Aeroespaço 22

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Antena do Radar Meteorológico do Gama – DF

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Informativo do Departamento de Controle do Espaço Aéreo - DECEA


Nesta Edição Edicão 4

Maj Brig Ar Ramon assume a Vice-Direção do DECEA Pilotos inspetores comemoram o cinqüentenário da inspeção em vôo no Brasil

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2º/1º GCC celebra Jubileu de Ouro Artigo: Meteorologia do SISCEAB – sondando novas fronteiras

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Seção: Eu não sabia! – Tema: A capacitação de graduados em Meteorologia no SISCEAB Reportagem Especial: Responsabilidade Social- ações inovadores do DECEA e de suas OM subordinadas contribuem para a melhoria da qualidade de vida

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Seção: Usina de Idéias – Reestruturação organizacional no 1º GCC Artigo: A tecnologia das sondas meteorológicas

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CCA-SJ finaliza projeto de intercâmbio de dados de C2 com o Ministério da Defesa CINDACTA III realiza Encontro Regional de Operações Militares

Nossa Capa

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Antena do Radar Meteorológico do Gama – DF Nesta edição estamos publicando diversos artigos sobre Meteorologia. Portanto, nada mais justo do que ilustrar a nossa capa com uma antena de radar meteorológico. O DECEA vem envidando esforços no sentido de modernizar e implantar um maior número de equipamentos que permitam ampliar a coleta, o tratamento e a divulgação das informações meteorológicas, visando a qualidade da vigilância meteorológica e da prestação do serviço aos usuários com total eficácia e, em conseqüência, prover a segurança e a economia para a navegação aérea.

Expediente Informativo do Departamento de Controle do Espaço Aéreo - DECEA, produzido pela Assessoria de Comunicação Social - ASCOM/DECEA Diretor-Geral: Maj Brig Ar Paulo Hortênsio Albuquerque e Silva Assessor de Comunicação Social e Editor: Paullo Esteves - Cel Av R1 Redação: Daisy Meireles (RJ 21523-JP) Telma Penteado (RJ 22794-JP)

Diagramação & Capa: Filipe Bastos (MTB 26888-DRT/RJ) Fotografia: Luiz Eduardo Perez (RJ 201930-RF) Contatos: Home page: www.decea.gov.br Intraer: www.decea.intraer

E-mail: acsdgcea@decea.gov.br / aeroespaco@decea.gov.br Endereço: Av. General Justo, 160 - Centro - 20021-130 Rio de Janeiro/RJ Telefone: (21) 2101-6162 ou (21) 2101-6399 Editado em janeiro/2007 Fotolitos & Impressão: Ingrafoto


Editorial

Q

ue neste início de 2007, quando reiniciamos as nossas trajetórias, dando prosseguimento ao aprimoramento de ferramentas e sistemas de trabalho, cada integrante do DECEA tenha mais viva a consciência do papel que representa como membro dessa grande malha de gerenciamento do controle do espaço aéreo e o quanto seu esforço individual vai se somando a tantos outros para a elevação da eficiência do serviço prestado por este Departamento. Nós passamos mais de 65 anos cuidando do controle do espaço aéreo no Brasil e a sociedade praticamente não conhecia a abrangência, complexidade e responsabilidades intrínsecas à nossa missão. Isto nos faz lembrar a máxima que diz que quando um serviço dito essencial não aparece é porque funciona com eficiência. Assim foi que conquistamos, silenciosamente, uma reputação formidável de presteza e segurança ao longo desta trajetória. Com o encerrar de um ciclo, renovamos a vontade e determinação de revitalizar todo o aparato que nos é peculiar e injetar uma nova perspectiva para os nossos qualificados profissionais. Isto diz respeito à aquisição e manutenção de equipamentos, novas tecnologias e reciclagem profissional a fim de implementar, desde já, ações que façam a diferença em 2007, em 2008 e nos anos seguintes. Estamos preparados para aproveitar as oportunidades que estão surgindo para introjetar no DECEA um desenvolvimento acelerado, haja vista ações, que já estavam no nosso planejamento, estarem sendo acopladas antes mesmo do prazo estipulado, como é o caso do Centro de Gerenciamento de Navegação Aérea (CGNA). Sabemos que 2007 desponta como o ano em que precisamos mostrar, em particular para o usuário do transporte aéreo em nosso País, na parte que nos toca, que temos um dos mais modernos e seguros controles de tráfego aéreo do mundo. Em nossa concepção, isso só se tornará possível por meio da veracidade e transparência das informações. Estamos ativos e alertas, também, para continuar motivando nossos quase 13.500 homens e mulheres, pessoas-chave dentro deste contexto. Desejamos que todos os integrantes do SISCEAB atuem em seus círculos de convivência, como agentes multiplicadores das informações sobre o sucesso que sempre alcançaram no desempenhar de cada missão, revelando a verdadeira face do nosso Sistema e o que representamos, de fato. Agradecemos a todos pela dedicação ao DECEA e pelo compromisso que nos uniu por todos esses anos e que continuará nos unindo: a segurança do espaço aéreo brasileiro. Um feliz ano novo com boas notícias no ar!

Maj Brig Ar Paulo Hortênsio Albuquerque e Silva Diretor-Geral do DECEA


Maj Brig Ar Ramon assume Vice-Direção do DECEA O Maj Brig Ar Hortênsio, Diretor-Geral interino do Departamento de Controle do Espaço Aéreo, presidiu a cerimônia de transmissão de cargo do Vice-Diretor do DECEA, ocorrida no dia 7 de dezembro, às 14h. O Maj Brig Ar Ramon Borges Cardoso assumiu a Vice-Direção (VICEA), substituindo o Maj Brig Ar Ailton dos Santos Polhmann, que hoje está comandando o III COMAR (Terceiro Comando Aéreo Regional). Natural de Araxá, Ramon Borges Cardoso tem 57 anos.

Já atuou como Vice-Diretor de Planejamento do DECEA, em 2003, e foi Presidente das Comissões de Implantação do Sistema de Controle do Espaço Aéreo e de Implantação do Projeto Sivam (CISCEA/ CCSIVAM). Em suas palavras de despedida, o Maj Brig Ar Polhmann agradeceu o apoio de todos e desejou sorte e felicidade ao novo VICEA. O DGCEA entregou uma placa em reconhecimento ao Maj Brig Ar Polhmann pelos excelentes serviços prestados ao DECEA.

O novo VICEA (à direita)

Pilotos Inspetores comemoram o cinqüentenário da inspeção em vôo no Brasil

O congraçamento de novos e antigos pilotos inspetores O Instituto de Controle do Espaço Aéreo (ICEA) realizou, nos dias 27 e 28 de novembro de 2006, em coordenação com o Grupo Especial de Inspeção em Vôo (GEIV), a 35ª Reunião Anual de Pilotos Inspetores e Operadores de Sistema. O congraçamento de novos e antigos pilotos inspetores se deu no tradicional jantar realizado na noite do dia 27. A Reunião também foi marcada pela celebração do cinqüentenário da atividade de inspeção em vôo no Bra-

sil, com o lançamento de vídeo e revista alusivos ao evento. O encontro buscou elevar e nivelar, através de reuniões e palestras, o conhecimento dos pilotos inspetores. Os participantes conheceram as atividades realizadas pela Seção de Aferição e Equipamentos Especiais, coordenadas e ministradas pelo Maj Av Vianna e sobre o novo Sistema de Pouso por Transponder, proferida pelo Maj Av Manoel Araújo da Costa Júnior.

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Nesta edição da Reunião, os Capitães Schneider, Louzada, Short e Godinho foram nomeados novos Pilotos Inspetores e o 2S BCO Moraes foi nomeado operador de sistema de inspeção em vôo. A Reunião contou com a presença de diversas autoridades, da ativa e da reserva, que fizeram e que fazem parte do GEIV. No encerramento, foi realizado o tradicional Brinde do 1020.


2º/1º GCC celebra Jubileu de Ouro As comemorações do Jubileu de Ouro do Segundo Esquadrão do Primeiro Grupo de Comunicações e Controle (2º/1º GCC), o Esquadrão Aranha, comandado pelo Maj Av André Luís Maia Baruffaldi, começaram logo cedo, na manhã do dia 30 de novembro, com a interceptação da aeronave Brasília da FAB, que transportava a Comitiva do Departamento de Controle do Espaço Aéreo (DECEA), no trecho Curitiba (PR) – Canoas (RS). A interceptação, realizada por um F-5 do Esquadrão PAMPA (1º/14º GAv), foi um marco, por ser a primeira missão real efetuada a partir do sistema radar MRCS-403 modernizado do 2º/1º GCC. A concepção de emprego do novo shelter Operacional do Esquadrão Aranha nasceu no próprio 2º/1º GCC e teve sua implantação realizada em trabalho conjunto com o Primeiro Grupo de Comunicações e Controle (1º GCC) e com o Parque de Material de Eletrônica do Rio de Janeiro (PAME-RJ). Na noite desta mesma quinta-feira, foi realizado um jantar dançante no clube da Base Aérea de Canoas (BACO), durante o qual o ex-Comandante do 2º/1º GCC (atual Comandante do Terceiro Comando Aéreo Regional – COMAR III), Maj Brig Ar Ailton dos Santos Polhmann, e o Comandante do 1º GCC, Ten Cel Av João Batista de Oliveira Xavier, proferiram discursos em comemoração aos 50 anos do Esquadrão Aranha. Foram também exibidas num telão as páginas da revista editada em homenagem à ocasião. A cerimônia militar foi realizada às 10h do dia 1º de dezembro, no pátio da BACO. Dentre as autoridades presentes ao evento, estavam o Comandante do Quinto Comando Aéreo Regional (COMAR V), Maj Brig Ar Wilmar Terroso Freitas; o Chefe da Assessoria de Controle do Espaço Aéreo e de Aviação Civil do Gabine do Comandante da Aeronáutica (GC4), Cel Av Lúcio Nei Rivera da Silva; o Comandante da Base Aérea de Santa Maria(BASM), Cel Av Marcos Antonio Guasti; o Chefe da Seção de Planejamento do Centro de Comando e Controle de Operações Aéreas (CCCOA), Cel Av Osmar Lootens Machado; o Chefe do A4 do COMAR V, Cel Av Romeu Bagnato Júnior; e o Comandante da BACO, Cel Av Mário Luís da Silva Jordão. Durante a cerimônia foram entregues as placas de homenagem ao Graduado e ao Praça

Padrão, 3S BET Celdo Souza da Silveira e S1 SEL Nilmar Laurindo Silva, respectivamente, e a placa de homenagem ao Graduado com mais tempo de serviço no 2º/1º GCC, o SO BET Nelson Tadeu Fraga, que prestou 28 anos de serviço no Esquadrão Aranha. Após a entrega das placas, o Comandante do Esquadrão iniciou seu discurso. O Maj Av Baruffaldi exaltou a missão do Esquadrão, dizendo: “herdamos de nossos antecessores a missão de instalar, manter e operar os meios aerotransportáveis de Controle e Alarme Aéreo, que muito nos motiva e nos guia na incansável labuta diária, quem sabe por mais 50 anos”. Depois de agradecer aos seus superiores pelo apoio recebido, ao efetivo pelo trabalho realizado e às suas famílias pelo suporte prestado, o Comandante fez menção ao já extinto Radar 402, agora servindo de ícone dos tempos já passados. “Ao ler estas palavras”, disse o Major, “estava a admirar o nosso glorioso Radar 402, o Pluto, girando no campo de futebol atrás da tropa, e tentei imaginar o que cada um dos componentes do Esquadrão Aranha aqui presentes poderia estar pensando: memórias de operações passadas vindo à tona; cenários do nosso Brasil onde ele operou. Afinal, são 50 anos de história, de uma vida totalmente operacional”. Depois do discurso, o efetivo do 2º/1º GCC cantou a Canção do Esquadrão Aranha, seguido do desfile da tropa, que contou com as presenças dos ex-integrantes e da Tropa de Cavalaria do Batalhão de Infantaria da Aeronáutica Especial de Canoas (BINFAE-CO). Os que ao evento estiveram presentes puderam admirar as belas aeronaves Bandeirantes e os Caças F-5 da FAB que por diversas vezes cortaram o céu da Base durante a cerimônia. Ao final, todos foram convidados para assistir ao lançamento de oito pára-quedistas da Federação Gaúcha de Pára-quedismo, realizada pelo Quinto Esquadrão de Transporte Aéreo (5º ETA). Ainda no dia 1º de dezembro, foi realizada a tradicional partida de futebol entre o Esquadrão Aranha e o Esquadrão Mangrulho (4º/1º GCC), que perdeu de 2 a 1. Finalizando as comemorações, todos confraternizaram num churrasco oferecido no Rancho Azul, localizado na própria Base Aérea de Canoas.

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Maj Brig Polhmann e...

