Revista Aeroespaço - 79

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Notícias

Ano 21 • n° 79 | DEZEMBRO • 2023 | www.decea.mil.br

Pr ojeto Ef ic iên c ia de Rota s re du z te m p o de voo, c onsumo de c om b u s tíve l E e m is s ão de C O 2


Notícias Ano 20 • n° 79 - Dezembro 2023

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Projeto Eficiência de Rotas A implementação de novas rotas e procedimentos de navegação aérea proporcionará redução do tempo de voo, economia de combustível e diminuição da emissão de gás carbônico.

A voz do solo, guardiã dos voos Controladores de tráfego aéreo garantem, em um trabalho que requer agilidade e concentração, a segurança e ordenação do tráfego aéreo brasileiro.

Voos mais curtos, rápidos e sustentáveiS Conheça o Projeto Cardeal Nordeste.

RACOAM 2023 Exercício treina a tomada de decisões em um cenário de conflito convencional simulado.

A nova era das Comunicações Aeronáuticas na região Centro-Oeste do Brasil Projeto CPDLC Continental chega a FIR Brasília possibilitando maior fluidez e eficiência na utilização do espaço aéreo brasileiro.

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CGTEC é modelo de inovação no Comando da Aeronáutica

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Um espaço aéreo para todos

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Plataforma Única: um salto de eficiência tecnológica para os Sistemas de Controle do Espaço Aéreo e Defesa Aérea

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PAME-RJ mantém monitoramento de sistemas e equipamentos de defesa e controle do espaço aéreo em tempo real.

O compartilhamento seguro dos céus do Brasil entre aeronaves tripuladas e não tripuladas.

Decisão estratégica traz solução versátil e econômica para os setores operacionais.

Aviation Security no Sistema de Controle do Espaço Aéreo Brasileiro Assessoria de Segurança da Aviação Civil realiza a gestão estratégica de atividades como a proteção de órgãos de serviços de tráfego aéreo e a segurança cibernética.

Por onde caminha o Sistema de Controle do Espaço Aéreo Brasileiro Navegação não dependente do GNSS (GPS) permite maior aproveitamento da capacidade de navegação embarcada das aeronaves.

Nossa capa

Expediente Informativo do Departamento de Controle do Espaço Aéreo - DECEA produzido por sua Assessoria de Comunicação Social - ASCOM

Projeto Eficiência de Rotas reduz tempo de voo, consumo de combustível E emissão de CO2 Arte: Aline Prete

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Diretor-Geral: Tenente-Brigadeiro do Ar Alcides Teixeira Barbacovi Chefe da ASCOM/DECEA Major Aviador Douglas Luna Lopes da Costa Coordenação de pauta e edição: Tenente Raphaela Valiñas Martorano Redação: Tenente Raphaela Valiñas Martorano Denise Fontes (RJ 25254 JP) Daniel Marinho (MTB 25768 RJ) Telma Penteado (RJ 22794 JP) Fátima Cerqueira (DRT 032293) Revisão: Luciene Alves (RJ 24431 JP)

Projeto Gráfico/Diagramação: Aline da Silva Prete (MTB 38334 RJ) Fotografias: Fábio Maciel (RJ 33110 RF) Luiz Eduardo Perez (RJ 201930 RF) Contatos: Home page: www.decea.mil.br Intraer: www.decea.intraer Email: contato@decea.mil.br Endereço: Av. General Justo, 160 Centro - CEP 20021-130 - Rio de Janeiro/RJ Telefone: (21) 2101-6031 Editada em Dezembro - 2023


EDITORIAL

Crescimento e modernização a serviço do País O ano de 2023 foi de grandes realizações, e nesta edição da Revista Aeroespaço apresentamos alguns desses importantes avanços tecnológicos e operacionais realizados pela Força Aérea Brasileira, por meio do DECEA, em benefício do usuário do transporte aéreo e da comunidade aeronáutica. No dia 4 de outubro, entrou em vigor o Projeto Eficiência de Rotas, que inclui a reestruturação da rede de rotas fixas das regiões de Informação de Voo de Brasília e de Recife, proporcionando redução do tempo de voo, economia de combustível e diminuição da emissão de gás carbônico. Outro tema de destaque é a implantação do Projeto LANDELL, a nova era das comunicações entre pilotos e controladores por meio de enlace de dados em espaço aéreo continental. Em 2023, o empreendimento foi implementado na Região de Informação de Voo de Brasília, garantindo maior fluidez e eficiência na utilização do espaço aéreo brasileiro. E ainda nesta edição, apresentamos o novo contexto da Reunião dos Controladores de Operações Aéreas Militares, que teve como objetivo treinar os militares no cumprimento de ações de defesa aeroespacial em cenário tático, fictício e dinâmico, com foco na vigilância do espaço aéreo e em situações de conflito. Em outra reportagem, destacamos o trabalho dos controladores de tráfego aéreo em uma das maiores missões de repatriamento de brasileiros, denominada Operação Voltando em Paz, no auxílio à tripulação na fraseologia aeronáutica no espaço aéreo internacional. Trataremos, também, nesta publicação, de um dos temas de maior relevância da atualidade, que é o uso das aeronaves remotamente pilotadas. O compartilhamento seguro dos céus do Brasil entre aeronaves tripuladas e não tripuladas tem sido debatido por nossos profissionais em grupos de trabalhos internacionais, visando à segurança do desenvolvimento deste setor. Essas ações mostram que estamos no caminho para manter o Brasil em posição de destaque no cenário mundial da aviação. Que continuemos fazendo bem-feito logo na primeira vez, nos desafiando, constantemente, na busca por novas soluções. Que o ano de 2024 seja ainda mais produtivo e que cada desafio seja uma oportunidade de aprimoramento e avanço da Força Aérea Brasileira, mantendo-se, assim, um ciclo de melhoria contínua da navegação aérea. Desejo a todos uma boa leitura!

Tenente-Brigadeiro do Ar Alcides Teixeira Barbacovi Diretor-Geral do DECEA

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Projeto Eficiência de Rotas Por Denise Fontes Fotos Fábio Maciel

A implementação de novas rotas e procedimentos de navegação aérea proporcionará redução do tempo de voo, economia de combustível e diminuição da emissão de gás carbônico

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ntrou em vigor, no dia 4 de outubro, o Projeto Eficiência de Rotas, cujo escopo inclui a reestruturação de toda a rede de rotas fixas das regiões de Informação de Voo de Brasília e de Recife (FIR-BS e FIR-RE). O Projeto, que é coordenado pelo Instituto de Cartografia Aeronáutica (ICA), tem por objetivo reduzir as distâncias voadas por meio da otimização das trajetórias de voo e segregação racional do espaço aéreo em função da demanda projetada para os próximos dez anos. “Além de promover a gestão do tráfego aéreo mais sustentável através das rotas fixas mais diretas, o Projeto Eficiência de Rotas proporciona uma carga de trabalho mais igualitária nos centros de controle de tráfego. Os procedimentos de navegação aérea com perfis de voo mais eficientes e uma nova estrutura de espaços aéreos e de setorização são fundamentais para a implementação desse novo cenário operacional”, destaca o Chefe do Subdepartamento de Operações do DECEA, Brigadeiro do Ar André Gustavo Fernandes Peçanha.

Tomada de Decisão Colaborativa O Projeto Eficiência de Rotas foi desenvolvido mediante um trabalho conjunto entre diversos órgãos e setores do Sistema de Controle do Espaço Aéreo Brasileiro (SISCEAB). Na fase de planejamento, houve um trabalho mais ativo junto aos Quatro Centros Integrados de Defesa Aérea e Controle de Tráfego Aéreo (CINDACTA I, II, III e IV). Já na fase de validação, participaram mais ativamente o Centro de Gerenciamento da Navegação Aérea (CGNA) e as empresas aéreas, momento em que foram utilizadas ferramentas e softwares para modelagem e validação dos cenários, com o objetivo de mensurar a redução no consumo de combustível e emissões de CO2 na atmosfera. Cerca de 500 controladores de tráfego aéreo dos CINDACTA I e III foram capacitados através de instruções teóricas e práticas no Laboratório de Simulação do Instituto de Controle do Espaço Aéreo (ICEA) para as mudanças das rotas. Durante o treinamento, foram colhidas sugestões de melhorias na nova circulação aérea, que serão analisadas e efetuadas, na fase de pósimplementação.

