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RepoRtagem tecnologia a serviço da defesa aérea

Tecnologia a serviço da defesa aérea

Com a instalação dos radares de Corumbá, Porto Murtinho e Ponta Porã, o Brasil passa a contar com uma vigilância aérea que cobrirá toda a fronteira do Mato Grosso do Sul com os países vizinhos.

por Denise Fontes Fotos agência Força aérea

O Brasil tem um dos melhores sistemas de controle de tráfego aéreo do mundo, com altos índices de eficiência, segurança e pontualidade reconhecidos pela Organização da Aviação Civil Internacional (OACI).

A implantação de novas tecnologias e equipamentos tem sido uma das metas estabelecidas pelo Departamento de Controle do Espaço Aéreo (DECEA), visando à manutenção da Soberania e da Defesa Nacional.

Sem dúvida, o Brasil tem um dos melhores sistemas de controle de tráfego aéreo do mundo, com altos índices de eficiência, segurança e pontualidade reconhecidos pela OACI que, em sua 40ª Assembleia, escolheu o Brasil e atestou o seu papel relevante no cenário mundial, ao assegurar a sua continuidade no corpo executivo da Organização e preservar a capacidade de influência brasileira nos principais temas da aviação civil internacional.

Implantação

O projeto de modernização foi iniciado em 2018 pelo Ministério da Defesa em parceria com o Ministério da Justiça e Segurança Pública. O DECEA, por meio da Comissão de Implantação do Sistema de Controle do Espaço Aéreo (CISCEA), contratou a OMNISYS, empresa integrante da Base Industrial de Defesa (BID) brasileira, para o fornecimento de três sistemas de vigilância, com a implantação de radares nas cidades de Corumbá, Porto Murtinho e Ponta Porã, no Estado do Mato Grosso do Sul, na região da tríplice fronteira (Bolívia, Brasil e Paraguai).

Subordinada ao DECEA, a CISCEA é responsável por promover as atividades relacionadas com a implantação de projetos voltados para o desenvolvimento do Sistema de Controle do Espaço Aéreo Brasileiro (SISCEAB) e de outros projetos de interesse do Comando da Aeronáutica (COMAER), e isso inclui a modernização de sistemas já implantados.

As infomações geradas pela Estação Radar de Corumbá são integradas na síntese radar e podem ser visualizadas no CINDACTA II Corumbá - mS

Em 18 de agosto de 2020 foi registrado um marco para a vigilância do espaço aéreo brasileiro: a Força Aérea Brasileira (FAB) inaugurou a Estação Radar em Corumbá (MS), que dá continuidade ao processo de modernização da rede de radares de vigilância e aprimora o controle do espaço aéreo em áreas fronteiriças.

A Estação Radar de Corumbá amplia a vigilância

O Brasil, por meio do DECEA, vem empregando soluções estratégicas para evolução permanente de gerenciamento e controle integrado do espaço aéreo brasileiro

do espaço aéreo na região e, principalmente, otimiza a detecção de tráfegos não cooperativos na área de fronteira oeste do Brasil, coibindo os voos ilícitos dentro do território brasileiro.

Certamente, não é tarefa fácil, sobretudo quando a área sob sua jurisdição possui proporções gigantescas. Subordinado ao COMAER, o DECEA é responsável por controlar, defender e integrar uma área de 22 milhões de Km².

Dentro dessa estrutura, a vigilância do espaço aéreo brasileiro é realizada 24 horas por dia, por meio de uma rede de radares que cobre todo o território nacional, além de partes do Oceano Atlântico.

A Estação Radar de Corumbá, composta de dois novos radares de vigilância de rota, que operam sempre juntos, amplia o controle de tráfego aéreo na região.

O sistema radar LP23SST-NG/RSM970S se destina

O novo equipamento aumenta a capacidade de vigilância aérea na região de fronteira

à vigilância dos tráfegos aéreos, voando em rota, facilitando o trabalho do controlador de tráfego aéreo. Os radares aumentam a capacidade de vigilância aérea na Zona de Identificação de Defesa Aérea (ZIDA), por meio da detecção de aeronaves cooperativas e não cooperativas, podendo alcançar um raio de 450 quilômetros, a 30.000 pés, o que corresponde a quase duas vezes a área do Estado do Mato Grosso do Sul. Este sistema radar está preparado para operar 24 horas por dia, 365 dias por ano podendo ser conectado aos Centros de Controle através de uma grande gama de meios de transporte de dados, usando os protocolos de comunicação internacionalmente adotados em radar.

A colaboração se dá pelo trânsito de interrogações codificadas feitas pelo radar secundário e, por respostas - também codificadas - dadas pelo alvo, por intermédio do transponder embarcado na aeronave sob vigilância dos radares.

Benefícios

A entrada em serviço desses novos equipamentos visa à potencialização da identificação de aeronaves voando a baixa altura na região de fronteira, trazendo benefícios operacionais, tanto para o controle civil de aeronaves, quanto para a defesa aérea, aumentando a capacidade de detecção de tráfegos não autorizados ou de emprego ilícito, colaborando, decisivamente, para o sucesso das ações de policiamento do espaço aéreo. Portanto, além de auxiliar no controle do espaço aéreo, a nova estação vai proporcionar a ampliação da vigilância aérea, com foco no centro-oeste brasileiro.