Ten Cel Xavier, boas-vindas no jantar dançante

A cerimônia militar

Esquadrão Aranha e Mangrulho disputaram no futebol


METEOROLOGIA DO SISCEAB

sondando novas fronteiras

Por 1º Ten QOECOM ADIR José Eugênio Souza 1º Ten QCOA-ELN Fernando Lopes de Oliveira Álvares PUJOL (Chefes da Seção de Meteorologia do PAME-RJ)

A Meteorologia é uma Ciência com abrangência muito profunda no estudo dos fenômenos atmosféricos. A Meteorologia Aeronáutica é uma subdivisão desta ciência e é de suma importância conhecê-la para a segurança do vôo. A Seção de Meteorologia (TMMT) do Parque de Material de Eletrônica da Aeronáutica do Rio de Janeiro (PAMERJ) tem como função manter operacionais as Estações Meteorológicas de Superfície e de Altitude de todo o Sistema de Controle do Espaço Aéreo Brasileiro (SISCEAB). A TMMT, subordinada à Divisão Técnica (TTEC), é subdividida em Subseção Auxiliar (TMAU), de Manutenção de Equipamentos Convencionais de Superfície (TMMC), de Manutenção de Equipamentos Eletrônicos de Superfície (TMME) e de Manutenção de Equipamentos de Altitude (TMMA). A TMAU é a responsável por toda parte administrativa da TMMT. Cuidando do planejamento de missão técnica (PMT), ofícios, fax, partes e outras documentações pertinentes ao setor, mantém a seção operacional. A TMMC, por sua vez, é responsável pela instalação e manutenção – a nível parque – dos barômetros, anemômetros e altímetros convencionais e digitais instalados nas Estações Meteorológicas de Superfície nos Regionais (Centros Integrados de Defesa Aérea e Controle do Tráfego Aéreo – CINDACTAs I, II, III, IV – e Serviço Regional de Proteção ao Vôo de São Paulo – SRPV-SP) e Sítios (Destacamentos de Controle do Espaço Aéreo – DTCEAs), que fornecem informações de pressão e direção/velocidade

do vento e indicação de QNH (pressão ao nível do mar) e QFE (pressão máxima do aeródromo). A Seção possui um setor de Barometria, que cuida da manutenção dos barômetros de mercúrio, fazendo o tratamento do mercúrio através de diversos processos químicos, livrando-o de impurezas e umidade. Convém ressaltar que o PAME-RJ é o único órgão do Comando da Aeronáutica a executar esse tipo de trabalho. A TMMC possui um projeto de instalação de barômetros eletrônicos (PTB 220TS) e repetidores digitais (DD50) que irão substituir o PA-21 (ajuste de

Torre anemométrica - DTCEA-Brasília

altímetro), o qual já está em fase de obsolescência. Essa ação permitirá que outros pontos visualizem as informações que antes eram restritas à sala do Controlador de Tráfego Aéreo. A TMME é responsável pela instalação e manutenção, nível Parque, do telebarômetro (pressão atmosférica), do teleanemômetro (velocidade/direção do vento), do telepsicrômetro

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(temperatura/umidade do ar), do telepluviômetro (índice de precipitação atmosférica), do teletermômetro (temperatura da pista), do tetômetro (altura das nuvens) e do RVR (visibilidade da pista), instalados em campo ao longo das pistas dos aeródromos. Esses Equipamentos compõem as Estações Meteorológicas de Superfície (EMS). Juntas, a TMME e a TMMC propiciam as condições meteorológicas momentâneas, utilizadas pelos pilotos no pouso e na decolagem das aeronaves. A TMMA é responsável pelos equipamentos utilizados nas Estações Meteorológicas de Altitude (EMA), tais como: EMA DigiCORA I, II, III (VAISALA) e EMA W-9000 (SIPPICAN). Essas estações recebem informações de pressão, temperatura, umidade e direção/velocidade do vento, transmitidas através de radiossondas lançadas duas vezes ao dia pelos operadores das estações nos DTCEAs pertencentes ao SISCEAB. Para que as sondas sejam lançadas, é necessário o enchimento dos balões com gás hidrogênio, gás esse que é produzido pelo gerador de hidrogênio, cujas instalação e manutenção nível Parque são feitas por técnicos capacitados, pertencentes à Seção de Meteorologia do PAME-RJ. Com os dados obtidos nas sondagens, são feitas as previsões das condições climáticas nas localidades onde estão instaladas as EMAs, previsões essas utilizadas pelos aeronavegantes na hora do preenchimento dos planos de vôo, verificando as condições climáticas das localidades a que se des-


tinam, para que não se deparem com imprevistos durante a viagem. A TMMT possui uma câmara de pressão capacitada para a calibração dos equipamentos barométricos-padrão pertencentes aos Regionais do SISCEAB, emitindo um certificado barométrico, exigido pelos preceitos técnicos de calibração e conforme as recomendações do SISMETRA, creditando assim a operacionalidade do equipamento. A Seção possui técnicos altamente capacitados, com cursos específicos e grande experiência na manutenção dos equipamentos meteorológicos que compõem as estações, capacidade essa comprovada, por mais uma vez, na missão de instalação das EMS na nova pista do aeroporto de Brasília. O Aeroporto Internacional de Brasília, um dos mais movimentados do Brasil, teve inaugurada, em dezembro de 2005, sua segunda pista, a qual era ansiosamente aguardada por seus usuários, devido à crescente demanda de passageiros e aeronaves. Tal fato irá reduzir sobremaneira o tempo de espera entre pouso e decolagem, permitindo, assim, um funcionamento operacional compatível com a sua importância. A Divisão Técnica do PAME-RJ disponibilizou toda a equipe da Seção de Meteorologia, que com dedicação e uma incansável busca da solução dos problemas encontrados, instalou e colocou em operação duas estações meteorológicas de superfície SH12RM. Esta missão foi imprescindível para tornar a nova pista operacional, permitindo, assim, que o vôo inaugural fosse realizado na data prevista. E assim, ao amanhecer do dia 22 de dezembro de 2005, a aeronave Força Aérea 1, tendo a bordo o Presidente da República, Luiz Inácio Lula da Silva, atestou e homologou a mais recente obra de Engenharia do Aeroporto Internacional Juscelino Kubitschek. Esta é a Seção de Meteorologia do PAME-RJ, cumprindo com excelência seu papel dentro do SISCEAB, mantendo seu alto índice de profissionalismo e operacionalidade, sempre sondando e enfrentando novos desafios.

Meteorologistas do SISCEAB participam de Congresso Brasileiro de Meteorologia

O evento promoveu uma grande interação entre os pesquisadores

Oficiais e graduados meteorologistas do DECEA participaram do XIV Congresso Brasileiro de Meteorologia, no período de 27 de novembro a 01 de dezembro de 2006. O evento foi organizado pela Sociedade Brasileira de Meteorologia (SBMET) e realizado na cidade de FlorianópolisSC. Durante o Congresso houve grande interação entre pesquisadores oriundos de universidades, entidades civis e Forças Armadas que atuam nas mais variadas áreas da Meteorologia A Divisão de Meteorologia Aeronáutica (D-MET) do DECEA marcou sua presença no Congresso com apresentação de palestras sobre os temas: “A Estrutura Atual da Meteorologia Aeronáutica”, ministrada pelo Cap Esp Met Cleômenes (ICEA) e “A Importância da Meteorologia no Gerenciamento do Fluxo de Tráfego Aéreo”, proferida pelo Cap Esp Met Robson (CGNA). Durante as apresentações, os congressistas puderam conhecer que há de mais moderno em equipamentos e os estudos que vêem sendo desenvolvidos para que os métodos objetivos de previsão meteorológica auxiliem cada vez mais na demanda de vôos, otimizando – assim - o espaço aéreo e a infra-estrutura aeroportuária. Além disso, nas apresentações de painéis, foram expostos à comunidade meteorológica, os seguintes trabalhos: Variabilidade de Cobertura de Nuvens Registrada pela Inspeção Visual na EMS-GL e Estudo de Convecção Noturna Associada ao Jato de Baixos Níveis sobre o Rio Grande do Sul, com o uso de Simulação no Modelo MM5, realizados pelos Cap Esp Met Cleber (ICEA), Cap Esp Met Avanir (ICEA), 1° Ten Esp Met Marcos Luiz (ICEA), 1S BMT Roberto Tadeu (ICEA) e 2S BMT Damasceno (ICEA) e, ainda, os trabalhos: Característica de Turbulência na FIR Curitiba e Característica de Gelo na FIR Curitiba, pelo 1° Ten Esp Met Cícero (CINDACTA II). 7


Seção

Usina de Idéias

A Aeroespaço está criando nesse espaço uma nova seção para que você possa fomentar boas idéias, propor mudanças para solucionar problemas e/ou impulsionar novos projetos para o DECEA. O objetivo é estimular o efetivo a participar mais da Aeroespaço, apresentando - em forma de artigo e de maneira criativa – idéias claras, com mapeamento de oportunidades e dificuldades, com segurança e conhecimento, que possam trazer boas influências para o nosso ambiente profissional. Acreditamos que todos podem apresentar idéias lógicas, objetivas e de bom senso. Por isso, envie a sua para ser publicada na nova seção.

Reestruturação Organizacional no 1º GCC Por Cap Av Anderson da Costa TUROLA

Chefe da Secretaria de Comando do 1º GCC. É líder de Esquadrilha da Aviação de Caça e concluiu o Curso de Formação de Oficias Aviadores (CFOAV) em 1995, tendo sido promovido ao autal posto em 31 de agosto de 2004.

(JAMBOCK) e Segundo Esquadrão (PIF-PAF). Com a passagem de subordinação à DEPV e com a criação de mais esquadrões, essa estrutura deveria ter sido reavaliada.

CONSIDERAÇÕES INICIAIS A Força Aérea Brasileira (FAB) vem se atualizando com processos de Comando e Controle (C2) baseados na doutrina de emprego do poder aéreo utilizada pelos países da Organização do Tratado do Atlântico Norte (OTAN), estabelecendo parâmetros para as operações combinadas dentro do Brasil. Nesse novo contexto o papel desempenhado pelo Primeiro Grupo de Comunicações e Controle (1º GCC) passou a ser fundamental.

EVOLUÇÃO DA MISSÃO Buscando a consolidação da doutrina de emprego aplicada em uma Campanha Combinada, que consiste na formação de forças multinacionais, compostas por diversas forças armadas e agrupadas para atender a tarefas específicas, a FAB passou a participar de um grande número de Operações Internacionais, todas com a participação efetiva e essencial do 1º GCC, das quais podemos destacar: PARBRA; PERBRA; SALITRE; COLBRA; CEIBO; PRATA, VENBRA e, principalmente, a CRUZEX, que é a maior operação militar da América Latina, contando com a participação de Forças Aéreas de vários países numa grande operação combinada, realizada em Território Nacional.

HISTÓRICO No ano de 1982 foi ativado o Núcleo do Grupo de Comunicações e Controle (NuGCC), subordinado inicialmente ao Comando Aerotático (COMAT), juntamente com o 1º e o 2º Esquadrão de Controle e Alarme (ECA). Passando à subordinação da Diretoria de Eletrônica e Proteção ao Vôo (DEPV) em 1984 e, finalmente, deixando de ser núcleo em 1985. Com a sua ativação, novos esquadrões foram criados e colocados sob sua subordinação, neste momento a sua concepção como Grupo já deveria ter sofrido um upgrade, de forma a torná-lo capaz de assumir essa nova estrutura, ou então deveria ter sido criado o 2º GCC, com o objetivo de absorver os dois novos esquadrões, porém nada disso ocorreu. Aumentando ainda mais esse problema, no ano seguinte, em 1986, foi criado mais um esquadrão, sendo colocado também sob sua subordinação. Dessa forma, a estrutura de Grupo, que foi concebida quando da sua criação, tornou-se ainda mais incompatível, pois contava agora com cinco esquadrões, distribuídos da seguinte forma: dois Esquadrões de Controle (ECT), sediados nas Bases Aéreas de Natal e Fortaleza; um Esquadrão de Comunicações (1º ECOM) na Base Aérea de Santa Cruz; e dois Esquadrões de Controle e Alarme, nas Bases Aéreas de Canoas e Santa Maria, respectivamente, permanecendo assim, até os dias atuais. Através desse pequeno histórico, pode-se chegar a duas rápidas conclusões: 1º - a atividade do 1º GCC sempre teve um forte enfoque operacional, pois o mesmo nasceu com os ensinamentos adquiridos na Segunda Guerra Mundial e esse vínculo se fortaleceu com o fato de estarem sediados nas mesmas bases das unidades de combate da Força Aérea; e 2º - como era subordinado ao COMAT, a sua concepção inicial seguiu o padrão das unidades aéreas desse comando, onde um Grupo de Aviação, quando ativado, possui sob sua subordinação dois esquadrões, conforme observamos por exemplo, no Primeiro Grupo de Aviação de Caça, Primeiro Esquadrão

JFACC da CRUZEX III montado pelo 1º GCC Em função dessa reestruturação doutrinária ocorrida na FAB, a participação do 1º GCC nas operações militares sofreu um enorme incremento, tanto na quantidade quanto na qualidade dos serviços prestados, conforme pode ser observado no gráfico da página a seguir:

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de auxílios à navegação aérea, de controle do tráfego aéreo e, desta forma, estaria mais adequado à estrutura de Centros, utilizada no DECEA (CINDACTAs e CCAs), passando - assim - a ser comandado por um coronel aviador, como dispõe a Portaria do Comando da Aeronáutica nº 713/GC3, de 13 de julho de 2006. Com essa medida, a situação dos esquadrões também seria solucionada, pois a mesma Portaria determina que, estando o grupo desativado, o esquadrão passa a ser comandado por tenente coronel, o que tornariam as suas estruturas compatíveis com a dos demais esquadrões sediados nas mesmas Bases Aéreas. Cabe ressaltar, que o exemplo sugerido seguiria como modelo à estrutura administrativa do Centro de Computação da Aeronáutica do Rio de Janeiro (CCA-RJ) – que não é uma Unidade Gestora Executora, pois esse seria, com certeza, o maior obstáculo para a efetivação dessa proposta. Para se tornar uma Unidade Gestora Executora é necessário uma estrutura muito grande, acarretando um aumento enorme de efetivo, o que inviabilizaria totalmente essa proposta. Mas, ao se utilizar a estrutura administrativa do DECEA, conforme é feito pelo CCA-RJ, esse problema passa a ser bastante minimizado, tornando-se completamente superável. Desta maneira, a mudança traria benefícios para a organização a um custo baixo e sendo extremamente viável, o que lhe traria, de imediato, a possibilidade de se ter uma Tabela de Lotação e Distribuição de Pessoal mais adequada ao seu nível de responsabilidade, aumentando, principalmente, a quantidade de oficiais superiores, tanto no Centro quanto nos esquadrões subordinados. Como algumas das conseqüências positivas dessa mudança, teríamos uma maior representatividade da OM, além de se viabilizar um plano de carreira para os oficiais aviadores dentro do Sistema de Controle do Espaço Aéreo (SISCEAB), pois o seu tempo de permanência seria maior, trazendo um retorno muito melhor para o SISCEAB, o que validaria o elevado investimento aplicado na formação de chefes controladores de órgãos de Controle de Operações Aéreas Militares.

Quantidade de missões realizadas pelo 1º GCC Diante dos números apresentados, percebe-se, claramente, o elevado envolvimento do 1º GCC nas operações militares, pois é ele que efetua a montagem de toda a infra-estrutura necessária de controle do espaço aéreo, de telecomunicações e de tecnologia da informação, viabilizando a condução das funções de C2 (Comando e Controle), essenciais para o desenvolvimento das ações militares.

PROBLEMA A Estrutura Organizacional mostra a autoridade e as responsabilidades das pessoas, como indivíduos e como integrantes de grupos. Além disso, ela mostra a comunicação entre as pessoas e os grupos. A estrutura organizacional do 1º GCC e esquadrões, que estabelece o nível hierárquico dos comandantes, sendo o posto de Tenente Coronel para o comando do Grupo e Major para o dos esquadrões, não está compatível com o grau de responsabilidade e envolvimento que o cargo exige.

