edição I | Maio 2016 | distribuição gratuita © AEFML
Across the World
Guia de Emigração Médica
MENSAGEM INICIAL “Not all those who wander are lost” -- J.R.R.Tolkien Em pleno século XXI, o conceito de global village apoderou-se da nossa sociedade. As fronteiras, que outrora condicionavam o nosso país, o nosso continente e o nosso planeta, dissiparam-se e encontramo-nos, atualmente, perante o facto irrefutável de que somos cidadãos do mundo. Esta constatação pode e deve inspirar-nos a explorar a comunidade global em que vivemos e a tirar proveito dos nossos direitos enquanto Portugueses e membros de uma Europa aberta à deslocação internacional. Isto é sustentado pelos acordos internacionais que resultaram em oportunidades como a construção do Espaço de Schengen e que são um convite e um incentivo a explorar o desconhecido além-fronteiras. Em Portugal, a realidade do estudante de Medicina encontra-se num estado de crescente angústia, em que temáticas como a escolha de especialidade, as vagas de acesso à formação específica e a existência de médicos indiferenciados são motivo de preocupação e temor para um médico recém-licenciado. Conscientes deste panorama e procurando ir ao encontro dos interesses e necessidades dos nossos estudantes, decidiu a Associação de Estudantes da Faculdade de Medicina de Lisboa iniciar a construção de um Guia, cuja consulta permita tornar a Emigração Médica uma temática acessível e conhecida da comunidade estudantil, com vista a permitir decisões mais informadas no momento de escolha da realização da formação específica no estrangeiro. Mantendo claro na nossa mente o objectivo a que nos propomos, exploremos as oportunidades que existem no estrangeiro e questionemos a possibilidade de um futuro fora da nossa pátria, pois aqueles que vagueiam não estão necessariamente perdidos. ---- AEFML 15/16 ----
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ÍNDICE Introdução
EMIGRAÇÃO MÉDICA 05 | DIRETIVA DO PARLAMENTO EUROPEU
CONTINENTE EUROPEU
FICHA TÉCNICA impressão e propriedade Secção Editorial da Associação de Estudantes da Faculdade de Medicina de Lisboa editorial@aefml.pt Associação de Estudantes da Faculdade de Medicina de Lisboa Avenida Professor Egas Moniz, Hospital Santa Maria - Piso 01, 1649-035 Lisboa 217 818 890 | internacionais@aefml.pt www.aefml.pt Tiragem: 200 exemplares
4 • GUIA DE EMIGRAÇÃO MÉDICA
06 | ALEMANHA/ÁUSTRIA/SUÍÇA 08 | DINAMARCA 10 | FRANÇA 12 | REINO UNIDO CONTINENTE AMERICANO
18 | BRASIL 20 | ESTADOS UNIDOS DA AMÉRICA CONTINENTE DA OCEÂNIA
23 | AUSTRÁLIA
EMIGRAÇÃO MÉDICA
A temática da emigração médica está intrinsecamente relacionada com as características de cada
país, que apresenta regras e normas soberanas no seu território. As condicionantes de cada na- INTERNATO Introdução ção devem, por isso, ser respeitadas por todos os médicos que procurem oportunidades de for- Reconhecimento mação e emprego no estrangeiro. No entanto, no que diz respeito à emigração médica na União Europeia, existe uma exceção a esta regra. No ano de 2005, foi publicada a diretiva 2005/36/CE do Parlamento e Conselho Europeu, referente à livre circulação de pessoas e serviços entre os Estados-Membros. Segundo este documento, um cidadão tem o direito a exercer a sua profissão e ter o seu curso reconhecido num Estado-Membro diferente daquele onde adquiriu as suas qualificações profissionais. Esta diretiva veio reformar o panorama e a realidade da emigração médica, tornando-a acessível aos nacionais dos países abrangidos por esta medida. Entre estes encontram-se os países da União Europeia, os membros do Espaço Económico Europeu (Noruega, Islândia, Liechtenstein) e a Suiça. Com a abertura de fronteiras e a quebra e transposição das dificuldades e condicionantes ao exercício da Medicina no estrangeiro, um recém-licenciado em Portugal desfruta de muitas oportunidades para considerar a emigração no interior da Europa como um caminho para um futuro promissor.
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ALEMANHA, ÁUSTRIA, SUÍÇA
Introdução
Os recém-licenciados do curso de Medicina na Alemanha, Áustria e Suíça recebem o título de Médico (Arzt) - o grau Doutor de Medicina é apenas atribuído àqueles que acabaram a sua tese. Na Alemanha e Suíça, estes médicos já são autónomos (por vezes após reaiização de um exame), contudo apenas podem exercer no sistema privado. Por outro lado, na Áustria, a autonomia apenas é conferida após 3 anos de especialidade. Segue-se a formação especializada, que pode ter uma duração variada, dependendo da especialidade e do organismo responsável por determinar a duração e o conteúdo desta formação. Em relação ao sistema de saúde, toda a gente é obrigada a ter um seguro de saúde. Existem diferentes normas para diferentes grupos populacionais. Por exemplo, trabalhadores que não recebem o suficiente para pagar o seguro mínimo estão, automática e estatutariamente, segurados.
