a atuação e adaptação da EDUM face às dificuldades que se apresentaram neste segundo semestre.”. Com esta questão, também de avaliação numa escala de 1 a 5, pretendeu-se confirmar essa qualidade, sendo 1 a mais negativa e a 5 a mais positiva. Quanto às avaliações da Escola, 171 alunos colocaram a sua atuação e adaptação de razoável a muito positiva, equivalendo a 79,2% das respostas. Cerca de 45 alunos consideraram negativa a resposta da Escola na sua avaliação, equivalendo a 20,9%. Destes, 12 alunos votaram 1, cerca de 33 alunos votaram 2. Dos restantes, 86 alunos votaram 3, 57 alunos votaram 4 e finalmente 28 alunos optaram por 5. Estes resultados indicam que uma maioria dos alunos está razoavelmente satisfeita, sendo que no entanto a maioria das opiniões está centralizada na área da razoabilidade e não da efetiva qualidade positiva, ao contrário da questão anterior. Assim, e apesar de os resultados serem no geral positivos, é necessária a consciência de que muito ainda há que fazer para elevar a Escola na visão dos alunos no que toca à resposta à pandemia, sendo que neste tipo de questões nenhuma resposta negativa deverá ser desvalorizada.

24. Opiniões e Considerações Finais A questão final deste questionário foi uma de resposta aberta, “Tens mais alguma opinião ou recomendação que gostasses de expressar?”. Com esta pergunta, pretendemos dar liberdade aos alunos de darem qualquer sugestão, contributo ou crítica que achassem pertinente para uma maior ajuda à AEDUM e à EDUM na preparação de um futuro melhor para o Ensino Superior na nossa Universidade. Deste modo, e sendo esta uma questão opcional devido à natureza de escrita extensa, recebemos 36 respostas. É de destacar que várias foram as opiniões que se 34


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mostraram a favor das aulas online e até das avaliações pois, para além de haver uma maior segurança, consegue-se ouvir as aulas na sua totalidade, especialmente se disponibilizadas posteriormente, sendo que ‘’é fundamental que os Docentes se adaptem a essa realidade, não passando isso apenas por falar em frente a um computador e fazerem-se valer dos variados instrumentos pedagógicos digitais que existem’’ pois ‘’o online tem inúmeras vantagens, mas só funciona se vier acompanhado de boas práticas e metodologias e que talvez seja necessário uma mudança dessa metodologia na lecionação das aulas e das avaliações’’. Quanto à possibilidade de haver aulas presenciais, houve quem recomendasse que poderia existir a opção de os alunos assistirem às aulas à distância colocando, por exemplo, alguma câmara ou microfone nas salas de aulas e fazendo gravações ao vivo. Isto no sentido em que as necessidades passam pela segurança familiar a deslocações que não conseguirão ser feitas e que, consequentemente, irão impedir muitos alunos de poderem desfrutar das aulas presenciais sendo que, se não houver nenhuma medida que procure combater este problema, ficarão sem essas mesmas lições – ‘’permitir as aulas à distância independentemente das presenciais estarem ou não a ser lecionadas, permitiria aos alunos das ilhas, e até de mestrado, acompanharem as aulas’’. A opção de existir divisão de turmas e mais turnos foi referida com a finalidade de uma melhor logística e concretização das normas de segurança e higiene para quem apoia as aulas presenciais, sendo que continua a ser no sentido de obtenção de compromissos para a realização de atividades presenciais que a maioria das respostas aprece tender. No que diz respeito às avaliações, alguns alunos voltaram a destacar a importância de, no caso de estas se realizarem online, se optar por modelos de trabalho e apresentações pois ‘’há realmente aprendizagem e não apenas decorar para passar’’ e não ‘’fazer testes enormes para o tempo de resposta, não havendo tempo de reflexão, colocando grande pressão sobre os alunos’’. Para além disso, mencionou-se a importância de os docentes darem as informações de como se irão realizar as provas atempadamente de modo a preparar os alunos, sendo que estes últimos deveriam ter maior voto na matéria. Em adição, várias foram as respostas que pediram uma maior ‘’compreensão dos docentes’’ pois existem ‘’certas desvantagens’’ que dependem do

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local onde o aluno está presente – a disponibilização atempada dos conteúdos programáticos, apontamentos e livros foram referidos em várias respostas. Tendo a oportunidade nesta questão, os alunos aproveitaram para referir as suas situações de estudantes internacionais dizendo que ‘’não é justo sair do país para ter aulas maioritariamente online e pagando 4500€ de propinas’’. Este parece ser um problema premente numa Escola com tantos alunos internacionais como a Escola de Direito. Para além disso, e independentemente da preferência pelas aulas presenciais, existiram várias respostas parabenizado o desempenho dos docentes, AEDUM, EDUM e alunos pelo esforço que existiu nas circunstâncias em que se viveu, e ainda se vive, neste semestre que passou, reconhecendo que é preciso perceber as dificuldades de todas as partes num momento que foi e é diferente e novo para todos. Deste modo podemos concluir que no geral os alunos se encontram de acordo com os momentos de auscultação fornecidos, mas necessitam ainda de maiores formas de fazer ouvir a sua voz em circunstâncias que fogem mais diretamente ao seu controlo do que nunca. A necessidade de adaptação de métodos pedagógicos parece ser também óbvia, devido ao elevado número de respostas nesse sentido.