JUSTIFICATIVA Tomando como exemplo a Primeira Força Aérea (FAe I), que é subordinada ao Comando-Geral de Operações Aéreas (COMGAR), e comparando a sua estrutura com a do 1º GCC, constata-se que a mesma tem sob a sua subordinação direta três esquadrões, mais o Grupo de Instrução Tática e Especializada (GITE), sendo a mesma comandada por um oficial-general. Analisando-se as estruturas organizacionais, percebe-se a similaridade entre as mesmas, pois ambas atuam como elo operacional entre o grande comando e os esquadrões. Possuem, ainda, sob sua subordinação, uma quantidade similar de organizações, cinco no 1º GGC e quatro na FAe I. Apresentada a grande diferença na hierarquia de comando, comprovamos a necessidade de se reestruturar o 1º GCC, o que o tornará ainda mais eficiente e pronto para superar todos os desafios que o aguardam.

SOLUÇÃO Mudança mantém a organização viva e competitiva

Ciente que o grande óbice a ser superado pelo 1º GCC confunde-se com o problema porque passa atualmente todo o Comando da Aeronáutica (COMAER), ou seja, a distribuição e a redistribuição de recursos humanos, propõe-se como solução para o problema apresentado, a desativação do 1º GCC e a conseqüente ativação do Centro de Aplicações de Sistemas Móveis nas Operações Aéreas (CASMOA), que retrataria mais adequadamente a atual missão do 1º GCC, que é a aplicação em proveito das operações aéreas de sistemas móveis de tecnologia da informação, de comando e controle, de comunicações,

CONSIDERAÇÕES FINAIS Neste momento - no qual o 1º GCC vem desempenhando brilhantemente a sua missão, tornando-se referência de profissionalismo, conduta e busca da perfeição - cabe refletir a cerca da sua estrutura organizacional. Esse nível de excelência se deu graças ao esforço incondicional de seus membros. Porém, é bastante claro para todos que o acompanham: essa reestruturação é fator primordial para a continuidade de seu sucesso e de sua eficiência.

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A contribuição da II Grande Guerra para a moderna METEOROLOGIA Neste ano se comemora os 63 anos do Dia D. Em 6 de julho de 1944, os aliados desembarcaram nas praias da Normandia e iniciaram, de fato, o ataque decisivo para a queda da Alemanha Nazista. A operação Netuno, nome em código da operação de desembarque, é até hoje bastante comentada, principalmente no aspecto meteorológico. Mas, esse aspecto foi apenas o momento mais visível de uma série de prognósticos meteorológicos fornecidos pelos meteorologistas americanos e ingleses durante toda a Segunda Guerra, no curso da qual o fator meteorológico certamente foi um dos elementos determinantes nos processos decisivos das numerosas operações bélicas dos aliados. Foi exatamente esse fato e uma relativa tomada de consciência por parte das autoridades responsáveis, somado ao crescimento tecnológico, que contribuiu, de modo significativo, para o desenvolvimento da moderna meteorologia. Hoje, sabemos que as previsões do tempo são baseadas em modelos físico-matemáticos da atmosfera, feitas com o auxílio de poderosos computadores. Porém, nem sempre foi assim. A história nos conta que o pai destas previsões foi o meteorologista e matemático inglês L. F. Richardson que, durante a Primeira Grande Guerra, começou a trabalhar em um experimento em que consistia na resolução das equações que governavam os movimentos da atmosfera. Tratou-se da primeira real experiência de prever a dinâmica do tempo, em uma previsão de tempo finito (24 horas), obtida por uma sucessão de previsões elementares, em curtos períodos (seis horas), em consideração ao intervalo total da previsão. Os resultados destes cálculos, feitos à mão, desapareceram na grande confusão da guerra. Os rascunhos foram encontrados logo depois e foram publicados em 1922, no famoso livro “Previsão do tempo por meio de cálculos numéricos”. A experiência de Richardson foi, no entanto, um verdadeiro fracasso: os cálculos previam o movimento das perturbações atmosféricas na direção errada e a uma velocidade fora da realidade dos fenômenos atmosféricos. Os cientistas formularam numerosas hipóteses sobre as razões do insucesso, em particular o conhecimento incompleto do estado inicial da previsão pela falta de cuidado nas análises e a escassa rede de estações de observação do tempo. Mas nenhuma conclusão empírica ou científica pode ser baseada em um só experimento e os cientistas teriam dificuldades em refazer a experiência,

Por ARTUR Gonçalves Ferreira - Cap QOEMET O autor é Chefe do Centro Meteorológico Militar de Anápolis. É pós-graduado em Gestão Ambiental pela Universidade de Brasília (UnB)

pois necessitariam de 64.000 mentes humanas capazes de trabalhar paralelamente para fazer uma previsão do tempo a uma velocidade apenas igual ao desenvolvimento de um sistema meteorológico. Essa constatação acabou com todo o entusiasmo da tentativa de se prever a dinâmica do tempo por meio de modelagem numérica, e assim ficou adormecida por cerca de vinte anos. O retorno ao interesse nesta área da meteorologia, uma das mais importantes hoje, aconteceu no início dos anos 40. As circunstâncias que favoreceram o desenvolvimento da previsão numérica de tempo estão ligadas à Segunda Guerra Mundial: a ampliação do sistema de observações, o desenvolvimento das telecomunicações e o surgimento dos primeiros computadores.

Com as informações do Sistema de Observação por Satélites Meteorológicos obtém-se a geração de modelos numéricos mais precisos

Na Segunda Guerra houve um aumento substancial dos serviços meteorológicos nacionais e as observações deixaram de ser essencialmente “de terra” e passaram, também a fornecer informações do ar e do mar. As operações aéreas passaram a ser mais sensíveis aos fatores atmosféricos e as exigências de observações em quantidade e qualidade aumentaram, fazendo com que a rede de observações aumentassem consideravelmente. Os meteorologistas da RAF e da USAF sensibilizaram os comandantes das operações aliadas da importância de boas observações para confeccionarem boas previsões. Nesse contexto, foi criado um conjunto de rede de estações meteorológicas que efetuavam não só medidas de solo, mas, sobretudo, sondagens atmosféricas na terra e no mar. Essas informações não só serviam aos aviadores, mas também aumentava o conhecimento da estrutura tridimensional da atmosfera. Enfim, foi fixado um conceito hoje, indiscutível, da importância das observações periódicas de superfície e de altitude, seja nos aeroportos ou em estações 10

isoladas, convencionais ou automáticas, fixas ou móveis, em proporcionar ao meteorologista a compreensão do estado da atmosfera para que ele possa fornecer um prognóstico que tenha utilidade para todas as atividades humanas. Também, em 1946, foram disponibilizadas as primeiras máquinas eletrônicas com capacidade de fazerem cálculos numéricos a uma velocidade 10 mil vezes superiores a um homem. Com esses instrumentos, as complexas equações atmosféricas eram solucionadas em horas, ao invés de meses. Os meteorologistas decidiram que era o momento de voltar às previsões numéricas, como era vontade de Richardson. Nesse momento, a meteorologia passa da fase de simplesmente ciência para a parte operativa, potencializada com um sistema de coleta, distribuição e armazenamento e manipulação de dados, com objetivos meramente operacionais. Particularmente, devemos ter em mente que o estado inicial da atmosfera sobre as previsões é de suma importância, regressando criticamente ao experimento de Richardson e a moderna previsão numérica de tempo. Temos que destacar a complexidade de um modelo que simule a evolução da atmosfera, sem esquecer, jamais, que o modelo não poderá nos dar informações totalmente confiáveis, mas um excelente guia para os nossos prognósticos. Das cinzas da Segunda Guerra Mundial nascia, em definitivo, a moderna meteorologia, aliando as observações e telecomunicações adequadas e com potentes sistemas de cálculos, para formular e testar todas a complexidade da atmosfera. E hoje? Bem, hoje os avanços são incontestáveis e os Centros Nacionais de Previsão de Tempo de vários países possuem diversas ferramentas para auxiliarem na previsão, com suas potentes imagens meteorológicas (satélite, radar e modelagem numérica). Agora, o principal fator motivador não é o conflito bélico, mas sim a busca de uma melhor qualidade de vida, com a redução de recursos econômicos de um lado e a ampliação dos recursos disponíveis do outro. Sabemos, a qualquer momento, das condições do tempo, por meio dos canais de televisão e Internet. Confortáveis em nossa casa, podemos nos conectar à uma rede de centros meteorológicos e acessar informações de qualquer lugar do mundo, em tempo real. Podemos observar a evolução de fenômenos em escala global, como o El Niño, de um furacão no Caribe ou, simplesmente, verificar o tempo em uma localidade turística para passar um belo fim de semana.


A Tecnologia das Sondas Meteorológicas Por CÉZAR Furtado - SO BEI - Seção de Sistemas Meteorológicos da Divisão de Auxílios à Navegação (D-NAV) do DECEA

Na virada do milênio, grandes avanços tec- rompimento do balão, para fins aeronáuticos, nológicos foram postos à disposição da comu- encerra-se a sondagem. Porém, a sonda ainda nidade mundial em todas as áreas de nossa vida continua em funcionamento, sondando - agoe, principalmente, de nosso trabalho no Sis- ra - em sentido inverso. A esse tipo de sondatema de Controle do Espaço Aéreo Brasileiro gem chamamos de drop sondagem. (SISCEAB). Em áreas onde estatisticamente as sondas são Podemos perceber, nitidamente, o avanço transportadas para áreas habitadas, utilizamos dessa tecnologia nos vários produtos que che- um pára-quedas, mas em áreas de florestas e gam aos nossos lares, como os pequenos apare- oceânicas, seu uso é dispensável. lhos de DVD, computadores de mão, players de MP3, MP4 e as modernas e esbeltas telas de LCD para televisores e computadores pessoais. Tudo isso só foi possível devido à constante pesquisa e ao desenvolvimento de componentes e técnicas de miniaturização dos circuitos eletrônicos. Na área das sondagens da atmosfera de nosso planeta, essa tecnologia proporcionou uma maior precisão dos dados medidos e uma economia significativa no lançamento dessas sondas eletrônicas que transportam diariamente em seu bojo uma moderníssima tecnologia. As sondas, conhecidas como radiossondas, destinam-se à coleta de dados de nossa atmosfera como temperatura, umidade relativa do ar, direção e velocidade do vento, pressão, quantidade de ozônio, dados de refratividade atmosférica Lançamento de um balão meteorológico (referente à propagação das ondas de rádio), detecção de dutos-radar (zonas da atmosfera onde as ondas dos radares atingem maiores No interior dessas pequenas sondas, uma distâncias) bem como o fornecimento de dados enorme e complexa quantidade de componendo ar para o lançamento de foguetes. tes miniaturizados constituem seus sistemas No passado, essas sondas eram grandes e integrados, permitindo que os sensores possam pesados trambolhos mecânicos, mas hoje são realizar medições precisas, contínuas, e transmipequenos dispositivos eletrônicos transportados ti-las a um receptor terrestre de rastreamento. por balões de hidrogênio que medem continu- Para as medições da direção e da velocidade do amente dados da atmosfera desde a superfície vento, um sistema de posicionamento global do planeta de onde foram lançadas até as ca- (GPS) foi incorporado a essa sonda. madas mais altas onde o ar é muito rarefeito, Sintonizando os sinais de alguns dos 23 safazendo com que o balão atinja um tamanho télites em órbita do planeta, a pequena sonda muito grande, pelo aumento de sua pressão in- localiza-se sobre o nosso globo e transmite para terna, até o seu rompimento. Quando ocorre o a terra dados de sua posição e a velocidade com 11

que sobe e com que se afasta da área inicial do lançamento. Milhões de cálculos são realizados no interior da pequena sonda, que são enviados por um pequeno transmissor de rádio na freqüência de 406 MHz. Provendo energia para os sistemas da sonda, uma pequena bateria ativada por água também é transportada. Após o recebimento dessas informações, já previamente processadas pela pequena sonda, o receptor terrestre produz boletins contendo preciosos dados que são interpretados por especialistas e enviados ao centros de previsão do país e, após, para todo o planeta. Esses dados são utilizados diariamente pela comunidade mundial na previsão do tempo, detecção de furacões, correntes de jato (áreas onde o ar atinge grande velocidade impulsionando com grande eficiência as aeronaves e gerando uma enorme economia de combustível para as companhias aéreas), áreas de turbulência, fenômenos de inversão térmica, detecção de nuvens contendo gelo (que são perigosas para a aviação geral) e fornecendo muitos outros subprodutos que são utilizados nas mais variadas atividades humanas. Fenômenos da atmosfera com efeitos nocivos podem ser detectados por esses pequeninos dispositivos de modo a permitir adoção de medidas cautelares contra os já conhecidos ciclones extratropicais do sul do Brasil, do El Niño no golfo do México ou o fenômeno das monções na costa australiana, dentre muitos outros. O planeta, no conceito metafórico, é um ser vivo e os fenômenos da atmosfera não possuem fronteiras sendo comuns a toda a humanidade. O SISCEAB, atualmente, conta com uma boa rede meteorológica de altitude cobrindo todo o seu território e possui parceiros que operam seus próprios sistemas e que compartilham dados entre si, como o Instituto Nacional de Meteorologia (InMet), a Empresa Brasileira de Infra-estrutura Aeroportuária (Infraero), a Marinha do Brasil e toda a comunidade mundial.


Seção

Quem é ?