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Profissionais do CGNA foram os responsáveis pelo planejamento dos exercícios simulados e pelo acompanhamento da execução das instruções teóricas e práticas. “A nova setorização, os principais fluxos aéreos, os pontos de sequenciamentos e de conflitos, a saturação dos setores e as medidas de Fluxo de Tráfego Aéreo (ATFM) foram algumas das situações vivenciadas pelos militares durante o treinamento”, pontua o Gerente de Simulação do Projeto, Tenente Especialista em Controle de Tráfego Aéreo Eduardo Henrique Veríssimo dos Santos.

ção da indústria de aviação é o maior desafio do setor. “A colaboração entre a IATA, a ABEAR e o DECEA, por meio do Projeto Eficiência de Rotas, é exemplar no caminho rumo à descarbonização da aviação comercial. Essas iniciativas ressaltam o potencial do Brasil como protagonista nas discussões sobre sustentabilidade e desenvolvimento de combustíveis de aviação sustentáveis – os SAF. Juntos vamos superar os desafios da transição energética.”

De acordo com a Presidente da Associação Brasileira das Empresas Aéreas (ABEAR), Jurema Monteiro, o projeto é um marco na construção de um relacionamento baseado na tomada de decisão colaborativa. “Tem sido fundamental para mostrar o que de fato as companhias aéreas e autoridades aeronáuticas têm feito para contribuir na descarbonização da aviação comercial. Iniciativas como essa comprovam o potencial que o País tem para ser protagonista nas discussões sobre redução de emissões e desenvolvimento de combustíveis sustentáveis para a aviação.”

Como resultado desse esforço multidisciplinar, foram modificadas 127 aerovias nas FIR Brasília e Recife e 213 procedimentos de navegação aérea de cartas de chegada (STAR) e saída (SID) em oito Áreas de Controle Terminal (TMA), o que tornou a malha aérea bem mais eficiente.

Para o Diretor da Associação Internacional de Transporte Aéreo (IATA) para o Brasil, Dany Oliveira, a descarboniza-

Benefícios

Um exemplo de rota otimizada é a que parte do Aeroporto Internacional de Recife (PE) para o Aeroporto Internacional de Guarulhos (SP), com redução de aproximadamente 26 Km e economia de quatro minutos entre os dois trechos. A rota entre os aeroportos de Fortaleza (CE) e Recife, por sua vez, teve diminuição de quase 30 Km e redução de tempo de voo de cinco minutos entre as duas localidades.

O Projeto Eficiência de Rotas inclui a reestruturação de rotas fixas das regiões de Informações de Voo de Brasília e de Recife

Situação atual

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Projeto Eficiência


Militares do Centro de Controle de Aérea de Brasília (ACC-BS) capacitados no Projeto Eficiência de Rotas

Segundo o Subgerente do Projeto Eficiência de Rotas, Capitão Especialista em Controle de Tráfego Aéreo Bruno da Silveira Topini, os resultados das simulações realizadas mostram que a nova setorização aumentou a capacidade de controle no espaço aéreo modificado. “Proporciona uma melhor gestão da demanda, de forma a reduzir e evitar a ocorrência de esperas para ingresso em espaços aéreos mais congestionados, como é o caso da TMA-SP”, afirma o Oficial. Em resultados simulados, considerando a malha aérea pré-pandemia, houve redução de aproximadamente 73.000 milhas náuticas voadas em um ano de operação, tendo como reflexo a redução no consumo de aproximadamente 440 toneladas de querosene de aviação que correspondem a 1.340 toneladas de gás carbônico a menos na atmosfera. “Esses dados foram utilizados como indicadores de desempenho, considerando o cenário planejado, em comparação

com as trajetórias voadas atualmente”, explica o Gerente do Projeto Eficiência, Tenente-Coronel Especialista em Controle de Tráfego Aéreo (CTA) Clóvis Fernandes Junior. O trabalho do Programa SIRIUS Brasil é contínuo e incessante, sempre buscando cumprir com os compromissos da Organização da Aviação Civil Internacional (OACI), de fomento à indústria aeronáutica, mantendo-se um ciclo de melhoria contínua da navegação aérea mundial.

Informações mais específicas podem ser encontradas na Circular de Informação Aeronáutica, que divulga com detalhes técnicos o Projeto Eficiência de Rotas (AIC 25/23). Dúvidas ou sugestões podem ser encaminhadas pelos canais do DECEA para atendimento aos seus usuários, pois serão consideradas durante os ajustes efetuados no decorrer dos trabalhos de pós-implementação do projeto.

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A voz do solo, guardiã dos voos Controladores de tráfego aéreo garantem, com agilidade e concentração, a segurança do tráfego aéreo brasileiro Por: Tenente Raphaela Martorano e Daniel Marinho Fotos: Fabio Maciel e Sargento Davi Carlos da Conceição

Controladora observa a movimentação aérea na tela do SAGITARIO do Controle de Aproximação Rio de Janeiro (APP-RJ)

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cada ano, mais de 100 milhões de passageiros e um milhão de toneladas de carga são transportadas por via aérea no Brasil. São mais de um milhão de voos conectando os cerca de quatro mil aeródromos do País. A ordenação eficaz, segura e sustentável desses voos requer um monitoramento criterioso e em tempo real. Nessa hora, entram em cena os controladores de tráfego aéreo, garantindo a segurança, a fluidez e a ordenação do tráfego aéreo brasileiro. De órgãos operacionais alocados em todos os cantos do Brasil, eles são as vozes do solo que dão segurança aos pilotos: orientam procedimentos de voo, asseguram a separação entre as aeronaves, fornecem informações aeronáuticas essenciais, entre outras ações. Grupo de profissionais seleto que, 24 horas por dia, presta um serviço essencial, sem o qual seria impossível a constituição de uma circulação aérea segura e eficiente em nosso País.

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“O setor de aviação evolui cada vez mais e as tecnologias trazem inovações em uma velocidade que exige grande capacidade de absorção e adaptabilidade do controlador. A habilidade específica para o controle de tráfego aéreo também é desafiadora e requer bastante atenção, raciocínio rápido e equilíbrio emocional o tempo inteiro”, afirma o Primeiro Sargento Hilton Vanderlei de Souza, controlador de tráfego aéreo do Terceiro Centro Integrado de Defesa Aérea e Controle de Tráfego Aéreo (CINDACTA III). Hilton ingressou na Força Aérea Brasileira (FAB) em julho de 2001 e foi classificado para a especialidade na Escola de Especialistas de Aeronáutica (EEAR). Após a formatura, foi transferido para o CINDACTA III, onde foi habilitado como operador. Em 2007, já era instrutor; em 2013, supervisor. Depois de uma breve passagem pela Assessoria de Investigação e Prevenção de Acidentes e Incidentes do Controle do Espaço Aéreo (ASSIPACEA), hoje é Adjunto Operacional do Centro de Controle de Área de Recife (ACC-RF). “Tenho o compromisso de garantir diretamente a segurança de centenas de vidas de pessoas que sequer me conhecem. Isso me faz enxergar através da minha profissão a nobre missão de proteger o próximo, por

isso, desde o meu ‘primeiro câmbio’ no ACC, sempre que encerro um dia de trabalho, sinto-me gratificado por cumprir esta missão divina”, relata emocionado. O serviço diário de um controlador é dinâmico e requer agilidade, concentração, sinergia, organização e, principalmente, trabalho em equipe. Com especialização em Básico Radar pelo Instituto de Controle do Espaço Aéreo (ICEA), a Segundo Sargento Bruna Matias já foi controladora no ACC-RF e no Controle de Aproximação de São Paulo (APP-SP). Hoje, a militar atua a maior parte do tempo como instrutora do Centro Regional de Controle do Espaço Aéreo Sudeste (CRCEA-SE). “Compreendo a grande responsabilidade em repassar ao recém-chegado ao Controle a consciência da importância de cada ação e ajudá-lo a desenvolver as habilidades necessárias para a atuação na nossa atividade. Como instrutora, promovo o aprendizado de forma prática e acompanho o instruendo na posição operacional, orientando, auxiliando, intervindo”, afirma a controladora. A profissão vai além do conhecimento técnico. Imersos no dia a dia do controle de tráfego aéreo,

CRCEA-SE Controladores de Tráfego Aéreo em operação no Controle de Aproximação São Paulo (APP-SP)

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os profissionais sabem da responsabilidade de suas ações e o quanto impactam na vida de milhões de passageiros e tripulantes que cruzam os céus de nosso País diariamente. Mais do que o singelo contato com os pilotos, por meio de uma linguagem padronizada, eles são as vozes do solo que dão suporte e orientação indispensáveis ao tráfego aéreo. Guardiães dos voos, tripulantes e passageiros.