Pré-
Requisitos
• Informação básica sobre o candidato (Curriculum Vitae, Course Records,...) • Certificado de competência linguística emitido pelo Instituto Goethe • Diploma do Mestrado Integrado em Medicina emitido pela faculdade • Certificado emitido pela Ordem dos Médicos (caso o candidato não tenha, deverá apresentar um certificado que confirme a formação obtida de Mestre em Medicina de acordo com a diretiva europeia 2005/36/EC)
O candidato que possua todos os documentos supracitados encontra-se, à partida, eligível para realizar uma candidatura à formação especializada.
Candidatura
O acesso ao internato médico é feito através de candidatura direta aos hospitais que oferecem formação especializada, tendo vários critérios de seleção, nos quais se incluem uma entrevista e o curriculum vitae. Assim, é necessário uma pesquisa por anúncios, jornais médicos, etc, para terem uma noção dos hospitais que estão a aceitar candidatos. Para além disto, é necessário estar registado na Ärztekammern (Câmara Médica) da região onde o hospital pertence, ou na Associação Médica Suíça (no caso deste último país).
6 • GUIA DE EMIGRAÇÃO MÉDICA
ALEMANHA, ÁUSTRIA, SUÍÇA O internato médico está sob a responsabilidade da Ärztekammern. As especialidades médicas têm uma duração de 5 anos e as médico-cirúrgicas 6 anos. No final da Introdução especialidade os internos têm de passar num exame oral, após o qual obtêm o título de Facharzt (especialista).
Internato INTERNATO
Em termos de salário, um médico interno recebe aproximadamente 49.000€ por ano, enquanto um especialista entre 70.000 a 100.000€ por ano.
Bibliografia http://www.residencydatabase.com/germany-medical-residency/ http://www.pigas.org/how-to-get-german-medical-license-approbation http://www.medicalmobility.eu/germany
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DINAMARCA
Introdução
A Dinamarca, um dos países mais felizes do mundo, tem como língua oficial o dinamarquês e faz fronteira com a Alemanha, a Noruega e a Suécia. Existe cerca de um médico por cada 249 pessoas e a esperança média de vida é aproximadamente 79 anos. A maioria dos serviços de saúde são grátis e alguns seguros privados poderão garantir a cobertura de despesas adicionais quer a locais, quer a estrangeiros. A educação médica básica na Dinamarca começa após o ensino secundário, obtendo-se o mestrado em Medicina.
A atribuição de licença para exercer como Médico na Dinamarca carece de um processo de reconhecimento, para o qual são necessários os seguintes documentos:
PréRequisitos
• Documentos de identificação (BI/CC) • Diploma do Mestrado Integrado em Medicina • Certificado de idoneidade emitido, e enviado diretamente, pela Ordem dos Médicos para as autoridades de saúde dinamarquesas (documento traduzido para inglês)
Candidatura
•
Certificado original da autoridade de saúde portuguesa, que certifique que a educação médica cumpre os requisitos da diretiva 2005/36/EC
Para a especialização neste país, é necessário que o médico português obtenha o registo nas autoridades de Saúde e Medicina dinamarquesas. Para além disso, terá também de realizar 12 meses de treino básico de forma a poder ingressar na especialidade.
Candidatura
Para a obtenção da licença e registo nas autoridades para posterior entrada na especialidade, será necessário: • Qualificação médica básica • Realização de um exame oral e escrito de Língua Dinamarquesa • Completar um curso de legislação dinamarquesa • Pelo menos 12 meses de prática médica nos últimos 6 anos.
8 • GUIA DE EMIGRAÇÃO MÉDICA
DINAMARCA O procedimento de obtenção da licença consiste no preenchimento da candidatura online, impressão e envio da mesma assinada, juntamente com os documentos referidos anteriormente, por correio para “Sundhedsstyrelsen, Axel Heides Gade 1, 2300 København S. Denmark”
INTERNATO Candidatura
Para candidatura à especialidade, o médico deverá registar-se através do link: https://sundhedsstyrelsen.dk/en/education.
A especialização na Dinamarca é dirigida por três secretariados nacionais diferentes (Norte, Sul e Este), sendo o salário do médico de aproximadamente 4500€ por mês.
Internato
Bibliografia http://www.residencydatabase.com/denmark-medical-residency/ http://stps.dk
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FRANÇA
Introdução
PréRequisitos
Em primeiro lugar, os alunos têm de realizar um ano “premedical” e ser aprovado noutro exame no final desse ano, de forma a iniciar oficialmente a sua educação médica. França tem uma tradição na área da Medicina internacionalmente conhecida, podendo contar com 13 prémios Nobel nas áreas da Fisiologia ou Medicina, bem como grandes descobertas, entre as quais a causa genética da Síndrome de Down e outras. A educação médica está dividida em 3 ciclos: o primeiro, que dura 2 anos, a partir do qual apenas cerca de 15 a 20% dos estudantes são aprovados para o segundo ciclo, através de um exame; este segundo ciclo tem a duração de 4 anos, sendo que, após a aprovação em variados exames, o aluno poderá transitar então para a especialidade, através de um exame de seriação nacional.