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Recomendações Após a finalização da análise do questionário, presente nas páginas deste relatório, a Direção da Associação de Estudantes de Direito da Universidade do Minho vem por este meio fazer uma lista de recomendações retiradas das principais conclusões da análise. Estas são recomendações relativas a comportamentos, mecanismos e opções que podem ser tomadas pelas autoridades académicas, não inviabilizando opções ausentes, semelhantes ou medidas já tomadas no âmbito das mesmas preocupações. Deste modo, recomendamos as seguintes medidas para o próximo ano letivo: 

O retorno das aulas em regime presencial no próximo ano letivo, de acordo com as normas de segurança e assumindo a necessidade de compromisso entre as questões de saúde pública e as necessidades educativas;

A transmissão online de todas as aulas presenciais, de modo a não deixar para trás estudantes que não sejam capazes de se deslocar à Universidade por questões financeiras ou de saúde;

A priorização de Unidades Curriculares Anuais na lecionação presencial, no caso de ser necessário proceder a uma hierarquização de prioridades, devido à sua dificuldade acrescida e elevada carga de créditos;

A priorização de aulas Teórico-Práticas na lecionação presencial, no caso de ser necessário proceder a uma hierarquização de prioridades, devido à exigência de contacto pessoal e à sua relevância elevada na aprendizagem;

A gravação de todas as aulas síncronas, independentemente do regime, tendo em conta as necessidades de estudantes deslocados ou a falta de ambiente ou condições para assistir ao vivo;

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O fornecimento de materiais de estudo pelos docentes, como apresentações, excertos, obras e resumos que permitam estudo próprio independente dos momentos letivos;

A adoção permanente de mecanismos pedagógicos alternativos, como fóruns de dúvidas, plataformas de debate, trabalhos de investigação, entre outros mecanismos e ferramentas que diversificam a pedagogia;

A realização de provas de avaliação presenciais, de acordo com as normas de segurança, deixando a realização de avaliação à distância como alternativa para os alunos que dela necessitem;

A adoção de mecanismos de avaliação à distância simplificados, como trabalhos, projetos ou testes escritos e depois enviados, de modo a facilitar a realização da avaliação sem práticas intrusivas ou causadoras de ansiedade;

A formação de estudantes e docentes nas ferramentas adotadas, facilitando os processos de avaliação e pedagogia que em muito podem ser prejudicados pela falta de experiência na utilização das ditas ferramentas;

O maior envolvimento dos alunos nos processos de decisão, respeitando as suas opiniões e democratizando o processo de aprendizagem através de maior contacto entre os docentes e os estudantes;

O aumento dos apoios de ação social aos alunos que dela necessitam, procurando evitar que diferenças económicas ou sociais tenham impacto na experiência académica dos estudantes devido à situação;

A valorização do ensino e da aprendizagem acima da avaliação, assegurando que medos de fraude ou de incumprimento de normas não se sobrepõem à preocupação de formar cidadãos e profissionais competentes;

A valorização das atividades extracurriculares presenciais, assegurando que não deixam de existir ou ser consideradas relevantes as experiências fora das aulas que efetivamente desenvolvem competências transversais nos alunos; 38


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Conclusão e Mensagem A Associação de Estudantes de Direito da Universidade do Minho tem trabalhado continuamente para dar voz aos alunos que representa, através de iniciativas como a elaboração deste relatório. Com o intuito de auxiliar os estudantes o melhor possível, procuramos reconhecer os pontos em que seja necessário ajudar para que haja uma reorganização dos mecanismos pedagógicos, ajustamento do ensino e avaliação e apoio efetivo aos alunos que dele precisam devido a circunstâncias externas, numa altura em que cada vez mais devemos agir como comunidade, ciente dos desafios apresentados. Nem todos os alunos se sentiram prejudicados com a adaptação para o ensino à distância, visto existir uma efetiva perceção da necessidade de adaptar o ensino às circunstâncias e trabalhar nestes novos moldes. No geral, comprovamos que os alunos retiraram uma boa experiência das aulas síncronas, sendo que grande parte dos alunos anseia mesmo assim pelas aulas presenciais, modelo indispensável para o Ensino Superior. No entanto, há estudantes que sentem ainda a necessidade de adaptar o ensino às circunstâncias atuais do país. Estas são preocupações que não devem ser esquecidas, há medida que recomeçamos o funcionamento e procuramos atingir um estado de relativa normalidade na nossa Escola e Universidade. Nenhum estudante deverá ser deixado para trás, independentemente da razão. Esperamos que com este relatório seja possível para alunos, docentes e funcionários preparar o próximo semestre um pouco melhor. Apesar de não ser expectável enorme mudança, qualquer efeito positivo que possamos ter na comunidade é essencial, justificando assim o esforço e tempo gastos para o atingir. Esta é a nossa missão, agora e sempre, podendo os estudantes contar com o nosso comprometimento na procura de soluções para os seus problemas, e na reivindicação de respostas quando estas não são apresentadas por quem de poder. Cooperando e inovando, iremos ultrapassar esta fase difícil e continuar a nossa jornada de procura de um futuro melhor.

A XXIV Direção da AEDUM 39


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