SO Norberto

Juramento SAR É meu dever, como membro do Serviço de Busca e Salvamento, socorrer feridos e salvar vidas. Estarei pronto, em qualquer ocasião, para cumprir com este dever, colocando-o acima de meu bemestar e interesses pessoais, e o cumprirei! Para que outros possam viver! Somente aqueles que um dia necessitaram de ajuda e solidariedade, e tiveram a oportunidade de contar com os préstimos do Serviço de Busca e Salvamento da FAB, podem avaliar corretamente a sua importância, e é com esse espírito abnegado de solidariedade que o nosso entrevistado, o Suboficial Francisco de Assis Norberto, pratica sua lida cotidiana, em um trabalho muitas vezes anônimo, porém, não por isso menos importante. Para Norberto, “buscar é saber, socorrer é prazer, salvar é dever. ... Para que outros possam viver!” Nosso entrevistado nasceu no dia 23 de novembro de 1952, em Parnamirim (RN). Seu pai trabalhava na Base Aérea de Natal, lotado na Prefeitura da Aeronáutica como pintor. De família humilde, teve uma infância com dificuldades, já que o pai tinha que manter a mãe e mais cinco filhos. “Agradecíamos a Deus quando meu pai conseguia fazer um trabalho extra de pintura para militares que chegavam transferidos para residir nas vilas militares. Nesta época eu e outro irmão auxiliávamos o nosso pai”. Casado há 30 anos com Azinete Alves Norberto, com quem tem dois filhos: Maria de Fátima (casada com um controlador de tráfego aéreo) e Marcos Felipe – Norberto valoriza sua família pelo apoio e compreensão no cumprimento da sua missão profissional, principalmente naqueles momentos quando não pode estar presente. “Freqüentemente o dever me chama e posso afirmar que minha esposa e meus filhos são parte integrante da ‘família SAR’, compartilhando os momentos de ansiedade durante as buscas e de júbilo a cada sucesso obtido”. Ingressou na carreira militar em 18 de janeiro de 1971, para servir no então Centro de Formação de Pilotos Militares (CFPM), em decorrência do grande incentivo que teve dos pais e da convivência com os militares que residiam em Natal. Após os seis meses básicos de formação militar foi designado para trabalhar na Seção de Contra Incêndio, como soldado bombeiro. No mesmo ano foi promovido à primeira classe e, em seguida, passou no curso para Cabo. Foi promovido em agosto de 1972, e passou a ser chefe da equipe de bombeiro, gerenciando as ações na cena do acidente. Durante três anos, o aprendizado e a experiência serviram para que o espírito da salvaguarda da vida humana se firmasse cada vez mais no coração de Norberto. “Buscar e Salvar são ações inerentes ao ser humano e, por conseguinte, acompanham-no desde o seu surgimento na terra. Instintivamente, elas se verificam até mesmo entre os irracionais, resultante de impulso natural e inconsciente. Já entre os homens, tais ações são motivadas, principalmente, pelo próprio espírito de solidariedade, manifestado em situação de perigo de vida”- filosofa nosso entrevistado. Em 1974, foi para a Escola de Especialista de Aeronáutica (EEAR), e após dois anos de curso, formou-se como Controlador de Tráfego Aéreo. Foi transferido para a Torre de Controle Eduardo Gomes (TWR-EG) e Controle de Aproximação de Manaus (APP-MN). Mas foi por pouco tempo, o destino ainda lhe reservava outra surpresa: foi convidado a integrar outro grupo de elite: Busca e Salvamento do Salvaero Manaus (RCMN). Logo em seguida, fez o curso de Auxiliar de Coordenação SAR, complementado com o de Sobrevivência no Mar e Selva pelo PÁRA-SAR, no Centro de Atualização Técnica (hoje ICEA).

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Durante os anos que trabalhou no RCC-MN, inúmeras foram as missões, tendo em vista a peculiaridade da região (selva, clima, poucos aeródromos, deficiência de comunicações com as cidades). Porém, uma missão marcou sua vida, pela presença de espírito de uma sobrevivente e a forma como conduziu os demais na cena do acidente. Norberto conta que “no dia 10 de janeiro de 1979, o então Salvaero de Campo Grande foi acionado para coordenar as buscas do PT-BFS PA-32 (Sêneca), que decolou de Porto Velho para Vilhena, com quatro pessoas a bordo, com destino final para Barretos (SP). Fui indicado para compor a equipe do RCC-CG em Porto Velho, onde seria ativado um Subcentro de Coordenação de Salvamento. A aeronave foi localizada dia 21, às 1350 UTC e o resgate realizado no dia seguinte. Após avaliação médica, foram transportados para Porto Velho. Todos sobreviveram. Iracema, de 67 anos, uma das sobreviventes, informou que estava indo para Barretos comemorar seu aniversario no dia 14 de janeiro, com toda sua família. Mas não deixou de comemorar. Seus dois filhos eram o piloto e o co-piloto da aeronave. Todos eles e mais um passageiro, em plena selva, comemoram seu aniversário comendo broto de bambu. O mais difícil foi que, após o terceiro dia, seus filhos estavam entrando em desespero, querendo abandonar o local em busca de socorro. Mas Iracema não deixou. Começou a ensiná-los a fazer tricô e crochê, a fim de mantê-los com a mente ocupada. Orientou-os a recolher água em um igarapé e racionou os biscoitos que levava, dividindo com brotos de bambu, até a chegada do resgate”. Norberto diz que o espírito de liderança, o equilíbrio e a aula de sobrevivência demonstrados por Iracema ficaram em sua mente. Ele guarda, até hoje, um galho de broto de bambu que recebeu daquela senhora como lembrança. No início de 1981, foi transferido para o antigo SRPV-RF, no Salvaero Recife, onde trabalhou como Controlador do RCC-RF/Adjunto. Treze anos depois, a extinta DEPV mandou uma mensagem rádio pedindo sua transferência para participar da implantação do Salvaero Curitiba, onde permaneceu até janeiro de 2000, quando voltou para Recife. As constantes mudanças, segundo ele, serviram de aprendizado para ele e sua família. Conhecimento de novas culturas e adaptação à região Sul – mesmo com sofrimento devido ao frio – foram muito edificantes. Norberto sente-se orgulhoso de ser um instrutor do ICEA. “Meu primeiro convite como instrutor no Instituto de Proteção ao Vôo – IPV (ICEA) foi em novembro de 1993, para participar da parte prática do curso SAR 001 – Coordenação SAR, que é dado para oficiais que irão desempenhar a função de Coordenador de Missão SAR. Daí em diante tenho participado como Coordenador/Instrutor dos cursos SAR 001 e SAR 002 – Auxiliar de Coordenação SAR que é dado para graduados, bem como na área do CINDACTA III o curso SAR 005 – Básico de Busca e Salvamento, dado para militares das Forças Armadas, Polícia Militar, Corpo de Bombeiros, Infraero, Polícia Rodoviária Federal, Aviação Aeropolicial, Defesa Civil, Ibama e outras entidades que possam servir como elo do Sistema Sar Aeronáutico – SISSAR”. Com o conhecimento e a experiência adquirida nestes 30 anos no SAR,


Norberto demonstra orgulho e satisfação, quando divulga o funcionamento do Sistema em palestras que profere para grupo de pessoas que visitam o Salvaero Recife/Atlântico. No Brasil, o SAR (Busca e Salvamento) vive outra realidade respaldada pelo SISSAR e pelo COSPAS-SARSAT (Sistema de Busca Salvamento por Rastreamento de Satélites), possibilitando que a localização das aeronaves e embarcações acidentadas ou em perigo, possuidoras de equipamentos transmissores de emergência em funcionamento, se processe com a máxima rapidez e segurança. De tal forma que garante aos Salvaeros a definição quase imediata da área do acidente, com dimensões mínimas e plotagem precisa, significando dizer que, praticamente, a missão de busca deixará de existir, dando lugar, de imediato, a missão de salvamento. O exemplo disto foi o que ocorreu com o tripulante solitário do veleiro Nagô, que no dia 13 de abril de 1995, navegava em águas catarinenses. “Após enfrentar um temporal onde havia ondas de até cinco metros, o veleiro começou a fazer água e, a qualquer momento, iria naufragar. Manteve contato com a estação rádio costeira de Itajaí (SC), solicitando socorro e informando que iria abandonar a embarcação, passando para um bote salvavida”- conta ele. “O meu serviço no Salvaero Curitiba até aquele momento transcorria calmo, mas às 0210 UTC, a estação rádio de Itajaí nos acionou informando da situação do veleiro, bem como a decisão do tripulante em abandonar a embarcação. Imediatamente foi acionado o oficial Coordenador de Missão e Auxiliares para compor a equipe, paralelamente, também acionamos o Segundo Esquadrão do Décimo Grupo de Aviação (2º/10º GAv), sediado em Campo Grande (MS), que providenciou o acionamento de sua equipe e decolagem de uma aeronave bandeirante (SC-95) com destino à Curitiba (PR)”- continua. Planejamento elaborado, chegada da aeronave ainda naquela madrugada pousando aeroporto do Bacacheri, briefing dado para tripulação, decolaram no nascer do sol, inicialmente para área de busca, pois estavam com uma equipe de coordenação a bordo para o caso de naquele primeiro momento nada fosse localizado, ativariam um Subcentro de Coordenação de Salvamento em Florianópolis (SC). Iniciaram um padrão de busca do tipo Quadrado Crescente (SE), baseado nas coordenadas fornecidas pelo tripulante antes de abandonar o veleiro. Passados, aproximadamente, 20 minutos, começaram a receber um sinal auditivo na freqüência de emergência (121.5 MHz) e, na medida em que se ampliava o padrão, o sinal aumentava, até que em dado momento o equipamento de bordo da aeronave SAR (VHF-DF) recebeu uma marcação do transmissor que emitia o sinal. “Saímos do padrão de busca seguindo a orientação daquela marcação, observadores atentos vasculhando aquela imensidão azul. Bloqueamos o emissor daquele sinal sem nada avistarmos. Fizemos o retorno para nova passagem um pouco mais ao lado e eis que de repente um observador através do interfone grita: ‘objeto a três horas, curva à direita’. Todos a bordo procuram uma janela para ver aquele homem deitado dentro de um bote, acenando. Previamente, havíamos contatado com um navio rebocador da Petrobras que estava naquela área nos auxiliando na busca. Orientado pela aeronave SAR, foi para o local e resgatou o tripulante do veleiro Nagô. Missão concluída, retornamos todos para nossas unidades, felizes por mais uma vida salva”. Passados três anos do ocorrido, chega uma carta daquele sobrevivente nos seguintes termos: “Ao Serviço de Busca e Salvamento da Força Aérea Brasileira “Prezados Senhores! “Já dizia o pequeno Príncipe tu és responsável pelo que cativas e, entre alguns povos, quando salvamos uma vida nos tornamos dono dela, eis a questão! “Eu já me considerava morto em, aproximadamente, 25 ou 30 dias (tempo de consumir minha ração de abandono), por saber que as possibilidades de se localizar um homem no mar são semelhantes a de se ganhar na loteria. “O motivo da minha convicção era originado por eu estar em um bote preto, sem lanterna, fogos de sinalização, espelho, equipamento de pesca e, até então, não saber da existência do EPIRB no bote, pois o abandono do veleiro, na noite anterior, fora muito prematuro. “Ao amanhecer do primeiro dia, eu, náufrago, fiz um inventário do existente a bordo, e já com a firme e profunda convicção da proximidade do fim da minha existência, descobri o EPIRB (este aparelho maravilhoso) e o acionei; porém sem nenhuma convicção de sua eficiência. E, quando eu, na mais profunda condição de náufrago terminal, estava tomando providências para que estes dias fossem agradáveis fisicamente, pois espiritualmente estava

sereno, ouvi roncos de motores exatamente em cima da minha posição. “Fiquei num misto de alegria e decepção; eu já me considerava carta fora do baralho e, de repente, estava novamente carta da vez. A princípio tive dúvidas e imaginei; um avião passando por acaso; mas esta imagem logo mudou quando a bela aeronave fez uma curva de 180 graus; aquele avião estava ali por minha causa e, a partir daí, não me largou mais. Eu me sentia como um pintinho pajeado por uma galinha e pelo que tudo indicava, aquela galinha era muito protetora. E era isto, eles não me largaram mais. Eu aqui embaixo nunca gostei muito de paparicação. Falava com o meu eu: ei! Já me localizaram, podem voltar e falar que aqui está tudo bem; mas não! A galinha choca continuava ali; eu chorei, sorri e voltei novamente à condição de indivíduo com possibilidade de vislumbrar mais do que 25 ou 30 dias de vida. Fui salvo! “Muito obrigado, sou-lhes devedor. “Carlos Alberto Rocha Pinho.” Em agosto de 2004, foi ao IPV (atual ICEA) ministrar umas aulas no curso SAR 002. Num intervalo de aula, um aluno de Recife disse ter conhecido um senhor, dono de um bar em São José dos Campos, que havia contado uma história muito semelhante à que Norberto já tinha comentado. Marcaram, então, que no final de semana iriam visitar o tal bar. Tão logo chegaram, Norberto foi apresentado ao Sr. Carlos, que foi direto ao assunto, narrando sua epopéia. “De imediato, conclui que realmente tratava-se daquele sobrevivente. Perguntei se não dispunha de algum registro de bordo narrando todo aquele sofrimento. Ele foi buscar não só o seu diário de bordo, mas as cartas de navegação e a cópia do relatório do Salvaero que o Comando da unidade aérea o havia presenteado. Abri o relatório e mostrei os nomes dos componentes da equipe que coordenou sua missão, perguntei se conhecia alguém, como sua resposta foi negativa, identifiquei-me e mostrei meu nome no relatório. Foi difícil neste momento conter as lágrimas, senti no seu abraço a gratidão por ter ajudado a salvar sua vida e, mais ainda, quando disse num misto de alegria e emoção que parte de sua vida me pertencia. Nesta noite conversamos bastante e para selar este encontro a festa de encerramento do curso foi em seu restaurante”, conta emocionado. Norberto diz que gosta mesmo é de uma boa pescaria, pois sente uma paz interior muito grande ao ficar contemplando um lago, um rio ou o mar. “Isto é muito reconfortante”- declara. Para o nosso entrevistado, a Força Aérea Brasileira não tem só o lado profissional, mas também dá oportunidade de conhecimento de outras culturas e a capacitação profissional diante do desenvolvimento tecnológico, bem como na formação social para a sociedade. O SO Norberto foi agraciado com a medalha militar de ouro, por 30 anos de bons serviços. Recebeu medalhas Bartolomeu de Gusmão e Mérito SantosDumont, ambas por relevantes serviços prestados. Ganhou, também, placas de graduado SAR padrão pelo Salvaero Recife, nos anos de 2003 e 2005, além de ser escolhido o Homem SAR do ano de 2006, pelo destaque e dedicação com mais tempo em atividade na área de Busca e Salvamento. “Profissionalmente, sinto-me realizado, mas, sonhos sempre temos, um deles é a formação em Direito e a outra, escrever um livro, narrando os acontecimentos que mais marcaram a Busca e Salvamento no Brasil, nos quais durante estes meus quase 36 anos, pude acompanhar”. “Não importa a hora, manhã, tarde, noite ou madrugada, estamos 24 horas por dia, sete dias da semana, prontos para atuar auxiliando quem necessita de nosso apoio” - declara Norberto sobre a missão do Salvaero Recife. “A equipe de Coordenadores e Auxiliares do Salvaero Recife é composta de pessoas especiais, como todos nós, dedicadas ao extremo e consciente da grande responsabilidade que tem em mãos: cuidar de vidas humanas. Cuidado não só altruísta, no simples no sentido de ajudar ao próximo, mas em um sentido quase paternal, pois sabemos que poderíamos ter um familiar nosso como tripulante ou passageiro daquela aeronave ou embarcação em dificuldades. A Busca e Salvamento não é apenas nosso trabalho, é o nosso prazer, é nossa vocação. Vocês nem imaginem a imensa alegria e total realização pessoal quando o auxílio que prestamos trás de volta o brilho no olhar de um sobrevivente, a esperança no semblante de um familiar próximo e o sentimento de gratidão a cada reencontro”. O ser humano só percebe o valor imenso de certas situações e aspectos simples da vida, como a saúde, a segurança, o convívio com a família, a amizade e a solidariedade, quando são privados deles. A maior parte do tempo, esses aspectos que fazem parte da nossa rotina diária passam desapercebidos e a maioria de nós não dá a importância que eles merecem.