Aos alunos franceses ou da União Europeia/Espaço Económico Europeu (ao qual Portugal pertence), é permitido trabalhar em França sem ser necessária uma licença. Para que estes se candidatem ao exame de entrada na especialidade, é necessário apenas que apresentem: •
Cartão de Cidadão ou Passaporte
• Certificado B2 em francês
Candidatura
Candidatura
•
Certificado de licença/registo da autoridade de saúde portuguesa
• Certificado de matrícula emitido pela faculdade que ateste a frequência do sexto ano ou cópia do Diploma do MIM (ambos traduzidos e autenticados)
O acesso à especialidade é garantido através da realização de um exame que permite obter a licença de prática clínica. Para isso, os médicos da União Europeia deverão então preencher e enviar uma “Application Form”, juntamente com os documentos necessários para a agência regional de saúde, ao cuidado do diretor geral. ------ Exame para obtenção de licença para exercer Medicina -----Preencher a “Application Form” de candidatura ao exame. Este corresponde a uma avaliação escrita, em língua francesa.
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FRANÇA Os critérios de correção seguem o princípio “mot-clef/pas mis zero”, ou seja, existem conceitos fundamentais que devem ser incluídos obrigatoriamente e outros que não devem ser abordados, sob o risco do corretor cortar na cotação. A inscrição é feita online, sendo possível descarregar a ficha de inscrição a partir do site do Ministério da Saúde francês.
Os programas de formação específica têm a duração de 3 a 5 anos. É necessária a realização de uma tese de especialidade para concluir com sucesso a formação específica.
INTERNATO Candidatura
Internato
O salário médio esperado está situado entre os 1.300€ e os 2.000€
Bibliografia http://www.cng.sante.fr/Epreuves-classantes-nationales-393 http://www.remede.org/documents/-epreuves-classantes-nationales-ECN-.html http://social-sante.gouv.fr/
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REINO UNIDO
Introdução
Anualmente, mais de 8000 vagas são disponibilizadas para o curso de Medicina, comumente chamado de “Bachelor of Medicine, Bachelor of Surgery” e que se abrevia para MBChB ou MBBS. Os cursos têm, normalmente, a duração de 5 anos, por vezes de 6, sendo os dois primeiros pré-clínicos e os últimos três clínicos, à semelhança de Portugal. Após o término do curso, entra-se na Formação Especializada, que está dividida em dois momentos formativos: • Formação Básica (Foundation Training Program), com 2 anos de duração • Formação Superior (Specialist Training) Assim, os recém-licenciados entram no Foundation Year 1 (F1), um pouco à semelhança do nosso Ano Comum, onde são pagos, não têm autonomia, fazem rotações de 3/4 meses, e apenas podendo, legalmente, fazer alguns trabalhos supervisionados. No fim do F1, podem efetuar o registo completo no General Medical Council. Depois segue-se o Foundation Year 2, no fim do qual podem começar a candidatar-se para o o Specialist Training. O processo de aplicação para as Foundation Schools é feito online, sem entrevista, baseado num sistema de emparelhamento consoante as preferências do estudante. Esta seriação é feita com base nas respostas ao formulário de aplicação e nas classificações obtidas nos exames. Após serem selecionados para uma Foundation School, os candidatos são apurados para programas específicos, através de um processo que é determinado localmente, podendo incluir entrevista, CV ou outros meios. O Specialist Training tem uma duração de 3 anos para o General Practitioner e 6 anos para outras especialidades hospitalares. O Reino Unido está ao abrigo do National Health Service, semelhante ao Sistema Nacional de Saúde.
Pré-
Requisitos
• IELTS (International English Language Testing System), com pontuação mínima de 7,5 nos quatro componentes - reading, writing, listening, speaking (exame válido durante 2 anos) • Diploma do Mestrado Integrado em Medicina emitido pela faculdade • Certificado emitido pela Ordem dos Médicos (caso o candidato não tenha, deverá apresentar um certificado que confirme a formação obtida de Mestre em Medicina de acordo com a diretiva europeia 2005/36/EC)
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REINO UNIDO
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REINO UNIDO Um candidato que reúna todos os documentos supracitados pode oficializar a sua candidatura à formação especializada no Reino Unido.