Histórico na FAB A primeira turma de controladores da Força Aérea Brasileira foi formada em 1944, na antiga Escola Técnica de Aviação (ETAv), então sediada em São Paulo (SP). Sete anos depois, em 1951, a EEAR, em Guaratinguetá (SP), absorveu o ensino da especialidade destinado aos graduados da FAB, o que ocorre até hoje. Há ainda a formação e instrução do ICEA e do Centro de Instrução e Adaptação da Aeronáutica (CIAAR), cada qual com características e foco distintos, havendo também oficiais e civis no corpo discente. Hoje, a FAB dispõe de cerca de quatro mil controladores. Espalhados pelo País, eles atuam em Torres de Controle de Aeródromos, Controles de Aproximações, Centros de Controle de Área, Órgãos de Controle de Operações Militares, no Centro de Gerenciamento da Navegação Aérea, entre outros órgãos operacionais.

Auxílio em repatriação de brasileiros no Oriente Médio Em uma das maiores missões de repatriação de brasileiros da história da FAB, o Departamento de Controle do Espaço Aéreo (DECEA) prestou apoio à ação governamental, denominada Operação Voltando em Paz, com controladores de tráfego aéreo auxiliando a tripulação nas aeronaves KC-30 e KC-390 Millennium, na fraseologia aeronáutica. A fraseologia aeronáutica é um conjunto de frases e palavras predeterminadas na língua inglesa, utilizada por pilotos e controladores de voo para garantir uma comunicação clara, rápida e segura durante o voo. Ao longo da

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Repatriação de brasileiros no Oriente Médio: SO Alexandre Milton a bordo da cabine do KC-30, auxiliando a tripulação durante a Operação Voltando em Paz.

missão, os controladores permaneceram na cabine de pilotagem durante todo o trajeto, sempre atentos à comunicação verbal entre o piloto, copiloto e o órgão de controle de tráfego aéreo, principalmente no espaço aéreo internacional. Desta forma, os militares contribuíram para a redução da carga de trabalho dos pilotos, que passaram a se concentrar em necessidades mais complexas e urgentes durante o voo. “Foi uma honra poder servir aos nossos compatriotas em um momento tão delicado. Perceber a alegria dos passageiros na chegada ao Brasil, os elogios à tripulação e receber palavras de reconhecimento pelo cumprimento da missão, certamente me propiciaram a sensação de dever cumprido no que jurei, juntamente com os demais integrantes da Força Aérea Brasileira, na ocasião da nossa incorporação”, revelou o Suboficial Alexandre Milton Lima dos Santos, primeiro controlador de tráfego aéreo a embarcar para Tel Aviv, cidade na costa israelense do mar Mediterrâneo.


Voos mais curtos, rápidos e sustentáveis: conheça o Projeto Cardeal Nordeste Texto: Daniel Marinho Fotos: Luiz Eduardo Perez

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m mais um esforço para racionalizar e encurtar as trajetórias de voo e, ao mesmo tempo, reduzir seus impactos ambientais, o Departamento de Controle do Espaço Aéreo (DECEA) implementou, no dia 5 de outubro de 2023, o Projeto Cardeal Nordeste. A iniciativa inaugurou um conjunto de novas rotas e procedimentos de navegação aérea nas Áreas de Controle Terminal (TMA) de Recife, Natal e Fortaleza, estratégicas por abrangerem considerável movimentação aérea nacional e internacional. O “redesenho” dos percursos de chegada e saída das aeronaves viabilizou o encurtamento das rotas, tornando-as mais diretas e precisas. Resultado: redução no tempo de voo, consumo de combustível e, por extensão, emissão de gases poluentes.

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“O projeto também representa um avanço para o desenvolvimento econômico e social da Região Nordeste, que terá maior integração e conectividade com o resto do país e do mundo. Nós estamos orgulhosos de ter feito parte dessa demonstração de que o Brasil está alinhado às melhores práticas internacionais para a otimização contínua da navegação aérea”, afirma o Capitão Especialista em Controle de Tráfego Aéreo Rui Nunes da Costa, responsável pelo planejamento do espaço aéreo na região. A abordagem inovadora tem por foco, não apenas a eficiência operacional, mas, sobretudo, a preservação do meio ambiente, alinhando-se às demandas atuais por práticas mais sustentáveis no âmbito da

aviação. O projeto está, assim, em consonância com o Plano de Ação de Redução de Emissões da Aviação Civil Internacional (CORSIA), que fomenta a redução do consumo de combustível e emissões de CO2, em sintonia com os esforços globais para mitigar o impacto ambiental da aviação. Ao longo da implementação, foram observadas oportunidades adicionais de melhorias, que serão executadas posteriormente, no chamado período de pós-implementação. Essas ações são destinadas ao aperfeiçoamento das trajetórias de voos localizadas, especialmente, no setor oeste da TMA Recife. Os trabalhos já foram iniciados e devem ser concluídos ainda no início de 2024.

Nova setorização da Região de Informação de Voo de Brasília e de Recife

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Resultado da colaboração entre o DECEA, Agência Nacional de Aviação Civil (ANAC), Provedores de Serviços de Navegação Aérea (PSNA), empresas aéreas e operadores aeroportuários, a implementação do projeto é, de acordo com o Capitão Rui Costa, um marco histórico para o controle do espaço aéreo brasileiro. “É o resultado de um trabalho conjunto de diversas organizações que têm por compromisso oferecer um serviço de qualidade e segurança aos usuários do transporte aéreo. Nós esperamos que o projeto traga benefícios para todos os envolvidos na atividade aérea, desde os passageiros, que terão voos mais rápidos e confortáveis, até os controladores de tráfego aéreo, que terão um cenário operacional mais eficaz para gerenciar o tráfego aéreo”, explicou o oficial.

Operação no Centro de Controle de Área de Recife no dia da implementação do Projeto Eficiência

Militares envolvidos na implementação do Projeto Cardeal Nordeste

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RACOAM 2023 Exercício treina a tomada de decisões em um cenário de conflito convencional simulado Por Denise Fontes Fotos de Fábio Maciel

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m conflito armado entre países com nomes indígenas, como Macuxi, Terena e Guarani. Em um certo continente chamado Pangeia. Esse foi um dos cenários que fez parte da Reunião dos Controladores de Operações Aéreas Militares (RACOAM). Realizada de 31 de julho a 4 de agosto de 2023, no Instituto de Controle do Espaço Aéreo (ICEA), em São José dos Campos (SP), o treinamento, promovido pelo Comando de Operações Aeroespaciais (COMAE) e pelo Departamento de Controle do Espaço Aéreo (DECEA), teve o objetivo de treinar os militares no cumprimento de ações de defesa aeroespacial em cenário tático, fictício e dinâmico, com foco na vigilância do espaço aéreo e em situações de conflito. “A principal finalidade desse exercício operacional é proporcionar que o controlador de tráfego aéreo consiga aplicar todo o conhecimento, as táticas e as técnicas em um cenário com vários eventos necessários para sua atuação em prol da defesa aérea do nosso País”, ressaltou o Coordenador da RACOAM, Tenente-Coronel Aviador Diego Ilvo Hennig.

Militares da FAB treinam estratégias de defesa aérea durante a RACOAM

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O Diretor-Geral do DECEA, Tenente-Brigadeiro do Ar Alcides Teixeira Barbacovi, destacou a importância do treinamento. “A RACOAM é mais do que um torneio, é um exercício operacional, onde houve muita superação, contínuo aprimoramento e a capacitação dos operadores dos Órgãos de Controle de Operações Aéreas Militares (OCOAM), além do emprego de técnicas e táticas no cumprimento da missão de manter a soberania do espaço aéreo brasileiro”. Participaram do exercício os Centros de Operações Militares (COpM) dos Quatro Centros Integrados de Defesa Aérea e Controle de Tráfego Aéreo (CINDACTA I, II, III e IV), o Primeiro Grupo de Comunicações e Controle (1º GCC) com os seus Esquadrões e o 2º/6º GAv (Esquadrão Guardião). A programação incluiu exercícios operacionais, treinamento de conflito e simulação de voo, maratona intelectual, competição esportiva, palestras sobre riscos relacionados à fadiga humana, dinâmicas sobre o trabalho em equipe e simpósio de doutrina operacional, de capacidades militares do radar LP23NG e do Link BR2.