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seção

Eu não sabia!

A capacitação de graduados em Meteorologia no SISCEAB

No decorrer dos últimos dez anos, a evolução tecnológica no campo da computação e das telecomunicações promoveu uma revolução impressionante na obtenção e na transmissão de dados meteorológicos. As atuais informações meteorológicas de superfície, altitude, radares meteorológicos e satélites (em formato digital) permitem diversos tipos de manipulação e emprego, possibilitando gerar e divulgar mensagens meteorológicas estabelecidas pela ICAO (Organização de Aviação Civil Internacional). Colaboração: Adilson CLEÔMENES Rocha - Cap Esp Met - Chefe da Subdivisão de Cursos do Instituto de Controle do Espaço Aéreo (ICEA)

Essas informações são indispensáveis para que previsores e usuários tenham uma melhor representatividade das condições meteorológicas observadas. A agilidade e a flexibilidade na geração e divulgação dessas mensagens promove maior conforto, segurança e economia no vôo. Neste ponto, porém, cabe refletirmos sobre um aspecto imprescindível: como está o nosso pessoal técnico especialista em Meteorologia, diante dessa nova realidade? Sabemos que o Curso de Formação de Sargentos qualifica os graduados em Meteorologia (BMT) a exercerem as atividades relativas à especialidade de Meteorologia. O aspecto prático formativo da especialidade atende perfeitamente às necessidades ope-

racionais do Sistema. Contudo, em função da especificidade, do grau de complexidade e do volume de informações, os conteúdos programáticos relativos a operação das Estações e dos Centros Meteorológicos são ministrados a nível básico. Disciplinas que desenvolvem conhecimentos sobre radar meteorológico, imagens de satélites, e metodologias operacionais utilizadas em órgãos de meteorologia necessitam detalhamento e atualização constantes, em função da dinâmica sistêmica dos processos funcionais. Outro aspecto que não pode ser esquecido diz respeito ao emprego dos dados meteorológicos e a forma de divulgação das mensagens de previsão e vigilância.

Figura 1 - Número de posições operacionais X operadores com curso

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Assim, fomos em busca de informações que pudessem apontar qual a atual situação dos graduados meteorologistas diante dos cursos de especialização e habilitação atualmente disponíveis no Sistema de Controle do Espaço Aéreo Brasileiro (SISCEAB). A resposta veio com consultas feita aos sites da Divisão de Capacitação Técnica de Pessoal (D-CTP) – http://www.decea.intraer/ sdad/dctp; da Divisão de Recursos Humanos - http://www.decea.intraer/sdad/drhu/TDP/ConsTDP.asp, da Divisão de Meteorologia - http://www. decea.intraer/sdop/dmet/– os três do DECEA, e ao Banco de Dados de Instrução do Instituto de Controle do Espaço Aéreo (ICEA), dados apresentados na figura 1. Aqui cabem alguns esclarecimentos sobre a nomenclatura e os objetivos dos cursos disponíveis no SISCEAB para os técnicos BMT: • MET002 – Operação de Posto de Visualização Remoto. Habilita os técnicos a operarem um Posto de Visualização Remota, obtendo e tratando imagens obtidas por radares tipo doppler nos Centros Meteorológicos; • MET003 – Operação de Centros Meteorológicos. Proporciona aos técnicos meteorologistas atualização necessária para a execução das tarefas existentes nos Centros Meteorológicos. • MET006 – Operador de Estação Meteorológica de Altitude W-9000 /


Figura 2 - Perfil de vento obtido por radar meteorológico tipo Doppler

DIGICORA. Habilita os alunos à operação das Estações Meteorológicas de Altitude W-9000/DIGICORA. • MET008 – Apronto Meteorológico. Capacita os operadores BMT a divulgar de modo eficaz as informações meteorológicas em briefings operacionais ou em salas de tráfego civis, utilizando-se de fraseologia apropriada. • MET010 – Operação Volmet. Habilita o aluno para operar a radiodifusão de mensagens meteorológicas via Sistema VHF VOLMET, para usuários em vôo. • MET011 – Interpretação de Imagens Meteorológicas. Capacita os alunos à identificação dos fenômenos e sistemas meteorológicos contidos em imagens de satélites, radares meteorológicos e de modelagens atmosféricas. • SIV516 – Operador de Estação Meteorológica de Superfície (SWS). Proporciona aos técnicos condições de operar as Estações Meteorológicas de Superfície – Midas IV. • SIV518 – Operador de Estação Meteorológica de Altitude - AWS DIGICORA. Proporciona aos instruendos condições de operar as Estações Meteorológicas de Altitude – AWS/ DIGICORA. Agora, com uma noção geral sobre os cursos existentes no SISCEAB para os graduados BMT, observando a figura 1, e considerando que o número de vagas necessárias para o curso são posições operacionais com graduados BMT, podemos observar que um número significativo dos técnicos meteorologistas da “rede” desempenham suas funções somente com conhecimentos básicos sobre Meteorologia advindo do curso de

formação, o que pode influenciar na qualidade da obtenção dos dados e na divulgação dos produtos de previsão gerados nos Centros de Previsão, em função da evolução do sistema. Gostaria de aproveitar e citar o ex-Diretor-Geral do DECEA, em texto contido no Editorial, publicado nesta revista – edição 15 (março/2006): “Os incrementos tecnológicos, que velozmente fazem parte de nosso universo de atuação, devem, obrigatoriamente, ser acompanhados da preparação de nossos profissionais. Este é um trabalho sem tréguas e, também, preciso e detalhado”. Seguindo essa linha de raciocínio, pode-se inferir que alguns cursos necessitam ser criados e outros ajustados para otimizar o tempo útil destinado à instrução e para elevar de modo significativo o desempenho técnico/operacional dos nossos graduados BMT. 1 - Cursos para emprego de dados obtidos por Radares Meteorológicos Os dados obtidos por radares meteorológicos são produtos de importância vital para a vigilância meteorológica de vôo. Todavia, a dificuldade da utilização desses produtos não está somente em obtermos imagens tal qual a mostrada na figura abaixo. O problema é obter e compreender o que ela representa. A interpretação de produtos desse tipo ainda é muito

pouco explorada no meio operacional. Assim, a idéia de aprofundar os estudos nessa área, visando a determinação de situações meteorológicas perigosas, é primordial para que se tenha condições de antecipar as situações que comprometerão o vôo. Dessa forma, a criação de um curso específico sobre Operação de Radar Meteorológico e um ajuste no curso MET002 para explorar o conteúdo programático que trata de Interpretação de Imagens Radar seria uma forma de atingir os objetivos desse assunto, em apenas dois módulos com duração de duas semanas cada, num nível adequado às necessidades atuais dos Centros de Previsão. 2 - Curso para Interpretação de Imagens de Satélites e de Modelos Numéricos de Previsão Assim como os dados de radar meteorológico, o conteúdo relativo Obtenção e Interpretação de Imagens de Satélites Meteorológicos e Noções sobre Modelos Numéricos de Previsão é de suma importância para a boa informação meteorológica. O desenvolvimento desses conteúdos em um curso específico para esse fim proporcionará a elevação de nível ideal para nossos técnicos. A diferenciação das imagens de satélites, mostradas na figura abaixo , seria objeto de estudo sistematizado, permitindo aos graduados utilizarem esses conhecimentos como ferramentas operacionais básicas nos Centros Meteorológicos. Com o estudo do conteúdo sobre radar meteorológico em cursos específicos já citado no item 1, abriria-se no Curso MET011

Figura 3 – Imagens do Satélite GOES no infravermelho, no visível, e no vapor d’água, respectivamente

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Aérea e Controle de Tráfego Aéreo (CINDACTA I, II, III e IV) ou do Serviço Regional de Proteção ao Vôo de São Paulo (SRPV-SP). 4 - Curso para coordenação e gerência de recursos humanos Considerando que muitos sargentos e suboficiais mais antigos dos órgãos de Meteorologia acabam por assumir

Figura 4 - Previsão Numérica de Umidade Relativa em 850 HPa (1500m)

espaço suficiente para a prática de identificação de fenômenos meteorológicos significativos para a operação aérea. Noções básicas sobre as imagens produzidas por previsão numérica, tal como a mostrada na figura 4, também poderá ser explorada com mais propriedade. 3 - Curso de utilização qualitativa e quantitativa de dados meteorológicos para pesquisas A pesquisa na Meteorologia Aeronáutica é uma área recém-iniciada no SISCEAB. Para que possamos dar os primeiros passos consistentes neste empreendimento é necessário preparar recursos humanos com conhecimentos básicos para ler, medir, interpolar, estimar e interpretar valores relativos às observações meteorológicas à superfície e em altitude, além de gerar conhecimento sobre normas de controle e arquivamento de dados climatológicos. Um curso Básico de Climatologia proporcionará a geração de produtos semelhantes ao mostrado na figura 5, permitindo um melhor planejamento a médio e longo prazo das atividades aeronáuticas, militares ou não. Esse trabalho poderá ser executado na Subdivisão de Climatologia do ICEA ou mesmo nas Subdivisões de Meteorologia dos quatro Centros Integrados de Defesa

Figura 5 - Climatologia de Precipitação para o 1º Trimestre de 2006

funções de supervisão nos órgãos operacionais, principalmente nos Destacamentos de Controle do Espaço Aéreo (DTCEA), a capacitação do pessoal que já atua nessas área para gerenciar os recursos humanos, através de um curso voltado para este fim, aliada à experiência desses profissionais na especialidade, assumirá caráter significativo e se refletirá na eficiência dos órgãos MET. Profissionais de informações aeronáuticas (AIS) e controle de tráfego aéreo (CTA) já se beneficiam de curso equivalente para seus respectivos órgãos. 5 - Curso para obtenção de dados meteorológicos de superfície e de altitude Cartas de dados meteorológicos de superfície e diagramas termodinâmico, tal qual apresentadas na figura 6, são utilizadas diariamente nos Centros Meteorológicos de Previsão. Essas imagens empregadas adequadamente refletem as condições atmosféricas tridimensionais em uma determinada região. Uma previsão meteorológica dificilmente atinge um nível satisfatório de qualidade sem que os dados contidos nessas cartas sejam extremamente confiáveis. Assim, um trabalho voltado para um preparo adequado do observador

Figura 6 – Cartas de Superfície e Diagrama Termodinâmico

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Esta nova metodologia permo em computadores portáteis, mite uma avaliação precisa das quando a situação assim exigir, condições meteorológicas de como podemos ver na figura 7. um determinado local. A teoria Do exposto, verifica-se que são básica sobre a plotagem dos da- necessários alguns ajustes nos atuais dos, anteriormente utilizada, não cursos disponíveis no SISCEAB e é alterada, não conflitando, asum planejamento para a criação de sim, com o processo formativo outros de uma forma que se possa do técnico BMT, pois, a mesma atender plenamente as necessidades é indispensável para o emprego da meteorologia operacional. dos dados no meio operacional. Também observa-se na figura 8 um Apenas a ênfase no processo aumento significativo na disponibilizade geração de produtos obtidos ção de vagas em curso MET no ICEA dos dados é modificada. nos últimos quatro anos. Um claro O software para visualização esforço que o DECEA vem empreene análise de dados em pontos dendo no sentido de atender a metede grade amplamente utilizado orologia com os recursos orçamentána área de pesquisa em merios necessários para diminuir a disterorologia em todo o mundo tância entre a qualificação existente é o GrADS (Grid Analysis and e a necessária no meio operacional. Display System). Atualmente, alPorém, mais vagas nos cursos MET guns produtos do GrADS já são são necessárias para que a eficiência encontrados na REDEMET e do processo seja melhorada. disponibilizados para a maioria Um trabalho gradativo e constante dos órgãos de meteorologia do nesse sentido se faz necessário. Figura 7 - Previsão de Vento em Altos Níveis sistema. Entretanto, como pouContando com o apoio do DECEA quíssimos graduados possuem e com o trabalho em conjunto da Dmeteorológico motivando-o sobre seu conhecimento sobre esse software, MET, dos órgãos regionais e do ICEA, papel indispensável no processo de produtos regionais específicos e existem totais condições de se minigeração de previsões meteorológicas não rotineiros, ou em situações de mizar o retardo técnico/operacional é mister. operações militares, não são geraexistente no Sistema no decorrer dos Com o ajuste e atualização dos con- dos com rapidez e qualidade aprodois próximos anos. teúdos existentes nos cursos SIV516 priadas. Para que isso se concretize, e SIV518, já em desenvolvimento Um curso voltado para a exploalternativas de instrução foram pela Divisão de Meteorologia do ração desse conteúdo certamente apresentadas. DECEA (D-MET), para 2007, acredito dinamizaria os trabalhos realizados Afinal, a Meteorologia Aeronáuque os requisitos necessários para no Centros Meteorológicos dos tica caminha como “um conjunto uma condição ótima de obtenção de CINDACTAs ou do SRPV, ou mesde todos eficaz”... dados será atendida, não necessitando de outro tipo de instrução. 6 - Curso para a utilização de dados meteorológicos nos Centros de Previsão Com o atual formato digital dos dados meteorológicos, a técnica de geração manual dos mapas de tempo, onde se desenham os símbolos meteorológicos numa carta regional, está sendo modificada através da geração de mapas meteorológicos gráficos em softwares livres, obtidos na Internet. Este método, usado desde o início dos anos 90 no meio científico, agiliza e melhora a qualidade das imagens produzidas, proporcionando ganho de Figura 8 – Distribuição de vagas no ICEA por ano tempo e melhores condições de visualização para o previsor. 17


Reportagem Especial

Responsabilidade Social

Ações inovadoras do DECEA e de suas OM subordinadas contribuem para a melhoria da qualidade de vida Texto: Telma Penteado - Idealização e Pesquisa: Daisy Meireles