“A cobertura radar na região hoje é feita por radares de vigilância de rotas, não abrangendo toda a extensão do território. Sabemos da importância deste equipamento, não só para proteção ao voo, como para defesa aérea. Estamos aumentando a capacidade de vigilância do espaço aéreo no território nacional, reforçando as ações para manutenção da soberania e segurança de nossas fronteiras”, justifica o presidente da CISCEA, Major-Brigadeiro do Ar Sérgio Rodrigues Pereira Bastos Junior.

O projeto prevê, ainda, a absorção do conhecimento técnico pelo COMAER, visando à realização das atividades de manutenção preventiva e corretiva, além de minimizar os custos de logística e manter um alto nível de disponibilidade dos equipamentos

Integração

As informações geradas pela Estação Radar de Corumbá são integradas na síntese radar e podem ser visualizadas no Segundo Centro Integrado de Defesa Aérea e Controle de Tráfego Aéreo (CINDACTA II), em Curitiba (PR), que presta serviços de gerenciamento de tráfego aéreo, defesa aérea, informações aeronáuticas, meteorologia aeronáutica, telecomunicações aeronáuticas e busca e salvamento.

A integração provê, além da otimização de meios, uma resposta mais rápida a situações que possam colocar em risco a defesa do Brasil. “Com a instalação desses novos equipamentos, o nosso País terá uma vigilância aérea que cobrirá toda a fronteira do Mato Grosso do Sul com os países vizinhos. Isso proporcionará a capacidade de detecção de qualquer aeronave que passar por essa região, possibilitando a execução de ações de interceptação de forma mais efetiva e evitando a entrada de ilícitos por via aérea”, enfatiza o comandante do CINDACTA II, Coronel Aviador Kazuhiko Toda.

A aquisição das capacidades advindas da operação desses radares norteia-se por um coerente alinhamento com os objetivos da Estratégia Nacional de Defesa, que considera a vigilância do espaço aéreo a primeira das responsabilidades e condicionamento das demais tarefas da FAB.

Porto Murtinho também já está em operação e Ponta Porã até o fim do primeiro semestre de 2021

Por Camille Barroso 1º Tenente Relações Públicas

A CISCEA entregou para operação, no dia 31 de março, a nova Estação Radar de Porto Murtinho (MS), dando continuidade ao processo de complementação da capacidade de vigilância aérea, com o objetivo de aprimorar o controle dos tráfegos que voam na região da tríplice fronteira.

“Foram inúmeros os desafios enfrentados pela CISCEA durante a implantação desse radar, em tão curto espaço de tempo. Em 12 meses concluímos as obras de infraestrutura, a instalação do radar, os testes de aceitação, homologação e integração do radar ao Centro de Controle de Área de Curitiba (ACC-CW). O resultado obtido foi possível graças ao apoio incondicional do Comando Militar do Oeste do Exército Brasileiro, tanto na cessão da área para a instalação do equipamento quanto na celeridade dos processos necessários”, declarou o gerente do projeto na CISCEA, o engenheiro Paulo Roberto P. Magalhães.

O chefe da Divisão Técnica da CISCEA destaca a evolução tecnológica dessa nova família de radares, além do fato de serem produzidos no Brasil. “A finalidade principal é compor a rede de radares que prestam o serviço de vigilância radar, em prol do controle do espaço aéreo, mas que também são dotados de funcionalidades militares, específicas dos radares utilizados pela defesa aérea. É importante destacar, também, que a implantação desses radares proporciona, tanto no aspecto logístico quanto operacional, tendo em vista a existência de outras unidades similares em funcionamento no SISCEAB” - ressaltou o Tenente-Coronel Engenheiro Gustavo Erivan Bezerra Lima

“A implantação de mais um sensor com tecnologia no estado da arte faz parte do trabalho incessante da FAB em aprimorar a sua capacidade de vigilância, controle e defesa do espaço aéreo, reforçando as ações para a manutenção da soberania e segurança nessa área”, atestou o presidente da CISCEA, MajorBrigadeiro do Ar Sérgio Rodrigues Pereira Bastos Junior.

RaDaReS

O equipamento de modelo LP23SST-NG, fabricado pela empresa Omnisys, faz parte de uma nova geração de radares primários de longo alcance, com capacidade para detectar aeronaves cooperativas e não-cooperativas. São equipados com a capacidade de altimetria, permitindo a identificação dos alvos com precisão, além de funções de proteção eletrônica que os resguardam contra interferências eletromagnéticas, sejam elas intencionais ou não.

Os radares são fabricados em São Bernardo do Campo (SP), o que permite rápido acesso à toda cadeia produtiva, agilizando os procedimentos de assistência técnica por parte do fabricante. O projeto prevê, ainda, a absorção do conhecimento técnico pelo COMAER, visando à realização das atividades de manutenção preventiva e corretiva, minimizando os custos de logística e mantendo um alto nível de disponibilidade dos equipamentos.

A nova estação radar vai proporcionar a ampliação da vigilância aérea, com foco no centro-oeste brasileiro

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