Os exercícios foram simulados a partir de cenários criados virtualmente em situações em que os militares envolvidos puderam praticar e definir quais medidas deveriam ser tomadas para garantir a defesa do espaço aéreo. Nesta edição, foi apresentado um cenário mais próximo da realidade e com medidas de policiamento do espaço aéreo voltadas para o tráfego aéreo fronteiriço, com uma carga de trabalho mais elevada, testando as limitações do controlador. “A RACOAM demandou um extenso trabalho de preparação e organização. A nossa equipe conseguiu com muito esforço delinear no simulador os cenários para o

RACOAM 2023 contou com as presenças do Comandante da Aeronáutica e de OficiaisGenerais da Marinha do Brasil, do Exército Brasileiro e da Força Aérea Brasileira

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Tenente-Brigadeiro Barbacovi: “É um privilégio como Diretor-Geral do DECEA estar à frente deste Exercício. Um dos objetivos é treinar para estarmos sempre prontos para empregar os meios necessários”

tempo de paz e para o tempo de crise”, explicou o Chefe da Seção de Simulação de Operações Militares do Instituto de Controle do Espaço Aéreo (ICEA), Tenente Especialista em Controle de Tráfego Aéreo Rossi Anderson Nogueira.

Integração Durante o treinamento foram analisados diversos aspectos, como a eficiência da comunicação, o gerenciamento de conflito, a iniciativa, o comprometimento, a inovação e a flexibilidade. “O objetivo é buscar o contínuo aprimoramento e a capacitação dos operadores de OCOAM, além de estreitar o trabalho conjunto entre o COMAE e o DECEA”, destacou o Tenente-Coronel Hennig. Com nove meses de formada no curso de Chefe Controlador do Quarto Centro Integrado de Defesa Aérea e Controle de Tráfego Aéreo (CINDACTA IV),

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a Tenente Carla Cristina Barros Amaral descreveu sua satisfação em participar pela primeira vez do Exercício. “Aprendi muito como profissional e ser humano, além de trabalhar em equipe. Estou levando para o meu Regional e para a Força Aérea Brasileira muito conhecimento, que será de grande valia para a nação brasileira”, disse. Para o Capitão Especialista em Controle de Tráfego Aéreo Jerônimo Inásio Nunes, que participou da RACOAM como Juiz Avaliador dos Chefes Controladores, o Exercício é fundamental para treinar os militares para a sua evolução operacional. “Muitos deles foram nossos alunos e crescemos juntos no sistema. Eles são competentes, capacitados e comprometidos com a missão da defesa aeroespacial”, ressaltou.

Premiação Com um caráter agregador e de congraçamento entre os elos participantes do Sistema de Defesa Aeroespacial Brasileiro (SISDABRA), o treinamento foi coroado de êxitos.


Neste ano, o Segundo Centro Integrado de Defesa Aérea e Controle de Tráfego Aéreo (CINDACTA II) foi o campeão da RACOAM. “Foi uma pressão muito grande. O planejamento e o trabalho em equipe fizeram a diferença para o resultado alcançado”, destacou a Segundo Sargento Paola Simões de Freitas.

O Comandante da Aeronáutica, Tenente-Brigadeiro do Ar Marcelo Kanitz Damasceno, ressaltou a importância dos investimentos em capacitação pela FAB. “A Reunião Anual de Controladores de Operações Aéreas Militares é uma prova disso. A RACOAM denota uma oportuna ocasião aos participantes para aperfeiçoar as práticas, enriquecer o saber e, sobretudo, aprimorar a doutrina operacional”, afirmou o Oficial-General.

Para o Comandante do Comando de Operações Aeroespaciais (COMAE), Tenente-Brigadeiro do Ar Hudson Costa Potiguara, a RACOAM é fundamental para o contínuo aprimoramento e a capacitação dos operadores dos Órgãos de Controle de Operações Aéreas Militares. “Pude ver a eficiência do nível operacional e prático dos controladores de defesa aérea durante os exercícios, além de atestar a capacidade, o desempenho e o compromisso de todos que estavam envolvidos”.

Aprendizados compartilhados e um sentimento de missão cumprida. Foi assim que chegou ao fim a RACOAM 2023. “Os participantes puderam treinar, houve um contínuo aprimoramento e o nível da defesa aeroespacial em relação ao controle de tráfego aéreo foi elevado. Todos estão de parabéns, o DECEA e o COMAE, pela prestação do serviço de defesa aérea realizado 24 horas por dia, sete dias por semana", concluiu o Tenente-Brigadeiro Barbacovi.

O CINDACTA II foi o campeão da RACOAM 2023. O prêmio foi entregue pelo Comandante da Aeronáutica, Tenente-Brigadeiro do Ar Marcelo Kanitz Damasceno.

Foto de SO MANFRiM/CECOMSAER

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A nova era das Comunicações Aeronáuticas na região Centro-Oeste do Brasil Por Tenente Raphaela Martorano Fotos de Fábio Maciel ARTE: ALINE PRETE

Projeto CPDLC Continental chega a FIR Brasília possibilitando maior fluidez e eficiência na utilização do espaço aéreo brasileiro

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á dois anos, o Projeto LANDELL é uma realidade no Brasil, proporcionando o início de uma nova era das Comunicações Aeronáuticas no Espaço Aéreo Continental Brasileiro. A comunicação via enlace de dados, mais conhecida como CPDLC (do inglês Controller Pilot Data Link Communications), que teve início simultâneo nas regiões Nordeste e Norte do País em 2021, foi implementado em junho de 2023 na Região de Informação de Voo (FIR) Brasília, garantindo a modernização contínua do Sistema de Controle do Espaço Aéreo Brasileiro (SISCEAB). A ferramenta de comunicação entre pilotos e controladores de tráfego aéreo por enlace de dados é um meio adicional às comunicações VHF-AM no controle de tráfego aéreo e garante a maior disponibilidade de meios de comunicações aeronáuticas, por isso, representa um incremento da segurança operacional. Sua operacionalização é prevista para o espaço aéreo superior (níveis acima do FL250) para aeronaves na fase de cruzeiro, ou seja, em voo nivelado, fora das fases de subida ou descida.

O emprego de mensagens data link pré-formatadas e padronizadas tornam as comunicações aeronáuticas mais claras e precisas para os usuários. Benefícios como a eliminação das dificuldades de entendimento e erros – muito comuns nas comunicações por voz – dos ruídos e das interferências possibilitam a eficiência no gerenciamento do tráfego aéreo e menor congestionamento dos canais de comunicação. Outro destaque da aplicação está na emissão de autorizações complexas mais rápidas e inequívocas para aeronaves que, geralmente, necessitam de várias tentativas de comunicação. As funcionalidades CPDLC implementadas no Centro de Controle de Área de Brasília (ACC-BS) facilitaram a interação do controlador com as aeronaves e agilizaram procedimentos de comunicações, permitindo uma redução na carga de trabalho desses profissionais.

Implementação do CPDLC Controladores do CINDACTA I passaram por instruções teóricas e práticas, além de realizarem visitas técnicas ao Centro de Controle de Área de Recife e Amazônico.