Responsabilidade social é, sem dúvida, um dos termos mais usados nas duas últimas décadas. Com o passar do tempo a atenção voltada às problemáticas social, ambiental e por que não dizer, humanitária, estruturou e edificou não só um pensamento, mas um comportamento por parte da sociedade bem mais consciente, exigente e atuante no que diz respeito ao entendimento do universo econômico e das relações entre as empresas públicas e privadas com todo o meio que as circunda. Em outras palavras, nestes últimos anos, as pessoas de todas as áreas profissionais e classes sociais têm tido maior acesso às informações sobre como se estruturam as empresas no País, quais são as suas missões, o que elas fazem e o que e como verdadeiramente elas se portam com relação à sociedade. Esta postura mais lúcida e participativa clareou uma conjuntura até então praticamente desapercebida pela maioria que, posta em evidência, alarmou a todos ao evidenciar os danos causados pelo mau uso dos recursos ambientais e pelo pouco caso com relação às pessoas, principalmente no tocante aos seus direitos humanos, como por exemplo nas áreas de saúde, educação, inclusão social, direitos das pessoas portadoras de alguma deficiência, entre outros. Colocar a boca no trombone e a mão na massa foi mais que uma necessidade; foi uma prioridade, uma urgência. Quantas Associações e Organizações Não Governamentais (ONG), quantos movimentos e projetos não surgiram a partir desta crescente demanda? A cobrança da população, respaldada pelas leis da nossa Constituição, suscitou uma nova postura por parte das empresas que, desde então, se viram no dever de devolver à sociedade benefícios que dela têm recebido. Trata-se de uma troca, uma

retro-alimentação fundamental para que todos – sociedade e empresas – saiam amparadas e com suas necessidades básicas atendidas. A Responsabilidade Social é a forma mais legítima de proporcionar um canal de troca e transformação social entre todos os envolvidos numa organização pública ou privada, interessados em agregar valor a seus negócios através do desenvolvimento sustentável. De acordo com o portal responsabilidadesocial.com, “infelizmente, muitos ainda confundem o conceito com filantropia, mas as razões por trás desse paradigma não interessam somente ao bem-estar social, mas também envolvem melhor performance nos negócios e, conseqüentemente, maior lucratividade”. Nos resta continuar andando e agindo, cobrando e fazendo a nossa parte.

Uma visão holística

Muitas Organizações Militares subordinadas ao Departamento de Controle do Espaço Aéreo (DECEA) comungam deste dever, colocando, como metas a serem cumpridas, a Responsabilidade Social. São muitas as formas de execução e de aplicação de projetos de Responsabilidade Social realizadas pelos órgãos do DECEA. Para começarmos a exemplificar, citamos a Divisão de Apoio ao Homem (D-APH), que está subordinada ao Subdepartamento de Administração (SDAD). Pautadas numa visão holística e através da compreensão das necessidades humanas, as ações de apoio ao homem buscam atender às aspirações pessoais e ao desenvolvimento profissional do efetivo do Sistema de Controle do Espaço Aéreo Brasileiro (SISCEAB). A D-APH atua como elo divulgador e facilitador dos Sistemas já existentes no Comando da Aeronáutica nas áreas de Saúde, Psicologia, 18

Assistência Social, Segurança e Defesa. Quando falamos de Responsabilidade Social, prontamente nos vêm à mente o apoio e as relações entre as empresas e as comunidades próximas. No entanto, não podemos nos esquecer que o público interno é também alvo destes projetos. Desta forma, ressaltamos também os projetos de suporte técnico e financeiro executados pelo DECEA, através do Programa de Trabalho, voltados para a busca de soluções que otimizem as atividades de Gerenciamento de Estresse, Planejamento do Orçamento Familiar, Gestão da Qualidade, Higiene e Segurança do Trabalho, Prevenção ao Uso Abusivo de Substâncias Químicas, entre outros. Um projeto de destaque que tem como objetivo prestar uma atenção diferenciada nos processos de transferência dos militares e civis do DECEA é o “Programa Integrar”. Ele considera as significativas mudanças na vida pessoal e profissional dos funcionários transferidos para outras OM do SISCEAB em outras cidades e/ou estados, incluindo, também, as diferenças culturais, climáticas e alimentares, que podem acarretar uma redução do desempenho profissional. Buscando, justamente, dirimir esta possível redução de desempenho através da melhor adequação do funcionário – e de sua família – ao novo local de trabalho, o DECEA sistematizou os procedimentos de recepção dos militares e civis. Uma equipe multidisciplinar formada por profissionais especializados disponibiliza aos novos funcionários informações sobre a OM e sobre a cidade de forma organizada, permitindo que os mesmos possam se adaptar sem ansiedade às novas condições de trabalho. Também é de autoria do DECEA o Programa de Atenção aos 78 Destacamentos do SISCEAB, que tem como meta o desenvolvimento de ações preventivas


O D-APH: pautado numa visão holística

e educativas, identificando e suprindo as necessidades das áreas de Apoio ao Homem. Dentre as suas diversas atividades, o Programa promove o incremento organizacional e pessoal em sua totalidade. Um dos destaques, dentre os projetos do Subdepartamento de Administração do DECEA, é o de Capacitação em Orçamento Familiar. Iniciado em 26 de abril de 2004, o Projeto tem por objetivo principal propiciar ao efetivo informações que possibilitem uma reflexão administrativa do orçamento familiar. O primeiro curso, ministrado pela professora Patrícia Oliveira de Freitas, foi o resultado de uma parceria do DECEA com o Departamento de Economia Doméstica da Universidade Federal Rural do Rio de Janeiro (UFRRJ). A intenção deste curso foi, em primeira instância, capacitar multiplicadores que, por sua vez, repassarão os conhecimentos adquiridos aos demais funcionários. Auxiliando fortemente a disseminação da reeducação orçamentária familiar, foi realizado, pela Assessoria de Comunicação Social do DECEA, um vídeo institucional que, depois de pronto, foi distribuído para as OM subordinadas. De acordo com a assistente social Ibla Bastos, o Programa consiste num ciclo de cinco apresentações abordando os seguintes temas: Orçamento Familiar: refletindo sobre sua importância; o consumo na sociedade contemporânea; o planejamento das compras; o uso adequado da planilha como ferramenta para organização do (orçamento) receita X despesas; e dívidas e recursos básicos (água, luz e gás). São também discutidos alguns cases que ajudam a demonstrar como é

possível reverter Parcerias para promover educação situações complie qualidade de vida cadas. O Parque de Material de Eletrônica do Esta iniciativa Rio de Janeiro (PAME-RJ) abraçou esta possibilita ao meta e colocou em prática um projeto efetivo lançar um social de grande importância o Renascer, novo olhar sobre a que promove a inclusão de jovens de idaquestão da organi- des entre 13 e 18 anos através de ações zação e do planeque resgatam a auto-estima, a melhoria jamento orçamendas condições de saúde e de qualidade tário, melhorando de vida. Oferece, ainda, educação sistea qualidade de mática voltada para a obtenção de melhovida de todos os res resultados escolares, introdução ao seus funcionários ensino profissionalizante e atendimento e de suas respecti- médico e odontológico. vas famílias. Diante das demandas e das necessidaAs atividades des advindas das comunidades carentes inerentes ao da cidade do Rio de Janeiro, a Fundação Serviço Social do das Indústrias do Rio de Janeiro (FIRJAN) DECEA, no âmbito desenvolve projetos na área de educação do Comando da Aeronáutica (COMAER) em parceria com empresas públicas e são regidas pelas ICA 161-1 (Gestão de privadas. Recursos da Assistência Social) e 163-1 A FIRJAN promoveu o projeto “Pré(Instruções Reguladoras das Ações Sovestibular Comunitário do Caju”, visando ciais do Comando da Aeronáutica), ambas facilitar o ingresso de membros da comude 22 de fevereiro de 2006. nidade nas universidades, elevando de A DIRINT (Diretoria de Intendência), por 0,4% para 30% o índice de aprovação intermédio da Subdiretoria de Encargos dos candidatos ao vestibular. Para tanto, Especiais (SDEE), atua como Órgão Cen- a FIRJAN contou com o apoio do PAMEtral do Sistema de Assistência Social do RJ, que cedeu salas para a realização do Comando da Aeronáutica. curso. Com base nessas Instruções (ICA) – e Outra atividade desenvolvida recentesegundo determinações superiores – a mente no Parque foi incentivar o espírito seção tem disponibilizado cotidianamente natalino nos alunos do Projeto Renascer. a seus beneficiários a aquisição de meNo final do ano passado, o 3S Marcelo dicamentos, óculos, vacinas e material Romano, da Seção de Assistência Social didático. Ressaltamos também os tratado PAME-RJ, e as professoras Elisabeth mentos multidisciplinares para crianças e Valéria atuaram como instrutores para transformar lixo em arte. A educação com necessidades especiais (como fonoaudiologia, neurologia, psicologia e terapia ocupacional), aquisição de órteses e próteses, cadeiras de rodas, aspirador nasal, sondas para respiração traqueal e para alimentação, aparelhos auditivos, tratamentos odontológicos, próteses dentárias, aquisição de materiais para construção em Projeto Renascer: educação sistemática para melhores casos especiais, resultados escolares entre outros. 19


ambiental, através da reciclagem, foi uma das maneiras encontradas para despertar e incentivar o lado artístico dos alunos. A idéia do “lixo vira arte” resultou em árvores de natal confeccionadas com garrafas PET pelos alunos do Projeto Renascer. Boa parte do material utilizado era reciclado e tudo foi produzido com poucos gastos extras, pois eles conseguiram doações com amigos e familiares. O 3S Romano diz que todas as ações em prol da árvore transformaram-se em uma grande cooperativa solidária. “O resultado foi muito gratificante, pois grande parte da população de baixo poder aquisitivo, que não consegue comprar as tradicionais árvores de natal nas lojas, conseguiu adquirir o produto”. Muitos puderam presentear os fami-

Material reciclado vira arte no PAME-RJ

liares e amigos com uma obra de arte, preservando o meio ambiente, que era a idéia central do projeto, utilizando garrafas PET. Segundo Marcelo Romano, a idéia deveria ser implantada em uma escala maior, e ele sonha um dia em que escolas e instituições criem mecanismos e parcerias com iniciativas privadas para desenvolver projetos de reciclagem com crianças, jovens e idosos, com o fim de transformar os produtos artesanais, após a comercialização, em cestas básicas, para atender à população mais carente.

Prevenção ao Alcoolismo

O Primeiro Centro Integrado de Defesa Aérea e Controle do Tráfego Aéreo (CINDACTA I), sediado em Brasília, também fez a sua parte pela Responsabilidade Social em prol de seu efetivo. A partir dos programas de cunho social realizados desde 2000 surgiu o de “Prevenção de Dependência Alcoólica e Reabilitação do Alcoolista na Empresa”,

que foi por meses ministrado pela Ten QCOA Psic Flávia Cristina Gomes de Oliveira e pelo SO Antônio Becker. Atualmente, o programa está desativado, mas há grande interesse por parte do CINDACTA I que ele retorne à ativa!

Promovendo um futuro melhor para adolescentes em situação de risco social

Instrutores e alunos - relacionamento construtivo em prol do profissionalismo no CINDACTA III

No período de abril a novembro de lizando novas vagas nas oficinas semi2006, o CINDACTA III apoiou o Projeto profissionalizantes para o ano de 2007, de Esquadrão Asa Branca, disponibilizando acordo com a coordenadora do projeto. vagas em oficinas semi-profissionalizantes para jovens com idades entre 14 e 17 Inclusão social para portadores de anos. necessidades especiais A Associação Asa Branca – sociedade Em 27 de junho de 2005, o Instituto civil sem fins lucrativos – realiza de Controle do Espaço Aéreo (ICEA) foi trabalhos de natureza socioeduhomenageado pela Sociedade de Reabicativa, profissionalizante e cultural litação e Reintegração de Incapacitados em Recife, desde 1993. Trata-se (SORRI), de São José dos Campos (SP), de um trabalho voluntário com em virtude do trabalho de inclusão de 13 atividades direcionadas a adolesportadores de necessidades especiais na centes da comunidade local em operação dos diversos simuladores de situação de risco social, que se Controle de Tráfego Aéreo instalados no encontram sem perspectivas de Instituto. futuro, tanto no que diz respeito Este programa, de grande relevância, aos estudos, quanto à vida profisé o Projeto Eficiência, que ainda hoje é sional. realizado pelo Instituto. A idéia do Projeto, Nesta edição do projeto, seis que tem por meta o emprego de pessoas jovens tiveram a oportunidade de portadoras de necessidades especiais aprender noções básicas de inno Sistema, nasceu em 1982. De acordo formática, redação de textos e realizaram com o Maj R1 Anilton, Consultor ATS tarefas básicas de rotinas administrativas do ICEA, a implementação do Projeto como auxiliares de escritório. no Instituto só foi possível em setembro Segundo a Chefe da Esquadrilha do de 2000, com o empenho do então Cap CINDACTA III e Coordenadora do Projeto Calheiros (hoje Coronel), do extinto IPV Esquadrão Asa Branca, Ten Elizângela (Instituto de Proteção ao Vôo), hoje ICEA. Carneiro, “além dos conhecimentos técniTodo o processo de recrutamento destes cos adquiridos, a interação neste ambiente de trabalho proporcionou a estes jovens o estabelecimento de relacionamentos construtivos com os colegas, instrutores e militares do Centro, contribuindo para o aprimoramento pessoal e profissional desses jovens”. As oficinas tiveram como instrutores o 1S Marcelo Marlasca e o 1S Sérgio Santana de Melo (Auxiliar de Escritório); e o 1S Júlio César Teixeira (Refrigeração). O CINDACTA III continuará A inclusão social no ICEA: 27 profissionais na apoiando o Projeto Esquadigitação de dados climatológicos drão Asa Branca, disponibi20


funcionários recebeu o aval e o incentivo dos Diretores do Instituto. “A ONG SORRI, que trabalha na preparação e na inclusão destes profissionais no mercado de trabalho, serviu como laboratório para a montagem de um curso preparatório para atender à simulação”, conta Anilton. Entre os idealizadores do programa estão também o SO Edgard, o SO Nonato, o 1S Andrade, o 1S Figueiredo, o analista Lanzoni e o sr. Herédia. Num primeiro momento, os contratos entre a ONG SORRI e o ICEA tiveram duração de um ano. As características necessárias para preencher os requisitos do cargo são boa audição, raciocínio espacial, destreza manual, clareza verbal e conhecimento de inglês. Seis anos depois da implementação do Projeto Eficiência, o Sistema conta com 16 operadores de simulação preparados ao longo destes seis anos em cinco cursos já concluídos. O Projeto deu origem à contratação em 2004 de outros portadores de necessidades especiais para a atividade de digitação de Dados Climatológicos dentro do ICEA. Somados, estes profissionais chegam a 27. O ICEA foi, pouco a pouco, se adaptando às demandas de seus funcionários, podendo propiciá-los todo o conforto de que necessitam para exercer suas funções. Os operadores, que ainda são contratados pelo período de um ano, recebem todos os benefícios da CLT (Consolidação das Leis Trabalhistas). Eles moram em diferentes bairros da cidade de São José dos Campos, têm idades entre 18 e 35 anos e a maioria pertence a comunidades de classe baixa. Dentre os principais tipos de deficiência estão a poliomielite, a paralisia cerebral, as amputações de membros, acidentes, paraplegia, má formação congênita e a deficiência orgânica.