Candidatura Introdução
Esta candidatura é constituida por dois momentos-chave: 1. Inscrição no General Medical Council 2. Candidatura ao Foundation Programme ------ General Medical Council ------
Step-by-Step
A inscrição nesta instituição pode ser provisória (Provisional Registration), para médicos sem experiência profissional, ou definitiva (Full Registration), para médicos que tenham doze meses de experiência hospitalar, conferindo-lhes autonomia para exercer no Reino Unido. Nesta última categoria, estão qualificados os médicos que tenham completado o Ano Comum em Portugal. Provisional registration with a licence to practise Sem experiência profissional (mínimo de 24 meses de experiência hospitalar ou ano comum português). Candidatura após terminar o 6º ano em Portugal, sem ter realizado ou completado o ano comum. • Diploma do Mestrado Integrado em Medicina emitido por uma Universidade Portuguesa • Permite candidatura ao Foundation Programme • Válida por um período de 3 anos e 30 dias (1125 dias) Full registration with a licence to practise Necessário para aceder à Formação Especializada Superior no Reino Unido. Candidatos detentores de Provisional Registration • Certificado comprovativo de experiência profissional supervisionada, em centros hospitalares reconhecidos, com a duração de 24 meses. Este certificado deverá ser emitido pela Ordem dos Médicos do país onde foi realizado o estágio. (Não são aceites certificados emitidos por instituições hospitalares) ou • Certificado de conclusão do Foundation Training Programme, emitido pela Foundation School onde o candidato trabalhou. Candidatos não detentores de Provisional Registration • Em adição aos certificados mencionados no ponto acima, o candidato deve apresentar o Diploma do Mestrado Integrado em Medicina emitido por uma Universidade Portuguesa.
14 • GUIA DE EMIGRAÇÃO MÉDICA
REINO UNIDO ------ Foundation Training Programme -----Ponte entre o mundo universitário e o hospitalar, consistindo num programa de formação, obrigatório para todos os médicos recém-formados, com a duração de dois anos, durante o qual é conferida exIntrodução periência profissional necessária ao desempenho futuro da sua profissão. Existe, igualmente, um programa específico para os médicos que pretendam seguir uma carreira académica, designado de Academic Foundation Program. Apresentação do diploma de conclusão do Mestrado Integrado em Medicina e do certificado de inscrição na Ordem dos Médicos. Estes documentos devem ser submetidos ao United Kingdom Foundation Programme Office’s (UKFPO) Eligibility Office, que vai aferir se o candidato cumpre os critérios de elegibilidade. Atenção: O candidato não pode ter um tempo superior a dois anos entre a conclusão do MIM e o início do Foundation Programme.
Candidatura
Step-by-Step
Candidatura ao Foundation Programme • Candidaturas acessíveis a médicos recém-licenciados, sem experiência profissional. Em Portugal, é possível realizar a candidatura imediatamente após a conclusão do 6º ano do Mestrado Integrado em Medicina. Atenção: Não é permitida a candidatura ao Foundation Programme a alunos que tenham concluído o Ano Comum. • Ordenar uma lista de preferências de Units of Application (UoA) - instituições responsáveis por ministrar o programa. • Os candidatos são seriados, recorrendo-se a uma pontuação de 0 a 100 que tem por base os seguintes critérios: • 50 pontos - Educational Performance Measure: • 34-43 pontos correspondentes às notas obtidas ao longo do curso • até 5 pontos para obtenção de outros graus universitários • até 2 pontos para publicação de artigos científicos, trabalhos, etc • 50 pontos - Situational Judgement Test, exame que visa avaliar capacidades do candidato como profissionalismo, comunicação, trabalho em equipa e gestão da pressão. • Cada UoA irá analisar as pontuações dos candidatos e convocar uma entrevista com os mesmos. O ingresso nos centros hospitalares eleitos depende dos processos acima referidos. • É exigida uma Prescribing Safety Assessment (2016) antes do candidato iniciar o Foundation Programme. A obtenção de uma Provisional Registration with licence to practise do General Medical Council é obrigatória para integrar o Foundation Programme, devendo esta licença ser obtida até à data de início do estágio.
EDIÇÃO I • 15
REINO UNIDO Candidatura ao Foundation Training Programme
Candidatura Introdução
Julho/Agosto – preencher a Online Eligibility Application form; Julho/Agosto – envio da documentação para o UKFPO’s Eligibility Office, incluindo o diploma de conclusão do MIM; Setembro/Outubro – abertura do período de inscrições online para o Foundation Programme;
Timetable
Outubro – fecho do período de inscrições online para o Foundation Programme Dezembro/Janeiro – Exame de avaliação clínica (Situational Judgement Test - SJT), a realizar no Reino Unido Março – resultado da colocação na Units of Application e pontuação no Situational Judgement Test + Educational Performance Measure Abril – selecionar as preferências de FP no FPAS; conhecimento das colocações nos FP Julho – ter o Provisional GMC Registration with a licence to practice, necessário para a emissão do contrato de trabalho Agosto – início do Foundation Programme Como já foi mencionado, após a conclusão do Foundation Programme, é possível realizar a candidatura ao General Medical Council, com vista a obter uma Full Registration e, consequentemente, ingressar na formação especializada superior. Recomenda-se a leitura do guia de candidatura para o Foundation Programme, disponível no seguinte link: http://www.foundationprogramme.nhs.uk/pages/home/ how-to-apply Candidatura ao Specialist Training Em adição a este método de candidatura, os médicos com experiência profissional, nomeadamente a conclusão com sucesso do Ano Comum, poderão optar por candidatar-se diretamente à formação especializada superior. O acesso direto a esta etapa de formação, comparativamente ao Foundation Programme, é bastante mais competitivo e de difícil acesso. O acesso ao Specialist Training está, no entanto, dependente da obtenção de uma Full Registration License emitida pelo General Medical Council.