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Para o sucesso do empreendimento, foi necessário todo um planejamento. O desenvolvimento do Projeto CPDLC na região Central do Brasil demandou a realização de ações nos campos de infraestrutura de telecomunicações, engenharia e sistemas, capacitação de recursos humanos, doutrina operacional, normatização e gerenciamento do risco à segurança operacional. “O projeto de operacionalização da CPDLC foi dividido em quatro fases, com restrições de horários, para permitir a ambientação gradativa dos controladores e das tripulações. A última fase foi inaugurada no dia 4 de dezembro de 2023, quando a ferramenta passou a operar sem restrição de horário em toda a FIR Brasília, proporcionando maior segurança para a aviação e para a sociedade”, explicou o Gerente do Projeto LANDELL, Capitão Especialista em Comunicações Marcelo Mello Fagundes. A capacitação do efetivo do ACC-BS foi realizada por meio de instruções teóricas, pelos próprios instrutores do Centro de Controle, com foco nas especificidades doutrinárias relacionadas ao estabelecimento e à utilização das comunicações data link. Segundo o Gerente Regional do Projeto CPDLC na FIR Brasília,

Equipe do ACC-BS e o Comandante do CINDACTA I, Coronel Aviador Marshal, na implementação da CPDLC na FIR Brasília

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Major Aviador Leonardo Souza Von Dollinger Moura, 75% do treinamento foi focado em instruções práticas, mediante a utilização de simuladores. “A maior parte da capacitação foi desenvolvida nos simuladores do Instituto de Controle do Espaço Aéreo, em São José dos Campos. Também foram realizadas visitas técnicas ao Centro de Controle de Área de Recife e Amazônico para buscar as melhores práticas e solucionar óbices encontrados nos Centros que já operam com o CPDLC. Antes da implementação da fase 1 do projeto, em junho de 2023, todos os profissionais do ACC-BS já estavam devidamente capacitados”, destacou o Oficial. A Região de Informação de Voo de Brasília abrange uma área de 1,1 milhão de km², nos estados do Mato Grosso, Goiás, Minas Gerais, Espírito Santo, Rio de Janeiro, São Paulo, além do Distrito Federal. Em 2022, o ACC-BS registrou a marca de 565 mil voos controlados, destacando-se como o Centro de Controle de Área mais movimentado do Brasil. A comunicação entre o ACC-BS e as aeronaves, até então, era feita por voz, podendo, por vezes, congestionar a frequência de comunicação nos horários de maior fluxo.


“A implantação do CPDLC permite a diminuição do tempo de ocupação de frequência e, por consequência, a carga de trabalho dos controladores e pilotos. Também possibilita a redução de ocorrência de entendimentos errados por ambas as partes, já que a mensagem escrita não gera dúvidas e fica armazenada no sistema para consultas futuras. Isso contribui diretamente para o aumento da segurança operacional da FIR Brasília”, acredita o Major Aviador Von Dollinger.

Ação conjunta Durante o desenvolvimento do projeto na FIR Brasília, destacou-se o trabalho colaborativo do CINDACTA I com outras Organizações Militares do Sistema de Controle do Espaço Aéreo Brasileiro (SISCEAB) e companhias aéreas. A Comissão de Implantação do Sistema de Controle do Espaço Aéreo (CISCEA), unidade subordinada ao Departamento de Controle do Espaço Aéreo (DECEA), foi responsável pela instalação de antenas VDL (VHF Data Link). A atualização das versões do Sistema Avançado de Gerenciamento de Informações de Tráfego Aéreo e Relatórios de Interesse Operacional (SAGITARIO) nas consoles ficou sob responsabilidade da Divisão Técnica do Primeiro Centro Integrado de Defesa Aérea e Controle de Tráfego Aéreo (CINDACTA I), permitindo a habilitação das funcionalidades CPDLC no ACC-BS. Já o Grupo Especial de Inspeção em Voo (GEIV) e as companhias aéreas participaram dos testes de operação do sistema.

Avaliação Internacional No contexto estratégico, a CPDLC é identificada pela Organização Internacional da Aviação Civil (OACI) como uma das tecnologias habilitadoras para o desenvolvimento de modernos conceitos de gerenciamento de tráfego aéreo, para garantia da segurança nas operações aéreas e viabilização de maior ordenamento, previsibilidade, fluidez e agilidade do tráfego aéreo. A implementação do CPDLC é uma iniciativa alinhada com o Plano Global de Navegação Aérea para a concretização de conceitos ATM do futuro, dentre eles, o Trajectory Based Operations (TBO) e o 4D Trajectories (4DT).

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NOSSOS

SERVIÇOS

CGTEC é modelo de inovação no Comando da Aeronáutica PAME-RJ mantém monitoramento de sistemas e equipamentos de defesa e controle do espaço aéreo em tempo real Por Denise Fontes Fotos de Fábio Maciel

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R

adares, sistemas de telecomunicações, auxílios à navegação aérea e rede de dados são monitorados, 24 horas por dia, por militares do Centro de Gerenciamento Técnico (CGTEC) do Parque de Material de Eletrônica da Aeronáutica do Rio de Janeiro (PAME-RJ). Dotado de laboratórios onde são testados, calibrados e mantidos os equipamentos, o PAME-RJ proporciona o suporte de manutenção indispensável ao funcionamento do Sistema de Controle do Espaço Aéreo Brasileiro (SISCEAB). “O CGTEC tem três grandes missões, que são conectar, proteger e monitorar os ativos e serviços que dão suporte ao controle e à defesa do espaço aéreo brasileiro. Somos responsáveis pela segurança cibernética de todo o sistema de controle do espaço aéreo e de defesa aérea”, destaca o Chefe do Centro Operacional Integrado (COI), Capitão Engenheiro Pedro Henrique Morsch Mazzoni. O Centro disponibiliza informações mais precisas e em tempo real a diversas Organizações Militares, prestando assessoramento para decisões táticas e estratégicas. Realiza também intervenções remotas nos equipamentos e sistemas, fornece indicadores para os processos de manutenção do SISCEAB e analisa riscos para redução de vulnerabilidades.

Um videowall com 21 telas fornece aos técnicos de plantão as informações de inoperâncias parciais e totais dos equipamentos ligados ao SISCEAB, nos quais se concentram dados que chegam via sistemas de registro técnico e operacional, por monitoramento online de mais de dez mil equipamentos e sistemas. O CGTEC tem, ainda, o objetivo de aumentar a disponibilidade dos equipamentos e sistemas, elevar o nível de desempenho dos órgãos operacionais, além de reduzir os custos envolvidos com a manutenção e custeio dos equipamentos, incluindo os contratos de suporte logístico.

PAME-RJ Militar do CGTEC atua no monitoramento remoto de sistemas e equipamentos de defesa e controle do espaço aéreo

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São Paulo

“Todos os sistemas integrados às nossas redes estão sujeitos ao olhar atento da equipe do CGTEC, contribuindo para a melhoria contínua dos processos de manutenção. De forma direta ou indiretamente, são executadas ações que buscam garantir o voo seguro no espaço aéreo brasileiro”, afirma o Diretor do PAME-RJ, Coronel Engenheiro Antonio Sandro Paz.

Integração com o sistema SAGITARIO O CGTEC integrou ao seu monitoramento o Sistema Avançado de Gerenciamento de Informações de Tráfego Aéreo e Relatório de Interesse Operacional (SAGITARIO), elevando significativamente a capacidade de gerenciamento dos ativos e sistemas críticos do SISCEAB. Essa integração permite ao Sistema de Gerenciamento Técnico (SISGTEC) o monitoramento dos serviços essenciais ao funcionamento do SAGITARIO, como

Profissionais do PAME-RJ são responsáveis pela segurança cibernética do sistema de controle do espaço aéreo e de defesa aérea

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sistemas de plano de voo, visualização radar e controle de tráfego aéreo. O CGTEC proporciona acompanhamento, 24 horas por dia, durante sete dias por semana, dos serviços do SAGITARIO, garante ações rápidas e coordenadas com os Órgãos Operacionais e Mantenedores, bem como proporciona indicadores e estatísticas sobre o sistema. O trabalho desenvolvido no PAME-RJ é de grande relevância para manter as atividades do DECEA em sinergia com as do Comando de Operações Aeroespaciais (COMAE), visando à eficiência do controle aéreo e à segurança do Controle do Espaço Aéreo.

Acesse o QR Code para conferir os detalhes do funcionamento do CGTEC


Um espaço aéreo para todos O compartilhamento seguro dos céus do Brasil entre aeronaves tripuladas e não tripuladas POR Telma Penteado ARTES: Aline Prete / Augusto Yamamoto

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M

uitas são as áreas nas quais nosso País se destaca no cenário mundial. Especificamente no âmbito do Controle do Espaço Aéreo, um dos temas de maior relevância é o uso das aeronaves remotamente pilotadas, somado à normatização da atividade, bem como aos desafios de quem deseja fomentar com segurança o desenvolvimento de um setor que não para de crescer. Principal mercado de drones da América Latina, o Brasil tem um faturamento anual de R$ 1,872 bilhão na área de drones. E as previsões são muito promissoras: até 2026, de acordo com pesquisa realizada pela empresa alemã Drone Insights Industry, o mercado global de drones deve atingir 41,3 bilhões de dólares, o equivalente a 207,93 bilhões de reais. Falar de crescimento é falar de investimento, de geração de empregos, de aprimoramento tecnológico com aumento de alcance e de precisão na coleta de dados, de melhoria de performance das aeronaves e dos voos, de desenvolvimento de softwares e dispositivos de última geração e de capacitação profissional.