Estreitando laços de união

Apoio e união são, além de fundamentais, passos que precedem a ação. Desejar colaborar é excelente, mas de nada adianta se não se tornar realidade. E assim fez o Destacamento de Controle do Espaço Aéreo de Barra do Garças (DTCEA-BW): agiu. O DTCEA-BW, no Estado do Mato Grosso, abraçou a causa das crianças portadoras da Síndrome de Down. “Ao

assumirmos o comando desta unidade”, lembra o Comandante Cap Esp Aer CTA Aercio da Silva, “observamos que existe em nosso efetivo um militar que é pai de uma criança especial e duas esposas de militares que trabalham na Escola de Educação Especial Dupé, voltada para jovens especiais. Resolvemos, então, conversar com estas pessoas e com a diretora da escola, Profª. Lorena, buscando uma forma da Aeronáutica participar mais ativamente das atividades lá desenvolvidas”. Estreitando os laços entre o DTCEA e a comunidade de Barra do Garças, foi promovido, no dia 23 de agosto, nas dependências do Clube da Vila Militar da Aeronáutica, durante as comemorações da Semana Nacional do Excepcional, o Dia de Confraternização com a APAE (Associação de Pais e Amigos dos Excepcionais). “Nosso intento é realizar esta atividade duas vezes ao ano, visando manter estreitos os laços de convívio com estes jovens”, declarou o Cap Aércio. O efetivo do DTCEA Barra do Garças também se encontra engajado na reforma dos banheiros da Creche Dom Geraldo, localizada na cidade, também beneficiada com doações arrecadadas pelos militares e pelas equipes que participaram dos eventos esportivos no evento comemorativo.

Crianças com Síndrome de Down contam com o apoio e a união do DTCEA - Barra do Garças

Iniciativas que edificam vidas

O Destacamento de Controle do Espaço Aéreo de Tanabi (DTCEA-TNB) também realiza vários projetos sociais na cidade. Dentre os mais relevantes estão a doação de sangue colida na comunidade local para o Hemocentro de São José do Rio Preto; as aulas de matemática para soldados de 2ª Classe que são alunos do Curso de Soldado Especializado, tendo 90% de aprovação na unidade no ano de 21

2003; e a Campanha para o Hospital do Câncer de Barretos. Através destes projetos toda a comunidade de Tanabi, com a participação efetiva das crianças carentes, está sendo beneficiada pelo Destacamento. A iniciativa de muitos destes programas foi do SO BET João José Fontoura, que teve apoio de alguns Comandantes do DTCEA-TNB com os quais trabalhou por muitos anos. Segundo o SO Fontoura, “a repercussão dos projetos foi muito boa, tanto para o Destacamento, quanto para o COMAER. Os pais das crianças abraçadas pelos projetos aprovaram de tal forma, que pedem a continuação dos programas, vislumbrando, principalmente, a Colônia de Férias”.

A grande aceitação da comunidade de Tanabi incentiva o efetivo do DTCEA a continuar com os projetos

Há grande interesse em expandir a iniciativa, haja vista a deficiência de apoio ao menor carente e a grande aceitação da comunidade local. “Existe um projeto em conjunto com a Prefeitura de Tanabi com a finalidade de manter um Curso Preparatório para o ingresso na Escola de Especialista de Aeronáutica para jovens carentes. A idéia é ter aulas gratuitas, inscrições pagas pela Prefeitura, Assistências Médica e Psicológica, condução para São Paulo, alimentação e alojamento para a realização do exame, sendo esses últimos a serem solicitados ao Comando da Aeronáutica. As aulas serão ministradas por militares da Aeronáutica e professores da rede municipal de Tanabi”, explicou o SO Fontoura. “Não há nada como o sonho para criar o futuro” (Vitor Hugo). Completamos este bordão, enviado pelo SO Fontoura, com base nos belos exemplos citados nesta Reportagem Especial, assim: “e nada como a ação para edificar o presente”.


Conhecendo o

DTCEA Maceió - AL O Histórico O Destacamento de Controle do Espaço Aéreo de Maceió (DTCEA-MO) foi criado pelo Decreto nº 73.160, de 14 de novembro de 1973. É uma Organização Militar (OM) integrante do Sistema de Controle do Espaço Aéreo Brasileiro (SISCEAB), que tem como missão o controle e a vigilância das aeronaves que cruzam o espaço aéreo sob sua responsabilidade e também a operação e a manutenção dos órgãos e equipamentos que compõem o serviço de controle do espaço aéreo. Desde a sua criação, o Destacamento já teve 16 comandantes. Encontra-se em andamento o projeto para implementação do Sistema de Gestão da Qualidade em todo o Destacamento. Porém, já estão certificados a Sala AIS, o APP e a TWR-MO por terem atendido aos requisitos da NBR ISO 9001:2000. O DTCEA-MO, situado na Cidade de Rio Largo, encontra-se adjacente ao Aeroporto Internacional Zumbi dos Palmares e dista 2km (cinco minutos) da vila residencial, 8km (dez minutos) do Centro de Rio Largo e 30km (40 minutos) do Centro de Maceió.

rante e uma quadra poli-esportiva, que no momento passa por uma reforma, visando, assim, ampliar e incentivar o uso pelos moradores, que criaram diversos times, reforçando - assim - a integração de todos Apartamentos da Vila em Rio Largo que por ali passam. A Vila Habitacional atende a 30 militares, o que corresponde a aproximadamente 40% do efetivo. Na Vila não existem imóveis disponíveis para Cabos. O Hotel de Trânsito O Hotel de Trânsito (Hotran) foi recém-reformado e hoje é um dos mais modernos do Nordeste, servindo de modelo para as outras unidades. Dispõe de oito apartamentos, todos eles equipados com a estrutura necessária para atender com conforto os militares, dependentes e civis assemelhados. Atualmente, o Hotran quer receber a certificação NBR ISO 9001:2000 e tudo faz em suas dependências para alcançar este objetivo.

O Efetivo Atualmente, o efetivo do DTCEA-MO é composto por 104 pessoas. Um major aviador (comandante); dois tenentes médicos; duas tenentes dentistas; um tenente O efetivo tem um ambiente especialista; 65 suboficiais/ de trabalho harmônico no sargentos, que exercem fun- Destacamento ções administrativas, técnicas e operacionais; e 33 cabos/soldados, responsáveis pelos serviços de guarda, segurança e limpeza nas instalações.

Maceió e Rio Largo Os militares e seus dependentes podem encontrar excelentes opções de lazer e cultura, vivendo nas proximidades das duas cidades. Rio Largo é ainda pequena, mas não deixa de estar em constante desenvolvimento e é famosa por seus hospitaleiros moradores. Em Maceió há shopping center, feiras de artesanatos, centro de convenções, vários barzinhos e casas noturnas. As melhores opções de lazer são as praias, as mais belas do litoral nordestino, segundo o comandante do Destacamento. “Quem nunca ouviu falar na Praia do Francês?”- indaga o Maj Cláudio. Com diversificada rede de gastronomia; citando como exemplo a orla central, onde se localizam barraquinhas da tradicional tapioca recheada alagoana e também o famoso “Lampião”, uma casa de forró freqüentada por turistas e moradores da cidade.

A Vila Habitacional É composta de quatro prédios com três andares, sendo dois apartamentos por andar. Há, ainda, seis casas, destas, uma destina-se ao comandante e outra a um oficial. Localizada na cidade de Rio Largo e adjacente à cidade de Maceió. O efetivo conta - ainda - com o Clube da Aeronáutica de Alagoas (CAAL), que possui um salão para eventos, restau22


Alagoas é um estado culturalmente muito rico e cheio de personagens ilustres como Marechal Deodoro. Também foi sede do Quilombo dos Palmares, ícone brasileiro da resistência à escravatura. A economia tem o seu Vista panorâmica de Maceió ponto forte no plantio de cana-de-açúcar, já tradicional desde a época do Império. O clima é o diferencial, muito agradável o ano inteiro. Com épocas bem definidas de verão e inverno, é ameno e agradável. Não existe aquele mormaço característico de outros Estados do Nordeste. O vento é abundante em quase todo o ano, facilitando a prática de várias modalidades esportivas. O clima, suavizado pela brisa do oceano é um convite para quem deseja melhorar a qualidade de vida. Os militares têm o privilégio de morar próximo das duas cidades, ficando fácil de atender todas as suas necessidades. Hoje, a maior dificuldade é a distância da capital Maceió, onde se faz necessário o deslocamento motorizado e o preço do combustível é um dos mais caros do Nordeste. O custo de vida na cidade é idêntico ao dos grandes centros, porém existem alternativas (feiras livres e mercado da produção) que fazem diferença no orçamento. Outra vantagem é o preço dos aluguéis de imóveis, que são bem mais baratos do que nos outros Estados. Maceió, além de ser uma belíssima capital, tem uma infra-estrutura elaborada em diversos aspectos: hotéis, pousadas, bares, restaurantes, shopping, cinemas e, o principal, possui as mais belas praias do litoral nordestino, verdadeiros cartões postais.

A Interação das Famílias Além das já citadas palestras sobre assuntos médicos e odontológicos, psicológicos, primeiros socorros e vacinação dos familiares, também procuram agregar o efetivo com festas e comemorações (carnaval, festa junina, baile da asa e dia das crianças). No Clube há atividades esportivas que envolvem os militares, familiares e convidados; destacando-se o recém-criado, e muito disputado, futebol feminino. A Assistência Médico-Odontológica A assistência médica é realizada através de dois hospitais conveniados com a SARAM: a Santa Casa de Misericórdia de Maceió (maior hospital de Alagoas) e a Clínica Santa Juliana. Atualmente, encontra-se em processo de credenciamento com uma Clínica de Fisioterapia, Psiquiatria e Oftalmologia, o que elevará a qualidade do atendimento médico ao efetivo. Além dos hospitais citados, os dois oficiais médicos do Destacamento prestam atendimento ambulatorial ao efetivo e aos seus familiares. O atendimento odontológico é realizado pelas duas oficiais dentistas, que atendem no consultório do Destacamento. Para casos de tratamento ortodôntico, periodicamente, o DTCEA recebe a visita de um profissional da área, a fim de atender os militares e dependentes, realizando implantação e manutenção de aparelhos. O Comandante O atual Comandante é o Major Aviador Claudio Luiz Chaves da Silva, natural do Rio de Janeiro e formado na Academia da Força Aérea (AFA), em dezembro de 1987. Piloto de Transporte e Ataque, com aproximadamente 3.000 horas de vôo, a maioria como Instrutor no Primeiro Esquadrão do Quinto Grupo de Aviação (1°/5° Major Cláudio Gav). Ao longo de sua carreira teve a oportunidade de realizar os cursos de Oficial de Segurança de Vôo e Inspetor da Aviação Civil. Com 41 anos, é casado e possui filhos. Embora seja carioca, escolheu o Nordeste para morar e hoje está realizado comandando o Destacamento em Maceió. Para o Maj Cláudio, o trabalho no DTCEA-MO é rotineiro e muito tranqüilo. O fato de estar bem próximo ao CINDACTA III, é um privilégio, pois podem contar com o apoio direto do Comandante, Cel Candez, em todas as adversidades, o que contribui para um ambiente de trabalho propício ao sucesso. “Acredito que a grande virtude do DTCEA-MO, para ser escolhido por um militar para trabalhar, é a qualidade de vida oferecida pela cidade, ambiente de trabalho harmônico, tranqüilo e com pouco movimento. Nós, aqui, não sofremos a pressão de grandes Centros. Maceió é uma Capital com jeito de cidade interiorana; tem bastante variedade de diversão, com violência bem menos evidente que em outras cidades do Brasil. Vale a pena vir para cá” - incentiva o comandante.

O Relacionamento com a Sociedade Local Os militares são muito queridos pela população e pelas autoridades locais, pois são constantemente convidados a participar de comproA estrada que dá acesso ao radar missos oficiais, como desfiles militares em comemoração a emancipações políticas de municípios, bem como apresentar o Destacamento em palestras, mostrando a função do DTCEA no âmbito do CINDACTA III, e a sua importância para o Estado e para o Comando da Aeronáutica. Em várias ocasiões, participam de eventos sociais, promovidos pelos militares de outras Forças ou pela Prefeitura de Rio Largo. Também são convidados a representar a Força Aérea em eventos esportivos e ainda recebem nas dependências do Clube, a sociedade local, para palestras ministradas por nossos profissionais em saúde e bailes comemorativos. Prestam, também, à sociedade carente serviços comunitários, através de atendimento médico e odontológico, em parceria com diversas Prefeituras (missão ACISO). 23


Melhorias em

Segurança da Informação

Atualmente, a Segurança da Informação é peça fundamental para a sobrevivência de qualquer negócio que possua a Tecnologia da Informação como atividade meio ou fim. Nesse sentido, diversas soluções, normas, padrões, planos de continuidade e políticas de segurança e uso aceitável são propostos para minimizar os riscos negativos do negócio e seus impactos. O Centro de Computação de Aeronáutica de Brasília (CCA-BR) tem apoiado o Subdepartamento de Tecnologia da Informação (SDTI) do Departamento de Controle do Espaço Aéreo (DECEA) na pesquisa de soluções eficientes de Segurança da Informação em Software Livre. Prova disso

Capacitação em

é o projeto LDAP (Lightweight Directory Access Protocol), atualmente em desenvolvimento. O objetivo do projeto é disponibilizar os serviços de acesso Internet e correio eletrônico com autenticação de usuários em OpenLDAP, com uma infra-estrutura em Software Livre totalmente redundante e auditada. O esquema de autenticação de usuários e serviços de rede está sendo projetado de forma a ser um serviço centralizado não só para a solução de acesso Internet e correio eletrônico, mas também para outros serviços baseados em LDAP, como domínio, sistemas etc. Com isso, torna-se possível a criação de políticas de uso aceitável, vincula-

das ao usuário e sua senha, garantindo que os usuários entendam suas responsabilidades dentro do Sistema de Tecnologia da Informação (STI) do Comando da Aeronáutica (COMAER). Outro ponto importante do projeto LDAP, segundo o Chefe da Assessoria de Segurança da Informação do CCABR, 1º Ten Eng André Luiz Bandeira Molina, é o fato de ser baseado em distribuição do software operacional Linux DEBIAN, o que garante a estabilidade e continuidade da solução, uma vez que essa distribuição é totalmente fundamentada sob a licença do projeto GNU (livre uso) e mantida pela comunidade de software livre mundial.