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REINO UNIDO A duração da especialização no Reino Unido varia de acordo com a especialidade. Por exemplo, Medicina Geral e Familiar tem a duração de 3 anos, enquanto que outras têm a duração de, pelo menos, 5Introdução anos. O internato consiste em 2 anos de treino básico (Foundation Programme) e 3 ou mais anos de treino avançado, obtendo-se, após a conclusão da formação, o Certificate of Completion of Training nessa especialidade.
Internato INTERNATO
Constituição do Foundation Programme: Primeiro ano: toma como base os conhecimentos e habilidades adquiridos durante o curso. Os residentes deverão fazer, pelo menos, 3 meses em medicina e 3 em cirurgia em forma de rotações. É durante este ano que os alunos deverão aprender a avaliar doentes e demonstrar a sua competência. Segundo ano: prepara o estudante para trabalhar em todos os âmbitos da medicina a nível geral. São feitas 3 rotações de 4 meses cada uma, incidindo em áreas como o trabalho em equipa, a utilização de dados disponíveis, distribuição de tempo e trabalho, habilidades comunicativas e, principalmente, avaliação e controlo de doentes. Estes programas de formação realizam-se em hospitais denominados Foundation Schools. O salário médio esperado no Reino Unido para um médico a frequentar a formação especializada é de £24,000 por ano, aumentando de acordo com a idade do mesmo, sendo que poderá variar entre £18,000 e £27,000 por ano.
Bibliografia http://www.medicalstudyguide.com/medicine-in-uk/medical-specialisation-and-training-in-the-uk.html http://www.foundationprogramme.nhs.uk/pages/home/how-to-apply https://en.wikipedia.org/wiki/Medical_school_in_the_United_Kingdom#Course_structure http://www.healthcare-salaries.com/physicians/medical-residency-salary
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BRASIL
Introdução
No processo de candidatura ao internato médico no Brasil, também apelidado de “Residência Médica”, o estudante deverá obter equivalência do Diploma do Mestrado Integrado em Medicina, que, contrariamente ao que se verifica na Europa, não é reconhecido automaticamente . O processo de equivalência ao MIM, desenvolvido pelo Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais Anísio Teixeira (INEP) em parceria com o governo brasileiro, consiste num Exame Nacional de Revalidação de Diplomas Médicos por Instituições Estrangeiras, conhecido como “Revalida”. Este exame trata-se de um conjunto de provas, de caráter eliminatório, que avalia o conhecimento médico do candidato em cinco grandes áreas — Cirurgia, Medicina Interna, Pediatria, Ginecologia-Obstetrícia e Medicina Preventiva - sendo constituído por duas etapas:
Pré-
Requisitos
•
1ª. Etapa – Prova Escrita, com duas componentes. Uma componente objetiva que consiste num teste de escolha múltipla com 110 questões e com duração de 5 horas, e uma componente “discursiva” com 5 questões e uma duração de 3 horas, onde são aferidos os conhecimentos teóricos;
•
2ª Etapa – Prova de Habilidades Clínicas, constituída por 10 estações onde são aferidos conhecimentos e competências da prática de atendimento médico.
Aos recém-licenciados no estrangeiro, entre os quais se encontram os médicos formados em Portugal, é permitido trabalhar no Brasil, após a obtenção do reconhecimento do diploma. Para este fim é necessário realizar o exame nacional Revalida, sendo os pré-requisitos para esse exame os que se seguem: •
A inscrição online no Exame Nacional de Revalidação de Diplomas Médicos (http://revalida. inep.gov.br/revalida/inscricao)
•
Estrangeiro em situação legal no Brasil ou ter nacionalidade brasileira
•
Apresentar Cadastro de Pessoas Físicas (CPF), emitido pela Receita Federal do Brasil.
•
Apresentar o Diploma do Mestrado Integrado em Medicina, reconhecido pela Ordem dos Médicos ou órgão equivalente, autenticado pela autoridade consular brasileira
18 • GUIA DE EMIGRAÇÃO MÉDICA
BRASIL O Exame Nacional de Revalidação de Diplomas Médicos é um passo obrigatório para obtenção de licença para exercer no Brasil e posterior candidatura a uma vaga de internato médico. A prova escrita deste exame, com a taxa de inscrição de R$ 100,00 (cem reais), é realizada durante os meses de Outubro a Novembro, nas várias universidades estatais que aderiram ao Revalida. A prova de habilidades clínicas é apenas acessível aos candidatos aprovados na prova escrita. O valor da inscrição na prova de habilidades clínicas é de R$ 300,00 (trezentos reais), sendo esta prova realizada entre os meses de Novembro e de Janeiro.
INTERNATO Candidatura
Após a publicação dos resultados e a aprovação nesta avaliação, os candidatos poderão submeter o seu processo de reconhecimento de diploma às Instituições de Ensino Superior públicas brasileiras que aderiram ao Revalida. A equivalência e reconhecimento do diploma do Mestrado Integrado em Medicina permite ao médico recém-licenciado candidatar-se ao internato médico, numa especialidade à escolha, junto dos hospitais pretendidos. Os exames de admissão variam de instituição para instituição. Na maioria dos hospitais estes incluem um exame escrito, com questões de escolha múltipla, dirigido à especialidade em questão e/ou a outros temas. Alguns hospitais recorrem a exames práticos, avaliação do currículo e em raros casos a entrevista. Os exames de acesso à especialidade decorrem entre os meses de Setembro e Janeiro. No Brasil não há prova de seriação nacional.