É um mercado multidisciplinar altamente especializado. Hoje, no Brasil, existem cerca de duas mil empresas cadastradas trabalhando com drones e mais de 34 mil pessoas físicas que se cadastraram como operadoras de drones. Desde 2016, o Sistema de Solicitação de Acesso de Aeronaves Remotamente Pilotadas (SARPAS), produto digital do Departamento de Controle do Espaço Aéreo (DECEA), registrou mais de 895 mil solicitações de acesso ao espaço aéreo brasileiro, sendo que de janeiro a novembro de 2023 foram contabilizados 340 mil pedidos de voos. Considerando que nem todos os proprietários de drones registram suas aeronaves nas agências reguladoras, nem solicitam seus respectivos voos ao DECEA, temos um número ainda maior de voos, estimado em mais de 1 milhão de operações por ano. Atualmente, existem cerca de 118 mil aeronaves não tripuladas e 65 mil pilotos registrados pela Agência Brasileira de Aviação Civil (ANAC). As próprias buscas sobre uso de drones ao site do DECEA demonstram como a atividade tem alta relevância – foram mais de 6 mil no período de janeiro a novembro deste ano. Os Veículos Aéreos Não Tripulados já fazem parte das nossas vidas, e são o nivelamento de conhecimento e a troca de ideias e experiências que fazem o mercado evoluir. Voar no espaço aéreo brasileiro exige atenção e atendimento a normas e regulamentações, que visam à segurança de todos. A legislação brasileira que regula a utilização de drones fica a cargo da ANAC, juntamente com o DECEA, Órgão Central do Sistema de Controle do Espaço Aéreo Brasileiro (SISCEAB), e com a Agência Nacional de Telecomunicações (ANATEL). A atividade está pautada em normas que definem desde a solicitação de acesso ao espaço aéreo (ICA 100-40) até o devido uso das Aeronaves Não Tripuladas para uso recreativo (MCA 56-2) ou para uso exclusivo em Operações Aéreas Especiais (MCA 56-5), e é da competência da Junta de Julgamento da Aeronáutica (JJAER) acompanhar e julgar os casos de infrações destas normas estabelecidas.

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Confira as projeções da empresa Eve em relação a quantidade de eVTOLs e de vertiportos, como são chamados os pontos de chegada e partida dos eVTOLs.

São Paulo Vertiportos

8 em 2026 36 em 2035 eVTOLs de 50 a 70 em 2026 450 em 2035

Passageiros 900 mil por ano em 2026 8,2 milhões por ano em 2035 Rotas

Rio de Janeiro Vertiportos

6 em 2026 30 em 2035

mais de 200 em 2035

eVTOLs

Receita US$ 410 milhões (R$ 2 bilhões) em 2035

de 25 a 35 em 2026 245 em 2035

Aeronaves remotamente pilotadas, pilotos remotos e o protocolo de Enlace de Comando e Controle (C2) formam um só conjunto, denominado UAS (Unmanned Aircrafts System – Sistema de Aeronaves não Tripuladas), e estão igualmente sujeitos às regras de circulação aérea, conforme determina a Convenção de Chicago, da qual o Brasil é signatário. Uma das grandes preocupações do DECEA em relação ao uso das aeronaves remotamente pilotadas são os voos em áreas restritas ou proibidas para a prática dos mesmos, como é o caso das proximidades dos aeroportos, por exemplo. Uma das ferramentas para esse controle é o Sistema de Informações Gerenciais do Subsistema de Segurança Operacional no Controle do Espaço Aéreo (SIGCEA), no qual se fazem os registros dos Reportes Mandatórios e Voluntários, sobre avistamentos e ocorrências com drones nas proximidades dos sítios aeroportuários. Esses registros advêm de reportes a partir de pilotos das aeronaves tripuladas, agentes dos próprios aeroportos, administradores (operadores) dos aeródromos, denúncias externas, bem como dos responsáveis pelo

Passageiros 400 mil por ano em 2026 4,5 milhões por ano em 2035 Rotas

mais de 100 em 2035

Receita US$ 220 milhões (R$ 1 bilhão) em 2035

tráfego aéreo local que atuam nos órgãos Provedores de Serviços de Navegação Aérea (PSNA). Para o Chefe da Divisão de Coordenação e Controle (DCCO) do Subdepartamento de Operações (SDOP) do DECEA, Tenente-Coronel Aviador Bruno Michel Marcondes Alves, a divulgação das ações relativas às operações correntes é muito mais que uma simples tarefa, é um compromisso. “Não se trata apenas de regular uma atividade aérea, mas, sobretudo, compartilhar com a sociedade as ações realizadas. Quando falamos de segurança, temos que ter em mente que o primeiro passo é a conscientização. Para alcançar novos resultados, é necessário divulgar as boas práticas com o intuito de recebermos dos usuários os feedbacks, os questionamentos e as sugestões. Dessa forma, todos participam do processo”, afirmou o Oficial. O futuro é promissor e repleto de desafios. Em suas palavras na abertura da quinta edição do Simpósio Regional sobre Sistemas de Aeronaves Não Tripuladas (SIRESANT), realizada em outubro na cidade de

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Entenda a diferença entre as aeronaves

Manaus, o Diretor-Geral do DECEA, Tenente-Brigadeiro do Ar Alcides Teixeira Barbacovi, enfatizou a enorme importância dos estudos e debates que os profissionais do seu efetivo têm realizado há anos para contribuir com a missão da Força Aérea Brasileira (FAB) de manter a soberania com vistas à defesa da Pátria e à garantia da segurança da navegação aérea. Um dos projetos de maior destaque nesse universo, que está em andamento neste momento, é o BR-UTM (Unmanned Traffic Management – Gerenciamento de Tráfego de Sistemas de Aeronaves Não Tripuladas). Tendo por base a Diretriz do Comando da Aeronáutica 351-6 sobre Concepção Operacional sobre o UTM, o projeto objetiva a edificação de um ambiente digitalizado, por onde tramitarão as informações necessárias à tomada de decisão de forma autônoma para atender ao grande volume de drones no espaço aéreo. No mês de novembro, foi realizada a segunda reunião do projeto BR-UTM, no Instituto de Controle do Espaço Aéreo (ICEA), com o intuito de integrar indústria, academia e governo em pesquisas para desenvolver o sistema de Gerenciamento do Tráfego Aéreo Não Tripulado no Brasil. Além da circulação de drones no espaço aéreo para filmagem, monitoramento, atividades agrícolas, mapeamento e transporte de encomendas, o uso de drones para transporte de pessoas está em pleno desenvolvimento na esfera de estudos e testes. Em Nova York, Estados Unidos, as empresas Joby Aviation e Volocopter já realizaram voos de teste com suas aeronaves eVTOL (termo em inglês para Electric Vertical Take-off and Landing, que significa aeronave elétrica com capacidade de pousar e decolar na vertical) a partir de um heliporto em Manhattan e, por conta dos resultados positivos, estão aguardando a liberação para voos comerciais. Esses experimentos com eVTOL também estão sendo feitos por empresas brasileiras. Entre elas, está a Eve, subsidiária da Embraer que é também parceira do DECEA nos estudos do conceito BRUTM e pretende realizar seus primeiros voos comerciais em 2026, projetando ter, até 2035, 12,7 milhões de passageiros nas cidades do Rio de Janeiro e São Paulo.