Meteorologia Militar

Segundo informação da Divisão de Operações Militares (D-OPM) do Subdepartamento de Operações (SDOP), somente no ano de 2006, o DECEA foi solicitado a apoiar “83 ORDEM GUARDA”, operações estas em que a Meteorologia não se deixou furtar. Com a finalidade de melhorar ainda mais o conhecimento prático e teórico dos oficiais especialistas em Meteorologia sobre as atividades realizadas em operações militares, o Instituto de Controle do Espaço Aéreo (ICEA) deu mais um importante passo no treinamento dos Oficiais Especialistas em Meteorologia ao encerrar, no dia 27 de outubro, o Curso de Operação de Centro Meteorológico Militar, após cinco anos sem que este curso fosse realizado. Os objetivos desse curso estão diretamente relacionados à capacitação de previsores militares para emprego da Meteorologia na Força Aérea; ao planejamento e execu-

ção de instrução meteorológica de interesse das Unidades Aéreas; O curso capacitou oficiais especialistas em e para preparação de Meteorologia apronto meteorológico em linguagem apropriada às melhor preparados para desempenhar suas funções nos mais variados teaoperações militares. Foram duas semanas de instruções tros de operações. Fica registrado o agradecimento teórica e prática, visando estabelecer as condições meteorológicas limites às Unidades da Força Aérea, tais de nossas aeronaves em relação às como, os Destacamentos de Consuas performances, simulando opera- trole do Espaço Aéreo de Brasília, ções aéreas e a melhor forma de atua- Belém, Gama, Centro de Gerenciamento de Navegação Aérea (CGNA) ção dos profissionais do tempo. Neste curso foram capacitados onze e à Divisão de Pesquisa e Desenvoloficiais especialistas em Meteorologia vimento (DP) do ICEA (que gentilda Aeronáutica, que - a partir desse mente cedeu seus profissionais para momento - estarão, com certeza, atuarem como instrutores). 24


CINDACTA I comemora aniversário O Primeiro Centro Integrado de Defesa Aérea e Controle de Tráfego Aéreo (CINDACTA I) comemorou, em 27 de outubro, trinta anos de ininterrupta operação. A cerimônia militar - presidida pelo Ten Brig Ar Flávio de Oliveira Lencastre, ministro do Superior Tribunal Militar (STM) - constou de canto do Hino Nacional, entrega do

Prêmio aos que mais se destacaram

Prêmio CINDACTA I aos militares e servidor que mais se destacaram em suas atividades, entrega de diploma Amigo do CINDACTA I, entrega de medalha militar e leitura da Ordem do Dia do Comandante da Organização. Prestigiando a cerimônia, estiveram presentes, entre outras autoridades, o Maj Brig Ar O desfile da tropa João Manoel Sandim de Rezende, Chefe do Estado-Maior do ComandoMaj Brig Ar Manoel Carlos Pereira, Geral de Operações Aéreas Brig Ar Valdir Augusto Fogaça, Cel (COMGAR), Maj Brig Ar Antonio Av Carlos Aureliano Motta de Souza, Gomes Leite Filho, Comandante Cel Av Eduardo d´Ávila Duprat, Cel do Sexto Comando Aéreo RegioAv Franklin Nogueira Hoyer, Cel Av nal (COMAR VI) e os seguintes Marcos Augusto dos Santos Negrão ex-comandantes do CINDACTA e Cel Av Paulo Gerarde Mattos I: Ten Brig Ar Sócrates da Costa Araujo. Monteiro, Ten Brig Ar Márcio No encerramento da cerimônia, a Nóbrega de Ayrosa Moreira, Ten tropa desfilou em continência ao Brig Ar Ronald Eduardo Jaeckel, Ten Brig Ar Lencastre.

CCA-SJ finaliza projeto de Intercâmbio de Dados de C² com o Ministério da Defesa A equipe de desenvolvimento do Centro de Computação da Aeronáutica de São José dos Campos (CCA-SJ) esteve no Rio de Janeiro, nos dias 30 e 31 de outubro, para a entrega do projeto “Intercâmbio de Dados de Comando e Controle do Sistema Hércules” com o projeto SIPLOM (Sistema de Planejamento Operacional Militar) do Ministério da Defesa (MD). A finalidade do SIPLOM é prover o MD de uma ferramenta automatizada capaz de viabilizar o acompanhamento das diversas operações militares, a partir de um sistema que integre as informações da Marinha, do Exército e da Aeronáutica. De forma a atender aos requisitos técnicos do SIPLOM e garantir a privacidade entre os sistemas, o CCA-SJ adotou a tecnologia JAVA, disponibilizando as informações do sistema Hercules no formato XML,

através de um Web Service. Esta tecnologia é baseada em serviços de solicitações do tipo Request – Response, utilizando protocolo SOAP (Simple Object Acess Protocol - que permite a troca de informações em ambientes distribuídos ou descentralizaA integração das informações pelos Comandos dos) com HTTPS militares (Hypertext Transfer Protocol Secure - padrão que define que possibilitou o intercâmbio de a transmissão de informação atrainformações de Guerra Eletrônica vés da internet utilizando protocolos para o MD. de seguranças). Este projeto foi desenvolvido em Este é o segundo projeto no qual parceria com o CASNAV (Centro o CCA-SJ utiliza esta solução, a de Análise de Sistemas Navais) da primeira foi o projeto COL.MEA, Marinha do Brasil. 25


CCA-SJ no XXVI Encontro de Centros de Guerra Eletrônica

Durante o 26º Encontro de Centros de Guerra Eletrônica (XXVI ECGE), em Brasília, o Centro de Computação da Aeronáutica de São José dos Campos (CCA-SJ) ministrou instrução aos representantes do Centro Integrado de Guerra Eletrônica (CIGE) e do Ministério da Defesa (MD) sobre o funcionamento e a configuração do Comunicador On Line – Marinha, Exército e Aeronáutica (COL.MEA), bem como foi relembrada a padronização definida para o formato do esquema Extensible Markup Language - XML a ser utilizado no desenvolvimento da aplicação que acessará a base de dados de cada Força. O COL.MEA foi instalado e configurado em quatro estações recém-adquiridas para a Rede de Guerra Eletrônica da Defesa. Cada um dos Centros de Guerra Eletrônica das Forças receberá

uma dessas máquinas e uma ficará no Centro de Inteligência Operacional, no MD. O teste de funcionamento do COL.MEA foi acompanhado pelos representantes do CIGE e do MD, sendo aprovado pelos mesmos na ocasião. No dia 26/10, foi realizada uma visita ao Centro de Apoio a Sistemas Operativos (CASOP) - da Marinha, sendo testada e aprovada a conexão entre o CASOP e o Centro de Inteligência Operacional (CIOp) do MD. Foi relembrada a padronização definida para o formato do esquema XML a ser utilizado no desenvolvimento da aplicação da Marinha que acessará a base de dados de cada Força, aos moldes do que foi feito em Brasília para os componentes do MD e do CIGE. Houve troca de arquivos com sucesso localmente no MD e entre o CASOP e o CIOps, sendo o processo acompanhado por todos os presentes

e aprovado pelos mesmos, faltando apenas a instalação das aplicações das Forças para que o processo ocorra de forma automática. Ficou pendente o reenvio dos modelos atualizados da Marinha (CASOP) e do Exército (CIGE), conforme ficou definido nas reuniões, para que o CCA-SJ desenvolva os sistemas de perguntas do Centro de Guerra Eletrônica do Comando-Geral de Operações Aéreas (CGEGAR do COMGAR) e do MD, conforme definido na ata do XXVI Encontro de Guerra Eletrônica. A finalidade do COL.MEA é integrar aplicações construídas com diferentes tecnologias e baseadas em diferentes sistemas operacionais. Viabiliza, ainda, a troca de informações entre os sistemas legados de Guerra Eletrônica das Forças Armadas.

CINDACTA III realiza Encontro Regional de Operações Militares

Foi realizado no Terceiro Centro Integrado de Defesa Aérea e Controle de Tráfego Aéreo (CINDACTA III), nos dias 18 e 19 de outubro, o Primeiro Encontro Regional de Operações Militares, reunindo as Unidades Aéreas sediadas na Região Nordeste do País, bem como os representantes das Forças Aéreas (FAe) e do Primeiro Grupo de Comunicações e Controle (1º GCC). No evento, foram apresentadas palestras do mais alto nível técnico, sobre temas de interesse das operações militares, tendo as mesmas ficado a cargo de representantes do DECEA, do 1º GCC, da

Comissão de Implantação do Sistema de Controle do Espaço Aéreo (CISCEA), do Comando de Defesa Aeroespacial Brasileiro (COMDABRA) e do próprio CINDACTA III. Também foi realizada, com resultados bastante positivos, a reunião de coordenação operacional para discussão de assuntos relativos às necessidades operacionais das Unidades Aéreas e a melhor forma pela qual o CINDACTA III poderia atendê-las. Ao término do encontro, todos os participantes foram unânimes em reconhecer a oportunidade e a relevância do Encontro, bem como o alcance dos objetivos do mesmo.

No encontro foram apresentados temas de interesse das operações militares

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Atividades intensas e importantes aconteceram no ICA em 2006 Visita da Diretoria de Hidrografia e Navegação da Marinha do Brasil

abordados tratam de análises, a partir de concepções iniciais da O Instituto de Cartografia Aeronáutica Diretoria de Serviço recebeu, no dia 20 de setembro, a visita Geográfico do Exército da comitiva da Diretoria de Hidrografia e (DSG) e do Instituto Navegação (DHN) da Marinha do Brasil, Brasileiro de Geografia formada por um instrutor e cinco alunos e Estatística (IBGE) do Curso de Aperfeiçoamento de Hidródevidamente aprovadas grafos para Oficiais (CAHO). pela CONCAR, visando Após a palestra de abertura, conferida o aprimoramento da pela Ten QCOA Camila, da Divisão dos Cartografia Nacional. Serviços de Informação Aeronáutica O reconhecimento do ICA pela comunidade A padronização da (D-SIA) – durante a qual foi apresentado cartográfica é uma nova meta da OM estrutura de dados um vídeo institucional da unidade – foi geoespaciais facilitará a geração e a inteprocessos técnico-administrativos e na realizada a visita propriamente dita. roperabilidade de dados e informações, consequente satisfação das necessidades Os setores visitados pela comitiva em especial, no âmbito do governo. das partes interessadas e envolvidas nas da DHN foram a D-SIA e a Divisão de atividades realizadas na Unidade. Estiveram presentes à reunião ComanCartografia (D-CAR), na qual os alunos Esta implementação reforçará as dantes e autoridades das três Forças, puderam ter contato com Cartas Visuais, mudanças e estabelecerá habilidades Marinha, Exército e Aeronáutica. Fotogrametria e Cartas Especiais. técnicas, metodologias, ferramentas Na Divisão de Cartografia, foram visitadas e responsabilidades necessárias ao as Seções de Operações de Campo e de aperfeiçoamento da qualidade dentro Zona de Proteção de Aeródromos. A implementação do Sistema de dos padrões estabelecidos pelas normas Gestão da Qualidade da NBR ISO 9000 – que é o Sistema de Através do Decreto nº5.196, de 26 de Gestão da Qualidade. 5ª Reunião do Comitê de Estruturação agosto de 2004, o Instituto de CartograÉ interesse e meta do Instituto ser fia Aeronáutica (ICA) teve sua missão da Mapoteca Aeronáutica reconhecido no País e no âmbito da ampliada, tornando-se a Organização do No período de 18 a 26 de setembro, no Comunidade Cartográfica e de Informação Comando da Aeronáutica responsável por Aeronáutica Internacional como sendo um auditório do ICA, foi realizada a 5ª Reuplanejar, gerenciar, controlar e executar órgão de excelência na realização de suas nião do Comitê de Estruturação da Mapoas atividades relacionadas com a cartotarefas. teca Nacional Digital (CMND), organizada grafia e com as informações aeronáuticas. Por esta razão, a Divisão de Serviços pela Comissão Nacional de Cartografia de Informações Aeronáuticas (D-SIA) foi O ICA interage permanentemente com (CONCAR). submetida, nos dias 5, 6 e 7 de dezemos setores do Departamento de Controle O evento teve como objetivo o apribro, à auditoria coordenadora por três do Espaço Aéreo (DECEA) – ao qual está moramento da modelagem conceitual de representantes do Instituto de Fomento e subordinado – responsáveis pela geração dados (vetoriais) relativos às respectivas Coordenação Industrial (IFI). A Ten QCOA das informações referentes ao gerenciacategorias de informações. Camila e o Cel R/R Genovese representamento de tráfego aéreo, à meteorologia, Mais especificamente, os temas ram, respectivamente, a Direção do ICA e aos auxílios-rádio, a Assessoria de Qualidade. às comunicações, O resultado desta auditoria, que deverá entre outras, ser divulgado até o início de 2007, definirá visando a obtenção a Certificação da ISO 9000 à D-SIA. O dos dados que próximo passo será dar seqüência ao compõem as Cartas Sistema de Gestão da Qualidade, com a e Manuais Aeronáuaplicação das normas nos demais setoticos. res, até que, finalmente, todo o Instituto A adoção do Sisesteja certificado. tema de Gestão da De acordo com as diretrizes hoje estaQualidade de forma belecidas pelo DECEA, o ICA definiu como efetiva, ou seja, nas sua Política da Qualidade “a melhoria operações de rotina contínua no atendimento aos requisitos do ICA, resultará na e às expectativas do Sistema de Controle melhoria contínua A visita da DHN proporcionou contato direto dos alunos do Espaço Aéreo na elaboração das Publicom os produtos gerados pelo ICA de desempenho nos cações Aeronáuticas”. 27



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