No Brasil, o internato médico tem uma carga horária de aproximadamente 60h semanais, ganhando os internos R$3300,00 (três mil e trezentos reais) por mês, valor fixado pelo governo brasileiro. Algumas especialidades com menor procura, como Medicina Geral e Familiar, recebem um incentivo do estado que pode chegar aos 13 mil reais.
Internato
Bibliografia http://download.inep.gov.br/educacao_superior/revalida/edital/2015/edital_n18_04092015_revalida_2015.pdf http://www.residenciamedica.com.br/ http://revalida.inep.gov.br/revalida/inscricao/
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ESTADOS UNIDOS DA
AMÉRICA
Introdução
Pré-
Requisitos
Nos Estados Unidos da América, o reconhecimento do Mestrado Integrado em Medicina não é direto, o que torna o ingresso de um estudante estrangeiro no internato médico nos EUA um processo complexo e burocrático. A certificação do MIM é da responsabilidade da Educational Comission for Foreign Medical Graduates (ECFMG) e pode ser iniciada antes da
• Informação básica sobre o candidato (Curriculum Vitae, Course Records,...) • English Language Proficiency Test - TOFEL exam • Diploma do Mestrado Integrado em Medicina emitido pela faculdade
O processo de candidatura à medical residency nos EUA passa, sequencialmente, por vários passos: ------ Certificar o Mestrado Integrado em Medicina -----A certificação é da responsabilidade da Educational Comission for Foreign Medical Graduates (ECFMG) e pode ser iniciada antes da conclusão do MIM. A candidatura à certificação do MIM pelo ECFMG só pode ser realizada a partir de escolas médicas que CCandidatura andidatura constem do International Medical Education Directory (IMED), do qual todas as escolas médicas portuguesas fazem parte. A candidatura à certificação do MIM pela EDFMG tem um custo de $65. ------ United States Medical Licensing Examination (USMLE) ------
Step-by-Step
A validação da certificação pela ECFMG e obtenção de autonomia para exercer nos Estado Unidos é obtida através da realização do exame patrocinado pelo National Board of Medical Examiners (NBME) e pela Federation of State Medical Board (FSMB). Este exame divide-se em três etapas: Step 1 • Avalia conhecimentos das ciências básicas (Anatomia, Fisiologia, Bioquímica, entre outras) • Habitualmente realizado pelos estudantes americanos no final do 2º ano • Composto por 322 questões de escolha múltipla divididas em 7 blocos de 46 questões. Cada bloco tem a duração de uma hora, perfazendo um total de 8 horas (1h de intervalo) • Exame mais importante, não podendo ser repetido se o aluno for aprovado • Pode ser realizado em Portugal | Custo: $880
20 • GUIA DE EMIGRAÇÃO MÉDICA
ESTADOS UNIDOS DA
AMÉRICA Step 2 Avalia conhecimentos clínicos Componente Teórica (CK) • Exame com 8 grupos, cada um com 44 perguntas de escolha múltipla. Cada grupo tem a Introdução duração de 1h, perfazendo um total de 9 horas (1h de intervalo) • Avaliados conhecimentos de Medicina Interna, Cirurgia, Pediatria, Psiquiatria, Ginecologia e Obstetrícia • Pode ser realizado em Portugal | Custo: $880 • Componente Prática (CS) • Simulação de situações que avaliam a interação médico-doente • Elaboração de histórias clínicas (12 doentes/casos clínicos), apresentação de diagnósticos diferenciais, pedidos de exames complementares de diagnóstico • Exame realizado pelos alunos americanos no final do 4º ano • Obrigatoriamente realizado nos Estados Unidos | Custo: $1,535 • •
Candidatura
Step-by-Step
A Educational Commission for Foreign Medical Graduates (ECFMG) requer os Steps 1 e 2 para certificação do MIM, sendo o registo nestas provas realizado pela mesma. • • • • • •
Step 3 Realizado no final do 1º ano de Internato Licença para prática médica autónoma nos Estado Unidos Requer ECFMG certification, obtida nos steps 1 e 2 Dois dias de exames com 8h de provas por dia • Primeiro dia - 336 questões de escolha múltipla divididas em 7 blocos de 48 questões • Segundo dia - 144 questões de escolha múltipla divididas em 4 blocos de 36 questões Componente prática com 12 simulações de casos clínicos O registo no Step 3 é feito pela Federation of State Medical Boards (FSMB)
Para exercer medicina com autonomia nos Estados Unidos da América é necessário ter aprovação nos três steps. Aproximadamente 50% dos International Medical Graduates (IMG) candidatos a estas provas, conseguem a certificação. ------ Candidatura ao Internato Médico - “Medical Residency“ -----Aconselhável ter uma experiência prévia de prática clínica (pelo menos 1 ano) acreditada pela Accreditation Council on Graduate Medical Education (ACGME). A maioria das instituições não aceita candidaturas diretas.