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Desafios do Gerenciamento de Aeronaves Não Tripuladas mantendo a Segurança Operacional destas atividades

Integração no Espaço Aéreo A coexistência segura de aeronaves tripuladas e não tripuladas é um desafio crucial. A tecnologia deve garantir sistemas que possam detectar e prevenir colisões entre aeronaves e obstáculos. Sistema de Gerenciamento O atual sistema de gerenciamento de tráfego aéreo é insuficiente para atender à grande quantidade de aeronaves não tripuladas que solicitam o acesso ao espaço aéreo, devendo haver soluções capazes de realizar o desconflito de rotas estratégico de forma autônoma. Evolução Tecnológica A rápida evolução da tecnologia UAS requer atualizações constantes em normas e regulamentos para garantir a capacidade técnica de lidar com sistemas cada vez mais avançados de forma a atender às diversas aplicações que se apresentam a cada dia. Conscientização e Educação A conscientização entre os operadores e o público em geral é um desafio. É crucial educar sobre as regulamentações existentes e os riscos associados às operações inadequadas de UAS. O primeiro passo para o combate à operação irregular no entorno de aeródromos já vem sendo realizado pelo DECEA, por meio da promoção de campanhas educativas, explicando os perigos, riscos e as graves consequências do envolvimento em um incidente com a aviação tripulada. Essas campanhas também alcançam os órgãos de serviços de tráfego aéreo para que saibam lidar com este tipo de ocorrência e todos os órgãos de segurança pública para que aumentem a fiscalização combatam esse tipo de infração.

Prevenção de Riscos Em virtude do aumento exponencial dessas aeronaves, é essencial identificar e mitigar riscos potenciais em todas as fases das operações aéreas, contribuindo para a prevenção de acidentes com a regulamentação do uso de sistemas de contenção de drones, chamados de Counter-UAS, nos aeródromos. Certificação Para criar um grande ambiente colaborativo onde aeronaves tripuladas e não tripuladas possam coexistir no mesmo volume de espaço aéreo, é necessário regulamentar a forma como o UAS será certificado, de forma a possibilitar a operação integrada em espaço aéreo controlado ou sobre pessoas. Proteção do Espaço Aéreo As regulamentações são fundamentais para proteger o espaço aéreo de forma a garantir que as operações de UAS ocorram de maneira coordenada, responsável e segura. Dessa forma é necessário criar zonas de restrição de voo no entorno de aeródromos e helipontos, bem como limitar a altitude de voo das aeronaves não tripuladas. Responsabilidade Legal Regulamentações claras quanto à responsabilidade legal em caso de infrações são imprescindíveis para proporcionar uma base sólida para lidar com operadores não colaborativos que conhecem as normas e se utilizam dela para cometer ato ilícito com a intenção de trazer prejuízo ao sítio aeroportuário, aos tráfegos tripulados no entorno do aeródromo ou a terceiros.

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Plataforma Única: um salto de eficiência tecnológica para os Sistemas de Controle do Espaço Aéreo e Defesa Aérea Decisão estratégica traz solução versátil e econômica para os setores operacionais POR Tenente-Coronel Deoclides Fernandes, Renato Di Iulio e Fabio Espínola (CISCEA) FoTOS: FÁbio Maciel

Controlador em ação no Centro de Controle de Aérea de Recife, localizado no CINDACTA III, utilizando o sistema SAGITÁRIO.

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U

ma nova tecnologia, em resposta a uma demanda do Departamento de Controle do Espaço Aéreo (DECEA), foi desenvolvida para integrar os diversos sistemas que compõem o cenário aeroespacial e de defesa brasileiro: a Plataforma Única. A sua concepção concretiza a resposta inovadora aos desafios de integração e modernização dos programas do Sistema de Controle do Espaço Aéreo (SISCEAB), o que representa economia de tempo, esforço e, consequentemente, redução significativa dos custos.

mizada e abrangente para atender às demandas específicas dos diferentes sistemas que envolvem o Controle do Espaço Aéreo Brasileiro, tais como: Sistema de Defesa Aérea e Circulação Operacional Militar (DACOM), Sistema Avançado de Gerenciamento de Informações de Tráfego Aéreo e Relatórios de Interesse Operacional (SAGITARIO), Plataforma Avançada de Treinamento e Atualização Operacional (PLATAO), Sistema Integrado de Gestão de Movimentos Aéreos (SIGMA) e Consciência Situacional de Movimentos Aéreos (COSMOS).

A inovação está sendo conduzida pela Comissão de Implantação do Sistema de Controle do Espaço Aéreo (CISCEA), em parceria com a empresa Atech, que faz parte do Grupo Embraer. A Atech também é reconhecida por ter uma expertise em tecnologias avançadas e inovação nos setores Aeroespacial e de Defesa.

A Plataforma Única tem uma característica fundamental que é a adoção de arquitetura tecnológica padronizada e modular, além da criação de uma Interface Homem-Máquina (IHM) flexível, que permitirá que operadores acessem módulos e serviços de outros sistemas a partir de uma única estação de trabalho, centralizada e

A natureza dessa plataforma, que não se encontra pronta no mercado como um produto comercial, reflete a necessidade de uma solução custo-

Treinamento dos controladores de voo realizado no Instituto de Controle do Espaço Aéreo (ICEA), em São José dos Campos.

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compartilhada. Essa tecnologia contrasta com a tradicional criação de plataformas específicas para cada sistema. Na arquitetura atual do DACOM e do SAGITARIO, quando ocorre alguma alteração, necessária, podem surgir problemas em outros que estão a ele conectados. “Quando um módulo é alterado na arquitetura modernizada, não são afetados os outros módulos do mesmo sistema porque todos eles estão conectados apenas à Plataforma Única, e não um ao outro. É como se cada módulo fosse uma peça independente que não influencia as demais”, declarou o coordenador de projetos da Divisão Operacional da CISCEA, engenheiro Fabio Louback Espíndola. Cenários operacionais A operação da Plataforma Única, tanto em ambientes de controle de tráfego Aéreo (ATC) quanto de Defesa Aeroespacial, proporcionará flexibilidade ao Comando da Aeronáutica e ampliará significativamente sua capacidade de resposta a diferentes demandas e cenários operacionais.

SISTEMA ATUAL

IHM FLEXÍVEL

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Plataforma Única permitirá que operadores acessem módulos e serviços de outros sistemas a partir de uma única estação de trabalho. Economia de tempo, esforço e custos.

Os cenários podem se apresentar como: 3 Funcionamento Híbrido, que simplifica a gestão e otimização dos recursos operacionais quando o sistema de ATC e Defesa Aeroespacial estão na mesma plataforma; 3 Eficiência e Economia, em uma variedade de funções, o Comando da Aeronáutica (COMAER) pode economizar recursos financeiros e melhorar a eficiência operacional; 3 Resposta Rápida a Mudança, os diferentes cenários e requisitos operacionais adaptados na

plataforma permite que o COMAER responda de maneira ágil às mudanças ou demandas; e 3 Cooperação Integrada, a integração dos sistemas facilita a cooperação e a coordenação entre diferentes elementos da operação melhorando a eficácia geral. A arquitetura flexível oferece uma solução versátil e econômica que pode ser adaptada a diversas situações operacionais. Isso se torna fundamental para enfrentar os desafios em constante evolução no campo de defesa Aeroespacial e do Controle do Espaço Aéreo.

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Aviation Security no Sistema de Controle do Espaço Aéreo Brasileiro Assessoria de Segurança da Aviação Civil realiza a gestão estratégica de atividades como a proteção de órgãos de serviços de tráfego aéreo e a segurança cibernética POR Major Raphael Barbosa FoTOS: FÁbio Maciel / banco de imagens

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O

contexto da aviação nacional e mundial requer que medidas de segurança sejam aplicadas em diferentes esferas: no combate às ameaças AVSEC - Segurança da Aviação Civil contra Atos de Interferência Ilícita; na proteção das infraestruturas críticas e dos sistemas de tráfego aéreo; na capacitação e treinamento de controladores de voo; na governança; e no controle de qualidade, por meio de testes e exercícios, tendo em vista o relevante impacto junto aos recursos humanos e materiais, dos atos de interferência ilícita contra a aviação civil.

Neste contexto, a Organização de Aviação Civil Internacional (OACI), em seu Anexo 17 (Aviation Security), estabeleceu recomendações de segurança aos estados signatários, dentre eles o Brasil, com o objetivo de impedir ou minimizar os efeitos de possíveis atos ilícitos contra a aviação civil e o Governo Federal Brasileiro. O Decreto-Lei nº 11.195, de 8 de setembro de 2022, atualizou o Programa Nacional de Segurança da Aviação Civil contra Atos de Interferência Ilícita que se reflete em diversas ações do Comando da Aeronáutica e do Sistema de Controle do Espaço Aéreo Brasileiro (SISCEAB).