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ESTADOS UNIDOS DA
AMÉRICA
Candidatura Introdução
Step-By-Step
Os pré-requisitos para cada especialidade são definidos pelos respetivos Colégios da Especialidade • Notas obtidas nos exames dos vários steps • Cartas de Recomendação (3 a 5 cartas), sobretudo de médicos americanos, daí a importância de realizar estágios prévios nos Estados Unidos • Experiência de Investigação • Entrevista A maioria das especialidades requer a realização de um ano de internato geral nos EUA para satisfazer os pré requisitos. O candidato deve escolher os hospitais e áreas pelas quais tem preferência para realização da especialidade, através da base de dados online (www.ama-assn.org) Os candidatos são inseridos num sistema de matching - National Resident Matching Program (NRMP). Este sistema irá distribuir os candidatos pela área do internato médico e pelos diferentes hospitais-escola consoante as preferências e classificações do candidato. • Os candidatos elaboram uma lista de hospitais e especialidades conforme a sua preferência para realização do internato • Os hospitais elaboram uma lista dos candidatos que gostariam de contratar • O sistema cruza os dados das duas listas e distribui os candidatos pelos diversos hospitais, anunciando os resultados no match day ------ Visto J - Estudante -----Após ter completado os passos anteriores com sucesso, é possível realizar o pedido de um visto J para emigrar e completar a formação médica nos Estados Unidos da América.
Internato
Duração entre 3 a 7 anos. Especialidades Médicas: 3 anos de Medicina Interna + 3 anos de área específica. Especialidades Cirúrgicas: 3 anos de Cirurgia Geral + 3 anos de área específica. Os horários de trabalho podem ir até às 75 horas semanais. Salário de um interno no final do primeiro ano: 45000-50000 dólares/ano. Os valores variam de estado para estado. Bibliografia http://www.ecfmg.org http://www.kaptestglobal.com/ http://www.ama-assn.org
22 • GUIA DE EMIGRAÇÃO MÉDICA
AUSTRÁLIA A formação pós-graduada na Austrália divide-se em 3 fases: Internship, Residency e Specialist Training. O Internship, semelhante ao nosso Internato do Ano Comum, corresponde a um ano em que se ganha experiência clínica num sistema de rotações em especialidades pré-definidas pelos hospitais (nomeadamente General Surgery, General Medicine e Emergency). Atualmente, devido ao excessivo numerus clausus nas universidades, apenas se consegue garantir vagas de Internship aos alunos que tenham feito o curso de Medicina na Austrália ou Nova Zelândia.
INTERNATO Introdução
A Residency não tem correspondência a nenhuma fase de internato em Portugal. Na Austrália, não tem caráter obrigatório, mas, quando realizada, consiste num período em que os médicos experimentam vários serviços médicos e/ou cirúrgicos com relevância pessoal até que consigam ser aceites para Specialist Training pelo Specialist Medical College do seu interesse, caso pretendam prosseguir para especialização. Apesar de poder decorrer durante um período infinito, a duração mais habitual corresponde a 2 a 3 anos. Por fim, a Specialist Training, correspondente à especialidade, pode durar entre 3 e 8 anos, consoante a área de especialização. No final da mesma, é atribuído a cada médico a Specialist Registration e um Medicare Provider Number, conferindo-lhe independência para exercer medicina na Austrália, quer no sistema público, quer no sistema privado.
Os médicos na Austrália devem estar inscritos na Medical Board of Australia (MBA; Ordem dos Médicos Australiana), no entanto, um médico licenciado no estrangeiro deve cumprir primeiro os requisitos da Australian Medical Council (AMC). A AMC é uma entidade independente responsável pela acreditação das competências de International Medical Graduates (IMGs) que pretendam trabalhar na Austrália. No fundo, para quem pretenda iniciar Residency, a AMC garante que os conhecimentos dos IMGs correspondem aos dos médicos recém-graduados na Austrália e, para quem já seja especialista, permite a avaliação do reconhecimento da especialidade já obtida.
Candidatura
Pré-Requisitos
EDIÇÃO I • 23
AUSTRÁLIA
Candidatura Introdução
Pré-Requisitos
Pré-requisitos para inscrição na Australian Medical Council (AMC) • Verificação das qualificações médicas através do Educational Commission for Foreign Medical Graduates (ECFMG) Electronic Portfolio of International Credentials (EPIC) (http://www.ecfmgepic. org/physicians.html) – a ECFMG autentifica o diploma do curso, bem como outros documentos oficiais que comprovem a formação e qualificação médica do candidato. Todos os IMGs têm de se submeter a este processo de verificação, independentemente da fase em que pretendam começar a trabalhar na Austrália • Criação de um portfólio no site da AMC (https://account.amc.org.au) – Custo: AUD$500 (doláres australianos) Métodos de Candidatura A avaliação dos IMGs que pretendam trabalhar na Austrália pode seguir um de três percursos: • Competent Authority Pathway, para médicos de diversos países anglo-saxónicos • Specialist Pathway, para médicos especialistas • Standard Pathway, para quem não seja elegível a nenhum dos anteriores Essencialmente, médicos que tenham realizado o seu curso em Portugal mas não tenham ainda feito uma especialidade devem seguir a Standard Pathway. Por outro lado, quem pretenda realizar um período da sua especialidade na Austrália ou já tenha terminado a especialidade e pretenda que a mesma seja reconhecida deve optar pela Specialist Pathway.
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------ Standard Pathway ------
Os alunos de Medicina de qualquer escola médica Portuguesa podem candidatar-se pela Standard Pathway, uma vez que estas se encontram na International Medical Education Directory (IMED) of the Foundation for Advancement of International Medical Education and Research (FAIMER) (https://imed. faimer.org/). Todos os candidatos por este método de seleção devem ser submetidos ao exame AMC Computer Adaptive Test Multiple Choice Question (CAT-MCQ), também designado AMC Part 1. Este consiste num teste com a duração de três horas e meia e 150 perguntas de escolha múltipla sobre temas de Medicina, Cirurgia, Obstetrícia e Ginecologia, Pediatria, Psiquiatria e Saúde Pública. Pode ser realizado em diversos centros a nível mundial, incluindo alguns locais na Europa (o mais próximo localizado em Madrid). O critério de seleção é apenas baseado na classificação aprovado/reprovado. Custo: AUD$2.720 Após a realização deste exame, os candidatos podem optar por dois trajetos diferentes: a realização do exame AMC Clinical Examination (designado também AMC Part 2) ou realização de Workplace-based Assessment (WBA).
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AUSTRÁLIA As principais diferenças centram-se no custo, nos hospitais que aceitam cada percurso e no tipo de registration (licença) que é obtido com cada um (http://www.medicalboard.gov.au/Registration/Types/). • Introdução AMC Clinical Examination (AMC Part 2): exame realizado apenas na Austrália, composto por 16 estações onde se avaliam não só competências clínicas na área da Medicina, Cirurgia, Obstetrícia e Ginecologia, Pediatria e Psiquiatria, mas também capacidades comunicativas e de interação médico-doente. É necessária a aprovação, apesar de resultados borderline permitirem uma nova avaliação menos extensa que a primeira. Após a aprovação neste exame (e inscrição na MBA), é conferida Provisional Registration e os candidatos podem candidatar-se a virtualmente qualquer hospital do país. Ao fim de 12 meses de trabalho supervisionado, os médicos podem obter General Registration (em que já existe mais autonomia). Custo: AUD$3.530 • Workplace-based Assessment (WBA): trata-se de um projeto-piloto implementado em 7 hospitais em todo o país, pelo que apenas uma minoria dos candidatos conseguirá prosseguir por esta via. Corresponde a um programa de avaliação contínua ao longo de um ano, sendo que, no início do ano, o médico apenas tem Limited Registration (diferente de Provisional Registration), sendo-lhe garantido, no final do programa, General Registration. Custo: AUD$650
Candidatura
Step-by-Step
No final deste processo, e tendo completado todos os passos para aprovação, o candidato recebe um certificado, emitido pela AMC, que permite a inscrição na MBA e obtenção da Registration correspondente ao exame realizado. Custo: AUD$300 Pré-requisitos para inscrição na Australian Medical Council (AMC) • Continuing Professional Development Registration Standard – a MBA determina que cada médico deve participar num número especificado de atividades de educação médica contínua para garantir que os seus conhecimentos são atualizados • Criminal History Registration Standard – correspondente ao nosso certificado de registo criminal, mas que deve ser obtido com a agência internacional determinada pela MBA • English Language Skills Registration Standard – para os médicos cuja educação não tiver sido obtida inteiramente em inglês e de acordo com os critérios estabelecidos pela MBA Ao obter a registration da MBA, é possível realizar a candidatura para os programas de 12 meses de trabalho supervisionado, no final dos quais se obtém a General Registration. O numerus clausus atual dificulta a garantia de vagas de internato a todos os alunos, sendo os IMGs forçados, por vezes, a realizar o seu Ano Comum/primeiro ano de trabalho supervisionado fora da Austrália. No final desse ano, os candidatos que providenciem um comprovativo da realização dos 12 meses de formação, poderão concluir a inscrição na MBA e obter a General Registration.
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AUSTRÁLIA
Candidatura Introdução
Step-By-Step
Internato
Relativamente à obtenção de emprego, cada estado australiano é independente na definição do processo de candidatura por parte dos seus alunos e na escolha de critérios de seriação para escolher os seus internos. Os IMGs devem obter emprego ao candidatar-se diretamente junto dos hospitais do seu interesse. Adicionalmente, pode ainda ser necessário obter cidadania ou um permanent residency visa (http://www.australia.gov.au/information-and-services/immigration-and-visas) para começar a trabalhar na Austrália. Salário base bruto de um interno “resident”: AUD$60.000 a AUD$75.000 por ano (http://www.imrmedical.com/australia-salaries-tax). Bibliografia http://www.amc.org.au/assessment/pathways/standard http://www.medicalboard.gov.au/Registration-Standards.aspx http://www.amc.org.au/
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Not all those who wander are lost. >>
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J.R.R. Tolkien