Os atentados contra a aviação civil incluem ataque e/ou invasão de Órgãos de Serviço de Tráfego Aéreo (ATS); interferência em sistemas de comunicação, navegação e vigilância; ataques cibernéticos; apoderamento ilícito de aeronaves, em solo ou em voo; ameaça de bomba em locais relacionados ao movimento aéreo, por exemplo, aeroportos; uso ilícito de drone em áreas de circulação aérea; acionamento do código transponder 7500 e outros.

A Assessoria de Segurança da Aviação Civil no Controle do Espaço Aéreo, subordinada ao Subdepartamento de Administração do Departamento de Controle do Espaço Aéreo (DECEA), tem por missão realizar a gestão estratégica das atividades AVSEC (Proteção de Órgãos ATS, Nível de Proficiência de Controladores de Voo, Promoção de Cultura, Segurança Cibernética, Mitigação de Ameaças e Riscos à Aviação e outros) atuando em mais de 290 Elos do SISCEAB distribuídos pelos quatro Centros Integrados de Defesa Aérea e Controle de Tráfego Aéreo, pelo Centro Regional de Controle de Tráfego Aéreo Sudeste, pelos Destacamentos de Controle

A Assessoria de Segurança da Aviação Civil também é responsável pela gestão do nível de proficiência dos controladores de voo

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do Espaço Aéreo, pelo Grupo de Comunicação e Controle e seus Esquadrões, pelas Dependências da NAV Brasil (DNB), pelas Estações de Apoio ao Controle do Espaço Aéreo (EACEA) e pelas Organizações Militares subordinadas ao DECEA.

Diante das grandes evoluções, o Centro de Operações de Segurança da Informação do DECEA poderá servir como modelo de negócio para outros Estados interessados

O conceito AVSEC no SISCEAB vem apresentando grandes evoluções nos últimos anos, conforme evidenciado no excelente índice de 99,5% de conformidade do SISCEAB, em 2019, na USAP - CMA (Universal Security Audit Programme Continuous Monitoring Approach), na relevante atuação do Centro de Gerenciamento Técnico do SISCEAB, por meio do Centro de Operações de Segurança da Informação do DECEA, que poderá, inclusive, servir como modelo de negócio para outros Estados interessados, visto o vanguardismo na Segurança da Informação e, principalmente, o colaborativo trabalho de preparação à USAP - CMA 2024 entre o DECEA, a Agência Nacional de Aviação Civil, a Polícia Federal, a Assessoria de Segurança Operacional do Controle do Espaço Aéreo) e a NAV Brasil. O Chefe do Subdepartamento de Administração do DECEA, Brigadeiro Engenheiro André Eduardo Jansen, destacou a relevância da interação positiva entre as instituições envolvidas com as atividades AVSEC. “O grau de comprometimento e de profissionalismo de todos os colaboradores AVSEC foi ratificado, mais uma vez, no excelente trabalho de preparação à Auditoria USAP - CMA 2024 da OACI, demonstrando que a Segurança da Aviação Civil do País encontra-se na direção correta”, pontuou o Oficial-General. Finalmente, estes resultados são frutos do comprometimento e da especialização de nossos militares e civis e de nossas boas relações institucionais, fatos que corroboram à liderança do Brasil, da Força Aérea Brasileira e do DECEA na Segurança da Aviação.

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Por onde caminha o Sistema de Controle do Espaço Aéreo Brasileiro O

Departamento de Controle do Espaço Aéreo (DECEA) tem investido na ampliação da rede de auxílios e na implantação de novas tecnologias que permitam maior aproveitamento da capacidade de navegação embarcada nas aeronaves, para atender às necessidades dos usuários e acompanhar a evolução tecnológica desenvolvida no âmbito da Organização da Aviação Civil Internacional (OACI), especialmente as relativas à Navegação Baseada em Performance (PBN).

POR Tenente Monique Velten / FÁTIMA CERQUEIRA FoTOS: BANCO DE IMAGENS

Navegação não dependente do GNSS (GPS) permite maior aproveitamento da capacidade de navegação embarcada das aeronaves

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Sistema de Gerenciamento de Voo (FMS) Os sistemas de navegação das aeronaves mais recentes têm capacidade de posicionamento global preciso e confiável, necessitando do apoio de uma infraestrutura resultante da combinação adequada das informações de navegação do Sistema Global de Navegação por Satélite (GNSS), dos sistemas de navegação autônomos embarcados e dos auxílios à navegação convencionais terrestres. O GNSS provê as principais informações para o atendimento dos requisitos de desempenho preconizados pela PBN. A navegação GNSS é fundamentada em constelações básicas de satélites, sendo o mais conhecido o Sistema Global de Posicionamento (GPS), dos Estados Unidos da América. “Nem todas

as aeronaves são equipadas com GNSS e o sinal no espaço é vulnerável a interferências intencionais e não intencionais, incluindo efeitos ambientais, como os causados pelo clima espacial. Portanto, é importante que o Estado adote medidas para a provisão de meios complementares de posicionamento de aeronaves”, explicou o Chefe do Subdepartamento de Operações do DECEA, Brigadeiro do Ar André Gustavo Fernandes Peçanha. Nesse contexto, há um uso crescente de Equipamento Radiotelemétrico (DME) para apoiar operações de navegação de área, cuja associação de sistemas DME/DME tem o potencial de suportar a navegação de forma complementar ao GNSS, atendendo a possíveis inter-

Distância 2

Distância DME Distância DME

Distância 1

Equipamento DME e a cobertura DME/DME. Esse posicionamento DME poderá prover uma precisão de até 0,1 NM em locais de ótima geometria

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rupções desse sistema. Dessa forma, o DME é utilizado pelo Sistema de Gerenciamento de Voo (FMS) para calcular a posição em caso de perda do sinal GNSS ou no caso de a aeronave não possuir o sensor GNSS instalado. O método utilizado para o cálculo da posição da aeronave utilizando o DME consiste no cruzamento dos ângulos de duas ou mais estações DME. O FMS aproveita as estações DME que interceptam a aeronave com um ângulo de cruzamento entre 30° e 150°. A atualização dessas estações é feita constantemente, durante o voo, pelo banco de dados do FMS, que escolhe os melhores pares de estações DME. Um par ótimo de estações DME é aquele com um ângulo de cruzamento próximo a 90°. Quanto maior o número de estações DME, e mais espaçadas estiverem, maior será a precisão do posicionamento.

Sistema de Navegação Inercial Outro sistema de navegação é o Sistema de Navegação Inercial (INS), ou Sistema de Referência Inercial (IRS) ou Unidade de Referência Inercial (IRU), que fornece um meio autônomo de posicionamento de aeronaves que durante um curto período é adequado para fins de manutenção da precisão. A navegação inercial utilizada em conjunto com o DME/DME fornece um meio aceitável para suportar a continuidade da navegação PBN, na indisponibilidade de sinal GNSS. Com base em avaliações do desempenho dos sistemas inerciais, é esperado que, após a reversão para o IRU, o crescimento do erro de posição seja inferior a 2 NM a

cada 15 minutos. Do ponto de vista estratégico, visando ampliar o benefício operacional, foi realizado um planejamento para a implantação de um número adequado de auxílios DME, capaz de suportar um grande volume de espaço aéreo, atendendo às áreas de maior movimento. A estratégia de operacionalização do emprego desse sistema leva em consideração o aproveitamento da utilização do sensor inercial, dadas às limitações técnicas de provisão de cobertura exclusiva DME/DME. É importante ressaltar que o emprego desses meios de navegação é regulado pela Agência Nacional de Aviação Civil (ANAC), por meio da Instrução de Serviço N° 97-001. Para a utilização de DME/DME/IRU, será necessário cumprir a legislação em vigor publicada pela ANAC. “Nesse sentido, o projeto de instalação de novas estações DME foi desenvolvido com o objetivo de prover cobertura complementar à navegação GNSS nas aerovias superiores continentais e algumas Áreas Terminais (TMA) do País. A ampliação da cobertura DME/DME será de forma gradativa, contemplando as TMA Brasília, Belo Horizonte, Porto Alegre, Salvador, Recife e Curitiba e em grande parte do espaço aéreo continental superior, acima do FL 245”, ressaltou o Brigadeiro do Ar Peçanha. No primeiro semestre de 2024, há a previsão de ser emitida a Circular de Informação Aeronáutica (AIC), cuja finalidade será divulgar a ampliação da cobertura DME/DME para fornecer um meio alternativo de navegação aérea, complementar ao GNSS no Espaço Aéreo Continental Brasileiro.

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